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1 SIMULADO 01 CADERNO DE GABARITO E COMENTÁRIOS 2 DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 3 FOLHA DE RESPOSTA – SIMULADO 01/04 DELEGADO DE MINAS GERAIS 1 A B C D 21 A B C D 41 A B C D 61 A B C D 2 A B C D 22 A B C D 42 A B C D 62 A B C D 3 A B C D 23 A B C D 43 A B C D 63 A B C D 4 A B C D 24 A B C D 44 A B C D 64 A B C D 5 A B C D 25 A B C D 45 A B C D 65 A B C D 6 A B C D 26 A B C D 46 A B C D 66 A B C D 7 A B C D 27 A B C D 47 A B C D 67 A B C D 8 A B C D 28 A B C D 48 A B C D 68 A B C D 9 A B C D 29 A B C D 49 A B C D 69 A B C D 10 A B C D 30 A B C D 50 A B C D 70 A B C D 11 A B C D 31 A B C D 51 A B C D 12 A B C D 32 A B C D 52 A B C D 13 A B C D 33 A B C D 53 A B C D 14 A B C D 34 A B C D 54 A B C D 15 A B C D 35 A B C D 55 A B C D 16 A B C D 36 A B C D 56 A B C D 17 A B C D 37 A B C D 57 A B C D 18 A B C D 38 A B C D 58 A B C D 19 A B C D 39 A B C D 59 A B C D 20 A B C D 40 A B C D 60 A B C D PERCENTUAL DE ACERTO Direito Administrativo Direito Civil Direito Constitucional Direito Penal Direito Processual Penal Direitos Humanos Medicina Legal Noções de Criminologia Total:__________________ 4 DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 5 DIREITO ADMINISTRATIVO 01 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA Considerando o Regime Jurídico-Administrativo e suas peculiaridades, assinale a opção incorreta. a) O regime jurídico-administrativo gera apenas prerrogativas para a Administração Pública. b) O regime jurídico-administrativo é formado por princípios magnos, dos quais se originam os demais. São eles: supremacia do interesse público e indisponibilidade do interesse público. c) O princípio da supremacia do interesse público sobre o privado traz como efeito uma relação de verticalidade, uma preponderância dos interesses defendidos pela Administração, tidos como públicos ou gerais, sobre aqueles interesses defendidos por particulares. d) O gestor público não pode livremente transigir sobre os interesses da Administração Pública. COMENTÁRIO A – INCORRETA. A atuação da Administração Pública, em sua atividade administrativa, sofre a influência de um regime próprio, denominado regime jurídico-administrativo. O referido regime gera um conjunto de prerrogativas e de restrições, não identificadas comumente nas relações entre particulares, que podem potencializar ou mesmo restringir as atividades da Administração. B – CORRETA. Conforme Celso A. B. de Mello, o Regime jurídico-administrativo é formado por princípios magnos, em função dos quais se originam todos os demais princípios que conformam a atividade administrativa. Tais princípios magnos seriam: a supremacia do interesse público e indisponibilidade do interesse público. C – CORRETA. SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO Traz como efeito uma relação de verticalidade, uma preponderância dos interesses defendidos pela Administração, tidos como públicos ou gerais, daqueles interesses defendidos por particulares. Tal supremacia justifica certa posição de superioridade da Administração na prática de certos atos e negócios jurídicos, como se dá na intervenção estatal na propriedade, nas cláusulas extravagantes, atributos especiais dos atos administrativos, etc. INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO Traz como efeito a impossibilidade de livre transigência, por parte do Administrador, dos interesses públicos DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 6 tutelados. Isso porque os bens e interesses não pertencem ao gestor ou mesmo à Administração, cabendo aos agentes administrativos gerenciá-los e conservá- los em prol da coletividade. D – CORRETA. O princípio da indisponibilidade do interesse público impede essa livre transigência, por parte do Administrador. Fonte: Direito Administrativo. Vol.9. Fernando F. Baltar Neto e Ronny Charles L. Torres. GABARITO: A 02 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA Assinale a alternativa INCORRETA: a) O ajuizamento da ação judicial para conter eventuais abusos praticados pela administração pública caracteriza a aplicação do princípio da sindicabilidade. b) Órgão público é ente descentralizado da administração indireta que possui personalidade jurídica de direito público. c) Imóvel de propriedade da administração pública utilizado como centro administrativo pode ser alienado após a devida desafetação e mediante autorização legislativa. d) Considera-se deserta a licitação em que não há comparecimento de qualquer interessado naquele processo licitatório. COMENTÁRIO A- Correta. O termo “sindicabilidade” relaciona-se com “sindicável”, “sindicância”, “investigação”, “controle”. Segundo Diogo de Figueiredo Moreira Neto, o princípio da sindicabilidade consiste na “possibilidade jurídica de submeter-se efetivamente qualquer lesão de direito e, por extensão, as ameaças de lesão de direito a algum tipo de controle”. Portanto, o princípio em questão informa que toda ação estatal está sujeita à realização de controle. B- Incorreta. Órgão público é uma unidade integrante da estrutura de uma pessoa jurídica da Administração Pública. Ou seja, há órgãos tanto na Administração Direta quanto na Indireta. Resultam do processo de desconcentração administrativa. Não podem ser parte em contratos administrativos, mas podem celebrar contratos de gestão, conforme o art. 37, § 8º CRFB/88. C- Correta. A inalienabilidade não é absoluta. Os bens que sejam inalienáveis em decorrência de destinação legal e sejam suscetíveis de valoração patrimonial podem perder o caráter de DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 7 inalienabilidade, desde que percam a destinação pública, o que ocorre pela desafetação. Além disto, lei específica deve autorizar a alienação dos imóveis públicos (arts. 100, 101, CC e art. 17, Lei 8.666/93). D- Correta. Licitação Deserta é quando ninguém manifesta interesse em participar. Trata-se de hipótese de licitação dispensável, desde que a licitação não possa repetir-se sem prejuízo para a Administração Pública e desde que a contratação direta mantenha as mesmas condições da licitação deserta. GABARITO: B 03 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA Assinale a alternativa incorreta: a) A Administração indireta ou descentralizada é formada pelas entidades administrativas, ou seja, pelas autarquias e fundações públicas, apenas. b) Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. c) A empresa pública é entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. d) Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta. COMENTÁRIO Alternativa “a” incorreta. A Administração indireta ou descentralizada é formada pelas entidades administrativas, ou seja, pelas autarquias, fundações públicas, além das empresas públicas e sociedades de economia mista. Alternativa “b” Correta. Dicção do art. 37, XIX,CRFB/88): XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mistae de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; Alternativa “c” correta. Dicção do art. 3º, Lei 13.303/16. DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 8 Lei 13.303/16. Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. Alternativa “d”. Correta. Dicção do art. 4º, Lei 13.303/16. Lei 13.303/16. Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta. GABARITO: A 04 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA O servidor público de determinada autarquia municipal: a) Não poderá exercer mandato eletivo por incompatibilidade de funções. b) Caso investido no mandato de Prefeito, não precisará se afastar do cargo, emprego ou função. c) Caso investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo. d) Em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, inclusive para promoção por merecimento. COMENTÁRIO A, B, D: Incorretas. Dicção dos incisos I, II, IV, do art. 38, da CRFB/88. C: Correta. Dicção do inciso III, do art. 38, da CRFB/88. Art. 38 da CRFB/88. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estivesse. DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 9 GABARITO: C 05 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA Analise as assertivas e marque a alternativa correta: I. A liberação de veículo retido apenas por transporte irregular de passageiros não está condicionada ao pagamento de multas e despesas. II. A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais. III. Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público. IV. Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia. Estão CORRETAS apenas as afirmativas: a) I b) I e II c) II, III e IV d) Todas estão corretas. COMENTÁRIO Alternativa “I” correta pelo que dispõe o STJ em entendimento sumulado: Súmula 510-STJ: A liberação de veículo retido apenas por transporte irregular de passageiros não está condicionada ao pagamento de multas e despesas. Alternativa “II” correta porque está de acordo com a Súmula 525-STJ. Súmula 525-STJ: A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais. Alternativa “III” correta pelo que dispõe a Súmula vinculante 44. Súmula vinculante 44-STF: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público. Alternativa “IV” correta de acordo com a Súmula vinculante 37. Súmula vinculante 37-STF: Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia. GABARITO: D 06 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 10 Assinale a alternativa incorreta a respeito dos atos administrativos: a) Em virtude de sua presunção de legitimidade, até prova em contrário, presume-se que os atos administrativos foram emitidos em conformidade com a lei. b) A discricionariedade presente em um ato administrativo nunca é total, pois, em geral, ao menos a competência, a forma e a finalidade são elementos definidos em lei e, portanto, vinculados. c) Os atos administrativos negociais contêm uma declaração de vontade da Administração apta a deferir certa faculdade ao particular, nas condições impostas pelo Poder Público. d) Apesar de posição em sentido diverso, prevalece no direito administrativo brasileiro a teoria unitária quanto aos graus de invalidade do ato administrativo. COMENTÁRIO a) Correto. A presunção de legitimidade é atributo dos atos administrativos segundo o qual se pressupõe que, ao praticar um ato, o faz a Administração Pública em conformidade com a lei, e que os fatos declarados pela administração efetivamente ocorreram e ocorreram da forma por ela declarados. Esta presunção é relativa (juris tantum), admitindo prova em contrário. b) Correto. Os atos administrativos possuem cinco elementos ou requisitos de validade: competência, finalidade, forma, motivo e objeto (o famoso macete COFIFOMOB). Em regra, são vinculados os elementos finalidade, forma e competência, entretanto, a forma, quando não é essencial ou prevista em lei, pode ser qualquer uma que torne o ato eficaz, como, por exemplo, o chamamento ao processo de um administrado, que pode ser feito por meio de publicação ou de uma notificação direta. Quanto aos elementos motivo e objeto, têm seus contornos expressamente definidos nos atos vinculados e nos discricionários permitem uma certa liberdade para atuação do administrador. c) Correto. Atos negociais são os atos praticados pela Administração, nos quais há uma declaração de vontade do Poder Público coincidente com a pretensão do particular. Por exemplo, a licença é um ato negocial, vinculado e unilateral. No entanto, para que os particulares possam dirigir, por exemplo, devem cumprir as condições impostas pelo Estado (exames, prova escrita, prática). Depois de cumpridas essas etapas, o particular tem direito subjetivo à concessão da licença para dirigir. d) Errado. Pela teoria unitária, os atos administrativos ilegais são sempre nulos, sendo inaplicável a teoria da nulidade relativa ou anulabilidade ao Direito Administrativo. Já pela teoria dualista, os atos administrativos ilegais podem ser nulos ou anuláveis quando os vícios forem, respectivamente, insanáveis ou sanáveis. Segundo Rafael Oliveira (2020 p. 533), o princípio da legalidade não é o único parâmetro para verificação da juridicidade do ato administrativo. Em verdade, a juridicidade do ato pressupõe a sua adequação ao ordenamento jurídico em sua integralidade, o que justifica a superação de determinados vícios de legalidade (vícios sanáveis) para prevalência de outros valores constitucionais. DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 11 GABARITO: D 07 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA A respeito da Responsabilidade Civil do Estado, assinale a assertiva incorreta: a) A responsabilidade civil do Estado pelos danos causados porseus agentes a terceiros é hoje considerada objetiva passível de regresso. b) A responsabilidade civil do Estado pelos danos causados por seus agentes a terceiros é hoje considerada subjetiva passível de regresso. c) As pessoas jurídicas de direito público são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes e/ou representantes que nessa qualidade causarem danos a terceiros, procedendo de modo contrário ao direito ou faltando a dever prescrito por lei, ressalvado o direito regressivo contra o respectivo responsável, se agiu com dolo ou culpa. d) A teoria da responsabilidade objetiva do Estado estabelece que Ele responde pelos danos causados por seus agentes a terceiros, podendo as pessoas jurídicas de direito privado responder objetivamente por seus atos, caso sejam prestadoras de serviço público. COMENTÁRIO A) Correto. Exatamente. Dizer que a administração tem responsabilidade objetiva significa dizer que ela será obrigada a indenizar o administrado, e o administrado não terá que provar que a administração agiu com culpa ou com dolo. Quando se diz “passível de regresso” significa que, após assumir a responsabilidade pelo ato do agente, a administração pode procurar o causador do dano, e caso constate que ele agiu com dolo ou culpa, poderá ressarcir-se dos danos pagos ao administrado. B) Incorreto. Quando dizemos “responsabilidade subjetiva” é o mesmo que dizer responsabilidade do “sujeito”, da pessoa. Ora, há imputação de todos os atos praticados pelos seus agentes e nessa qualidade à administração, é a teoria da imputação volitiva, lembrem-se de que o Estado não pode agir por si só, pois não tem pernas e braços, para isso se faz necessário ser representado por agentes públicos. C) Correta. A responsabilidade objetiva é sobre atos ilícitos e também lícitos. Caso o agente aja com dolo ou culpa, a administração será penalizada, neste caso caberá o direito de regresso. Caso o agente aja dentro dos limites de sua atuação, a administração não poderá exercer o seu direito de regresso. D) Correta. Mesmo pessoas jurídicas privadas podem responder objetivamente por seus atos caso elas sejam prestadoras de serviço público. GABARITO: B 08 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 12 Quanto ao tema da improbidade administrativa, segundo a Lei de Improbidade Administrativa – Lei n. 8.429/92 e a jurisprudência dos tribunais superiores, assinale a alternativa incorreta: a) Quanto à disciplina da Lei de Improbidade Administrativa – Lei n. 8.429, considera-se agente público o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no art. 1o da Lei. b) Na ação civil pública por ato de improbidade administrativa, não é possível o prosseguimento da demanda para pleitear o ressarcimento do dano ao erário caso sejam declaradas prescritas as demais sanções previstas no art. 12 da Lei nº 8.429/92, restando necessário postular o ressarcimento ao erário em ação autônoma. c) Segundo a recente posição do Supremo Tribunal Federal e a Lei de improbidade administrativa, a ação de ressarcimento decorrente de ato de improbidade administrativa praticado com dolo é imprescritível, nos termos do art. 37, §5º, CRFB/88, mas, no caso de conduta culposa, o prazo prescricional é de oito anos. d) Quanto à disciplina da Lei de Improbidade Administrativa – Lei n. 8.429, a lei aplica-se, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade. COMENTÁRIO A) Correto. A questão é literal (art. 2º, Lei 8.429/92). O que este artigo nos conta é que qualquer pessoa que esteja agindo em nome do Estado poderá ser julgada pela lei de improbidade, pode ser um detentor de cargo em comissão, pode ser um detentor de função de confiança, até mesmo um perito que sirva o Estado pode ser condenado se agir de forma irresponsável. B) Incorreto. A 1ª seção do STJ decidiu que é possível o prosseguimento da demanda para pleitear o ressarcimento ao erário, ainda que sejam declaradas prescritas as demais sanções previstas no art. 12, da LIA. STJ. 1ª Seção. REsp 1.899.455-AC, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 22/09/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 1089) (Info 710). c) Correta. De fato, o STF definiu que são imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade Administrativa.STF. Plenário. RE 852475/SP, Rel. orig. Min. Alexandre de Moraes, Rel. para acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 08/08/2018 (Info 910). Sobre as condutas culposas, aplica-se o art. 23, LIA, mas devemos ter atenção porque este dispositivo foi alterado pela Lei 14.230/21, passando a prever o prazo prescricional de oito anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infracoes permanentes, do dia em que cessou a permanência. C) Correto. Verdade, é o que preceitua o artigo 6º da norma de improbidade. D) Correto. Dicção do art. 3º, da LIA, com redação conferida pela Lei 14.230/21. GABARITO: B DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 13 09 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA De acordo com Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino: “A retirada do Estado do papel de agente econômico (Estado-empresário) e da prestação direta de serviços públicos levou à necessidade de alargamento da sua função regulatória, isto é, ao fortalecimento do Estado no papel de agente regulador do setor privado. Assim, foram criadas as agências reguladoras, sob a forma de autarquias em regime especial, com adoção de um modelo cujo escopo, em tese, é assegurar que sua atuação seja eminentemente técnica, imune a ingerências políticas. O desiderato de ampliar a atuação do "terceiro setor" levou à criação de qualificações especiais atribuídas a pessoas jurídicas privadas, a exemplo da qualificação como "organização social" (OS) e da qualificação como "organização da sociedade civil de interesse público" (OSCIP), bem como à criação de instrumentos aptos a formalizar o fomento estatal a essas entidades privadas, tais quais os contratos de gestão celebrados com as OS e os termos de parceria firmados com as OSCIP. No que diz respeito à reforma administrativa e ao terceiro setor, assinale a alternativa INCORRETA: a) Como recebem e utilizam recursos públicos para a consecução de suas finalidades, os serviços sociais autônomos estão sujeitos a controle pelo Tribunal de Contas da União (TCU), embora a eles não se aplique o inciso XXI do art. 37 da Constituição da República, significa dizer, as contratações que realizarem não se submetem à observância das normas de licitação. b) De acordo com o STF, deve ser feita uma interpretação conforme a Constituição do inciso XXIV do art. 24 da Lei 8.666/1993, que torna dispensável a licitação para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão, de forma que o procedimento de dispensa seja conduzido de forma pública, objetiva e impessoal. c) De acordo com o STF, por se tratarem de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, que apenas recebem a qualificação de organizações sociais, a contratação de pessoal nessas entidades não se submete a procedimento público de seleção. d) Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos. COMENTÁRIO A – Correta. Segundo Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (DireitoAdministrativo Descomplicado – 2017), “Os serviços sociais autônomos têm por objeto uma atividade social, não lucrativa, usualmente direcionada ao aprendizado profissionalizante, à prestação de serviços assistenciais ou de utilidade pública, tendo como beneficiários determinados grupos sociais ou profissionais. São mantidos por recursos oriundos de contribuições sociais de natureza tributária, recolhidas compulsoriamente pelos contribuintes definidos em lei, bem corno mediante dotações orçamentárias do poder público. Como recebem e utilizam recursos públicos para a consecução de suas finalidades, os serviços sociais autônomos estão sujeitos a controle pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Apesar de estarem jungidos ao controle do TCU, não se aplica a eles o inciso XXI do art. 37 da Constituição Federal, significa dizer, as contratações que os serviços sociais autônomos realizam não se submetem à DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 14 observância das normas de licitação que obrigam a administração pública formal (exatamente porque eles não fazem parte dela). Sem prejuízo dessa orientação, cabe registrar que os serviços sociais autônomos costumam adotar regulamentos próprios com regras e diretrizes a serem seguidas nas suas contratações com terceiros, a fim de assegurar que sejam efetuadas com razoável grau de objetividade e de impessoalidade. Também pelo fato de serem entidades privadas, não integrantes do aparelho administrativo estatal, os serviços sociais autônomos não estão obrigados a contratar por meio de concurso público de provas ou de provas e títulos o seu pessoal (empregados privados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho). Dito de outro modo, aos serviços sociais autônomos não se aplica o inciso II do art. 37 da Carta de 1988, muito embora eles devam "manter um padrão de objetividade e eficiência na contratação e nos gastos com seu pessoal", conforme já deixou assente o Supremo Tribunal Federal”. B correta/ C incorreta– Segundo Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (Direito Administrativo Descomplicado – 2017), “Para finalizarmos o estudo das organizações sociais, é de interesse registrar que a Lei 9.637/1998 foi integralmente impugnada em ação direta de inconstitucionalidade, sob a alegação de que quase todos os seus dispositivos violariam irremediavelmente inúmeros dispositivos da Carta Política vigente. Na mesma ação, foi pleiteada, também, a declaração da inconstitucionalidade do inciso XXIV do art. 24 da Lei 8.666/1993, que torna dispensável a licitação "para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão". A demanda em foco originou a ADI 1.923/DF, que foi definitivamente decidida em abril de 2015, ocasião na qual o Supremo Tribunal Federal deixou assente que a Lei 9.637/1998 e o inciso XXIV do art. 24 da Lei 8.666/1993 são válidos. A ação, contudo, foi julgada parcialmente procedente para o fim de conferir às normas questionadas interpretação conforme a Constituição. Assim, nos termos da decisão de nossa Corte Suprema, a Lei 9.63711998 e o inciso XXIV do art. 24 da Lei 8.666/1993 devem ser interpretados de sorte que: a) o procedimento de qualificação de uma entidade como organização social seja conduzido de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da Constituição Federal, e de acordo com parâmetros fixados em abstrato segundo o que prega o art. 20 da Lei 9.637/1998; b) a celebração do contrato de gestão seja conduzida de forma pública, objetiva e Impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da Constituição Federal; c) as hipóteses de dispensa de licitação para contratações (Lei 8.666/1993, art. 24, XXIV) e outorga de permissão de uso de bem público (Lei 9.637/1998, art. 12, § 3º) sejam conduzidas de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da Constituição Federal; d) os contratos com terceiros a serem celebrados pela organização social, com recursos públicos, sejam conduzidos de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da Constituição Federal, e nos termos do regulamento próprio a ser editado por cada entidade; e) a seleção de pessoal pelas organizações sociais seja conduzida de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da CF, e nos termos do regulamento próprio a ser editado por cada entidade; e DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 15 f) seja afastada qualquer interpretação que restrinja o controle, pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas da União, da aplicação de verbas públicas”. D – Correta. Lei n. 9.790/99 - Art. 1º Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos por esta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014) GABARITO: C 10 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA Na regulação do processo administrativo, e no que diz respeito ao disposto nos artigos da Lei nº 9.784, assinale a alternativa correta: a) São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezesseis anos. b) A competência é renunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria. c) Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. d) O ato de delegação e sua revogação poderão, excepcionalmente, ser publicados por meio extraoficial. COMENTÁRIO a) ERRADA- Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio. b) ERRADA- Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. c) CORRETA-Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. d) ERRADA- Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial. GABARITO: C DIREITO CIVIL 11 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13019.htm#art85 DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 16 Nos termos da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro - LINDB, é correto afirmar que: a) Nos Estados estrangeiros a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia 90 dias depois de oficialmente publicada. b) Se antes de entrar a lei em vigor ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo para a vigência começará a correr da primeira publicação. c) A lei posterior revoga a anterior apenas quando expressamente o declare. d) A lei nova que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes não revoga nem modifica a lei anterior. COMENTÁRIO A – ERRADA. Art. 1o, § 1o da LINDB. Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. B – ERRADA.Art. 1º, § 3o da LINDB. Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. C – ERRADA. Art. 2º, § 1o da LINDB. A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. D – CORRETA. Art. 2º, § 2o da LINDB. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. GABARITO: D 12 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA Sobre os direitos da personalidade, indique a alternativa INCORRETA: a) Os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, mas podem sofrer limitação nos casos previstos em lei. b) A disposição gratuita do próprio corpo é válida após a morte caso haja objetivo científico ou altruístico. c) O pseudônimo adotado para atividades lícitas não goza da mesma proteção que se dá ao nome, em razão dos direitos subjetivos inerentes à personalidade. d) É admissível a exclusão de prenome da criança na hipótese de o pai ter informado nome diferente daquele escolhido consensualmente. COMENTÁRIO A- CORRETA. CC, Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 17 B- CORRETA. CC,Art. 14, caput. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. C- INCORRETA. Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. D- CORRETA. STJ: É admissível a exclusão de prenome da criança na hipótese em que o pai informou, perante o cartório de registro civil, nome diferente daquele que havia sido consensualmente escolhido pelos genitores. STJ. 3ª Turma. REsp 1.905.614-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 04/05/2021 (Info 695). GABARITO: C 13 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA Acerca das pessoas naturais e das pessoas jurídicas, é correto: a) São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos e aqueles que por causa permanente não puderem exprimir sua vontade. b) Decai em quatro anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. c) O nome da pessoa somente pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público quando houver justa causa. d) São pessoas jurídicas de direito privado as organizações religiosas e os partidos políticos. COMENTÁRIO A – ERRADA. A partir da Lei Brasileira de Inclusão, apenas será considerado absolutamente incapaz o menor de 16 anos, nos termos do art. 3º, do CC. Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade são considerados relativamente incapazes, na forma do art. 4º, III, do CC. B – ERRADA. Art. 45, parágrafo único: Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. C – ERRADA. Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. D – CORRETA. Nos termos do art. 44, IV e V, são pessoas jurídicas de direito privado as organizações religiosas e os partidos políticos. DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 18 GABARITO: D 14 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA Sobre a disciplina dos bens, assinale a alternativa correta: a) Para serem objeto de negócio jurídico, os frutos devem estar já separados do bem principal. b) Consideram-se bens imóveis para os efeitos legais o direito à sucessão aberta. c) As benfeitorias úteis são aquelas indispensáveis à conservação do bem ou para evitar sua deterioração, acarretando ao mero possuidor que as realize o direito à indenização e retenção do bem principal. d) Bens infungíveis são aqueles cujo uso importa sua destruição. COMENTÁRIO Assertiva “A” – Incorreta. Art. 97, do CC: Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico. Assertiva “B” – Correta. Art. 80, do CC: Consideram-se imóveis para os efeitos legais: II - o direito à sucessão aberta. Assertiva “C” – Incorreta. A assertiva deveria se referir às benfeitorias necessárias. As benfeitorias úteis são aquelas que aumentam ou facilitam o uso do bem. Tanto as benfeitorias necessárias quanto as úteis geram o direito à indenização e de retenção, na forma do art. 1219, do CC. Assertiva “D” – Incorreta. Art. 86 do CC: São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. GABARITO: B 15 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA Marque a alternativa que melhor corresponde às características da boa-fé objetiva: a) A primeira cláusula geral da boa-fé objetiva no direito brasileiro estava prevista no Código Comercial de 1850. b) A boa-fé objetiva no Código Civil vigente tem função na interpretação dos negócios jurídicos, limite ao exercício de posições jurídicas subjetivas e fonte de deveres anexos nas relações contratuais. c) A boa-fé subjetiva tem grande utilidade na definição da justiça ou injustiça da posse. d) A boa-fé subjetiva incide na relação contratual para garantir que as partes atuem com lealdade, gerando deveres anexos ou laterais. COMENTÁRIO Assertiva “A” – Incorreta. A positivação da boa-fé objetiva ocorreu no Código de Defesa do Consumidor. DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 19 Assertiva “B” – Correta. A boa-fé objetiva conta com uma tríplice função no ordenamento jurídico: interpretação dos negócios jurídicos, limitação ao exercício de direitos e integração dos negócios jurídicos. Assertiva “C” – Incorreta. Posse justa e posse de boa-fé são conceitos diferentes. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária (art. 1200, do CC). Diferentemente, é de boa-fé a posse se o possuidor ignora o vício ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa (art. 1201, do CC). Atenção que, na posse de boa-fé, estamos diante da boa-fé subjetiva, não objetiva. A boa-fé subjetiva representa o desconhecimento do vício ou da ilicitude, sendo certo que o elemento subjetivo caracteriza a posse como sendo de boa-fé. A boa-fé objetiva, por sua vez, impõe a observância de um padrão ético socialmente exigível, associando-se à ideia de correção, eticidade e lealdade. Assertiva “D” – Incorreta. Como vimos, a boa-fé que impõe a observância de padrões éticos e leais é a objetiva. GABARITO: B 16 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA De acordo com o Código Civil Brasileiro, assinale a alternativa correta sobre a Prescrição. A pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial, prescreve em: a) 3 anos. b) 1 ano. c) 4 anos. d) 5 anos. COMENTÁRIO A- CORRETA. CC. Art. 206. Prescreve: § 3º Em três anos: VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial; B- INCORRETA. CC. Art. 206, § 3º, VIII. C- INCORRETA. CC. Art. 206, § 3º, VIII. D- INCORRETA. CC. Art. 206, § 3º, VIII. GABARITO: A DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 20 17 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA Sobre o direito das obrigações, é correto afirmarque: a) Mesmo que se resolva em perdas e danos, a qualidade da obrigação permanece indivisível. b) Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar. c) Convertendo-se a prestação em perdas e danos, perde, para todos os efeitos, a solidariedade. d) A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; por notificado se tem o devedor que, exclusivamente por instrumento público, se declarou ciente da cessão feita. COMENTÁRIO A – Incorreta. CC. Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. B – Correta. CC. Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar. C – Incorreta. CC. Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade. D – CC. Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita. GABARITO: B 18 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA Em relação aos contratos, assinale a alternativa incorreta: a) Os princípios da intervenção mínima e da excepcionalidade da revisão contratual prevalecerão nas relações contratuais privadas. b) As partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para interpretação de cláusulas negociais e de pressupostos de revisão ou resolução. c) A alocação de riscos definida pelas partes nos contratos deverá ser respeitada e observada. d) Os contratos civis, empresariais e consumeristas presumem-se paritários e simétricos até a presença de elementos concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção. COMENTÁRIO A – Correta. Art. 421, parágrafo único, do CC. DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 21 CC, 2002. Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019) Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da intervenção mínima e a excepcionalidade da revisão contratual. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) - – Alternativa A correta. B – Correta. Art. 421-A, I: As partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação das cláusulas negociais e de seus pressupostos de revisão ou de resolução; (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) C- Correta. Art. 421-A, II: A alocação de riscos definida pelas partes deve ser respeitada e observada; e (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) D – Incorreta. Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e simétricos até a presença de elementos concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção, ressalvados os regimes jurídicos previstos em leis especiais. Isto é, os contratos consumeristas não se presumem paritários, em razão da prevalência, neste aspecto, do Código de Defesa do Consumidor, que reconhece a vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo (art. 4º, I, CDC). GABARITO: D 19 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA A usucapião é uma das formas de aquisição da propriedade de imóvel. Sobre a usucapião, é INCORRETO afirmar que: a) Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire- lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. b) Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a 250m2, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. c) Aquele que possuir, como sua, área urbana de até 250m2, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. d) Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex- companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. COMENTÁRIO DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 22 A usucapião constitui uma situação de aquisição do domínio, ou mesmo de outro direito real, pela posse prolongada. A – CORRETA. USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA.Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. (USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA POR POSSE-TRABALHO) B – ERRADA. Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL OU ESPECIAL RURAL – ART. 191 DA CRFB/88 C – CORRETA. USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL OU ESPECIAL URBANA. ART. 183 DA CRFB/88. Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 1 º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2 º O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. D - CORRETA. USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL OU ESPECIAL URBANA POR ABANDONO DE LAR. Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) § 1 º O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. GABARITO: B 20 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA Andrea e Carlos, casados há um ano pelo regime da comunhão parcial, decidem alterar consensualmente o regime de casamento para separação de bens em razão de futuras atividades de Carlos como empresário. Eles não possuem credores ou filhos, mas possuem patrimônio comum, inclusive com valores doados pelos pais de Carlos para a compra do apartamento do casal. Diante dessa situação, assinale a resposta incorreta: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12424.htm#art9 DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 23 a) Pelo regime da comunhão parcial de bens, não integra a meação o valor recebido por doação na constância do casamento e utilizado para a quitação de imóvel adquirido sem a contribuição do cônjuge não donatário. b) O princípio da imutabilidade absoluta de regime de bens era previsto no Código Civil de 1916, masnão foi resguardado pelo Código Civil de 2002. c) Independentemente de autorização judicial, o Código Civil de 2002 previu que é admissível a livre alteração do regime de bens, ressalvados os direitos de terceiros. d) Em relação ao regime patrimonial estabelecido no Código Civil de 2002, o pedido para a alteração de bens deve ser formulado por ambos os cônjuges, caracterizando jurisdição voluntária. COMENTÁRIO No regime de comunhão parcial de bens, não integra a meação o valor recebido por doação na constância do casamento — ainda que inexistente cláusula de incomunicabilidade — e utilizado para a quitação de imóvel adquirido sem a contribuição do cônjuge não donatário. De início, cumpre observar que, na relação conjugal em que há opção pelo regime de comunhão parcial, os cônjuges reconhecem que o fruto do esforço comum deve ser compartilhado pelo casal, não o patrimônio anterior, nem tampouco aquele que não advenha – direta ou indiretamente – do labor do casal. Ademais, sob o citado regime, a doação realizada a um dos cônjuges somente será comunicável quando o doador expressamente se manifestar nesse sentido e, no silêncio, presume-se feita apenas à donatária. Por fim, não há que aplicar norma atinente ao regime de comunhão universal, qual seja, a necessidade de cláusula de incomunicabilidade para excluir bens doados, quando há expressa regulação da matéria em relação ao regime da comunhão parcial de bens (arts. 1.659, I, 1.660, III, e 1.661 do CC). STJ. 3ª Turma. REsp 1.318.599-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 23/04/2013 (Info 523) – Alternativa A correta. CC 2002, Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver. § 1 o O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento. § 2 o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. – Alternativas B e D corretas e Alternativa C Incorreta. GABARITO: C DIREITO CONSTITUCIONAL 21 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA Acerca dos sentidos e das concepções de constituição, bem como da posição clássica e majoritária da doutrina constitucionalista, assinale a alternativa correta. DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 24 a) Para a proposta de constituição – moldura, que Canotilho prefere chamar de constituição -quadro, a constituição é uma lei como qualquer outra, de modo que os dispositivos constitucionais, especialmente os direitos fundamentais, têm função meramente indicativa, pois apenas indicam um caminho possível ao legislador, que deve atuar dentro desta moldura prevista. Quanto ao modo de elaboração, as constituições populares são caracterizadas por ser uma afirmação vitoriosa ao princípio democrático. b) A constituição-garantia se caracteriza por prever metas, objetivos e programas de governo. c) Quanto à plasticidade, a constituição pode ser ortodoxa ou eclética. d) Pela classificação de Karl Loewenstein, a constituição normativa é aquela capaz de efetivamente dominar o processo político, ou seja, o processo de poder se adapta e se submete às suas normas. COMENTÁRIO a) Incorreta. A constituição-moldura é uma proposta intermediária, evitando a politização excessiva da constituição-lei (cuja definição está estampada na assertiva), já que a sua concretização fica destinada ao legislador, ou a judicialização excessiva, decorrente do sentido de constituição-total, já que ao legislador não sobraria qualquer espaço de atuação, sobrecarregando o Judiciário para verificar se houve ou não abuso. Nesse sentido, a metáfora da moldura é utilizada para designar uma constituição que apenas sirva de limites para a atividade legislativa, cabendo à jurisdição constitucional a tarefa de controlar se o legislador age dentro da moldura. b) Incorreta. A constituição-garantia busca garantir a liberdade, limitando o poder, sendo caracterizada como um simples instrumento de governo responsável pela definição de competências e regulação de processos (Canotilho, 1994). A constituição programática, por sua vez se caracteriza por conter definidoras de tarefas, programas de ação a serem concretizadas pelos poderes públicos. Na assertiva, há definição da constituição dirigente. c) Incorreta. A plasticidade da constituição está relacionada à sua estabilidade, portanto é aferida com base na complexidade dos processos de sua alteração em comparação ao processo legislativo ordinário. Ela pode ser: imutável, fixa, rígida, semirrígida ou flexível. A classificação presente na alternativa se refere ao conteúdo ideológico (quanto à dogmática), sendo certo que a constituição ortodoxa é aquela formada por uma só ideologia, enquanto a eclética é aquela formada por ideologias conciliatórias, como a CRFB/88. d) Correta. Karl Loewenstein distinguiu as constituições normativas, nominalistas e semânticas. As normativas são aquelas em que o processo de poder está de tal forma disciplinado que as relações políticas e o as agentes do poder subordinam-se às determinações do seu conteúdo e do seu controle procedimental. Já as nominalistas contêm disposições de limitação e controle de dominação política, sem ressonância na sistemática de processo real de poder, com insuficiente concretização constitucional. As semânticas são simples reflexos da realidade política, servindo como mero instrumento dos donos do poder e das elites políticas, sem limitação do seu conteúdo. DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 25 GABARITO: D 22 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA Acerca de Constituição, Poder Constituinte e Princípios fundamentais, assinale a alternativa correta. a) Embora se reconheça que o Brasil é um Estado democrático de direito, tal afirmação é uma construção doutrinária que não tem previsão constitucional expressa. b) A forma federativa de Estado, cláusula pétrea implícita, caracterizada pela tripartição dos poderes da União. c) A forma de Estado vigente é o Estado democrático de direito. d) A República Federativa do Brasil é composta pela união entre os estados federados, municípios e o Distrito Federal, não podendo ser nem mesmo objeto de deliberação uma proposta de emenda constitucional tendente a abolir a forma federativa. COMENTÁRIO a) Incorreta. O Estado Democrático de Direito extrai-se do art. 1º, CRFB/88. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: b) Incorreta. A forma federativa de Estado é cláusula pétrea explícita, nos termos do art. 60 § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. c) Incorreta. A forma de Estado é o federalismo. Forma de Estado é a maneira pela qual o Estado organiza o povo e o território e estrutura o seu poder relativamente a outros poderes de igual natureza. A forma do Estado Brasileiro é o federalismo. Regime político: Democracia. Forma de Governo: República. Forma de Estado: Federalismo d) Correta. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: Art. 60 § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 26 II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantiasindividuais. GABARITO: D 23 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA As normas definidoras dos direitos e das garantias fundamentais: a) são programáticas. b) têm aplicação imediata. c) estabelecem hierarquia entre os direitos previstos. d) vedam a ampliação de seu conteúdo por tratados internacionais. COMENTÁRIO ART. 5, CRFB/88, § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. GABARITO: B 24 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA Sobre a organização do Estado e os mecanismos de freios e contrapesos, julgue os itens abaixo: I. Montesquieu foi o primeiro pensador a identificar a existência de três funções estatais. II. As primeiras bases teóricas para a “tripartição dos poderes” foram lançadas na antiguidade grega por Aristóteles, em sua obra Política, em que o pensador vislumbra a existência de três funções distintas exercidas pelo soberano. III. A teoria da tripartição dos poderes não se contrapõe ao absolutismo. IV. O sistema de freios e contrapesos não pode ser visto como meio para evitar o abuso do poder político. Assinale a alternativa correta: a) Somente I e III estão corretos. b) Somente II e IV estão corretos. c) Somente II está correto. d) Somente IV está correto. COMENTÁRIO I. ERRADO. DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 27 As primeiras bases teóricas para a “tripartição dos poderes” foram lançadas na antiguidade grega por Aristóteles, em sua obra Política, em que o pensador vislumbra a existência de três funções distintas exercidas pelo soberano, quais sejam, a função de editar normas gerais a serem observadas por todos, a de aplicar as referidas normas ao caso concreto (administração) e a função de julgamento, dirimindo os conflitos oriundos da execução das normas gerais nos casos concretos. Entretanto, Aristóteles descrevia a concentração do exercício de tais funções na figura de uma única pessoa, o soberano. Dessa forma, Aristóteles contribuiu no sentido de identificar o exercício de três funções estatais distintas, apesar de exercidas por um único órgão. II. CORRETO. A teoria de Aristóteles foi “aprimorada” por Montesquieu, em seu O espírito das leis. III. ERRADO. O grande avanço de Montesquieu não foi identificar o exercício de três funções estatais. Partindo do pensamento aristotélico, o pensador Francês inovou dizendo que tais funções estariam intimamente conectadas a três órgãos distintos, autônomos e independentes entre si. Essa teoria surge em contraposição ao absolutismo. IV. ERRADO. O objetivo fundamental da separação dos poderes é preservar a liberdade individual, combatendo a concentração de poder, isto é, a tendência absolutista de exercício do poder político pela mesma pessoa ou grupo de pessoas. A distribuição do poder entre órgãos estatais dotados de independência é tida pelos partidários do liberalismo como garantia do equilíbrio político, evitando o abuso de poder. Fonte: Direito Constitucional Esquematizado. Pedro Lenza. 2017. GABARITO: C 25 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA Sobre o regime constitucional de repartição de competências, marque a alternativa correta: a) Segundo o STF, é constitucional lei estadual que estabelece regras para a cobrança em estacionamento de veículos. b) O Brasil adota um federalismo dual. c) Usurpa a competência da União para legislar sobre normas gerais de educação a lei editada por Estado- membro que disponha sobre número máximo de alunos em sala de aula na educação infantil, fundamental e média. d) O federalismo cooperativo é caracterizado por uma divisão não rígida de competências entre a entidade central e os demais entes federados, havendo uma maior proximidade entre os entes federativos. COMENTÁRIO DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 28 A - ERRADO. É inconstitucional lei estadual que estabelece regras para a cobrança em estacionamento de veículos. • (STF, Info 835/2016. ADI 4862/PR. 2016.) B - ERRADO. No que tange à repartição de competências, o federalismo dual caracteriza-se por uma rígida separação das competências entre a entidade central e os demais entes federados, a exemplo do que ocorre nos EUA. Os entes federados possuem competências próprias, exercidas rigidamente por cada um dos entes, independentemente daquelas conferidas aos demais, ou seja, sem qualquer comunicação. Por outro lado, o federalismo cooperativo é caracterizado por uma divisão não rígida de competências entre a entidade central e os demais entes federados, de modo que todos exercem as competências de maneira conjunta, como é caso da federação brasileira, que adota as competências comuns (art. 23, CF/88) e concorrentes (art. 24, CF/88). C - ERRADO. Lei editada por Estado-membro, que disponha sobre número máximo de alunos em sala de aula na educação infantil, fundamental e média, não usurpa a competência da União para legislar sobre normas gerais de educação (CF, art. 24, IX, e § 3°). • (STF, Info 775/2015. ADI 4060.) D - CERTO. Comentários da Letra B GABARITO: D 26 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA Em relação à jurisprudência do STF sobre o processo legislativo, analise os itens a seguir e marque a alternativa correta: a) É possível o controle judicial dos pressupostos de relevância e urgência para a edição de medidas provisórias, no entanto, este exame é de domínio estrito, somente havendo a invalidação quando demonstrada a inexistência cabal desses requisitos. b) É constitucional norma de iniciativa parlamentar que prevê a criação de órgão público e organização administrativa. c) É inconstitucional lei de iniciativa parlamentar que cria conselho de representantes da sociedade civil, mesmo que integrante da estrutura do Poder Legislativo, com atribuição de acompanhar ações do Executivo. d) Em qualquer caso, é possível a edição de medidas provisórias tratando sobre matéria ambiental. COMENTÁRIO a) Correta. Inexistindo comprovação da ausência de urgência, não há espaço para atuação do Poder Judiciário no controle dos requisitos de edição de medida provisória pelo chefe do Poder Executivo. STF. Plenário. ADI 5599/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 23/10/2020 (Info 996). DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 29 b) Incorreta. É inconstitucional, na acepção formal, norma de iniciativa parlamentar que prevê a criação de órgão público e organização administrativa, levando em conta iniciativa privativa do Chefe do Executivo – arts. 25 e 61, § 1º, II, alíneas “b” e “e”, da CF/88. STF. Plenário. ADI 4726/AP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 10/11/2020 (Info 998). c) Incorreta. Surge constitucional lei de iniciativa parlamentar a criar conselho de representantes da sociedade civil, integrante da estrutura do Poder Legislativo, com atribuição de acompanhar ações do Executivo. STF. Plenário. RE 626946/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 9/10/2020 (Repercussão Geral – Tema 1040) (Info 994). d) Incorreta. É possível a edição de medidas provisórias tratando sobre matéria ambiental, mas sempre veiculando normas favoráveis ao meio ambiente. Normas que importem diminuição da proteção ao meio ambiente equilibrado só podem ser editadas por meio de lei formal, com amplo debate parlamentar e participação da sociedade civil e dos órgãos e instituições de proteção ambiental, como forma de assegurar o direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Dessa forma, é inconstitucional a edição de MP que importe em diminuição da proteção ao meio ambiente equilibrado, especialmente em se tratando de diminuição ou supressão de unidades de conservação, com consequências potencialmente danosas e graves ao ecossistema protegido. A proteção ao meio ambiente é um limite material implícito à edição de medida provisória, ainda que não consteexpressamente do elenco das limitações previstas no art. 62, § 1º, da CF/88. STF. Plenário. ADI 4717/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 5/4/2018 (Info 896). GABARITO: A 27 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA Segundo a Constituição da República, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ): a) Não é considerado um órgão integrante do Poder Judiciário. b) É órgão composto de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitidas 2 (duas) reconduções. c) Pode rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano. d) O Corregedor do STJ exercerá a função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal. DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 30 COMENTÁRIO a) Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: I-A o Conselho Nacional de Justiça; b) Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução. c) Art. 103-B. § 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: V rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano; d) Art. 103-B § 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro- Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes: GABARITO: C 28 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA Sobre a Advocacia Pública e o Ministério Público, com base na Constituição da República, julgue os itens: 1. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas. 2. Aos procuradores dos Estados é assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias. 3. São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. 4. O Ministério Público não possui a prerrogativa de elaborar sua proposta orçamentária, a qual deve ser feita pelo Poder Executivo, dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. Estão corretas: a) 1, 2, 3, 4 b) 1, 2, 3 c) 2, 3, 4 d) 1, 2 DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 31 COMENTÁRIO CRFB/88 1 e 2 – CORRETAS. Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias. 3 – CORRETA. 4 – ERRADA. Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. § 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. § 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. § 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) GABARITO: B 29 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 32 A respeito da participação do amicus curiae no processo judicial de controle de constitucionalidade, é correto afirmar que: a) É vedada sua participação na ação direta de inconstitucionalidade, por expressa disposição legal, que não admite intervenção de terceiros nesta ação. b) Sua participação limita-se à manifestação por escrito, sendo vedada a sustentação oral perante o Supremo Tribunal Federal. c) Na petição em que postular seu ingresso no processo, o amicus curiae deve, obrigatoriamente, optar pelo polo em que deseja figurar, no ativo ou no passivo. d) Segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal, a pessoa física não tem representatividade adequada para intervir na qualidade de amigo da Corte em ação direta. COMENTÁRIO a) Incorreta. Art. 7º da Lei 9.868/99 e §2º do mesmo dispositivo estabelece que “O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades" b) Incorreta. O STF admite uma participação ampla do amicus curiae, garantindo, inclusive, o direito à sustentação oral. Nesse sentido: “É por tais razões que entendo que a atuação processual do “amicus curiae” não deve limitar-se à mera apresentação de memoriais ou à prestação eventual de informações que lhe venham a ser solicitadas ou, ainda, à produção de sustentações orais perante esta Suprema Corte" (ADPF 187; Rel. MIN. CELSO DE MELLO). c) Incorreta. O instituto do amicus curiae permite a participação ativa da sociedade, por meio dos representantes de seus órgãos representativos, sem que integrem os polos ativo e passivo das demandas. d) Correta. O art. 138, CPC admite a intervenção de pessoa física como amicus curiae. No entanto, o STF entende que, no caso de ação direta de inconstitucionalidade, não se admite o ingresso de pessoa natural como amicus. Nesses termos, a pessoa física não tem representatividade adequada para intervir na qualidade de amigo da Corte em ação direta. STF. Plenário. ADI 3396 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 6/8/2020 (Info 985). GABARITO: D 30 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA De acordo com a jurisprudênciado Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa correta: DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 33 a) Entidade de classe, ainda que represente apenas parte da categoria profissional, pode ajuizar ação de controle concentrado de constitucionalidade. b) Lei estadual que responsabiliza Estado-membro por danos causados a pessoas presas na ditadura é inconstitucional c) É inconstitucional lei estadual que proíbe instituições financeiras de fazer telemarketing oferta comercial, proposta, publicidade ou qualquer tipo de atividade tendente a convencer aposentados e pensionistas a celebrarem contratos de empréstimo. d) É formalmente inconstitucional norma estadual que vede ao consumidor, pessoa física, o abastecimento de veículos em local diverso do posto de combustível. COMENTÁRIO a) Incorreta. A entidade que não representa a totalidade de sua categoria profissional não possui legitimidade ativa para ajuizamento de ações de controle concentrado de constitucionalidade. Por esse motivo, a Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital - FENAFISCO não tem legitimidade para a propositura de ADI na medida em que constitui entidade representativa de apenas parte de categoria profissional, já que não abrange os auditores fiscais federais e municipais. STF. Plenário. ADI 6465 AgR/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 19/10/2020 (Info 995). b) Incorreta. É constitucional a Lei nº 5.751/98, do estado do Espírito Santo, de iniciativa parlamentar, que versa sobre a responsabilidade do ente público por danos físicos e psicológicos causados a pessoas detidas por motivos políticos. STF. Plenário. ADI 3738/ES, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 3/11/2020 (Info 997). c)Incorreta. É constitucional a proibição — por lei estadual — de que instituições financeiras, correspondentes bancários e sociedades de arrendamento mercantil façam telemarketing, oferta comercial, proposta, publicidade ou qualquer tipo de atividade tendente a convencer aposentados e pensionistas a celebrarem contratos de empréstimo. STF. Plenário. ADI 6727/PR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 11/5/2021 (Info 1016). d) Correta. É inconstitucional norma estadual que vede ao consumidor, pessoa física, o abastecimento de veículos em local diverso do posto de combustível. ADI 6580, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 12/05/2021, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-098 DIVULG 21-05- 2021 PUBLIC 24-05-2021 GABARITO: D DIREITO PENAL 31 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 34 Assinale a alternativa INCORRETA: a) O conceito Material de Direito Penal consiste no conjunto de normas que qualifica determinados comportamentos humanos como infrações penais, define os agentes que as cometem e estabelece as sanções cabíveis. b) O Funcionalismo Moderado (ou Teleológico) é a doutrina moderna que enxerga a função do Direito Penal como aquela que serve para a proteção dos bens jurídicos indispensáveis à convivência harmônica dos seres humanos. c) Constituem características do denominado Direito Penal do Inimigo a antecipação da culpabilidade, a proliferação de crimes de mera conduta e de crimes de perigo abstrato, a flexibilização do princípio da legalidade com a criação das chamadas “Leis de Combate”, a preponderância ao Direito Penal do Autor, a relativização das garantias penais e processuais e o endurecimento das formas de cumprimento da execução penal. d) A doutrina define as “vias do Direito Penal”: A primeira possui enfoque na aplicação da pena ao transgressor; a segunda via versa sobre o desenvolvimento de meios capazes de possibilitar a ressocialização do infrator; e a terceira via preocupa-se com a reparação do dano decorrente da infração penal, de modo a desenvolver o conceito de Justiça Restaurativa, a fim de que a discussão criminal enverede no cuidado com a vítima prejudicada. COMENTÁRIO ERRADA. A letra “A” exige a diferenciação clássica entre os conceitos de Direito Penal em suas concepções: a) Jurídica (ou Formal), a qual consiste no conjunto de normas que qualifica determinados comportamentos humanos como infrações penais, define os agentes infratores e fixa as sanções a serem-lhes aplicadas; b) Sociológica (ou Material), que define o Direito Penal como mais um instrumento de controle social para o desestímulo de comportamentos desviados, almejando assegurar a necessária disciplina social, bem como a convivência harmônica dos membros do grupo. CORRETA. A letra “B” apresenta corretamente a definição da doutrina moderna do Funcionalismo Moderado (ou Teleológico), a qual possui como seu maior expoente o jurista Claus Roxin. CORRETAS. As letras “C” e “D” apresentam, respectiva e corretamente, as características do Direito Penal do Inimigo e as definições das três vias do Direito Penal. GABARITO: A 32 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA Assinale a alternativa INCORRETA: a) Norma penal em branco não se confunde com a norma penal ao reverso, porquanto naquela a necessidade de complemento encontra-se no preceito primário da lei penal incriminadora, já nesta a remissão quanto ao complemento normativo mostra-se no preceito secundário da norma. DELEGADO DE MINAS GERAIS SIMULADO 01/04 07/11/2021 35 b) Tipos penais abertos são aqueles que dependem de complemento valorativo atribuído ao intérprete, diante da análise do caso em concreto. Os tipos penais culposos (art. 18, II, CP), via de regra, são, por excelência, tipos abertos, já que o conceito de “imprudência, negligência e imperícia” dependem da valoração do exegeta. c) A norma penal em branco subdivide-se em heterogênea (ou própria, ou em sentido estrito) e em homogênea (ou imprópria, ou em sentido amplo). Por sua vez, a norma penal em branco heterogênea divide-se em homovitelina e em heterovitelina. d) As normas penais não incriminadoras permissivas podem ser justificantes (excludentes de ilicitude) ou exculpantes (excludentes de culpabilidade). COMENTÁRIO ERRADA letra “C” – O erro da alternativa “C” encontra-se na segunda parte. De fato, a norma legislativa penal em branco divide-se em heterógena, quando o complemento normativo advém de lei não penal, e em homogênea, no caso de o complemento normativo valer-se de outra lei penal. No entanto, os conceitos de homovitelina (o complemento está contido na mesma lei penal que tipificou o crime) e heterovitelina (o complemento está contido em lei penal diversa daquela que que tipificou o crime) estão atrelados à norma penal em branco homogênea, não heterogênea. CORRETAS. As letras “A”, “B” e “D” trazem acertadamente as definições nelas contidas. GABARITO: C 33 – EXCLUSIVO@DEDICAÇÃODELTA Assinale a alternativa INCORRETA: a) O conceito de território brasileiro restringe-se ao espaço geográfico brasileiro e às dimensões aéreas a ele correspondentes (art. 5º, CP). b) A doutrina diferencia o “crime a distância”, o “crime em trânsito” e o “crime plurilocal”. O primeiro refere- se à infração penal que percorre dois Países soberanos; o segundo consiste na infração penal que percorre mais de dois Países soberanos; e o terceiro versa sobre a infração penal que percorre dois ou mais Estados-membros da Federação. c) O artigo 7º, do CP, trata sobre as hipóteses excepcionais de Extraterritorialidade, que se subdivide em incondicionada, condicionada e hipercondicionada. d) Os conflitos aparentes de norma, em matéria de Direito Penal, podem ser dirimidos pelos Princípios da Especialidade, da Subsidiariedade e da Consunção. O princípio da consunção, também chamado de absorção, verifica-se quando há continência de tipos, ou seja, o tipo previsto por uma norma não passa de uma fase de realização do crime previsto em outra ou é uma forma anormal de transição para o último. COMENTÁRIO DELEGADO DE MINAS
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