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https://www.contify.com/case-studies/ PrincípiosPrincípios dada OzonioterapiaOzonioterapia Princípios da Ozonioterapia — 2 — Copyright© Nepuga – 2022 - Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada, reproduzida ou armazenada em qualquer forma ou meio, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação etc, sem a permissão por escrito da Instituição. Sobre a Faculdade Propósito • Mudar a vida das pessoas para melhor. Missão • Educar profissionais da saúde e negócios para fazer diferença no mercado e na vida. Visão • Proporcionar educação de qualidade segmentos da Saúde, Estética, Bem-Estar e Negócios, tornando-se referência nos mercados regional, nacional e internacio- nal. Valores • Liderança: porque devemos liderar pessoas, atraindo seguidores e influenciando mentalidades e comportamentos de formas positiva e vencedora. • Inovação: porque devemos ter a capacidade de agregar valor aos produtos da empresa, diferenciando nossos beneficiários no mercado competitivo. • Ética: porque devemos tratar as coisas com seriedade e em acordo com as regu- lamentações e legislações vigentes. • Comprometimento: porque devemos construir e manter a confiança e os bons relacionamentos. • Transparência: porque devemos sempre ser verdadeiros, sinceros e capazes de justificar as nossas ações e decisões. Princípios da Ozonioterapia — 3 — Su m ár io 1. Princípios da Ozonioterapia - introdução e a história.........................................4Ozônio ...................................................................................................................................................4 Como o ozônio se forma? ......................................................................................................4 O ozônio no meio ambiente .................................................................................................5 Ozônio X cloro .................................................................................................................................6 História ....................................................................................................................................................... 7 Legislação (Madrid) ...................................................................................................................8 Bioquímica e biofísica da ozonioterapia...........................................................................9 Como funciona o ozônio? ......................................................................................................9 Efeitos fisiológicos ...................................................................................................................... 10 Mecanismo de ação ..................................................................................................................11 Toxicidade do ozônio ................................................................................................................12 Contraindicações ...................................................................................................................... 13 Efeitos colaterais da ozonioterapia ............................................................................... 13 Alergia ao ozônio ........................................................................................................................ 13 Paciente em tratamento com anticoagulantes .................................................. 14 Ação oxidante imunomoduladora ................................................................................ 14 Princípios da Ozonioterapia — 4 — 1. Princípios da Ozonioterapia - introdução e a história Ozônio O ozônio é a forma triatômica do oxigênio, enquanto o oxigênio é normalmente encontrado em sua forma diatômica (O2). Forma-se quando as moléculas de oxi- gênio (O2) se rompem e, os átomos separados, combinam-se individualmente com outras moléculas de oxigênio. Pode ser formado naturalmente pela ação dos raios UV ou pelos geradores de ozônio, que convertem O2 em O3. Christian Friedrich Schonbein (1799-1868), descobriu o ozônio em 1840, quando, trabalhando com uma pilha voltaica na presença de oxigênio, notou a emergência de um gás com um “cheiro elétrico e pungente” que poderia ser um tipo de “oxigênio super-ativo”. Podemos cheirá-lo durante uma tempestade, porque a descarga elé- trica de raios entre nuvens e terra catalisa a formação de ozônio a partir do oxigênio atmosférico. O nome ozônio vem do grego e significa exalar cheiro, em condições normais é um gás incolor, mas na estratosfera é responsável pelo azul do céu. O ozônio O3 é 10 vezes mais solúvel que que o O2. Entre os agentes oxidantes, o ozônio é o terceiro mais forte depois de flúor e persulfato, um fato que explica a sua elevada reatividade. O ozônio medicinal é sempre uma mistura de ozônio e de oxigênio puro, produzi- do por um gerador de ozônio. O equipamento promove uma descarga elétrica entre 13.000 e 15.000 volts nas moléculas de oxigênio, o que possibilita a agregação dos átomos e a formação do gás ozônio. Fonte: Biomedicina estética, 2019 Como o ozônio se forma? Forma-se quando as moléculas de oxigênio (O2) se rompem devido a um raio ou a ação radioativa ultravioleta que vem do sol. Quando atingidas, estas moléculas de (O2) separadas, vagam solitárias até se unir com outra molécuIa de (O2) que ainda não foi dividida, ocorrendo a transformação química e o surgimento do (O3). Princípios da Ozonioterapia — 5 — Molécula de oxigênio (O2) Molécula de oxigênio (O2) é dividida por uma descarga elétrica Transformando-se agora em (O3) Torna-se um átomo de (O2) Em seguida, uni-se com outra molécula de (O2) Formação do Ozônio (O3) Ozônio (O3), alto poder de desinfecção Ozônio (O3) O ozônio no meio ambiente O ozônio é uma molécula natural, instável, composta por três átomos de oxigênio. É formado durante uma reaçdo endotérmica reversível, que consome 68,4 calorias. No ambiente essa reaçdo é catalisada pelos raios UV, que sao absorvidos, com isso o ozônio controla a irradiacao destes, protegendo os sistemas biológicos na Terra. E considerado um agente oxidante, altamente reativo, que se decompoe espontanea- mente. Dentre os agentes oxidantes o ozonio e o terceiro mais poderoso, atras ape- nas do fluor e persulfato. (BOCCI, 2005). O ozônio esta presente na atmosfera terrestre, sendo encontrado na estratosfera em concentração máxima, já que a baixa temperatura diminui sua degradação tér- mica. O oxigênio rarefeito, presente na estratosfera, e uma de suas principais fontes. (OLIVEIRA, 2008) Quando ocorrem tempestades, onde há a passagem de elétrons entre a super- fície terrestre e as nuvens, trovões, raios e relâmpagos, ocorre a transformação do oxigênio em ozônio de um jeito semelhante ao que ocorre na estratosfera, podendo ser detectado através do olfato, dependendo da distância. Dependendo da tempe- ratura da regido, as concentrações de ozônio voltam ao normal rapidamente. (OLI- VEIRA, 2008) O tempo de vida da molécula de ozônio esta diretamente relacionado a tem- peratura. Quanto maior a temperatura ambiente, menor o tempo de vida do ozônio, e consequentemente seu poder de açdo. A meia vida do ozônio e de 140 minutos a OOC, já a 200 ºC atinge apenas 40 minutos. (OLIVEIRA, 2008 e BOCCI, 2005) Outra fonte de ozônio de grande destaque e a poluição, sendo este denominado ozônio antropogênico, e seus principais produtores são os veículos e as indústrias. Princípios da Ozonioterapia — 6 — Normalmente na natureza existe o controle natural entre a reaçdo de formação do ozônio e de sua dissociação. Mas infelizmente, em consequência da poluição este equilíbrio tem sido diretamente afetado. A continua emissão de gases poluentes como monóxido de carbono, dióxido de carbono, enxofre, entre outros, tem favoreci- do para que o nível de concentração de ozônio aumente, causando uma sobrecarga na atmosfera e gerando umaalta taxa de toxicidade. Já os derivados do CFCs (cloro, flúor e carbono) são capazes de destruir milhares de moléculas de ozônio. (BOCCI, 2005 e OLIVEIRA, 2008) Poucos sabem que depois de oito horas, seus resíduos já não existem mais, en- quanto o restante dos poluentes persiste no ambiente por meses elou anos. (OLIVERA, 2008) Ozônio X Cloro Comparado ao cloro, o ozônio oferece muitas vantagens no processamento de ali- mentos e bebidas e na sanitização de materiais e superfícies. O cloro tem sido utilizado como produto de primeira escolha na indústria de alimentos e no tratamento de água, no entanto, sabe-se que muitos subprodutos são derivados da ação oxidante do Cloro, como a formação de THM (trihalometanos), cloraminas, dioxinas que são produzidas na reação de cloro com matéria orgânica. Estas substâncias são conhecidas como carcinogênicas e trazem grande malefício à saúde de humanos e animais. OZÔNIO CLORO Não causa alergias ou irritações e não descolore roupas e piscinas de vinil. No tratamento de piscinas causa problemas como irritação nos olhos, pele e descoloração de roupas. Em contato com outros compostos, se dissocia a oxigênio. Em contato com proteínas, gera compostos or- gânicos clorados (cloraminas), substâncias que contaminam o meio ambiente e são canceríge- nas aos humanos. O ozônio é um excelente desodorizador, despolarizador e clarificador. Deixa odor, gosto e coloração branca na água. Não deixa resíduos. Gera compostos tóxicos, chamados trialometa-nos que são cancerígenos. Não necessita de transporte ou conso- me insumos, é produzido no local. Necessidade de adquirir e transportar produtos químicos perigosos. O ozônio é 168 vezes mais forte e 3000 mais rápido na ação de purificação da água levando 5 segundos. O cloro leva 4 horas pra realizar a ação de purifi- cação e deixa resíduos prejudiciais a saúde. Princípios da Ozonioterapia — 7 — História 1840 O gás ozônio foi descoberto pelo pesquisador alemão Dr. Christian Friedrich Scho- enbein, que observou um odor característico quando o oxigênio era submetido a uma descarga elétrica. E, pela frequência sistemática com que isto ocorria, o chamou de “ozein”, que em grego significa “aquilo que cheira”. 1857 O físico Dr. Werner Von Siemens desenvolveu o Gerador de Alta Frequência, apa- relho que forma o gás ozônio em átomos de oxigênio por meio de descargas elétricas. 1896 Em 1896, Nicola Tesla, patenteou o primeiro gerador de O3 medicinal e começou a vender a máquina geradora de O3 e óleo ozonizado. 1914-1918 Durante a Primeira Guerra Mundial, médicos alemães e ingleses, utilizaram o ozô- nio para tratamento de feridas em soldados, conforme já publicado na revista THE LANCET, nos anos 1916 e 1917. Desde o século XIX, a Ozonioterapia médica era usada na Alemanha, inicialmente para combater a ação de bactérias e germes na pele humana. 1935 Erwin Payr, importante cirurgião austríaco e professor em Leipzig, experienciou o tratamento com ozônio e apresentou uma publicação de 290 páginas intitulada “O tratamento com ozônio na cirurgia”. Este foi o início da Ozonioterapia que conhecemos hoje. A ausência de materiais adequados e resistentes à oxidação — como plásticos para aplicação local de ozônio em feridas, ou insuflação retal do gás - tornava sua utilização complicada, razão pela qual foi esquecida durante um tempo. 1975 No Brasil, o médico Heinz Konrad iniciou a prática em sua clínica em São Paulo e com ela trabalha até hoje. EM meados dos anos 90, Dr. Edison de Cezar Philippi (in memorian) introduziu a prática em Santa Catarina e difundiu a Ozonioterapia em inúmeros cursos e congressos. Princípios da Ozonioterapia — 8 — 1979 Hans H. Wolff dedicou sua vida à pesquisa e à aplicação do ozônio. Em 1979, um ano antes de sua morte, publicou seu livro “O Ozônio Medicinal” — no qual apresen- ta sua pesquisa e prática médica do uso do ozônio. Ele fundou a Sociedade Médica Alemã de Ozônio, posteriormente renomeada Sociedade Médica para Aplicação Pre- ventiva e Terapêutica do Ozônio. Legislação O marco para a Ozonioterapia no Brasil ocorreu com a publicação da Portaria nº 702, de 21 de março de 2018, do Ministério da Saúde, na qual inclui novas práticas na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares – PNPIC, no âmbito do SUS, sendo a ozonioterapia uma dessas práticas, podendo ser aplicada por qualquer profissional da área da saúde. A partir desse marco, os Conselhos de Classe buscaram compreender e regulamentar a ozonioterapia no âmbito de atuação de cada profissão. A regulamentação das práticas de ozonioterapia pelos Conselhos das Classes Profissionais de: Odontologia, Fisioterapia, Farmácia, Enfermagem, Medicina Veteri- nária e Biomedicina, cada um no seu âmbito de atuações e com definição específica sobre capacitação, colaboram por modificar de uma vez por todas o cenário das Práticas Integrativas e Complementares no Brasil, trazendo mais possibilidades de tratamento, cuidados com a saúde para toda a população. Além do uso em tratamento de saúde, todos os Conselhos autorizam a ozoniote- rapia no âmbito da estética, para os profissionais devidamente habilitados. O Conselho Federal de Medicina ainda aguarda por mais evidências científicas, por isso somente autoriza atividades no âmbito experimental. Nota: Atualmente, existe aproximadamente 4900 publicações na PUBMED. Regulamentação da prática de ozonioterapia pelos conselhos de classe: Odontologia: CFO Resol. nº 166 de 24/11/2015 Habilitação com CH mínima de 32 h Enfermagem: Parecer normativo nº 001/2020 COFEN Habilitação com CH mínima 120 h Fisioterapia: COFITO Resol. nº 380 de 11/11/2010 Biomedicina: CFBM Resol. nº 321 de 16/16/2020 Farmácia: CFF Resol. nº 685 de 30/01/2020 CFF Resol. nº 695 de 15/12/2020 Veterinária: CFMV Resol. nº 1364 de 22/10/2020 Biologia: CFBIO Resol. nº 614 de 10/12/2021 Princípios da Ozonioterapia — 9 — Bioquímica e biofísica da ozonioterapia Como funciona o ozônio? As reações bioquímicas e sucessiva ocorrem em células diferentes em todo o corpo, assim, deve ficar claro que uma boa parte de ozônio é consumida pelos an- tioxidantes presentes no plasma e apenas a segunda reação é responsável pelos efeitos tardios biológicos e terapêuticos. Isto deveria esclarecer o motivo pelo qual uma dose muito baixa de ozônio pode ser ineficaz ou equivalente a um placebo. ROS incluem vários radicais como ânions superóxido (O2), monóxido de nitrogênio (NO), peroxinitrito (O = NOO). A hidroxila, já mencionada, composto radicais e outros compostos oxidantes como peróxido de hidrogênio e ácido hipocloroso (HCIO), são compostos potencialmente ci- totóxicos (Fridovich, 1995; Pullar et al, 2000; Hooper et al, 2000), mas felizmente têm uma meia-vida curta (normalmente uma fração de segundo) e, tanto o plasma como as células, têm antioxidantes capazes de neutralizá-los, caso suas concentrações não so- breponham a capacidade antioxidante. As LOPs geradas após a peroxidação de uma grande variedade de PUFAs são heterogêneas e brevemente são representados por radicais de peróxido (ROO); assim, uma variedade de hidroperóxidos (R-OOH) e uma mistura complexa de baixos produtos finais aldeídicos de peso molecular, nomeada- mente malonyldialdeyde (MDA), e alquenais, entre os quais 4-hidroxi-2,3 transnonenal (4—HNE), são os mais citotóxicos. A química e a bioquímica desses compostos foram minuciosamente descritas pelo grupo de Esterbauer (1991). Se alguém pensa sobre ri- queza e heterogeneidade química de lipídios, glicolipídios e fosfolipídios presentes no plasma, torna-se difícil imaginar quantos compostos potentes, potencialmente noci- vos podem ser gerados pelos lipídios reagindo com ozônio. Ozônio e plasma O3 Substrates Messengers Targets Functional modifications Erythrocytes Leukocytes Platelets Improved O2 delivery Immune activation Release of autacolds and growth factores ROS Endothelium Bone marrow Other organs Increased release of NO– Generationof super-gifted erythrocytes Release of stem cells Upregulation of OSP and antioxidant enzymes (Ozone tolerance) LOPs PLASM A Fonte: Conselho regional de Farmácia, 2019. Princípios da Ozonioterapia — 10 — Efeitos fisiológicos Deve-se enfatizar que SANGUE EXPOSTO AO OZÔNIO, SUCEDE UM ESTRESSE OXIDATI- VO TRANSITÓRIO - necessário para ativar funções biológicas sem efeitos prejudiciais. O estresse deve ser adequado (não subliminar) para ativar mecanismos fisiológicos, MAS NÃO EXCESSIVO - para sobrecarregar o sistema antioxidante intracelular e cau- sar danos. Assim, uma dose excessiva de ozônio ou incompetência em manipular esse gás pode ser prejudicial. Por outro lado, doses de ozônio (abaixo do limiar), são totalmente neutralizadas pela riqueza de antioxidantes plasmáticos e podem produ- zir apenas um efeito placebo. O conceito de que a Ozonioterapia é dotada de um oxi- dativo agudo, incomoda os adversários dessa abordagem porque consideram isso como um dano infligido aos pacientes, possivelmente já sob uma doença crônica de estresse oxidativo. Portanto, NÃO ACREDITAM QUE A OZONIOTERAPIA INDICA UMA RESPOSTA TERAPÊUTICA MULTIVARIADA JÁ BEM DOCUMENTADA EM ALGUMAS DOENÇAS. Além disso, NÃO promovem O STRESS OXIDATIVO CRÔNICO (COS), DEVIDO A UMA EN- DÓGENA E DESCONTROLADA HIPEROXIDAÇÃO. A RESPOSTA TERAPÊUTICA alcançada após estes repetidos estresses oxidativos, pode ser considerada como um Efeito de PRECONDITIONING- eventualmente capaz de reequilibrar o sistema redox e alterado por estímulos pato genéticos. (BOCCI, 2002). Como já mencionado, as concentrações submicromolares de LOPs podem atuar como mensageiros fisiológicos, capazes de reativar um sistema biológico despreo- cupados. Do ponto de vista farmacocinético, os vestígios de LOPs podem atingir to- dos os órgãos, em particular a medula óssea e o Sistema Nervoso Central. Os LOPs são extremamente importantes para informar células específicas e receptores de um estresse oxidativo mínimo e calculado, que pode provocar a resposta adaptativa. Em relação aos eritrócitos, as LOPs podem influenciar a linhagem eritroblástica, permitindo a geração de células com melhores características bioquímicas. Estes eritrócitos, durante os quatro meses seguintes, são capazes de fornecer mais oxigê- nio em tecidos isquêmicos. A consequência de tratamentos repetidos, obviamente dependendo de o volume de sangue ozonizado, a concentração de ozônio e o crono- grama, é que após alguns tratamentos iniciais uma parte (cerca de 0,8% do grupo) de eritrócitos entrará diariamente na circulação e implacavelmente substituirá ve- lhos eritrócitos gerados antes da terapia. Isso significa que durante a Ozonioterapia a população de eritrócitos incluirá não apenas células com diferentes idades, mas o mais importante, eritrócitos com diferentes capacidades bioquímicas e funcionais. No curso de terapia de ozônio, já foi medido um aumento marcado de G6PD e outras enzimas antioxidantes em eritrócitos jovens. (Bocci, 2014). Princípios da Ozonioterapia — 11 — O processo de ativação celular é muito dinâmico e não dura para sempre, porque as células do sangue possuem vida definitiva e uma memória bioquímica limita- da; portanto, a vantagem terapêutica DEVE SER MANTIDA COM MENOS TRATAMENTOS FREQUENTES. A toxicidade do ozônio no sangue, fluidos biológicos e órgãos internos, podem ser totalmente evitados quando a dose de ozônio se reduz apenas em parte. O sistema antioxidante tem evoluído durante os últimos dois bilhões de anos como uma defesa essencial contra o oxigênio. É constituído por componentes de eliminado- res, nomeadamente albumina, vitaminas C e E, ácido úrico, bilirrubina, cisteína, ubiqui- nol, ácido alfa-lipoico, e de antioxidantes intracelulares como: GSH, tioredoxina, enzi- mas (superóxido dismutase, SOD, GSH-Px, GSH-Rd, GSH-T, catalase, etc.) e proteínas tais como transferrina e ceruloplasmina, capazes de checar ferro livre e cobre que, de outra forma, pode favorecer a formação de radicais hidroxilo. A riqueza e a variedade de an- tioxidantes extracelulares e intracelulares, descrito por Chow e Kaneko (1979), Halliwell (1994; 19990a, b; 2001), Frei (1999), HoImgren, (1989), Di Mascio et al, (1989), Jang et al, (1997), Packer et al, (1997), Bustamante et al, (1998) e Chae et al, (1999), são capazes de explicar como quantidades variadas de ozônio podem ser domesticadas, com os resul- tados de estimular vários sistemas biológicos sem efeitos deletérios.(BOCCI, 2002). Mecanismo de ação Em primeiro lugar, o ozônio, como qualquer outro gás, dissolve-se na água, quer seja do plasma (a parte líquida do sangue), nos fluidos extracelulares, ou na cama- da fina de água cobrindo a pele e particularmente a mucosa do trato respiratório, intestino, vagina, etc. Na temperatura normal e pressão atmostférica, devido à sua alta solubilidade e dependendo da sua relativa pressão, um pouco de ozônio dis- solve-se na água, mas ao contrário do oxigênio, NÃO É EQUILIBRADO com o ozônio restante na fase gasosa; isso acontece porque o ozônio, sendo um oxidante potente, imediatamente reagirá com uma série de moléculas presentes em fluidos biológicos. Nomeadamente são: os antioxidantes, as proteínas, os hidratos de carbono e, prefe- rencialmente, os Ácidos graxos poli-insaturados (PUFAs). A reação do ozônio com tantas moléculas implica dois processos fundamentais: 1. A primeira reação é conhecida como: “THE OZONE INICIAL REACTION’ - porque uma pequena porção de ozônio é, inevitavelmente, consumida durante a oxidação de ácido ascórbico e ácidos: úricos, sulfúricos (SH), grupos de proteínas e glicopro- teínas. Apesar da albumina, os ácidos ascórbicos e úricos dominam a dura re- atividade do ozônio (Halliwell, 1996); eles permitem essa primeira reação que é importante, pois ela gera espécies reativas de oxigênio (ROS); o que desencadeia vários produtos bioquímicos no sangue. À ROS é neutralizada dentro de 0,5-1 mi- nutos pelo sistema antioxidante. Princípios da Ozonioterapia — 12 — 2. A segunda reação bem característica é conhecida como “PEROXIDAÇÃO UPÍDICA” - No plasma hidrofílico, um mol de uma olefina (particularmente ácido araqui- dônico presente em triglicerídeos plasmáticos e quilomícrons) e um mol de ozô- nio, originam dois moles de aldeídos e um mol de peróxido de hidrogénio (H202). Estas Duas reações, concluídas em segundos usam a dose total de ozônio que gera peróxido de hidrogênio, um oxidante, mas não uma molécula radical (geral- mente incluído na família ROS) e uma variedade de aldeídos conhecidos como PRODUTOS DE OXIDAÇÃO LIPÍDICA (LOPs). Toxicidade do ozônio O ozônio nunca deve ser inalado. Esta rota é proibida. O ozônio não é tóxico quan- do usado na dose adequada e por profissionais treinados com os protocolos clínicos corretos. Casos fatais são o resultado de mala práxis (conduta imprópria ou inade- quada, falha ou falta médica). O ozônio é uma especie reativa de oxigênio e um componente importante na atmosfera. Os efeitos tóxicos da exposição aguda ao gás inalado, que pode cau- sar inflamção pulomonar e danos as celulas epitelias da cavidade nasal, bronquios, bronquiolos, e macrofagos alveolares já sao bem conhecidos. A terapia com oxigênio-ozônio médico, não se utiliza da via inalatória. Inúmeras publicações demonstram que a terapia utilizada por outras vias de administração é segura e com excelentes resultados clínicos. Indicaçôes O ozônio medicinal pode ser indicado para diversos tratamentos, entre eles: • Problemas circulatórios; • Diversas doenças e condições do paciente idoso; • Doenças causadas por vírus, tais como hepatites, Herpes simples e Herpes zoster; • Feridas com infeccões ou inflamadas de difícil cicatrizacão como úlceras, feridas de origem vascular, arterial ou venosas (varizes), úlceras por insuficiência arterial, úlcera diabética, riscos de gangrena; • Colites e outras inflamacões intestinais crônicas; • Queimaduras; • Hérnia de disco, protrusão discal, dores lombares; • Dores articularesdecorrentes de doencas inflamatórias crônicas; • Imunoativação geral; • Terapia complementar para alguns tipos de câncer. Princípios da Ozonioterapia — 13 — Contraindicações A administração de ozônio é contraindicado quando administrado sistemica- mente devido a: 1. Glicose-6-fosfato. Deficiência de desidrogenase (favismo, anemia hemolítica aguda);* 2. Hipertireoidismo Tóxico - Status de Sepulturas com Base; 3. Trombocitopenia menor que 50.000 e distúrbios graves da coagulação; 4. Instabilidade cardiovascular grave; 5. Intoxicação aguda por álcool; 6. Infarto agudo do miocárdio; 7. Hemorragia maciça e aguda; 8. Durante estados convulsivos; 9. Hemocromatose; 10. Pacientes recebendo tratamento com cobre ou ferro por administração intrave- nosa; 11. Hipertensão descompensados; 12. Caquexia. *A prevalência de deficiência de glicose 6 fosfato desidrogenose (G6PD) varia entre os grupos étnicos com frequ- ência geral mais baixo nas Américas (3.4 Z). Europa (3.9 g) e Pacífico (2.9 g) em comparação com a África Sub- saariana (7.51 ), Oriente Médio (6,0 g) e Ásia (4,7 Z). Recomenda-se o teste de G6PD antes da ozonioterapia para evitar complicações. (MADRI. 2020) Efeitos colaterais da ozonioterapia Os efeitos colaterais da ozonioterapia são mínimos: • dor pela picada da agulha e sensação de queimação transitória (dura segun- dos) no local da injeção; • flatulência (no caso de insuflação via retal do gás); • hipotensão ortostática e; • hipoglicemia transitória (por este motivo se recomenda que o paciente não este- ja em jejum ao ser submetido ao procedimento). Alergia ao ozônio Em 2002 em artigo publicado na Science, pesquisadores norte-americanos de- monstraram que os neutrófilos fabricam ozônio DURANTE o processo de defesa do organismo para ativar anticorpos, fato confirmado no ano seguinte por Barbior e co- laboradores. Assim, NÃO É POSSÍVEL ser alérgico ao ozônio, uma biomolécula natural- mente produzida pelo organismo humano. Princípios da Ozonioterapia — 14 — Paciente em tratamento com anticoagulantes A administração sistêmica concomitante de ozônio e anticoagulante pode mo- dificar a via de coagulação, isso implica a necessidade de monitoramento frequente do Índice Normalizado Internacional (INR). Se forem utilizados os novos anticoagu- lantes orais de ação direta (ACOD) ou novos anticoagulantes orais (NACO) indicados para o tratamento da doença tromboembólica venosa (DVT), eles são totalmente compatíveis com o ozônio e não requerem controles INR (Rivaroxaban (nome comer- cial: Xarelto@), Dabigatran (Pradaxa@), Apixaban (Eliquis@), Edoxaban (Lixiana@). Ação oxidante imunomoduladora O Ozônio induz a liberação de espécies reativas do oxigênio (EROS) que, em con- centrações controladas regulam a liberação de mediadores inflamatórios e estimu- lam a produção de enzimas antioxidantes e protetores de membrana, como gluta- tiona peroxidase, catalase e superóxido desmutase. As EROS muitas vezes constituem os radicais livres, que causam danos a moléculas importantes. Porém, alguns autores sugerem que a exposição a doses controladas de O3, le- vam a um pré-condicionamento oxidativo no fígado, prevenindo os danos causados por radicais livres. Ocorre ainda, estímulo para produção de prostacidina, uma pros- taglandina de ação vasodilatadora. Em humanos, a administração de O3 na concentração de 30 a 55 ug/cc, gera um aumento na liberação de TNF e interleucina-2 (estimula a produção de linfócitos T, B e células NK) e aumento na produção de interferons (proteínas que interferem na re- plicação de patógenos, especialmente virais, e estimulam a defesa de outras células. 1. Princípios da Ozonioterapia - introdução e a história� Ozônio Como o ozônio se forma? O ozônio no meio ambiente Ozônio X cloro História� Legislação (Madrid) Bioquímica e biofísica da ozonioterapia� Como funciona o ozônio? Efeitos fisiológicos Mecanismo de ação Toxicidade do ozônio Contraindicações Efeitos colaterais da ozonioterapia Alergia ao ozônio Paciente em tratamento com anticoagulantes Ação oxidante imunomoduladora
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