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RECLAMACAO TRABALHISTA - EQUIPE C

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AO JUÍZO DA	VARA DO TRABALHO DE SÃO LUÍS/MA
MARIA APARECIDA MOREIRA, brasileira, solteira, CPF: 123.456.789-10, RG: 123456, endereço: Rua 01, Qd. 02, casa 03- bairro 04, CEP- 12345-67, por seus advogados in fine assinados, onde receberão as intimações e notificações de estilo e praxe, sob pena de nulidade, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 300 e seguintes do CPC e artigo 840 da CLT, apresentar 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
em face de TRANSPORTE RODOBENS, CNPJ n° 001.002.003-0001/90; endereço: Rua 10, Qd. 11, casa 12, Bairro- 13; CEP: 54321-76, pelos fatos e fundamentos seguintes:
I- PRELIMINARMENTE
 I.I DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
A Reclamante não possui condições financeiras de arcar com custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo ao seu próprio sustento e de sua família, requerendo desde já os benefícios da justiça gratuita, consoante o art. 790, parágrafo 3º da CLT, bem como nos termos do artigo 4º da Lei 1.060/50, com redação introduzida pela Lei 7.510/86, que versa:
Art. 4º. A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família.
Ainda, nos termos do artigo 5° da Constituição Federal, todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a propriedade.
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos.
Desta forma, como a reclamante é hipossuficiente e não tem condições de arcar com as despesas processuais, requer que lhe seja concedido o benefício da justiça gratuita.
II- DOS FATOS
Maria Aparecida Moreira foi contratada em 01.09.2017, pela Transporte Rodobens, para trabalhar como cobradora, recebendo apenas salário contratual de R$ 1.200,00 (um mil e duzentos reais) com jornada de trabalho de segunda à sexta-feira das 8:00 às 16:00 com duas horas de intervalo. Ressalvo que a requerente também tinha direito a plano de saúde e ticket alimentação.
Destaca-se a existência de Convenção Coletiva que contempla a categoria dos rodoviários e empregados de empresa de transporte público regular e em vigor há previsão de pagamento de concessão de plano de saúde e ticket alimentação no valor de R$ 300,00 (trezentos reais), porém a empresa nunca honrou com suas responsabilidades sobre tais benefícios.
Ocorre que, a requerente foi demitida sem justa causa no dia 18/09/2020, e recebeu de parcela rescisória apenas o saldo de salário dos 18 dias trabalhados em setembro, logo, não recebeu nenhuma das verbas rescisórias das quais tinha direito como férias proporcioanis, aviso prévio, FGTS de rescisão, entre outros. Cabe ressaltar que a mesma era dirigente sindical do Sindicato representativo da categoria profissional dos rodoviários e atividades afins de São Luís, fazendo jus a estabilidade provisória, pois foi eleita em 10.03.2020 e seu mandato estava vigor no momento que ocorreu a demissão. 
Diante o exposto, fica evidente a quantidade excessiva de direitos violados da empregada, por parte da empregadora, e tão somente com o objetivo de resguardar e reparar seus direitos, move a presente ação de Reclamação Trabalhista.
 
 III - DO PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA 
Conforme já fora mencionado, a reclamante foi demitida sem justa causa na data do dia 18/09/2020. Ocorre que, até a presente data só recebeu de parcela rescisória o saldo de salário equivalentes a 18 dias trabalhados. 
No presente caso, os requisitos para a concessão da antecipação dos efeitos da tutela estão presentes, pois os documentos os quais instruem esta peça exordial comprovam que o rompimento do vínculo empregatício se deu por iniciativa do empregador, sem justa causa.
O Art. 300 do CPC, subsidiariamente aplicado no caso em tela por força do Art. 769 da CLT, estabelece que a tutela de urgência pode ser concedida liminarmente quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano. O fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação encontra-se presente na necessidade de a reclamante garantir a sua subsistência e de sua família.
Data de publicação: 17/02/2017 Ementa: SEGURANÇA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. LIBERAÇÃO DO FGTS E HABILITAÇÃO NO SEGURO DESEMPREGO. Inexistindo fato novo que autorize a modificação da decisão liminar, e ainda, diante do fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação na espera pelo provimento jurisdicional final, uma vez que o levantamento do FGTS e a habilitação no benefício do seguro desemprego são institutos cuja mens legem foi dar proteção ao trabalhador imotivadamente dispensado, especialmente em face do caráter alimentar e familiar dos créditos trabalhistas, há de ser mantida a liminar e concedida a segurança.
Por todo exposto e a luz dos princípios da celeridade processual, segurança jurídica e da isonomia os quais justificam a existência da tutela de urgência no ordenamento jurídico brasileiro e estão presentes na Constituição Federal de 1988, a Carta Maior brasileira REQUER o deferimento da antecipação dos efeitos da tutela.
 IV – DO DIREITO
 IV.I – DA ESTABILIDADE NO EMPREGO
Com base nos fatos narrados, faz-se necessário reforçar que no momento em que ocorreu a demissão da Reclamante, a mesma exercia função de dirigente sindical no Sindicato representativo da categoria profissional dos rodoviários e atividades afins de São Luís, e que por esse motivo fazia jus ao direito de estabilidade provisória no emprego conforme artigo 543, §3 da CLT, observando ainda que as suas atividades exercidas na empresa eram pertinentes à categoria profissional do sindicato em que foi eleita como dirigente, garantindo seu direito a estabilidade provisória, conforme dispõe a súmula 369, I e III do TST,
Súmula 369/TST - 20/04/2005 - Estabilidade provisória. Sindicato. Dirigente sindical. Categoria diferenciada. Comunicação ao empregador. Extinção do estabelecimento. Limitação do número de dirigentes. Registro da candidatura durante o aviso prévio. CLT, art. 487, CLT, art. 522, CLT, art. 543, §§ 3º e 5º.
I - É assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, ainda que a comunicação do registro da candidatura ou da eleição e da posse seja realizada fora do prazo previsto no art. 543, § 5º, da CLT, desde que a ciência ao empregador, por qualquer meio, ocorra na vigência do contrato de trabalho.
III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente. (ex-OJ 145/TST-SDI-I - Inserida em 27/11/98).
Quanto ao prazo deste direito, a lei prevê que a estabilidade do dirigente sindical é garantida desde a data do registro da sua candidatura ao cargo até um 1 (um) ano após o fim de seu mandato, de acordo com o mesmo artigo 543, § 3º da clt,
Art. 543 - O empregado eleito para cargo de administração sindical ou representação profissional, inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedido do exercício de suas funções, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossível o desempenho das suas atribuições sindicais. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 3º - Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação de entidade sindical ou de associação profissional, até 1 (um) ano após o final do seu mandato, caso seja eleito inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta Consolidação. (Redação dada pela Lei nº 7.543, de 2.10.1986)
 Logo, a Reclamante ainda tinhao direito de estabilidade, considerando que foi eleita em 10.03.2020, e sua demissão ocorreu em 18.09.2020, onde seu direito a estabilidade ainda se fazia presente.
 É imprescindivel salientar que o direito à estabilidade provisória no emprego desses profissionais tem como objetivo proteger o empregado e a categoria que representa, proporcionando tranquilidade e independência na defesa dos interesses dos trabalhadores, e que, ao demitir a Reclamante, a parte reclamada quebrou essa sensação de proteção e tranquilidade, logo, não sendo reparado o dano, o mesmo poderá desencadear consequencias para aquele empregado que tentar buscar a efetiva defesa dos seus interesses no futuro. 
Data vênia, MM. Juiz, não resta dúvidas que a empresa demitiu a empregada estável sem justa causa, quando a parte reclamada só poderia demiti-la se houvesse justa causa, e não teve, logo, a dispensa deve ser considerada inválida. Nestes termos, a empregada move a presente reclamação trabalhista pleiteando que a reintegração (direito conferido a empregada estavel por ter sido demitida sem justa causa), seja convertida em pagamento de indenização em dobro por todo período estabilitário (artigo 496 e 497 da CLT), por haver incompatibilidade de retorno ao trabalho em decorrência de animosidade entre as partes e para evitar situações vexatórias ou desagradáveis.
IV.II DA REINTEGRAÇÃO CONVERTIDA EM INDENIZAÇÃO
A reintegração do empregado demitido ao trabalho está prevista na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e para que o retorno seja efetivado, é necessário que o funcionário possua algum tipo de estabilidade, como no caso presente, onde a parte Reclamante é Dirigente Sindical.
Nessa senda, os artigos 496 e 497 da CLT, dispõem que,
Art. 496 - Quando a reintegração do empregado estável for desaconselhável, dado o grau de incompatibilidade resultante do dissídio, especialmente quando for o empregador pessoa física, o tribunal do trabalho poderá converter aquela obrigação em indenização devida nos termos do artigo seguinte.
Art. 497 - Extinguindo-se a empresa, sem a ocorrência de motivo de força maior, ao empregado estável despedido é garantida a indenização por rescisão do contrato por prazo indeterminado, paga em dobro.
 Diante o exposto requer a converção da obrigação em indenização por rescisão do contrato, sendo paga em dobro.
IV.III – DA INDENIZAÇÃO COMPENSATÓRIA
A Constituição Federal assegura aos trabalhadores relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de Lei Complementar, que deverá prever indenização compensatória, dentre outros direitos. Até que Lei Complementar estabeleça o valor definitivo, a indenização compensatória é de 40% do montante dos depósitos do FGTS, da correção monetária e dos juros capitalizados na conta vinculada do empregado, referentes ao período trabalhado na empresa.
Esse direito é regularizado pelo artigo 9º da Lei nº 6.708/79 e artigo 9º da Lei nº 7.238/84, conforme, 
Art 9º - O empregado dispensado, sem justa causa, no período de 30 (trinta) dias que antecede a data de sua correção salarial, terá direito à indenização adicional equivalente a um salário mensal, seja ele optante ou não pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS.
 Neste termos, por ter sido a empregada demitida sem justa causa, faz jus a percepção de Indenização Compensatória.
IV.IV - DAS PARCELAS RESCISÓRIAS
a) Aviso Prévio
O aviso prévio é uma determinação legal em toda rescisão de contrato de trabalho, cujas regras estão estabelecidas pelo art. 487 da CLT e pela Lei 12.506/2011.
Art. 487 - Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima de:
II - trinta dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12 (doze) meses de serviço na empresa. (Redação dada pela Lei nº 1.530, de 26.12.1951);
§ 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço.
O art. 487, § 1º, da CLT, é patente ao estabelecer ser devido o aviso prévio na despedida sem justa causa. Ocorre que, a parte Reclamante foi demitida sem justa causa e não recebeu qualquer aviso prévio de demissão, sequer todas as verbas rescisórias devidas. 
Assim, diante o exposto e usando a regra de proporcionalidade, observando a Lei 12.506/2011, para fins de cálculo relativo ao aviso prévio indenizatório faz-se necessário acrescentar 3 (três) dias a cada ano completo de trabalho. Considerando que a Reclamante trabalhou por 03 (três) anos completos, perfaz-se o total de 39 dias a serem pagos.
Com base no salário vigente de cada ano trabalhado, o valor a ser percebido pela reclamante relativo ao Aviso Prévio (39 dias) é de R$ 1.344,70 (um mil trezentos e quarenta e quatro reais e setenta centavos).
Deste modo, pugna pela condenação do Reclamado no pagamento do aviso prévio, além dos reflexos e integrações em férias proporcionais, 1/3 constitucional, 13º salários, FGTS + 40%, SD e R.S.R., tudo atualizado na forma da lei.
b) 13º Salario Proporcional
Em conformidade as previsões contidas nas leis 4.090/62 e 4.749/65, que preveem que o décimo terceiro salário será pago até o dia 20 de dezembro de cada ano, sendo ainda certo que a fração igual ou superior a 15 dias de trabalho será considerada como mês integral para efeitos do cálculo do 13º salário.
Por ter a reclamante laborado de setembro de 2017 a setembro de 2020, faz jus ao recebimento por tal período, que se refere a 03 (três) anos e 18 (dezoito) dias de 13º, sendo três anos completos e dois dias, totalizando o valor bruto a ser percebido de R$ R$ 4.042,00 (quatro mil e quarenta dois reais) .
	
PERÍODO DE AQUISIÇÃO
	
VALOR DO 13º SALÁRIO
	
92017 a 2018
	
R$ 954,00
	
2018 a 2019
	
R$ 998,00
	
2019 a 2020
	
R$ 1.045,00
	
18 dias (09/20)
	
R$ 1.045,00
	
VALOR TOTAL
	
 R$ 4.042,00
c) Férias Proporcionais
Todo trabalhador no regime CLT tem direito as férias vencidas + 1/3 e as féridas proporcionais, ao trabalhar durante um período “aquisitivo” de 12 meses. Ressalta-se que quando vence o período concessivo de férias e elas não são concedidas, estas devem ser pagas em dobro. 
As férias não são um benefício corporativo concedido ao profissional, mas, sim, um direito trabalhista previsto na CLT, como consta no artigo 129:
Art. 129. Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração.
Nesse sentido, A Reclamante faz jus ainda ao recebimento das férias proporcionais relativas ao seguinte período:
	PERÍODO DE 09 MESES 
	FÉRIAS PROPORCIONAIS: 9/12 (22,5 dias) + 1/3
	01/2020 a 09/2020;
	R$ 1.300,00
Logo, é devido as férias proporcionais relativas ao período de nove meses de trabalho que antecederam o momento da demissão. 
Assim, conclui-se que a Reclamante tem direito a R$ 1.300,00 (um mil e trezentos reais) referente as férias proporcionais + 1/3.
d) Multa de 40% do FGTS
 O art. 15 da lei 8036/90 estabelece que todo empregador deverá depositar até o dia 7 de cada mês, na conta vinculada do empregado, a importância correspondente a 8% de sua remuneração devida no mês anterior, conforme:
Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965.
De acordo com os fatos narrados, por ter ocorrido rescisão injusta do contrato de trabalho da Reclamante, a empresa deverá pagar uma multa de 40% sobre o valor total depositadoa título de FGTS, de acordo com § 1º do art. 18 da lei 8036/90 c/c art. 7º, I, CF/88.
Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por parte do empregador, ficará este obrigado a depositar na conta vinculada do trabalhador no FGTS os valores relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e ao imediatamente anterior, que ainda não houver sido recolhido, sem prejuízo das cominações legais. (Redação dada pela Lei nº 9.491, de 1997)
§ 1º  Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa, depositará este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros. (Redação dada pela Lei nº 9.491, de 1997)
 A reclamante recebia a título de salário o valor de R$ 1.200,00 (um mil e duzentos reais), com desconto mensal de 8% do seu FGTS, equivalendo o valor descontado mensal de R$ 96,00 (noventa e seis reais). A Reclamante trabalhou do setembro de 2017 a setembro de 2020, fazendo jus receber à contribuição por este período trabalhado, sendo de 03 (três) anos e 18 (dezoito) dias. 
Assim, com base nas informações e valores supracitados, e observando os parâmetros de calculos previstos em lei, conclui-se que a Reclamante tem direito a R$ 3.552,00 (três mil e quinhentos e cinquenta e dois reais) relativo ao valor total depositado no FGTS, bem como faz juz a multa de 40% sob esse valor, sendo esta, o valor de R$ 1.420,80 (um mil e quatrocentos e vinte reais e oitenta centavos), totalizando o valor integral de R$ 4.972,80 (quatro mil e novecentos e setenta e dois reais e oitenta centavos, FGTS+MULTA DE 40%) a ser percebido pela parte Reclamante.
e) Emissão das guias do Seguro Desemprego ou Indenização Substitutiva
Sabe-se que durante o período em que o trabalhador fica à margem do mercado de trabalho, as parcelas relativas ao seguro-desemprego visam garantir a subsistência do trabalhador dispensado sem justa causa, não exercendo nova atividade remunerada durante esse período. Por essa razão, a obtenção do benefício deve se dar logo após a dispensa sem justa causa, momento em que o trabalhador necessita do mesmo, já que deixa de receber o salário, fonte básica de sua sobrevivência.
De acordo com dispositivo expresso, terá direito ao seguro-desemprego, conforme o artigo abaixo da Lei nº 7.998 de 11 de janeiro de 1990:
Art. 3º Terá direito à percepção do seguro- desemprego o trabalhador dispensado sem justa causa que comprove:
I - Ter recebido salários de pessoa jurídica ou de pessoa física a ela equiparada, relativos a: (Redação dada pela Lei nº 13.134, de 2015)
a) pelo menos 12 (doze) meses nos últimos 18 (dezoito) meses imediatamente anteriores à data de dispensa, quando da primeira solicitação; (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
b) pelo menos 9 (nove) meses nos últimos 12 (doze) meses imediatamente anteriores à data de dispensa, quando da segunda solicitação; e (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
c) cada um dos 6 (seis) meses imediatamente anteriores à data de dispensa, quando das demais solicitações; (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
Conforme restou demonstrado, a requerente estava a mais de três anos empregada na empresa e devidamente registrada perante o Ministério do Trabalho, portanto a empresa fica obrigada a entregar a colaboradora no momento de sua rescisão as guias do seguro-desemprego, mesmo que o empregado não tenha todos os documentos para requerer o benefício, ou mesmo que a empresa não efetue os pagamentos de suas verbas rescisórias.
Importante mencionar que o Sistema do Ministério do Trabalho só permite a emissão das guias do seguro-desemprego a partir do cumprimento do aviso prévio, sendo ele indenizado ou não, elevando a necessidade da parte Reclamante cumprir com a obrigação de pagar o aviso prévio.
Outro fato a ser mencionado é que quando a empresa não age de forma correta na liberação das guias do Seguro desemprego ou não realizou o devido cadastramento do seu empregado perante o Ministério do Trabalho, o TST definiu através da Súmula 389, ser cabível a indenização substitutiva das parcelas referente ao seguro-desemprego.
SUMULA 389 DO TST - SEGURO-DESEMPREGO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. DIREITO À INDENIZAÇÃO POR NÃO LIBERAÇÃO DE GUIAS (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 210 e 211 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005.
I - Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre empregado e empregador tendo por objeto indenização pelo não-fornecimento das guias do seguro-desemprego. (ex-OJ nº 210 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)
II - O não-fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do seguro-desemprego dá origem ao direito à indenização. (ex-OJ nº 211 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)
Esta indenização substitutiva ao seguro-desemprego consiste no empregador ter a obrigatoriedade de pagar ao empregado demitido o valor de que este teria direito, por não ter conseguido receber o seguro- desemprego devido, segue entendimento jurisprudencial:
1Jurisprudência Data de publicação: 25/01/2017 AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. SEGURO-DESEMPREGO. DISPENSA SEM JUSTA CAUSA. REQUISITOS PARA CONCESSÃO. Oartigo 3° da Lei n° 7.998/90, disciplina matéria referente à percepção do seguro-desemprego em face do trabalhador dispensado sem justa causa e os requisitos para concessão do benefício. Contudo, o requisito previsto no inciso V do art. 3º da Lei n.º 7.998/90 é interpretado por misero.
Evidente se faz o direito da empregada, que pela dispensa sem justa caus, bem como por ter laborado por mais de 3 anos ininterruptos na empresa do Reclamado, faz jus a Reclamante a indenização de 3 (três) parcelas a título de seguro-desemprego, nos termos das Leis 13.134/2015.
V - DOS PEDIDOS
Pelo exposto, REQUER:
a) a concessão dos benefícios da assistência judiciária gratuita, nos termos do artigo 4º da Lei 1.060/50;
b) a conversão do direito a reintegração ao pagamento de indenização em dobro por todo período estabilitário (artigo 496 e 497 da CLT);
c) o pagamento de indenização compensatório com fulcro no artigo 9º da Lei nº 6.708/79;
d) que seja consedida a tutela antecipada pleiteada, conforme Art. 300 do CPC e Art. 769 da CLT;
e) Ainda, que seja o reclamado condenado ao pagamento, dos reflexos do presente pedido, das seguintes verbas trabalhistas:
 1) Ao pagamento de férias proporcionais, no valor de R$ 1.300,00 (um mil e trezentos reais) conforme artigo 129 da CLT;
2) Ao pagamento do 13º proporcional ao período trabalhado, devidamente atualizado, no valor de R$ R$ 4.042,00 (quatro mil e quarenta dois reais), observando as leis 4.090/62 e 4.749/65;
 3) Ao pagamento do Aviso Prévio Indenizatório no valor de R$ 1.344,70 (um mil trezentos e quarenta e quatro reais e setenta centavos), nos termos do art. 487, § 1º, da CLT;
4) Sejam entregues as guias para encaminhamento do seguro-desemprego imediatamente, ou seja, na primeira audiência ou pagar o equivalente a 5 parcelas pelo seu não fornecimento no valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais), observando o artigo 3º da Lei nº 7.998 de 11 de janeiro de 1990:
5) Juros e atualização monetária sobre todas as parcelas acima;
6) Seja condenado o reclamado a recolher as contribuições fiscais;
7) Seja o Reclamado condenado ao pagamento das custas processuais.
 VII - DA NOTIFICAÇÃO
Requer, por fim, a notificação do Reclamado para que conteste os itens supra arguidos, sob pena de serem admitidos como verdadeiros (Súmula 74, I, TST), o que por certo, ao final restará comprovado, com a consequente decretação da PROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS, nos termos expostos.
 VIII - DAS PROVAS
Requer-se ainda a produção de todos os meios de provas admitidos em direito, notadamente por pericial, documental, depoimento pessoal das partes, OITIVA DE TESTEMUNHAS e a juntada de novos documentos caso seja necessário.
 IX – DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$11.659,50 (onze mil e seiscentos e cinquenta e nove reais e ciquenta centavos).
Termos em que,
pede deferimento.
São Luís do Maranhão, 26 de setembro de 2021.
ADVOGADO
OAB/MA 1234

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