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Prévia do material em texto

Narrativa Transmídia 
e Storytelling
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Vagner Novaes Tranche
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos 
Narrativa Transmídia como Ferramenta Persuasiva 
• Introdução;
• Conceito de Narrativa Transmídia;
• Narrativa Transmídia: História;
• A Narrativa Transmídia na Comunicação com o Consumidor;
• Características dos Ambientes Multiplataforma
na Publicidade e Propaganda;
• Anexo I.
• Compreender o conceito de narrativa transmídia, bem como a sua evolução histórica;
• Estudaremos como a narrativa transmídia favorece a comunicação com os públicos de 
interesse e discutiremos o conceito de comunicação multiplataforma e a sua presença na 
publicidade e propaganda.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Narrativa Transmídia como 
Ferramenta Persuasiva 
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Narrativa Transmídia como Ferramenta Persuasiva 
Introdução
Anteriormente, discutimos o conceito de narrativa e você pôde compreender 
como esse tipo de produção textual se faz presente em diversas formas de expressão.
Você entendeu como uma narrativa é estruturada e teve a oportunidade de co-
nhecer os principais elementos que a integram. Agora, chegou a hora de explorar 
um pouco mais o seu uso como ferramenta de convencimento, uma prática presen-
te em diversas ações de publicidade e propaganda.
Nesta unidade, vamos conhecer o conceito de narrativa transmídia e vamos 
entender como esta linguagem publicitária interage com os públicos de interesse, 
mas lembre-se: o resultado de seus estudos depende, acima de tudo, de sua aplica-
ção durante os nossos encontros.
Leia o material com atenção e sempre faça anotações, pois elas contribuem 
no processo de assimilação do conteúdo. Sempre faça as atividades, pesquisas e 
exercícios propostos - mais do que auxiliar na compreensão, eles propiciam uma 
importante vivência que estimula a criatividade e possibilita o desenvolvimento de 
portifólio de produção pessoal, que pode, inclusive, ser utilizado em entrevistas de 
emprego na área.
Muito bem! Aperte os cintos e vamos embarcar nessa magnífica viagem rumo 
ao universo da Publicidade e Propaganda. Senhoras e senhores, próxima parada: 
narrativa transmídia!
Figura 1 – Vamos conhecer o conceito de narrativa transmídia?
Fonte: Getty Images
8
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Conceito de Narrativa Transmídia
Transmídia é uma palavra de origem inglesa (transmedia) que significa, numa 
interpretação simplificada, a transmissão de conteúdo por meio de suportes dife-
renciados, visando à complementação da informação e à consequente interpreta-
ção por parte dos públicos de interesse.
A narrativa transmídia ou narrativa transmidiática é toda transmissão de his-
tórias, sejam elas pertencentes ao universo do entretenimento ou da comunicação 
publicitária, que, por meio de múltiplos suportes comunicacionais, propiciam inte-
rações e contribuem na compreensão de uma mensagem por parte dos públicos 
de interesse.
Em uma narrativa transmídia, não se trabalha com uma história destinada a atin-
gir um único tipo de público, mas sim vários públicos, que consomem mídias e lin-
guagens diferentes, possibilitando uma pequena alteração da narrativa na tentativa 
de falar a mesma linguagem da audiência. Em via de regra, esse tipo de produção 
possui uma história dinâmica, que não é limitada a um filme ou a um livro, mas sim 
com uma proposta mais ampla, capaz de transcender os suportes comunicacionais 
e o protagonismo de alguns personagens, tornando possível observar a narrativa 
sob a ótica de outras figuras, de acordo com o interesse da produção. As histórias 
são oferecidas ao público por meio de filmes, quadrinhos, redes sociais, seriados, 
games, dentre outros recursos.
A saga Star Wars, considerada a maior produção do cineasta norte-americano 
George Lucas, é um bom exemplo de narrativa transmídia dentro do contexto de 
entretenimento. A saga, que teve início no final da década de 70, encantou inú-
meros espectadores ao redor do mundo. A forma como a obra cinematográfica é 
cultuada ainda hoje oferece a possibilidade de explorar comercialmente a marca e 
os personagens em produtos de diversos segmentos, que vão desde peças de vestu-
ário até incríveis parques temáticos, que recebem milhões de visitantes anualmente.
Figura 2
Fonte: freestocks.org
9
UNIDADE Narrativa Transmídia como Ferramenta Persuasiva 
Desde seu lançamento, em 25 de maio de 1977, a franquia se tornou um fenô-
meno mundial: já lançou mais de 10 longas-metragens, seriados e filmes exclusivos 
para tv, musicais para teatro, animações, RPGs para videogame, livros e jogos 
para internet que mostram histórias paralelas, que mais tarde foram incorporadas 
à mitologia oficial da obra. Os pesquisadores Massarolo e Mesquita, no artigo inti-
tulado “Reflexões teóricas e metodológicas sobre as narrativas transmídia” (2014), 
comentam sobre a estratégia de Star Wars:
A identificação das características do mundo criado para a saga de Star 
Wars, ou storyworld, permitiu que fosse criada a coesão, consistência e 
continuidade entre os produtos da franquia cinematográfica, possibilitando 
que outros produtos derivados da saga original fossem criados, cada qual 
com diferentes funções, tais como: livros, animações e videogames. Os pro-
dutos de uma franquia devem manter sua coerência em relação ao mundo 
da série cinematográfica original, para que os consumidores tenham uma 
experiência diferenciada ao transitarem pelas diferentes plataformas em 
busca de novos conteúdos. (MASSAROLO E MESQUITA 2014;9.)
A narrativa mantém o mundo ficcional de Star Wars como marca, permitindo 
adaptações de histórias coerentes e distintas entre si, estabelecendo elos e conexões, 
contudo sendo possível compreendê-las de maneira independente. Esta mesma prá-
tica é observada em várias obras que apresentam potencial sucesso comercial.
Figura 3 – Cosplayers em evento
Fonte: Wikimedia Commons
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11
Crossmedia e transmídia são a mesma coisa?
Não, crossmedia e transmídia não são a mesma coisa. Como vimos neste capítulo, a 
narrativa transmídia pode transmitir informações em diversos meios de comunicação e 
promover pequenas alterações na história, para melhor adequá-laao meio e à linguagem 
que o público está acostumado a consumir. Por exemplo: uma partida de futebol pode ser 
acompanhada pelo rádio, tv e internet. Na televisão, você pode ter a riqueza dos detalhes 
pelo recurso da imagem; no rádio, a mesma partida é mediada pela interpretação do locutor 
esportivo; e, por fim, na internet, você pode optar por consultar apenas o placar do jogo e os 
principais lances. As três formas de transmissão juntas enriquecem o conhecimento do pú-
blico, contudo isoladamente informam e não oferecem nenhum prejuízo para o espectador.
Já o termo crossmedia, numa livre tradução, significa “cruzamento de mídia”, ou seja, é 
como se o mesmo conteúdo fosse oferecido em mais de um canal sem alterações da mensa-
gem. Utilizando o mesmo exemplo do futebol, o crossmedia replicaria a transmissão fute-
bolística da TV para o canal de streaming, portais de esporte e emissoras de rádio, seguindo 
exatamente a mesma linguagem e informação.
Ex
pl
or
Narrativa Transmídia: História
O termo transmedia storytelling foi citado inicialmente pela professora Marsha 
Kinder, em 1991, e posteriormente utilizado em um artigo na revista Technology 
Review pelo professor Henry Jenkins, no ano de 2003. Os dois professores lecio-
navam nos cursos da área de comunicação da Universidade do Sul da Califórnia. 
O termo ganhou força com a publicação do livro “Cultura da convergência” (2008). 
Massarolo e Mesquita (2014) comentam sobre o termo:
Henry Jenkins, como se sabe, cunhou o termo transmedia storytelling, 
mas apesar de nos países de língua inglesa esse termo significar ‘o ato 
de contar histórias através de várias mídias’, foi traduzido para o portu-
guês como ‘narrativa transmídia’. Dependendo da perspectiva, ângulo de 
leitura ou da abordagem assumida, a tradução do termo storytelling por 
narrativa pode ser visto como mais uma das terminações conceituais re-
lacionadas ao transmedia storytelling e dar margens para controvérsias 
semânticas. (MASSAROLO E MESQUITA 2014;2.)
É fato que, devido à convergência das mídias, é possível identificar produções 
que utilizam multimeios desde a década de 90, dentro do contexto de entreteni-
mento da indústria cultural norte-americana. Inicialmente, essas produções eram 
reconhecidas como crossmedia, pois buscavam integrar os meios e as produções 
de modo a atingir o público de maneira uniforme. Era uma espécie de sinergia de 
mídias, porém sem a possibilidade de complementação da informação pela adap-
tação da linguagem, uma vez que replicavam a mesma informação sem alterações.
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UNIDADE Narrativa Transmídia como Ferramenta Persuasiva 
A obra de Jenkins analisa como a convergência dos novos recursos midiáticos 
contribui para a transformação da cultura e transforma a forma de relação com os 
meios de comunicação tradicionais. Na esteira da revolução ocasionada pela popu-
larização da internet e das ferramentas que tiram as pessoas de uma mera situação 
de “receptor passivo”, o autor debate termos como spoiling, que ele define como 
“processo ativo de localizar informações que ainda não foram ao ar na televisão”; 
bloguismo, forma de comunicação alternativa em resposta à informação gerada 
pelos meios de comunicação comerciais; e fanfictions, histórias sobre produções e 
personagens que ganham adaptações por parte dos fãs.
Henry Jenkins é o professor reitor de Comunicação, Jor-
nalismo, Artes Cinematográficas e Educação da Univer-
sidade do Sul da Califórnia. Chegou à USC no outono de 
2009, depois de atuar, por mais de uma década como 
diretor do Programa de Estudos de Mídia Comparada 
do MIT. É autor e/ou editor de dezessete livros sobre 
vários aspectos da mídia e da cultura popular. Atual-
mente, está editando um manual sobre a imaginação 
cívica e escrevendo um livro sobre “quadrinhos e outras 
coisas”. Jenkins escreveu para as revistas científicas 
Technology Review, Computer Games, Salon e The Hu-
ffington Post. (Texto adaptado de: Henry Jenkins. Dis-
ponível em: henryjenkins.org/aboutmehtml. Acesso em: 
29 jan. 2020)
Figura 4 – Professor 
Henry Jenkins
Fonte: Wikimedia Commons
Ex
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A Narrativa Transmídia na 
Comunicação com o Consumidor
Uma narrativa transmídia utiliza-se de uma linguagem dinâmica, que procura 
sempre manter o universo da história original, informando e conduzindo o público 
a um ponto convergente por meio de novas histórias disseminadas em múltiplas 
plataformas. A linguagem utilizada em transmídia permite que narrativas paralelas 
influenciem ou sejam influenciadas por uma história original ou simplesmente esti-
mulem o prestígio da produção principal. Vejamos alguns exemplos.
• Transmídia de informação: websites oficiais, redes sociais, aplicativos de 
smartphone ou qualquer outro recurso que permita interação com o consumi-
dor de maneira promocional podem ser considerados transmídia de informa-
ção. No ano de 2019, às vésperas do lançamento da terceira temporada da sé-
rie Stranger Things, do serviço de streaming Netflix, a empresa movimentou 
as ruas das grandes capitais brasileiras com elementos extraídos da temática 
da produção. Bicicletas dos anos 1980 foram disponibilizadas nos serviços de 
aluguel, abrigos de ônibus com jogos remetem aos fliperamas do período e 
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joysticks com tecnologia touch para promover a experiência. Mas a ação que 
chamou mais atenção foi a Stranger Antenna, um aplicativo de smartphone 
que simula uma televisão dos anos 80. Para captar o sinal, o usuário precisa 
encostar o aparelho celular em uma lã de aço ou em um imã de fone de ouvi-
do. O aplicativo dá acesso a um vasto e divertido conteúdo complementar da 
temporada, tudo conduzido por Carlos Moreno, o famoso garoto Bom-Brill;
Conheça a ação de divulgação da Netflix para a terceira temporada de Stranger Things.
Acesse: http://bit.ly/2GWkbe2 e veja as instruções para utilizar o aplicativo.Ex
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• Transmídia de introdução: nesta categoria de narrativa transmídia, encontra-
mos textos, vídeos, filmes, seriados ou outros produtos comunicacionais que pre-
cedem eventos da narrativa principal, explicando a origem de um determinado 
assunto ou personagens da trama principal, já conhecida pelo público. Um bom 
exemplo foi a empreitada da TV Globo diante do sucesso da novela das 19h “To-
talmente Demais”, que foi exibida originalmente entre os anos de 2015 e 2016. 
O folhetim ganhou um spin-off (uma obra derivada), com dez capítulos que foram 
exibidos somente no ambiente digital. Os esquetes exploravam a vida dos perso-
nagens que compunham o núcleo do “Bairro de Fátima”, um ano antes da trama 
da novela. O formato também marcou a primeira ação de branded content, 
oferecendo conteúdo especial na página da novela durante o período de exibição, 
além de promover o lançamento da plataforma de streaming da emissora.
Clique no link e confira o episódio de estreia do spin-off “Totalmente Sem Noção Demais”: 
https://youtu.be/ZJNW2Zp4Rr8Ex
pl
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• Transmídia de interatividade: como já vimos, narrativas fazem uso de diver-
sas formas de expressão para falar com o público. Com a criação de narrativas 
por meios digitais, surge também uma nova possibilidade: a interação.
A interatividade faz alusão à maneira como os meios digitais usam a tecnolo-
gia para aumentar nos usuários a sensação de envolvimento com o conteúdo. 
Seja com a utilização dos recursos mais simples, para interagir com produ-
ções de rádio, tv, teatro, seja por meio de aplicativos de realidade aumentada, 
que podem ser utilizados em leitura de revistas, jornais e outras literaturas, a 
interatividade pode contribuir na experiência transmídia.
Ações de parceria e interatividade foram realizadas em setembro de 2019, duran-
te as exibições dos capítulos da novela “A Dona do Pedaço”. Sodiê Doces e iFood 
produziram e entregaram bolos inspirados na história da personagem Maria da Paz 
aos consumidores que compraram as gostosuras pelo aplicativo. Outro parceiro 
de renome que fechou a parceria publicitária com a TV Globo foi a fabricante de 
mistura parabolos “Dona Benta”. A marca lançou uma linha de misturas para bolo 
com o mesmo nome da trama. O produto foi idealizado para comercialização até 
o final da novela e contou com uma página no site da empresa para o lançamento.
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UNIDADE Narrativa Transmídia como Ferramenta Persuasiva 
Figura 5 – A novela “A Dona do Pedaço” inspirou diversas ações com marcas parceiras
Fonte: Getty Images
Com o logotipo da novela estampado junto à marca “Dona Benta”, o público 
tinha a explicação sobre a parceria que unia a história da empresa com a da pro-
tagonista da novela, além de divulgar as deliciosas receitas em vídeos apresentados 
por culinaristas de uma quarta marca parceira, a Nestlé.
Características dos Ambientes 
Multiplataforma na Publicidade 
e Propaganda
A narrativa transmídia já é uma realidade na sociedade contemporânea. Fruto 
da cultura participativa, este tipo de ação tem sido adotado por muitas empresas 
como mais uma ferramenta da publicidade e propaganda para estabelecer um 
contato maior da marca com os públicos de interesse e, com isso, gerar empa-
tia e tangibilidade perante os consumidores. Esta prática acontece junto a uma 
crescente demanda de disponibilização de conteúdos com características plurais, 
como nos explicam Massarolo e Mesquita (2014) no artigo “Reflexões teóricas e 
metodológicas sobre narrativas transmídia”:
A crescente disponibilização de conteúdos não só atende às demandas 
de empresas de comunicação, como também proporciona a imersão das 
audiências em universos ficcionais complexos e interativos. A criação 
de um ambiente de histórias para multiplataformas dissolve as barreiras 
convencionais entre arte, comunicação e entretenimento, pois requer 
parâmetros de análise que contemplem obras ramificadas por extensões 
midiáticas e que, por isso, não podem ser consideradas como “obras únicas”, 
tais como: filmes, jogos, séries de TV e HQs, entre outras. (MASSAROLO 
E MESQUITA 2014;3.)
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A evolução tecnológica quebrou o velho paradigma de uma comunicação unila-
teral, de “mão única”, que vigorou até meados dos anos 90. Com a popularização 
da tecnologia ao redor do mundo a partir de multiplataformas (consoles de games, 
computadores pessoais, smartphones, smart tvs e outros suportes), a comunicação 
ganhou novos recursos, que permitem à audiência sair de uma situação passiva, de 
mero receptor de conteúdo, para uma audiência ativa, que participa e contribui, den-
tro das possibilidades, com a informação e entretenimento produzidos pelos grupos 
de comunicação. A narrativa transmídia é um recurso que acompanha essa evolução.
Figura 6 – A comunicação deixou de ser unilateral para ser participativa
Fonte: Getty Images
Antes o espectador conformava-se com a limitação da informação e, caso qui-
sesse uma complementação dos conteúdos, buscava recursos que eram lançados 
de acordo com a repercussão do assunto. Um bom exemplo eram as produções 
cinematográficas, que, se fizessem sucesso, ganhariam materiais complementares, 
como livros, álbuns de figurinhas (que simplesmente repetiam a história), tinham 
suas cópias distribuídas para as locadoras de vídeo, que eram muito populares nos 
anos 80 e 90, e, com um pouco de sorte, teriam o financiamento da sequência da 
obra, sem a garantia do sucesso da produção inicial.
Hoje o processo é bem diferente: uma obra como um filme já apresenta projetos 
de continuidade e uma série de investimentos em outras plataformas de comunica-
ção que abastecem a busca de informação diante do sucesso da história. Tomemos 
como exemplo a saga de Harry Potter, da escritora britânica J. K. Rowling.
A sua narrativa nasceu nos livros, conquistou uma legião de leitores, ganhou a 
adaptação nas telas de cinema, tornando-se a série cinematográfica mais assistida 
na história. Deste ponto em diante, foi desenvolvida uma série de produções para-
lelas com a mesma temática, tudo para abastecer a busca e a curiosidade dos fãs do 
pequeno bruxo da escola de magia e bruxaria de Hogwarts.
Personagem Harry Potter em selo postal francês. Disponível em: http://bit.ly/2RZLc6N
Ex
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UNIDADE Narrativa Transmídia como Ferramenta Persuasiva 
De games a parques temáticos, de sites oficiais do filme a centenas de fansites 
desenvolvidos pelos amantes do bruxinho pelo mundo afora, até mesmo obras, da 
própria autora, dedicadas a ensinar as regras do Quadribol, esporte coletivo pratica-
do pelos personagens na ficção, as plataformas múltiplas servem de canais de “reas-
sistência”, que permitem ver e rever a obra, como denomina Massarolo e Mesquita:
Os canais de reassistência (aplicativos para “segunda tela” – smart TV, 
smartphones e tablets, entre outros) oferecem ao telespectador a possi-
bilidade de assistir novamente a episódios ou trechos do seriado de TV 
inúmeras vezes por diferentes ângulos, para análise mais aprofundada 
das estratégias narrativas. (MASSAROLO E MESQUITA 2014;3.)
O marketing participa desse processo e se apropria das histórias. Faz uso das 
multiplataformas para comunicar os interesses dos anunciantes, ora utilizando a pró-
pria narrativa transmídia em meio a ações de publicidade e propaganda que se com-
plementam, ora anunciando e patrocinando os canais de comunicação utilizados.
São muitos os canais de vídeo que disseminam conteúdos complementares de 
produções que, para podermos prestigiar, somos quase que obrigados a assistir 
antes a um vídeo ou material de persuasão. Grandes emissoras estão migrando seu 
enorme acervo para plataformas de streaming, que podem ser usufruídas integral-
mente mediante mensalidade ou parcialmente, mediante o prestígio de um comer-
cial. Novos tempos, novas técnicas: o modelo de negócios dá a falsa sensação de 
controle de programação, contudo ele é que continua no controle, selecionando o 
que é oferecido e analisando as características da audiência.
Figura 7 – Streaming multimídia – Você no controle... Será?
Fonte: Getty Images
Estamos chegando ao fim da segunda unidade da disciplina Narrativa Transmídia 
e Storytelling. Em nosso próximo encontro, vamos conceituar o termo storytelling 
e analisar os elementos que não podem faltar em uma boa história. Também vamos 
analisar as técnicas para criar histórias persuasivas e que estabeleçam conexão com 
os públicos de interesse.
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Anexo I
Glossário
• Branded content: conteúdo de marca;
• Fansite: site ou blog dedicado a postar notícias sobre alguém ou algo, com o 
objetivo de atualizar as pessoas (fãs) que o visualizam;
• Longa-metragem: filme com duração mínima de 70 minutos e que constitui a 
parte principal de uma sessão cinematográfica;
• RPG: é a sigla em inglês para Role-Playing Game, um gênero de jogo no qual os 
jogadores assumem o papel de personagens imaginários, em um mundo fictício;
• Spin-off: material de comunicação adicional derivada de uma obra de sucesso;
• Streaming: é uma tecnologia que envia informações multimídia, através da 
transferência de dados, utilizando redes de computadores, especialmente a 
internet, e foi criada para tornar as conexões mais rápidas;
• Suporte comunicacional: todo e qualquer meio de transmissão da mensa-
gem, tais como rádio, tv, revista, cinema, dentre outros;
• Transmidiático: que transita entre as mídias; que transmite informações em 
suportes comunicacionais diferentes.
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UNIDADE Narrativa Transmídia como Ferramenta Persuasiva 
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Você conhece Henry Jenkins?
No site a seguir, você poderá conhecer um pouco mais sobre o professor e pesquisador 
Henry Jenkins, pai do conceito de transmedia storytelling. A página está em inglês, 
mas você pode traduzi-la facilmente para o português clicando sobre a página com o 
botão direito de seu mouse e selecionando a opção “traduzir para o português”.
http://bit.ly/2OtcRee
 Vídeos
Você sabe o que é Transmídia?
Acesse o link e confira o episódio do programa “Mídia em Foco”, que versa sobre o tema.
http://bit.ly/2Up7HUj
 LeituraA Utilização de Elementos Transmídia e de Storytelling para o Aumento do Engajamento Social dos Comerciais de TV
Artigo de autoria de Luana Borges, publicado originalmente na revista da SET, discute 
alguns dos assuntos presentes no corpo da unidade 2. Vale a pena lê-lo. 
http://bit.ly/2SkqIVc
Reflexões Teóricas e Metodológicas Sobre as Narrativas Transmídia
Artigo dos pesquisadores João Carlos Massarolo e Dario Mesquita disponível na revita 
eletrônica Lumina, do programa de Pós-Graduação em comunicaçao da Universidade 
de Juiz de Fora.
http://bit.ly/2ukCtmv
18
19
Referências
BARRETO, T. Vende-se em 30 segundos: manual do roteiro para filme publici-
tário. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2004.
CIACO, J. B. S. A inovação em discursos publicitários: comunicação, semiótica 
e marketing. São Paulo: Estação das Letras, 2013.
FIGUEIREDO, C. Redação publicitária: sedução pela palavra. 2ª ed. São Paulo: 
Cengage Learning 2014. (e-book)
FIORIN, J. L.; SAVIOLI, F. P. Para entender o texto: leitura e redação. 17ª ed. 
São Paulo: Ática, 2007.
FRANCO, M. Storytelling e suas aplicações no mundo dos negócios. Rio de 
Janeiro: Atlas, 2015. (e-book)
GALVÃO, J. Super-histórias no universo corporativo. 1ª edição. São Paulo: 
Panda Books, 2015. (e-book)
GANCHO, C. V. Como analisar narrativas. 9ª ed. rev. e atual. São Paulo: Ática, 2006.
GOSCIOLA, V. Transmidiação: formas narrativas em novas mídias. Salamanca: 
Fonseca, Journal of Communication, monográfico 2 (2013), pp. 270-284. Disponível 
em: <http://revistas.usal.es/index.php/2172-9077/article/viewFile/12128/12484>. 
Acesso em: 29 jan. 2020.
JENKINS, H. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2008.
MARTINS, J. S. Redação publicitária: teoria e prática. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2011.
MASSAROLO, J. C.; MESQUITA, D. Reflexões teóricas e metodológicas sobre as 
narrativas transmídia. Revista Lumina, vol. 8, Juiz de Fora, 2014.
NEGRI, M. Contribuições da língua portuguesa para a redação publicitária. 
São Paulo: Cengage Learning 2016. (e-book)
SANTAELLA, L. Redação publicitária digital. Curitiba: InterSaberes, 2017. (e-book)
WEIZENMANN, C. S. Redação publicitária: para ler, pensar e escrever. Curitiba: 
InterSaberes, 2019. (e-book)
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