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Livro UC Cultura e Linguagens Digitais para impressão (1)

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Livro Completo Cultura e Linguagens Digitais
Sumário
1 | Histórico das tecnologias na educação
2 | Cultura Digital
2.1 Sociedade, cultura e técnica
2.2 Cultura da convergência
2.3 Inteligência coletiva e participação
3 | Linguagens e Mídias
3.1 Texto Escrito
3.2 Imagem
3.3 Áudio
3.4 Vídeo
4 | A relação entre tecnologia e arte
5 | Transmídia
6 | Gêneros Textuais alternativos
6.1 Fanfiction
6.2 Posts e tweets
6.3 Hipertexto
6.4 Notícias Falsas (Fake news)
6.5 Pós-verdade (Post-truth)
6.6 Memes
6.7 Videologs
Encerramento
Referências
Ficha Técnica
Capítulo 1 - Histórico das Tecnologias na
Educação
1 Histórico das Tecnologias na Educação
No amplo estudo das tecnologias aplicadas ao desenvolvimento educacional, ou simplesmente das
tecnologias educacionais, é comum a utilização de termos como "tecnologia de informação e
comunicação", "mídia", "mídias de massa", "mídias digitais", "novas mídias", "internet", "web 2.0",
entre outros. Muitas vezes, os termos são adotados como sinônimos, de modo pouco rigoroso. Como
são termos amplos, difusos e, muitas vezes, convergentes, sua conceituação torna-se difícil e
controversa, de modo que dependerá essencialmente da base de autores utilizadas para esse fim.
É claro que, se formos pensar em uma perspectiva mais filosófica, teremos o início da tecnologia
junto com o início do pensamento, na Grécia Antiga. A técnica naquele contexto ainda era tratada
como arte, portanto a técnica era qualquer fazer humano, qualquer produto ou artefato resultante de
processo de produção. Ali surge a ideia de produzir algo para a facilitação de processos cotidianos e
o bem coletivo. Mas aqui, na nossa UC, vamos trazer a questão para os nossos dias e nos focar
nessas tecnologias em seu contexto educacional e digital.
E o que é digital? Digital é qualquer produto, documento, instrumento, ferramenta ou produção que
possa ser compartilhada a partir de códigos binários, ou seja, que possa ser acessada e trabalhada
em dispositivos de informática, como computadores e aparelhos móveis. Ou seja, dispositivos que
hoje constroem nossa cultura, nossa forma de viver, trabalhar e nos relacionar. Ensinar e trabalhar
essas tecnologias é uma função primordial da educação contemporânea.
Nesse sentido, vamos trabalhar um pouco da história da tecnologia na educação, entendendo
primeiramente os marcos do início dessa área. Segundo as colocações dos autores Altoé e Silva
(2005), no ramo da educação, a história da tecnologia surgiu nos Estados Unidos a partir da década
de 1940, momento em que a tecnologia foi utilizada para formar especialistas militares durante a
Segunda Guerra Mundial. Já como matéria no currículo escolar, a tecnologia educacional surgiu nos
estudos de educação, na Universidade de Indiana, em 1946.
Durante a década de 1950, a psicologia da aprendizagem tornou-se campo de estudo curricular da
tecnologia educacional. Já na década de 1960, houve grande avanço no desenvolvimento dos meios
de comunicação de massa no âmbito social. A "revolução eletrônica" foi sustentada, em um primeiro
momento, pelo rádio e pela televisão.
Para fortalecer o impulso da tecnologia na educação, na década de 1970 houve o marco do
desenvolvimento da informática, com a utilização de computadores no ensino assistido por
computador – EAC, que ocorreu nos Estados Unidos, momento de realização de experiências para
mostrar que a utilização de computadores no ensino poderia ser eficaz e econômica, já que
professores poderiam propor novas possibilidades de estudo com seu conhecimento de conteúdos.
Contudo, em um cenário de crescente reconhecimento e expansão, destaca-se a importância de,
pelo menos, buscar alguns princípios orientadores que possam embasar nossas discussões com
mais segurança.
As tecnologias acompanham o crescimento da humanidade em diferentes descobertas e atingem
diversas áreas de atuação. Na educação, as tecnologias auxiliam e podem promover melhores
apresentações de conteúdos e interações, mesmo entre pessoas localizadas em diferentes locais do
globo terrestre. A escola e as tecnologias são eleitas para atender a sociedade e suas demandas,
acompanhando o contexto em que se encontra. “A escola de hoje é fruto da era industrial, foi
estruturada para preparar as pessoas para viver e trabalhar na sociedade e agora está sendo
convocada a aprender, devido às novas exigências de formação de indivíduos” (SERAFIM; SOUZA,
2011, p. 20).
Desta forma, podemos dividir em quatro grandes períodos a história das tecnologias educacionais -
se é que podemos chamá-las assim, uma vez que a maior parte das inovações tecnológicas se deu
em outros campos, sendo, na maior parte das vezes, apenas adaptada para o ensino e a
aprendizagem. Pierre Lévy, autor que estudaremos neste curso, também nos lembra da importância
dos processos históricos do surgimento da escrita e do alfabeto, por exemplo, que são os
fundamentos da comunicação até hoje. Mas, no nosso foco específico das tecnologias, podemos
dividir essa história da seguinte maneira:
● 1400 - 1900 - período da democratização do saber, em especial com o surgimento da
imprensa.
● 1900 - 1970 - período da automatização de processos do qual faz parte a Revolução
Industrial.
● 1970 - 2000 - período da informática na educação e inclusão digital nas escolas - é
nesse período que se desenvolve a informática e as TICs.
● 2000 - 2017 - período do conhecimento nas mãos do usuário, que é nosso cotidiano
pautado pelos smartphones e dispositivos móveis.
Apresentamos, a seguir, uma linha do tempo adaptada do site Porvir que representa a evolução do
uso de tecnologias na educação.
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/pluginfile.php/344089/mod_book/chapter/34339/Linha%20do%20tempo
%20Educacao.pdf
Adaptado do site Porvir Acessado em 21/06/2017.
De fato, desde a invenção do quadro negro, passando pela chegada do projetor de transparências,
da fotocopiadora e do videocassete, o foco da tecnologia em sala de aula vinha sendo a
apresentação da informação. Mas, no século 21, em razão da disseminação de computadores e de
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/pluginfile.php/344089/mod_book/chapter/34339/Linha%20do%20tempo%20Educacao.pdf
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/pluginfile.php/344089/mod_book/chapter/34339/Linha%20do%20tempo%20Educacao.pdf
http://porvir.org/especiais/tecnologia/
programas interativos, os desafios agora são outros: como acessar a informação, como selecionar a
informação e como produzir informação.
A área educacional está se adaptando às caraterísticas da nova sociedade, formada por indivíduos
que estão a todo o momento convivendo com a tecnologia. Hoje, as crianças têm contato com as
tecnologias desde os primeiros anos de vida e, assim, já crescem ambientadas às novas formas de
interagir, trocar conhecimentos e realizar estudos. A educação pode ser partilhada pelos estudantes
no contexto da comunidade onde vivem e também através de ferramentas disponibilizadas pelas
tecnologias, incluindo as redes sociais, através de computadores e/ou dispositivos móveis. Enfim, a
escola atual precisa se organizar de forma inovadora, empreendedora, para considerar as
necessidades colocadas pela sociedade tecnológica. Os desafios na aprendizagem e de motivação
se tornam ainda maiores, sendo preciso buscar formas atraentes de ensino dentro e fora de sala de
aula.
● IMPORTANTE!
Nesse cenário, os autores Moran, Masetto e Behrens (2013) colocam que as escolas precisam
buscar propostas inovadoras que se apoiem em um conjunto de eixos. Percebam como esses 4
eixos resumem bem o que tratamos até aqui:
● Conhecimento integrador e inovador – novas formas de trabalhar conteúdos;
● Desenvolvimento de autoestima - valorização do aluno;
● Formação de estudantes empreendedores – criativos e com iniciativas;
● Construção de alunos cidadãos – com valores individuais e sociais.
As TICs favorecem essas práticas, pois contribuem para a ocorrência das interações dentro do
processo educacional no qual o objetivo maior está na aprendizagem motivadora, em que alunos e
professoresse sentem parte do processo de construção coletiva na formação de cidadãos atuantes
na sociedade onde vivem.
O nível de influência das TICs na educação chega ao ponto de alterar a forma como as aulas são
planejadas, pois não basta o professor preparar uma aula fechada, entre as quatro paredes da sala
de aula; ele precisa prever aulas que se conectem com assuntos do dia a dia do aluno, seja na
comunidade, cidade, estado, país ou mundo. Veja o vídeo em que o professor André Azevedo da
Fonseca da UEL fala sobre como usar as Novas Tecnologias na Educação:
https://www.youtube.com/watch?v=Zge9v2jIhRA
https://www.youtube.com/watch?v=Zge9v2jIhRA
Gradativamente, professores e alunos estão visualizando novas formas de trabalhar o processo de
ensino e aprendizagem, que passa a ocorrer de forma mais colaborativa, já que o professor deixa de
ser soberano, dono do conhecimento. Os alunos passam a ter um papel mais ativo, deixam de ser
meros espectadores de apresentação de conteúdos e passam a trabalhar em conjunto com o
professor na construção do conhecimento e do processo de ensino e aprendizagem. O
comportamento do professor se enriquece quando executa as funções de mediador, incentivador ou
motivador da aprendizagem, apresentando-se como elo entre o aprendiz e sua aprendizagem,
sempre inovando na aplicação de metodologias e tecnologias que estão a sua disposição.
É a partir dessa introdução que vamos ao nosso foco: as tecnologias e linguagens digitais. E tudo
começa na construção da cultura digital.
Capítulo 2 - Cultura Digital
2 Cultura Digital
A cultura digital abre inúmeras possibilidades em vários aspectos de nossas vidas, e a Educação
é uma das mais importantes. No entanto, estimular a aprendizagem e tornar o ensino mais
participativo requer planejamento e criatividade. Não se trata apenas de distribuir tablets aos
alunos ou colocá-los para estudar usando o computador. No vídeo a seguir, a professora Léa
Fagundes analisa os motivos de a educação apresentar tanta resistência a essas mudanças e as
possibilidades que quebrar essa resistência pode nos trazer.
https://www.youtube.com/watch?v=TPM0jpmMadA
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A9a_Fagundes
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A9a_Fagundes
https://www.youtube.com/watch?v=TPM0jpmMadA
Nesse sentido, escolas, universidades e demais instituições educacionais têm recebido atenção
de pesquisadores que tentam (re)encontrar um caminho para a formação cidadã, no seu sentido
fundamental de preparar o ator social (estudante) para a vida. As mudanças inauguradas pelo
movimento ciberneticista, a partir da década de 1940, romperam com um paradigma de
comunicação e criaram novas lógicas comunicacionais. A filosofia da informação considera que a
sociedade contemporânea, hiperconectada, vive um momento em que o homem é um ser
informacional e interconectado. Estamos conectados a todo o momento.
Para essa realidade dada de onipresença tecnológica, a área da comunicação assume lugar de
destaque no universo das ciências e nas interfaces com a educação. O sistema de ensino precisa
se reinventar. Já é um consenso acadêmico que as gerações mais recentes vivem permeadas por
realidades virtuais, mais que as gerações anteriores; e consomem e produzem conteúdos
diariamente em múltiplas plataformas e linguagens. Essas mudanças precisam ser
compreendidas, pois alteram comportamentos, redesenham a economia e movimentam a
cultura.
Propomos, junto com você, pensar respostas no dinamismo do cotidiano a partir dessa nova
cultura, a digital.
2.1 Sociedade, cultura e técnica
A cultura digital muda a forma de nos comunicarmos. Se antes a comunicação era muito mais
centralizada e passiva, hoje com um smartphone qualquer um pode gravar um vídeo ou áudio,
bater uma foto ou escrever um texto e compartilhar esse material com milhões de pessoas.
Assista ao vídeo a seguir, no qual a pesquisadora Eliane Costa fala um pouco sobre esse
processo.
Fonte: Fundação Cecierj (2016).
http://elianecosta.com.br/
https://www.youtube.com/watch?v=CJbvPSQcI2Y
É impossível falarmos de cultura digital sem falarmos de sociedade, cultura e técnica. Segundo
Lévy (1999), a distinção entre as entidades sociedade, cultura e técnica só pode ser conceitual.
A Figura 1 mostra as relações entre técnica, sociedade e cultura, ou seja, a sociedade (formada
pelas pessoas e trocas) é condicionada pela técnica (conjunto de artefatos), que é produzida
dentro da cultura (conjunto de representações sociais).
Figura 1 – Relação entre técnica, sociedade e cultura
Fonte: adaptado de Lévy (1999).
A técnica não determina as trocas efetuadas entre as pessoas da sociedade, porque os usos dos
artefatos não são estabelecidos pela técnica em si, mas pela forma como a sociedade se
apropria dela. Para Lévy (1999), a técnica é produzida dentro de uma cultura: "Defendo que a
técnica é um ângulo de análise dos sistemas sociotécnicos globais, um ponto de vista que
enfatiza a parte material e artificial dos fenômenos humanos, e não uma entidade real, que
existiria independentemente do resto, que teriam efeitos distintos e agiria por vontade própria"
(LÉVY, 1999, p. 22).
Essa parte material que condiciona, mas não determina as relações sociais, é chamada de
interface, porque, para Lévy, no caso do universo digital, as interfaces são os aparatos materiais
que permitem a comunicação: computador, telefone, televisão, celulares, entre outros.
Assim, o mundo digital é conectado ao mundo ordinário por essas interfaces – superfícies de
tradução, que permitem levar a informação de um meio a outro, sem a necessidade da presença
material. Nesse sentido, o que se opõe ao digital é o analógico.
Acompanhe, a seguir, uma comparação entre os dispositivos analógicos e digitais.
https://www.youtube.com/watch?v=CJbvPSQcI2Y
Um suporte analógico permite representações por comparações. Ele representa as grandezas de
forma contínua.
Exemplos:
1. O relógio de parede, com ponteiros indicando as horas e minutos. Nesse sistema, a
representação é por comparação, ou seja, é possível saber as horas e os minutos
comparando a posição dos ponteiros no relógio.
2. Um termômetro com uma régua de números indicando de um valor qualquer
negativo a outro valor qualquer positivo. A temperatura é verificada de acordo com
a posição que o mercúrio indica na régua.
3. O disco de vinil, que é um suporte ou objeto que faz a leitura de forma analógica,
ou seja, a agulha que percorre o disco o faz de forma contínua. O analógico é,
portanto, um sistema linear.
O digital, ao contrário, permite a representação por meio de valores descontínuos, que
matematicamente são chamados de discretos.
Exemplos:
1. O relógio de parede pode, ao invés de possuir ponteiros, indicar
numericamente a hora, minutos e segundos.
2. O termômetro, ao invés de possuir uma régua com valores e uma posição
de mercúrio indicado nela, poderia ter um número representando a
temperatura.
Fonte: adaptado de Silva (2016, p. 95).
Assim, de maneira simplificada, poderíamos afirmar que, em uma cultura digital, as pessoas
utilizam interfaces que permitem a comunicação de forma digital, compartilhada. E por que essa
digitalização é tão importante no mundo atual? Alguns apontamentos de Lévy (1999) mostram
que o meio digital como suporte traz muitas vantagens, tais como:
● transmissão de informações codificadas em formato digital sem perda de
informações;
● se o analógico é representado por sequência contínua, no digital a binarização (uso
de dois valores – 0 ou 1) permite que a mensagem seja nitidamente diferenciada;
● a representação binária utilizada pelos sistemas digitais pode ser objeto de cálculo
lógico e aritmético, com grande grau de precisão e ganho de escala;
● no caso de um filme, por exemplo, graças à digitalização, os programas podem
transformar de forma automática e instantânea a cor de uma flor ou mesmo uma
imagem.
Legenda: Tecnologias presentes no dia-a-dia
Fonte: Pexels.com
A cultura digital pode ser pensada como uma cultura permeada pelas tecnologias,que remete,
como diz Martín-Barbero (2004), a novas sensibilidades e escritas ou uma mutação cultural que
permite novas formas de comunicação, pois os jovens experimentam uma empatia feita não só
de facilidade para se relacionar com as tecnologias audiovisuais e informáticas, mas de
cumplicidade expressiva: é a partir de seus relatos e imagens, em suas sonoridades,
fragmentações e velocidades, que eles encontram seu idioma e seu ritmo (MARTÍN-BARBERO,
2004, p. 287). Ou seja, não há como pensar, hoje, em expressão sem pensar na cultura digital.
No que diz respeito à escola, Canclini (2008, p. 33) faz uma crítica: “os professores continuam
falando de um divórcio, ou curto-circuito, entre, de um lado, escola e leitura e, do outro, o
mundo da televisão, cinema e outros passatempos audiovisuais”. O autor lembra que é preciso
traduzir essas mudanças em uma escola que admita uma cultura oral, escrita e
audiovisual-eletrônica. É necessário, de forma urgente, que essa reconciliação aconteça, entre a
escola que prepara para a vida e a realidade cultural-social.
Participe!! Contribua aqui com essa discussão! Apresente a sua percepção
sobre a cultura digital, e nos diga: como a escola pode fazer essa aproximação
com essa nova cultura?
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/mod/forum/discuss.php?d=107281#p269942
2.2 Cultura da convergência
Na cultura digital, as mídias e linguagens se entrelaçam cada vez mais, formando redes tão
conectadas que fica cada vez mais difícil dizer onde começa uma e termina outra. Neste capítulo,
veremos como se dão essas relações e suas consequências para nosso cotidiano.
Assista ao vídeo de Gilberto Gil, cantando a música "Pela Internet", gravada em 1996, e
acompanhe a letra na legenda ou clicando na seta que segue.
https://www.youtube.com/watch?v=YAK5LWDRLUI&t=5s
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/mod/forum/discuss.php?d=107281#p269942
https://www.youtube.com/watch?v=YAK5LWDRLUI&t=5s
Conheça a letra da música: https://www.letras.mus.br/gilberto-gil/68924/
Vinte e um anos após esta gravação, Gilberto Gil lançou a música "Pela Internet 2". Acompanhe,
a seguir, o vídeo legendado ou acompanhe a letra da música clicando na seta que segue.
https://www.youtube.com/watch?v=X6BA_9cYhpA&t=1s
Conheça a letra da música: https://www.letras.mus.br/gilberto-gil/pela-internet-2/
Reflita um pouco sobre o que o cantor pensava a respeito da internet, em 1996, quais
possibilidades ele vislumbrava de uso dos recursos e compare com a visão atual dele tanto
sobre os recursos como de que forma o cantor se vê agora, mais de 20 anos depois, nesse
mundo de convergência de meios.
Para uma cultura digital, 20 anos é uma eternidade. Tente lembrar da sua vida nos anos 2000!
Como mudou a comunicação. A internet era discada, e para os poucos que conseguiam ter uma
linha. Celulares? Só os famosos "tijolões". Por isso, é impossível acompanhar, individualmente, a
emergência de novas invenções, novas tecnologias e novidades. Por isso, a cultura digital, que de
alguns anos para cá teve foco nos smartphones, tornou-se antes de tudo uma cultura coletiva. Os
meios se entrelaçam, a informação é compartilhada muito facilmente e as palavras-chave são:
fóruns, grupos, comunidades. A tecnologia traz essa hiperconexão e pode trazer, se bem
utilizada, novamente um sentido do coletivo, que é, também, um caráter democrático.
Bem-vindo, então, à inteligência coletiva, à cultura participativa e à convergência de meios, que
discutiremos a seguir.
2.3 Inteligência coletiva e participação
A relação entre os três conceitos, a convergência de meios, a cultura participativa e a inteligência
coletiva é abordada por Jenkins (2009). Veja o que o autor discute sobre estes conceitos.
https://www.letras.mus.br/gilberto-gil/68924/
https://www.youtube.com/watch?v=X6BA_9cYhpA&t=1s
https://www.letras.mus.br/gilberto-gil/pela-internet-2/
A convergência de meios não se trata necessariamente da junção de tecnologias ou artefatos,
mas ocorre nos cérebros e nas interações sociais. A digitalização é o processo que criou
condições para que fosse possível essa convergência. Esta, por sua vez, possibilita novas formas
de participação e elaboração. A convergência de meios permite que o consumo das mídias seja
transformado em produção e, por isso, incentiva a participação.
A cultura participativa contrasta com a passividade. Como disse Gilberto Gil na
reconstrução da sua música: "criei meu website, lancei minha homepage", pois, se "o
desejo agora é navegar, subindo o rio Tejo tenho como achar".
A cultura digital, se tornando coletiva, demanda a participação ativa no
compartilhamento de informação e na convergência dos diversos meios,
coletivamente.
A inteligência coletiva pressupõe que todos contribuem com a construção do
conhecimento. Ela contrasta com a ideia do paradigma do expert, sendo este aquele
que considera que só ele sabe e o outro não. A inteligência coletiva é consolidada pelo
coletivo. As redes sociais, no seu idela, e outras ferramentas como a Wikipedia, por
exemplo, são espaços onde há inteligência coletiva, onde se pode construir produtos
em conjunto.
Há uma narrativa que se refere à nova estética, ou seja, uma nova forma de sentimento, de
pertencimento, como resposta à convergência. É a técnica condicionando a sociedade que
constrói cultura: de fato, podemos ver isso acontecendo diante dos nossos olhos e dos nossos
dedos.
Voltando à letra de "Pela Internet 2", Gilberto Gil diz que agora está preso na rede como um
peixe fisgado. É como fazer parte de um CEP que "não consta na lista do velho correio". Ou seja,
é muito difícil fugir dessa nova cultura, ou mesmo renegá-la. E por que? Porque a comunicação,
o uso da linguagem e a criação de grupos é o que nos faz humanos. É fundamental para uma
sociedade saudável que seus membros se comuniquem, se reúnam, exerçam a cidadania. Por
isso, como responsável pela formação de cidadãos, a educação precisa estar nesse processo e
até mesmo liderá-lo.
E quais ferramentas, hoje, no mundo da internet, mais trazem essa ideia de inteligência coletiva?
Sem dúvida, o primeiro exemplo que vem à cabeça é a Wikipedia. Todo mundo conhece a
Wikipedia, certo? Ela quase sempre é o primeiro resultado em grande parte das nossas buscas.
O que muitos não sabem é que ela é uma ferramenta aberta e colaborativa. Qualquer pessoa
pode entrar e construir os verbetes e as definições. Depois, claro, elas passam pela checagem,
mas a construção é coletiva.
O GoogleDocs é outra ferramenta colaborativa que já se tornou cotidiana. Nela, diversos
usuários podem abrir e fazer modificações e contribuições ao mesmo tempo em documentos
nos diversos formatos: documento no Word, apresentação de Power Point, planilhas no Excel,
etc.
Outro exemplo cotidiano são sites como o TripAdvisor, em que os usuários de hotéis,
restaurantes e outros estabelecimentos fazem suas avaliações e acabam influenciando nas
escolhas de quem está procurando alternativas.
O sistema operacional Linux também é um bom exemplo. Ele tem o código aberto, ou seja,
qualquer usuário pode contribuir, resolver problemas e dar sugestões. Ele é um exemplo dos
chamados "softwares livres". É um tema muito bom de conhecer. Vamos aprofundar?
Aprofunde seus conhecimentos
Software livre é uma expressão utilizada para designar qualquer
programa de computador que pode ser executado, copiado,
modificado e redistribuído pelos usuários gratuitamente.
Os usuários possuem livre acesso ao código-fonte do software e fazem
alterações conforme as suas necessidades. Softwares livre têm tudo a
ver com a cultura participativa. Saiba mais sobre eles, clicando no
botão que segue.
Software livre na Wikipedia
Capítulo 3 - Linguagens e Mídias
Como você viu nos capítulos anteriores, o homem é um ser social e, à medida que vai evoluindo,
os processos de comunicação sofrem alterações, se adaptando à evolução tecnológica e
sociocultural. Esta evolução tem implicações no processo de ser, de saber, de apreender e de
fazer. Nesse contexto, assista ao vídeo que segue, no qual aprofessora Lúcia Santaella fala
sobre Linguagem, Pensamento, Mídias, Hibridismo e Educação:
https://www.youtube.com/watch?v=laNhz7Kf1Ac
https://pt.wikipedia.org/wiki/Software_livre
https://www.youtube.com/watch?v=laNhz7Kf1Ac
Você precisa saber
Indicamos um artigo da autora Lúcia Santaella, no qual ela afirma que
"é provável que, do ponto de vista educativo, mediar, na era das
tecnologias digitais, implique em enfrentar o desafio de se mover com
engenhosidade entre a palavra e a imagem, entre o livro e os
dispositivos digitais, entre a emoção e a reflexão, entre o racional e o
intuitivo. Talvez, o caminho seja o da integração crítica, do equilíbrio na
busca de propostas inovadoras, divertidas, motivadoras e eficazes."
Leia o artigo completo aqui
Participe!
Os suportes tecnológicos influenciam diretamente a nossa linguagem. Os
dispositivos digitais permitem produzir e acessar informações em diferentes
formas (texto, vídeo, imagem, sons...) e cada contexto influencia na relação
forma x conteúdo. Um vídeo de cinema é diferente de um vídeo para os stories
do Instagram. Nesse sentido, olhando para o público com o qual você trabalha
ou tem relações, quais tipos de linguagem você percebe que são mais
eficazes na comunicação? E como o seu público acessa e produz
informações?
Contribua com a discussão clicando aqui
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/pluginfile.php/344092/mod_book/chapter/34355/NMES_1.pdf
3.1 Texto escrito
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti…
(Mário Quintana)
Legenda: Tábua de argila, princípio de escrita
Veja aqui um vídeo muito legal sobre a origem da escrita (ative as legendas).
https://www.youtube.com/watch?v=HyjLt_RGEww
A história da escrita é muito interessante. Diz-se que tudo começou com a necessidade dos
sumérios de registrarem seus estoques de alimentos em tábua de argila. Os símbolos e códigos
ao longo do tempo foram evoluindo, principalmente com intuito de facilitar a escrita. Desenhar
um ramo de trigo levava mais tempo do que desenhar um símbolo que sintetizava a ideia de
trigo. E assim, os registros foram se tornando cada vez mais abstratos.
Quanto mais abstratos, mais distantes do real ficaram as representações escritas. Hoje, no
ocidente, as letras do alfabeto formam palavras e, caso a pessoa não tenha sido ensinada sobre
tal código, ao ver a palavra "FLOR" ela dificilmente associará com uma flor.
Alguns autores criticam a forma grafocêntrica (centrada na escrita) como a sociedade se
constituiu. Um dos argumentos vai no sentido de que a escrita ficou, por muito tempo, ao
alcance de uma elite. Outro ponto que precisamos levar em consideração são as limitações
tecnológicas do registro e reprodução das informações ao longo do tempo.
Johannes Gutenberg revolucionou a escrita ao criar a prensa que permitiu a replicação, a cópia
de textos a partir de matrizes. O primeiro livro impresso foi a Bíblia de 42 linhas. Com o tempo,
as matrizes passaram a aceitar também gravuras e as imagens começaram a acompanhar parte
dos textos, ilustrando passagens ou apenas ornamentando a página.
De certa forma, o texto foi o ponto de partida de algumas tecnologias de autoria e reprodução.
Máquinas de escrever permitiam que você produzisse textos (independentemente da caligrafia).
Copiadoras poderiam replicar tais textos. Porém, com a chegada dos dispositivos digitais, como
https://bit.ly/2I4MKcm
https://www.youtube.com/watch?v=HyjLt_RGEww
o computador, a reprodução não dependeu mais de processos analógicos. Um texto escrito e
salvo em formato digital poderia ser enviado para inúmeras pessoas. Mas a autoria de outras
mídias, como vídeo e som, ainda dependiam de avanços tecnológicos.
Com o surgimento da internet e dos smartphones, a autoria e reprodução de mensagens em
outras linguagens foi muito facilitada. Nesse sentido, nossa comunicação precisa ser vista como
multimodal. Não podemos negar o potencial das outras linguagens, do vídeo, do som, das
imagens e da interação entre elas.
Dito isso, considerando o texto nesse cenário multimodal, transmídia, finalizamos com três
exemplos de textos escritos que estão basicamente dizendo a mesma coisa. A ideia é refletirmos
sobre como estamos nos comunicando. Como escrevemos nossos textos?
Percebam como no primeiro a ideia está bem colocada. No segundo, pode-se argumentar a
favor da concisão, mas a verdade é que falta completar a ideia (por que? como?). Já no terceiro, a
ideia é perceber como o texto maçante cansa, como quantidade não significa qualidade. É o
famoso "encher linguiça".
O desafio que fica é pensar: Quais contextos e públicos aceitam quais tipos de texto? Como
podemos integrar o texto escrito da melhor forma com as demais linguagens?
A cultura digital solicita à educação que traga as tecnologias para seus
processos, a fim de manter a motivação e contextualizar o aluno, o
conhecimento e sua realidade.
Tecnologia e educação tem que andar juntos.
O incentivo ao avanço tecnológico, assim como a determinação clara de
objetivos afeta positivamente a correta previsão do sistema de participação
geral. Desta maneira, a mobilidade dos capitais internacionais estimula a
padronização dos níveis de motivação departamental.
Evidentemente, a crescente influência da mídia representa uma abertura
para a melhoria do sistema de formação de quadros que corresponde às
necessidades. A necessidade de renovação processual cumpre um papel
essencial na formulação dos métodos utilizados na avaliação de resultados. O
empenho em analisar o novo modelo estrutural aqui preconizado acarreta um
processo de reformulação e modernização do impacto na agilidade decisória.
No entanto, não podemos esquecer que o desafiador cenário globalizado
maximiza as possibilidades por conta dos modos de operação convencionais.
Nunca é demais lembrar o peso e o significado destes problemas, uma vez que
o comprometimento entre as equipes nos obriga à análise de alternativas às
soluções ortodoxas. Todas estas questões, devidamente ponderadas, levantam
dúvidas sobre se o início da atividade geral de formação de atitudes obstaculiza
a apreciação da importância das condições inegavelmente apropriadas.
Podemos já vislumbrar o modo pelo qual a complexidade dos estudos
efetuados faz parte de um processo de gerenciamento do investimento em
reciclagem técnica.
3.2 Imagem
O que você percebe na imagem? Qual a sua interpretação?
Fonte: Ilustração do artista polaco Paul Kuczynski.
"Uma imagem vale mais do que mil palavras", diz a famosa frase, atribuída a Confúcio.
Desde que nascemos, nossa percepção de mundo vai sendo construída, em grande parte, pela
visão. As imagens que vemos tomam sentido à medida que as associamos às nossas
experiências ou outras linguagens, como a oral/textual.
Antes de escrever, a criança desenha. O desenho é uma das primeiras formas que utilizamos
para expressar os nossos pensamentos. Todavia, chega um momento da vida que paramos de
nos expressar visualmente (pelo menos pelo desenho) - por que será, né?
(https://www.ted.com/talks/sir_ken_robinson_do_schools_kill_creativity)
As imagens têm um poder de comunicação muito forte e, por mais que algumas pessoas não
exercitem seu potencial para o desenho, é difícil encontrar, hoje, alguém que nunca bateu uma
foto. A popularização da câmeras digitais integradas aos smartphones permitiu que todos
passassem a ser produtores de imagens. As principais mídias sociais são hoje repletas de
imagens. No Instagram (https://www.instagram.com/tecnologiaseducacionaisifsc/), por exemplo,
a primeira informação é a imagem - em seguida vem o texto (que é opcional).
Todavia, a facilidade na construção de imagens nem sempre significa que temos imagens com
bom potencial de comunicação.Como saber se a mensagem está clara? Se a estética é
adequada? Se a forma está conectada com o conteúdo?
Do mesmo modo que no texto verbal, para nos comunicarmos com imagens de forma efetiva e
utilizarmos o potencial dessa linguagem, é preciso, inicialmente, saber ler, ler as imagens e
exercitar a percepção visual.
O vídeo a seguir foi produzido pelo canal Pirilampo, no Youtube, para estudantes do ensino
médio em preparação para o ENEM. É introdutório, mas vale a pena! Dá uma olhadinha.
https://www.youtube.com/watch?v=4WMNSwdshEQ
https://www.ted.com/talks/ken_robinson_says_schools_kill_creativity?language=pt-br
https://www.ted.com/talks/sir_ken_robinson_do_schools_kill_creativity
https://www.instagram.com/tecnologiaseducacionaisifsc/
https://www.instagram.com/tecnologiaseducacionaisifsc/
https://www.youtube.com/watch?v=4WMNSwdshEQ
Aprofunde seus conhecimentos
Se você se interessar pela leitura de imagens, recomendamos a leitura
do artigo disponível no link abaixo, sobre Semiótica. Semiótica é a
ciência que estuda os signos e suas ações na mente humana. Não, não
tem nada a ver com ser de virgem com ascendente em sagitário... O
signo, aqui, é o elemento (visual ou não) que representa um objeto e
leva a uma interpretação. Clique no link e saiba mais!
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/pluginfile.php/344092/mod_book/chapt
er/34357/1669-3279-1-PB.pdf
Para exercitar a leitura de imagem e refletir também sobre estilo e estética, analise as imagens a
seguir. Todas elas representam um sapo. Mas quais contextos de aplicação/quais públicos você
consegue imaginar para cada uma delas?
Observe que cada estilo de imagem, nesse caso, carrega significados que vão além do objeto em
sim. O primeiro, feito apenas de linhas, é uma representação sintética, que representa algo em
poucas formas. Esse estilo de imagem costuma ser utilizado em ícones e marcas, por exemplo.
Já o segundo sapo, com seu estilo mais lúdico, denota inclusive um contexto mais infantil. Ele é
fofo e simpático. Poderia estar em uma história.
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/pluginfile.php/344092/mod_book/chapter/34357/1669-3279-1-PB.pdf
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/pluginfile.php/344092/mod_book/chapter/34357/1669-3279-1-PB.pdf
Independentemente da sua habilidade com a produção de imagens, em algum momento você
acabará trabalhando com elas. Desde selecionar opções no Google para uma apresentação, até
aquela foto do prato Masterchef. Nesses momentos, dedique um tempo para analisar a sua
composição. O estilo, a mensagem, a clareza na comunicação.
Você precisa saber
Considerando o que já vimos sobre texto e imagem até aqui, assista ao
vídeo disponível na sequência, onde Ricardo Cunha Lima comenta a
história e o conceito de infografia. Infográficos são o casamento
perfeito entre imagens e textos verbais.
https://www.youtube.com/watch?v=lMjypbmlxjY
Conheça e use
Não é preciso ter um software complexo de edição para fazer
composições legais entre imagem e texto. Confira as plataformas que
seguem, as quais permitem criar diretamente no navegador:
● Canva: é uma plataforma para criar peças gráficas utilizando o recurso de
arrastar-e-soltar. O site já oferece uma série de temas prontos, para
diferentes finalidades. Para saber mais, acesse o link:
https://www.youtube.com/watch?v=lMjypbmlxjY
https://www.canva.com
● Design bold: funciona na mesma ideia do Canva. Você pode criar layouts
diversos contando com templates (peças bases), podendo alterar os textos,
ícones e fotos. Veja alguns templates de post para instagram:
https://www.designbold.com/collection/instagram-post
Conhece outros recursos simples e que permitem a criação de
imagens? Compartilhe conosco no glossário de tecnologias.
3.3 Áudio
Quando surgiu a TV, e depois a internet, muitos acreditavam que o rádio morreria. De fato, o seu
uso se modificou, mas a essência da comunicação exclusivamente pelo áudio, não.
O áudio é uma linguagem que aparece na educação de diferentes formas, desde os programas
de rádio e kits de fita K7 com aulas de inglês, até, mais recentemente, nos podcasts. Podcasts
são programas gravados em áudio sobre os mais diversos assuntos. Podem contar com uma ou
mais pessoas e apresentar diferentes estruturas.
Percebam como a comunicação e a tecnologia às vezes andam em círculo: o rádio entrou em
desuso, mas de repente, com novos contextos (transporte casa/trabalho, smartphones,
aplicativos, fones de ouvido), surgem novas tecnologias que trazem novamente a essência do
rádio: programas de áudio transmitidos para o público.
Veja, na sequência, dois exemplos de podcasts:
Revista da Educação - tecnologia na escola
Laboratório de Tecnologia
Note que no primeiro exemplo, o podcast possui um formato similar à um programa de rádio
com entrevistados e diferentes apresentadores. No segundo exemplo, ouvimos apenas uma
pessoa que comenta sobre determinado assunto. A vantagem do áudio nesse formato é que ele
pode se integrar à nossa rotina de diferentes formas, por exemplo, ouvindo podcasts no
deslocamento de um lugar para o outro, enquanto se trabalha, lava louça ou se exercita na
academia.
Entre os sites de podcast mais populares do Brasil estão os seguintes:
● NerdCast - Cultura "geek", games, tecnologia.
https://www.canva.com/
https://www.designbold.com/collection/instagram-post
https://soundcloud.com/rduniversitariafm/revista-da-educacao-tecnologia-na-escola?utm_source=clipboard&utm_campaign=wtshare&utm_medium=widget&utm_content=https%253A%252F%252Fsoundcloud.com%252Frduniversitariafm%252Frevista-da-educacao-tecnologia-na-escola
https://soundcloud.com/laborat-rio-de-tecnologia/precisamos-falar-sobre-podcast?utm_source=clipboard&utm_campaign=wtshare&utm_medium=widget&utm_content=https%253A%252F%252Fsoundcloud.com%252Flaborat-rio-de-tecnologia%252Fprecisamos-falar-sobre-podcast
● Café da manhã (Folha de S. Pàulo) - Notícias, temas para debate, entrevistas.
Podcast diário e curto.
● Projeto Humanos - Cada episódio traz a história de alguma pessoa que passou por
algo interessante: viveu um fato histórico, criou um projeto ou produziu algo de
impacto.
Esses programas podem ser acessados a partir de suas páginas ou nas redes sociais, e também
por aplicativos agregadores, como por exemplo o Spotify.
Além dos podcasts, outro recurso que utiliza essencialmente a linguagem sonora é o audiolivro.
De modo geral, pode-se entender o audiolivro como a versão do livro em áudio. Mas, assim
como o livro que tem capa, títulos e outros elementos que dão hierarquia ao texto, no caso do
audiolivro são utilizadas vinhetas e recursos sonoros para trabalhar a informação. Se você
buscar diferentes audiolivros, verá que muitos apresentam trilhas de abertura e encerramento,
momentos de fechamento dos blocos de informação ou capítulos e, claro, uma entonação que
varia conforme a mensagem ajuda o ouvinte a compreender o significado.
Conheça e use
Que tal produzir seus próprios podcasts, ou então produzir um com
sua turma de alunos? Confira nossas dicas de ferramentas:
● Audacity: é um software livre que permite gravar, importar, editar e
exportar diferentes tipos/formatos de arquivos de áudio.
Para saber mais, acesse o link: https://www.audacityteam.org/
● Soundcloud: é uma plataforma online de áudio e música. Nela você
pode ouvir e disponibilizar diferentes tipos de áudio.
Para saber mais, acesse o link: https://soundcloud.com/.
● Youtube Audio Library: uma Biblioteca de áudio com músicas e
efeitos sonoros gratuitos. Se você for músico, pode colaborar
disponibilizando as suas criações.
Para saber mais, acesse o link:
https://www.youtube.com/audiolibrary/
https://www.audacityteam.org/
https://soundcloud.com/
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/mod/url/view.php?id=117485
https://www.youtube.com/audiolibrary/music
3.4 Vídeo
Segundo a CISCO, empresa especializada em analisar como as pessoas se conectam, 82% do
tráfego de internet, até 2020, será de vídeos. Além disso, a empresa apontou também que o
Brasil é o segundo país do mundo com o maior número de visualizações- 96% de usuários na
web acessam conteúdo em vídeo.
Não dá mais pra desconsiderar a presença e o potencial do vídeo nos dias de hoje. Ele está
presente desde os vídeos pequenos de WhatsApp, videochamadas e stories, até os filmes,
seriados e megaproduções disponíveis por streaming na Netflix, por exemplo.
Nesse sentido, a fim de exercitar a leitura de vídeos, separamos três exemplos. Veja cada um
deles e procure listar os elementos da composição que você percebe. Para ajudar, algumas
perguntas norteadoras:
● Como é o áudio do vídeo? Tem narração? Musica? Trilhas e efeitos sonoros?
● Qual é o ritmo de apresentação do vídeo?
● Como são as imagens? Como o vídeo está explorando o potencial visual?
● Como são os movimentos/animações/transições do vídeo? Eles ajudam a manter a
atenção e contribuem com conteúdo?
● O que mais você percebe? As mensagens foram transmitidas? Quais os pontos
positivos e negativos de cada vídeo?
https://www.youtube.com/watch?v=OmO69OxrFrc
https://www.cisco.com/c/pt_br/index.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Streaming
https://www.youtube.com/watch?v=OmO69OxrFrc
https://www.youtube.com/watch?v=gl7ruJjiHLU
https://www.youtube.com/watch?v=lA5lnVy2iyU&t=1s
Observe bem os 3 vídeos e procure visualizar as diferenças entre eles.
A qualidade do som, a dinâmica, a locução, as imagens...
No exercício anterior, você pôde observar alguns dos elementos que compõem um vídeo. Esses
elementos variam conforme o tipo de vídeo, mas fato é que para fazer um bom vídeo, além de
se cercar de boas referências, é preciso desenvolver um roteiro. O roteiro de vídeo congrega
cada um dos elementos considerando a sequência esperada. Entre os elementos, podemos
encontrar locução, imagem, sons, trilhas, aberturas, fechamentos, letterings (textos sobre o
vídeo), destaques, entre outros. Um modelo simples de roteiro apresenta a seguinte estrutura:
https://www.youtube.com/watch?v=gl7ruJjiHLU
https://www.youtube.com/watch?v=lA5lnVy2iyU&t=1s
Existem variações de roteiros, inclusive com mais colunas e detalhes. Outra opção de
documento que auxilia no planejamento do vídeo é o storyboard. Ele é mais visual e auxilia na
criação das sequências de imagens e recursos gráficos a serem produzidos. Veja, na sequência,
um exemplo de storyboard feito pelo prof. Igor aqui da nossa área de Tecnologias Educacionais,
para as fotos animadas dos professores da UC de Cultura Digital.
Legenda: Exemplo de Storyboard
Fonte: Elaborado pelo prof. Igor Mendonça (2018).
Você não precisa ser desenhista profissional para fazer um roteiro ou um storyboard. O
importante é que você consiga expressar a sua ideia visualmente, principalmente no caso de
contar com outras pessoas para a produção – afinal eles precisam entender a ideia.
Produzir seus próprios vídeos também não é tarefa complexa. Há uma série de tutoriais, posts
de blogs e vídeos com dicas para produção de vídeos. Aqui, separamos algumas ferramentas
que podem ser úteis. Confira.
Conheça e use
Na vida de educador, no contexto da cultura digital, em algum
momento você vai sentir a necessidade de produzir vídeos e
videoaulas, seja como professor(a) para seus alunos, seja como
bibliotecário(a) com dicas sobre a biblioteca, entre tantas outras
possibilidades. Para isso, é bom ter algumas ferramentas na manga.
Veja algumas opções:
● Spark Video: é um software gratuito de criação de vídeos on-line. Com ele,
você pode criar facilmente apresentações, anúncios e histórias usando suas
próprias fotos, vídeos e músicas.
Para saber mais, acesse o link: https://spark.adobe.com/
● Filmora Go: transforme seus clipes de vídeo em curtas fantásticas com seu
celular com este aplicativo de Edição de Vídeo.
Para saber mais, acesse o link:
https://filmora.wondershare.com.br/filmorago-video-editing-app/
● Screencast-o-matic: um software que permite gravar o que está na sua tela,
na webcam ou nos dois juntos. Muito bom para fazer um tutorial ou para
gravar uma videoaula.
Para saber mais, acesse o link: https://screencast-o-matic.com/
● OBS Studio: é um software livre e de código aberto para gravação de vídeo e
transmissão em tempo real. Possui um misturador de áudio intuitivo com
filtros por fonte, como portão de ruído, supressão de ruído e ganho.
Para saber mais, acesse o link: https://obsproject.com/pt-br
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/mod/url/view.php?id=117485
https://spark.adobe.com/
https://filmora.wondershare.com.br/filmorago-video-editing-app/
https://screencast-o-matic.com/
https://obsproject.com/pt-br
Você precisa saber
Quando pensamos no vídeo integrado à alguma estratégia didática,
surgem diversas opções. José Moran, no artigo "O vídeo em sala de
aula", apresenta algumas críticas e propostas de como integrar essa
mídia de forma efetiva.
Artigo: O vídeo em sala de aula
Participe!
O que achou dos exemplos de vídeo?
Contribua com a discussão clicando aqui
Capítulo 4 - A relação entre tecnologia e
arte
Há uma característica da tecnologia que vem se tornando cada vez mais inegável, e da qual
ainda não falamos especificamente: a ubiquidade. Calma, o nome é meio feio, mas não é algo
difícil de entender: nada mais é do que aquela característica, tida como divina, de onipresença,
ou seja, de estar presente em todos os lugares e a todo o momento.
De fato, ela está em todo lugar, ainda que nem todas as pessoas tenham acesso. De acordo com
a última pesquisa TIC Domicílios, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o
Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), ainda há 30% dos brasileiros sem acesso à
internet. Mas esse número está diminuindo a cada ano, e fatalmente chegará o dia em que o
acesso será universalizado. A tecnologia está na zona rural, nas periferias e até mesmo em
aldeias indígenas.
Sendo assim, uma outra discussão precisa vir à tona: como estamos usando essas ferramentas e
essas redes? O protagonismo das redes sociais e do uso apenas para fins de comunicação traz
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/pluginfile.php/344092/mod_book/chapter/34359/vidsal.pdf
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/mod/forum/discuss.php?d=107283
https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2019/08/28/uso-da-internet-no-brasil-cresce-e-70percent-da-populacao-esta-conectada.ghtml
esse debate: afinal, qual o potencial tecnológico que ainda não estamos trazendo para o nosso
cotidiano?
Essa discussão é feita nas mais diversas áreas e campos de atuação. Aqui, achamos importante
referir-nos à importância que a tecnologia pode ter como elemento artístico. Vamos começar
assistindo esse vídeo em que a artista Roberta Carvalho fala da sua paixão por arte e tecnologia
e de como pensou as duas atuando juntas em uma proposta de intervenção:
https://www.youtube.com/watch?v=3x9Pi5nF6sI
Como diz a palestrante, a arte é uma expressão humana. É a criação de produtos, símbolos,
artefatos que podem trazer interpretações, lições e ideias importantes para o pensamento da
nossa existência, cultura e convivência. Pensar a cultura digital, as linguagens e a nossa
educação contemporânea também envolve, portanto, pensar a arte e como podemos formar
nossos estudantes para se expressarem, ou, como os autores Moran, Masetto e Behrens (2013)
colocam como um dos 4 eixos para uma educação tecnológica inovadora, a formação de
cidadãos. Afinal, ser cidadão é isso: ser capaz de se expressar politicamente e produzir neste
sentido.
Pensando historicamente ou filosoficamente, na Grécia Antiga a palavra arte não existia. Sua
significação era incorporada no noção de técnica, ou techné. Simplificando, para o grego arte e
técnica eram a mesma coisa, ou seja, toda produção técnica era projetada e executada a partir
de um pensamento artístico, com dimensão política e estética. Somente em Roma, criou-se o
termo arte, ou em latim ars, e assim foi feita a separação entre arte e técnica: os técnicos ficaram
sendo os executores de artes mecânicas, ou seja, trabalhos repetitivos, construção de
ferramentas, os que trabalham com a mão; e os artistas foram colocados em uma posição
superior, a dos produtoresde belas-artes, de produtos estéticos. Separou, enfim, quem produz
tecnologia de quem produz arte.
https://www.youtube.com/watch?v=3x9Pi5nF6sI
Será que não podemos repensar isso na nossa prática? Nós, que vamos utilizar as tecnologias,
não podemos também pensar essa prática e nossas produções como algo artístico, que traga as
mensagens de cidadania e cultura? Esse é o convite que fazemos aqui.
O império da velocidade
Nesse sentido, outra discussão que se coloca hoje em dia é a questão da velocidade. No ápice do
desenvolvimento das tecnologias digitais, parecia que estávamos em um império da velocidade.
Tudo era colocado como "mais rápido", "mais dinâmico". A velocidade parecia ser o valor mais
desejado.
Mas começamos também a nos questionar: ao ter tanta velocidade, o que estamos perdendo?
Um dos filósofos que fez esse questionamento foi o francês Paul Virilio. Nesse vídeo, temos a
professora Giselle Beiguelman, da USP, falando um pouco sobre Virilio, em formato de podcast.
https://www.youtube.com/watch?v=962IQL5S9eU
Ele passou a fazer uma relação e uma oposição entre os conceitos de democracia e
"dromocracia" (cracia = poder e dromo = velocidade). Para ele, essa aceleração do cotidiano,
essa crença na velocidade como o valor maior faria com que a convivência social ficasse em
risco, pois, no seu pensamento, a velocidade de destruir é muito mais rápida do que a
velocidade de produzir.
Podemos ver alguns sinais de que essa reflexão vem acontecendo: o aparecimento de cada vez
mais redes sociais com foco em textos, por exemplo o Medium. Um outro pequeno sinal foi o
aumento do limite de caracteres do Twitter. Ainda que continue sendo a rede social que se
caracteriza pela brevidade e pela rapidez, em 2017, pressionado pelos usuários, o Twitter
aumentou o famoso limite de 140 caracteres para 280. Também criou a ferramenta da thread,
ou o fio, em que é possível juntar vários tweets de um mesmo tema, possibilitando passar uma
mensagem maior.
https://www.youtube.com/watch?v=962IQL5S9eU
Curiosidade!
Também nesse sentido, a UFSC inovou e colocou como possibilidade de
produção, na sua prova de Redação, o gênero textual "Textão", que é como
ficaram conhecidos os posts no Facebook ou no Instagram com um texto maior
ou uma maior quantidade de informações.
Essa é portanto a ideia que gostaríamos de passar nesse capítulo da nossa Unidade Curricular:
a ideia de não considerar as tecnologias apenas como ferramentas ou instrumentos para
fazermos coisas cotidianas ou simplesmente nos comunicar. E sim pensá-las, especialmente as
tecnologias digitais e as novas linguagens, como um suporte através do qual possamos produzir,
criar obras, nos expressar de forma política, estética e construir cidadania.
Finalizando o capítulo e a ideia, assistam esse vídeo, que traz um episódio do programa ModMTV
sobre este tema. Depois, se interessar, leia o artigo sobre o tema.
https://www.youtube.com/watch?v=2h5fNK9F34o&t=4s
"Arte e tecnologia: intersecções", do prof. Paulo Bernardino
https://www.scielo.br/j/ars/a/6rqMFX4CBNdMWFj9Fqj6GKt/?format=pdf&lang=pt
https://www.youtube.com/watch?v=2h5fNK9F34o&t=4s
http://www.scielo.br/pdf/ars/v8n16/04.pdf
https://www.scielo.br/j/ars/a/6rqMFX4CBNdMWFj9Fqj6GKt/?format=pdf&lang=pt
Capítulo 5 - Transmídia
Imagine uma grande história, essa história é tão grande e tem tantas possibilidades de
desfechos e de histórias secundárias que ela é dividida em partes. Provavelmente, lhe veio a
cabeça vários personagens como Batman, Super Homem, Thor, Os vingadores. Todos esses
super heróis têm suas próprias histórias, mas eles têm também histórias adicionais,
participações nas histórias de outros heróis. E todas essas histórias, que são contadas e
distribuídas em diferentes mídias ou plataformas (filmes, jogos, livros...), complementam a nossa
experiência em relação ao herói. E você sabia que essa mistura toda tem um nome? São as
narrativas transmídias, ou multimodais.
A narrativa transmídia refere-se a uma nova estética que surgiu em
resposta à convergência das mídias – uma estética que faz novas
exigências aos consumidores e depende da participação ativa de
comunidades de conhecimento. A narrativa transmídia é a arte da
criação de um universo. Para viver uma experiência plena num
universo ficcional, os consumidores devem assumir o papel de
caçadores e coletores, perseguindo pedaços da história pelos
diferentes canais, comparando suas observações com as de outros fãs,
em grupos de discussão on-line, e colaborando para assegurar que
todos os que investiram tempo e energia tenham uma experiência de
entretenimento mais rica. (Henry Jenkins)
Algumas das narrativas transmídias são: Star Wars, Matrix, Pokemon, Yu-Gi-Oh.
https://www.youtube.com/watch?v=99B9bF4TzFs
https://www.youtube.com/watch?v=99B9bF4TzFs
As narrativas transmídias se tornaram a arte da construção de universos. Hoje, diferentes
artistas criam ambientes atraentes com pontos que podem ser explorados em diferentes obras
e em diferentes mídias. Esse universo é maior do que um filme, ou que um jogo... ele é, inclusive,
maior do que a franquia, pois os fãs também criam obras derivadas e expandem o universo em
outras direções.
Uma história transmídia desenrola-se através de múltiplas plataformas
de mídia, com cada novo texto contribuindo de maneira distinta e
valiosa para o todo. Na forma ideal de narrativa transmídia, cada meio
faz o que faz de melhor – a fim de que uma história possa ser
introduzida num filme, ser expandida pela televisão, romances e
quadrinhos; seu universo possa ser explorado em games ou
experimentado como atração de um parque de diversões. Cada acesso
à franquia deve ser autônomo, para que não seja necessário ver o filme
para gostar do game, e vice-versa. Cada produto determinado é um
ponto de acesso à franquia como um todo. A compreensão obtida por
meio de diversas mídias sustenta uma profundidade de experiência
que motiva mais consumo. (Henry Jenkins)
O que ganhamos com essa abordagem? As principais vantagens da utilização são o incentivo ao
engajamento e a apresentação do objeto do discurso com unidade, reforçando as principais
ideias do universo. Nesta abordagem, busca-se criar vínculos emocionais entre as pessoas e o
universo. Quando temos esse tipo de abordagem na sala de aula, engajamos os estudantes ao
conteúdo que estamos trabalhando, utilizando-se da realidade em que vivem, pois eles estão
acostumados com o universo da criação da linguagem digital nas redes sociais, compartilhando
imagens, videos e textos produzidos por eles. Ao darmos um direcionamento a essas atividades,
permitimos aos nossos estudantes aprimorarem suas habilidades de leitura, compreensão e
escrita.
Um projeto estruturado pela narrativa transmídia configura, basicamente, o seguinte fluxo:
● se estabelece um roteiro principal e as suas possíveis histórias paralelas;
● se define quais as plataformas que receberão as partes do roteiro;
● se determina quanto tempo cada plataforma ficará à disposição do público e como
será a interação com ele.
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/mod/page/view.php?id=117462
Deu certo!
Olhando ao redor, você perceberá que cada vez mais utilizamos as transmídias a favor da
educação. Um dos grandes desafios da educação é o aprendizado de matemática. Pensando
nisso, e em consonância com as ideias do projeto do Ministério da Educação “Pacto de
alfabetização na idade certa”, a TV escola utilizou um estratégia de transmídia para desenvolver
conteúdo didático para matemática.
A série Fabulosas Coleções do Seu Gonçalo reúne uma série de animação para TV, página na
internet, jogos de computador e textos com sequências didáticas, levando os estudantes para
uma aventura no universo fantástico do Seu Gonçalo. Neste mundo, os personagens superam
desafios inspirando as crianças a questionar e elaborar suas próprias estratégias e hipóteses
para identificar e superar as situações-problema.
Saiba mais sobre esse fabuloso mundo, clicando aqui.
Você precisa saber!!!
Leia os artigo dosprofessores João Carlos Massarolo e Dario Mesquita
da UFSCar, sobre as contribuições da narrativa transmídia para o
“letramento midiático”, em um cenário que envolve a gamificação e
storytelling.
Clique aqui!
http://hotsite.tvescola.org.br/fabulosascolecoes/
https://www.revistaensinosuperior.gr.unicamp.br/edicoes/edicoes/ed09_abril2013/NMES_3.pdf
Capítulo 6 - Gêneros textuais
alternativos
Mídias diferentes atraem grupos de pessoas diferentes
...smartphones, tablets, notebooks, televisões, rádios, redes sociais, blogs, wikis, tweets.
Informação disponível em qualquer hora e lugar, acesso imediato a acontecimentos do outro
lado do mundo, interatividade! As tecnologias de informação e comunicação, a integração das
mídias e as novas maneiras de contar histórias estão mudando as nossas formas de diversão,
trabalho e educação.
Nós, consumidores, somos cortejados e incentivados a procurar novas informações e fazer
conexões em meio a conteúdos de mídia dispersos, em uma mudança cultural, à medida em
que nos é dada a voz. Como você já viu no capítulo sobre Cultura Digital, isso tudo é possível
por causa da “Cultura da Convergência”.
A convergência se refere ao fluxo de conteúdos através de múltiplas
plataformas de mídia, à cooperação entre múltiplos mercados
midiáticos e ao comportamento migratório dos públicos dos meios de
comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca das
experiências de entretenimento que desejam. (Henry Jenkins)
Na Cultura da convergência, nós consumidores somos muito mais participativos, buscamos
conexões que possam dar um sentido maior às informações e completude às histórias.
Deixamos de ser espectadores passivos e passamos a interagir com os produtores e a
desenvolver nossas próprias histórias, que são consumidas por outros consumidores. Em outras
palavras, podemos criar novas versões de uma história utilizando as diversas plataformas,
mídias e linguagens que temos acesso. Usando além dos gêneros que já estudamos, outras
formas, tais como: fanfictions, posts em redes sociais, tweets, memes, fake news, post-truth e os
videoblogs.
Essa mudança de comportamento vai dando o tom na interação em todos os setores da
sociedade, inclusive na educação. Os jovens de hoje transitam pelo universo tecnológico com
desenvoltura, tendo em mãos os instrumentos necessários para se tornarem agentes de seu
próprio conhecimento. Utilizam as ferramentas tecnológicas como instrumentos de
manifestação de seus ideais, em espaços em que atuam de forma coletiva, trocando
experiências e buscando novas formas de conhecimento, para além da sala de aula formal.
Você precisa saber
No artigo Roteiros para dispositivos de mídias móveis: tela, tempo
e trânsito como elementos contingentes, os autores discutem os
roteiros para os dispositivos de mídia móveis e suas implicações.
Leia o Artigo
6.1 Fanfiction
https://www.youtube.com/watch?v=eLjfBbETRAs
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/mod/resource/view.php?id=119815
https://www.youtube.com/watch?v=eLjfBbETRAs
Anne Jamison salienta que a fanfiction "existe para fazer coisas com os personagens e mundos
existentes que seus criadores não conseguiram ou quiseram fazer". Não é de hoje que fãs e
outros escritores dão continuidade ou utilizam personagens e histórias de outras pessoas. Isso
ocorre pelo menos desde o século XIX. Você conhece a escritora britânica Catherine-Anne
Hubback? Ela é sobrinha de outra famosa escritora britânica Jane Austen (entre suas obras mais
populares, cita-se Orgulho e Preconceito). Jane morreu antes de Catherine nascer, mas sua irmã,
Cassandra, lia as histórias de Jane para as sobrinhas e lhes mostrou alguns manuscritos e cartas.
Catherine usou esses materiais para escrever a primeira continuação dos romances de Jane
Austen: The Younger Sister, publicado em 1850. (Adaptado de:
http://escritorasinglesasblog.com/catherine-anne-hubback/)
Outra história famosa é a de J. M. Barrie (criador do Peter Pan) e de seu
amigo Arthur Conan Doyle (criador de Sherlock Holmes). J.M. Barrie escreveu
três histórias (Pastiche) sobre Sherlock Holmes: My Evening with Sherlock
Holmes (1891), The Adventure of the two Collaborators (1893) e The Late
Sherlock Holmes (1893), no qual o Dr. Watson é acusado do assassinato de
Sherlock Holmes, antes de ser inocentado ao encontrarem Holmes vivo. Na
verdade, Sherlock Holmes teve inúmeras continuações, pastiches e
adaptações, em diferentes tipos de mídias.
Mas o que tornou as fanfictions conhecidas nessas comunidades de fãs foi o
cancelamento da série “Jornada nas Estrelas” – “Star Trek” de 1967, pois seus fãs ficaram
carentes e dedicaram-se a escrever possíveis finais para a série. No início, isso gerou bastante
tensão, e essa tensão toda veio à tona com o fenômeno do universo de Harry Potter. Esta obra
eletrizante da escritora britânica J. K. Rowling conquistou os corações de crianças, jovens e
adultos. Os fãs queriam fazer parte desse mundo fantástico e encontraram alguns conflitos em
relação ao direito de ler e escrever suas histórias, a mais significativa foram as tentativas dos
estúdios Warner Bros. de controlar as criações dos fãs, sob a alegação de que eles infringiam os
direitos de propriedade intelectual do estúdio. Isso foi reflexo das mudanças que a cultura digital
e a cultura participativa trouxeram para a nossa sociedade, as corporações não estavam prontas
para lidar com essas mudanças, principalmente no que toca a esse novo público, muito mais
participativo.
Os fãs sempre foram os primeiros a se adaptar às novas tecnologias de
mídia; a fascinação pelos universos ficcionais muitas vezes inspira
novas formas de produção cultural, de figurinos a fanzines e, hoje, de
cinema digital. Os fãs são o segmento mais ativo do público das mídias,
aquele que se recusa a simplesmente aceitar o que recebe, insistindo
no direito de se tornar um participante pleno.Nada disso é novo. O que
mudou foi a visibilidade da cultura dos fãs. A web proporciona um
poderoso canal de distribuição para a produção cultural amadora. Os
http://escritorasinglesasblog.com/catherine-anne-hubback/
amadores têm feito filmes caseiros há décadas; agora, esses filmes
estão vindo a público. (Henry Jenkins)
Aos poucos, as mídias corporativas foram reconhecendo a importância da participação dos fãs e,
hoje, consegue perceber que para consolidar a fidelidade dos fãs, precisa diminuir o controle
sobre suas propriedades intelectuais, permitindo espaço para a criatividade alternativa.
Ok! Já conseguiu entender que as fanfictions são uma realidade da nossa cultura. Jovens criam
suas histórias on-line e compartilham por meio de redes sociais... mas por que no ambiente
escolar a prática da leitura e da escrita não acontece de forma tão espontânea e prazerosa? E se
usarmos as fanfictions como ferramenta pedagógica?
Isso poderia dar uma renovada no ambiente escolar, incentivando a leitura e a escrita, pois este
é um gênero que integra a experiência cotidiana dos estudantes, na qual eles tem a
possibilidade de mesclar as histórias de seus ídolos com suas próprias narrativas.
Escrever e ler fanfiction não é apenas algo que você faz; é uma forma
de pensar criticamente sobre a mídia que você consome, de estar
consciente de todas as suposições implícitas que um trabalho canônico
carrega, e de considerar a possibilidade de que aquelas suposições
poderiam não ser as únicas existentes. (Anne Jamison)
Mas como podemos incluir esse gênero literário em nossas aulas? Como podemos direcionar
toda essa energia e vontade de dar continuidade a uma história de forma que possa contribuir
para o processo de ensino-aprendizado? Poderiam, por exemplo, ser utilizadas em aulas de
história (dá uma olhada nessa fanfiction), incentivando os alunos a escrever uma história tendo
como contexto um período histórico desejado. Para isso, ela vai precisar pesquisar sobre este
período. Bom, nossa criatividade é o limite!
https://www.spiritfanfiction.com/historia/brasil-meu-brasil-1745229/capitulo1
Você precisa saber
No artigo Tecnologia eEducação: utilização das fanfics como
recurso pedagógico para letramento e escrita de alunos, as autoras
destacam a inserção da inovação e dos recursos tecnológicos no
âmbito educacional, enfatizando a utilização das fanfics, ressaltando
que elas podem contribuir para inovação e motivação dos alunos com
relação à escrita e ao letramento.
Leia o Artigo
É fato que o uso das tecnologias e de recursos diferentes despertam entusiasmo em nossos
alunos. Imagina se eles souberem que algumas fanfics ficaram tão conhecidas que viraram
livros?!! Alguns exemplos disso são: Cinquenta Tons de Cinza (E.L. James), After (Anna Todd) , O
Inferno de Gabriel (Sylvain Reynard), Loving the Band (Emily Baker) e Como quase namorei
Robert Pattinson (Carol Sabar).
Conheça e use
Existe uma série de plataformas que você e seus estudantes podem
utilizar para compartilhar histórias com pessoas do mundo todo. Veja
alguns deles:
● Nyah: é uma plataforma interativa, brasileira, gratuita que está no ar desde
2005. Seu objetivo é divulgar as histórias de escritores amadores ou não.
Tem ranking de melhores leitores da semana, dicas de português, regras de
conduta, controle parental... Para saber mais, acesse o link:
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/pluginfile.php/344101/mod_book/chapter/34365/fanfiction_3.pdf
https://fanfiction.com.br/
● Spirit Fanfics e Histórias: mais uma plataforma brasileira! Ela também
conta com um aplicativo. Este site é bem interativo, inclusive conta com uma
equipe de usuários "capitas", ou seja, usuários que se disponibilizam a fazer
capas para suas histórias. Atualmente, tem mais de 774.038 histórias,
4.553.166 capítulos e 2.795.198 usuários cadastrados. Para saber mais,
acesse o link: https://www.spiritfanfiction.com/
● Wattpad: nesta plataforma, super interativa, com características de rede
sociais e mais de 65 milhões de usuários, o foco de publicação são histórias
originais, mas ela também aceita fanfics. Ela é uma grande vitrine para
novos autores, visto que conta com mais de 400 milhões de histórias.
Promove vários pequenos concursos e um concurso anual chamado
"Prêmios Wattys"; é o maior concurso online de escrita do mundo. Além de
acessá-la pelo navegador, também tem a versão para dispositivos móveis,
Android, IOs e Windows. Para saber mais, acesse o link:
https://www.wattpad.com/
6.2 Posts e tweets
Sim, você não precisa achar estranho: os nossos posts nas redes sociais e os tweets também são
novos gêneros textuais, característicos das tecnologias digitais e da cultura digital.
Vamos começar vendo este vídeo, que é uma apresentação de trabalho de aluno da UTFPR,
sobre o tema:
https://fanfiction.com.br/
https://www.spiritfanfiction.com/
https://www.wattpad.com/
https://www.youtube.com/watch?v=kWRPi7kXKCY
Os autores que os estudantes usam como referência teórica são Bakhtin, linguista que define
gênero textual como um "tipo estável de enunciado", que traga conteúdo temático, estilo
próprio e estrutura; e também Marcuschi, que entende gênero textual como um tipo de texto
encontrado no cotidiano, que tenha características sociocomunicativas e tenha funções
definidas.
Ora, podemos perceber, em ambas as definições, que esse tipo de escrita virtual nas redes
sociais, como os posts e os tweets, se encaixam totalmente. Eles são, hoje, grande parte da
nossa comunicação no dia a dia.
O importante aqui é perceber as diferenças que estruturam essas práticas textuais em cada
rede social. Esse tipo de diferenciação, de singularidade, é que dá a eles o caráter de gênero
textual alternativo, como estamos chamando aqui.
Como dito em capítulo anterior, a UFSC, em seu último vestibular (2020-1), colocou como uma
das possibilidades do gênero em sua prova de Redação o "Textão". É assim que ficaram
conhecidos os posts opinativos, sobre um tema específico, ou sobre uma notícia ou fato
ocorrido. Geralmente, são mais ligados ao Facebook.
Já no Instagram, em geral, o foco costuma mais ser a imagem (que é obrigatória no post), e o
texto vem como uma descrição ou então uma mensagem referente a ela.
Já o tweet é uma comunicação mais concisa. Havia um limite de 140 caracteres, que foi
aumentado, em 2017, para 280. São mensagens rápidas, uma exposição de uma ideia ou
pensamento de forma bem resumida.
O interessante neste tópico é pensarmos nessas diferenças e como elas, por serem assim, são
parte dos novos gêneros textuais digitais. Em cada plataforma, um tipo de mensagem e
comunicação é mais aceito. Vamos imaginar por exemplo a criação de uma empresa que vá
https://www.youtube.com/watch?v=kWRPi7kXKCY
fazer sua divulgação com foco nas redes sociais. Para fazer a apresentação da empresa, explicar
sua ideia e qual será seu foco e objetivo, provavelmente o Twitter não será a melhor ferramenta.
Assim como uma exposição de produtos, com fotos, também não será tão visualizada no
Facebook ou no Twitter, e sim no Instagram. Já a divulgação rápida de promoções, por exemplo,
ou então ações de fidelização, pode ser feita mais eficientemente por tweets.
É fundamental, portanto, como professores ou produtores de conteúdo tecnológico,
percebermos a importância que esse conhecimento pode ter na formação dos estudantes.
Ensinar a tecnologia não é somente aprender a usar ou o fazer como ferramenta. É também
projetar, selecionar, prever...e aí então executar.
Fonte: NovaEscola
6.3 Hipertexto
O hipertexto é, basicamente, a possibilidade que temos hoje de construir um "mural", ou um
caminho no texto, fazendo links e abrindo caminhos para outros textos, obras ou vídeos que nos
ajudem a compreender a ideia principal.
Com certeza, você já esteve nessa situação: começou a ler um texto na internet e de repente se
deparou com várias novas abas abertas, ou então foi clicando nos links e mudando o seu
caminho, em alguns casos até mesmo abandonando o texto original. Essa é a ideia do
hipertexto, que é, no fim, a ideia de rede, tão cara às tecnologias digitais.
Sua maior característica é a não linearidade, ou seja, você não lê um hipertexto como lê um livro,
página por página, até o fim. O hipertexto espera que você vá construir caminhos.
E por que isso é importante? Porque a produção textual, nas redes digitais, se dá basicamente
na forma de hipertexto. É muito difícil encontrarmos um texto ou uma mensagem que não traga
a possibilidade de um link para alguma notícia ou para outros textos sobre o mesmo tema. E
não são só apenas textos escritos: as ligações podem caminhar para sons, vídeos, imagens e até
para outros hipertextos.
Veja o vídeo em que o estudante Felipe Meneghetti explica um pouco o conceito:
https://www.youtube.com/watch?v=-nVNkihMEqY
As ligações podem aparecer em forma de destaques no texto, ícones e imagens, e vão funcionar
como um convite para que você conheça não apenas aquela obra que está sendo lida, mas
também mais do que já foi produzido sobre o tema.
A hipertextualidade traz então como grandes características: Velocidade; Dinâmica;
Interatividade; Acessibilidade e Multilinearidade.
6.4 Notícias Falsas (Fake News)
Imaginamos que, quando uma notícia é compartilhada por alguém que conhecemos e
confiamos, ela seja legítima. Da mesma forma, quando são disponibilizadas por alguma mídia
respeitada, imaginamos que elas tenham sido rigorosamente checadas. Mas não é sempre o
caso: às vezes são Fake News.
As Fake News são notícias fabricadas, que não são reais, mas são apresentadas como sendo
factualmente corretas. As Fake News são perigosas por induzirem as pessoas ao engano. Assista
ao vídeo que segue e veja a explicação disponibilizada por Átila Iamarino sobre a razão pela qual
acreditamos nas Fake News.
https://www.youtube.com/watch?v=-nVNkihMEqY
https://www.youtube.com/watch?v=8quTOBvb8uA
Estamos vivendo uma guerra de informação. Pessoas (incluindo jornalistas), inconscientemente,
compartilham desinformação, mas também campanhas são sistematizadas com base em
desinformação, para influenciar a opinião pública. Isso é preocupante, pois, antigamente, as
tentativas de influenciara opinião pública baseavam-se em tecnologias de transmissão
"um-para-muitos" (rádio, televisão). Agora, as redes sociais permitem que a disseminação das
(des)informações sejam "muitos-para-muitos", e direcionadas para as pessoas com maior
probabilidade de se identificar e compartilhar a mensagem. Uma vez que uma pessoa
compartilha uma (des)informação, ela corre pela internet e ganha credibilidade a cada
compartilhamento, pois, como vimos no vídeo, a crença em uma fake news tomada como uma
verdade cresce à medida que ela é compartilhada pela rede.
Os autores das notícias falsas se utilizam de um ambiente
politicamente polarizado em que há temas sabidamente controversos e
se fornecem, para ambos os lados do espectro, notícias que confirmem
as críticas e pré-conceitos de um grupo para o outro. A indústria dos
fake news prospera, portanto, da ausência de tolerância. (Renê Morais
da Costa Braga)
Acontece que essa coisa toda é um pouco mais complexa do que imaginamos. Analisando o
cenário, levamos em consideração: os diferentes tipos de conteúdo que estão sendo criados e
compartilhados, as motivações de quem cria esse conteúdo e a forma como o conteúdo é
https://www.youtube.com/watch?v=8quTOBvb8uA
divulgado, Claire Wardle classificou sete tipos de conteúdos problemáticos, com diferentes
estágios em uma escala que mede a intenção de enganar:
Legenda: Ecossistema das Fake News
Fonte: traduzido de First Draft News (2018).
Diante dessa mistura de informações e desinformações, precisamos educar o nosso público
para ter um olhar crítico e questionador, para compreenderem, avaliarem e distinguirem fatos
de Fake News. Mas, como saber se uma notícia é verdadeira ou falsa? Geralmente as notícias
falsas têm algumas características na sua linguagem, por exemplo: manchetes inteiras em letras
maiúsculas e poucos detalhes, texto vago, apelo dramático, erros de português e ausência de
elementos relevantes no estilo jornalístico, como nome e cargo dos envolvidos, data de quando
o fato aconteceu (ou vai acontecer) ou quem reportou os acontecimentos.
Deu certo!
https://firstdraftnews.org/fake-news-complicated/
Estevão Zilioli, de Ourinhos - São Paulo, está ensinando ciências utilizando Fake News. A tática do
professor é escolher uma notícia, como a de que comer determinadas frutas em jejum evita o
câncer e, utilizando o método científico, descobrir se há evidências da sua veracidade.
Com isso, além de ciências, os estudantes aprendem a pesquisar fontes confiáveis e ter uma
visão mais crítica do que leem em redes sociais.
Saiba mais sobre o projeto, clicando aqui.
E agora?
As fake news têm causado muitos problemas, principalmente na
política e na saúde. E na sua área de trabalho, ou na sua família, já
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-43789480
rolou alguma alguma notícia que não era verdade? Qual foi o impacto
que teve no seu trabalho ou na sua vida?
Contribua com a discussão clicando aqui
Aprofunde seus conhecimentos
Neste artigo, o autor aborda dois assuntos que estão no centro das
pautas jornalísticas em todo o mundo, as fake news e o discurso de
ódio. Com foco no Direito Eleitoral, o artigo busca responder a
algumas questões intrigantes e ainda não abordadas pela literatura.
Vale à pena conferir!
Artigo: A industria da fake news e o discurso de ódio
6.5 Pós-Verdade (Post-truth)
Em novembro de 2016, o dicionário da Universidade de Oxford, que todo ano se atualiza
registrando palavras ou novos significados que palavras existentes adquirem graças ao uso
corrente, consagrou a palavra "Pós-verdade" (Post-truth) elegendo-a a palavra do ano. Segundo o
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/mod/forum/discuss.php?d=107284
http://bibliotecadigital.tse.jus.br/xmlui/bitstream/handle/bdtse/4443/2018_pereira_direitos_politicos_liberdade.pdf?sequence=1#page=205
dicionário Oxford, "Pós-verdades" são “circunstâncias nas quais os fatos objetivos têm menos
influência na formação da opinião pública que aquelas que apelam para a emoção e à crença
pessoal”. Não conseguimos categorizar tudo em verdade ou mentira; então, a Pós-verdade é
uma informação que gera uma ambiguidade, ou seja, que não é exatamente a verdade, mas que
também não é uma mentira.
https://www.youtube.com/watch?v=lmDegcIAX70
Veja, na sequência, alguns tipos de pós-verdade, citados pelo escritor Álex Grijelmo ao jornal
espanhol El País :
● Insinuação
Não é preciso usar dados falsos. Basta sugeri-los. Na insinuação, as palavras e
imagens expressadas se detêm em um ponto, mas as conclusões
inevitavelmente extraídas delas vão muito mais além. O emissor, entretanto,
poderá se defender afirmando que só disse o que disse, que só mostrou o que
mostrou. A principal técnica da insinuação na imprensa parte das justaposições:
ou seja, uma ideia situada ao lado de outra sem que se explicite a relação
https://www.youtube.com/watch?v=lmDegcIAX70
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/%20https:/brasil.elpais.com/brasil/2017/08/22/opinion/1503395946_889112.html
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=117470#home
sintática ou semântica entre ambas. Mas, sua contiguidade obriga o leitor a
deduzir uma ligação.
● Pressuposição e o subentendido
A pressuposição e o subentendido possuem traços em comum e se baseiam em
dar algo como certo sem questioná-lo. Por vezes, os subentendidos são criados
a partir de antecedentes que, reunindo todos os requisitos de veracidade, se
projetam sobre circunstâncias que concordam somente em parte com eles. Por
exemplo, nos chamados Panama Papers foram denunciados casos reais de
ocultação fiscal. Uma vez expostos os fatos reais e criadas as condições para sua
condenação social, foram acrescentados à lista outros nomes sem relação com a
ilegalidade; mas o subentendido transformou a oração “tem uma conta no
Panamá” em algo delituoso que contribuiu com a criação de um estado geral de
opinião falso. Não é crime realizar negócios no Panamá e por conta disso abrir
contas nesse país; mas se isso se expressa com essa oração suspeita, o legal se
transforma em condenável pela pressuposição.
● Falta de contexto
A falta do contexto adequado manipula os fatos. Assim aconteceu quando o
deputado independentista catalão Lluis Llach recebeu ataques injustos por
declarações sobre o Senegal. Em 9 de setembro de 2015, um jornal barcelonês
postava em sua manchete esta frase, colocada na boca do ex-cantor e
compositor: “Se a opção do sim à independência não for majoritária, vou para o
Senegal”. Daí se poderia deduzir que ir para o Senegal era algo assim como um
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=117470#pressuposi%C3%A7%C3%A3o
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=117470#pressuposi%C3%A7%C3%A3o
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=117470#contexto
https://moodle.ead.ifsc.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=117470#contexto
ato de desespero (e uma ofensa para aquele país africano). Desse modo,
interpretaram alguns colunistas e centenas de comentários publicados sob a
notícia. No entanto, o jornal tinha omitido um contexto importante: Llach criou
anos atrás uma fundação humanitária de ajuda ao Senegal e, portanto, longe de
expressar desprezo em suas palavras, ele mostrava o desejo de se voltar para
essa atividade se o seu esforço político fracassasse. Nessa falta de dados de
contexto, é possível incluir a omissão cada vez mais habitual das versões e das
opiniões – que deveriam ser recolhidas com neutralidade e honestidade –
daquelas pessoas atacadas por uma notícia ou opinião.
● Inversão da relevância
Os beneficiários desta era da pós-verdade nem sempre dispõem de fatos
relevantes pelos quais atacar seus adversários. Por isso, com frequência
recorrem a aspectos muito secundários.... que transformam em relevantes. Os
costumes pessoais, a vestimenta, o penteado, o caráter de uma pessoa em seu
entorno particular, um detalhe menor de um livro ou de um artigo ou de uma
obra (como naquele caso dos manipuladores

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