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FACULDADE DE ZOOTECNIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS - CAMPUS FERNANDO COSTA PIRASSUNUNGA- SP TRABALHO DE APICULTURA (SEMINÁRIO) PRODUÇÃO DE ABELHAS RAINHAS E MELHORAMENTO GENÉTICO DE ABELHAS Professora: Maria Estela Alunos: Bruna Pereira Werneck Eduardo Solano Inara Araújo Mota Natasha Maximiano PIRASSUNUNGA 2021 PRODUÇÃO DE ABELHAS RAINHAS E MELHORAMENTO GENÉTICO DE ABELHAS TRABALHO DE APICULTURA - (SEMINÁRIO): PRODUÇÃO DE ABELHAS RAINHAS E MELHORAMENTO GENÉTICO DE ABELHAS Professora: Maria Estela Alunos: Bruna Pereira Werneck Eduardo Solano Inara Araújo Mota Natasha Maximiano PIRASSUNUNGA 2021 SUMÁRIO 1. HISTÓRICO DO MELHORAMENTO GENÉTICO EM ABELHAS 4 2. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO MELHORAMENTO APLICADO A ABELHAS RAINHAS 4 3. METOLOGIAS USADAS PARA O MELHORAMENTO DE ABELHAS RAINHAS 6 4. COMERCIALIZAÇÃO DE ABELHAS RAINHAS 8 5. CONCLUSÃO 9 6. REFERÊNCIAS 9 1. HISTÓRICO DO MELHORAMENTO GENÉTICO EM ABELHAS A introdução da apicultura no Brasil data 1839 (GONÇALVES, 1974) (GONÇALVES, 1992), apesar de ela ser datada de mais de 20 mil anos na história mundial. O brasil também demorou para ter estudos genéticos, somente muitos anos depois em 1950 um pesquisador brasileiro, Warwick Estevam Kerr, começo a fazer os primeiros estudos para melhoramento genético nas abelhas Apis mellifera (MARTINEZ; SOARES, 2012), entretanto essas abelhas de origem Europeias que foram introduzidas no país, não tinha uma produção robusta de mel por ano o país produzia 4.000 toneladas/ano (GONÇALVES et al., 2010) até 1956, quando foram introduzidas as abelhas Africanizadas 33 rainhas foram importadas para o Brasil (MARTINEZ; SOARES, 2012) e já em 2010, o Brasil produzia cerca de 50.000 toneladas/ano (PORTAL BRASIL, 2011), tornando o país um grande exportador de produtos apícolas, não somente de mel (GOMES,2016), demonstrando a importância da introdução das abelhas africanas Apis mellifera scutellata, que originalmente foram trazidas para um programa de melhoramento genético mas devido a um incidente 26 dessas colônias enxameara e fugiram do laboratório em Rio Claro- SP (MARTINEZ; SOARES, 2012). É importante ressaltar que as hoje chamadas abelhas africanizadas, são um poli-híbrido, resultante de abelhas africanas e europeias (MARTINEZ; SOARES, 2012). 2. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO MELHORAMENTO APLICADO A ABELHAS RAINHAS O melhoramento genético é uma ferramenta que pode ser uma grande aliada em diversas áreas, inclusive na apicultura. Os estudos na área apícola ainda têm muito a avançar, mas já conseguimos ver ótimos resultados. Com esse procedimento conseguimos ampliar as características mais proveitosas de uma abelha rainha para todas as colônias a serem estudadas, através de substituições e acompanhamento do método. Eliminamos as abelhas que contêm atributos desfavoráveis e trocamos por aquelas mais favoráveis (EMBRAPA, 2011) O desempenho produtivo da colônia está diretamente relacionado com a qualidade da abelha rainha, suas características genéticas e a liberação de feromônios, que é o que mantém a harmonia da colméia. Apenas as rainhas e os zangões são capazes de reproduzirem, assim, a rainha é responsável por metade do material genético que será herdado por todas as operárias e zangões. Os zangões, por serem haplóides, acabam tendo o material genético da abelha rainha, o que também pode auxiliar complementando o melhoramento, pois ele vai introduzir o material genético na espermateca da rainha durante o voo nupcial ou inseminação. Quanto melhor a rainha, melhor será a atuação das abelhas operárias; de acordo com os atributos desejados. Dessa forma, selecionamos uma quantidade das “piores” abelhas rainhas para substituirmos pela mesma quantidade das filhas das “melhores” rainhas (GOMES, 2019). Associando uma boa genética, um manejo adequado e condições favoráveis de clima, a apicultura oferece uma boa fonte de renda, seja como fonte principal ou até mesmo como atividade complementar. O melhoramento genético é uma forma de garantir a genética favorável, o primeiro passo do procedimento consiste em escolher as características que serão trabalhadas; entre esses atributos, o foco pode ser a produtividade, agressividade ou resistência a doenças. Geralmente é utilizado visando maior produção de mel, pólen, própolis, cera, geléia real ou apitoxina, que possuem um alto valor comercial. De acordo com esses aspectos, serão selecionadas as colônias matrizes que irão doar as larvas para a produção de rainhas. Quanto maior o número de colmeias observadas na etapa de seleção, tende a ser mais seguro, além de aumentar a possibilidade de se encontrar boas matrizes (SCHAFASCHEK, 2020). Diante das escolhas a serem tomadas quanto à matriz, algumas outras características devem ser avaliadas, bem como a idade da rainha, o seu potencial produtivo, capacidade de resistência a pragas e doenças, condições de desenvolvimento da colônia no início das floradas, entre outros. Além de técnicas de manejo eficientes, como a troca da rainha em determinados períodos e o fornecimento de alimento no período de entressafra. (SCHAFASCHEK, 2020). A rainha ideal contará com uma elevada produtividade, alta capacidade de defesa contra parasitas e doenças, e estará adaptada às condições de produção que poderão ser adotadas (GOMES, 2019). Como critério de avaliação das colônias, é necessário aplicar métodos padronizados e confiáveis para acompanhar o progresso dos parâmetros periodicamente. Dentre esses indicadores, deve-se avaliar o comportamento higiênico, a postura da rainha, defensividade e a produção (EMBRAPA, 2011) Além de moldar as características das colmeias ao seu favor, o melhoramento genético tem seu benefício também quanto ao tempo, pois consegue trazer resultados rapidamente. Na produção de mel, por exemplo, pode-se chegar a um aumento de 20% já na primeira geração da rainha melhorada (SCHAFASCHEK, 2020). Portanto, o melhoramento genético pode garantir um aumento da produtividade apícola, agressividade, resistência a doenças e pragas. Assim, é necessário que se tenha claro o objetivo do procedimento e que seja acompanhado rigorosamente os critérios estabelecidos, para que seja possível ter o resultado esperado em um tempo hábil (GOMES, 2019). 3. METOLOGIAS USADAS PARA O MELHORAMENTO DE ABELHAS RAINHAS Alguns experimentos mais antigos, na década de 80, utilizavam métodos menos tecnológicos para reduzir os indices de parentesco entre as abelhas de diferentes colmeias e o melhoramento de suas características genéticas, para impactar positivamente na produtividade, autosufiencia, resitência a doenças e longevidade em geral. Na época as práticas de inseminação artificial não eram muito desenvolvidas e estudadas, portanto, foram adotadas práticas que demandavam menor investimento, como alterações no manejo através substituição parcial ou total, podendo ser única ou periódica (VENCOVSKY et al., 1982), dos indivíduos originais envolvidos no momento da reprodução - rainha virgem/princesa e zangão - apresentando diversas possibilidades, entretanto os manejos mais comuns são: RainhaI + ZangõesS: seleção e introdução somente de zangões superiores em colmeias inferiores com as rainhas originais; RainhaS + ZangõesI: uso de fêmeas em estádio larval de colmeias mais produtivas, transformadas em rainhas, para serem introduzidas nas colmeias inferiores (rainhas antigas são descartadas) e acasalam com diversos machos não selecionados; RainhaS + ZangõesS: emprego de rainhas virgens e zangões pré- selecionados de colmeias superiores, para substituir os de baixa produtividade. Procedimento de Inseminação Primeiramente os zangões e a rainhas virgem são selecionados, capturados e levados paraa sala ou laboratório onde ocorrerá o processo de coleta e inseminação. Coleta de sêmen: pressionar levemente a cabeça e o tórax do macho, entre indicador e o polegar para que ocorra a exposição de seu aparato reprodutivo (caso seja parcial, exercer uma massagem/pressão no abdômen até que a eversão seja completa) posteriormente deve-se utilizar o capilar para realizar a sucção do sêmen, com cuidado para não coletar muco ou bolhas de ar, pois irá prejudicar e reduzir a eficiência da inseminação. Este processo deve ser repetido até que se obtenha a quantidade suficiente para realizar a inseminação – 8 microlitros/fêmea. Inseminação da fêmea: com a fêmea já fixada é liberado um fluxo de dióxido de carbono (CO2), até anestesiá-la; com o auxílio do gancho ventral abre-se o canal vaginal e prende-se o ferrão com o fórceps (algumas expõem sozinhas, caso isto não ocorra o manipulador deve realizar este processo manualmente), para que seja possível inserir o capilar com o sêmen coletado no conduto vaginal da fêmea, introduzindo a amostra suavemente. Ao final do processo a fêmea inseminada é solta, marcada (corte na asa, tinta, etc.) em seguida levada até a colmeia, onde permanece por 24 horas até retornar ao laboratório, onde passará por um “choque” com CO2 para estimular a migração dos espermatozoides até a espermateca (passo opcional). 4. COMERCIALIZAÇÃO DE ABELHAS RAINHAS Na atual situação do mercado, existe uma preocupação constante dos apicultores em aumentar e melhorar a eficiência da relação lucro: investimento, atendendo às exigências de um mercado, que está cada vez mais competitivo e globalizado. A monarca de uma colônia (rainha) transfere às operárias características genéticas de produção, tolerância à doença, agressividade, entre outras. Assim sendo, a substituição das rainhas nas colmeias busca reduzir os custos e aumentar a produção, influenciando no sucesso da atividade apícola. Além das características genéticas da rainha, a idade da mesma também influencia a atividade e produção da colônia (DOOLITTLE, 1889). Embora uma rainha possa viver até cinco anos, sua vida útil é de um ano, quando ela está com sua capacidade máxima de postura. Sendo assim, é recomendada a substituição anual das rainhas para se obter resultados lucrativos na produção. (COUTO, 1996) Diante disso, se dá a importância da comercialização de rainhas com maior potencial genético, que visa suprir essa necessidade de rainhas cada vez melhores em períodos cada vez mais curtos, sendo que a comercialização de rainhas é uma área com bastante lugar no mercado, de modo que produtores especializados em venda de rainhas se concentram em, por métodos de melhoramento genético, manter sempre as melhores em seu plantel, para que ela introduza na colmeia um reinado produtivo e saudável.(FREE 1987)(CAMARGO, 1996) Além disso, a venda de abelhas rainhas é regulamentada de acordo com a legislação vigente do MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO para o trânsito de insetos vivos de interesse zootécnico, onde para que ocorra o recebimento do animal se dá a necessidade de uma GUIA DE TRÂNSITO ANIMAL (GTA), para a emissão desta guia é necessária a apresentação do CNPJ ou CPF do produtor que irá receber as rainhas (EMBRAPA, 2006) Cabe citar, que a comercialização de abelhas rainhas devem ser feita baseada no objetivo de produção, ambiente em que se encontra o apiário e tempo de troca das rainhas nesse ambiente. (GARCIA,1992) E independentemente das diferentes formas de produção que se tem hoje no mercado, a alimentação correta das larvas deve ser extremamente minuciosa, para se ter os melhores resultados possíveis, vale a pena ressaltar que, a compra de rainhas virgens apresenta um custo menor quando comparadas as fecundadas, porém, para que seja efetiva, o comprador deve se certificar que há zangões suficientes para a fecundação. O valor varia bastante, mas de acordo com Instituto Biológico do Estado de São Paulo a abelha rainha fecundada, acondicionada em gaiola de transporte custa R$ 38,00, já a abelha rainha virgem, com a gaiola de transporte custa R$ 25,00 (EMBRAPA, 2006) 5. CONCLUSÃO Economicamente e por questões de sobrevivência das abelhas é fundamental que seja aplicado os estudos genéticos, tanto para sua conservação quanto para os aumentos produtivos, já citados, olhando o histórico produtivos, é impossível argumentar que as melhorias genéticas não foram fundamentais nesse aumento produtivo nos últimos 60 anos. É evidente que outros aspectos são importantes como cursos e subsídios. Porém o melhoramento genético em abelhas é fundamental e também um campo a ser explorado e ocupado por nós zootecnistas. 6. REFERÊNCIAS CAMARGO. J. M. F. de. Técnicas de controle de cruzamento. In: CAMARGO. J. M. F. de. (Org.). Manual de apicultura. São Paulo: Agronômica Ceres, 1972. p. 59-96. COUTO, R. H. N.: COUTO, L. A. Apicultura: manejo e produtos. Jaboticabal: FUNEP, 1996. 154 p. DOOLITTLE. G. M. Doolittle's queen rearing methods. American Bee Journal, Hamilton. v. 39. n. 28, p. 435436, 1899. EMBRAPA 2006. Produção de rainhas i Fábia de Mello Pereira ... let al.1. - Teresina: Embrapa MeioNorte, 2006. 37 p.: il.; 21 cm. - IDocumentos 1 Embrapa Meio-Norte, ISSN 0104-866X; 1441 EMBRAPA, Melhoramento genético e produção de rainhas de Apis melífera. LEÃO, K. de S. et al. [s.l: s.n.].2011 EMBRAPA, Prosa rural, disponível em:<https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/- /noticia/2409698/prosa-rural---producao-e-substituicao-de abelhas-rainhas> publicado em: 2011; acesso em: 22 out.2021 FREE. J. B. Pheromones of social bees. London: Chaprnan and Hall. 1987. 218 p GARCIA, R. C. Produção de geléia real e desenvolvimento de colônias de abelhas Apis mellifera italiana e seus híbridos com africanizadas, em fecundação natural s instrumental. 1992. 257 f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias. Universidade Estadual "Júlio de Mesquita Filho". Jaboticabal. GONÇALVES, L.S. 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