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LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE DIREITO BRASILEIRO

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LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE DIREITO BRASILEIRO
- LINDB- 
CONCEITO
LINDB significa LEI de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (antiga LICC - Lei de Introdução ao Código Civil.)
É considerada uma norma jurídica que visa regulamentar as demais normas, - CHAMA-SE LEX LEGUM – ou NORMA DE SOBREDIREITO pois regula suas próprias normas jurídicas, e especifica a sua aplicação e o seu entendimento no tempo e no espaço.
Embora seja anexa ao Código Civil, caracteriza-se por ser autônoma e aplica-se a todos os ramos do Direito, salvo se o referido tema tiver a sua aplicação própria vide lei específica.
Segundo Carlos Roberto Gonçalves:
"LINDB é um conjunto de normas sobre normas, visto que disciplina as próprias normas jurídicas, determinando o seu modo de aplicação e entendimento, no tempo e no espaço.”
NATUREZA GERAL DA LINDB
Natureza Jurídica - Lex Legum ou norma de sobre direito ou ainda norma de superdireito - a lei de introdução é ima norma jurídica que tem o objetivo de regular a aplicação da lei brasileira no tempo e no espaço. As demais leis têm o foco no fato social. A lei de introdução tem o foco na própria lei.
VIGÊNCIA DA NORMA E VACATIO LEGIS 
O art. 1º da Lei determina que em regra, a lei começa a vigorar em TODO PAÍS, 45 dias depois de oficialmente publicada. – Se o legislador NADA DISSER, ou seja, for omisso, o prazo é de 45 dias, mas pode expressamente determinar outro prazo. 
OBS: Uma lei se torna obrigatória a partir da VIGÊNCIA, de quando começa a vigorar, DEPOIS DO VACATIO LEGIS, e não da sua publicação. Porém, em alguns casos coincide o prazo de vigência com o de publicação, geralmente em situações onde a lei tem menor relevância, já passa a valer de sua publicação, em outras, quando se trata de normas mais complexas tem o período de vacatio legis para os destinatários “se acostumarem” com as normas.
VACATIO LEGIS
É o período entre a publicação da lei e o início de vigência. A lei se torna obrigatória com a vigência e não com a publicação. Com a publicação, a lei já existe, mas não tem força vinculante.
Como a lei já existe, poderá ser modificada no período de vacatio legis através de outra lei.
OBS:  Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo de vacatio legis começará a correr da nova publicação – SOMENTE PARA A PARTE RETIFICADA- se for retificada parcialmente, apenas a parte que foi modificada começa o novo período de vacatio legis, se for retificada totalmente, toda a lei modificada terá seu novo prazo de vacatio legis. 
Em regra, o prazo de Vacatio Legis é de 45 dias!
VIGÊNCIA DA LEI NO TERRITÓRIO NACIONAL 
	De acordo com art. 1º da LINDB, salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o Brasil quarenta e cinco (45) dias depois de oficialmente publicada e nos Estados Estrangeiros.
	ALTERAÇÃO DA NORMA NO PERÍODO DE VACATIO LEGIS 
Se antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo de vacatio legis da parte alterada começará a contar da nova publicação. 
REVOGAÇÃO DA LEI
· DERROGAÇÃO: Revogação PARCIAL da norma;
· AB- ROGAÇÃO: Revogação TOTAL da norma. 
PRAZO PARA A LEI ENTRAR EM VIGÊNCIA
Art. 8º § 1º: A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral.
A data da publicação é considerada o primeiro dia do prazo. Quando o prazo de vacatio for consumado, a vigência iniciará no dia seguinte à consumação.
INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS
A intepretação é o primeiro passo e o segundo passo é a aplicação.
Toda norma jurídica deve ser interpretada para ser corretamente aplicada.
No passado acreditava-se que a interpretação gramatical\literal era o meio mais adequado que poderia ser aplicado, atualmente não existe um meio considerado mais correto.
O ideal é que seja utilizado o meio ou meios que produzam o melhor resultado para o caso concreto.
INTERPRETAÇÃO DAS LEIS 
a. Gramatica/ Literal: Utiliza as regras da linguística, gramática, regras de pontuação, etc.; 
b. Lógica: Utiliza o raciocínio lógico - premissa maior/ premissa menor;
c. Lógica sistemática\sistemática: Nenhum dispositivo legal está isolado, logo deve-se observar as normas ao seu redor.
d. Histórica: Primeiro sentido é investigar os fatos sociais que antecederam a norma; segundo sentido é o estudo do processo legislativo (ver o projeto de lei, razões do veto, anais do Congresso).
e. Teleológica/ Sociológica: Busca o sentido e o alcance da norma nos fins sociais a que se ela dirige e nas exigências ao bem comum (art. 5º LINDB).
A interpretação das leis deve-se valer das técnicas de hermenêutica (ciência da interpretação de textos da lei, tem por objetivo o estudo e a sistematização dos processos a serem aplicados para fixar o sentido e o alcance das normas jurídicas e seu conhecimento adequado, adaptando-se à interpretação dos fatos sociais).
São espécies de interpretação das leis: 
1) Gramatical ou literal: Interpretar olhando os sentidos das palavras.
2) Lógica – modalidade de interpretação quanto aos meios, visando fixar o conteúdo da lei.
3) Sistemática – Coordenar a lei interpretada com todo o ordenamento.
4) Histórica – interpretar a lei vislumbrando os acontecimentos históricos na ocasião de sua elaboração.
5) Teleológica – qual era o fim da norma.
6) Analógica - Revelar o sentido da lei por meio de comparação.
INTEGRAÇÃO DAS LEIS 
O art. 4º da LINDB estabelece que quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
· Analogia = Consiste na aplicação de uma norma prevista para hipótese distinta, porém semelhante. Tem por fundamento o princípio da igualdade de fundamento (onde existe a mesma razão deve existir o mesmo direito);
· Costume = São práticas públicas, gerais e reiterados de determinados atos com a convicção de sua obrigatoriedade jurídica. A soma do elemento objetivo que é a conduta e o elemento subjetivo/psicológico é a convicção de sua obrigatoriedade/necessidade jurídica;
· Princípios Gerais do Direito = São regras universalmente aceitas, mas não necessariamente expressas, explicitas no ordenamento.
1) Neminem laerere – não causar dano a outro
2) Suum wique tribuere – dar a cada o que é seu 
3) Honeste vivere – viver honestamente
4) Princípio da boa-fé sempre se presume – Exemplo: fraude contra credores – aquisição onerosa
5) Princípio da continuidade: Regra geral: a lei tem vigência por prazo indeterminado; - Exceção: a lei terá prazo determinado (lei de vigência temporária). Nesses casos, a própria lei estabelecerá o prazo de vigência. No entanto, há determinados casos em que a lei será temporária sem que haja o estabelecimento do prazo de término, a exemplo das leis orçamentárias. Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
RETROATIVIDADE E IRRETROATIVIDADE 
A lei terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada (NÃO RETROAGE- IRRETROATIVIDADE)
· Ato Jurídico Perfeito: O ato já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou;
· Direito Adquirido: Os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem;
· Coisa Julgada: Ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.

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