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Cultura e Convergência Midiática

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DEFINIÇÃO
Identificação dos principais conceitos de Marshall McLuhan (1911-1980) sobre os meios de comunicação de massa e as críticas ao teórico. Apresentação do hibridismo nos meios de comunicação e as sensorialidades acionadas pelas diversas mídias, bem como as mudanças nos papéis de produtor e de consumidor de conteúdo na era digital.
PROPÓSITO
Discutir a passagem da cultura impressa para a digital a fim de identificar diferentes práticas de produção e consumo da informação de acordo com os meios e compreender o cenário atual de mídia e suas potencialidades.
OBJETIVOS
Módulo 1
Reconhecer os conceitos de meios quentes e meios frios de McLuhan e as principais críticas ao teórico
Módulo 2
Definir hibridismo, comparando sensorialidades despertadas pelas mídias impressa, digital, audiovisual e móvel
Módulo 3
Comparar os conceitos de mídias de massa e de nicho e os papéis de produtor e de consumidor de conteúdo no cenário atual
Módulo 4
Comparar os efeitos do texto linear e do hipertexto em contextos cross-media, transmídia e multimídia
INTRODUÇÃO
Você sabia que tocamos nossos smartphones, em média, 2.617 vezes por dia? Isso significa consultá-los 109 vezes por hora, de acordo com Tozzi e Gómez (2018). 
Em breve, preveem os especialistas, consumiremos cada vez mais informações em dispositivos vestíveis, que dispensam o uso das mãos, como óculos e relógios inteligentes, conectados à internet. 
Será que esses aparelhos podem ser considerados extensões do corpo humano?
MÓDULO 1
Reconhecer os conceitos de meios quentes e meios frios de McLuhan e as principais críticas ao teórico
Autor do livro Os meios de comunicação como extensões do homem (1974), o canadense Marshall McLuhan, um dos teóricos mais controversos da Comunicação no século XX, foi tão reverenciado quanto criticado. 
Em 1977, ele chegou a fazer uma ponta no filme Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, de Woody Allen, em que contesta um professor de mídia que discorria sobre seu pensamento em uma fila de cinema. 
Com o surgimento da internet e o desenvolvimento do campo dos estudos de cibercultura, McLuhan voltou a ficar em evidência, como veremos no fim deste módulo.
McLuhan cunhou a expressão “o meio é a mensagem”, partindo da premissa de que os meios de comunicação não são tecnologias neutras. 
Até então, os estudos no campo da Comunicação davam mais ênfase ao conteúdo das mensagens do que à forma como elas se apresentavam e eram veiculadas. 
McLuhan se deteve nas características materiais dos suportes em que as mensagens eram transmitidas para verificar a influência que exerciam sobre nós.
Marschall McLuhan em 1945.
Um exemplo: a mesma informação veiculada em um jornal, ouvida em uma rádio ou assistida na televisão acionaria diferentes percepções nos leitores, ouvintes e telespectadores. 
Os meios influenciam o modo como sentimos e pensamos.
Mouillaud (1997, p. 29) também analisa a questão:
À primeira vista, a embalagem e o objeto podem ser separados sem que o objeto perca sua identidade; entretanto, um perfume continua a ser um perfume sem seu frasco? O limite material está evidente, e o limite simbólico?
Ou seja, o mesmo perfume despertará diferentes percepções dependendo da embalagem em que ele se apresentar. No caso do jornal, o mesmo texto impresso pode ser veiculado em um website.
Mas ele provocará no leitor e no usuário a mesma experiência e os mesmos significados nos dois suportes? Mesmo depois de 30 anos do lançamento do primeiro website, o senso comum tende a classificar o suporte impresso ainda como mais crível que os suportes digitais.
Mas nem sempre o meio impresso esteve entre os mais prestigiados. O filósofo francês Régis Debray (1993), em seu livro Curso de Midiologia Geral, ressalta que, no início de sua utilização, o papel não desfrutava de credibilidade. 
Prova disso foi o fato de as universidades terem mantido durante muito tempo os canudos de formatura confeccionados com pele para a colação dos alunos. 
Posteriormente, foi a vez de os livros de bolso provocarem indignação nos meios literários por serem vistos como uma profanação do livro convencional. 
Portanto, assim como Mouillaud, Debray acredita que não há como se menosprezar o valor simbólico da materialidade dos suportes.
Um dos maiores historiadores da leitura, o francês Roger Chartier também acentua a importância da forma na comunicação, ressaltando a influência dos suportes materiais na compreensão dos significados das mensagens. 
Chartier (1998) observa, por exemplo, que um romance de Balzac pode ser recebido de maneira diferente, mesmo sem que uma linha do texto tenha sido mudada, caso ele seja publicado em um folhetim, em um livro ou em uma coletânea.
Voltando a McLuhan, ele sustenta que a forma como experimentamos a realidade é mediada pelos sentidos. Desse modo, cada meio de comunicação acionaria predominantemente um ou vários sentidos humanos. 
Cada novo meio introduzido alteraria a relação entre os nossos sentidos, modificando nossa forma de experimentar o mundo. 
Embora seus estudos tenham sido motivados pelo advento da televisão, McLuhan volta à época da tradição oral, antes da invenção da escrita, para fazer valer seu raciocínio.
DA CULTURA ORAL PARA A IMPRESSA E A ELETRÔNICA
Em Galáxia de Gutenberg, publicado em 1962, os capítulos indicam a divisão proposta por McLuhan entre a oralidade, a escrita e a era eletrônica. 
Antes da invenção do alfabeto fonético, éramos marcados pela cultura da oralidade. 
McLuhan lembra que, em uma conversa presencial entre as pessoas, todos os sentidos estavam presentes: gestos, cheiros, ambiente, audição e visão se articulavam simultaneamente. 
A invenção da escrita teria reduzido o espaço para a oralidade e nos guiado em direção a uma cultura visual, separando os sentidos que se entrecruzavam antes. Na leitura, o sentido que prevalece é a visão.
O alfabeto fonético é capaz de traduzir o audível e o tátil no visível e no abstrato.
BARBOSA, 2017.
Segundo Barbosa (2017), McLuhan sustenta que a consequência da adoção da escrita reconfigurou nossa cultura para um mundo visual, baseado na abstração, na linearidade e no individualismo. 
Todos os sentidos continuaram a ser acionados ainda para a obtenção de conhecimento, mas a confirmação passou a ser pela visão: é preciso ver escrito para crer.
A prensa de Gutenberg, para McLuhan, acelerou ainda mais a característica visual de nossa cultura devido à uniformidade no formato das letras. 
Ele demarca uma diferença crucial entre a cultura manuscrita e a impressa. 
Na primeira, a leitura era ainda mais social, feita em voz alta, não havia índice nem numeração das páginas, como nos livros. Com a prensa de Gutenberg, tem origem um processo de mecanização, que inaugura o modo linear de produção.
 A leitura passa a ser predominantemente silenciosa, nossos olhos passam a acompanhar as páginas da esquerda para a direita e as frases e orações dependem de uma relação de causalidade entre elas.
Prensa de tipos móveis de 1811, em exposição em Munique, Alemanha.
A imprensa exige a faculdade visual nua e isolada, não a sensorialidade unificada.
MCLUHAN, 1969.
Se, por um lado, a cultura escrita permitiu a expansão do conhecimento, por outro reduziu a comunicação ao aspecto visual. A era eletrônica estaria recriando um mundo à imagem de uma “aldeia global”, a partir do advento da TV. 
Até o surgimento da televisão, vivíamos na "Galáxia de Gutenberg". 
Para McLuhan, a evolução dos meios de comunicação de massa estaria reorganizando nossas percepções e nos levando de um mundo linear e tipográfico para um mundo audiotátil, tribalizado e cósmico da era eletrônica.
MEIOS QUENTES E MEIOS FRIOS
McLuhan acreditava que a mudança na comunicação da forma tátil-acústica, característica das práticas orais, para a visual poderia ser sistematizada pelos conceitos de meios quentes e meios frios. 
Essa divisão foi apresentada no livro Os meios de comunicação como extensões do homem (1974). O que determina se os meios são quentes ou frios é o grau de participação dos indivíduos e os sentidos que são acionados noato da comunicação.
Veja alguns exemplos desses meios e tente identificar as razões pelas quais eles foram definidos como quentes ou frios.
	Meios quentes
	Meios frios
	Alfabeto
	Caricatura
	Filme
	Desenho
	Fotografia
	Fala
	Jornal
	Hieróglifos
	Palestra
	Telefone
	Rádio
	Televisão
Quantas vezes você já não assistiu a uma palestra e ficou bocejando? E quantas conversas ao telefone não te deixaram entusiasmado? Então a palestra não deveria ser considerada “fria” e o papo ao telefone “quente”?
O pensamento de McLuhan vai contra o senso comum em relação ao que nos acostumamos a perceber como “quente” e “frio”. 
Os meios quentes, para ele, seriam os que prolongam um dos nossos sentidos e em “alta definição”, ou seja, nos suprem com uma elevada clareza de informação. 
Se o meio nos proporciona uma mensagem de fácil compreensão ou “mastigada”, como diríamos na gíria, os nossos sentidos são pouco requisitados para a recepção da mensagem. 
O rádio, por exemplo, pela definição de McLuhan, estenderia a audição. Já o telefone, embora dependa da audição, seria “frio” porque tanto o emissor como o receptor precisam participar da conversa para completar a mensagem.
Os meios frios, portanto, são aqueles que demandam que acionemos mais de um sentido simultaneamente ou ainda uma maior participação para interpretarmos as mensagens. 
Eles nos deixam margem para preenchermos os significados delas.
A primeira imagem transmitida por ondas de televisão pela NBC foi de um boneco do Gato Félix
Quando recebemos uma informação por um meio frio, precisamos acionar mais de um sentido para compreendê-la. É o que acontece com a televisão, em que visão e audição se articulam. 
Além disso, as observações de McLuhan se referem aos primórdios da televisão, quando a baixa definição da imagem exigia do telespectador um esforço maior para decodificar a mensagem. 
A título de exemplo, veja como era a definição da imagem do Gato Félix em 1928.
Diferentemente da fotografia, um desenho ou uma caricatura também ampliam a nossa capacidade perceptual. Para compreender melhor, veja a classificação dos meios segundo suas características:
	Meios quentes
	Meios frios
	Baixa participação
	Alta participação
	Linear
	Não linear
	Fragmentário (individual)
	Tribal
	Aciona um sentido em alta definição
	Aciona mais de um sentido em baixa definição
Você se lembra de que, na introdução a este tema, foi questionado se o smartphone seria uma extensão do corpo humano? 
McLuhan entende que os meios – ou as tecnologias – expandem a existência, as capacidades e o corpo humano. O telefone seria a extensão do ouvido. O livro, por exemplo, a da visão. 
Ao estender nossos sentidos, os meios seriam prolongamentos de nosso corpo, como uma projeção de nosso sistema nervoso central para restabelecer o equilíbrio sensorial que foi modificado pela introdução de um novo meio. 
Para o teórico, os meios seriam tanto extensões quanto “amputações”, entorpecendo-nos com seus efeitos.
A extensão exigiria um processo de “autoamputação” realizado pelo nosso corpo para aliviar a perturbação dos meios sobre o nosso sistema nervoso central. 
A adoção dessas extensões acionaria em nós essa autoproteção com o entorpecimento da área prolongada. 
Esse estado de êxtase revelaria a incorporação de um novo aparato tecnológico por nós.
CRÍTICAS AO PENSAMENTO DE MCLUHAN
De intelectual pop, McLuhan caiu no ostracismo a partir da década de 1980. Com a internet, porém, seus estudos voltaram a ficar em evidência. 
O teórico sofreu várias críticas, entre as quais a de adotar um pensamento evolucionista e de ser determinista tecnológico.
Estudos que investigam as relações entre a oralidade e a escrita muitas vezes estabelecem uma oposição ou subordinação entre os dois universos ou ainda uma linha evolutiva. 
Como foi o caso de McLuhan, que demarcou a passagem da oralidade para a escrita a partir da invenção do alfabeto fonético. Mas será que deixamos de ser uma sociedade oral com a invenção da escrita e da tipografia?
Paul Zumthor está entre os críticos de McLuhan, embora reconheça a importância de suas contribuições. Para ele, existem três tipos de oralidade:
 Clique nas barras para ver as informações.
ORALIDADE PRIMÁRIA
Característica das sociedades que não têm contato algum com a escrita.
ORALIDADE MISTA
Ocorre quando as linguagens oral e escrita estão presentes, mas a influência da escrita é apenas parcial.
ORALIDADE SECUNDÁRIA
Caracterizaria as culturas letradas, em que a voz e o imaginário perderam força.
A diferença é que, para Zumthor, as existências desses tipos de oralidade não estariam condicionadas a uma linha evolutiva. Elas dependeriam do contexto cultural de cada sociedade.
Oralidade e escrita coexistiram sempre, em épocas históricas, e suas diferenças afetam a mensagem de modo menos demarcado do que fez acreditar McLuhan.
ZUMTHOR, 2014.
Um exemplo evidente seria pensar nas aldeias indígenas, marcadas pela oralidade ainda no século XXI. 
Entretanto, mesmo nas grandes capitais, não podemos supor que o sucesso da troca de mensagens em áudio por aplicativos de conversas, como o WhatsApp, revela o aspecto oral de uma cultura? 
Pesquisa realizada pela empresa Panorama Mobile Time/Opinion Box revelou que 76% dos brasileiros enviam mensagens por áudio na plataforma. 
Não à toa o fundador do WhatsApp, Brian Acton, afirmou, em entrevista à Revista Exame, que os brasileiros amam ligar e mandar áudios. (AGRELA, 2017)
Outra crítica comumente dirigida a McLuhan gira em torno de seu aforismo “o meio é a mensagem”. De acordo com o teórico, são os meios que determinam as mudanças culturais em nossos comportamentos. 
Essa visão, para muitos críticos, privilegia o aspecto tecnológico e menospreza o cultural, ou seja, a ação humana. 
Sem referir-se ao canadense, o filósofo Pierre Lévy (2000) indiretamente questionou suas afirmações ao voltar-se contra o determinismo tecnológico. 
Ele prefere utilizar o termo “condicionamento tecnológico”. Assim, as invenções tecnológicas apenas seriam parte do ambiente de transformação cultural de nossas sociedades. 
O homem tipográfico, por exemplo, não teria sido determinado pela prensa de Gutenberg, mas condicionado por ela. As tecnologias ajudariam a compor os cenários de transformação, mas as mudanças não dependeriam exclusivamente delas.
Pierre Lévy
Outro crítico de McLuhan é Umberto Eco, autor do livro Apocalípticos e Integrados (1979), em que critica tanto os defensores quanto os detratores da indústria cultural. 
Um dos grandes problemas do pensamento de McLuhan, para Eco, seria a falta de conceituação sobre meios, mídias e mensagens. 
McLuhan se referia indistintamente a eles. Além disso, Eco aponta que o conteúdo importa sim. 
O modo como os meios são percebidos por cada indivíduo e os contextos político, histórico e sociocultural em que as mensagens se inserem têm de ser levados em conta para uma análise estrutural dos meios de massa.
As críticas mais contundentes se referiram ao conceito de meios quentes e meios frios. Para James Carey, eles são o ponto fraco da obra do canadense, aponta Barbosa (2017). 
O grande problema é que a classificação proposta por McLuhan não leva em conta as mudanças das características dos meios com o passar do tempo. 
Atualmente, classificar a televisão como um meio frio soa problemático, com TVs apresentando as imagens em alta definição. 
Em 1948, poderia fazer sentido, já que a TV tinha menos linhas de definição e, portanto, uma qualidade de imagem que era inferior em relação aos filmes, considerados como meios quentes. Como observa Carey:
Os meios que são quentes em um minuto podem ser frios. 
É impossível afirmar que a temperatura é uma propriedade absoluta de um meio ou se um meio é quente ou frio relativamente a outro. 
E a classificação das mídias segundo essas categorias são sempre arbitrárias.
CAREY apud BARBOSA, 2017.
A televisão seria um meio mais frio em relação ao rádio. E, mesmo assim, em determinado período. 
Seguindo os argumentos de Carey, seria mais produtivo enxergar essa classificaçãoentre meios quentes e meios frios como relativa, dependendo das mudanças que os meios sofressem em sua estrutura e seu conteúdo. 
Em tempos de convergência, por exemplo, seria ainda possível afirmar que o rádio é um meio quente diante do cenário de interatividade que se verifica atualmente, em que o ouvinte participa até da programação, entrando ao vivo no ar?
Para recapitular a diferença e alguns questionamentos a respeito de meios quentes e meios frios, assista ao vídeo abaixo.
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VERIFICANDO O APRENDIZADO
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1. Um dos teóricos mais polêmicos do século XX, McLuhan propôs o conceito de meios quentes e meios frios para classificar os meios de comunicação e expressão de nossa sociedade a partir do surgimento e disseminação da TV como mídia de massa. Abaixo, apresentamos alguns meios e as razões pelas quais foram listados como frios ou quentes. Assinale a alternativa que está em desacordo com o pensamento de McLuhan:
A televisão foi considerada um meio frio por acionar vários sentidos no telespectador e por demandar dele uma capacidade de imaginação para a recepção da imagem.
O rádio seria um meio frio por aguçar a audição e permitir pouca participação dos ouvintes.
O jornal foi classificado como um meio frio por ser linear e teria reduzido nossa percepção ao aspecto visual.
A palestra e a fala são ambas meios frios por demandarem muita interatividade dos envolvidos.
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2. O pensamento de McLuhan foi bastante criticado por teóricos da comunicação, principalmente seus argumentos sobre os meios quentes e frios, embora o canadense tenha voltado a ficar em voga com o advento da internet. As alternativas abaixo apontam falhas acerca do pensamento do teórico canadense, exceto:
A divisão entre meios quentes e frios é estática e não leva em conta que os meios sofrem transformações em suas características ao longo do tempo.
Mais produtivo seria pensar sobre as propriedades dos meios de forma relativa entre eles, ou seja, um meio seria mais quente ou mais frio em comparação com outro.
O único problema do aforismo “o meio é a mensagem” seria a perspectiva cultural.
A classificação da televisão como um meio quente só fazia sentido à época do início das transmissões, em que os aparelhos tinham baixa definição de imagem.
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MÓDULO 2
Definir hibridismo, comparando sensorialidades despertadas pelas mídias impressa, digital, audiovisual e móvel
Imagine um esloveno ou um egípcio que chegue ao Brasil e acesse websites de notícias de diversos veículos, sem traduzi-los para o português. 
O importante para esse exercício de imaginação é que sejam cidadãos de países que não conheçam o português. De curiosidade, eles entram no site do jornal Folha de S. Paulo, no da rádio CBN e no do Jornal Nacional. 
Supondo que não entendam português, você acha que eles saberão identificar qual é o site originariamente de um jornal, de uma rádio e de uma TV? A resposta, por enquanto, ainda é sim e torçamos para que tal cenário mude em breve. 
Embora a internet tenha proporcionado a possibilidade da utilização de uma linguagem híbrida ou multimídia, ainda notamos a prevalência do texto no site da Folha de S. Paulo, do áudio no da CBN e do audiovisual no do Jornal Nacional.
HIBRIDISMO E REMEDIAÇÃO
Vimos que a classificação de McLuhan sobre os meios quentes e frios ficou datada. 
Entretanto, seu pensamento voltou a ser valorizado com a internet pelo fato de o meio permitir um hibridismo entre as linguagens impressa, sonora, audiovisual e tátil se as consumirmos nos smartphones.
McLuhan percebia que, num primeiro momento, todo meio novo busca incorporar os meios que o precederam e referenciá-los. Assim, cada meio tornava-se o conteúdo do que substituía:
O manuscrito tornou-se o conteúdo do impresso
A fotografia e o romance tornaram-se o conteúdo do filme
O filme tornou-se o conteúdo da TV
Ou seja, uma mídia era sempre assimilada ou representada na mídia mais nova.
O termo hibridização foi usado por McLuhan na década de 1960 para caracterizar as mudanças provocadas pela introdução e disseminação da televisão. 
No século XXI, voltou a ficar atual com a convergência entre as mídias possibilitada pela rede mundial de computadores.
Saiba mais
Parte das críticas a Marshall McLuhan se deram também pela incompreensão à sua forma de se expressar, adaptando frases de outros autores e empregando metáforas, exemplos e aforismos. 
De acordo com Barbosa (2017), a forma de escrever do autor lembrava um mosaico, em vez de seguir uma linearidade sequencial da escrita. 
Ao tentar romper com a ideia de causalidade e sequência, McLuhan se expressava em livros de maneira não convencional, usando o meio como forma de crítica a uma de suas principais características: a linearidade. 
Seu livro O meio é a massagem: um inventário de efeitos, de 1967, é um exemplo disso.
O híbrido, ou encontro de dois meios, constitui um momento de verdade e revelação, do qual cresce a forma nova. 
Isto porque o paralelo de dois meios nos mantém nas fronteiras entre formas (...). 
O momento de encontro dos meios é um momento de liberdade e libertação do entorpecimento e do transe que eles impõem aos nossos sentidos.
MCLUHAN apud DEL BIANCO, 2005.
Forte em Saint Tropez ao por do sol
Lembra-se do conceito de extensão e autoamputação que os meios provocam sobre os nossos sentidos ao acentuar determinada forma de recepção da mensagem em detrimento de outras? 
Pois o que McLuhan está tentando transmitir com a citação anterior é que, ao assimilarmos um novo meio, ficamos em um estágio de transição entre formas que nos permitem ter consciência sobre os efeitos de determinado meio sobre os nossos sentidos, libertando-nos da sensação anestésica que eles despertavam em nós. 
Ou seja, sairíamos do “modo automático”. Ao suscitarem novas sensações, um meio nos faria refletir sobre elas.
Na contemporaneidade, entretanto, não é mais possível enxergar esse cenário evolutivo de uma mídia para a outra. 
Aliás, será que algum dia os meios foram excludentes? Quem via televisão não poderia ler jornal na manhã do dia seguinte? Ou ouvir um programa de rádio? 
Na época do surgimento da TV, dizia-se que ela acabaria com o rádio. Entretanto, a previsão não se concretizou. Com a era digital, a profecia ficou ainda mais distante porque meios e práticas convergem. 
Quando navegamos por um website, estamos experimentando o encontro de todas as mídias anteriores. Para Del Bianco, a hibridização entre os meios realinha o sistema de comunicação:
É possível entender hoje que as mutações emergentes por hibridização desencadeiam um realinhamento do sistema de comunicação, abrindo caminho para a convergência de processos e práticas. 
E nesse ambiente de modificações e reciclagens, onde uma forma não subsiste sem a outra, é que estão sendo moldadas na contemporaneidade as bases do processo de convergência ou integração entre novos e velhos meios. 
Revolucionário e visionário, o pensamento de McLuhan saiu do ostracismo para inspirar pesquisadores em todo mundo.
DEL BIANCO, 2005.
Esse processo de incorporação de um meio pelo outro foi chamado de “remediação” por Bolter e Grusin (2000). 
Os autores analisaram os diferentes graus em que as mídias digitais “remediam” as anteriores, surgidas na era analógica dos meios de comunicação de massa.
Como o jornal, o cinema, o rádio e a televisão estão representados na internet? Para Bolter e Grusin, os níveis de incorporação variam da absorção total à parcial de uma mídia pela outra:
Absorção total
As rupturas em relação ao meio anteriormente prevalente são pouco percebidas.
Absorção parcial
As diferenças entre os antigos e novos meios se sobressaem, sem que isso resulte, no entanto, no apagamento da mídia anterior.
Entre os extremos, estariam diferentes formas de remediação.
Voltando ao exemplo dos sites da Folha de S. Paulo, da CBN e do Jornal Nacional, em que grau desse fenômeno você acha que elesse encontram? 
Certamente não é o de absorção total, já que ainda notamos neles, claramente, traços da mídia anterior que remediaram: o rádio, o jornal e a TV.
Importante notar que, para os autores, o processo de remediação, entretanto, age nos dois sentidos: tanto da mídia anterior para a nova quanto da nova para a que a antecedeu. 
Como exemplo, eles citam os filmes que incorporaram características das mídias digitais, como a computação gráfica, num movimento que parte da mídia mais nova para uma anterior: o cinema. 
Quantas vezes você já deve ter visto diálogos de aplicativos de mensagens projetados na tela de cinema, simulando o diálogo entre os personagens que estão usando seus smartphones em cena? 
Ou tweets reproduzidos em páginas impressas? Na visão de Bolter e Grusin, o processo de remediação é inevitável: todo meio estaria absorvendo o outro.
Manovich (2003), ao analisar as chamadas novas mídias – ou mídias digitais – observou que elas se nutrem das características das velhas, tornando-se, assim, metamídia. 
O grande divisor de águas entre elas seria a migração das mídias para o software, que permite novas formas de distribuição e interatividade. 
Entretanto, as novas mídias se valem das convenções culturais já existentes e construídas pela chamada velha mídia.
Mas será que as “velhas mídias” são tão antigas assim?
O MEIO IMPRESSO E A LINEARIDADE
Vilém Flusser (2010) observou que o motivo por trás da invenção do alfabeto foi superar a consciência mágico-mítica (pré-histórica) e garantir espaço para uma nova (histórica) consciência. 
Discípulo de McLuhan, Walter Ong (1912-2003) defendeu no livro Oralidade e escrita: a tecnologização da palavra que a escrita separa o conhecido do conhecedor por meio do texto. 
Para ele, a cultura oral reduziria o espaço para a experimentação intelectual, pois a mente está ocupada com o que classifica como tarefas conservadoras: 
Como o conhecimento é transmitido sem cessar entre os indivíduos e as gerações, é preciso que a mente se encarregue disso. Por que Ong as chama de conservadoras? Porque é por meio delas que uma cultura é preservada. 
Exemplos são as diversas culturas indígenas e afro-brasileiras, e num outro âmbito, a cultura surda mundial, que não têm tradição escrita, mas nem por isso deixam de ter história.
Capa da edição do trigésimo aniversário de Oralidade e Escrita, De Walter J. Ongl
Walter Ong (1982) afirma que o texto, por ser literalmente conservador (ele se conserva), liberaria a mente de tarefas conservadoras. Ele acredita que escrever fortalece a consciência. 
Para o teórico, o uso de uma tecnologia pode enriquecer a psique, alargar o espírito humano e intensificar sua vida interior, e a escrita é uma tecnologia ainda mais profundamente interiorizada.
Walter Ong demarcou a existência entre a oralidade primária e a secundária. A primeira diz respeito à oralidade das culturas sem conhecimento da escrita. 
Já a secundária seria a das culturas em que o rádio, a televisão e outros meios eletrônicos transmitem uma nova oralidade que, entretanto, depende da escrita. Faz sentido. 
Afinal, os noticiários de rádio, TV, as radionovelas e as novelas pressupõem a existência de um texto jornalístico ou roteiro.
O RÁDIO E A TV: VOLTA À TRIBALIDADE?
Já o rádio e a TV, para McLuhan, trariam um retorno às possibilidades sensórias mágico-míticas das culturas orais. 
O teórico atribuiu à imprensa a construção do pensamento tipográfico ou linear e viu nos meios eletrônicos perspectivas mais ricas de interação com os nossos sentidos.
Comecemos pelo rádio. Embora tenha classificado o rádio como um meio quente pela baixa participação do público, McLuhan, por outro lado, escreveu o texto Rádio, o tambor tribal, o trigésimo capítulo do clássico Understanding Media: The Extensions of Man, em que discorre sobre como o rádio restabeleceu uma conexão íntima com a cultura oral.
O meio, com seu poder de envolver, teria alargado a audição, como notam Del Bianco e Meditsch (2005). 
McLuhan, apontam os autores, recorreu à metáfora do tambor tribal para definir o rádio como uma tecnologia que fortalece a conexão do homem com o grupo, com a comunidade, que foi capaz de reverter rapidamente o individualismo do homem tipográfico para o coletivismo. 
O rádio, para Del Bianco, trouxe à tona ecos de antigos tambores tribais.
Essa força arcaica do rádio, segundo McLuhan, está na própria natureza tecnológica do meio. 
Ao produzir imagens auditivas, o rádio cria um ambiente totalmente inclusivo e absorvente que propicia às pessoas um mundo particular em meio às multidões. 
Alarga o sentido da audição e as faculdades humanas, tornando-se uma extensão do sistema nervoso central. 
Por essa característica, altera os índices de sensibilidade ou modos de percepção de quem transita em ambientes moldados por ele.
DEL BIANCO, 2005.
O rádio elenca a linguagem oral, a penetração, a mobilidade, o baixo custo, o imediatismo, a autonomia (a pessoa pode receber a mensagem em qualquer lugar que esteja) e a sensorialidade. 
Segundo Ortriwano (1985), ele envolve o ouvinte, fazendo-o participar por meio da criação de um “diálogo mental” com o emissor e faz a imaginação ser ativada mediante a emocionalidade das palavras e dos recursos da sonoplastia, permitindo que as mensagens tenham nuances individuais, de acordo com as expectativas de cada um.
Em relação à televisão, à mídia digital e à mídia impressa, alguns autores defendem que nelas a imaginação seja limitada pela presença de imagens. 
O argumento vai na contramão de McLuhan. Como já vimos, desde então, a configuração da TV se modificou.
Pode soar estranho atualmente imaginar que uma TV nos anos 1960 pudesse acionar um mundo audiotátil, e não audiovisual, como defendia McLuhan. 
Com alta definição e som surround, agora a televisão se aproxima mais da experiência audiovisual do cinema. Estivesse exagerando ou não, o autor canadense foi um visionário. 
E não se pode esquecer das smart TVs, que podem inclusive ser acionadas por gestos. Já poderíamos afirmar que a TV é audiovisual e tátil. 
E podemos ir além se considerarmos o uso crescente de dispositivos acionados por comando de voz interconectados com os smartphones.
OS DISPOSITIVOS MÓVEIS E A TACTILIDADE
É possível notar a influência da materialidade como impulsionadora de uma nova linguagem no conteúdo produzido para telas sensíveis ao toque, como os smartphones e os tablets. 
Palácios e Cunha (2012), ao analisarem os impactos desses novos dispositivos sobre o jornalismo, enumeraram a tactilidade como mais um atributo do ciberjornalismo contemporâneo, além da multimidialidade, hipertextualidade, interatividade, customização, memória e da instantaneidade. 
Embora tenham analisado os efeitos sobre o jornalismo, cabe ressaltar que as conclusões a que chegaram se aplicam a quaisquer produtos desenvolvidos para esses meios.
Diferentemente de recursos como a “multimidialidade” e a “memória”, que nos primórdios da internet eram apenas 
potencialidades, a tactilidade já nasce plenamente apropriável para utilizações em aplicativos criados para plataformas móveis. 
Seu uso não está limitado por barreiras técnicas, mas apenas circunscrito pela capacidade criativa para um melhor aproveitamento.
PALÁCIOS e CUNHA, 2012.
No artigo Duas telas, dois caminhos: a produção de notícias para celular e tablet no panorama dos jornais brasileiros, Barsotti e Aguiar (2014) sustentam que a produção de produtos jornalísticos para tablets possibilitou o surgimento de uma nova linguagem nesses dispositivos. 
Eles observaram que, nos produtos jornalísticos para smartphones, a tactilidade se revelava apenas no ato do consumo, já que as redações, à época, só reproduziam automaticamente para as telas de celulares os seus sites, fazendo uma operação de transposição.
Já nos tablets, a tactilidade tornava-se um componente necessário para experimentar os produtos, tendo em vista que a produção jornalística era pensada especificamente para essas telas.
Barsotti e Aguiar (2014) afirmam que o jornalismo feito sob medida paraesses dispositivos tem apostado na lógica das sensações, ao apoiar-se na recepção por meio dos três sentidos: a visão, a audição e o tato.
Os produtos analisados à época valiam-se de textos, áudios e vídeos, mas também de infográficos interativos e testes que demandavam a tactilidade para o usuário interagir com o conteúdo.
A LINGUAGEM HIPERMÍDIA E A INTERATIVIDADE
Interação é a palavra-chave para a compreensão da mudança radical de um consumo mais passivo de informação que caracterizou a era dos meios de comunicação de massa para um mais ativo na era digital. 
Bardoel e Deuze (2001) identificaram quatro características do jornalismo online que se aplicam de modo geral aos produtos veiculados na rede mundial de computadores: a hipertextualidade, a interatividade, a mutimidialidade e a customização de conteúdo.
A multimidialidade se refere à convergência de diversas mídias tradicionais para a internet, com a possibilidade de utilização de som, imagem e texto, transpondo características originariamente do jornal, do rádio e da TV.
A interatividade na web pode acontecer de várias formas. Para alguns autores, ela é múltipla, de modo que não é possível falar de interatividade no singular. Segundo Mielniczuk (2001), ela estaria presente em uma série de processos.
Diante de uma tela de computador conectado à internet, o usuário estabelece relações:
com a máquina
com o conteúdo
com outras pessoas – seja o autor ou outros leitores
No trecho a seguir, Mielniczuk faz referência à ocorrência de tais processos em um site jornalístico:
Navegando pelo webjornal e elegendo o próprio percurso de leitura, os usuários teriam acesso às informações de um jeito muito diferenciado entre si.
 É possível dizer que diante de um jornal impresso cada leitor faz o seu percurso de leitura ou que diante da televisão convencional cada pessoa troca os canais – durante o telejornal – .
De acordo com sua vontade, porém em ambos os casos existe uma unidade proposta. 
No webjornal, essa dita unidade proposta é tão complexa – sobretudo pela constante atualização, pelo grande volume de informações e pelo formato hipertextual – que o produto deixa de ser percebido pelos leitores como sendo único.
MIELNICZUK, 2001.
No trecho destacado, a autora indiretamente está abordando outra característica gerada pela navegação na web: a customização. 
No exemplo, ela menciona a customização gerada pelo percurso de leitura escolhido pelo usuário por meio dos hiperlinks. Nenhum produto será único, já que existem escolhas o tempo inteiro a serem feitas pelo usuário, como em um jogo. 
Dependendo das opções que façam, os usuários serão apresentados a diferentes alternativas de leitura.
A customização tem duas outras faces: em muitos sites e aplicativos, o usuário configura os produtos de acordo com suas preferências. 
Entretanto, existe ainda uma customização algorítmica nas redes sociais e nos mecanismos de busca. Por meio do nosso comportamento ao navegarmos na web, os algoritmos presentes nessas plataformas filtram o que nos será mostrado e ocultado.
No caso do jornalismo, tal filtragem pode trazer consequências imprevisíveis, tendo em vista que apenas algumas notícias serão mostradas aos usuários nas redes sociais (BARSOTTI, 2018). 
Um dos princípios do jornalismo é justamente levar diversidade de pontos de vista aos usuários. 
A cultura algorítmica também envolve questões de privacidade e alguns autores defendem que pode induzir escolhas e comportamentos.
No vídeo a seguir, Anderson Lopes, doutor em Ciências da Comunicação pela USP, explica os dilemas da customização e da cultura algorítmica.
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Por fim, resta descrever os efeitos da hipertextualidade. A conexão entre os textos por meio de links rompe com a linearidade da leitura tal como no texto impresso. 
Essa característica da linguagem digital também contribui para a personalização do conteúdo, já que cada leitor escolherá seu caminho de leitura. 
É claro que, no jornal impresso, você também poderia ler apenas o primeiro parágrafo de uma notícia, abandoná-la e decidir pular da Política para o Caderno de Esportes, por exemplo. 
Ainda assim, o “cardápio” de notícias ofertado a você seria composto apenas pelas notícias que aconteceram no dia anterior.
Na televisão e no rádio, o telespectador poderia trocar de canal ou estação quantas vezes quisesse. Portanto, já havia interatividade, mas as escolhas do leitor, ouvinte e telespectador eram limitadas pela grade de programação ou pelo tamanho do jornal. Na web, a liberdade de escolhas é infinita.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
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1. Embora a palavra hibridismo ou hibridização tenha surgido nos anos 1960, ela ganhou força e um significado mais palpável com o advento da internet. As afirmativas abaixo representam características do hibridismo, exceto:
A convergência entre os meios de comunicação possibilitada pela rede mundial de computadores.
A dependência de um meio em relação ao outro: eles tornam-se complementares e dependentes na web.
O abandono das convenções culturais preexistentes quando um novo meio surge no sistema de comunicação.
Processo que leva à incorporação de um meio pelo outro nos dois sentidos: da mídia mais velha para a mais nova e vice-versa.
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2. De acordo com o pensamento de McLuhan, a recepção de cada meio desperta no público diferentes sentidos ou sensorialidades, independentemente das mensagens que veiculam. Abaixo, estão listadas algumas sensações provocadas pelos meios. Assinale a alternativa incorreta:
Pela profusão de imagens, a televisão desperta nos telespectadores a visão.
Os dispositivos móveis, com telas sensíveis ao toque, acionam a visão, a audição e o tato.
A leitura dos jornais impressos aguça a visão, direcionando a uma leitura linear.
O rádio ecoa um tambor tribal, estendendo a audição.
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MÓDULO 3
Comparar os conceitos de mídias de massa e de nicho e os papéis de produtor e de consumidor de conteúdo no cenário atual
Você já assistiu a Black Mirror: Bandersnatch? 
No filme, os usuários podem decidir cinco finais possíveis para o personagem Stefan, um jovem programador que desenvolve um game nos anos 1980 que começa a misturar a realidade com o mundo virtual. 
O destino do personagem principal é fruto das escolhas dos usuários. Foi a primeira experiência interativa do serviço de streaming Netflix.
Outro exemplo são os QR codes que têm aparecido em intervalos comerciais de TV, para que se saiba mais sobre alguma oferta. 
Ou, em uma emissão de rádio, o âncora anunciar que determinado ouvinte está enviando informações por WhatsApp. 
Ou, ainda, a escolha de assentos nas compras online para ir fisicamente assistir a um filme. Ainda será possível distinguir tão marcadamente as mídias online e offline?
BROADCAST E INTERCAST
No livro We media: How audiences are shaping the future of News and information, Bowman e Willis (2003) fizeram a distinção entre a mídia broadcast e a que denominaram como intercast. 
A mídia broadcast seria representada pelos meios analógicos de comunicação de massa: jornais, cinema, rádio e televisão. 
A intercast seria composta pelos meios na internet. Para os autores, a rede mundial de computadores facilita a comunicação horizontal, diferentemente dos veículos tradicionais, que seriam de comunicação vertical.
No sistema broadcast, que consideram mais hierarquizado, as decisões são centralizadas e comunicadas para o público de cima para baixo. 
Os meios analógicos teriam consolidado um modelo de relacionamento com suas audiências dentro do conceito clássico de emissor-receptor. 
Como se fosse “eu falo e vocês escutam”. Tal modelo se baseava numa amostragem do público que era possível de ser obtida com pesquisas quantitativas e qualitativas de mercado. 
No caso dos jornais, a aferição era feita pelo Índice de Verificação de Circulação (IVC), que recentemente foi renomeado e agora se chama Instituto Verificadorde Comunicação, passando a medir também os assinantes digitais.
Na TV e no rádio, são comuns as pesquisas de audiência. Entretanto, quaisquer decisões baseadas no comportamento do público só poderiam ter tomadas a posteriori.
Embora existissem canais de comunicação abertos para a audiência – como a seção de cartas nos jornais e telefones para atender à audiência no rádio e na TV –, eles eram mais escassos do que são atualmente.
No modelo nomeado por eles de intercast, o feedback do público é instantâneo. 
É possível saber em tempo real quais são as notícias mais lidas em determinado site ou as mais compartilhadas em redes sociais, acompanhar o termômetro de votações de reality shows na TV ou ainda saber quais são os filmes mais assistidos numa plataforma de streaming.
Broadcast
· Meios analógicos de comunicação de massa
· Decisões centralizadas
· Comunicação vertical
Intercast
· Dispositivos digitais, conectados à internet
· Feedback instantâneo
· Comunicação horizontal
Cabe ressaltar que a internet permite reunir, simultaneamente e no mesmo ciberespaço informativo, os produtores de conteúdo, a audiência, as fontes de informação, os sites do governo, de empresas e do terceiro setor. 
Nesse ambiente, em que qualquer um dos usuários pode participar, as regras são mais flexíveis e a hierarquia é mais frouxa. Antes da internet, por exemplo, um livro precisava de uma boa crítica literária para entrar na lista de mais lidos. 
Atualmente, os leitores podem também ajudar a construir a reputação de uma obra, enviando suas próprias avaliações. 
Existe, inclusive, o fenômeno dos booktubers, que são “críticos” literários do YouTube, além de blogs, já há mais tempo, também tratando de literatura. 
Ou podem descobrir leituras afins sem precisar da ajuda de uma resenha, pois os sistemas de recomendação se encarregam disso.
MÍDIAS DE MASSA E MÍDIAS DE NICHO
No vídeo a seguir, entenda a diferença entre mídias de massa e mídias de nicho:
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“Mídias-sol” e “mídias-poeira” são outras classificações propostas para definir a separação entre as mídias offline e online. Ela é de autoria de Ignacio Ramonet (2012). 
As mídias-sol seriam as de comunicação de massa, e as mídias-poeira, as de nicho.
Imagine o desenho de um dinossauro. A parte principal do seu corpo é bem mais alta do que a cauda, que é longa, mas tem pouca altura. 
O mercado de nicho seria como a cauda de um dinossauro. Há pouco ou nenhum impacto no mercado quando esses produtos são lançados, mas a demanda por eles, embora baixa em termos de volume, é contínua. 
Anderson observou que existia uma “cauda longa” na busca por tais produtos e notou três características principais desta teoria: 
“(1) a cauda das variedades disponíveis é muito mais longa do que supomos; 
(2) ela agora é economicamente viável;
 (3) todos esses nichos, quando agregados, podem formar um mercado significativo.” (ANDERSON, 2011, p.10)
Vamos recorrer a um exemplo prático: em 2018, a youtuber Jout Jout leu o livro infantil A parte que falta em um vídeo em seu canal.
 Houve um aumento de mais de cem vezes nos pedidos de livrarias, e a editora Companhia das Letrinhas anunciou uma reimpressão para dar conta da Amazon. O livro, que não era um lançamento, ficou no topo dos mais vendidos no site de compras.
A FALSA OPOSIÇÃO ENTRE MÍDIA ONLINE E OFFLINE
Como visto no vídeo, não há mais como separar os mundos físico e virtual, que se entrelaçam cada vez mais na sociedade em rede. Isso também vale para as mídias. 
Elas não se excluem, mas se complementam. Quantas vezes você se sentou no sofá diante da TV com o celular na mão e ficou navegando no Twitter e comentando o programa a que assistia?
Uma pesquisa do IBOPE Conecta, sobre o comportamento do usuário brasileiro, mostrou que 95% deles assistem à TV e navegam pela internet ao mesmo tempo. 
Dentre eles, 9% assistem à TV e navegam na internet simultaneamente para interagir com a programação a que estão assistindo e outros 9% discutem com amigos sobre o programa que estão vendo. 
Não é à toa que, durante as transmissões de programas populares, como o Master Chef e o Big Brother, e de partidas de futebol, hashtags referentes a eles entrem no topo dos Trending Topics do Twitter. 
No caso do Big Brother, por exemplo, os telespectadores podem votar pela internet para escolher quem será o eliminado da vez.
Paremos para pensar nas outras mídias de massa da era analógica. O rádio foi estendido para as redes sociais, aplicativos de trocas de mensagens e até mesmo para a televisão. 
Os repórteres da Band News, por exemplo, depois de gravarem suas reportagens em áudio, precisam fazer um vídeo para ser publicado nas redes sociais da emissora. 
Eles também podem ser solicitados a gravar a mesma reportagem para ser exibida na televisão aberta. Os principais programas de estúdio têm transmissão ao vivo pelo Facebook. 
Além disso, diversas pautas surgem porque os ouvintes são convidados a enviarem denúncias e sugestões pelo número de WhatsApp divulgado no ar. 
Se um ouvinte perder a programação ao vivo, ela também estará disponível no aplicativo da rádio. Aliás, isso também vale para a TV. A TV Globo, por exemplo, envia a programação da TV aberta para o aplicativo Globoplay para smartphones e smart TVs.
Se vivemos em uma sociedade em rede, o jornalismo não poderia estar excluído dela. 
O conceito de jornalismo em rede, proposto por Ansgard Heinrich (2011), implica enxergar as organizações jornalísticas como nós de uma complexa rede da qual participam também os cidadãos comuns, as fontes, os jornalistas independentes e blogueiros, entre outros.
Ansgard Heinrich enxerga o jornalismo em rede extrapolando a esfera da internet. Como todos estão em rede – fontes noticiosas, jornalistas e público – todos influenciam e são influenciados pelos demais agentes envolvidos no processo, independentemente do grau de influência de cada um e do suporte em que a comunicação se dá.
Portanto, o conceito de jornalismo em rede acaba com a oposição entre meios digitais e analógicos.
BARSOTTI, 2017.
QUANTO MAIS INFORMAÇÃO, MAIS NECESSIDADE DE MEDIAÇÃO
E como lidar com tanta informação? A internet registra o maior crescimento entre as mídias na história. 
No clássico A Sociedade em rede – A Era da Informação: economia, sociedade e cultura, Manuel Castells afirma que, em 1973, quando a internet estava em seus primórdios, havia 25 computadores conectados à rede. 
Durante os anos 1970, o número aumentou para 256 e, na década seguinte, para alguns milhares de usuários. 
Em 1999, nove anos após o surgimento da World Wide Web (www), a interface gráfica que permitiu a criação de sites, a internet já conectava 63 milhões de computadores, 950 milhões de telefones (a internet era discada) e cinco milhões de sites e era usada por 179 milhões de pessoas em todo o mundo.
E qual o volume de informação que circulava na rede? Em 2002, um estudo da Universidade de Berkeley mediu a extensão dele. Intitulado How Much Information?, 
Ele somou as informações lidas, vistas e ouvidas, ao longo de 2002, em meios impressos, rádio, TV, internet e telefone. 
Foram 70 milhões de horas transmitidas pelo rádio e 31 milhões pela TV, cinco bilhões de mensagens instantâneas enviadas por telefone e 31 bilhões de e-mails trocados. 
Somente a internet gerou 170 terabytes de informação, o equivalente a 17 bibliotecas do Congresso dos EUA, o triplo do registrado no estudo anterior, realizado em 2000. (BARSOTTI, 2012)
Em 2019, éramos 3,9 bilhões de pessoas conectadas à rede ao redor do globo, ou 51% da população mundial, segundo estudo da UIT, agência das Nações Unidas. A empresa Visual Capitalist mensurou o que isso quer dizer em um minuto na internet:
	
	· 1 milhão de logins no Facebook
	
	· 41,6 milhões de mensagens enviadas no Facebook Messenger e no WhatsApp
	
	· 3,8 milhões de buscas no Google
	
	· 4,5 milhões de vídeos assistidos no YouTube
	
Nessa avalanche de informações, seria ainda necessário o papel de seleção e curadoria exercido por jornalistas, produtores culturais e editores delivros? 
Você acha que o fato de haver espaço ilimitado para uma infinidade de produtos e serviços na web significa que ela dispense a necessidade de mediação? 
Como fica a relação entre os emissores e os receptores à medida que todos têm acesso aos meios de publicação?
Pierre Lévy está entre os autores que apostam nos efeitos democratizantes da rede. 
Em Wikinomics: como a colaboração em massa pode mudar o seu negócio, Tapscott e Williams veem com bons olhos o desaparecimento das fronteiras claras entre público e autor na internet. 
Eles se referem aos prosumers, termo criado por Toffler (1980) para designar o produtor-consumidor (producer + consumer, em inglês) de conteúdo. Para os autores, a democratização da tecnologia estaria permitindo a inclusão de todos.
Em um mundo onde tudo o que você precisa é de um celular com câmera para mostrar o que está acontecendo à sua volta, não é mais tão simples limitar o papel de uma pessoa.
TAPSCOTT e WILLIAMS, 2006.
Atenção
Cabe aqui uma ressalva: como vimos, apenas 51% dos habitantes do planeta têm acesso à internet. No Brasil, a exclusão digital atinge um a cada quatro brasileiros, de acordo com dados do IBGE.
Rosenbaum (2011) utiliza o termo curador de conteúdo que, para ele, é exercido tanto por amadores quanto por profissionais, sem hierarquia entre eles. 
Ele enfatiza, no entanto, o valor da curadoria humana sobre a dos algoritmos, que também atuam na seleção de conteúdos na web: eles estão presentes nos sistemas de recomendação, nas redes sociais e nos buscadores. 
Eles filtram nossas buscas e escolhas, mas são os humanos que adicionam valor à informação, ressalta o autor.
Por outro lado, há autores que enxergam como preocupante o excesso de informações publicadas por amadores na web, sem curadoria. 
Andrew Keen (2009), em O culto do amador, é bastante crítico. Ele sustenta que a nação web 2.0 é tão digitalmente fragmentada que não é mais capaz de debate informado. 
Para ele, na web, “as palavras do sábio não contam mais que os balbucios de um tolo.” Vale lembrar que Keen escreveu o livro muito antes do cenário a que estamos assistindo, de propagação de desinformação, com as chamadas fake news.
Esse apagamento das linhas entre público e autor, fato e ficção, invenção e realidade obscurece ainda mais a objetividade. 
O culto do amador tornou cada vez mais difícil determinar a diferença entre leitor e escritor, artista e relações-públicas, arte e publicidade, amador e especialista. 
O resultado? 
O declínio da qualidade e da confiabilidade da informação que recebemos, distorcendo assim, se não corrompendo por completo, nosso debate cívico nacional.
KEEN, 2009.
No caso do jornalismo, diversos autores já apontaram para o risco da falta de curadoria da informação que trafega na internet e sustentam que a era digital fortalece o papel do profissional. 
Neveu (2006) acredita numa revalorização da função do jornalista, diante da abundância de informação na web. 
Ele afirma que o caos da oferta de informação na internet pode devolver sentido à necessidade de uma forma de certificado de garantia para o profissionalismo dos jornalistas.
Wolton (2010) vai na mesma linha de pensamento. Para ele, a informação se tornou abundante, mas a comunicação é uma raridade no cenário contemporâneo. 
Daí a necessidade do intermediário, que seria o jornalista.
Não é o suporte que dá sentido à informação, nem o receptor, mas o jornalista. 
Nessa legitimidade do jornalista reside o papel essencial da profissão de intermediário, que muitos querem reduzir, ou suprimir, em favor de uma suposta ‘democracia direta’.
WOLTON, 2010.
Um dos maiores youtubers do país, Felipe Neto disse, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo (MEIRELES, 2020) que, sem os jornalistas, “não há chance de batalha” contra “os obscurantistas, negacionistas e revisionistas”, referindo-se ao cenário das fake news em meio à pandemia de coronavírus. 
“É preciso destruir o terraplanismo científico e histórico e trazer à luz (e à popularidade) os verdadeiros cientistas, historiadores e comunicadores comprometidos com a verdade”, afirmou.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
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1. O cenário contemporâneo de mídia demonstra que há uma convivência do sistema broadcast com o intercast ou das mídias de massa com as mídias de nicho. Há ainda outra classificação para defini-las: “mídias-sol” e “mídias-poeira”. A respeito delas, assinale a única opção que não é verdadeira:
No sistema broadcast, a comunicação é vertical e centralizada. Já no intercast, ela é horizontal e descentralizada.
Os meios de massa preveem um modelo de comunicação de emissão de mensagem de todos para todos.
Não é mais possível fazer a distinção entre mídias offline e online porque todos os meios atualmente convergem para a internet e são dependentes de interações digitais.
A metáfora das “mídias-sol” foi utilizada por Ramonet para caracterizar os meios de comunicação de massa no cenário contemporâneo da comunicação.
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2. Na internet, o público pode tanto comprar um best-seller quanto um livro de um escritor desconhecido. Ou assistir a um filme independente que não chegou a nenhuma competição concorrida do cinema mundial. Essa possibilidade está relacionada ao surgimento de nichos de mercado para produtos que não virariam hits e foi classificada como “cauda longa”. Assinale a única opção que não caracteriza o conceito:
Produtos de nicho, antes da internet, não tinham visibilidade porque não entravam em cartaz nos cinemas, não chegavam às livrarias nem tocavam nas rádios.
No varejo online, existe uma busca infinita por produtos de nicho que, somados, representam um mercado significativo para bens culturais.
A “cauda” de variedades de produtos disponíveis é longa porque há demanda para eles, independentemente de suas datas de lançamento.
A economia da era do broadcast era a economia da abundância: programas, filmes, discos e livros eram campeões de venda e audiência.
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MÓDULO 4
Comparar os efeitos do texto linear e do hipertexto em contextos cross-media, transmídia e multimídia
Será que é 100% verdadeira a afirmação de que a leitura de um livro ou de um jornal é sempre linear? 
Quantas vezes você já ficou curioso em saber logo o final de um romance e foi xeretar o fim do livro? 
Ou ainda pulou da página 5 de um jornal e foi direto para o Caderno de Cultura, evitando a leitura do noticiário local e internacional, que vinham nas páginas imediatamente seguintes àquelas em que você estava? 
Agora pensemos no mesmo livro e no mesmo jornal sendo lidos em um dispositivo móvel. É claro que você também pode “pular” páginas tanto no e-book quanto no jornal que estão disponíveis em sua tela. 
A diferença é que poderá optar também por outros caminhos a partir dos hiperlinks que encontrar em ambos. De um livro, poderá até mesmo ir para outro. De uma edição do dia do jornal, poderá ir para a da semana anterior.
O HIPERTEXTO: CAMINHOS MÚLTIPLOS
De acordo com Fachinetto (2005), o termo hipertexto foi criado nos anos 1960, por Theodor H. Nelson, com seu projeto Xanadu. 
Ele foi concebido para ser um processador de textos capaz de lidar com várias versões de um texto e mostrar as diferenças entre elas.
O objetivo de Nelson, que era estudante em Harvard, era facilitar a escrita não linear. Por meio de um documento eletrônico, o usuário poderia escolher seu próprio caminho de leitura. 
No livro O labirinto da hipermídia: arquitetura e navegação no ciberespaço, Lúcia Leão (1999) expõe o pensamento de Nelson: para ele, 
o hipertexto se constitui de escritas associadas não sequenciais, conexões possíveis de se seguir, oportunidades de leitura em diferentes direções.
Refletindo sobre as diferenças entre hipertexto e hipermídia, George Paul Landow afirma que o hipertexto é composto de fragmentos de texto e dos links que os conectam entre si. 
Para ele, o termo hipermídia estende a noção de hipertexto, ao adicionar informaçãovisual, sonora, animação e outras formas de informação, além do texto (apud FACHINETTO, 2005).
Vale lembrar que, assim como no hipertexto, o usuário também escolhe seu caminho na hipermídia: 
Posso decidir entrar em outro vídeo “linkado” ao que estou assistindo, posso interagir com infográficos (de modo que eles me apresentem os dados específicos que estou buscando), posso seguir alternativas distintas em games e assim por diante.
Diferentemente da narrativa linear, o leitor tem mais liberdade de abandonar a ordem prevista pelo autor e escolher seu próprio caminho de leitura no hipertexto. 
Nos meios digitais, o texto pode ser fragmentado e retirado de uma sequência que obedece à lógica da escrita, de causalidade entre as orações. 
A linearidade, como já visto, caracterizou o homem tipográfico, segundo McLuhan.
Mas será que foi somente com o hipertexto que aconteceu essa quebra da linearidade? Foi essa pergunta que Aguiar e Barsotti (2010) fizeram no artigo As novas tecnologias digitais e as perspectivas para o jornalismo e a literatura eletrônicos. 
Os autores notam que a linearidade já vinha sendo problematizada mesmo antes da era digital. Uma hipótese é que seu surgimento possa estar relacionado à forma fragmentada de lidar com a noção de espaço e tempo na contemporaneidade.
Como já vimos, desde a invenção do telégrafo, os jornais passaram a noticiar eventos que, antes, só poderiam ser incluídos nas edições muito tempo depois de terem acontecido. 
Teria começado ali uma nova noção geográfica e temporal, que se aceleraria no século XX, com o rádio e a TV. As transmissões ao vivo (o “aqui” e o “agora”) nos teriam levado à aldeia global prevista por McLuhan.
 Eventos distantes geograficamente passaram a ficar próximos de nós e com cada vez mais instantaneidade.
Na literatura, a tendência de quebra da linearidade nas narrativas já era observada em livros publicados no século XX, citam Aguiar e Barsotti (2010). 
Dois exemplos são as obras O jardim dos caminhos que se bifurcam (1941), de Jorge Luis Borges, e Se um viajante numa noite de inverno (1979), de Italo Calvino. 
Uma história que termina e reinicia continuamente. No cinema, a quebra da sequência temporal pode ser observada no clássico Pulp Fiction, de Quentin Tarantino, assinalam Aguiar e Barsotti (2010). 
A Ética, de Spinoza, é um livro de filosofia do século XVII organizado em axiomas, proposições, definições, que se remetem uns aos outros. 
É possível começar a leitura desse tratado em qualquer parte do livro e seguir as remissões conforme se desejar.
Representação do ator John Travolta no cenário de Pulp Fiction, no Museu Madame Tussauds em São Francisco.
O hipertexto é, portanto, uma inovação narrativa anterior à era digital. Mas o cenário digital acelerou o processo. As histórias impressas, os filmes, os áudios e os vídeos estão transformando os formatos lineares do passado. 
Aguiar e Barsotti (2010) sustentam que seria ingênuo acreditar no purismo do texto impresso atualmente porque ele se interpenetra profundamente com o eletrônico, a começar pelo meio em que são escritos.
Mesmo que não se utilize nenhum recurso digital como técnica de leitura, é preciso lembrar que todos os livros e os jornais que se destinam ao suporte impresso são escritos atualmente no computador. 
Ou seja, eles também sofrem influência do novo meio e são por ele modificados.
AGUIAR e BARSOTTI, 2010.
Umberto Eco, assim como fez em Apocalípticos e Integrados, em que expôs os argumentos dos críticos e dos defensores dos meios de comunicação de massa, buscou o equilíbrio ao analisar os efeitos do hipertexto no livro Sobre a literatura. 
Para ele, os contos “imodificáveis”, ou seja, os já consagrados pelos livros impressos, ao contarem uma história, também contam a de cada indivíduo. 
Por isso, sustentou, são amados. Por outro lado, Umberto Eco viu valor no hipertexto, que pode educar para a liberdade e para a criatividade.
NARRATIVAS SEM FRONTEIRAS
Narrativas migram de um meio para o outro e adaptam-se às linguagens de cada um. 
Se houver a crença de que o futuro das boas histórias dependerá da exploração dos recursos dos novos meios, assistiremos a um descentramento cada vez maior das produções culturais e sua interseção com outros campos. 
Assim como o hipertexto, essa falta de centralidade é anterior ao computador. Instalações de artes plásticas que utilizam poesia multimídia não são novas. 
O mesmo ocorre quando textos de jornais são lidos em rádio, lembram os autores. Mas é inevitável sua aceleração na era digital, com a convergência das mídias. A especificidade de cada meio vem se diluindo.
ZKM, Centro de Arte e Mídia de Karlsruhe, Alemanha.
Imaginando os diversos campos da cultura, como a fotografia, o cinema e a música, como círculos que se interpenetram, Arlindo Machado (2007) constatou:
Chega um momento em que a ampliação dos círculos atinge tal magnitude que há interseção não apenas nas bordas, mas também nos seus núcleos duros. 
Ora, esse é justamente o ponto de ruptura: no momento em que o centro mais denso do círculo, identificador de sua especificidade, começa a se confundir com os outros, chegamos a um novo patamar da história dos meios: 
O momento da convergência dos meios, que se sobrepõe à antiga divergência.
A narrativa multimídia pode abrigar vários campos artísticos, entre eles as artes plásticas, o design, o vídeo e a música, os games e a programação. 
Flusser (2010) observou que a fronteira entre a categoria “arte” e a categoria “ciência e técnica” é eliminada pela produção multimídia: a Ciência evidencia-se como forma artística e a Arte, como fonte de conhecimento científico.
Mesmo um romance pode combinar meios anteriormente usados em outras narrativas. 
Um exemplo é Alice inanimada, de Kate Pullinger e Chris Joseph, que usa uma combinação de várias mídias para contar a história de uma menina que sai de uma região da China para se tornar designer de jogos. 
Como classificá-lo? Literatura, game, animação?
No jornalismo, um marco inaugural desse uso de diferentes mídias foi o especial Snow Fall, do New York Times, publicado em 2012.
 No ano seguinte, a reportagem, sobre uma avalanche ocorrida no estado de Washington com vítimas fatais, ganhou o Prêmio Pulitzer. 
Dividida em seis capítulos, a história foi contada utilizando recursos multimídia: infográficos animados, vídeos aéreos, animações, fotografias e hiperlinks.
Durante seis meses, uma equipe de reportagem e de especialistas em programação e design planejou o projeto. A iniciativa foi considerada um divisor de águas no jornalismo online e foi replicada no mundo todo. 
O Brasil também começou iniciativas do gênero, como o especial Belo Monte, sobre a usina hidrelétrica, na Folha de S. Paulo. 
Na edição impressa, mereceu duas páginas. Ou seja, nos meios analógicos, permanece a especificidade de cada um. Nos meios digitais, as fronteiras ficam cada vez mais esmaecidas.
É bom ressaltar que os sites jornalísticos estão presentes na internet desde a segunda metade dos anos 1990. 
Entretanto, nos primórdios, era comum que as páginas impressas fossem apenas transpostas para o meio online. 
As atualizações eram raras naquele momento. Tampouco recursos multimídia eram usados. Os sites lançavam mão apenas do hipertexto. 
Portanto, o Snow Fall foi considerado um marco por ter utilizado as diversas linguagens que a convergência tornou possível de forma fluente e interativa.
MULTIMÍDIA, CROSS-MEDIA E TRANSMÍDIA
No artigo Interfaces e linguagens para o documentário transmídia, Renó (2013) procura demonstrar a confusão que há entre os conceitos multimídia, cross-media e transmídia, embora muitas vezes eles sejam aplicados sem distinção.
 Ele lembra que cross-media é um termo que significa a transmissão de um mesmo conteúdo por plataformas diferentes, segundo demarcou Henry Jenkins (apud RENÓ, 2013). 
Ou seja, você pode assistir a um filme na televisão aberta, na tela do seu smartphone ou na sala de cinema. O conteúdo será exatamente o mesmo, embora as experiências sejam bem diferentes.
Para VicenteGosciola (apud RENÓ, 2013), os termos também devem ser usados de forma distinta. Ele nota que o cross-media é uma linguagem geralmente adotada pelo marketing e que teria ambições voltadas para o mercado. 
Já a narrativa transmídia, contaria uma história expandida e dividida em várias partes que são distribuídas entre diversas mídias, exatamente aquelas que melhor possam expressar a sua parte da história. 
Ou seja, os produtos transmídia seriam complementares.
Resumindo
Enquanto a estratégia cross-media distribui a mesma mensagem em multiplataforma, a narrativa transmídia oferta mensagens distintas, ainda que relacionadas e complementares, em ambiente multiplataforma.
Nos primórdios da internet, era comum veículos jornalísticos lançarem mão de uma estratégia cross-media, distribuindo o mesmo conteúdo para várias plataformas. 
Mas aos poucos as redações começaram a produzir conteúdos específicos para os meios.
Veja também a explicação do professor Anderson Lopes sobre multimídia, cross-media e transmídia.
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VERIFICANDO O APRENDIZADO
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1. O “núcleo duro” de cada meio vem se diluindo na era digital. Quanto maior for a interseção entre eles, notaremos o fenômeno da convergência, que se sobrepõe à antiga divergência da era analógica. Sobre a convergência, todas as afirmações abaixo estão corretas, exceto:
Reúne diferentes linguagens e meios.
Favoreceu a narrativa transmidiática.
Enfatiza a oposição entre as mídias analógicas e digitais.
Permite que os usuários participem e construam narrativas.
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2. A hipermídia estende o conceito de hipertexto para outras linguagens, como a sonora, a infográfica, a audiovisual e a dos games. No hipertexto, o usuário decide qual caminho de consumo vai percorrer. Marque o único exemplo abaixo que está em desacordo com essa afirmação:
Assim como no cinema, os usuários de um webdocumentário assistem ao filme obedecendo à sequência linear, do contrário não entenderiam o desfecho da história.
Em um infográfico interativo, o usuário pode filtrar as informações que deseja consumir a partir de alternativas apresentadas pelo produtor de conteúdo.
Em um podcast, assim como quando se ouve música online, o usuário retorna para ouvir alguns trechos que não compreendeu ou vai diretamente para o episódio ou a canção seguintes caso não esteja satisfeito com o que está ouvindo.
Em um game, o comando de ação do usuário vai determinar as etapas seguintes que enfrentará.
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CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na passagem da cultura impressa para a digital, estamos assistindo a um longo caminho de adaptações e mudanças que envolvem tanto o modo como produzimos quanto como consumimos informação, o que engloba transformações tecnológicas, mas também culturais. 
Se atribuirmos toda a revolução a que estamos assistindo no mundo contemporâneo à evolução das máquinas, reduziremos o protagonismo dos humanos nesse cenário.
A grande mudança de paradigma da cultura impressa para a digital reside na migração da escrita linear para o hipertexto. ,
Em vez de seguir uma ordem de leitura sequencial, inaugurada pelo alfabeto fonético, o usuário agora decide seu próprio caminho de consumo da informação. 
Na contemporaneidade, o conceito de hipertexto foi estendido para hipermídia.
Para analisar esse cenário, estudamos os conceitos de meios quentes e meios frios, hibridismo, mídia de massa e mídia de nicho, transmídia e cross-media. 
Assim, buscamos entender os efeitos das novas mídias sobre nós, mas também as possibilidades que trazem para os produtores de conteúdo do século XXI, que podem se valer das potencialidades de todas elas.
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REFERÊNCIAS
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EXPLORE+
· Pesquise na internet sobre a entrevista do filósofo e teórico da comunicação Herbert Marshall McLuhan ao programa Monday Conference, da ABC, Austrália, em junho de 1977. Nesse vídeo, o pensador canadense fala de alguns de seus principais conceitos e, com respostas espirituosas, comprova o caráter visionário de sua obra.
· Leia o artigo Imprensa sensacionalista: o entretenimento e a lógica da sensação, no qual seu autor, Leonel Aguiar, distingue imprensa sensacionalista de imprensa sensacional e defende a recepção pela “lógica da sensação”.
· Leia o texto Tradição oral e a preservação de culturas, de Fabiana Pinto, para saber mais sobre a preservação da história entre membros de culturas de tradição oral, cujo conhecimento se dá com base nos relatos dos antepassados transmitidos continuamente dos bisavós para os avós, dos avós para os filhos.
· Pesquise na internet sobre o vídeo de demonstração do Google Home para entender melhor sobre os dispositivos e seu acionamento.
· Leia a íntegra da entrevista de Chris Anderson, autor do livro A Cauda Longa, para a Revista Época (edição 433, 1º set. 2006), quando ele explica de forma clara sua teoria. Embora tenha trabalhado durante muitos anos como jornalista nas revistas The Economist e Wired, Anderson é formado em Física.
· O especial transmídia Snow Fall – The Avalanche, do New York Times, é considerado um divisor de águas no uso da transmídia no jornalismo. Em cada plataforma, o conteúdo foi expandido e não meramente reproduzido como acontece nos projetos cross-media. O sucesso foi tanto que Snow Fall também foi editado em e-book. Além dele, outros especiais com as mesmas características foram lançados pelo jornal desde então:
· A Game of Shark and Minnow;
· The 1619 Project.
CONTEUDISTA
Curadoria de Humanidades
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