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A elasticidade preço demanda

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A elasticidade-preço da demanda concerne acerca da correlação entre variação percentual da quantidade demandada com a variação de preço. No estudo escolhido, pode-se observar a maneira com a qual a variável preço não se mostra como única definidora da quantidade demandada e ofertada em culturas de soja e milho. Os autores afirmam não ser possível definir uma relação como direta ou inversa entre o preço e a quantidade de tais produtos, assim sendo, realizaram um levantamento da variação e das quantidades demandadas e ofertadas das culturas em função do preço, sem limitar-se à relação de variação ser direta ou inversa.
De acordo com a análise realizada pelos autores, no caso da cultura do milho, a demanda foi inelástica em todos os períodos, porém, em 2004/2005 a elasticidade-preço demanda dessa cultura chegou próximo a 1 (-0,908), o que, usualmente é um indicativo de uma demanda unitária. A inelasticidade dessa cultura acaba por caracteriza-la, ou seja, independentemente do aumento ou diminuição do preço do milho, o produto apresenta demanda praticamente inalterada. Isso aponta para o fato de que a demanda pelo milho é menos sensível (elástica), ou mais inelástica com relação ao preço, do que a oferta.
No que diz respeito à cultura da soja, não existem oscilações significativas que acometem tanto a quantidade demandada, quanto a quantidade ofertada. Exceto pelos anos de 2008/2009 e 2009/2010, que apresentaram elasticidade de demanda e 2009/2010 que apresentaram elasticidade para oferta, o produto mostrou-se predominantemente inelástico.
Os dados relativos a esta cultura demonstram o comportamento de produtos agrícolas verificado por Ribemboim (2008, p.64) já que para este autor: [...] tanto a oferta quanto a demanda por produtos agrícolas são relativamente inelásticas a preços […]. Isto porque mesmo grandes variações de preços induzem a alterações relativamente pequenas na procura pelo produto, haja vista o caráter prioritário conferido aos alimentos e o fato de, pelo menos na classe média, o orçamento destinado à aquisição de agrícolas ser relativamente baixo. (BERNARDO & QUEIROZ, 2011)
O que pode-se depreender comparando as culturas analisadas é que ambas apresentam uma variação da quantidade demandada inelástica (por conta da safra de soja de 2008/2009). Com relação à oferta da soja, seu comportamento de inelasticidade foi predominante, exceto, apenas, pela safra de 2009/2010, já o milho apresentou elasticidade em dois períodos: 2004/2005 e 2005/2006. Nota-se que, em se tratando de insumos agrícolas essenciais, ainda que haja uma elevação no preço, a procura pelo produto mantém-se alta. Pelo caráter de essencialidade dos produtos, que são matéria prima para outras produções, a elasticidade nesse sentido, age de forma quase nula.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERNARDO, Luciano Tiago; QUEIROZ, Antonio Marcos de. “A Elasticidade-Preço Da Demanda E A Elasticidade-Preço Da Oferta Nas Commodities Agrícolas Milho E Soja No Brasil.” Revista de Economia, Anápolis, v.7, n.2, p. 48-65, jul./dez. 2011. Disponível em: http://www.nee.ueg.br/seer/index.php/economia

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