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Fisiologia Juliana Almeida – Medicina UNIRIO Fisiologia Gástrica • Fisiologicamente, o estômago pode ser dividido em três porções. o Fundo: mais proximal. o Corpo: intermediária. o Piloro: mais distal. • Musculatura do corpo: na região mais cranial é mais delgada e na região mais caudal é mais espessa. o Por isso o estômago exibe uma função mais contrátil na região mais distal do corpo! Função Motora do Estômago › Armazenamento – reservatório do conteúdo alimentar. Regulado e favorecido pelo reflexo vasovagal – fibras aferentes e eferentes interferem com o tônus muscular do estômago, relaxando-o. Relaxamento receptivo do estômago. Essa redução do tônus muscular estomacal propicia a acomodação do conteúdo que chega. Portanto, o enchimento do estômago é facilitado por esse reflexo – ele ocorre antes do alimento chegar até a cavidade gástrica. › Mistura – o alimento que chega ao estômago deve ser misturado com as secreções nele presentes, de modo que ocorra a digestão. Ocasionado pelas ondas peristálticas fracas a partir do rítmo elétrico básico (REB) – funções próprias da musculatura lisa gastrointestinal. Essas ondas peristálticas aumentam em direção a porção mais distal do estômago, o antro pilórico. A peristalse mais intensa na porção distal + musculatura hipertrofiada diferenciada do piloro = contração do esfíncter pilórico. Retropulsão – o alimento chega na região pilórica, “bate” no piloro, que está fechado, e volta para a região do corpo do estômago → aumenta a eficiência da digestão. › Esvaziamento – condução do quimo do estômago ao duodeno. “bomba pilórica” dada pela função contrátil da musculatura gástrica. Deve ter uma velocidade adequada para que o duodeno não tenha suas funções prejudicadas. Fatores regulatórios são estimulados pela mecânica estomacal e pela natureza do alimento (mais ácido, mais salino, etc). Envolvidos nesses fatores, tem-se secreções neurohormonais excitatórias (ACh, gastrina) ou inibitórias (secretina, colecistocinina). >> fatores regulatórios do esvaziamento – iniciados no estômago são estimulatórios do esvaziamento; iniciados no duodeno são inibitórios do esvaziamento. >> na mucosa há receptores químicos, por isso a natureza do alimento influencia no esvaziamento gástrico. Glândula Gástrica › Composta por diversas células especiais com diferentes funções secretórias e tipos de secreção. › Os produtos dessas glândulas compõe a secreção gástrica, que compõe o suco gástrico. › Exceção: gastrina, produzida na célula G, não é lançada na luz do estômago. › Composição do suco gástrico: Pepsina: secretada pelas céls. principais na forma inativa pepsinogênio. Muco: secretado pelas céls. mucosas do colo. Ácido clorídrico (HCl): secretado pelas céls. parietais ou oxínticas. Fator intrínseco: secretado pelas céls. parietais ou oxínticas. Secreção Gástrica › Mecanismo de Secreção de HCl pela célula parietal. Membrana basolateral: presença da bomba sódio-potássio ATPase. Membrana luminal: presença da bomba de prótons – promove o cotransporte de H+ para a luz e K+ para o meio intracelular. Membrana basolateral: cotransportador Cl-/HCO3- (entra Cl- na célula e sai íon bicarbonato). O Cl- se movimenta passivamente para a luz intestinal. › A bomba de H+/K+ fornece energia para todo processo. Quando a célula parietal é estimulada, a bomba secreta H+ para o lúmen, em troca do K+ que vai para a célula. O H+ é fornecido pelo processo de dissociação do ácido carbónico em CO2 e H2O por intermédio da enzima anidrase carbônica. CO2 + H2O --------> H2CO3 ---------> H+ + HCO3- › Com a ação da bomba hidrogênio-potássio, é criado um gradiente a favor da saída do K+ da célula. Membranas luminal e basolateral: canal de K+ (passivo). Regulação da Secreção Gástrica › Estimulam a cél. parietal Acetilcolina – secretada pelo sistema nervoso entérico. Gastrina – hormônio produzido pelas céls. G da mucosa gástrica. Histamina – secretada pelas células tipo-enterocromafim (ECL); a secreção é dada em resposta a estímulos parassimpáticos do nervo vago. › Inibem a cél. parietal Somatostatina – secretada pelas céls. D. Prostaglandinas – regulam a secreção gástrica! >> a ACh tem efeito direto (possui receptores na membrana da cél. parietal) e indireto (interfere na célula produtora de histamina, que estimula a cél. parietal). Influência da Dieta na Secreção Ácida › Há uma influência da secreção das céls. parietais de acordo com o tipo de alimento que chega ao estômago. › Produtos da digestão da proteína – estimulam as células G. As céls. G, por sua vez, estimulam a secreção de gastrina. A gastrina estimula as céls. parietais, aumentando a secreção de HCl. › Produtos da digestão proteica – estímulam células endócrinas intestinais. Essas células, êntero-oxintínas, secretam compostos que estimulam as células parietais! › De acordo com alguns autores, os amnoácidos também estimulam as céls. parietais. Influência da Bioquímica e Mecânica do Alimento na Secreção Ácida › Distensão gástrica pelo alimento. Estimula o sistema nervoso entérico (SNE) local → resulta na secreção de neurotransmissores por seus neurônios (ACh). Também, através do reflexo vagal, há a secreção de ACh e de vários peptídeos como o GRP (peptídeo liberador de gastrina), que atua estimulando as céls. G. >> gastrina tem efeito direto (estimulando a cél. parietal a secretar HCl) e efeito indireto (estimulando as células ECL a secretarem histamina, que vai estimular as céls. parietais). Mecanismo de Sinalização dos Reguladores da Secreção Ácida › Cada regular age sobre receptores específicos na membrana das céls. parietais. › Na regulação da secreção gástrica, tem-se ação de diferentes compostos de diferentes naturezas. › A transdução do sinal da maioria desses reguladores é feita por proteínas G. Diferentes ptns G atuam se for um regulador estimulatório ou inibitório. › A ação modulada do conjunto de reguladores vai interferir com a bomba H+/K+ localizada na membrana luminal das céls. parietais. Efeitos Diretos e Indiretos da Estimulação Vagal na Secreção Ácida › A acetilcolina é secretada pelo neurônio pós-ganglionar parassimpático que faz parte do SNE (ramos do nervo vago). Ela atua de forma indireta e direta em ambas estimulação e inibição da secreção ácida. Na região do corpo do estômago ela estimula as céls. ECL (aumenta a secreção pela histamina) e as céls D (diminuem a secreção pela somastotatina); além disso, a ACh estimula diretamente a cél. parietal. Na região do antro pilórico ela estimula as céls. G (estimulam a secreção pela gastrina) e estimula as céls. D. › Desse modo, a ativação vagal estimula várias respostas das céls. através dos neurotransmissores e peptídeos. Proteção da Mucosa Gástrica › Ação do muco – secretado pelas céls. mucosas. › Bicarbonato. › PGE2 – prostaglandina do tipo E. Regula a produção de bicarbonato. Por isso, qualquer agente que interfira na ação/produção dessa prostaglandina, vai prejudicar a proteção da mucosa gástrica.. >> muco + bicarbonato = conferem proteção contra a ação do ácido clorídrico; mantém o pH perto da mucosa neutro. Fases da Secreção Gástrica › Cefálica – se dá antes da ingesta do alimento. O estômago se prepara para receber o alimento. Fase mediada por estímulos do SNC – olfato, visão, pensamento. › Gástrica – com o alimento no estômago + distensão + natureza do alimento. Liberação dos influenciadores da secreção gástrica e da secreção em si. › Intestinal – quando o alimento chega ao duodeno, esse mesmo alimento regula a secreção gástrica.
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