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Trabalho de Produção de textos acadêmicos

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Universidade Veiga de Almeida
História
Bernardo Miguel Medina Gomez Soutinho
Trabalho de produção de textos acadêmicos
Rio de Janeiro
2021
Bernardo Miguel Medina Gomez Soutinho
Trabalho de produção de textos acadêmicos
Rio de Janeiro
2021
Grande parte das atividades humanas estão associadas ao uso da linguagem, sendo que cada campo de utilização da língua tem seus próprios gênero. Dessa forma, a comunicação humana através da linguagem se dá, pelos gêneros textuais. A interação humana ocorre das mais diversas maneiras: na escola, no trabalho, com a família, etc. A cada situação de comunicação, o falante utiliza a língua de maneira específica, 
mudando a de acordo com à intenção de comunicação por intermédio de escolhas que criam uma série de efeitos formais e funcionais.
Nas relações diárias, um mesmo gênero pode assumir estrutura e linguagem diferentes, de acordo com a esfera de atividade em que é produzido. Essa flexibilidade constituiu a heterogeneidade de gêneros, que é resultado das infinitas relações sociais que podem ser criadas pelos seres humanos.
Há uma tendência de que em situações mais formais, sejam utilizados gêneros mais rígidos, diferente do que ocorre no cotidiano das relações em que os gêneros se transformam em outros, diferentes, mas guardando um pouco da identidade original com alguns, mas ao introduzir características diferentes ao longo do tempo, como acontece com o gênero usado em uma carta, que atualmente se transformou no gênero usado no e-mail e, mais recentemente, no gênero utilizado no whatsapp. É no contexto formal que se encontram os gêneros acadêmicos, objeto de interesse desse trabalho. A padronização é tamanha que há até mesmo uma associação nacional responsável pela sistematização de documentos.
Ao entrar na universidade, o estudante encontra-se com uma nova realidade dos estudos 
que privilegia a pesquisa. Isso ocorre tanto em termos de leitura, levando em conta que é nessa parte que a maioria dos alunos entra em contato com textos técnicos da sua área específica e da produção textual, pois do universitário é exigido, com frequência, a demonstração de que foi feita determinada leitura, através de uma resenha ou seja de um resumo. Já em níveis mais adiantados, do que o início da caminhada acadêmica, são frequentes as solicitações de criações de artigos científicos e projetos de pesquisa, os quais não só devem revelar as leituras teóricas feitas como também, produzir um novo conhecimento. 
É preciso lembrar, porém, que esses gêneros não fazem parte das práticas de escrita do ensino fundamental e médio, já que não dizem respeito às necessidades desses níveis de ensino. Desse modo, parece justa a ideia de que os currículos das universidades devam 
prever isso, o contato dos alunos com os gêneros de escrita universitária, e para que somente após feita essa familiarização com o gênero em questão que se passe à criação de textos de resumo, de resenhas, de projetos de pesquisa, entre outros. 
Tudo isso guarda uma relação com uma perspectiva sociocultural da linguagem, pois o domínio do gênero é um comportamento social e a experiência com ele está presente em algumas comunidades e ausente em outras. Daí a necessidade de se tratar a inexperiência do aluno em relação aos gêneros, e não a sua inaptidão ou pobreza de 
conhecimento. Alguma vezes, pode acontecer, de um aluno demonstrar um bom desempenho na criação de um texto narrativo, mas ter uma avaliação baixa na produção de um texto do gênero resenha crítica, por exemplo, por falta de familiaridade com o texto.
Tão obscuras são as convenções dos textos acadêmicos, assim como os motivos que levam a academia a privilegiar esse gênero, especialmente considerando as configurações interativas desse meio. Algo que nunca chega a ser dito é o fato dos professores tomarem tais saberes como de pleno domínio dos alunos, mesmo que eles nunca tenham tido contato com esse gênero, nem teoricamente prática da produção textual.
O mesmo acontece em termos de escrita acadêmica: se adotamos uma ideia de 
linguagem, é coerente que aceitemos a necessidade de que os estudantes, antes de produzir resenhas, ensaios e projetos de pesquisa, se familiarizem com as práticas de escrita universitária e tenham acesso a um arquivo sistematizado acerca desses gêneros. 
É, na minha opinião, esse trabalho sistematizado que permitirá aos estudantes romper 
a inexperiência que têm em termos de escrita.
Dessa maneira, é a experiência de escrita e de reescrita, tanto de gêneros mais presentes no ensino fundamental e médio quanto, no âmbito universitário, que fará um estudante dominar, na prática, determinado gênero. Somente falar sobre ele não resolverá a questão, tampouco resolverá apenas escrever, sem um trabalho consistente sobre o gênero e um feedback acerca do texto produzido por ele. Ampliando a ideia aqui apresentada, a proposta é de se criar comunidades de práticas de gêneros acadêmicos, nas quais esses aspectos sejam discutidos, mas que, acima de tudo, estejam presentes na prática da escrita e da reescrita. Práticas como esta tendem a tornar mais claras as regras de erudição típicas do texto acadêmico, regras essas que apesar de cobradas são pouco visíveis.

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