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A AUTENTICIDADE DA CULINÁRIA DA REGIÃO NORTE DO BRASIL COM FOCO NO ESTADO DO PARÁ. Aiane Brito1, Ana Beatriz Barros2, Caio Zambrana3, Diego Fontes4, Fillipe Souza5, Iuna Brandão6, Rafaela Freitas7. Palavras-chave: Gastronomia, alimentação, cultura, paraense, cozinha. Introdução Muito mais que um aro biológico, a alimentação humana é um aro social e cultural. Mais que um elemento da chamada "cultura material", a alimentação implica representações e imaginários, envolve escolhas, classificações, símbolos que organizam as diversas visões de mundo no tempo e no espaço. Vendo a alimentação humana como um aro cultural, é possível pensá-la como um "sistema simbólico" no qual estão presentes códigos sociais que operam no estabelecimento de relações dos homens entre si e com a natureza. A cultura alimentar é formada por influências históricas, ambientais e regionais, nas quais cada sociedade estabelece um conjunto de práticas alimentares consolidadas ao longo do tempo. É a expressão da identidade de diversos povos por meio da alimentação e considerada como patrimônio imaterial. A cultura alimentar brasileira foi formada, basicamente, pelo Descobrimento (chegada dos portugueses ao Brasil), pela revolução industrial, pela imigração de colonos (italianos, alemães, poloneses, japoneses, entre outros) e pelos indígenas. O resultado dessa miscigenação é uma herança cultural riquíssima, em que se fundamentam as preferências alimentares atuais. A grande variação da cultura alimentar, observada entre as regiões sul, sudeste, centro-oeste, norte e nordeste do Brasil, é consequência das dimensões continentais do país, que proporcionam “cozinhas regionais” peculiares e bem caracterizadas. A Região Norte do país foi concebida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), baseando-se em preceitos como a economia e dependência econômica localizada, topografia, geografia e cultura. O clima quente e úmido da região parece contribuir para a especificidade da sua gastronomia que por sua vez, possui traços indígenas muito fortes em sua concepção, prática e produtos. Geralmente, nessa culinária, utilizam-se elementos oriundos da natureza amazônica exuberante, biodiversa e multicolorida. A grande maioria dos recursos que constitui a base de seus pratos e bebidas vem dos rios e da floresta tropical úmida. Ainda segundo o IBGE, o estado do Pará é constituído por uma população de aproximadamente 7,5 milhões de habitantes, situa-se ao leste da região norte e é subdividido em 140 municípios. O município de Belém é a capital do estado, apresentando cerca de 2,1 milhões de habitantes, que é a segunda maior população metropolitana da região norte. Essencialmente indígena, a gastronomia paraense mantém-se intacta e preservada, sendo por isto considerada a mais original e autêntica cozinha regional brasileira. Se em alguns estados a presença de colonizadores e imigrantes influenciou diretamente a alimentação local, transformando-a, no Pará a cozinha muito pouco recebeu das culinárias portuguesa e africana, que compõem, com a dieta indígena, o tripé da cozinha brasileira. Todavia, segundo Tocantins (1963), a variedade dos povos vindos para a Amazônia desde os tempos de colônia fundamentou o processo de construção dessa culinária, que também herdou dos nordestinos, por conta do processo migratório durante o auge da economia da borracha. Ainda hoje os pratos paraenses têm como ingredientes já usados e cultivados pelos índios e são frutos, em grande porte, do conhecimento indígena empregado no preparo e processamento dos alimentos. Em alguns casos, a técnica foi aprimorada, porém sem alterar substancialmente o resultado. Há quitutes no Pará que hoje se saboreiam como o aborígine os deglutia quatro séculos atrás. O pato-no-tucupi, o tacacá (este, na verdade, uma bebida), a maniçoba, os assados de tartaruga, o arabu (gemadas de ovos de tracajá ou de tartaruga), o peixe moqueado, o pirarucu de sol, os vinhos de açaí, de bacaba, de patauá, de buriti, as bebidas cauim (fermentação da macaxera) e aluá (fermentação do milho ou das cascas do ananás, que na Amazônia pré-portuguesa existia em estado natural) (Tocantins, 1963: 251). Embora ainda seja pouco conhecida fora do Pará, a culinária desse estado vem despertando com o seu calor, mistura de texturas, cores e sabores, paixões em muitos amantes de uma mesa boa além de profissionais da área da alimentação, elevando a culinária paraense ao grau de gastronomia. Receita Tacacá de Tambaqui com pirão de cupuaçu Ingredientes 4 costelas de tambaqui Limão Azeite à gosto Sal à gosto Pimenta murupi à gosto Pimenta de cheiro à gosto 2 maços de cheiro verde (chicória e coentro) 8 dentes de alho 2 cebolas picadas em tamanhos grandes 5 maços de jambú com flor ou sem flor. 2 litros de tucupi 2 polpas de cupuaçu 200g Farinha de mandioca 300g de mandioca cozida Modo de preparo: Lavar as costelas de tambaqui com limão, deixar marinar por 5 minutos e depois escorrer e secar o peixe. Temperar com sal, pimenta muripi, alho, coentro e um fio de azeite em cada pedaço. Após, reservar. Em uma panela refogar com azeite a cebola cortada em cubos pequenos, o alho triturado, pimenta de cheiro e o cheiro verde. Em seguida adicionar o tucupi e após levantar fervura adicionar o peixe. Após cozimento do peixe acrescentar as folhas de jambú e desligar o fogo. Modo de preparo do pirão de cupuaçu Refogar um dente de alho e uma cebola cortada em cubos. Adicione a polpa do cupuaçu com um pouco de tucupi e aguarde ferver. Após, coar e aos poucos adicionar a farinha de mandioca mexendo para não embolar. 1. Graduanda em Gastronomia pela Universidade Salvador – UNIFACS. 161061223@unifacs.edu.br. 2. Graduanda em Gastronomia pela Universidade Salvador – UNIFACS. biarioscunha21@hotmail.com. 3. Graduando em Gastronomia pela Universidade Salvador – UNIFACS. caiozambrana@gmail.com. 4. Graduando em Gastronomia pela Universidade Salvador – UNIFACS. 5. Graduando em Gastronomia pela Universidade Salvador – UNIFACS. fillipe.1@hotmail.com. 6. Graduando em Gastronomia pela Universidade Salvador – UNIFACS. iuna_brandao@hotmail.com. 7. Graduanda em Gastronomia pela Universidade Salvador – UNIFACS. rafaelatfreitas@hotmail.com.
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