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GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá queridos amigos! Hoje é nosso último encontro formal (porque vocês ainda podem me acessar através do fórum de discussões). Espero que vocês tenham gostado das aulas, aproveitado os conceitos, as dicas, os exercícios, se esforçado ao máximo, enfim, que possam ter um excelente aproveitamento na prova e que cheguem ao tão desejado objetivo, que é obviamente a aprovação no concurso! Como é nosso último encontro, gostaria de começar com um pensamento: “Depois de muito meditar, cheguei à conclusão de que um ser humano que estabelece um propósito deve cumpri-lo, e que nada pode resistir a um desejo, a uma vontade, mesmo quando para sua realização seja necessária uma existência inteira” Benjamin Disraeli Vale ressaltar que se trata de material de uso pessoal, não podendo ser repassado a terceiros, em caráter gratuito ou oneroso, seja impresso, por e-mail ou qualquer outro meio de transmissão sob risco de violação do estabelecido na Lei n. º 9.610/1998 e no Código Penal. Desde já agradecemos a compreensão e estamos abertos para qualquer dúvida ou pendência, tanto sobre o material quanto para qualquer outro assunto relacionado ao concurso em questão. Aula 06 – Noções de Administração Financeira Sumário: 1 . Contabilidade .............................................................................2 2. Sistema de informações ...............................................................4 3. Demonstrações Contábeis .............................................................6 4. Análise econômico-financeira ......................................................19 5. Análises Vertical e Horizontal .......................................................24 6. Índices de Liquidez.....................................................................30 7. Necessidade de Capital de Giro (NCG) ou Investimento Operacional em Giro (IOG) ....................................................................................48 8. Orçamento Empresarial...............................................................62 9. Questões ..................................................................................68 10. Gabarito .................................................................................73 11. Bibliografia..............................................................................75 GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 2 1 . Contabilidade Contabilidade para decisões A Contabilidade deve conhecer como são tomadas as decisões e ser capaz de manter um banco de dados para atender às necessidades do gestor. O gestor tem na Contabilidade um rico banco de dados que representa o principal instrumento de informações econômico – financeiras sobre sua administração. É sobre a informação oportuna e exata fornecida pela Contabilidade, que o gestor deve tomar suas decisões. Hendriksen relata que alguns dos objetivos do estudo da tomada individual de decisões em um contexto contábil, incluem: - uma possível aplicação da capacidade da informação financeira de representar com precisão os eventos ou objetivos reais (a importância preditiva do conjunto de informações); - uma compreensão do modo pelo qual o volume, o tipo e o formato das informações contábeis financeiras afetam os julgamentos ou predições do investidor ou analista (uso como sinal); - uma compreensão da capacidade, de quem tomará uma decisão, de reagir adequadamente a uma percepção do ambiente (precisão de resposta); e - uma compreensão de como os indivíduos lidam com a complexidade na tomada de decisões e uma compreensão do efeito de estilos diversos de tomada de decisões sobre a maneira pela qual a informação é utilizada (fatores comportamentais) (1999, p. 150). A tomada de decisões, antes apenas baseadas nas intuições, recebe hoje uma quota de lógica na busca de melhor emprego para esses eventuais vislumbres. A complexidade do mundo moderno, a grande densidade de eventos, as relações endógenas e exógenas a que a administração está sujeita, a velocidade temporal das ações, a otimização das informações, as ricas relações de comunicações, o progresso tecnológico cada vez mais abundante, os diversos métodos de ações que se encontram à disposição do administrador, contribuem como prova irrefutável da necessidade de uma tomada de decisão científica e não apenas empírica, como durante muito tempo foi praticada. Atualmente, não é admissível um gestor que siga apenas suas “estrelas” para alcançar a eficiência desejada de suas ações, é GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 3 necessário que se produzam modelos e projeções que se aproximem ao máximo da realidade, capazes de sustentar discussões quanto a que decisão tomar. Tais modelos devem ser entendidos como a soma basilar da intuição e da lógica. Hendriksen estrutura uma hierarquia de qualidades da informação em Contabilidade para fins de utilidade de tomada de decisões, conforme a Figura 1. Figura 1 - Hierarquia de qualidades em Contabilidade Usuários de informações contábeis Restrição geral Qualidades específicas a usuários Principais qualidades específicas a decisões Elementos das qualidades principais Qualidades secundárias e interdependentes Responsáveis pela tomada de decisões e suas características (por exemplo, entendimento da informação ou conhecimento prévio) Benefícios > Custos Compreensibilidade Utilidade para a tomada de decisões Confiabilidade Relevância Valor preditivo Oportunidade Valor como feedback FidelidadVerificabilidade Comparabilidade Neutralidade Materialidade GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 4 Limites de reconhecimento Fonte: (Hendriksen, 1999, p. 96) 2. Sistema de informações A informação, sob qualquer aspecto, é diferente de dado, pois este não traz consigo a capacidade de compreensão, já que é uma forma primária e rudimentar de apresentação de uma futura informação, condicionada ao processamento ou transformação. Um dado, quando trabalhado ou processado, gera uma informação. A informação é o dado que, transformado, assume a capacidade de subsidiar o tomador de decisões. A informação oportuna e na medida certa que o tomador de decisões necessita e pode interpretar, é a razão da eficiência de um bom sistema de informação. O processamento do dado em informação apresenta custos altos, e em alguns casos, custos mais elevados do que o benefício da própria informação. A informação prestada pelo sistema deve ser capaz de inteirar-se com o processo decisório da empresa. Um sistema de informações deve ser capaz de captar ou receber as entradas de dados, através do responsável pelo input, compilar e processar os dados e entregar, quando solicitado, as informações de forma oportuna e exata para o usuário desse sistema. O sistema de informações é decomposto em quantos subsistemas forem necessários para melhor processar o dado e oferecer uma informação mais detalhada possível. Como exemplo existem os Sistemas de Informações Gerenciais (SIG), que é o processo de transformação de dados em informações que são utilizadas na estrutura decisória da empresa, bem como proporcionam a sustentação administrativa para otimizar os resultados esperados (Oliveira, 1997, p. 39) e apresentam os componentes listados na Figura 2. Figura 2 - Componentes do SIG GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 5Fonte: (Oliveira, 1997, p. 140) Principais Objetivos de cada tipo de Usuário USUÁRIO TIPO DE INFORMAÇÃO MAIS IMPORTANTE Acionista minoritário Fluxo regular de dividendos. Acionista majoritário fluxo de dividendos, valor de mercado da ação, lucro por ação. Acionista preferencial Fluxo de dividendos mínimos ou fixos. Emprestadores em geral geração de fluxo de caixa futuros suficientes para receber de volta o capital mais os juros, com segurança. Entidades governamentais valor adicionado, produtividade, lucro tributável. Empregados em geral, como assalariados fluxo de caixa futuro capaz de assegurar bons aumentos ou manutenção de salários, com segurança; liquidez. Média e alta administração retorno sobre o ativo, retorno sobre o DADOS TRATAMENTO CONTROLE E AVALIAÇÃO ALTERNATIVAS C O O R D E N Ç Ã O RECURSOS INFORMAÇÕES DECISÕES RESULTADOS GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 6 patrimônio líquido; situação de liquidez e endividamentos confortáveis. “UM LEITOR BEM INFORMADO É CAPAZ DE SELECIONAR A INFORMAÇÃO DE QUE ELE PRECISA E FAZER UMA ESCOLHA E DECISÃO ADEQUADAS”. Com informações e decisões adequadas, é possível contribuir para a maximização de valor para o acionista, desejo dos gestores da entidade. Esta expressão, hoje tida como politicamente correta, tem como uma de suas origens a publicação de Creating shareholder value, em 1997. A partir daí, alguns aspectos ganharam notoriedade, como: • Visão de longo prazo; • Dedicação dos gestores para criação de valor; • Desenvolvimento de ferramentas para controle do problema de “agência” (enfoque agente-principal, onde se debate até que ponto os administradores gerirão o negócio tomando decisões visando o melhor para a empresa e não para si. Por exemplo: explorando o produto da empresa como está hoje, é possível que ela sobreviva por mais cinco anos – prazo em que o executivo deverá se aposentar. Promovendo as alterações e atualizações necessárias, é possível que não funcione e a entidade quebre antes desse prazo, vindo a comprometer sua carreira. Ou então: há necessidade de se fazer uma viagem e é possível optar entre classe executiva e primeira. No primeiro caso, haverá alguma economia para a entidade. No segundo, haverá mais conforto para o viajante...); • Responsabilidade social. 3. Demonstrações Contábeis As demonstrações são dividas em obrigatórias e facultativas. As exigidas por força de lei são: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, Demonstração de Lucros ou Prejuízos ou Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. As mais comuns facultativas são: fluxo de caixa e orçamentos. GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 7 O balancete é uma peça contábil não obrigatória, mas de muita utilidade para a verificação dos totais dos movimentos e dos totais dos saldos das contas envolvidas nos diversos lançamentos. Relaciona de forma simples e objetiva “todas” as contas movimentadas. É possível ser apresentado em diversas colunas abrangendo os saldos anteriores, os movimentos e os saldos finais. Exemplificaremos abaixo um Balancete simples de duas colunas: CONTAS SALDOS FINAIS DEVEDOR CREDOR Capital Social 1.000 Caixa 500 Banco 200 Mercadorias 800 Fornecedores 400 Salários 200 Receitas de Serviços 300 TOTAIS 1.700 1.700 Após fecharmos o Balancete acima, apuramos o Resultado do Exercício destacando somente as contas de Resultado (Salários e Receitas de Serviços) e por último confeccionamos o Balanço Patrimonial com as outras contas constantes do Balancete (contas Patrimoniais) mais o Resultado do Exercício (Lucro ou Prejuízo). D R Ex Simplificada PATRIMÔNIO DEPOIS DO FATO Receita de serviços 300 ATIVO PASSIVO (-) salários (200) Caixa 500 PE = Lucro do Exercício 100 Banco 200 Fornecedores 400 Mercadorias 800 PL Capital 1.000 Lucros Ac. 100 Total 1.500 Total 1.500 GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 8 Demonstração do Resultado do Exercício A DREx é apresentada de forma a evidenciar as contas de Resultado e suas deduções de forma dinâmica e vertical. Tem como objetivo demonstrar o resultado do exercício e os elementos que o formaram. Vejamos abaixo uma representação gráfica desse demonstrativo: 1. Receita Operacional Bruta 2. (-) Deduções – devoluções, abatimentos, descontos incondicionais ou comerciais concedidos, ICMS, IPI, PIS, COFINS 3. Receita Operacional Líquida 4. Custo das Mercadorias Vendidas 5. = Resultado Operacional Bruto, Lucro ou Prejuízo Bruto 6. (-) Despesas Operacionais – com vendas, administrativas, Resultado Financeiro Líquido ((+) Despesas Financeiras (-) Receitas Financeiras), outras 7. Outras Receitas Operacionais 8.= Resultado Operacional Líquido, Lucro ou Prejuízo Líquido 9. (±) Resultado não Operacional, Receitas não operacionais – Despesas não operacionais 10. = Resultado do Exercício Antes da Contribuição Social 11. (-) Contribuição Social sobre Lucro Líquido 12. = Resultado do Exercício Antes do Imposto de Renda, LAIR 13. (-) Provisão para o IR 14. = Resultado do Exercício depois do IR 15. (-) Participações e Contribuições – Debêntures, Empregados, Administradores, Partes Beneficiárias e as Contribuições para Fundos de Assistência ou Previdência de Empregados) 16. = Resultado Líquido do Exercício 17. Resultado por Ação ou Quota do Capital Social GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 9 Balanço Patrimonial O Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil estática, ou seja, nos mostra a situação das contas Patrimoniais num dado momento, também chamado de data de corte, por exemplo a data do encerramento do exercício financeiro. O Balanço Patrimonial compreende os seguintes grupos de contas: BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Para ser Ativo é necessário preencher os quatro requisitos: 1. Bens ou Direitos; 2. De propriedade da empresa; 3. Mensurável monetariamente; 4. Representar benefícios presentes ou futuros. São as contas representativas de obrigação com terceiros, que quando de seu vencimento, serão reclamadas. São também mensuráveis monetariamente. Grupos: Grupos: - CIRCULANTE - CIRCULANTE São os Bens e os Direitos com vencimento até o término do exercício seguinte, ou ainda, com vencimento até 12 meses da data do último Balanço. São as Obrigações com vencimento até o término do exercício seguinte, ou ainda, com vencimento até 12 meses da data do último Balanço. - REALIZÁVEL A LONGO PRAZO São os Direitos com vencimento após o término do exercício seguinte, ou ainda, com vencimento posterior a 12 meses da data do último Balanço. Considera-se também como Longo Prazo, as transações de empréstimos a Acionistas, Diretores, e outras pessoas a fins, independente do prazo de vencimento, desde que os empréstimos não façam parte das operações principais da empresa. - EXIGÍVEL A LONGO PRAZO São as Obrigações com vencimento após o término do exercício seguinte, ou ainda, com vencimento posterior a 12 meses da data do último Balanço. Considera-se também como Longo Prazo, as transações de empréstimos de Acionistas, Diretores, e outras pessoas a fins, independente do prazo de vencimento. - PERMANENTE Bens e direitos de caráter fixo. Divide-se em: Investimentos, Imobilizado e Diferido. - RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS São as Receitas recebidas antes da prestaçãodo serviço, desde que sejam líquidas e certas. PATRIMÔNIO LÍQUIDO São as obrigações para com os Sócios. Tem como principais contas: Capital, Reservas de Capital, Reserva de Reavaliação, Reservas de Lucros, Lucro ou Prejuízos Acumulados e Ações em Tesouraria. GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 10 • O Ativo é classificado da seguinte forma: 1- Ativo Circulante - contempla os investimentos circulantes, ou seja: a) Disponibilidades - Caixa, Bancos, Aplicação em títulos vinculados ao mercado aberto (de liquidez imediata); b) Créditos - são os direitos sobre os clientes e outros devedores, por operações realizadas a prazo: contas a receber, duplicatas a receber, clientes, etc.; c) Estoques - Mercadorias, matérias-primas, etc.; d) Despesas antecipadas - são bens e direitos realizáveis no curso do exercício seguinte - até 12 meses (curto prazo); Despesas de Seguros antecipadas. 2- Ativo Realizável a Longo Prazo a) São os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, ou direitos derivados de adiantamentos, empréstimos e vendas a administradores, sociedades coligadas e controladas. Exemplo: Duplicatas a Receber (quando não classificada no Ativo Circulante); b) Adiantamentos ou empréstimos a sócios/administradores, desde que não seja atividade principal da empresa. 3- Ativo Permanente - são as aplicações de recursos em elementos que se destinem ao uso por prazo indeterminado ou que a empresa não tenha a intenção de alienar e ainda, as aplicações em despesas que serão apropriadas aos resultados de mais de um exercício social (Despesas de Organização): a) Investimentos - as participações societárias de caráter permanente; as aplicações em terrenos para futura expansão da empresa; as obras de arte; b) Imobilizado - também conhecido como “Imobilizações Técnicas”, se constitui de elementos de uso permanente, destinados à consecução dos objetivos sociais da empresa. Exemplos: Tangíveis = Imóveis, Móveis, Máquinas, Veículos, etc. Intangíveis = Marcas e Patentes, Direitos de uso de linhas telefônicas, Fundo de Comércio; GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 11 c) Diferido - neste grupo classificamos as Despesas que contribuirão para a formação dos resultados de mais de um exercício social; os juros pagos ou creditados aos acionistas durante o período que anteceder o início das operações sociais. Exemplos: Despesas com organização da empresa, os gastos com pesquisas e desenvolvimento de produtos, as despesas com benfeitorias em propriedades de terceiros (desde que não indenizáveis), o gasto com formação e aperfeiçoamento de mão-de- obra. • O Passivo é classificado: 4- Passivo Circulante - As obrigações assumidas pela empresa para a realização de suas operações e as obrigações assumidas por financiamentos obtidos. Esta inclusão no Circulante, dependerá do prazo de exigibilidade, onde serão classificadas as obrigações de prazo do curso do exercício social. Exemplos: Fornecedores, Salários a pagar, Impostos a recolher, empréstimos a pagar; 5- Passivo Exigível a Longo Prazo - toda a obrigação que, devido a seu longo prazo, não foi classificada no Passivo Circulante, pois é de longo prazo; 6- Resultado de Exercícios Futuros - representado por receita líquida “não ganha ou não efetivada”, em função do regime de competência do exercício. Exemplo: Receitas de Aluguéis antecipadas; 7- Patrimônio Líquido (ou Situação Líquida) - também chamada de Capital próprio. Subdivisão do Patrimônio Líquido: a) Capital Realizado - o capital que compreende a diferença entre o capital subscrito (montante do capital emitido pela empresa, cujos acionistas assumiram o compromisso de integralizar; é o capital efetivo da empresa, constante de estatuto ou contrato social) e o capital a realizar, representando o montante efetivamente apostado na empresa pelos sócios ou acionistas; b) Reservas de Capital - representa os ganhos obtidos pela empresa, não decorrentes de suas operações normais, principais ou eventuais. São Reservas de Capital: GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 12 b.1- Ágio recebido na emissão de ações; b.2- Os prêmios recebidos pela empresa na emissão de debêntures; b.3- O produto da alienação de partes beneficiárias ou de bônus de subscrições; b.4- As doações e b.5- As subvenções para investimento. O resultado de Correção Monetária do Capital realizado, enquanto não capitalizado, também era registrado na Reserva de Capital; . c) Reservas de Reavaliação - constituídas como contrapartidas dos aumentos de valor de componentes do Ativo Imobilizado da empresa; representa a complementação, até o valor de mercado, pela diferença entre este valor e o do custo contábil do bem. A Lei das Sociedades Anônimas(S/A) e o regulamento do Imposto de Renda admitem a modificação do valor contábil do ativo permanente, nas seguintes hipóteses: a) para diminuir: mediante depreciação, amortização, exaustão acumuladas ou provisão para perdas prováveis na realização de investimento; b) para aumentar: mediante a reavaliação. Exemplo: Máquinas: Valor do mercado-------500.000,00 (-) custo contábil ---------- (280.000,00) (=) Reavaliação------------220.000,00 d) Reservas de Lucros - constituídas pela apropriação dos lucros gerados em cada exercício social. Subdividem-se em: d.1 - Reserva Legal - constituída conforme a lei societária, por valor correspondente a 5% (cinco por cento) do lucro líquido do exercício, antes de qualquer outra destinação e seu montante não excederá: • a 20% (vinte por cento) do capital social corrigido monetariamente; • a 30% (trinta por cento) do capital social, quando o saldo dessa reserva for somado ao montante das reservas de capital. Esta reserva somente poderá ser usada para aumento do capital ou absorção de prejuízos; GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 13 d.2 - Reserva Estatutária - constituída conforme o Estatuto da empresa; d.3 - Reserva para Contingências - tem por finalidade compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente da perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado. Exemplo: empresas de atividades agrícolas. e) Lucros ou Prejuízos Acumulados - são os resultados acumulados da empresa. Constituição de reservas: a modificação ocorrerá apenas na composição dos elementos do patrimônio líquido, não afetando, portanto, o seu valor total. Contabilização: Lucros ou Prejuízos acumulados a reservas de lucros Reversão: quando tais reservas deixarem de ter fundamento, por já terem sido realizados os motivos para os quais foram constituídas, os seus valores, corrigidos monetariamente, deverão retornar para a conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados. Contabilização: Reservas de Lucros a lucros ou prejuízos acumulados Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos evidencia a variação do Capital Circulante Líquido e serve para mostrar o resultado financeiro de médio e longo prazo. Apresenta, de forma ordenada, os financiamentos e os investimentos ocorridos na empresa. Descrição das origens e aplicação: Das origens: das próprias operações; dos acionistas; e de terceiros. Das aplicações: inversões permanentes derivadas de aquisição de bens do ativo imobilizado, aquisição de novos investimentos permanentes em outras sociedades, aplicação de GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOSwww.pontodosconcursos.com.br 14 recursos no ativo diferido; pagamento de empréstimo a longo prazo; e remuneração de acionistas. Evidencia, também, o Capital Circulante Líquido (CCL) que é a diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante. AC – PC = CCL A DOAR é evidenciada analiticamente, identificando as Origens e Aplicações de Recursos nos seguintes subgrupos: • Origens das operações – Lucro do período (ajustado pelas receitas e despesas que não afetam o CCL, como receita de equivalência patrimonial e despesa de depreciação, por exemplo); • Origens de terceiros – aumento do Passivo Exigível a Longo Prazo, que corresponde aos financiamentos captados pela entidade; • Origens dos sócios – compreendendo os aportes de recursos realizados pelos sócios/acionistas; • Aplicações de inversão em Investimentos – o aumento do Ativo Permanente Investimentos; • Aplicações de inversão em Imobilizado – o aumento do Ativo Permanente Imobilizado; • Aplicações de inversão em Diferido – o aumento do Ativo Permanente Diferido; • Aplicações de inversão em ativo de Longo Prazo – o aumento do Ativo Realizável a Longo Prazo; A diferença entre o total das origens de recursos e o total das aplicações de recursos, em um determinado período, representa a variação sofrida pelo CCL naquele mesmo período. Sendo entendido por variação do CCL a diferença entre o CCL do final do período e o CCL no início do período. Δ CCL = CCL31/12/X0 – CCL01/01/X0 Δ CCL = (AC31/12/X0 – PC31/12/X0) – (AC01/01/X0 – PC01/01/X0) Considerando que a DOAR tem por objetivo evidenciar a alteração sofrida pelo CCL, nem todos os fatos são contemplados pela DOAR, como por exemplo, aqueles que envolvem: GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 15 • exclusivamente contas de Ativo Circulante – compra de mercadoria à vista, pois reduz o saldo de Disponibilidades (AC) e aumenta, simultaneamente, o saldo de Estoques (AC); • exclusivamente contas de Passivo Circulante – reclassificação de Fornecedores a Pagar erroneamente contabilizados em Salários a Pagar, pois reduz o saldo de Salários a Pagar (PC) e aumenta, simultaneamente, o saldo de Fornecedores a Pagar (PC); • simultaneamente contas de Ativo Circulante e Passivo Circulante – compra de mercadoria a prazo, pois aumenta o saldo de Estoques (AC) e aumenta, simultaneamente, o saldo de Fornecedores a Pagar (PC); bem como o pagamento da dívida contraída, que reduz o saldo de Disponibilidades (AC) e reduz, simultaneamente, o saldo de Fornecedores a Pagar (PC). Portanto, podemos afirmar, resumidamente, que a DOAR busca evidenciar os fatos que implicam na migração de recursos conforme o esquema abaixo: AC PC RLP + AP ELP + REF + PL AC = RLP = AP = PC = ELP = REF = PL = Ativo Circulante Ativo Realizável a Longo Prazo Ativo Permanente Passivo Circulante Passivo Exigível a Longo Prazo Resultado de Exercícios Futuros 3 2 1 4 5 GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 16 Patrimônio Líquido Para melhor entender o esquema acima, numeramos as setas, e apresentamos dois exemplos de cada situação: Seta 1 • Aquisição de máquinas à vista, aumentando o Imobilizado (AP), mediante redução das Disponibilidades (AC), acarretando em diminuição do CCL; • Transferência de um direito do longo para o curto prazo, em virtude do passar do tempo, mediante redução do RLP e aumento do AC, acarretando em aumento do CCL. Seta 2 • Transferência de uma obrigação do longo para o curto prazo, em virtude do passar do tempo, mediante redução do ELP e aumento do PC, acarretando em diminuição do CCL; • Aumento do Capital Social (PL) mediante compensação de uma dívida de curto prazo que a entidade tinha com seus sócios (Conta corrente com sócios – PC), acarretando em aumento do CCL. Seta 3 • Pagamento de uma obrigação de longo prazo, mediante redução do ELP e do AC, acarretando em diminuição do CCL; • Aumento do Capital Social (PL) em dinheiro (Disponibilidades – AC), acarretando em aumento do CCL. Seta 4 • Aquisição de máquinas a prazo, aumentando o Imobilizado (AP) e Contas a Pagar (PC), acarretando em diminuição do CCL; • Quitação de uma dívida de curto prazo (PC), mediante compensação de um direito realizável a longo prazo (RLP), acarretando em aumento do CCL. Seta 5 – Representa um fluxo virtual de disponibilidades, não gera aumento nem redução do CCL, mas é apresentado na DOAR para melhor evidenciar os fatos ocorridos com a entidade. • Aumento do Capital Social (PL) mediante dação em pagamento de uma máquina (Imobilizado – AP); • Quitação de uma dívida de longo prazo (ELP), mediante compensação de um direito realizável a longo prazo (RLP). GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 17 Forma de Apresentação: TÍTULO VALOR I - ORIGENS DOS RECURSOS Onde são discriminados as origens, por natureza, e apurado o valor total dos recursos obtidos no exercício. Das operações Lucro líquido do exercício + Depreciação, amortização e Exaustão +/- Correção Monetária +/- variação Cambial +/- Participação (equivalência patrimonial) Dos acionistas Integralização do Capital em dinheiro De terceiros Aumento do passivo exigível a longo prazo Redução do ativo realizável a longo prazo Alienação dos investimentos e itens do imobilizado II - APLICAÇÕES DE RECURSOS São relacionadas as aplicações, por natureza e valor. Dividendos distribuídos Aquisição de ativo imobilizado Aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo diferido Redução do passivo exigível a longo prazo III - AUMENTO OU REDUÇÃO NO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO Representa a diferença entre o total das origens e o total das aplicações. IV - SALDO INICIAL E FINAL DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO Evidenciados o ativo e o passivo circulantes do início e do fim do exercício e respectivo aumento ou redução. GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 18 Comparações entre a DOAR e a DFC Voltados para a avaliação da situação financeira das empresas, a DOAR e o DFC são modelos difundidos em muitos países, em especial naqueles em que seus mercados de capitais são bastante desenvolvidos. Essas ferramentas conceitualmente apresentam diferenças, conforme citação reproduzida por Tibúrcio Silva, Oliveira dos Santos e Sadoyoshi Ogawa: A principal diferença entre estas duas demonstrações refere-se ao fato da DOAR ser “elaborada com base no conceito de capital circulante líquido, dentro do regime de competência, apresentando, portanto, a disponibilidade de médio prazo (enquanto que a ) (...) Demonstração do Fluxo de Caixa baseia-se no conceito de disponibilidade imediata, dentro do regime de caixa (recebimentos/pagamentos) puro.”1 Quanto às vantagens e desvantagens de cada uma, passamos a mostrar no quadro abaixo as considerações desses mesmos autores: DOAR DFC Vantagens Desvantagens Vantagens Desvantagens Fornece informações que não constam em outras demonstrações. Depende do conceito de fundos utilizado. Utiliza conceitos mais concretos. Apresenta menor volume de informações que a DOAR. Possibilita um melhor conhecimento da política de investimento e de financiamento da empresa. Não atende a setores específicos, o resultado é afetado pelo método de avaliação de ativos não monetários, apresenta as modificações internas no CCL de forma residual. Utilizado para prever problemas de insolvência, e portanto, para avaliar o risco, o caixa e os dividendos futuros. Ainda não existe consenso sobreo conceito de caixa a utilizar: caixa e bancos, ou caixa, bancos e títulos de curto prazo. 1 FIPECAFI & Arthur Andersen. Normas e práticas contábeis no Brasil. São Paulo, Atlas, 1990, p.84. in SILVA, César Augusto Tibúrcio, SANTOS, Jocineiro Oliveira dos, OGAWA, Jorge Sadayoshi. Caderno de Estudos FIPECAFI/FEA-USP. nº 9, out/93 : Fluxo de Caixa e DOAR, p.57 GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 19 Ajuda a mostrar a compatibilidade entre a posição financeira e a distribuição de lucros. Maior dificuldade de interpretação pelos usuários. Maior facilidade de entendimento dos fluxos dos recursos financeiros, pelos usuários. Mais sujeito a manipulações, em função de ser focado no caixa e equivalentes. Mais abrangente que o Fluxo de Caixa, representa as mutações da posição financeira como um todo. Carece de maiores pesquisas acadêmicas. Tendência mundial em adotá-lo no lugar da DOAR. Possibilidade de ser apresentado de duas formas: direto e indireto. Muito se tem discutido acerca da utilização de uma ou outra demonstração. Ainda há muito a ser estudado, principalmente no tocante à capacidade de interpretação do usuário desses demonstrativos, bem como quanto à influência que a informação possa ter sobre a formação dos preços dos papéis de uma companhia. 4. Análise econômico-financeira Para a realização da análise econômico-financeira de uma empresa o analista utiliza, pelo menos, os seguintes itens: • Balanço Patrimonial (BP); • Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); • informações complementares; • montante das compras no período a que se referem os demonstrativos; • DOAR, DMPL e as notas explicativas, quando houver. Os Demonstrativos Financeiros devem conter a assinatura do contador e do responsável pela empresa. Após a análise prévia das informações fornecidas, os dados deverão ser ratificados ou retificados mediante verificação in loco, ajustando-os à realidade da empresa, se necessário. A análise de balanços baseia-se no raciocínio científico. O processo de tomada de decisões para a análise segue o seguinte fluxo: GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 20 ETAPAS: Lembre-se: Ter lucro, independe de ter dinheiro. Daí as expressões: econômico x financeiro. O primeiro representa fatos que não envolvem necessariamente dinheiro, mas valor monetário. Por exemplo: uma doação de um bem imobilizado. Financeiro, representa os fatos que envolvem dinheiro, refere-se a variação de Caixa. Comparativo de significados de econômico e financeiro. Resultado econômico é sinônimo de lucro (ou prejuízo). O lucro aumenta o Patrimônio Líquido, mas não as disponibilidades de dinheiro. Uma empresa pode estar em excelente situação econômica com imóveis, equipamentos, investimentos em outras empresas, mas sem dinheiro para pagar suas dívidas. Algumas receitas e despesas Análise Escolha de indicadores Comparação com padrões Diagnóstico ou conclusões Decisões 1 2 3 4 ECONÔMICO FINANCEIRO AMPLO RESTRITO ESTATICAMENTE DINAMICAMENTE Patrimônio Líquido Lucro Líquido Capital Circulante Líquido Variação do Capital Circulante Líquido Saldo de Caixa Variação do Saldo de Caixa GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 21 não têm nenhum reflexo em dinheiro no exercício – como, por exemplo, a depreciação - , mas nem por isso deixam de ser lançadas na Demonstração de Resultado. Por essa razão, a análise de uma empresa deve tomar tanto a Demonstração de Resultado – que evidencia o lucro ou prejuízo – como uma entre duas demonstrações de natureza financeira possíveis: Demonstração do Fluxo de Caixa ou Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos. Outro aspecto importante a ser destacado em relação aos aspectos econômico e financeiro diz respeito aos regimes utilizados na contabilidade, denominados “de competência” e “de caixa”. Como regra geral, o regime de competência é obrigatório nas empresas, o que significa afirmar que os fatos contábeis (qualquer transação que afete o conjunto de bens e direitos de uma entidade) devem ser registrados à medida em que ocorrem, independentemente de implicar em entrada ou saída de dinheiro. Ou seja, são registradas as operações à vista e a prazo. No regime de caixa, são lançadas na contabilidade apenas os fatos que geram alteração no disponível, ou seja, unicamente as operações à vista. AJUSTES De posse das Demonstrações Financeiras e informações complementares, recomenda-se que sejam procedidos ajustes com vistas a padronizar os demonstrativos para análise, entre os quais destacam-se os seguintes: Duplicatas Descontadas - retirar do Ativo Circulante e alocar no Passivo Circulante. O Desconto de Duplicatas é um empréstimo para capital de giro. A reclassificação possibilita analisar mais adequadamente as fontes de recursos que a empresa vem utilizando. Empréstimos a Interligadas - quando aparecerem no Ativo Circulante deverão ser reclassificados para Realizável a Longo Prazo. Esses valores até podem retomar à empresa no curto prazo. No entanto, como os devedores exercem influência decisiva sobre a credora, normalmente esses empréstimos não têm data para serem liquidados. Aliás, a própria Lei 6.404/76 determina que os negócios realizados com partes relacionadas (empresas interligadas, diretores, sócios etc.), quando não fazem parte das atividades normais da empresa, devem ser classificados no Longo Prazo. GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 22 Empréstimos de Diretores e/ou Interligadas - quando aparecer no Passivo Exigível a Longo Prazo, deverá ser reclassificada para o Passivo Circulante. Este caso é o oposto do anterior. Valores que a empresa toma das pessoas ou empresas ligadas, a título de empréstimo, podem ser exigidos a qualquer momento. Por isso, conservadoramente, usa-se lançá-los no Passivo Circulante. Deduções do Patrimônio Líquido - são as contrapartidas dos valores deduzidos do Ativo por representarem valores não realizáveis ou de realização duvidosa. Obs.: A cada valor consignado em Deduções do PL, corresponde a exclusão de parcela equivalente no Ativo. Principais deduções do PL: • Bens Obsoletos: bens que ainda constam na contabilidade da empresa mas não possuem valor de venda ou condições de utilização; • Débitos de Diretores, Cotistas e Solidários: normalmente esses valores constituem retiradas feitas pelos sócios, não contabilizadas como despesa; • Débitos de empresa do mesmo grupo econômico, quando a situação assim o recomendar. Não se incluem neste item os débitos por fornecimento de mercadorias ou serviços (atividade normal da empresa). A dedução somente deve ser feita quando os débitos forem considerados de realização duvidosa; • Depósitos Judiciais: valores depositados em juízo enquanto a empresa discute uma dívida fiscal, trabalhista ou outras; • Excesso na reavaliação de bens do imobilizado: quando for identificado que a empresa reavaliou seus bens em níveis superiores ao seu real valor de mercado; • Provisão para Devedores Duvidosos (no caso de inexistência ou se insuficiente): esse valor representa a estimativa de créditos vencíveis no exercício seguinte que não serão recebidos. • Outros Valores de difícil realização ou incobráveis: outros valores registrados no Balanço que efetivamente não representem bens ou direitos realizáveis (ex.: cheques sem fundos, duplicatas incobráveis, estoques invendáveis). GESTÃO ADMINISTRATIVATÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 23 RECLASSIFICAÇÃO DO BALANÇO Além dos ajustes anteriores, as contas do Ativo e Passivo Circulantes são classificadas em dois grupos: Financeiro e Cíclico. O Ativo Circulante Financeiro engloba as contas que representam dinheiro e aplicações financeiras em títulos e em ouro. O Passivo Circulante Financeiro engloba as contas representativas de dívidas a curto prazo que não fazem parte das atividades diárias da empresa. Normalmente estão sujeitas a juros (empréstimos bancários, duplicatas descontadas, impostos renegociados, imposto de renda a recolher etc.). O Ativo Circulante Cíclico compreende as aplicações de recursos em contas que estejam relacionadas com a atividade de compra, transformação e venda. Está relacionado com o ciclo operacional da empresa (clientes/duplicatas a receber, estoques, adiantamento a fornecedores etc.). O Passivo Circulante Cíclico compreende as contas que identificam os financiadores normais da atividade da empresa, constituindo fontes espontâneas de recursos (fornecedores, salários e encargos a pagar, impostos sobre vendas a recolher etc.). BALANÇO TRADICIONAL BALANÇO RECLASSIFICADO PC ACF Caixa, Bancos, AplicFinanceiras PCF AC PELP ACC Estoques, Clientes, Adiantamentos PCC Fornecedores, Impostos s/Vendas a Recolher Salários a Pagar PELP ARLP REF ARLP REF AP PL AP PL GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 24 AC= ARL= AP= PC= PELP= REF= PL= Ativo Circulante Ativo Realizável a Longo Prazo Ativo Permanente Passivo Circulante Passivo Exigível a Longo Prazo Resultado de Exercícios Futuros Patrimônio Líquido ACF= ACC = ARLP= PCF = PCC = REF= PL = Ativo Circulante Financeiro Ativo Circulante Cíclico Ativo Realizável a Longo Prazo Passivo Circulante Financeiro Passivo Circulante Cíclico Resultado de Exercícios Futuros Patrimônio Liquido 5. Análises Vertical e Horizontal Análise Vertical Trata-se de metodologia de análise que mostra a participação percentual de cada um dos itens das demonstrações financeiras em relação ao somatório de seu grupo. Com esse instrumento podemos visualizar de modo objetivo e direto a representatividade de cada componente das demonstrações, identificando aqueles que mais contribuem para a formação do conjunto objeto da análise. A análise vertical é de grande importância, principalmente quando aplicada à Demonstração de Resultado do Exercício, porque possibilita detectar a composição percentual das receitas e despesas, evidenciando aquelas que mais influenciaram na formação do lucro ou prejuízo. Empresa Exemplo S.A. Balanço Patrimonial ( $ mil ) 19 X 1 % ATIVO 9.600 100,00 Ativo Circulante 5.000 52,08 Caixa e Bancos 500 5,21 Clientes 3.500 36,46 Estoque 1.000 10,42 Ativo Realizável a Longo Prazo 1.600 16,67 Cliente Longo Prazo 1.600 16,67 Ativo permanente 3.000 31,25 GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 25 Imobilizado 3.000 31,25 PASSIVO 9.600 100,00 Passivo Circulante 2.000 20,83 Empréstimos 500 5,21 Fornecedores 1.000 10,42 Salários a Pagar 300 3,13 Impostos a Recolher 200 2,08 Passivo Exigível a Longo Prazo 3.500 36,46 Financiamentos 3.500 36,46 Patrimônio Líquido 4.100 42,71 Capital Social 3.000 31,25 Reservas 1.100 11,46 Demonstração do Resultado do Exercício ( $ mil ) % Receita Operacional Bruta 16.200 100,00 ( - ) Impostos sobre Faturamento 3.100 -19,14 ( = ) Receita Operacional Líquida 13.100 80,86 ( - ) Custo das Mercadorias Vendidas 5.700 -35,19 ( = ) Lucro Operacional Bruto 7.400 45,68 ( - ) Despesas Comerciais 2.100 -12,96 ( - ) Despesas Administrativas 1.100 -6,79 ( - ) Despesas Gerais 600 -3,70 ( - - ) Outras REC./Desp Operacionais +250 1,54 ( - ) Despesas Financeiras 1.450 -8,95 ( + ) Receitas Financeiras 50 0,31 ( +/- ) Resultado da Correção Monetária -220 -1,36 ( = ) Lucro Operacional Líquido 2.230 13,77 ( +/- ) REC. / Desp. Não Operacionais -280 -1,73 ( = ) Lucro Antes do IR 1.950 12,04 ( - ) Provisão IR e Contribuição Social 690 4,26 ( = ) Lucro Líquido do Exercício 1.260 7,78 No Balanço, verificamos o percentual que representa cada conta, ou grupo de contas, em relação ao Ativo ou Passivo total. Da mesma forma, na DRE faz-se a comparação de cada conta de custo, despesa ou subtotal com a Receita Operacional Bruta. GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 26 Assim, podemos avaliar a relevância de cada conta ou grupo em relação aos valores totais da empresa. Com base nos demonstrativos da empresa Exemplo S.A. podemos responder às seguintes questões, entre outras: • quais as contas mais significativas do Ativo? Clientes (36,46%) e Imobilizado (31,25%); • quais as contas mais significativas do Passivo? Financiamentos L.P. (36,46%), Capital Social (31,25%); • qual o percentual de custo embutido no faturamento da empresa? 35,19%; • quanto representam as despesas administrativas no faturamento da empresa? 6,79%. Análise Horizontal A análise horizontal é efetuada tomando-se por base dois ou mais exercícios financeiros - todos expressos em moeda constante e em valores monetários da mesma data - com a finalidade de observar a evolução ou involução dos seus componentes. Cumpre ressaltar que é na análise horizontal que podemos observar o comportamento dos diversos itens do patrimônio e, principalmente, dos índices, permitindo a análise de tendência. EMPRESA EXEMPLO S.A. BALANÇO PATRIMONIAL 19 X 1 % 19 X 2 % 19 X 3 % ATIVO 9.600 100 10.100 105 11.300 118 Ativo Circulante 5.000 100 4.200 84 4.500 90 Caixa e Bancos 500 100 700 140 400 80 Clientes 3.500 100 1.500 43 2.600 74 Estoques 1.000 100 2.000 200 1.500 150 Ativo Realizável a Longo Prazo 1.600 100 800 50 400 25 Clientes Longo Prazo 1.600 100 800 50 400 25 Ativo Permanente 3.000 100 5.100 170 6.400 213 Imobilizado 3.000 100 5.100 170 6.400 213 GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 27 PASSIVO 9.600 100 10.100 105 11.300 117 Passivo Circulante 2.000 100 1.800 90 2.000 100 Empréstimos 500 100 600 120 400 80 Fornecedores 1.000 100 700 70 1.100 110 Salários a Pagar 300 100 300 100 400 133 Impostos a Recolher 200 100 200 100 100 50 Passivo Exigível a Longo Prazo 3.500 100 2.900 -83 2.100 60 Financiamentos 3.500 100 2.900 83 2.100 60 Patrimônio Líquido 4.100 100 5.400 132 7.200 175 DRE ( $ mil ) 19 x 1 % 19 x 2 % 19 x 3 % Receita Operac. Bruta 16.200 100 18.300 112 26.400 163 ( - ) Imposto sobre Faturamento 3.100 100 3.500 112 5.200 168 ( = ) Receita Operacional Líquida 13.100 100 14.800 112 21.200 162 ( - ) Custo Mercadorias Vendidas 5.700 100 6.100 107 7.800 137 ( = ) Lucro Operacional Bruto 7.400 100 8.700 117 13.400 181 ( - ) Despesas Comerciais 2.100 100 2.600 123 3.960 189 ( - ) Despesas Administrativas 1.100 100 1.100 100 1.200 109 ( - ) Despesas Gerais 600 100 700 116 800 114 ( + ) Outras Receita Operacionais 250 100 50 20 200 80 ( - ) Despesas Financeiras 1.450 100 1.150 79 1.100 76 ( + ) Receitas Financeiras 50 100 80 160 70 140 ( +/- ) Resultado da Correção Monetária (220) 100 (140) 63 (80) 36 ( = ) Lucro Operacional Líquido 2.230 100 3.140 140 6.530 293 ( +/- ) REC. / Desp. Não Operacionais (280) 100 100 -35 (1.200) 429 GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br28 ( = ) Lucro Antes do IR 1.950 100 3.240 166 5.330 273 ( - ) Provisão para IR e Contribuição Social 690 100 1.130 163 1.860 270 ( = ) Lucro Líquido do Exercício 1.260 100 2.100 167 3.470 275 Com os demonstrativos estruturados da forma acima, podemos fazer diversas análises comparativas, tanto da variação dos valores de cada conta ou grupo de contas ao longo dos exercícios, quanto da variação dos índices apresentados pela empresa nos períodos analisados. A análise horizontal dos índices possui a grande vantagem de dispensar a preocupação do analista quanto aos patamares de inflação no período considerado, uma vez que os índices são resultados de comparações de grandezas de uma mesma data. 6. Indicadores Econômico-Financeiros Para o exame da situação econômico-financeira de uma empresa, com vista à avaliação da sua capacidade, em termos de SEGURANÇA, LIQUIDEZ e RENTABILIDADE, o analista deve valer-se de Demonstrativos Financeiros de pelo menos três exercícios sucessivos, e deles extrair os diversos indicadores que lhe forneçam as informações desejadas. O objetivo da análise definirá não só o tipo de INDICADORES a serem utilizados, mas também a postura do analista. Ao proprietário da empresa importa, fundamentalmente, detectar problemas e pontos fortes existentes para, a partir daí, traçar estratégia no sentido de corrigir as falhas ou aproveitar as oportunidades. Já ao analista externo interessa saber da viabilidade ou não da aplicação de recursos na empresa. A ótica do analista, pois, é que determinará os caminhos a serem trilhados. Num empréstimo de capital de giro de curto prazo, por exemplo, o gerente de um banco - interessado basicamente no retomo seguro dos capitais emprestados - privilegiará os aspectos de LIQUIDEZ e SEGURANÇA. Já em se tratando de empréstimo de longo prazo, o gerente dará, também, ênfase à capacidade de geração de lucro e à eficiência operacional da empresa, ou seja, ao enfoque da RENTABILIDADE. GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 29 O principal instrumento utilizado para a análise da situação econômico-financeira de uma empresa é o índice, ou seja, o resultado da comparação entre grandezas. Os índices estabelecem a relação entre contas ou grupo de contas dos Demonstrativos Financeiros, visando evidenciar determinado aspecto da situação econômico-financeira de uma empresa. Os índices, portanto, servem como termômetro na avaliação da saúde financeira da empresa. Para melhor compreensão da influência de cada indicador na análise, faremos seu estudo em cinco grupos. • Índices de Estrutura avaliam a segurança oferecida pela empresa aos capitais alheios e revelam sua política de obtenção de recursos, bem como sua alocação nos diversos itens do Ativo; • Índices de Liquidez medem a posição financeira da empresa, em termos de capacidade de pagamento; • Índices de Rentabilidade avaliam o desempenho global da empresa, em termos de capacidade de gerar lucros; • Indicadores de Prazos Médios revelam a política de compra, estocagem e venda da empresa; • Necessidade de Capital de Giro (NCG) mostra a carência ou não de capital de giro da empresa. Apresentamos a seguir um exemplo de Balanço e DRE, cujos dados servirão de base para o estudo dos índices econômico- financeiros, já reclassificados em conformidade com o descrito anteriormente: Empresa: EXEMPLO S.A. BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO 9600 PASSIVO 9600 Ativo Circulante 5000 Passivo Circulante 2000 Financeiro 500 Financeiro 500 Caixa e Bancos 500 Empréstimos 500 Cíclico 4500 Cíclico 1500 Clientes 3500 Fornecedores 1000 GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 30 Estoques 1000 Salários a Pagar 300 Impostos a Recolher 200 Realizável a Longo Prazo 1600 Passivo Exigível a Longo Prazo 3500 Clientes a Longo Prazo 1600 Financiamentos 3500 Ativo Permanente 3000 Patrimônio Líquido 4100 Imobilizado 3000 Capital 3000 Reservas 1100 Empresa: EXEMPLO S.A. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Receita Operacional Bruta (ROB) 16.200 Impostos sobre Faturamento (3.100) Receita Operacional Líquida (ROL) 13.100 Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) (5.700) Lucro Operacional Bruto (LOB) 7.400 Despesas Comerciais (2.100) Despesas Administrativas (1.100) Despesas Gerais (600) Outras Receitas Operacionais 250 Despesas Financeiras (1.450) Receitas Financeiras 50 Resultado da Correção Monetária (220) Lucro Operacional Líquido (LOL) 2.230 Receitas/Despesas não Operacionais (280) Lucro Antes do Imposto de Renda (LAIR) 1.950 Provisão para IR e Contribuição Social 690 Lucro Líquido do Exercício (LL) 1.260 Montante de Compras: $ 5.300 6. Índices de Liquidez GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 31 Os índices de Liquidez são medidas de avaliação da capacidade financeira da empresa em satisfazer os compromissos para com terceiros. Evidenciam quanto a empresa dispõe de bens e direitos em relação às obrigações assumidas no mesmo período. Entre os índices de Liquidez mais conhecidos estão a Liquidez Corrente, a Liquidez Seca e a Liquidez Geral. Cada um fornece informações diferentes sobre a situação da empresa. De maneira geral, define-se que QUANTO MAIOR a liquidez, MELHOR será a situação financeira da empresa. Devemos ter em mente, no entanto, que um alto índice de liquidez não representa, necessariamente, boa saúde financeira. O cumprimento das obrigações nas datas previstas depende de uma adequada administração dos prazos de recebimento e de pagamento. Assim, uma empresa que possui altos índices de liquidez, mas mantém mercadorias estocadas por períodos elevados, recebe com atraso suas vendas a prazo ou mantém duplicatas incobráveis na conta Clientes poderá ter problemas de liquidez, ou seja, poderá ter dificuldades para honrar seus compromissos nos vencimentos. Liquidez Instantânea ACDISPON PC Liquidez Corrente AC PC A liquidez corrente é um dos índices mais conhecidos e utilizados na análise de balanços. Indica quanto a empresa PODERÁ dispor em recursos de curto prazo (disponibilidades, clientes, estoques etc.) para pagar suas dívidas circulantes (fornecedores, empréstimos e financiamentos de curto prazo, contas a pagar etc.). A Exemplo S.A. apresenta uma liquidez corrente de 2,5 ($ 5.000 / $2.000). Isto é, a empresa poderá dispor de $ 2,50 de AC GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 32 (bens e direitos de curto prazo) para cada $ 1,00 de PC (obrigações de curto prazo). Liquidez Seca AC – Estoques PC Este índice é uma medida mais rigorosa para avaliação da liquidez da empresa. Indica o quanto PODERÁ dispor de recursos circulantes, sem vender seus estoques, para fazer frente a suas obrigações de curto prazo. A Exemplo S.A. apresenta uma liquidez seca de 2($ 4.000 / $2.000). Mesmo sem vender seus estoques, ela poderá dispor de $2,00 para cada $l,00 de obrigação de curto prazo. Assim, não depende da venda de estoques para liquidar seus compromissos. Se a liquidez seca for igual ou maior que 1, pode-se dizer que a empresa não depende da venda de estoques para saldar seus compromissos de curto prazo. Por outro lado, quanto mais abaixo da unidade, maior será a dependência de vendas para honrar suas dívidas. Existem autores que propõem outras fórmulas para o cálculo da liquidez seca. Uns recomendam comparar somente disponibilidades e clientes com as obrigações de curto prazo. Outros usam excluir, além dos estoques, todas as contas que não representamentrada efetiva de recursos na empresa (despesas antecipadas, impostos a compensar, adiantamentos a funcionários, entre outros). Qalquer que seja a fórmula utilizada, o importante é que o analista tenha consciência dos valores envolvidos e da relação expressa pelo índice. Liquidez Geral AC + ARLP PC + PELP A LG é uma medida da capacidade de pagamento de todo o passivo exigível da empresa. O índice indica o quanto a empresa GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 33 PODERÁ dispor de recursos circulantes e de longo prazo para honrar todos os seus compromissos. A Exemplo S.A. apresenta uma Liquidez Geral de 1,2 [ ($5.000 + $ 1600) / ($2.000 + $3.500)], ou seja, para cada $l,00 de dívidas totais a empresa poderá dispor de $ 1,20 de recursos de curto e longo prazo. Índices de Estrutura Patrimonial Os índices de estrutura patrimonial avaliam a SEGURANÇA que a empresa oferece aos capitais alheios e revelam sua política de obtenção de recursos e de alocação dos mesmos nos diversos itens do Ativo. O Ativo de uma empresa é financiado pelos capitais próprios (PL) e por capitais de terceiros (obrigações). Quanto maior for a participação de capitais de terceiros nos negócios de uma empresa, maior será o risco a que eles (terceiros) estão expostos. Na análise de clientes do Banco são utilizados os seguintes índices: Relação entre as Fontes de Recursos RFR Endividamento Geral EG Composição das Exigibilidade CE Imobilização do Patrimônio Liquido IPL Passivo Oneroso sobre Ativo Total POSA Todos os índices acima são interpretados como: QUANTO MAIOR, PIOR. Relações entre as Fontes de Recursos (RFR) PC + PELP + REF X 100 PL GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 34 Esse índice estabelece a relação percentual entre os recursos de terceiros (PC + PELP + REF) e os recursos próprios (PL) aplicados na empresa. Quando esse índice for igual a 100%, estará indicando que os capitais de terceiros são iguais aos capitais próprios; se o resultado for maior que 100%, indicará a predominância de capitais de terceiros e, quando o índice for menor que 100%, mostrará que os capitais próprios superam as obrigações com terceiros. Assim, pode-se concluir que, quanto MENOR for a RFR, mais capitalizada e, consequentemente, mais tranqüila é a situação da empresa. A análise desse indicador por diversos exercícios mostra a política de obtenção de recursos da empresa: está mantendo uma maior dependência de capitais de terceiros ou está utilizando predominantemente capitais próprios? A Exemplo S.A. apresenta uma RFR de 134% [ ($2.000 + $3.500) / $4100 x 100 ], ou seja, há predominância de capitais de terceiros na empresa. Para cada $100 de capital próprio (PL), a empresa possui $134 de capitais de terceiros. Endividamento Geral (EG) PC + PELP X 100 ATIVO Este índice revela o grau de endividamento total da empresa. Expressa a proporção de recursos de terceiros financiando o Ativo e, complementarmente, a fração do Ativo que está sendo financiada pelos recursos próprios. O Resultado de Exercícios Futuros não representa exigibilidade na definição legal. Para o setor imobiliário, entretanto, por força da legislação fiscal, essa rubrica abriga valores expressivos, podendo encobrir parte significativa do endividamento da empresa. GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 35 Recomenda-se, para esses casos, reclassificação da rubrica para o passivo exigível a longo prazo. A análise desse indicador por diversos exercícios mostra a política obtenção de recursos da empresa. Isto é, se a empresa vem financiando o seu Ativo predominantemente com recursos próprios ou de terceiros e em que proporção. O endividamento de uma empresa pode apresentar as seguintes situações: ATIVO PC PELP PL ATIVO PC PELP PL ATIVO PC PELP PL EG < 50% O endividamento é Menor que o PL. Há predominância de Capitais próprios Investidos na empresa EG = 50% O ativo é financiado em Igual proporção por Recursos de terceiros e Próprios. O PL é igual às Exigibilidades. EG > 50% Há predominância de Capitais de terceiros Investidos na empresa. GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 36 ATIVO PASSIVO ATIVO PL negativo PASSIVO EG = 100% A empresa não tem PL. Todo o Ativo é financiado por recursos de terceiros EG > 100% Passivo a descoberto. Insolvente. As obrigações perante terceiros superam o total de Ativo. Quanto menor for o endividamento, menor o risco que a empresa estará oferecendo aos capitais de terceiros. Entretanto, deve-se considerar que determinadas empresas convivem muito bem com endividamento relativamente elevado, principalmente quando o endividamento tiver um perfil de longo prazo, ou quando o Passivo de Curto Prazo não for oneroso, mas fruto de uma adequada administração de prazos de fornecedores. A Exemplo S.A. apresenta um EG de 57,29% [($2.000 + $3.500) / $9.600 x 100]. De onde se pode concluir: • A empresa deve, a curto e/ou longo prazo, o correspondente a 57,29% de seu Ativo; • Há predominância de capitais de terceiros na empresa; • Dos recursos investidos no Ativo, 57,29% provêm de terceiros (fornecedores, bancos etc.) e o restante (42,71%) são recursos próprios (Patrimônio Liquido). A análise da adequação deste índice para a empresa dependerá, entre outros aspectos, de comparações com os índices apresentados por outras empresas de mesmo setor econômico, da tendência demonstrada na análise de diversos exercícios, da composição do endividamento (curto ou longo prazo) e, ainda, do custo financeiro dessas dívidas. GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 37 Composição das Exigibilidades (CE) PC X 100 PC + PELP O índice de CE é uma medida da qualidade do passivo da empresa, em termos de prazos. Compara o montante de dívidas no curto prazo com o endividamento total. Admite-se que, quanto mais curto o vencimento das parcelas exigíveis, maior será o risco oferecido pela empresa. De outra forma, empresas com endividamento concentrado no longo prazo, principalmente decorrente de investimentos efetuados, oferecem uma situação mais tranqüila no curto prazo. A Exemplo S.A. apresenta uma CE = 36,36% [$2.000 / ($2.000 + $3.500) x 100]. Ou seja, 36,36% do endividamento da empresa concentra-se no curto prazo. Ou, ainda, de cada $l00 de dívidas totais, $ 36 estão no Passivo Circulante. Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL) AP X 100 PL O índice exprime o quanto do Ativo Permanente da empresa é financiado pelo seu Patrimônio Líquido, evidenciando, dessa forma, a maior ou menor dependência de aporte de recursos de terceiros para manutenção de seus negócios. A correta administração dos recursos de uma empresa pressupõe um adequado "casamento" dos prazos das aplicações dos recursos com os prazos das fontes. Assim, convencionou-se dizer que o Ativo Permanente é financiado pelo Patrimônio Líquido (pois são recursos próprios que, também estão "permanentes" na empresa) ou por financiamentos de Longo Prazo. Em princípio, o ideal é que as empresas imobilizem a menor parte possível de seus recursos próprios.Assim, não ficarão na GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 38 dependência de capitais alheios para a movimentação normal de seus negócios. O analista deve atentar para os casos em que a empresa possui financiamentos de longo prazo para novos investimentos, como, por exemplo, expansão, relocalização ou modernização de seu parque. Nesses casos, o índice IPL poderá apresentar-se em níveis muito elevados. A política de obtenção de fontes de longo prazo, porém, revela decisão administrativa correta dos empresários. Tal fato deverá merecer comentários do analista para melhor subsidiar decisão de crédito. A Exemplo S.A. apresenta uma IPL de 73,17% [ $3.000 / $4.100 x 100]. Isto indica que a empresa está imobilizando 73,17% de seu Patrimônio Líquido. Sobram, portanto, 26,83% de recursos próprios para aplicação no Ativo Circulante/Longo Prazo da empresa. Admitindo-se que o índice de 73,17% seja elevado para esse tipo de empresa, deve-se observar, então, se os Financiamentos de Longo Prazo ($ 3.500) estão financiando o Permanente a um custo compatível com sua capacidade de gerar lucros. Passivo Oneroso sobre Ativo (POSA) PCF + PELP X 100 ATIVO Este índice mostra a participação das fontes onerosas de capital no financiamento dos investimentos totais da empresa, revelando sua dependência a instituições financeiras. Estamos supondo que todo exigível a longo prazo seja oneroso. Caso contrário, deverá ser feita a exclusão da parcela não-onerosa. Deve-se observar que, quanto maior for esse índice, maiores serão as despesas financeiras incorridas, influenciando o resultado do exercício. Exemplo S.A. apresentou um POSA de 41,66% [($500 + $3.500) / $9.600 x 100]. Isto representa que 41,66% do Ativo está sendo por recursos onerosos de terceiros. A principio, é um índice bastante elevado. Entretanto, deve-se ponderar o custo financeiro incidente sobre os $3.500 de financiamentos a longo prazo, bem como sua finalidade. É oportuno lembrar, também, que o analista sempre deve tomar um padrão como referência para análise. Esses GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 39 padrões são divulgados periodicamente através dos normativos das Instituições Financeiras. Índices de Rentabilidade A partir desse momento, passaremos a utilizar, para a nossa análise, não somente o Balanço Patrimonial, mas também a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE). Os índices de rentabilidade têm por objetivo avaliar o desempenho final da empresa. A rentabilidade é o reflexo das políticas e das decisões adotadas pelos seus administradores, expressando objetivamente o nível de eficiência e o grau do êxito econômico-financeiro atingido. Todos os índices de Rentabilidade devem ser considerados: QUANTO MAIOR, MELHOR. Os principais índices de rentabilidade utilizados são: Rentabilidade do Patrimônio Líquido RPL Margem Operacional de Lucro MOL Margem Liquida de Lucro ML Rotação do Ativo RA Rentabilidade dos investimentos RI Rentabilidade do Patrimônio Líquido (RPL) Lucro Líquido X 100 Patrimônio Líquido A RPL mede a remuneração dos capitais próprios investidos na empresa, ou seja, quanto foi acrescentado em determinado período ao patrimônio dos sócios. Do ponto de vista de quem investe numa empresa, este deve ser o índice mais importante. A RPL permite, além de avaliar a remuneração do capital próprio, analisar se esse rendimento é compatível com outras alternativas de aplicação. Um investidor, por exemplo, avaliando a GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 40 RPL, poderá optar por uma aplicação no mercado financeiro em vez de aplicar numa empresa que está oferecendo baixa rentabilidade. Sempre que houver dados de dois demonstrativos consecutivos, deve-se utilizar a média do Patrimônio Líquido para comparar com o Lucro Líquido, de forma a melhor traduzir a rentabilidade do período, tendo em vista que o PL pode sofrer alterações durante o exercício, tais como: aumento de capital, distribuição de dividendos, saída de sócios etc. A empresa Exemplo S.A. apresentou uma RPL de 30,73% [($1.260/ $4.100) x 100]. Isto significa que os sócios obtiveram uma remuneração de 30,73%, no período, sobre o capital investido na empresa. Margem Operacional de Lucro (MOL) Lucro Operacional Líquido X 100 Receita Operacional Líquida A MOL é uma medida de lucratividade das vendas (lucro sobre as vendas). Esta no entanto, avalia o ganho operacional da empresa (resultado antes das receitas e despesas não operacionais) em relação a seu faturamento. A MOL representa a capacidade da empresa em gerar resultado com suas vendas. A Exemplo S.A. apresenta uma MOL de 17,02% [($2.230 / $l3.100) x 100]. Ou seja, a empresa obteve 17,02% de lucro operacional sobre seu faturamento. Margem Líquida de Lucro (ML) Lucro Líquido X 100 Receita Operacional Líquida A exemplo do índice anterior, margem líquida (ML) é uma medida da lucratividade obtida pela empresa. Este índice reflete o ganho líquido da empresa em cada unidade de venda. GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 41 A Exemplo S.A. apresentou uma ML de 9,62% [ ($l.260 / $l3.100) x 100]. Ou seja, a margem liquida sobre as vendas eqüivale a 9,62%. Rotação do Ativo (RA) Receita Operacional Líquida Ativo Total Embora não seja um índice essencialmente de rentabilidade, o estudo da rotação ou "giro" do Ativo constitui-se num aspecto importante para o entendimento da rentabilidade do investimento. Este índice indica quantas vezes girou, durante o período, o Ativo Total da empresa. Em outras palavras, comparando o faturamento do período com o investimento total, indica quantas vezes a empresa conseguiu "vender o seu Ativo". Sempre que houver dados de dois demonstrativos consecutivos deve-se utilizar a média do Ativo Total para comparar com as Vendas (ROL). A Exemplo S.A. apresentou uma RA de 1,36 ( $13.100 / $9.600 ). Ou seja, a empresa vendeu durante o período o equivalente a 1,36 vezes o valor de seu Ativo. Rentabilidade dos Investimentos (RI) Lucro Operacional Líquido X 100 Ativo Total Também conhecida como Taxa de Retorno dos Investimentos (TRI ) ou Poder de Ganho da Empresa (PGE). Esse índice reflete o quanto a empresa está obtendo de resultado em relação aos seus investimentos totais. A rentabilidade dos Investimentos pode ser estudada de diferentes formas. Aqui optamos por utilizar a fórmula acima por entendermos o que melhor representa o poder de ganho da empresa GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 42 aos vários exercícios, já que não inclui as receitas/despesas não operacionais (que são eventuais). Sempre que houver dados de dois demonstrativos consecutivos, deve-se utilizar o Ativo Total médio para comparar com o Lucro Operacional. Exemplo S.A. apresentou uma RI de 23,23% [($2.230 / $9.600] x 100] ou seja, o Lucro Operacional do exercício representa 23,23% do total da empresa. Deve ser obtida, também, pela conjugação da MOL (Margem Operacional de Lucro) e da RA (Rotação do Ativo) que podem causar, separadamenteou em conjunto, variações na rentabilidade. Conjugando os dois indicadores, teremos: MOL X RA = RI 17,02 % X 1,36 = 23,15% Indicadores de Prazos Médios Os indicadores de Prazos Médios, também conhecidos como índices de atividade, indicam a dinâmica de algumas verbas do patrimônio, isto é, quantos dias elas levam para girar durante o exercício (Rotação). Não devem ser analisados individualmente, mas sempre em conjunto. A análise dos Prazos Médios constitui importante instrumento para se conhecer a política de compra e venda adotada pela empresa. A partir dela pode-se constatar a eficiência com que os recursos estão sendo administrados (Duplicatas a Receber, Estoques e Fornecedores). Todos os indicadores de prazos médios pressupõem que os valores utilizados como numerador (estoques, clientes e fornecedores) não sofrem grandes alterações durante o exercício. Assim, por exemplo, se a conta estoques apresenta o valor de GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 43 $300,00 no Balanço, pressupõe-se que a empresa mantém um estoque médio desse valor durante o exercício. Os prazos médios comumente utilizados são: Prazo Médio de Compras PMC Prazo Médio de Estoques PME Prazo Médio de Recebimentos PMR Ciclo 0peracional CO Ciclo Financeiro CF Prazo Médio de Compras (PMC) Fornecedores X 360 Montante de Compras O PMC exprime o prazo que a empresa vem obtendo de seus fornecedores para pagamento das compras de matérias-primas e/ ou mercadorias. Assim, podemos dizer que Prazo Médio de Compras é o número de dias que decorre, em média, entre a compra e o respectivo pagamento. Quanto maior for o PMC melhor será a situação da empresa, pois estará financiando o seu giro com recursos não onerosos. Sempre que houver dados de dois demonstrativos consecutivos, deve-se utilizar a média da conta Fornecedores para comparar com montante de compras (MC). Caso não fornecido o montante de compras, este valor poderá ser estimado da seguinte forma : IMC = CPV + Estoque Final - Estoque inicial GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 44 A Exemplo S.A. apresenta um PMC de 68 dias [($1.000/$5.300) x 360] = 67,92, ou seja, em média, a empresa está pagando seus fornecedores com 68 dias de prazo. Prazo Médio de Estoques (PME) Estoques X 360 Custo dos Produtos Vendidos Exprime o número de dias, em média, em que os estoques são renovados (ou vendidos). Assim, Prazo Médio de Estoques é o número de dias que decorre, em média, entre a compra e a venda ou, também, o número de dias, em média, em que os estoques ficam parados na empresa. Considera-se ideal que os estoques girem o mais rápido possível. Sempre que houver dados de dois demonstrativos consecutivos deve-se utilizar a média da conta Estoques para comparar com o Custo dos Produtos Vendidos. A Exemplo S.A. apresenta um PME de 63 dias [$1.000 / $5.700 x 360 = 63,15]. Isto é, a empresa, em média, mantém a mercadoria em estoque por 63 dias até a venda. Prazo Médio de Recebimentos (PMR) Clientes X 360 Receita Operacional Bruta Exprime o prazo médio de recebimentos das vendas totais da empresa, indicando o tempo decorrido entre a venda de seus produtos e o efetivo ingresso de recursos. O ideal é que o recebimento das vendas se efetue no menor prazo possível. Sempre que houver dados de dois demonstrativos consecutivos, deve-se utilizar a média da conta Clientes para comparar com as Vendas (Receita Operacional Bruta - ROB). Deve-se ter em mente, também, que no valor de Clientes deverão estar contidos os créditos de curto e longo prazo. No caso da Receita Operacional Bruta, deverão ser descontados os valores referentes às Devoluções ocorridas no período. GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 45 A Exemplo S.A. apresenta um PMR de 113 dias [(($3.500 + 1600) / $16.200) x 360]= 113. Ou seja, a empresa vende para receber, em média, após 113 dias. Ciclo Operacional (CO) PME+PMR Indica o tempo decorrido entre o momento em que a empresa adquire as matérias-primas/mercadorias e o momento em que recebe o dinheiro relativo às vendas. Graficamente, assim pode ser representado: CICLO OPERACIONAL COMPRA VENDE RECEBE PME = 63 dias + PMR = 113dias = 176 dias 0 30 60 90 120 150 180 dias Ciclo Financeiro (CF) PME + PMR - PMC ou CO – PMC GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 46 É o tempo decorrido entre o instante do pagamento aos fornecedores pelas mercadorias adquiridas e o recebimento pelas vendas efetuadas. É o período em que a empresa necessita ou não de financiamento complementar do seu ciclo operacional. CICLO OPERACIONAL 176 DIAS Compra Vende Recebe PME = 63 d PMR = 113 d PMC = 68 d Ciclo Financeiro = 108 d Compra Paga A diferença entre Ciclo Operacional (PME + PMR) e o Prazo Médio de Compras (PMC) é o "Ciclo Financeiro" e corresponde ao período de tempo entre o pagamento ao fornecedor e o momento em que a empresa recebe do cliente o dinheiro das vendas. Para este período (Ciclo Financeiro), a empresa precisa conseguir financiamento complementar. Normalmente o Ciclo Financeiro é financiado: a) pelo capital próprio; b) por recursos de terceiros, onerosos. GESTÃO ADMINISTRATIVA TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 47 A boa gestão empresarial revela-se muito pela competência na administração dos prazos médios, expressos finalmente através do Ciclo Financeiro. Exemplo S.A. apresentou um CF de 108 dias [PME (63) + PMR 113 - PMC ( 68)]. Isto significa que a empresa paga seus fornecedores 68 dias após a compra e somente 108 dias após esse pagamento receberá o valor da venda a seus clientes. Para financiar seus clientes por 108 dias a empresa poderá, então, utilizar-se de recursos próprios ou recorrer a desconto de duplicatas ou outros empréstimos para capital de giro. Capital de Giro (CG) O capital de giro - ou capital em giro - de uma empresa corresponde aos valores aplicados em seu Ativo Circulante. A empresa compra mercadorias, estoca, vende e recebe. Repetindo esse ciclo permanentemente, ela mantém o giro dos negócios. Existem, no entanto, diversas utilizações para a terminologia do CDG, dependendo do autor e do conceito abordado. As Instituições Financeiras usam a expressão CDG para definir o Capital de Giro Líquido. Isto é, o Ativo Circulante (recursos aplicados no giro) deduzido do Passivo Circulante (fontes de recursos para o giro).
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