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Prévia do material em texto

MISSÕES E 
EVANGELIZAÇÃO
Professor Me. Marcelo Aleixo Gonçalves 
Professor Me. Roney de Carvalho Luiz
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; GONÇALVES, Marcelo Aleixo; LUIZ, Roney de Carvalho.
 
 Missões e Evangelização. Marcelo Aleixo Gonçalves; Roney de 
Carvalho Luiz. 
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2016. Reimpresso em 2019.
 268 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Missões. 2. Evangelização. 3. EaD. I. Título.
 
ISBN 978-85-459-0542-4
CDD - 22 ed. 241
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Supervisão do Núcleo de Produção 
de Materiais
Nádila Toledo
Supervisão Operacional de Ensino
Luiz Arthur Sanglard
Coordenador de Conteúdo
Roney de Carvalho Luiz
Designer Educacional
Ana Claudia Salvadego
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Ilustração Capa
Bruno Pardinho
Editoração
Matheus Felipe Davi
Qualidade Textual
Yara Dias
Ilustração
Daphine Marcon
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos 
em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e 
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos 
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: 
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, 
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos 
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e 
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros 
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por 
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma 
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos 
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos 
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Pró-Reitor de 
Ensino de EAD
Diretoria de Graduação 
e Pós-graduação
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns 
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe 
de professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
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Professor Me. Roney de Carvalho Luiz
Graduando no curso de licenciatura em História. Possui mestrado em 
Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2012), contemplado 
com bolsa de estudos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de 
Nível Superior (Capes), e graduação em Teologia pelo Centro Universitário 
de Maringá (2006). Atualmente, é coordenador e professor do curso de 
bacharelado em teologia EaD - UniCesumar; professor convidado no curso 
de pós-graduação lato sensu em teologia bíblica na PUC-PR. É membro da 
Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica (ABIB). Atua, principalmente, na área 
de teologia bíblica.
Professor Me. Marcelo Aleixo Gonçalves
Pós-graduado em Gestalt Terapia Psicologia (2014). Graduado em Psicologia 
Bacharelado e Formação de Psicólogo (2014). Bacharel em Teologia pelo 
Centro Universitário de Maringá - Unicesumar (2013). Pós-graduado em 
História das Religiões – Universidade Estadual de Maringá - UEM (2007). 
Mestrado em Missiologia - FTSA Faculdade Teológica Sul Americana (2006). 
Licenciatura em Filosofia também pela UEM (2004). Graduação em Formação 
Teológico Pastoral - Seminário Evangélico Metodista de Teologia (2000). 
É professor no Centro de Ensino Superior de Maringá - Unicesumar. Tem 
experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia da Religião. Atuando, 
principalmente, nos seguintes temas: aproximações hermenêuticas, exegese 
bíblica, filosofia, teologia, o divino em Platão e mitologia/mito, História das 
Religiões, História de Israel, História da Igreja, Poder Pastoral em Foucault e 
aconselhamento pastoral.
Olá, caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a) para desbravar reflexões gerais diante de um 
tema tão oportuno, que visa favorecer sua instrumentalização e preparação para um 
melhor entendimento de mais um assunto muito relevante para o cristianismo: a Missão 
e a Evangelização.
É importante entender Missão como parte central da teologia cristã, pois tudo que se 
faz é em função da Missio Dei (missão de Deus), isso porque o Deus da Bíblia é o Deus 
missionário que trabalha e cumpre uma missão voltada para o resgate da aliança com 
a humanidade e toda Sua criação. Nosso intento nestas páginas é apresentar, de for-
ma panorâmica, alguns aspectos básicos em relação ao tema: Missão e Evangelização. 
Nosso pressuposto é Deus em Jesus Cristo como o centro/base/alicerce do Evangelho 
e o autor do chamado, vocare (vocação), para que cada cristão seja um missionário, ou 
seja, que impelido pelo Espírito Santo cada ser humano continue a apresentar a aliança 
de Deus em favor de Sua criação. A Graça de Deus é a origem, a possibilidade e a força 
dinamizadora da missão e da evangelização e parte do pressuposto que Deus em Cristo 
está no e com o outro antesque o(a) missionário(a), de forma abrangente, seja a ação 
servidora da Igreja. 
Queremos te capacitar a partir de fundamentos bíblicos, teológicos, pastorais e históri-
cos, a coordenar, com clareza e segurança, projetos contextualizados de ação missioná-
ria e evangelística e, assim, cooperar com a Missio Dei.
Apresentaremos a doutrina e a prática da Missão e da Evangelização, buscando conciliar 
teoria e prática atualizadas, trazendo para a vida da igreja um diálogo entre a teologia da 
encarnação e os desafios presentes da evangelização na sociedade contemporânea. Es-
peramos que você reflita sobre as razões bíblico-teológicas para que o desenvolvimento 
de seu ministério cristão possa ser relevante em contextos urbanos e transculturais.
Que Deus abençoe sua vida e seu chamado!
Professores Marcelo Aleixo e Roney de Carvalho
APRESENTAÇÃO
MISSÕES E EVANGELIZAÇÃO
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
MISSÃO CRISTÃ
15 Introdução
16 Missão Cristã – Conceitos E Termos 
31 O Que é Missão Cristã? 
40 Motivação na Missão Cristã 
49 Considerações Finais 
54 Referências 
56 Gabarito 
UNIDADE II
A HISTÓRIA DA MISSÃO CRISTÃ - PANORAMA GERAL
59 Introdução
60 A História da Missão Cristã: Por que essa Missão Tem História? 
71 O “Grande Século” das Missões Cristãs 
81 Missão Integral, Aspectos Gerais 
87 Missão Cristã na América Latina 
92 Considerações Finais 
97 Referências 
98 Gabarito 
SUMÁRIO
10
UNIDADE III
TEOLOGIA DA MISSÃO, ALGUNS ASPECTOS
101 Introdução
102 Teologia e Teologia da Missão 
113 O Deus Trino e a Missão 
116 O Espírito de Deus Atua na Missão Cristã 
123 Igreja e Missão: Qual o Papel da Igreja? 
138 Evangelização e Missão, ou Seja, a Missão de Evangelizar 
144 Considerações Finais 
149 Referências 
151 Gabarito 
UNIDADE IV
EVANGELIZAÇÃO CRISTÃ
155 Introdução
156 Evangelho, Evangelização e Evangelismo 
167 Os Fundamentos Bíblicos da Evangelização Cristã 
173 A Teologia da Evangelização Cristã 
175 Evangelização Cristã e a Graça de Deus 
183 Evangelização na Igreja Primitiva 
197 Considerações Finais 
202 Referências 
204 Gabarito 
SUMÁRIO
11
UNIDADE V
MÉTODOS DE EVANGELIZAÇÃO
207 Introdução
208 Métodos de Evangelização Cristã 
211 O Lugar Da Igreja Na Evangelização 
216 A Ação Estratégica da Igreja na Evangelização 
224 O Evangelista (Santidade de Vida) 
232 Conversão (Conceito e Implicações) 
260 Considerações Finais 
265 Referências 
267 Gabarito 
 
268 CONCLUSÃO 
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Professor Me. Marcelo Aleixo Gonçalves
Professor Me. Roney de Carvalho Luiz
MISSÃO CRISTÃ
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Analisar os conceitos e termos que envolvem o tema “Missão Cristã”
 ■ Conhecer definições que envolvem o tema “Missão”. 
 ■ Verificar alguns fundamentos bíblicos sobre a “Missão”.
 ■ Entender a motivação evangelística despertando os sentimentos de: 
gratidão, responsabilidade e de preocupação com os perdidos.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Missão cristã – conceitos e termos
 ■ O que é Missão Cristã?
 ■ Motivação na Missão Cristã
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a)! Nosso material está dividido em cinco unidades. Cada uma 
das três primeiras unidades busca oferecer de forma concentrada alguns temas 
muito importantes para nossa reflexão sobre a Missão Cristã. As outras duas uni-
dades restantes pensarão os pressupostos e os métodos da Evangelização Cristã.
Para uma compreensão básica do tema, é necessário fazer uma breve apre-
sentação de alguns termos muito utilizados na reflexão sobre Missão Cristã, 
embora aqui apresentados de forma informativa, no decorrer do material, apa-
recerão melhor explanados.
Nesta primeira unidade – Missão Cristã: conceitos e termos –, pedimos a 
sua atenção para as definições e explicações referentes a cada termo: Missão, 
Missiologia, Missio Dei, Missão Transcultural, Teologia da Missão, Grande 
Comissão, Missão Integral e Missão Urbana. Apresentamos de forma breve 
cada termo logo no início, porque entendemos que se pode correr o risco de 
serem mal entendidos ou confundidos durante as leituras que se seguirão. Neste 
primeiro momento, os termos aparecem de forma preliminar, porém, no decor-
rer da leitura das páginas seguintes, sofrerão uma explanação um pouco mais 
aprofundada, mesmo se tratando de um material de estudos de aspectos gerais 
do tema Missão Cristã.
O privilégio de ser representante de Deus e o desafio da responsabilidade 
de sê-lo de maneira adequada devem ter um peso crescente durante a vida do 
estudante de teologia, por isso, lembraremos de abordar o tema, ainda que de 
maneira pontual.
Queremos, com esse tópico, despertar a ideia da responsabilidade pessoal e 
de prestar contas a Deus, o Juiz Soberano, um estímulo importante, uma grande 
motivação, a cumprir, com excelência, o chamado ministerial. Ainda despertar 
a preocupação pelos não evangelizados e, também, a preocupação pelos já con-
vertidos. Trataremos de refletir sobre o objetivo da Missão Cristã e a motivação 
para a Missão.
Ótimos estudos!
Introdução
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MISSÃO CRISTÃ
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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MISSÃO CRISTÃ – CONCEITOS E TERMOS
Caro(a) aluno(a), para uma compreensão básica desse tema, é necessário fazer 
uma breve apresentação de alguns termos muito utilizados na reflexão sobre 
Missão Cristã, embora aqui apresentados de forma informativa, no decorrer do 
material, aparecerão melhor explanados.
O doutor John Stott (2010, p. 47) escreveu que “o ponto de vista mais antigo 
ou tradicional era o de igualar Missão e evangelismo, missionários e evangelis-
tas, missões a programas evangelísticos”. Além disso, esses termos, geralmente, 
são utilizados com os sentidos mais variados possíveis, algumas vezes gerando 
confusão entre os mesmos e uma compreensão não correta sobre o que de fato 
é a Missão.
Missão: derivado do latim missio, “envio”, mais especificamente da expres-
são latina missione, do verbo mittere, que significa: ação, tarefa, ordem, mandato, 
compromisso, incumbência, encargo ou obrigação de enviar. Cabe ressaltar o que 
um simples dicionário apresenta sobre esse termo: ato de enviar ou ser enviado, 
encargo, incumbência de um dever, compromisso, ordem. E o antônimo é, entre 
outros, ociosidade. Na língua grega, corresponde à palavra apostole, que, em por-
tuguês, é “apóstolo”, isto é, alguém enviado por ordem de outrem para realizar 
uma tarefa. É associada, exclusivamente, ao cristianismo, até mesmo no Léxico 
Missão Cristã – Conceitos E Termos
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17
das religiões, editado por Hans Waldenfels, o verbete missão, de Karl Müller SVD, 
trata, exclusivamente, da Missão Cristã.
Em resumo, como apresenta González (2008), a Missão é a atividade de Deus 
no mundo. Deus é o protagonista da Missão. Deus age no mundo pela Sua graça, 
para reconciliar o mundo consigo mesmo: 
18 Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por 
meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, 19 ou seja, que 
Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não levando 
em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da re-
conciliação. 20 Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus 
estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio. Por amor a Cristo 
lhes suplicamos: Reconciliem-se com Deus. (II Coríntios 5.18,19). 
O termo “missões” está carregado de muitos significados, refere-se à atividade 
do povo de Deus na comunicação do Evangelho. 
Para facilitar o aprendizado, optamos, em nossa disciplina, trabalhar tão so-
mente o termo “Missão”, ao invés de “Missões”.
Tradicionalmente, o termo“Missões” cria uma imagem de movimento unidi-
recional: do mundo cristão ao mundo não cristão. Por essa razão, por muito 
tempo, as missões associavam-se a uma prática missionária eclesiocêntri-
ca, na qual a igreja era protagonista da Missão. Portanto as missões são as 
atividades dirigidas a estender a fé cristã, mesmo em lugares onde a fé já 
existe. “As ‘missões’ são o que a igreja tem feito – bem ou mal – na gestão de 
estender a fé fora e dentro das fronteiras onde ela mesma está arraigada” 
(GONZÁLEZ, 2008, p. 39).
Fonte: os autores.
MISSÃO CRISTÃ
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Karl Barth (1959, p. 120) descreve a Missão da seguinte maneira:
entendida no sentido mais estrito da palavra – o qual, contudo, é o 
sentido real, original – “Missão” significa “enviar”, enviar às nações com 
o propósito de testificar o Evangelho, o qual representa a raiz da exis-
tência e ao mesmo tempo a raiz também de toda a tarefa do povo de 
Cristo. Na “Missão”, a Igreja se descobre e se põe no seu caminho e, 
para tanto, dá o passo necessário nas profundezas do seu próprio ser, 
passo além de seu próprio ser e além do seu próprio ambiente (o que do 
ponto de vista cristão desperta tantos problemas), para dentro daquela 
humanidade que está aprisionada a tantas crenças falsas, obstinados 
e impotentes, e sujeita a tantos deuses falsos (falsos porque refletem 
simplesmente a própria glória e miséria da humanidade), de invenção 
e autoridade mais antigas e mais recentes – para aquele mundo dos ho-
mens que ainda são estranhos à palavra de Deus concernente à Sua ga-
rantia de misericórdia que os inclui, à palavra que em Jesus Cristo tam-
bém lhes foi enviada. Portanto, essa palavra deve ser levada primeiro 
ao homem, como mensagem nova para ele. O chamado que constitui a 
comunidade é precisamente o mandamento para se levar esta mensa-
gem ao mundo dos homens, às nações, aos pagãos. Ao obedecer a este 
mandamento, a comunidade está empreendendo a “missão aos pagãos”.
Tempos atrás, sob o aspecto teológico, a Missão foi tratada apenas como subpro-
duto da doutrina do estudo da Igreja, a Eclesiologia. Não muito depois, com as 
divisões dos temas teológicos, passou a ser colocada como um dos temas da 
Teologia Prática, muito em função do Conselho Mundial de Igrejas (C.M.I.), 
órgão do protestantismo, que nasceu do trabalho missionário mundial e dedi-
cou muitos estudos à Missão. Podemos dizer que foi o C.M.I., em seus estudos 
e reflexões, quem trouxe a Missão para o foco central da atenção da Igreja, isso 
feito, reconhecemos, hoje, que a Igreja existe para a Missão de Deus. É preciso 
reconhecer que a principal base bíblica para a Missão (Mateus 28.18-20), é, por 
vezes, mal interpretada, o que lhe impõe uma limitação em sua amplitude, isso 
porque, muitas vezes, a questão denominacional aparece e busca prender o cha-
mado de Jesus a ações particulares de uma igreja, enquanto, na verdade, o texto 
refere-se à implantação do Reino de Deus, que é bem maior que as denominações. 
18 Então, Jesus aproximou-se deles e disse: “Foi-me dada toda a auto-
ridade nos céus e na terra. 19 Portanto, vão e façam discípulos de todas 
as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, 
20 ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei 
sempre com vocês, até o fim dos tempos. (Mateus 28.18-20). 
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Missão Cristã – Conceitos E Termos
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Então, temos que Missão é o ato de Deus refazer a aliança com o ser humano.
Neto (2002, p. 26) escreve que a palavra “Missão”, nos dias atuais, já não está 
restrita apenas ao ambiente cristão ou religioso. As empresas, indústrias, ins-
tituições bancárias etc. adaptaram-se aos novos tempos, deixando claro, para 
funcionários e clientes, a sua “Missão”. Tornou-se comum entrar num banco e 
ver escrito em letras garrafais: “Nossa Missão é ser o melhor banco do Brasil, 
assegurar a satisfação dos clientes, atender às expectativas dos acionistas e con-
tribuir para o desenvolvimento do país” (BOSCH, 2002, p. 458). Já segundo Neto 
(2002, p. 26), nosso ponto de partida para entender a Missão é afirmá-la como o 
testemunho do amor e da presença de Deus 
na história pelos cristãos. Desejamos con-
ceituar a Missão no âmbito do cristianismo 
contemporâneo. Vejamos alguns termos:
Missionário: um missionário ou evan-
gelista é uma pessoa que se deixa usar como 
cooperador de Deus na Missão e é funda-
mental que não haja confusão nos papéis, 
como percebido, por exemplo, em I Coríntios 
3.5-9: 
5 Afinal de contas, quem é Apolo? Quem é Paulo? Apenas servos por 
meio dos quais vocês vieram a crer, conforme o ministério que o Se-
nhor atribuiu a cada um. 6 Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem 
fez crescer; 7 de modo que nem o que planta nem o que rega são al-
guma coisa, mas unicamente Deus, que efetua o crescimento. 8 O que 
planta e o que rega têm um só propósito, e cada um será recompensado 
de acordo com o seu próprio trabalho. 9 Pois nós somos cooperadores 
de Deus; vocês são lavoura de Deus e edifício de Deus.
O missionário é o cooperador do dono da obra, mas a obra não é dele. Como 
o próprio Jesus um dia disse ao apóstolo Pedro: “‘Simão, filho de João, você me 
ama?” Ele respondeu: ‘Sim, Senhor, tu sabes que te amo’. Disse Jesus: ‘Pastoreie 
as minhas ovelhas’” (João 21.16), as ovelhas são do Senhor. Num dos artigos 
escritos pelo professor Antônio Carlos Barro ([2016], on-line)1, no caso aqui, tra-
tando particularmente do missionário num contexto transcultural, comenta que:
MISSÃO CRISTÃ
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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o missionário também existe na forma da sua cultura, tem a mesma 
aparência do seu povo e os mesmos costumes. Tem a sua cultura ecle-
siástica enraizada e com ela identifica-se plenamente. O missionário 
deve abrir mão do seu direito de pertencer a sua própria cultura antes 
mesmo de deixá-la. (BARRO, [2016], on-line)1.
O missionário não deve ser obstinado, por isso, não pode ancorar-se na sua 
cultura ao mesmo tempo em que deseja colocar o seu barco em outros portos 
(culturas). Entre o povo a ser ministrado e o missionário, não deve haver nada, 
ele é despojado da sua dignidade, ele esvazia-se de si mesmo. Entre o povo a 
ser ministrado, o missionário é escravo, é pessoa de condição servil e está no 
meio dos outros para servir, desistindo dos seus próprios interesses. Torna-se 
semelhante aos outros na medida em que serve. Aos poucos, ele pode ser consi-
derado um dentre o povo. “Ele come com os pecadores”, como diziam de Jesus. 
Humilhar-se é ser cristão. Ninguém será um agente do reino de Deus sem passar 
pelo processo da humilhação. A obediência a Deus é inquestionável, mesmo em 
face da morte e dos perigos. Escobar (1997, p. 38) escreve que a reflexão do mis-
sionário deve ser sempre iluminada pela Palavra de Deus, “através dos séculos, a 
obediência ao imperativo missionário de Jesus Cristo, em sua dimensão trans-
cultural, recebeu inspiração e direção do modelo pioneiro do apóstolo Paulo”.
Missiologia: é a disciplina/ciência teológica que busca estudar a realidade da 
ação missionária em seu conjunto e em seus diversos elementos e características. 
Ou seja, é a disciplina da Teologia que se ocupa de analisar e estudar as missões 
da Igreja sob a luz dos princípios da revelação divina, da história da Igreja, das 
doutrinas teológicas, conjugando-se com os temas importantes como: a soterio-
logia, a Trindade, a cristologia, a eclesiologia, entre outros. Somam-se, ainda, os 
conhecimentos da antropologia, sociologia e de outros aspectos relacionados, 
uma vez que, em sua pesquisa, é importante o contato e parceria com outras dis-
ciplinas de estudo. Na obra Missões e Antropologia, Filho (2004, p. 67) escreve 
que “amissiologia como disciplina enfrenta alguns problemas. Um deles é que os 
críticos estão mais preocupados com as ciências sociais do que com os assuntos 
teológicos”. Outro problema é que a missiologia é feita apenas no ocidente e lhe 
falta a perspectiva global. Precisa enfrentar situações novas que estão acontecendo 
no campo missionário, como, por exemplo, o envio de missionários, em maior 
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escala, para os países da janela 10/401. O termo “Janela 10/40” originou-se com 
Luis Bush, diretor da International AD2000 & Beyond Movement, durante a 2ª 
Conferência de Lausanne, em Manila, em julho de 1989. Temas como a contex-
tualização da Missão da igreja, responsabilidade social na Missão, diálogo como 
método de evangelismo, questões teológicas no encontro com religiões não cris-
tãs e Missão dos seis continentes para os seis continentes precisam ser discutidas 
amplamente pelos missiólogos, definindo os assuntos mais importantes para o 
desenvolvimento das missões no século XXI (FILHO, 2004). 
Em resumo, é a reflexão crítica sobre a Missão, 
a missiologia é a disciplina que estuda, de forma sistemática e coerente, 
tudo o que for relacionado à missão de Deus e à da comunidade da fé. 
É uma disciplina ampla que se desenvolve em diálogo com a Antropo-
logia, a Economia, a História, a História das Religiões, a Teologia Siste-
mática, e muitas outras disciplinas. (GONZÁLEZ, 2008, p. 67).
Observação: González (2008), em sua obra, traz, logo na introdução, o subtema 
“A história da igreja e a história das missões”, em que escreve que “a história da 
Igreja e a história das missões não deveriam se separar”. A reflexão crítica sobre 
a vida da igreja, seja na liturgia, seja na teologia ou nas práticas pastorais, não 
se deve isolar da reflexão crítica sobre a extensão da fé cristã por parte do povo 
de Deus em lugares nos quais a igreja chega pela primeira vez ou onde se insere 
como agente de renovação. Infelizmente, a própria definição das disciplinas – 
História da Igreja e História das Missões – mostra uma dicotomia, uma estrutura 
bipolar que parece negar a unidade entre igreja e Missão, insinuando que há cer-
tos capítulos na vida da igreja que são parte de sua verdadeira “história” e outros 
que somente são parte de sua “Missão”. O autor sugere que deveríamos estudar 
essa história como a História da Igreja em Missão. 
1 A partir de Manila, o nome Janela 10/40 ficou convencionado pelas agências missionárias a uma faixa 
de terra que vai do oeste da África até a Ásia. Subindo a partir da Linha do Equador, fica entre os graus 
10 e 40, formando um retângulo. Na região, vive o maior número de povos não evangelizados da terra, 
cerca de 3,2 bilhões de pessoas em 62 países. É ali que estão algumas megalópoles de hoje, ou seja, cidades 
com uma grande concentração urbana como Tóquio (Japão), Calcutá (Índia), Bagdá (Iraque), Bancoc 
(Tailândia), entre outras. De cada 10 pobres da Terra, 8 estão nessa região, e somente 8% dos missionários 
trabalham entre eles. É nessa faixa que se concentram os adeptos das três maiores religiões não cristãs do 
mundo: islamismo, hinduísmo e budismo. Na maioria dos países dessa região, há falta de receptividade 
aos cristãos e, em especial, aos missionários que ali atuam. A liberdade religiosa, quando existe, é frágil. 
Há necessidade de missionários, líderes, pastores e escolas de treinamento para os poucos cristãos 
existentes. Há poucos missionários atuando nesses países devido à política de restrições quanto à entrada 
e perseguições que sofrem. A necessidade de tradução da Bíblia é grande. 
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MISSÃO CRISTÃ
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Missio Dei: a expressão vem do latim, significando “Missão de Deus”, dando a 
ideia de “o envio de Deus”, no sentido de “ser enviado”, uma frase usada na dis-
cussão missiológica protestante, especialmente desde a década de 50. Conforme 
aponta Guimarães (2012, on-line)2, em seu artigo, essa expressão teve seu uso, 
primeiramente, em um sentido missionário, em 1934, por Karl Hartenstein, um 
missiólogo alemão que se inspirou na ênfase que Karl Barth dava a actio Dei, a 
“ação de Deus”, bem como em uma palestra proferida, em 1928, em que Barth 
disse que a Missão está relacionada com a Trindade. A ideia da Missio Dei, não 
o termo em si, teve seu auge no pensamento missionário, em 1952, na cidade de 
Willingen, por ocasião da Conferência do CoMIn. Foi nessa ocasião que o termo 
foi entendido de forma clara, e, a partir daí, a Missão passou a ser vista como pro-
veniente do próprio Deus, procedente de Sua própria natureza (BOSCH, 2002).
Georg Vicedom também teve um papel na popularização do conceito da 
Missio Dei ao usá-la na Conferência da Cidade do México (1963) e em seu texto 
The Mission of God (1965).
Foi ainda em Willingen que a Missio Dei foi colocada no contexto da Trindade 
e não no da soteriologia e nem no da eclesiologia. O sentido clássico da expres-
são foi ampliado, como claramente o coloca David Bosch (2002, p. 467): 
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a doutrina clássica da Missio Dei como Deus, o Pai, enviando o Filho, e 
Deus, o Pai e o Filho enviando o Espírito, foi expandida no sentido de 
incluir ainda outro “movimento”: Pai, Filho e Espírito Santo, enviando 
a igreja para dentro do mundo. 
Diante de tal conceito, caro(a) aluno(a), fica claro que a Missão é um atributo 
divino, da qual a Igreja é convidada (convocada) a fazer parte como um instru-
mento para a mesma. Como escreveu Moltmann (1977, p. 64): “não é a igreja 
que deve cumprir uma Missão de salvação no mundo; é a Missão do Filho e do 
Espírito mediante o Pai que inclui a igreja”.
Historicamente, 
o conceito de “Missio Dei” foi mutuado da escolástica por Karl Barth 
em 1932. De lá pra cá, o conceito assumiu um leque bastante amplo de 
significados, às vezes contrários aos intentos de Barth. Em todo caso, a 
ideia ajudou a expressar a convicção que a Igreja não é autora e a deten-
tora da Missão. Essa última é, antes de mais nada e fundamentalmente, 
obra do Deus uno e trino. (BOSCH, 2002. p. 467.) 
Não se pode esquecer que Deus é o protagonista da Missão, pois essa Missão 
revela o plano de Deus na história humana e leva a termo o projeto do Seu Reino. 
Cabe à Igreja continuar o caminho missionário, e essa não deve esquecer-se da 
Missão que Ele nos outorgou e nem do Senhor que a sustenta. “Nem quem planta 
nem quem rega é alguma coisa, mas Deus é que faz crescer” (Mateus 13.24-30).
Hermann Brandt (2006, p. 78) escreve que só se pode falar da Missio Dei 
como Missio Dei recebida; traduzindo: da corte que Deus faz em Cristo, que não 
só nos corteja, mas nos “libertou”, “nos tirou de toda servidão [...] para a liber-
dade”, pelo fato de Cristo nos “ter conquistado” e nos ter posto “sob seu domínio”. 
Em outras palavras, a tese da Missio Dei se baseia na experiência dessa liberdade 
recebida. Contudo, para não ser mal entendido, quero dizer o que isso implica 
e, também, que me leva a fundamentar o discurso da Missio Dei no testemunho 
do Evangelho experimentado como libertação. 
MISSÃO CRISTÃ
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Missão Transcultural: é a Missão cristã acontecendo além fronteira, imersa 
em outras culturas, ou como escreve Barro ([2016], on-line)1 em seu artigo, 
transcultural no sentido de cruzar qualquer fronteira que separa o mensageiro do 
ouvinte. Convencionou-se pensar em transcultural como além-mares. Todavia é 
fato que qualquer Missão, seja ela perto ou longe, é Missão transcultural. Além 
das barreiras mais conhecidas,como a da linguística, costumes, geográficas, étni-
cas etc., temos, ainda, as barreiras sociais, morais, religiosas, familiares. Como 
escreve Escobar (1997, p. 52), “a Missão cristã sempre implicou em cruzar fron-
teiras, porém cada geração cristã, ao cruzar novas fronteiras, tem de explorá-las 
antes de lançar-se à aventura”.
Teologia da Missão: é o estudo do enfoque teológico da Missão cristã; pro-
põe elaborar e estudar os temas bíblicos que se destacam apontando a questão 
salvífica, plano de Deus para todas as pessoas. Nessa perspectiva, a Bíblia apre-
senta a história da salvação e o chamamento da Igreja para cumprir a Missão. 
A Teologia da Missão deve ser algo que nasce no coração de uma Igreja essen-
cialmente missionária a serviço dos pobres e dos outros. Deve ser uma Igreja 
diferente, pois não tem pátria, cultura ou é dona de verdades, ela, sim, espera 
por sua pátria celestial e, enquanto aguarda, precisa estar empenhada, desen-
volvendo a Missão para a qual foi comissionada. Teologia da Missão tem a ver 
com o Evangelismo que é: 
aquela atividade de Deus, por meio de seus representantes, com o pro-
pósito de promover a redenção dos homens. O Deus da Bíblia está inte-
ressado nos homens. O primeiro e maior dos missionários foi o Logos, 
chamado Cristo, durante sua Missão terrena. (CHAMPLIN; BENTES, 
1995, p. 259).
Essa Missão é a Missão de uma comunidade eclesial comprometida com a defesa 
da vida e o anúncio insistente da mensagem de salvação, 
18 Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por 
meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, 19 ou seja, que 
Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não levando 
em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da re-
conciliação. 20 Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus 
estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio. Por amor a Cristo 
lhes suplicamos: Reconciliem-se com Deus. (II Coríntios 5.18-20). 
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Essa Missão, caro(a) aluno(a), não deve ser simplesmente uma entre muitas ati-
vidades da Igreja, deve ser sempre a prioridade, a razão maior de sua existência 
em relação ao mundo e em obediência à ordenança de nosso Senhor. A Teologia 
da Missão entende que a Igreja é de natureza missionária, pois nasceu no envio 
do Filho e na missão do Espírito Santo.
Há, ainda, especialmente na América Latina, a Teologia da Missão Integral 
que frisa a percepção do ser humano em sua integralidade, sua dignidade e ple-
nitude de vida e, além disso, entende indissociáveis da mensagem do Evangelho 
cristão os cuidados com o meio ambiente, criação de Deus e a oposição contra 
toda forma de opressão e injustiça.
Na perspectiva da Teologia da Missão Integral, entende-se que Deus criou 
o mundo, o fez na expressão do Seu amor e generosidade e culminou sua cria-
ção com o ser humano, imagem e semelhança do Criador. Com o ser humano, 
estabeleceu relacionamento e o incumbiu de cuidar da criação, aspectos que se 
perderam quando esse era o alvo e em pecado é afastado.
4 Esta é a história das origens dos céus e da terra, no tempo em que 
foram criados: Quando o Senhor Deus fez a terra e os céus, 5 ainda 
não tinha brotado nenhum arbusto no campo, e nenhuma planta havia 
germinado, porque o Senhor Deus ainda não tinha feito chover sobre 
a terra, e também não havia homem para cultivar o solo. 6 Todavia, 
brotava água da terra e irrigava toda a superfície do solo. 7 Então, o 
Senhor Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas 
o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente. 8 Ora, o Senhor 
Deus tinha plantado um jardim no Éden, para os lados do leste, e ali 
colocou o homem que formara. 9 Então o Senhor Deus fez nascer do 
solo todo tipo de árvores agradáveis aos olhos e boas para alimento. E 
no meio do jardim estavam a árvore da vida e a árvore do conhecimen-
to do bem e do mal. 10 No Éden, nascia um rio que irrigava o jardim, e 
depois se dividia em quatro. 11 O nome do primeiro é Pisom. Ele per-
corre toda a terra de Havilá, onde existe ouro. 12 O ouro daquela terra é 
excelente; lá também existem o bdélio e a pedra de ônix. 13 O segundo, 
que percorre toda a terra de Cuxe, é o Giom. 14 O terceiro, que corre 
pelo lado leste da Assíria, é o Tigre. E o quarto rio é o Eufrates. 15 O 
Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e 
cultivá-lo. (Gênesis 2.4-15).
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A Teologia da Missão Integral se ocupa de temas que chamam a atenção para o 
resgate do relacionamento dos seres humanos com Deus, com os seus semelhan-
tes e, também, com a restauração do propósito inicial – o Senhor Deus colocou 
o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo. E é em Jesus Cristo 
que essa condição de resgate acontece.
Entendemos, teologicamente, que a Missão é um dos atributos pessoais de 
Deus, isso significa que, do início ao fim, a Missão cristã é a Missio Dei (Missão 
de Deus) e não do homem. Diante disso, faz-se urgente a busca por uma teolo-
gia de missão que não seja antropocêntrica, eclesiocêntrica ou “agenciocêntrica”, 
mas teocêntrica, isso porque a Missão é uma obra essencialmente de Deus, e Ele 
nos convocou para cooperarmos na Sua grande obra.
Em se tratando de Teologia e Missões, entendo ser importante trazer aqui 
as palavras de Samuel Escobar (1997, p. 68), quando escreve que, 
no desenvolvimento recente da teologia na América Latina, a teologia 
praticamente tem sido missiologia (...), pois para o evangélico latino-a-
mericano médio, a evangelização ainda é o âmago da missão da igreja; 
é a própria razão de ser da igreja. (...) Os teólogos evangélicos na Amé-
rica Latina não fazem teologia para a galeria de acadêmicos ou para 
os cães de guarda fundamentalistas. As questões relevantes na teologia 
devem ser sempre as mesmas questões de missões. Essa tarefa é empol-
gante, mas não sem dificuldades e lutas. 
E continua explorando esse tema quando afirma que: 
em relação a missões, a tarefa do teólogo está sempre entre dois ex-
tremos: o ideológico e o crítico. Alguns acham que a tarefa do teólogo 
é prover uma “ideologia” para o empreendimento missionário como 
ele existe. A função da ideologia é explicar (prover racionalidade) e 
justificar (sancionar ou legitimar) um fato social. Alguns imaginam a 
tarefa da teologia de missões exatamente dentro desses parâmetros: a 
criação de uma teoria de missões que irá substanciar certa expressão 
do empreendimento missionário. A missiologia simplesmente torna-se 
metodologia. Outros veem a tarefa da teologia de missões como crítica, 
em que o empreendimento missionário é submetido à luz das ciências 
sociais, de modo a expor todas as falhas, ao ponto de, no fim, o próprio 
trabalho missionário ser abandonado. Essa é uma das maneiras de a 
missiologia tornar-se uma atividade puramente acadêmica, assumindo 
a forma de um comentário sempre negativo, sem compromisso com 
a prática. Penso que, mantendo-se perto da atividade missionária, a 
missiologia evita a armadilha da esterilidade acadêmica. Mas também 
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creio que, sendo fiel à Palavra de Deus, a missiologia também evita a ar-
madilha de simplesmente prover uma ideologia conveniente ao sistema 
missionário existente. (ESCOBAR, 1997, p. 72).
Grande Comissão: a Grande Comissão foi a última comunicação terrena do 
Senhor Jesus. A tarefa remidora é muito grandiosa e requer uma autoridade 
especial por detrás dela, a autoridade de Cristo, registrada em Mateus 28.18-20: 
18 Então, Jesus aproximou-se deles e disse: “Foi-me dada toda a auto-
ridade nos céus e naterra. 19 Portanto, vão e façam discípulos de todas 
as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, 
20 ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei 
sempre com vocês, até o fim dos tempos.
A Grande Comissão ordena a todos os cristãos que partam e façam discípulos 
em todas as nações. O caráter centrípeto da evangelização centraliza-se na comu-
nhão com a igreja, o lar espiritual dos que decidem arrepender-se e confiar na 
verdade do evangelho (BOWIE, 1992, p. 15).
Gary North diz que a Grande Comissão é necessária, porque o homem, em sua 
rebelião contra Deus, esqueceu quem foi que lhe deu a sua missão. Ele esqueceu 
a quem é histórica e eternamente responsável. Os homens precisam de regenera-
ção para reconquistar o favor de Deus. O homem ainda está debaixo do governo 
de Deus, mas recusa conhecer esse fato. Ele adora outros deuses, quer feitos por 
ele ou encontrados na natureza (Romanos 1.18-21). Ele pode até mesmo adorar 
As práticas e os métodos missionários, aliados à teologia que se desenvolve 
antes, durante e depois da gestão missionária, revelam que a relação entre 
teologia da missão e a prática missionária não é unidirecional. As teologias 
da missão foram se desenvolvendo conforme a prática missionária enfren-
tava conflitos, triunfos, derrotas e até expulsão. Esta história ilustra como 
as práticas e as teologias mudam ao longo dos tempos à medida que as 
circunstâncias históricas modificam a cultura e a tarefa missionária 
Fonte: González (2008, p. 45).
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a própria natureza (panteísmo), personificando-a como feminina. O fato é que as 
duas missões de Deus estão unidas por seu status como pactos. Deus estabeleceu 
primeiro o pacto do domínio (família), porque o homem não tinha se rebelado 
ainda. Ele, então, estabeleceu a Grande Comissão (Igreja), porque tinha estabe-
lecido o fundamento judicial para um Novo Pacto, um pacto universal que une 
todos os homens, de todas as raças e antecedentes, sob Deus.
15 E disse-lhes: “Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas 
as pessoas. 16 Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer 
será condenado. 17 Estes sinais acompanharão os que crerem: em meu 
nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; 18 pegarão em ser-
pentes; e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal nenhum; 
imporão as mãos sobre os doentes, e estes ficarão curados”. 19 Depois 
de lhes ter falado, o Senhor Jesus foi elevado aos céus e assentou-se à 
direita de Deus. 20 Então, os discípulos saíram e pregaram por toda 
parte; e o Senhor cooperava com eles, confirmando-lhes a palavra com 
os sinais que a acompanhavam. (Marcos 16.15-20).
Aqui, como os discípulos, recebemos a grande comissão missionária, na qual o 
Senhor, que agora se assenta à direita de Deus, nos convoca para que Sua obra 
continue por intermédio da Igreja, Seu corpo místico. 
O Evangelho que salienta proeminentemente o poder e a atividade do 
Filho de Deus na terra termina rasgando novos horizontes para a igreja 
no mundo. Aquela tarefa até hoje é inacabada, mas o mesmo Senhor 
ainda opera com os que obedecem ao Seu comando, confirmando a 
Palavra com os sinais que se seguem. (DAVIDSON, 1997, p. 62).
Em relação à “Grande Comissão”, González 
(2008, p. 56) escreve que “a passagem 
começa com as palavras: ‘portanto, ide...’”. 
A conjunção “portanto” implica sempre um 
antecedente, uma razão para o que segue. 
Nesse caso, esse antecedente são as palavras 
do próprio Jesus: “todo poder me foi dado 
no céu e na terra. Portanto, ide...” (Mateus 
28.18-19). Em última instância, a razão pela 
qual os crentes devem ir a todas as nações não é termos pena dos que se per-
dem, ou porque nossa cultura seja superior, ou por termos algo a lhes ensinar. 
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A principal razão é o senhorio universal de Jesus Cristo. Jesus disse que já é o 
Senhor de toda a terra. Não há lugar onde Ele não esteja. Não há lugar para o 
qual seja necessário que os crentes o levem. O Senhor, que era no princípio com 
Deus, por quem todas as coisas foram feitas, e que é a luz que ilumina todo ser, 
já está lá. Está atuando nos indivíduos e nas culturas, ainda que não o conhe-
çam, ainda que Sua presença seja anônima. Nesse sentido, o que todos os crentes 
fazem ao darem seu testemunho é convidar outros a crer, levando-os ao conhe-
cimento do nome de Jesus, de Seus ensinamentos e de Suas promessas. Mas não 
levar Jesus. Se o Senhor Jesus já está ali ao chegarmos, isso quer dizer que, no 
empreendimento missionário, vamos ao encontro, não só de quem não crê, mas 
também de Jesus, em quem nós já cremos. Indo a esses lugares, nos quais Ele nos 
disse que Seu senhorio, apesar de desconhecido, é real, conhecemos um pouco 
mais d’Ele e de Seus propósitos. Assim, por exemplo, “Pedro aprendeu um pouco 
mais do Evangelho ao pregá-lo ao pagão Cornélio e a igreja antiga aprendeu um 
pouco mais ao penetrar a cultura grego-romana” (GONZÁLEZ, 2008, p 65).
Bosch (2002), logo na introdução de sua obra, nos informa que, desde os 
anos 50, tem havido uma notável escalada no uso do termo “Missão” entre os 
cristãos. Isso foi acompanhado de uma significativa ampliação do conceito, ao 
menos em certos círculos. Até a década de 1950, a palavra “Missão”, mesmo não 
sendo usada numa acepção unívoca, tinha um conjunto de sentidos razoavel-
mente circunscrito. Ela designava:
a. O envio de missionários a um território especificado.
b. As atividades empreendidas por tais missionários.
c. A área geográfica em que os missionários atuavam.
d. A agência que expedia os missionários.
e. O mundo não cristão ou “campo de missão”.
f. O centro a partir do qual os missionários operavam no “campo de missão”.
g. Uma congregação local sem um pastor residente e que ainda dependia 
do apoio de uma igreja mais antiga estabelecida.
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h. Uma série de serviços especiais destinados a aprofundar ou difundir a 
fé cristã, em geral, em um ambiente nominalmente cristão. Se tentarmos 
elaborar uma sinopse mais especificamente teológica de “Missão”, assim 
como o termo tem sido usado tradicionalmente, observamos que ela foi 
parafraseada como: 
 ■ Propagação da fé.
 ■ Expansão do reinado de Deus.
 ■ Conversão dos pagãos.
 ■ Fundação de novas igrejas.
Ainda assim, todas essas conotações associadas à palavra “Missão”, por mais fami-
liares que sejam, são de origem bastante recente. Até o século 16, o termo era usado 
exclusivamente com referência à doutrina da Trindade, isto é, ao envio do Filho 
pelo Pai e do Espírito Santo pelo Pai e pelo Filho. Os jesuítas foram os primeiros a 
usá-lo em termos da difusão da fé cristã entre pessoas (incluindo protestantes) que 
não eram membros da Igreja Católica. Nessa nova acepção, ele estava intimamente 
associado à expansão colonial do mundo ocidental no que, mais recentemente, se 
tornou conhecido como Terceiro Mundo (ou, às vezes, Mundo dos Dois Terços).
Resumidamente, temos, então, que o termo “missão” pressupõe alguém que 
envia, uma pessoa ou pessoas enviadas por quem envia, as pessoas para as quais 
alguém é enviado e uma incumbência. Toda a terminologia pressupõe, assim, 
que quem envia tem a autoridade para fazer isso. Com frequência, sustentava-
-se que quem realmente enviava era Deus, que tinha a incontestável autoridade 
de decretar que pessoas sejam enviadas para executar Sua vontade. Na prática, 
entretanto, a autoridade era entendida como sendo conferida à Igreja ou a uma 
sociedade missionária, ou mesmo a um potentado cristão. Nas missões católicas 
romanas, em particular, a autoridade jurídica permaneceu sendo, durantemuito 
tempo, o elemento constitutivo da legitimidade do empreendimento missionário. 
Fazia parte de toda essa abordagem conceber a missão em termos de expansão, 
ocupação de campos, conquista de outras religiões e coisas semelhantes.
Projeto Missionário: é entendido como o conjunto de esforços, métodos e 
estratégias para levar adiante a Missão; envolve a parte técnica e operacional e 
a discussão do alvo.
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O QUE É MISSÃO CRISTÃ?
Gosto da definição de Hermann Brandt (2006, p. 37), quando diz: 
minha definição é muito singela: missão é impulso para a transforma-
ção. Trata-se de uma definição propositalmente minimalista, oriunda 
da perspectiva externa. Embora ela não baste para a concepção de Mis-
sio Dei (sem excluí-la, entretanto), não se expõe à crítica de que missão 
seria exclusivamente proselitismo ou colonialismo. Antes, tal redução 
da compreensão de missão presta-se para incluir a múltipla e recíproca 
influência, distanciamento, adoção e transformação, os quais, muitas 
vezes, são excluídos ao se preconizar ou repudiar uma “ordem” autori-
tativa de fazer missão.
A Missão Cristã teve um desdobramento histórico importante que vale a pena 
ser percebido: “até o século XVI, o termo missão era usado para a Trindade, 
referindo-se ao ato do Pai enviar o Filho e, do Pai e o Filho enviarem o Espírito 
Santo. A conotação era compreendida no sentido da Missio Dei” (BOSCH, 2002, 
p. 17). A partir daí, uma nova conotação emergiu, no entanto, hoje, o conceito 
começa a ser visto, uma vez mais, como Missio Dei. Como já visto, Missão é um 
atributo divino. Esse conceito difere do que tradicionalmente era aceito, ou seja, 
a propagação do cristianismo, historicamente falando:
especialmente a partir do século XVIII, se concebia a missão essen-
cialmente em termos geográficos: era quase sempre um cruzamento de 
fronteiras geográficas com o propósito de levar o evangelho [...] para os 
“campos missionários” do mundo não-cristão (os países pagãos). (PA-
DILLA, 1982, p. 14)
Os Jesuítas usavam o termo para descrever a ação da Igreja Católica em difun-
dir sua fé entre os que não pertenciam ao seu redil. No último século, a ideia de 
missão caminhou para o conceito de Missio Dei, pois não existe missão desli-
gada de Deus e tudo o que a igreja faz emana da ação de envio de Deus, o Pai, 
Deus, o Filho, e Deus, o Espírito Santo. Dessa forma, missão e Missio Dei tornam-
-se sinônimas, contudo a expressão missão é, por vezes, utilizada para referir-se 
à Missio Ecclesiae (Missão da Igreja). Esse sentido só é real na concepção do 
comissionamento da Igreja por parte do Deus trino: 
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Deus, o Pai, enviou o Filho, e o Filho é ambos, o Enviado e o Enviador. 
Juntos, o Pai e o Filho enviam o Espírito Santo, que, por sua vez, envia 
a Igreja, congregações, apóstolos e servos, colocando sobre eles a obri-
gação de cumprir seu trabalho. (BOSCH, 2002, p. 20).
A Missio Ecclesiae nada mais é do que a Missio Dei: “Deus não tem uma missão 
para a sua Igreja, mas uma Igreja para a Sua missão” (BOSCH, 2002, p. 23). Aqui, 
pode-se destacar outra ênfase que surgiu na conferência de Willingen e poste-
rior conferência da Cidade do México, que relacionou a Missio Dei e a Missio 
Ecclesiae e afirmou que “não há participação em Cristo sem participação em 
sua missão” (BOSCH, 2002, p. 23). A Missio Ecclesiae, como o recebimento do 
“envio”, da Missio Dei, ficou clara nas palavras de Cristo em João 20.21 – “Disse-
lhes, pois, Jesus, outra vez: paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu 
também vos envio”. As palavras de Jesus evidenciam que Missão é participar 
do envio de Deus entendido em seu ministério trinitário, cujo fundamento é o 
amor por toda a humanidade, revelado cabalmente na encarnação de Jesus de 
Nazaré. Ele é o centro do envio de Deus e a Missão que lhe corresponde segue os 
seus passos. Nesse sentido, missão é, antes, uma ação divina do que da Igreja. O 
fato é que a Igreja não tem uma Missão em si, mas diante da entrada do pecado 
e do processo deformativo que esse trouxe ao mundo, Deus concedeu ao ser 
humano, em Sua bondade e misericórdia, o privilégio de participar e se envol-
ver em Sua missão, a Missio Dei. Assim, “missão é manifestar o amor do Reino 
de Deus, como compartilhado em Cristo, no poder do Espírito Santo, através 
de palavras e obras com vistas à transformação, à restauração integral de toda a 
criação, para a glória divina” (BARRO, 2008, on-line)1.
Missão Cristã pressupõe presença e diálogo, deve ser caracterizada pela ida do 
cristão até a(s) pessoa(s) que necessita(m) ouvir(em) e receber(em) o Salvador Jesus 
e marcada por uma clara comunicação do propósito de salvação oferecida por Deus. 
Crendo que o missionário não está sozinho em Missão, pois o Senhor Jesus prome-
teu estar presente (Mateus 28.20) e há, também, a presença ativa do Espírito Santo.
7 Mas eu lhes afirmo que é para o bem de vocês que eu vou. Se eu não 
for, o Conselheiro não virá para vocês; mas se eu for, eu o enviarei. 8 
Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. 
9 Do pecado, porque os homens não crêem em mim; 10 da justiça, por-
que vou para o Pai, e vocês não me verão mais; 11 e do juízo, porque o 
príncipe deste mundo já está condenado. (João 16.7-11)
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Missão Cristã pressupõe, ainda, serviço, foi assim que nos ensinou o Senhor Jesus, 
uma vez que Ele mesmo mostrou que veio para servir e não para ser servido. 
[...] Ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá 
ser servo, 27 e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo; 28 como 
o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar 
a sua vida em resgate por muitos. (Mateus 20.26,27).
Nas palavras de Jesus, é maior quem serve mais e não quem é mais servido. 
12 Quando terminou de lavar-lhes os pés, Jesus tornou a vestir sua capa 
e voltou ao seu lugar. Então lhes perguntou: “Vocês entendem o que 
lhes fiz? 13 Vocês me chamam ‘Mestre’ e ‘Senhor’, e com razão, pois eu 
o sou. 14 Pois bem, se eu, sendo Senhor e Mestre de vocês, lavei-lhes os 
pés, vocês também devem lavar os pés uns dos outros. 15 Eu lhes dei o 
exemplo, para que vocês façam como lhes fiz. 16 Digo-lhes verdadeira-
mente que nenhum escravo é maior do que o seu senhor, como também 
nenhum mensageiro, é maior do que aquele que o enviou. 17 Agora que 
vocês sabem estas coisas, felizes serão se as praticarem. (João 13.12-17).
E, para servir, é preciso ter disposição para amar, visto que o amor é a base fun-
damental do serviço e de todas as virtudes espirituais (Gálatas 5.22,23). O amor 
está na base do intuito remidor de Deus, 
16 Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, 
para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. 17 
Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, 
mas para que este fosse salvo por meio dele. (João 3.16,17).
E é esse amor que deve nos inspirar e fazer com que nos comprometamos em ir 
até as pessoas como embaixadores de Cristo em missão. 
16 De modo que, de agora em diante, a ninguém mais consideramos 
do ponto de vista humano. Ainda que antes tenhamos considerado 
Cristo dessa forma, agora já não o consideramos assim. 17 Portanto, se 
alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; 
eis que surgiram coisas novas! 18 Tudo isso provém de Deus, que nos 
reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério 
da reconciliação, 19 ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando 
consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos homens, e nos 
confioua mensagem da reconciliação. 20 Portanto, somos embaixado-
res de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso 
intermédio. Por amor a Cristo lhes suplicamos: Reconciliem-se com 
Deus. (II Coríntios 5.16-20).
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No intuito de apresentar o que é a Missão Cristã, recorro a David J. Bosch (2002, 
p. 26), em seu livro “Missão Transformadora”, em que, logo no início, oferece 
uma definição “provisória”, seguem os 13 pontos por ele apresentados:
1. Proponho que a fé cristã é intrinsecamente missionária. Um elemento 
distintivo das religiões missionárias, em contraposição às ideologias mis-
sionárias, é que todas elas “aderem a algum grande ‘desvelamento’ da 
verdade última que creem ser de significação universal” (BOSCH, 2002, 
p. 189). Ainda,
a fé cristã, por exemplo, vê todas as gerações da terra como objetos 
da vontade salvífica e do plano de salvação de Deus, ou, em termos ne-
otestamentários, considera o reinado de Deus que veio em Jesus Cristo 
como destinado a toda a humanidade. (BOSCH, 2002, p. 189).
Essa dimensão da fé cristã não é um extra opcional: o cristianismo é missioná-
rio por sua própria natureza, ou nega sua própria razão de ser.
2. A missiologia, como ramo da disciplina da teologia cristã, não é um empre-
endimento desinteressado ou neutro; ela procura, antes, olhar o mundo a 
partir da perspectiva do compromisso com a fé cristã. Tal abordagem não 
sugere uma ausência de exame crítico. Na verdade, precisamente por causa 
da missão cristã, será necessário submeter toda definição e toda manifes-
tação da missão cristã a uma análise e avaliação rigorosa.
3. Por conseguinte, nunca podemos arrogar-nos delinear a missão com 
excessiva nitidez e autoconfiança. Em última análise, a missão perma-
nece indefinível; ela nunca deveria ser encarcerada nos limites estreitos 
de nossas próprias predileções. O máximo que podemos esperar é for-
mular algumas aproximações do que a missão significa.
4. A missão cristã dá expressão ao relacionamento dinâmico entre Deus e o 
mundo, particularmente à maneira como ele foi retratado, primeiro, na 
história do povo do pacto, Israel, e, então, de modo supremo, no nasci-
mento, vida, morte, ressurreição e exaltação de Jesus de Nazaré.
5. A Bíblia não deve ser tratada como um depósito de verdades às quais 
poderíamos recorrer aleatoriamente. Não há “leis de missão” imutáveis 
e objetivamente corretas às quais a exegese da Escritura nos daria acesso 
e que nos proporcionariam esquemas que pudéssemos aplicar em cada 
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situação. Nossa prática missionária não é realizada em continuidade 
inquebrantada com o testemunho bíblico; ela é um empreendimento intei-
ramente ambivalente executado no contexto da tensão entre providência 
divina e confusão humana (BOSCH, 2002). O envolvimento da igreja na 
missão permanece um ato de fé sem garantias terrenas.
6. Toda a existência cristã deve ser caracterizada como existência missio-
nária, ou, nas palavras do II Concílio Vaticano, “a igreja peregrina é por 
sua [própria] natureza missionária”. À luz disso, é tautológico falar de um 
“evangelho universal”. A igreja começa a ser missionária não por meio 
de sua proclamação universal do Evangelho, mas por meio da universa-
lidade do Evangelho que ela proclama.
7. Teologicamente falando, “missões no exterior” não é uma entidade sepa-
rada. A natureza missionária da igreja não depende simplesmente da 
situação na qual ela se encontra em dado momento, mas está baseada 
no próprio Evangelho. A justificação e a fundamentação das missões no 
exterior, bem como das missões no próprio país, residem na universali-
dade da salvação e na indivisibilidade do reinado de Cristo. A diferença 
entre missões no exterior e no próprio país não é uma diferença de prin-
cípio, mas de alcance. Temos, pois, de repudiar a doutrina mística da 
água salgada, isto é, a ideia de que viajar para países estrangeiros consti-
tui a condição sine qua non de qualquer empenho missionário e o teste e 
critério final do que seja verdadeiramente missionário. A publicação de 
Godin e Daniel (1943) foi o primeiro estudo sério que destruiu o “mito 
geográfico” (Bridston) da missão: ela provou que também a Europa era 
um “campo de missão”. Esse livro, porém, não foi longe o suficiente. Ao 
conceito de missão como primeira pregação do Evangelho às pessoas 
pagãs, ele simplesmente acrescentou a ideia de missão como reapresenta-
ção do Evangelho a pessoas neopagãs. Ainda definia a missão em termos 
de seus destinatários, não em termos de sua natureza, e propunha que a 
missão está cumprida assim que o Evangelho tenha sido (re)apresentado 
a um grupo de pessoas (BOSCH, 2002).
8. Temos de distinguir Missão (no singular) de Missões (no plural). O pri-
meiro conceito designa primordialmente a Missio Dei (missão de Deus), 
isto é, a autorrevelação de Deus como Aquele que ama o mundo, o envol-
vimento de Deus no e com o mundo, a natureza e atividade de Deus, que 
compreende tanto a igreja quanto o mundo, e das quais a igreja tem o 
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privilégio de participar. Missio Dei enuncia a boa nova de que Deus é o 
Deus para às/pelas pessoas. Missões (as missiones ecclesiae [“missões da 
igreja”]: os empreendimentos missionários da igreja) designa formas par-
ticulares, relacionadas com tempos, lugares ou necessidades específicos, 
de participação na Missio Dei .
9. A tarefa missionária é tão coerente, ampla e profunda quanto o são a 
necessidade e as exigências da vida humana. Várias conferências missio-
nárias internacionais têm formulado isso desde os anos 50, como a igreja 
inteira levando o Evangelho inteiro ao mundo inteiro. As pessoas vivem 
em uma série de relações integradas, portanto divorciar a esfera espiritual 
ou pessoal da esfera material e social é indicativo de uma antropologia e 
sociologia errônea.
10. Segue-se do que foi dito anteriormente que a Missão é o “sim” de Deus ao 
mundo. Quando falamos de Deus, isso já implica o mundo como teatro da 
atividade divina. O amor e a atenção de Deus dirigem-se primordialmente 
ao mundo, e a missão é “participação na existência de Deus no mundo”. 
Em nossa época, o sim de Deus ao mundo revela-se, em grande medida, 
no engajamento missionário da igreja no tocante às realidades de injus-
tiça, opressão, pobreza, discriminação e violência. Encontramo-nos em 
grau crescente em uma situação verdadeiramente apocalíptica, em que 
os ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres, e onde a violência e a 
opressão tanto da direita quanto da esquerda estão aumentando. A igreja 
em Missão não pode cerrar os olhos a essas realidades, já que o padrão 
da igreja no caos de nossa época é completamente político.
11. A missão inclui a evangelização como uma de suas dimensões essenciais. 
Evangelização é a proclamação da salvação em Cristo às pessoas que não 
creem n’Ele, chamando-as ao arrependimento e à conversão, anunciando 
o perdão do pecado e convidando-as a tornarem-se membros vivos da 
comunidade terrena de Cristo e a começarem uma vida de serviço aos 
outros no poder do Espírito Santo.
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12. Missão também é o “não” de Deus ao mundo. Sugeri que missão é o 
“sim” de Deus ao mundo. Isso foi proposto na convicção de que há uma 
continuidade entre o reinado de Deus, a missão da igreja e justiça, paz 
e integridade na sociedade e de que a salvação também tem a ver com o 
que acontece às pessoas neste mundo. Ainda assim, o que Deus nos pro-
porcionou em Jesus Cristo e o que aigreja proclama e corporifica em sua 
Missão e evangelização não é simplesmente uma afirmação ou ratifica-
ção do melhor que as pessoas podem esperar neste mundo em termos 
de saúde, liberdade, paz e libertação de carência. O reinado de Deus é 
mais do que o progresso humano no plano horizontal. Assim, se, por um 
lado, sustentamos o “sim” de Deus ao mundo como expressão da solida-
riedade cristã com a sociedade, também temos de confirmar a missão e 
evangelização como o “não” de Deus, como expressão de nossa oposição 
e conflito com o mundo. Nem uma igreja secularizada (isto é, uma igreja 
que se preocupa apenas com atividades e interesses deste mundo), nem 
uma igreja separatista (isto é, que só se envolve em salvar almas e prepa-
rar os convertidos para o além) podem articular fielmente a Missio Dei.
13. A igreja em missão pode ser descrita em termos de sacramento e sinal. 
Ela é um sinal no sentido de indicação, símbolo, exemplo ou modelo; é 
sacramento no sentido de mediação, representação ou antecipação. Não é 
idêntica ao reinado de Deus, mas também não deixa de estar relacionada 
com ele; é “um antegosto de sua vinda, o sacramento de suas antecipações 
na história”. Vivendo na tensão criativa de, ao mesmo tempo, ser chamada 
para fora do mundo e ser enviada ao mundo, ela é desafiada a ser o jar-
dim experimental de Deus na terra, um fragmento do reinado de Deus, 
tendo “as primícias do Espírito” (Romanos 8.23) como penhor do que há 
de vir (II Coríntios 1.22).
Resumindo, missão é a Igreja em movimento, é marca e comprovante de vitali-
dade da Igreja, porque uma Igreja morta é aquela que deixa de ser missionária.
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MISSÃO CRISTÃ - OBJETIVO
Caro(a) aluno(a), o objetivo da Missão Cristã é, primordialmente, a salvação 
da humanidade em todos os seus aspectos. A missão não pode ser nada menos 
que a continuação da atividade redentora de Deus mediante a publicação dos 
fatos da salvação. Essa é a sua autoridade maior e sua comissão suprema. Deus 
nos envia a dar continuidade na história da salvação, a história da Missio Dei. 
A meta da Missão Cristã não é simplesmente uma salvação individual, pessoal, 
nem sequer espiritual; é a realização da esperança da justiça, da socialização de toda 
a humanidade e da paz do mundo. Esse outro aspecto de reconciliação com Deus 
pela realização da justiça foi descuidado pela Igreja. A Igreja deve trabalhar por essa 
realização, baseada na esperança futura, como escreveu Moltmann (2009, on-line)3. 
A Missão Cristã deve estar intimamente relacionada ao propósito divino e 
universal, propósito esse enfatizado por Jesus.
Sendo assim, o objetivo da Missão Cristã é produzir não somente discípulos, 
mas também trazer de volta ao Pai Seus filhos, para que sejam transformados, 
dia a dia, segundo a imagem do Filho de Deus e possam se transformar em pro-
clamadores das palavras de salvação a outros. Conforme Efésios 4.13, “até que 
todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do filho de Deus, a varão 
perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”.
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A obediência à Missão Cristã precisa se tornar efetivamente a forma de viver 
da Igreja, consequentemente, a forma de viver de cada cristão, pois não pode haver 
objetivo maior do que cumprir com excelência o chamado de Deus na vida, anun-
ciar o Evangelho da salvação e buscar uma vida reta diante de Deus e dos homens.
O que se entende, então, como objetivo/finalidade da Missão é: fazer dis-
cípulos de (e para) Jesus e isso significa comunicar o Evangelho e oportunizar 
preparo para as pessoas reconhecerem a ação de Deus a fim de que amadureçam 
em sua fé e também se envolvam e participem da Missão, isso em uma ação de 
amor e promoção da pessoa. Não é simplesmente ir atrás de “adeptos”, é, na rea-
lidade, buscar alcançar pessoas para o Reino de Deus que cooperarão conosco 
com a implantação diária do Seu Reino.
Não podemos perder de vista a questão de que o Deus cristão é o Deus 
missionário, que trabalha e age por nós e pelo mundo. Tudo que se deve fazer 
na Igreja também deve ser feito em função da Missão. Isso significa dizer que 
a Missão é Missão de Deus, Ele é sempre o maior interessado, e Sua Missão é 
estabelecer o Seu Reino.
O Reino de Deus se expande maravilhosamente em uma progressão incrí-
vel, o que Ele disse uma vez restrito aos israelitas:
5 Agora, se me obedecerem fielmente e guardarem a minha aliança, vo-
cês serão o meu tesouro pessoal dentre todas as nações. Embora toda a 
terra seja minha, 6 vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma 
nação santa. Essas são as palavras que você (Moisés) dirá aos israelitas. 
(Êxodo 19.5,6).
 A partir de Cristo, diz a todos nós:
9 Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo 
exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou 
das trevas para a sua maravilhosa luz. 10 Antes vocês nem sequer eram 
povo, mas agora são povo de Deus; não haviam recebido misericórdia, 
mas agora a receberam. (I Pedro 2.9,10).
Desde o começo da história e até o fim dos tempos, Deus age para salvar o mundo 
e Sua ação mais contundente foi o envio de Seu Filho Jesus para libertar e sal-
var. Conforme Lucas 19.10: “pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que 
estava perdido”.
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MOTIVAÇÃO NA MISSÃO CRISTÃ
Neste tópico, entendo ser muito significativa a 
questão da motivação, especialmente, em relação 
à forma de agir da Igreja primitiva e a partir dela.
A motivação evangelística, o cumprimento 
da Missão, seja na Igreja primitiva, seja na 
igreja cristã de hoje, deve ser sempre a Pessoa 
do Senhor Jesus Cristo, Seu amor e a Missão 
que nos outorgou. Seu amor nos constrange 
e deve nos impulsionar a darmos passos em 
direção ao perdido, levando-o a compreen-
der a necessidade de se reconciliar com Deus.
O QUE PODEMOS ENTENDER SOBRE MOTIVAÇÃO?
Motivação é um dos mais importantes processos que explicam a conduta humana. 
Pode ser definida como uma ação dirigida a objetivos, sendo autorregulada, bio-
lógica, cognitiva e espiritualmente. Define-se pelo desejo de exercer altos níveis 
de esforço em direção a determinados objetivos. Há quem diga, em um jogo de 
palavras, que motivação seja o “motivo da ação”, isto é, qual a razão/motivo que 
está por trás da ação? O que impulsiona tal ação? Em nossa opinião, quem melhor 
respondeu a essas questões foi o apóstolo Paulo em sua carta aos Filipenses (2.1-
11, grifos do autor):
1 Se por estarmos em Cristo nós temos alguma motivação, alguma 
exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma profunda 
afeição e compaixão, 2 completem a minha alegria, tendo o mesmo 
modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude. 3 
Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente 
considerem os outros superiores a si mesmos. 4 Cada um cuide, não 
somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. 5 
Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, 6 que, embora sendo 
Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia ape-
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gar-se; 7 mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se 
semelhante aos homens. 8 E, sendo encontrado em forma humana, hu-
milhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz! 9 
Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está 
acima de todo nome, 10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joe-
lho, nos céus, na terra e debaixo da terra, 11 etoda língua confesse que 
Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.
O motivo da ação evangelística não pode, de maneira alguma, ser a ambição ego-
ísta ou a vaidade (muitas vezes, percebemos o quanto isso motiva alguns: igrejas 
maiores, mais recursos, maior reconhecimento pessoal etc.). Paulo escreve que 
devemos aprender com o Senhor Jesus, em Sua humildade e obediência, agindo 
para a glória de Deus. O apóstolo Paulo como exemplo de motivação no ministério.
Não só no apóstolo Paulo, mas na grande maioria dos cristãos do primeiro 
século, percebe-se grande motivação em relação à comunhão, unidade, evange-
lização/missão e obediência à Palavra de Deus.
A motivação de Paulo não era o sofrimento, como alguns inadvertidamente 
pensam. O sofrimento acontecia como algo para desmotivá-lo, mas vencia a des-
motivação com a fé, a convicção de seu chamado e a certeza da volta de Cristo, 
exemplo disso, temos no que escreveu para Timóteo (1.11-12):
11 Deste evangelho fui constituído pregador, apóstolo e mestre. 12 
Por essa causa também sofro, mas não me envergonho, porque sei em 
quem tenho crido e estou bem certo de que ele é poderoso para guardar 
o que lhe confiei até aquele dia.
Tanto em Paulo como nos primeiros cristãos, havia uma grande motivação, um 
grande entusiasmo para cumprirem a Palavra do Senhor. 
Estes cristãos eram homens e mulheres de todos os níveis e posições 
na sociedade, de todos os lugares do mundo conhecido, tão convictos 
de que eles tinham descoberto a chave para o enigma do universo, com 
tanta certeza de que conheciam o único Deus verdadeiro, que nada os 
impedia de transmitir as boas novas a outras pessoas (...).
Podiam ser desprezados, ridicularizados, privados dos seus direitos, 
roubados em seus bens, suas casas, até em suas famílias, nada os deti-
nha. Podiam ser caluniados diante das autoridades como ateus perigo-
sos, ser obrigados a sacrificar aos deuses imperiais – eles se recusavam 
a transigir (chegar a um acordo, negociação) (...).
MISSÃO CRISTÃ
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No cristianismo tinham encontrado algo totalmente novo, autêntico e 
satisfatório. Eles não estavam dispostos a negar a Cristo, mesmo diante 
da opção de perder a vida e até pelo seu estilo de morte faziam conver-
tidos à sua fé. (GREEN, 1984, p. 79).
O versículo 24 corre o risco de ser mal compreendido, quando Paulo diz que 
“completo no meu corpo o que resta das aflições de Cristo”, exige de nós cuida-
dos nessa leitura, pois de forma alguma o apóstolo está dizendo que a morte de 
Cristo foi insuficiente, nem que de algum modo, ele fez a obra de redenção com 
Cristo, mas está expressando a ideia de que um cristão, especialmente um líder, 
suportará os sofrimentos que Jesus estaria suportando (humanamente falando), 
se ainda estivesse no mundo, isso porque Cristo disse aos Seus discípulos que, 
se o mundo o odiasse (como se mostrou de fato), também odiaria Seus discípu-
los. Caso as pessoas o perseguissem, elas também perseguiriam Seus seguidores:
18 Se o mundo os odeia, tenham em mente que antes me odiou. 19 
Se vocês pertencessem ao mundo, ele os amaria como se fossem dele. 
Todavia, vocês não são do mundo, mas eu os escolhi, tirando-os do 
mundo; por isso o mundo os odeia. 20 Lembrem-se das palavras que 
eu lhes disse: Nenhum escravo é maior do que o seu senhor. Se me per-
seguiram, também perseguirão vocês. Se obedeceram à minha palavra, 
também obedecerão a de vocês. 21 Tratarão assim vocês por causa do 
meu nome, pois não conhecem aquele que me enviou. (João 15.18-20).
O apóstolo Paulo acreditava que estava sofrendo as aflições que Deus permitia 
que ele sofresse e, na segurança de que estava sempre nas mãos de Deus, via suas 
tribulações como momentos de alegria e fortalecimento de sua fé, não por “gos-
tar” do sofrimento, mas por entender que Deus trata com Seus filhos (Hebreus 
12.5-8). Já em Romanos (8.16-17)
16 O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de 
Deus. 17 Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e 
co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, 
para que também participemos da sua glória.
Sobre esse tema, escreveu ainda o apóstolo Paulo: 
27 Não importa o que aconteça, exerçam a sua cidadania de maneira 
digna do evangelho de Cristo, para que assim, quer eu vá e os veja, quer 
apenas ouça a seu respeito em minha ausência, fique eu sabendo que 
vocês permanecem firmes num só espírito, lutando unânimes pela fé 
evangélica, 28 sem de forma alguma deixar-se intimidar por aqueles 
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Motivação na Missão Cristã
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que se opõem a vocês. Para eles, isso é sinal de destruição, mas para 
vocês, de salvação, e isso da parte de Deus; 29 pois a vocês foi dado o 
privilégio de não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele, 
30 já que estão passando pelo mesmo combate que me viram enfrentar 
e agora ouvem que ainda enfrento. (Filipenses 1.27-30).
Qual era o segredo de tal fervor nas ações evangelísticas da Igreja Primitiva? 
Qual a motivação no cumprimento da Missão? Para oferecermos uma resposta 
a essas questões, recorremos a Green (1984), em sua obra “Evangelização na 
Igreja Primitiva”, na qual o autor resume, em pelo menos três aspectos, três sen-
timentos que norteavam as ações e, sem dúvida, eram a motivação para cumprir 
o chamado do Senhor.
1. O sentimento de gratidão.
2. O sentimento de responsabilidade.
3. O sentido de preocupação. 
O sentimento de gratidão
O que os motivava não era um dever social, 
não eram razões humanitárias ou benefi-
centes, o que os movia era a experiência 
extraordinária do amor de Deus que Jesus 
Cristo lhes proporcionara. A descoberta de 
que a maior força do universo era o amor, e 
que esse amor tinha descido ao ponto mais 
baixo da auto-humilhação para o bem e 
salvação da humanidade, e descobrir isso 
provocou um efeito enorme sobre os que 
creram que nada podiam remover. Paulo entendeu isso e foi despertado nele 
um imenso sentimento de gratidão, sua vida de amor e autossacrifício na causa 
do Evangelho mostram com que profundidade este amor o tinha dominado e 
agora motivado.
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Gálatas 2.20 – “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, 
mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho 
de Deus, que me amou e se entregou por mim”.
1 Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso 
Senhor Jesus Cristo, 2 por meio de quem obtivemos acesso pela fé a 
esta graça na qual agora estamos firmes; e nos gloriamos na esperança 
da glória de Deus. 3 Não só isso, mas também nos gloriamos nas tribu-
lações, porque sabemos que a tribulação produz perseverança; 4 a per-
severança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança. 5 E a 
esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em 
nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu. 6 
De fato, no devido tempo, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu 
pelos ímpios. 7 Dificilmente haverá alguém que morra por um justo, 
embora pelo homem bom talvez alguém tenha coragem de morrer. 8 
Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor 
quando ainda éramos pecadores. 9 Como agora fomos justificados por 
seu sangue, muito mais ainda, por meio dele, seremos salvos da ira de 
Deus! 10 Se quando éramos inimigos de Deus fomos reconciliados com 
ele mediante a morte de seu Filho, quanto mais agora, tendo sido re-
conciliados, seremos salvos por sua vida! 11 Não apenas isso, mas tam-
bém nos gloriamos em Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, 
mediante quem recebemos agora a reconciliação. (Romanos 5.1-11).
E ainda:
11 Irmãos, quero

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