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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira APOSTILA DE DESENHO TÉCNICO APLICADO À METALURGIA Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará Campus: Industrial de Marabá Curso: Técnico Subsequente em Metalurgia Autor: Eng. MSc. Daniel Rodrigues Oliveira MARABÁ-PA 2020 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Cláudio Alex Jorge da Rocha Reitor Elinilze Guedes Teodoro Pró-Reitor de Ensino Equipe da Pró-Reitoria de Ensino Marta Coutinho Diretor de Políticas de Ensino e Educação do Campo Gleice Izaura Oliveira Coordenador Geral da Educação Básica Jucinaldo Ferreira Coordenador Geral de Legislação, Registro e Indicadores Educacionais Adria Maria Neves Monteiro de Araújo Marcelo Damião Bogoevik Carla Andreza Amaral Lopes Lira Equipe Pedagógica Ana Paula Palheta Santana Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação Fabricio Medeiros Alho Pró-Reitora de Extensão SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Danilson Lobato da Costa Pró-Reitor de Administração Raimundo Nonato Sanches de Souza Pró-Reitor de Desenvolvimento Institucional Jackson Oliveira Diretor Geral do Campus Industrial Marabá Everaldo Afonso Fernandes Diretor de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação do Campus Industrial Marabá Hudson Batista Oliveira Chefe do Departamento de Ensino e Assuntos Educacionais do Campus Industrial Marabá Daniel Rodrigues Oliveira Coordenador do Curso Disciplina: Desenho Técnico aplicado a Metalurgia Carga Horária semanal: 4 h Carga Horária aula: 80 h Carga Horária relógio: 67 h SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Sumário 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 5 1.1. Definição de desenho técnico............................................................................... 7 1.2. Visão Espacial ........................................................................................................... 8 2. INSTRUMENTOS DE DESENHO TÉCNICO .............................................................. 10 2.1. Lápis ou lapiseiras ................................................................................................. 10 2.1.1. Lapiseira Tradicional ........................................................................................ 10 2.1.2. Lapiseira Mecânica .......................................................................................... 10 2.1.3. Lápis ................................................................................................................... 10 2.2. Borracha ................................................................................................................... 12 2.3. Esquadros ................................................................................................................ 12 2.4. Escalímetro .............................................................................................................. 14 2.5. Compasso ................................................................................................................ 14 2.6. Gabaritos .................................................................................................................. 16 2.7. Régua Paralela ........................................................................................................ 17 2.8. Transferidor ............................................................................................................. 17 2.9. Prancheta ................................................................................................................. 17 3. NORMAS TÉCNICAS DE DESENHO .......................................................................... 19 3.1. Normas básicas para execução de desenhos técnicos: ............................. 19 3.2. Classificação dos desenhos técnicos (fonte nb8) ........................................ 20 3.2.1. Quanto ao aspecto geométrico ...................................................................... 21 3.2.2. Quanto ao grau de elaboração ....................................................................... 21 3.2.3. Quanto ao grau de pormenorização .............................................................. 21 3.2.4. Quanto ao material empregado ...................................................................... 22 3.2.5. Quanto à técnica de execução ....................................................................... 22 3.2.6. Quanto ao modo de obtenção ........................................................................ 22 4. FORMATOS DE PAPEL ................................................................................................. 23 4.1. Folhas de desenho – Leiaute e dimensões (NBR 10068) ............................ 23 4.2. Dobramento de folhas (NBR 13142) .................................................................. 25 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira 5. APRESENTAÇÃO DA FOLHA PARA DESENHO: LEGENDA E LISTA DE ITENS (NBR 10067, NBR 10582 E NBR 13272) ................................................................ 27 5.1. Legendas .................................................................................................................. 27 5.2. Listas de peças ....................................................................................................... 29 6. CALIGRAFIA TÉCNICA (NBR 8402) ........................................................................... 32 7. LINHAS (NBR 8403)........................................................................................................ 34 8. ESCALAS (NBR 8196) ................................................................................................... 36 9. VISTAS ORTOGRÁFICAS ............................................................................................. 38 9.1. Vistas Principais ..................................................................................................... 38 9.2. Vistas Auxiliares ..................................................................................................... 49 9.3. Vistas Seccionais ................................................................................................... 51 10. PERSPECTIVAS.....................................................................................................6010.1. Perspectiva Axonométrica...........................................................................61 10.2. Perspectiva Cavaleira...................................................................................66 10.3. Perspectiva Cônica........................................................................................67 11. COTAGEM..............................................................................................................68 11.1. Linhas de Cota................................................................................................69 12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................73 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira 1. INTRODUÇÃO Já nos primeiros tempos da História da humanidade manifestou-se entre os homens a necessidade de se comunicarem uns com os outros. Assim nasceu a fala humana, partindo dos primeiros sons e vozes inarticulados, primitivos, até chegar ao elevado grau de desenvolvimento das línguas civilizadas do nosso tempo. Não obstante, jamais bastou a palavra falada ao homem para expressar seus sentimentos. E assim, ao mesmo tempo em que a fala, surgiu a imagem, veja a figura 1: Figura 1: Homem pré-histórico e suas primeiras formas de expressão. Nas grutas calcárias da França e da Espanha foram encontradas pintadas com almagre nas paredes, figuras de animais e cenas de caça que foram conservadas durante mais de 30.000 anos, figura 2: Figura 2: Desenhos de animais em uma gruta em Dordonha, França. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira A dura luta pela existência levava aos homens da antiguidade a imaginar continuamente novos instrumentos, ferramentas e armas e os obrigava para isto a dar esclarecimentos e instruções de uso e forma gráfica, como pode se comprovar pela grande quantidade de representações de caráter técnico procedentes das épocas pré-históricas ou desenhos técnicos da Antiguidade e da Idade Média, figura 3: Figura 3: Desenho de mecanismo desenvolvido na idade média. O Desenho é uma linguagem universal de representação e comunicação. Permite a interpretação e compreensão harmoniosa de uma multiplicidade de realidades, bem como a transmissão fácil dessas e de eventuais outras mensagens que encerre. Associado à normalização, funciona como um eficaz veículo de comunicação de ideias e de ordenações técnicas e operacionais, que não se esgota apenas na simples representação normalizada (cuja apresentação gráfica rigorosa tem sofrido uma extrema evolução com a aplicação das novas tecnologias), mas que proporciona uma conjugação de saberes complementares. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira A viabilização de boas ideias depende de cálculos exaustivos, estudos econômicos, análise de riscos etc. que, na maioria dos casos, são resumidos em desenhos que representam o que deve ser executado ou construído ou apresentados em gráficos e diagramas que mostram os resultados dos estudos feitos. Todo o processo de desenvolvimento e criação dentro da engenharia está intimamente ligado à expressão gráfica. Na indústria, para a execução de uma determinada peça, as informações podem ser apresentadas de diversas maneiras: A palavra - dificilmente transmite a ideia da forma de uma peça. A peça - nem sempre pode servir de modelo. A fotografia - não esclarece os detalhes internos da peça. O desenho - transmite todas as ideias de forma e dimensões de uma peça, e ainda fornece uma série de informações, como: O material de que é feita a peça O acabamento das superfícies A tolerância de suas medidas, etc. 1.1. Definição de desenho técnico O desenho técnico é uma maneira de expressão gráfica que tem por finalidade a representação de forma, dimensão e posição de objetos, de acordo com as diferentes necessidades requeridas pelas diversas modalidades de engenharia e também da arquitetura. (apostila da uniasselvi) O desenho técnico é uma ferramenta que pode ser utilizada não só para apresentar resultados como também para soluções gráficas que podem substituir cálculos complicados. Apesar da evolução tecnológica e dos meios disponíveis pela computação gráfica, o ensino de Desenho Técnico ainda é imprescindível na formação de qualquer modalidade de engenheiro, pois, além do aspecto da linguagem gráfica que permite que as ideias concebidas por alguém sejam executadas por terceiros, o desenho técnico desenvolve o raciocínio, o senso de rigor geométrico, o espírito de iniciativa e de SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira organização. Assim, o aprendizado ou o exercício de qualquer modalidade de engenharia irá depender de uma forma ou de outra, do desenho técnico. Para que o desenho técnico seja realizado, utiliza-se de um conjunto constituído por linhas, números, símbolos e indicações escritas normalizadas internacionalmente. A figura 4 a seguir exemplifica a representação de forma espacial, através de figuras planas: Figura 4: Representação bidimensional de um cubo. Através da figura 4 podemos concluir que: Para os leigos, a figura é a representação de três quadrados. Na linguagem gráfica do desenho técnico, a figura corresponde à representação de um determinado cubo. 1.2. Visão Espacial SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Visão espacial é um dom que em princípio todo mundo tem. E ela que dá a capacidade de percepção mental das formas espaciais. Perceber mentalmente uma forma espacial significa ter o sentimento da forma espacial, sem precisar ver o objeto real. Por exemplo, fechando os olhos pode-se ter o sentimento da forma espacial de uma colher, de um avião, de uma casa etc. A visão espacial permite a compreensão de formas espaciais sem estar vendo fisicamente os objetos. Na figura 5 são mostrados exemplos de objetos em três dimensões e as mesmas vistas em duas dimensões: Figura 5: Peças mecânicas em perspectivas e em vistas. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira2. INSTRUMENTOS DE DESENHO TÉCNICO Agora iremos ver os instrumentos de desenho técnico mais como: lápis ou lapiseiras, borracha, esquadro, escalímetro, compasso, régua paralela, transferidor e prancheta. 2.1. Lápis ou lapiseiras 2.1.1. Lapiseira Tradicional Devido ao seu grafite relativamente espesso, ela facilita o traçado de diversos pesos de linhas nítidos. O principiante deve manter a ponta bem afiada até desenvolver habilidade de girar a lapiseira enquanto desenha. 2.1.2. Lapiseira Mecânica Utiliza uma mina de grafite, que não necessita ser apontada. Ela é utilizada para o traçado de linha nítidas e finas se você girá-la suficientemente enquanto desenha. Para linhas relativamente espessas e fortes, você tem que usar uma série de linhas, ou uma lapiseira com minas de grafite mais espessas. Estão disponíveis lapiseiras que utilizam minas de 0,3 mm, 0,5mm, 0,7mm e 0,9mm, principalmente. O ideal é que a lapiseira tenha uma pontaleta de aço, com a função de proteger o grafite da quebra quando pressionado ao esquadro no momento da graficação. 2.1.3. Lápis O lápis comum de madeira e grafite também pode ser usado para desenho. O lápis dever ser apontado, afiado com uma lixa pequena e, em seguida, ser limpo com algodão, pano ou papel. De maneira geral, costuma se classificar o lápis através de letras, números, ou ambos, de acordo com o grau de dureza do grafite (também chamado de “mina”). Classificação por números: Nº 1 – macio geralmente usado para esboçar e para destacar traços que devem sobressair; Nº 2 – médio, é o mais usado para qualquer traçado e para a escrita em geral; Nº 3 – duro, usado em desenho geométrico e técnico. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Classificação por letras: A classificação mais comum é H para o lápis duro e B para lápis macio. Esta classificação precedida de números dará a gradação que vai de 6B (muito macio) a 9H (muito duro), sendo HB a gradação intermediária. Outras classificações: 4H duro e denso: Indicado para lay-outs precisos Não indicado para desenhos finais Não use com a mão pesada – produz sulcos no papel de desenho e fica difícil de apagar; Não copia bem. 2H médio duro Grau de dureza mais alto, utilizado para desenhos finais; Não apaga facilmente se usado com muita pressão. FH médio Excelente peso de mina para uso geral; Para lay-outs, artes finais e letras. HB macio Para traçado de linhas densas, fortes e de letras; Requer controle para um traçado de linhas finas; Facilmente apagável; Copia bem; Tende a borrar com muito manuseio. A dureza de um grafite para desenho depende dos seguintes fatores: 1. O grau do grafite, que varia de 9H (extremamente duro) a 6B (extremamente macio); SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira 2. Tipo e acabamento do papel (grau de aspereza): quanto mais áspero um papel, mais duro deve ser o grafite que você usar; 3. A superfície de desenho: quanto mais dura a superfície, mais macio parece o grafite; 4. Umidade: condições de alta umidade tendem a aumentar a dureza aparente do grafite. * Atualmente é mais prático o uso de lapiseira. Recomendamos a de 0,5mm e a de 0,9mm, com grafite HB. **Todos os três tipos de instrumentos são capazes de produzir desenhos de qualidade. Sua preferência pessoal é uma questão de OPÇÃO e de HABILIDADE PESSOAL. 2.2. Borracha Sempre use borracha macia, compatível com o trabalho para evitar danificar a superfície do desenho. Evite o uso de borrachas para tinta, que geralmente são mais abrasivas para a superfície de desenho. 2.3. Esquadros É o conjunto de duas peças de formato triangular-retangular, uma com ângulos de 45º e outra com ângulos de 30º e 60º (obviamente, além do outro ângulo reto –90º). São denominados de “jogo de esquadros” quando são de dimensões compatíveis, ou seja, o cateto maior do esquadro de 30/60 tem a mesma dimensão da hipotenusa do esquadro de 45. Utilizados para o traçado de linhas verticais, horizontais e inclinadas, sendo muito utilizado em combinação com a régua paralela. Na figura 6 é mostrado os dois tipos de esquadros mais encontrados no mercado. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Figura 6: Esquadros de 45º e de 60º. Ainda com a combinação destes esquadros torna-se possível traçar linhas com outros ângulos conhecidos, veja a figura 7. Os esquadros devem ser de acrílico e sem marcação de sua gradação. Figura 7: Ângulos que podem ser conseguidas utilizando apenas a combinação de dois esquadros, um de 45º e outro de 60º. Aspectos de qualidade dos esquadros: SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Materiais de desenho de acrílico não amarelam rapidamente com o tempo; Maior resistência a arranhões; Facilidade de manuseio Retenção da linearidade da borda; Cuidados: Não use o esquadro como guia para corte; Não use o esquadro com marcadores coloridos; Mantenha-o limpo com uma solução diluída de sabão neutro e água (não utilize álcool na limpeza, que deixa o esquadro esbranquiçado). 2.4. Escalímetro O escalímetro é um instrumento destinado à marcação de medidas, na escala do desenho. Pode ser encontrado com duas gradações de escalas, mas a mais utilizada e recomendável em arquitetura é o que marca as escalas de 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100 e 1:125. Não deve ser utilizado para o traçado de linhas. Na figura 8 é mostrado uma foto de um escalímetro. Figura 8: Escalímetro de 6 escalas para ampliação. 2.5. Compasso É o instrumento que serve para traçar circunferências ou arcos de circunferência. O compasso serve para o traçado de círculos de quaisquer raios. Deve oferecer um ajuste perfeito, não permitindo folgas. Veja figura 9 abaixo: SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Figura 9: Compasso para desenho técnico. Usa-se o compasso da seguinte forma: aberto com o raio desejado, fixa- se a ponta seca no centro da circunferência a traçar e, segurando-se o compasso pela parte superior com os dedos indicador e polegar, imprime-se um movimento de rotação até completar a circunferência. Veja também a figura 10: Figura 10: Instruções para manuseio de um compasso. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO- CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira 2.6. Gabaritos São chapas em plástico ou acrílico, com elementos diversos vazados, que possibilitam a reprodução destes nos desenhos. O gabarito de círculos é útil para o traçado de pequenos círculos de raios pré-disponíveis. Outros gabaritos úteis: formas geométricas, equipamentos sanitários/ hidráulicos e mobiliário. A figura 11 mostra exemplos de gabaritos: Figura 11: Gabaritos usados para aplicações diversas em desenho técnico. Para curvas de raio variável usa-se a “curva francesa”, como mostrado na figura 12 abaixo: Figura 12: Curva francesa para desenhos de curvas de raio variável. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira 2.7. Régua Paralela Destinada ao traçado de linhas horizontais paralelas entre si no sentido do comprimento da prancheta, e a servir de base para o apoio dos esquadros para traçar linhas verticais ou com determinadas inclinações. O comprimento da régua paralela deve ser um pouco menor do que o da prancheta. Na figura 13 é mostrado um exemplo de uma régua paralela, também chamada de régua T. 2.8. Transferidor Os transferidores em forma de círculos ou semicírculos (figura 14) devem tornar possível a medição dos ângulos já traçados e o desenho exato dos mesmos. Os de celuloide são preferíveis aos opacos, mesmo que sejam metálicos ou de resina artificial. Os trabalhos delicados exigem uma margem inclinada especialmente fina, com graduação de meio em meio grau e que seja facilmente legível. Uma graduação dupla facilita as medidas. (livro desenho técnico). Figura 14: Transferidores em forma de semicírculo e círculo. 2.9. Prancheta SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Geralmente de madeira, em formato retangular, onde se fixam os papéis para os desenhos, vide figura 15. Para cobrir pranchetas, pode-se usar o seguinte: 1. Coberturas de vinil, que fornecem uma superfície de desenho suave e uniforme. Furos de alinhamento e cortes ficam naturalmente encobertos. 2. Revestimento e fórmica ou material resistente similar, sem imperfeições de superfície. Figura 15: Figura mostrando uma prancheta de desenho profissional sendo utilizada. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira 3. NORMAS TÉCNICAS DE DESENHO Para transformar o desenho técnico em uma linguagem gráfica foi necessário padronizar seus procedimentos de representação gráfica. Essa padronização é feita por meio de normas técnicas seguidas e respeitadas internacionalmente. No Brasil as normas técnicas são aprovadas e editadas pela Associação Brasileira de Normas técnicas – ABNT, fundada em 1940. As normas técnicas que regulam o desenho são normas editadas pela ABNT, registradas pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) como normas brasileiras – NBR e estão de acordo com as normas internacionais ISO (International Organization for Standardization). A execução de desenho técnico é inteiramente normalizada ABNT. Os procedimentos para execução de desenhos técnicos aparecem em normas gerais que abordam desde a denominação e classificação dos desenhos até as formas de representação gráfica. Por que padronizar? Economia Rapidez Qualidade Segurança 3.1. Normas básicas para execução de desenhos técnicos: Foram criadas várias normas técnicas para elaboração de desenhos técnicos: Tabela 1: Normas técnicas da ABNT aplicadas a desenho técnico. Código Título NBR 5984 Norma Geral de Desenho Técnico (antiga NB 8) NBR 8196 Emprego de escalas em desenho técnico NBR 8402 Execução de caracter para escrita em desenho técnico NBR 8403 Aplicação de linhas em desenho – Tipos de Linha – Largura das linhas NBR 10067 Princípios gerais de representação em desenho técnico NBR 10068 Folha de desenho – Leiaute e dimensões NBR 10582 Apresentação de folhas em desenho técnico SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira IDENTIFICAÇÃO DE NORMA DA ABNT Figura 16: Exemplo de uma norma técnica e suas terminologias. 3.2. Classificação dos desenhos técnicos (fonte nb8) Código da Norma Data de Referência: para normas com mesmo código, mais recente é que será válida Título Tipo da Norma Padronização Procedimento Terminologia Origem Normas e/ou trabalhos que deram origem à norma Palavra-chave Para localização de normas por assunto Número de Páginas Corpo da Norma SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Os desenhos técnicos se classificam segundo os critérios seguintes: 3.2.1. Quanto ao aspecto geométrico Quanto ao aspecto geométrico os desenhos podem ser projetivos e não projetivos. O primeiro é resultante de projeções do objeto sobre um ou mais planos que se fazem coincidir com o do próprio desenho. Estes podem ser: Vistas ortográficas – Figuras resultantes de projeções cilíndricas ortogonais do objeto, sobre planos convenientemente escolhidos, de modo a representar, com exatidão, a forma do mesmo com seus detalhes. Perspectivas – Figuras resultantes de projeção cilíndrica ou cônica, sobre um único plano, com a finalidade de permitir uma percepção mais fácil da forma do objeto. Já os desenhos não projetivos representam as figuras que o constituem de maneira diferente das de projeções. Compreende larga variedade de representações gráficas, tais como: diagramas, esquemas, ábacos, nomogramas, fluxogramas, organogramas, gráficos, etc. 3.2.2. Quanto ao grau de elaboração Em relação ao grau de elaboração de um desenho técnico o desenho pode ser: Esboço – Representação gráfica rápida. Aplicado habitualmente aos estágios iniciais da elaboração de um projeto podendo, entretanto, servir ainda à representação de elementos existentes ou à execução de obra. Desenho preliminar – Representação gráfica empregada nos estágios intermediários da elaboração do projeto sujeita ainda a alterações. Corresponde ao anteprojeto. Desenho definitivo – Desenho correspondentea solução final do projeto, contendo os elementos necessários à sua compreensão, de modo a poder servir à execução, este também é denominado de desenho para execução. 3.2.3. Quanto ao grau de pormenorização SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Os desenhos técnicos também podem ser feitos a fim de se detalhar melhor o objeto o qual ele está representando. Sendo assim, podemos ter: Detalhe – Desenho de componente isolado ou de parte de um todo complexo. Desenho de conjunto - Desenho mostrando reunidos vários componentes, que se associam para formar um todo. 3.2.4. Quanto ao material empregado Quanto ao material empregado temos: Desenho à lápis; Desenho à tinta; Desenho à giz, carvão, etc. 3.2.5. Quanto à técnica de execução Quanto à maneira de executar o desenho temos: Desenho à mão livre; Desenho com instrumentos. 3.2.6. Quanto ao modo de obtenção Há diferentes formas de se obter o desenho técnico para poder utilizá-lo. Assim, podemos classificar da seguinte maneira: Original – Desenho matriz que serve à obtenção de novos exemplares. Reprodução – Desenho obtido, a partir do original. Esta reprodução pode ser uma cópia, quando o desenho possui as mesmas dimensões do original, ou pode ser uma ampliação ou uma redução, quando a reprodução é proporcionalmente maior ou menor respectivamente. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira 4. FORMATOS DE PAPEL As folhas de papel utilizadas para desenhos técnicos possuem vários formatos, que são normalizados pela ABNT. Isto é feito para atender as diferentes necessidades existentes para desenhos de projetos. 4.1. Folhas de desenho – Leiaute e dimensões (NBR 10068) O formato básico do papel, chamado de A0 (A zero), é do retângulo de lados medindo 841 mm e 1.189 mm, tendo área de 1m². Do formato básico derivam os demais formatos. Na figura 17 é mostrado os formatos de papel desde o A0 até A4. Pode-se observar que todos os formatos se originam a partir do formato A0: Figura 17: Formatos de papel desde o formato A0 até o A4. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira A tabela 2 abaixo mostra os formatos de papel, desde o formato A0 até o formato A4. Além destes formatos, ainda existem formatos maiores que A0 (2 A0 e 4 A0) e menores que A4 (A5 e A6), não exibidos na tabela. Tabela 2: Dimensões dos formatos padronizados de folhas de desenho (NBR 10068). Designação Dimensões A0 841 X 1189 A1 594 X 841 A2 420 X 594 A3 295 X 420 A4 210 X 297 As folhas de desenho técnico devem possuir margens que são desenhadas pelo próprio desenhista ou já podem ser compradas com as margens desenhadas. Na figura 18 abaixo é mostrado uma folha de papel com as margens desenhadas, a letra “a” no desenho identifica as dimensões das margens: Figura 18: Folha de papel para desenho técnico mostrando as margens desenhadas. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira A tabela 3 a seguir mostra quais são as dimensões padrões para as margens conforme a norma NBR 8403: Tabela 3: Largura das linhas e margens aplicadas aos formatos de papel para desenho técnico (NBR 8403). Formato Margem Largura da linha (Conforme NBR 8403) Esquerda Direita, Inferior e Superior A0 25 10 1,4 A1 25 10 1,0 A2 25 7 0,7 A3 25 7 0,5 A4 25 7 0,5 4.2. Dobramento de folhas (NBR 13142) Quando é necessário dobrar as folhas desenho o formato final deve ser o A4. As folhas devem ser dobradas de modo a deixar visível o quadro destinado à legenda. O dobramento das folhas de formatos A0, A1, A2 e A3 para fixação em pasta ou classificadores A4 pode ser feito de acordo como indicado na figura 19. Efetua-se o dobramento a partir do lado “d” (direito) em dobras verticais de 185 mm. A parte final “a” é dobrada ao meio. Para o formato A2, por ser a parte final de apenas 14 mm, é permitido um dobramento simplificado, com dobras verticais de 192 mm. Já tendo dobrado no sentido da largura, a folha deve agora ser dobrado segundo a altura, em dobras horizontais de 297 mm. Para facilitar o dobramento, é aconselhado assinalar, nas margens, as posições das dobras e enfim, quando as folhas de formato A0, A1 e A2 tiverem de ser perfuradas, para arquivamento, deve-se dobrar para trás o canto superior esquerdo, como mostrado na figura 19. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Figura 19: Dobramentos de folhas de desenho segundo NBR 13142. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira 5. APRESENTAÇÃO DA FOLHA PARA DESENHO: LEGENDA E LISTA DE ITENS (NBR 10067, NBR 10582 E NBR 13272) 5.1. Legendas A legenda é uma zona que possui um ou mais campos, delimitada por um retângulo. Localiza-se, normalmente, no canto inferior direito da folha de desenho, e contém a informação relativa ao desenho, como a identificação dos projetistas/desenhistas, da empresa proprietária, o nome do projeto e outros. Na figura 20 é mostrada uma folha de desenho técnico com a legenda posicionada na folha de maneira adequada. (fonte: desenho técnico moderno 4ed Arlindo Silva). Figura 20: Folha de desenho técnico contendo o posicionamento correto da legenda. As normas ISO 7200 e NP 204 definem tipos e conteúdos de legendas. Segundo a ISO 7200, a legenda deve possuir duas zonas para inscrição: Zona de identificação e Zona de informação adicional. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Zona de identificação: Esta zona localiza-se no canto inferior direito da legenda, e deve ser delimitada por traço contínuo grosso, da mesma espessura de linha utilizada para a moldura. Esta zona deve conter obrigatoriamente: Número de registro ou de identificação do desenho - Deve localizar-se no canto inferior direito da zona de identificação. Título do desenho – Deve descrever adequadamente a peça (ou conjunto de peças) representada no desenho. Nome da empresa proprietária do desenho – Esta pode ser tanto uma abreviatura como um logotipo. Na figura 21 é visto um exemplo de legenda contendo as informações necessárias para a identificação de um desenho técnico. Figura 21: Legenda contendo as informações da zona de identificação do desenho. Zona de informação adicional: Deve ser adjacente à zona de identificação por cima ou à esquerda desta. Esta pode ser subdividida do seguinte modo: Informação indicativa. Informação técnica. Informação administrativa. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira A informação indicativa destina-se a evitar erros de interpretação relacionados com o método de representação, podendo incluir: O símbolo correspondente ao método de projeção usado (método europeu ou americano). A escala do desenho A unidade dimensional linear: Em engenharia mecânica se não for milímetros. A informação técnica relaciona-se com métodos e convenções usados na representação de produtos ou desenhos de fabricação, que inclui: Método de indicação de estados de superfície. Método de indicação de tolerâncias geométricas. Valores gerais de tolerâncias dimensionais, não indicadas na cotagem. Outras informações técnicas. A informação administrativa relaciona-se com a gestão e controle dos desenhos, que incluem: Formato da folha de desenho usada Data da realização do desenho Símbolo de revisão indicado no campo do registro ou identificação do desenho. Data e descrição abreviada da revisão. Esta informação deve ser posicionada fora da legenda, na forma de tabela. Outras informações administrativas como, por exemplo, as assinaturas dos responsáveis pelo projeto e pelo desenho. 5.2. Listas de peças Em desenhos de conjunto há a necessidade de se identificar claramente cada uma das peças individuais. A identificação, apresentada na forma de tabela, constitui a lista de peças que também pode ser nomeada como lista de itens. A lista de peças deve, obrigatoriamente, acompanhar um desenho de conjunto, podendo ser incluída no próprio desenho ou apresentada em uma SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira folha separada. Quando for o caso, a lista deve ser identificada com o mesmo número do desenho de conjunto e na legenda deve constar “Lista de Peças”. De acordo com a NBR 13272, a lista de peças deve ser inserida acima ou à esquerda da legenda, tem o cabeçalho na parte inferior e é preenchida de baixo para cima. De acordo com a norma ISSO 7573, a lista de peças deve ser organizada na forma de tabela, a traço grosso ou fino. As colunas devem conter um conjunto de informações obrigatórias: Número de referência; Designação; Quantidade; Norma/Desenho Nº; Material. A coluna do Número de referência indica, sequencialmente, o número de todas as peças individuais, não repetidas, apresentadas no desenho de conjunto. A coluna da Designação contém o nome ou designação atribuída à peça individual referenciada. A Quantidade é o número total de peças do tipo referenciado, presentes no conjunto. A coluna do Material indica a referência do material usado na fabricação da peça. Esta referência deve ser a mais completa possível, devendo, no caso de materiais normalizados, ter a indicação da norma. Na figura 22 abaixo é mostrado uma lista de peças de acordo com a norma NP 205: SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Figura 22: Lista de peças NP 205. A lista de peças ainda pode incluir outras informações, seja para fabricação de peças ou para montagem de conjunto: Observações como, por exemplo, para indicar que uma determinada peça é adquirida de outra empresa; Peso; Número do molde/matriz; Autor do desenho; Nome do arquivo (útil em CAD); Data de criação do desenho; Data da última modificação; Palavras-chave; Número do documento ou do projeto, usado em peças comuns a outros projetos. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira 6. CALIGRAFIA TÉCNICA (NBR 8402) As letras e os algarismos usados em legendas ou anotações podem ser verticais ou inclinados para a direita, adotando-se, neste último caso, um ângulo de inclinação com a linha de base entre 60º e 75º. Os tipos de letras e algarismos devem ser bem legíveis e de rápida execução (se você conseguir). Fonte NB8. Na figura 23 é mostrado exemplos de letras e algarismos desenhados de maneira inclinada e vertical. Figura 23: Exemplos de letras e algarismos desenhos inclinados e na vertical. As palavras, exceto em alguns casos especiais, devem ser desenhados de frente para quem observe o desenho pelo lado inferior ou pelo lado direito. As letras e os algarismos devem possuir algumas proporções com relação as suas alturas. Assim, as letras maiúsculas e minúsculas possuem diferenças em suas dimensões como altura, largura e espessura da linha segundo a norma. O espaçamento entre as letras e algarismos também são normalizados. Todas estas medidas podem ser vistas na figura 24: SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Figura 24: Dimensões das letras e algarismos. A tabela 4 abaixo mostra quais são as proporções das medidas que devem ser seguidas de acordo com a norma NBR 8402. Tabela 4: Proporção e dimensão de símbolos gráficos para desenho técnico (Norma NBR 8402). Característica Relação Dimensões (mm) Altura de letra Maiúscula h (10/10) h 2,5 3,5 5 7 10 14 20 Altura das letras minúsculas c (7/10) h - 2,5 3,5 5 7 10 14 Distância mínima entre caracteres a (2/10) h 0,5 0,7 1 1,4 2 2,8 4 Distância mínima entre linhas de base b (14/10) h 3,5 5 7 10 14 20 28 Distância mínima entre palavras e (6/10) h 1,5 2,1 3 4,2 6 8,4 12 Largura da linha d (1/10) h 0,2 5 0,35 0,5 0,7 1 1,4 2 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira 7. LINHAS (NBR 8403) Nos desenhos técnicos é recomendado utilizar linhas de três espessuras: grossa, médiae fina. Qualquer que seja o meio de execução a lápis ou a tinta, o desenhista deve fixar as espessuras, que devem ser nitidamente distintas entre si. Nos desenhos a relação linha grossa/ média/ fina deve ser aproximadamente de 4:2:1. Primeiramente, deve ser estabelecida a espessura da linha grossa e posteriormente a espessura das outras linhas, como no exemplo abaixo: Linha grossa - 0,4 mm; Linha média - 0,2 mm; Linha fina - 0,1 mm. A espessura de uma linha nunca deve ser inferior a 0,1 mm. A largura das linhas deve ser escolhida conforme o tipo, dimensão, escala e densidade de acordo o seguinte escalonamento (em mm): 0.13, 0.18, 0.25, 0.35, 0.70, 1.00, 1.40 e 2.00. As larguras 0.13 e 0.18 mm são utilizadas apenas para originais em que a reprodução se faz em escala natural, não sendo recomendadas para reproduções com redução. A tabela 5 mostra os tipos de linha segundo a norma. Tabela 5: Tipos de linhas segundo a antiga norma NB-8. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Na figura 25 abaixo é mostrado os diversos tipos de aplicações de linhas: Figura 25: Aplicações de linhas. Na prática, nos desenhos a lápis frequentemente só se usam duas espessuras de linhas para simplificar o trabalho: Linha grossa e média – 0,7 mm; Linha fina - 0,5 ou 0,3 mm. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira 8. ESCALAS (NBR 8196) Escala é a relação entre duas dimensões. A escala a ser escolhida para um desenho técnico depende da complexidade de um objeto ou elemento a ser representado e da finalidade da representação. Independentemente do caso, a escala selecionada deve ser suficiente para permitir uma interpretação fácil e clara da informação representada. A escala e o tamanho do objeto em questão são parâmetros para a escolha do tamanho da folha de desenho. A escala do desenho deve obrigatoriamente ser indicada na legenda. A escala é encontrada seguindo a equação abaixo: E= MD/MO Onde: E - Escala; MD – Medida de desenho; Mo – Medida do objeto Portanto: E = 1 – Escala natural; E < 1 - Escala de Redução; E > 1 – Escala de redução A tabela 5 resume os tipos de escalas que são normalizadas: Tabela 5: Tipos de escala de redução, ampliação e natural. Identificação de escala Redução Natural Ampliação 1:2 1:1 2:1 1:5 5:1 1:10 10:1 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Exemplos: Redução Desenho em tamanho real Desenho em redução 1:2 Escala 1:1 Escala 1:2 Ampliação Desenho em tamanho real Desenho em ampliação 5:1 Escala 1:1 Escala 5:1 Figura 26: Exemplos de escalas em figuras geométricas. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira 9. VISTAS ORTOGRÁFICAS Em desenho técnico, a representação gráfica dos objetos pode ser feita por meio de vistas ortográficas, que podem ser: Vistas principais Vistas auxiliares Vistas seccionais Agora iremos ver cada um destes tipos de vistas a seguir. 9.1. Vistas Principais As vistas ortográficas são as obtidas sobre seis planos, que são chamados de principais, dispostos dois a dois segundo orientações perpendiculares entre si. Estas seis vistas são: Vista de frontal - Projeção que mostra a face anterior do objeto e fornece a imagem do mesmo imaginando que um observador esteja posicionado de frente para a face anterior do projeto, porém no infinito (figura 27): Figura 27: Vistas frontal de um objeto. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Vista Superior – Correspondente a um observador que contempla de cima de objeto, porém no infinito (figura 28): Figura 28: Vista superior de um objeto. Vista Lateral Esquerda - Corresponde ao observador que se coloca à esquerda daquele da vista de frente para contemplar de lado o objeto, porém no infinito (figura 29): Figura 29: Vista lateral esquerda de um objeto. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Vista Lateral Direita – Corresponde ao observador que se coloca à direita daquele da vista de frente, para contemplar de lado o objeto, porém no infinito. Vista Inferior – Corresponde ao observador que contempla de baixo o objeto, porém no infinito. Vista Posterior – corresponde ao observador que contempla o objeto por detrás, porém no infinito. Na figura 30 abaixo é mostrado um exemplo de um objeto que foi projetado em 3 vistas: Figura 30: Projeções ortográficas de um objeto. As seis vistas feitas pelas projeções ortográficas apesar de representaram planos diferentes, os mesmos podem ser rebatidas em um único plano de projeção. Pode-se ver o rebatimento dos planos de projeção, imaginando-se os planos de projeção ligados por dobradiças conforme mostrado na figura 31: SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira . Figura 31: Rebatimento dos planos ortográficos. Agora imagine que o plano da vista frontal fica fixo e que os outros dois planos giram para baixo e para a direita, conforme visto na figura 32 abaixo: SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Figura 32: Rebatimento dos planos ortográficos em um plano . A figura 33 abaixo resume o que foi explicado anteriormente sobre as vistas e sobre o rebatimento das vistas em um plano: Figura 33: Projeções ortográficas de um objeto em planos ortográficos e o rebatimento dos mesmos em um plano. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOINSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Atividades: Desenhe as projeções ortográficas dos desenhos a seguir: 1) 60 60 50 20 20 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira 2) 3) 100 20 60 60 20 20 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira 4) 80 100 30 30 40 20 20 40 110 15 15 60 70 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira 5) 6) 40 40 40 40 10 10 40 200 200 50 50 40 20 100 100 100 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira 9.1.1. Diedros As vistas ortográficas podem ser representadas por dois pontos de vista, o que são conhecidos como diedros. Conforme considere o objeto no 1º ou no 3º diedro, o plano de projeção estará situado, respectivamente, por trás do objeto ou entre este e o observador. No 1º diedro, a vista de frente se obtém na face posterior, a superior na face inferior, a vista lateral direita na face esquerda, a vista lateral esquerda na face direita, a vista inferior na face superior e a vista posterior na face anterior. Na figura 34 é mostrado os diedros no espaço euclidiano: Figura 34: Diedros do espaço euclidiano. No 3º diedro, a vista de frente se obtém na face anterior, a superior na face superior, a direita na face direita, a esquerda na face esquerda, a inferior na face inferior e a posterior na face posterior. A figura 35 mostra um mesmo objeto (peça) sendo representado no 1º e 3º diedro: SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Figura 35: Desenho de uma peça sendo representado no 1º diedro (à esquerda) e o no 3º diedro (à direita). Nos desenhos técnicos é necessário que seja indicado o diedro que foi utilizado para se fazer o desenho. Isto é feito escrevendo na legenda “1º diedro” ou “3º diedro”, ou utilizando os símbolos mostrados na figura 36 abaixo: Figura 36: Símbolos para indicação do 1º diedro (à esquerda) ou 3º diedro (à direita). SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira 9.2. Vistas Auxiliares As vistas ortográficas auxiliares são desenhadas sobre planos auxiliares, inclinados em relação a planos principais de projeção. Este tipo de vista é utilizado quando se deseja representação detalhes de objetos, que estejam inclinados em relação às faces principais do mesmo. As vistas auxiliares podem ser de dois tipos: Vista auxiliar primária: Esta vista é obtida em um plano auxiliar de projeção perpendicular ao plano principal. Na figura 37 abaixo é mostrado um exemplo de um objeto e suas vistas ortográficas principais e também uma auxiliar: Figura 37: Exemplo de objeto contendo vista auxiliar primária desenhado no 1º diedro (à esquerda) e no 3º diedro (à direita). Vista auxiliar secundária: Esta vista é obtida em plano auxiliar de projeção inclinada em relação a todos os planos principais. Na figura 38 é SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira mostrado um exemplo do detalhe de um objeto sendo mostrado em vista auxiliar secundária: Figura 38: Exemplo de objeto contendo vista auxiliar secundária desenhada no 1º diedro. Deve se observar que dependendo que conforme o objeto seja desenhado no 1º ou no 3º diedro, é necessário respeitar a sequência dos elementos de projeção. O plano de uma vista auxiliar deve ser rebatido sobre o da vista a partir do qual ela foi construída. Assim como nas vistas principais, não se deve escrever junto as vistas auxiliares os seus nomes. Entretanto, para facilitar a leitura do desenho, se aconselha realçar a correlação entre a auxiliar e a vista a partir a partir do qual ela foi desenvolvida. Isto se faz fazendo o prolongamento de linha de centro ou representação das linhas de chamada extremas. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira No desenho de uma vista auxiliar pode-se representar apenas o detalhe que a motivou, omitindo o restante do objeto ou mostrando somente as linhas adjacentes à mesma, indicando a interrupção por uma linha de ruptura, como pode ser visto na figura 37. 9.3. Vistas Seccionais As vistas ortográficas seccionais são aquelas obtidas quando se supõe o objeto cortado por um plano secante adequadamente escolhido e removida a parte do objeto entre o plano secante e observador. Estes tipos de vistas são empregados para representar com exatidão detalhes ou perfis que não podem ser visualizados claramente nas outras vistas. As vistas seccionais são classificadas da seguinte maneira [nb8]: 9.3.1. Corte Através do corte tanto a interseção do plano secante com o objeto como a projeção da parte deste são visualizados, que se situam além deste plano. De acordo com a extensão em que se supõe cortado o objeto se tem os seguintes tipos de corte: Corte pleno: o objeto é cortado em toda a sua extensão. Veja a figura 39 a seguir: Figura 39: Vista seccional em corte pleno de um joelho. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIAApostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Meio corte: No meio corte apenas a metade do objeto é cortada, a outra metade do objeto permanece vista externa. O Meio corte é utilizado para objetos simétricos como eixos, engrenagens etc. Na figura 40 é dado um exemplo de vista em meio corte: Figura 40: Vista secional em meio corte de um objeto. Corte parcial: No corte parcial apenas uma parte do objeto é cortada. O propósito é dar enfoque a um detalhe, delimitando-se esse corte com linha de ruptura. Na figura 41 a seguir é mostrado um exemplo de um corte parcial dado em uma peça: Figura 41: Vista secional em corte parcial de uma peça. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Corte composto: Às vezes um plano de corte não é suficiente para cortar por completo a seção de um objeto que queira ser visualizado. Nestes casos, um corte pode corresponder à associação de dois ou mais planos secantes, isto constitui o que se denomina de corte composto. A figura 42 abaixo mostra o exemplo de um corte composto com planos de corte secantes concorrentes: Figura 42: Corte composto de uma peça com planos secantes concorrentes. A figura 43 a seguir mostra o exemplo de corte compostos com planos secantes paralelos: Figura 43: Corte composto de uma peça com planos secantes paralelos. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Para se representar um corte ou uma seção é importante saber que nas vistas seccionais, a interseção do plano secante com o objeto é representado por hachuras. As hachuras são habitualmente inclinadas a 45º. Quando esta inclinação se torna paralela com alguma aresta ou contorno do objeto, a inclinação deve ser alterada para outra mais adequada. Os constituintes dos materiais são representados por diferentes tipos de hachuras. A figura 44 a seguir mostrar os formatos de hachuras normalizados para os diferentes tipos de materiais utilizados na indústria: Figura 44: Diferentes tipos de hachura para os diversos tipos de materiais. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira 9.3.2. Seção As seções informam somente a interseção do plano secante com o objeto [nb8]. Elas são usadas com o mesmo objetivo dos planos de corte, mas ao invés de serem rebatidas sobre a vista, as seções são desenhadas em um lugar adjacente no papel. As seções mostrando detalhes ao longo de um objeto podem ser rebatidas sobre um determinado plano de uma vista ortográfica. Estas seções podem ser representadas dentro do contorno da vista, com interrupção do traçado ou sem interrupção como pode ser visto respectivamente nas figuras 45 e 46 abaixo: Figura 45: Seção da peça com interrupção da vista ortográfica. Figura 46: Seção da peça sem interrupção da vista ortográfica. As seções podem também ser colocadas para fora da vista ortográfica, como pode ser visto na figura 47: Figura 47: Seção da peça colocada fora da vista ortográfica. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Quando uma peça como um eixo possui várias partes com diâmetros diferentes, podem ser feitas várias seções sucessivas, desenhadas em planos paralelos, devendo ser indicadas no desenho. Estas seções podem ser desenhadas de acordo com as seguintes formas (figuras 48 e 49): Figura 48: Seções sucessivas de um eixo. Figura 49: Seções sucessivas de um eixo. 9.3.3. Omissão de Corte Em alguns casos há a necessidade de não se realizar o corte de certas geometrias de um objeto ou conjunto. A omissão de corte é usado para garantir a leitura de partes especiais quando representado em corte como: Nervuras; Braços; SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Orelhas; Esferas de rolamento; Dentes de engrenagem; Pinos; Chavetas; Molas etc. Veja dois exemplos nas figuras 50 e 51: Figura 49: Seção de um conjunto mecânico mostrando detalhes que não devem ser hachurados. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Figura 50: Seção de um conjunto mecânico mostrando detalhes que não devem ser hachurados. As figuras 51, 52 e 53 a seguir mostram respectivamente as seções para apresentações de detalhes de objetos como nervuras, braços e orelhas: Figura 51: Seção de uma cantoneira contendo uma nervura no seu centro. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Figura 52: Seção de uma polia plana mostrando como deve ser a representação dos braços em um desenho de seção. Figura 53: Seção de uma peça contendo orelhas mostrando como deve ser a representação das mesmas em um desenho de seção. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira 10. PERSPERCTIVAS Os desenhos feitos em perspectiva tentam reproduzir o objeto como visto pelos nossos olhos. Detalhes mecânicos ou estruturais que não ficam claros em vistas ortográficas podem ser desenhados em perspectiva ou ilustrados com vistas perspectivas suplementares [ livro de desenho french]. As vistas em perspectiva são utilizadas para as seguintes aplicações e como resumido na figura 54: Ilustrações técnicas; Desenhos para registros de patentes; Esboços; Projetos hidráulicos etc. Figura 54: Diferentes tipos de aplicações de desenhos de perspectiva. Em desenho técnico há três tipos de desenho em perspectiva: Perspectiva Axonométrica; Perspectiva Cavaleira; Perspectiva Cônica. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOINSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira 10.1. Perspectiva Axonométrica A perspectiva axonométrica é uma projeção ortográfica na qual se utiliza somente um plano. O desenho mostra três faces do objeto em um mesmo plano. Existem três formas de se desenhar perspectivas axonométricas: 1. Perspectiva isométrica; 2. Perspectiva dimétrica; 3. Perspetiva trimétrica. A perspectiva isométrica é o método mais fácil para se desenhar, porém o resultado do desenho não é tão bom quanto os outros dois métodos. Além disso, é mais fácil cotar desenhos de perspectiva quando são desenhados em perspectiva isométrica. O método dimétrico dá uma visão mais agradável do que em relação ao método isométrico, porém há menos liberdade de orientação do objeto. Já pela forma trimétrica, se consegue um efeito mais agradável aos olhos do que pelos dois métodos citados anteriormente. Através desta metodologia se consegue uma liberdade quase ilimitada para a orientação do objeto, entretanto é mais difícil desenhar por esta forma. A figura 55 abaixo mostra um cubo sendo desenhado pelas três formas axonométricas: Figura 55: Desenho em perspectiva axonométrica de um cubo: a) Perspectiva isométrica; b) Perspectiva dimétrica; c) Perspectiva trimétrica. De acordo com NB8 dependendo da inclinação que se dê ao objeto, em relação ao plano, irão depender as escalas dos eixos axonométricos e os ângulos que os mesmos formam entre si. A tabela 6 a seguir resume as SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira escalas das medidas e os ângulos que devem ser dados entre os eixos isométricos: Sistemas Coeficientes de redução dos eixos Ângulos dos eixos x y z 𝜉 𝜂 𝜁 Isométricos 1:1:1 0.816 0.816 0.816 120º 120º 120º Dimétricos 4:3:4 0.883 0.663 0.863 126º50' 106º20' 126º50' 3:2:3 0.905 0.603 0.905 128º35' 102º50' 128º35' 2:1:2 0.943 0.471 0.943 131º25' 97º10!' 131º25' Trimétricos 7:6:8 0.811 0.605 0.927 114º46' 106º59' 138º15' 5:4:6 0.806 0.605 0.967 108º13' 101º10' 150º37' SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Atividades: 1º) Faça o desenho de esboço dos seguintes objetos abaixo em perspectiva axonométrica isométrica: a) b) SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira c) 2º) A partir das vistas ortográficas em 1º diedro mostradas abaixo, faça o desenho do objeto em perspectiva isométrica: a) SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira b) SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira 10.2. Perspectiva Cavaleira Segundo a NB8 a perspectiva cavaleira resulta da projeção cilíndrica oblíqua, ficando o objeto com uma faca paralela ao quadro. Dependendo da direção que for atribuída às projetantes, irão depender a escala e a orientação dos eixos das fugitivas. As reduções que são normalmente empregadas para a escala do eixo das fugitivas são: 1:2, 2:3, 3:4 e 1:1. A orientação do eixo das fugitivas normalmente pode ser empregada em ângulos múltiplos de 30º e 45º, não sendo utilizados os ângulos de 0º e múltiplos de 90º, obviamente. Confira na tabela 7 o resumo destas informações: Tabela 6: Escalas, coeficientes de redução de escalas e ângulos entre eixos para sistemas de perspectiva axonométrica. Graus 30º 45º 60º Largura 1:1 1:1 1:1 Altura 1:1 1:1 1:1 Profundidade 1:2/3 1:1/2 1:1/3 Na figura 56 abaixo vemos exemplos de aspectos de uma mesma figura geométrica em diferentes orientações de perspectiva cavaleira: SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Figura 56: Desenhos em perspectiva cavaleira: cavaleira à 30º, cavaleira à 45º e cavaleira à 60º. 10.3. Perspectiva Cônica A perspectiva cônica, também chamada de exata provém da projeção cônica do objeto sobre o quadro. Ela é empregada quando a finalidade do desenho exigir do objeto uma imagem mais fiel do que a obtida pelas outras formas. Conforme se considere o objeto com uma, duas ou nenhuma direção de seus eixos paralelos ao quadro, se desenhará o objeto com um, dois ou três pontos de fuga. Na figura 57 são mostrados exemplos de perspectiva cônica com um, dois e três pontos de fuga respectivamente: SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira Figura 57: Exemplos de objetos desenhados em perspectiva cônica com um, dois ou três pontos de fuga respectivamente. 11. COTAGEM De acordo com Sheneider, se o formato de uma peça é desenhado com clareza e precisão não haveria a necessidade de se colocar no desenho as medidas das peças. Porém caberia aos construtores fazer as medidas da peça no próprio desenho. Isto, porém não é viável por vários motivos. Em primeiro lugar a exatidão de um desenho é muito relativa, por quanto se limita ao grosso escrito por traços, o que não garante uma completa exatidão. Em segundo lugar o procedimento de tomar as medidas da peça a partir das dimensões seria um tanto enfadonho para os mecânicos. Além disso, o próprio papel do desenho é sensível a temperatura e sofre alterações em suas dimensões de acordo com a temperatura ambiente. Por estas razões são realizados no desenho as indicações das medidas da peça. A clareza e lógica das anotações devem deixar claro que para os que SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS MARABÁ INDUSTRIAL EIXO - CONTROLE E PROCESSOS INDUSTRIAIS CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE EM METALURGIA Apostila de Desenho Técnico Aplicado à Metalurgia Autor: Prof. M.Sc. Daniel Rodrigues Oliveira vão
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