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ESCOLA SUPERIOR DA AMAZÔNIA ODONTOLOGIA ALUNAS: Cassiane Paiva, Ellen Damasceno, Gabriella Alves, Jeovanna Costa, Karoline Araújo e Nandra Kaline. TURMA: ODO8MB TEMA: Ozônioterapia. Belém-PA 2021 1. DESENVOLVIMENTO O ozônio é um composto natural, uma molécula composta por três átomos de oxigênio incolor e com odor pungente, que tem atividade oxidante. Sua aplicação em terapias passou a ser vista como alternativa de tratamento em meados de 1930 e, a partir de então, tem sido estudado por diversos pesquisadores. Ozônio medicinal é uma mistura de oxigênio e ozônio puros na proporção de 0,05% a 5% de O3 e 95% a 99,95% de O2. A utilização do ozônio para fins terapêuticos teve seu primeiro relato na I Guerra Mundial quando Albert Wolf tratou com sucesso feridas de soldados alemães em putrefação, fraturas ósseas supuradas, fleimões e abscessos. No campo da Odontologia, o alemão Edward A. Fisch foi o primeiro dentista a usar o ozônio em 1950. Na forma de água ozonizada, Fisch utilizou como antisséptico em cirurgias orais, no tratamento de feridas cirúrgicas, com o objetivo de aumentar o aporte de oxigênio; e no tratamento de alvéolos e de canais. O ozônio é um poderoso bactericida efetivo em bactérias gram (+) e gram (- )devido a sua alta capacidade oxidativa que age diretamente sobre os ácidos graxos da membrana celular bacteriana, aumentando a permeabilidade, causando perda de suas funções, ao oxidar enzimas, proteínas, DNA e RNA, levando a morte bacteriana(BELOTI, 2011). Sua ação antioxidante produz apenas oxigênio como subproduto, elevando a taxa de oxigênio que chega aos tecidos, e consequentemente incentivando a reparação tecidual. Também neutraliza a sensação dolorosa, eliminando os mediadores inflamatórios, e elevando a resposta imunológica frente a agentes patológicos. Ao melhorar o sistema imunológico, o organismo consegue reagir contra vírus e fungos, somando o poder destrutivo do ozônio e do organismo frente a esses patógenos, além de impedir os receptores presentes nos vírus e matar as células contaminadas (NESI, 2018). Ao reconhecer as variadas ações do Ozônio, podemos introduzi-lo efetivamente na odontologia e aplicá-lo em diversas áreas de tratamento, inclusive prevenir a doença oral mais comum até os dias de hoje: a cárie. A atuação do ozônio contra as bactérias gram positivas presentes no biofilme, pode impedir o acometimento inicial da cárie ajudando a prevenir lesões cariosas. Sua eficácia também é comprovada em doenças periodontais, que se dá pelo controle bacteriano efetivo com todas as bactérias orais testadas com o O3, podendo ser aplicado diretamente nos sulcos, nos abcessos ou em áreas de infecções, nas formas de óleo ozonizado, água ozonizada ou gás (DOMB, 2014). Outro exemplo em que o ozônio pode ser empregado com notáveis resultados positivos é na endodontia, que mesmo com a evolução das técnicas de instrumentação, limas endodônticas e irrigação, a porcentagem de insucessos ainda é elevada. O Enterococcus Faecalis que é considerado a principal bactéria envolvida nos casos de insucesso no tratamento de canais radiculares, tem se mostrado vulnerável ao ozônio, que também é eficiente contra vírus e fungos encontrados nas raizes contaminadas, elevando consideravelmente a taxa de êxitos em tratamentos e retratamentos endodônticos (Sushma, 2011). Um importante fator que enaltece o ozônio é a sua capacidade de melhorar o fluxo sanguíneo e induzir a formação de células imunocompetentes e imunoglobulinas. Ele encerra a inflamação e age na cura tecidual tornando-o conveniente em recuperações pós operatórias em geral. Também é um aliado no tratamento de complicações pós cirúrgicas como alveolite, peri-implantite, inflamações exarcebadas ou necroses (AHMEDI Jeohana, et al. 2019). Além de auxiliar no tratamento do líquen plano e osteomielites. Inclusive as osteomielites induzidas por bisfosfonatos que na maioria das vezes os pacientes apresentam exposições ósseas e necrose severa do osso afetado, entretanto, o tratamento com a ozonioterapia aplicada na forma de água ozonizada como irrigante e óleo ozonizado no curativo de demora, associado a antibióticos e cirurgias minimamente invasivas gera um sucesso de 90% dos casos (NASCIMENTO, 2017). O ozônio foi utilizado como antisséptico em cirurgias bucais, na irrigação de feridas cirúrgicas e na hemostasia transoperatória, contribuindo com o processo de reparo através do estímulo à vascularização e maior oxigenação local. Existem também algumas evidências da efetividade do ozônio aquoso aplicado para a descontaminação de superfícies de implantes dentários. A água ozonizada foi utilizada como meio auxiliar durante a técnica exodôntica, sendo empregada como agente irrigante durante a osteotomia de terceiros molares, reduzindo a ocorrência de complicações infecciosas após a cirurgia, sendo indicada também para aplicações profiláticas contra infecções após osteomielite. Pacientes com quadro de osteomielites por bisfosfonatos durante o tratamento, podem passar por procedimentos de mandibulectomia e episódios de dor intensa, a ozonioterapia devolve a densidade do osso cortical e medular da mandíbula, e reduz drasticamente o sofrimento do paciente causado pela dor, melhorando sua qualidade de vida (RODRIGUES, 2016). A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a incorporação de procedimentos medicinais tradicionais nos sistemas nacionais de saúde. O Ministério da Saúde do Brasil denomina tais procedimentos como Práticas Integrativas e Complementares (PICs). Em consonância, diversas categorias profissionais de saúde no país reconhecem as PICs como abordagem do cuidado e a ozonioterapia foi agregada ao Sistema Único de Saúde (SUS) como uma PIC, sendo oferecida gratuitamente à população (MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS), 2018). De acordo com a Portaria do Ministério da Saúde n° 702, de 21 de março de 2018, a ozonioterapia é uma PIC segura e de baixo custo. A aplicação da mistura dos gases oxigênio e ozônio com finalidade terapêutica é utilizada em outros países (ex: Itália, Alemanha, Espanha, Portugal, Rússia, Cuba e China) e tal ozônio medicinal induz o estresse oxidativo controlado e moderado quando administrado em doses terapêuticas precisas, o que contribui com o tratamento de patologias variadas (MS, 2018). No contexto pandêmico mundial, a ozonioterapia tem sido testada no tratamento de indivíduos com COVID-19 que apresentam síndrome respiratória aguda, podendo favorecer a evolução para a cura e podendo atenuar a produção desregulada de citocinas inflamatórias, a chamada “tempestade de citocinas” (FRANZINI M, et al., 2020; VALDENASSI L, et al., 2020; MARINI S, et al., 2020; TASCINI C, et al., 2021). Dessa forma, estudar a utilização do ozônio na Odontologia ajuda os profissionais a conhecer e a desenvolver novas técnicas de tratamento para patologias orofaciais que possuem, ainda hoje, poucos recursos para um bom prognóstico, contribuindo para melhor bem-estar social. 2. CONCLUSÃO Por fim, podemos concluir que o uso do ozônio tem uma ampla capacidade de combater bactérias, sendo de grande importância na odontologia, pois as doenças orais são na maior parte de origens infecciosas. Se trata de um tema muito importante de ser estudado e abordado, visto os benefícios proporcionados através da Ozônioterapia.
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