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Luís Valoz 1 2 OS SEGREDOS DA PROVA CESPE Sumário Introdução ....................................................................................................... 4 O Que Este Livro É? .......................................................................................... 5 Alerta Importante! ............................................................................................ 6 Sobre o Autor ................................................................................................... 7 Os Segredos da Prova Cespe ........................................................................... 9 Prova de Caça aos Erros ................................................................................ 10 Análise das Questões ..................................................................................... 13 Deixar ou Não Questões em Branco ................................................................ 15 Chute Consciente na Prova CESPE .................................................................. 18 Cobrança à Prova de Chutes? ................................................................. 19 Vencendo a Banca CESPE ...................................................................... 21 Conteúdo Bônus - M.E.T.A. ............................................................................. 28 Estratégias Para a Prova ................................................................................. 29 Gestão do Tempo de Prova ............................................................................. 30 Pausas e Micropausas ................................................................................... 34 Ordem de Execução da Prova ......................................................................... 35 Preenchimento do Gabarito ............................................................................ 37 Atenção Redobrada .............................................................................. 37 Quando Mudar a Resposta? ................................................................. 41 M.E.T.A. .......................................................................................................... 45 Agradecimentos ............................................................................................. 48 Luís Valoz 3 A Deus, que me inspirou, sustentou e fortaleceu. À minha esposa, Bárbara, auxiliadora e incentivadora de todos os meus sonhos. Aos meus pais, irmãos e irmãs, que me inspiram a ser uma pessoa melhor a cada dia. A você, sonhador e sonhadora, que confiou a mim a missão de ser auxílio nessa árdua, mas extremamente compensadora, jornada rumo à sua aprovação! Dedicatória 4 OS SEGREDOS DA PROVA CESPE O seu tempo é precioso e investi-lo em algo que não seja estudar tem que valer a pena. Por essa razão, decidi começar dizendo o que este livro não é. Assim, se você estiver procurando por alguma das coisas elencadas abaixo, eu alerto que elas não estarão contidas neste livro e talvez a leitura dele não seja interessante pra você. Então, este livro não é: • Uma fórmula mágica da aprovação em concursos públicos; • Um atalho que trará maneiras de você passar em concurso sem estudar; • Um apanhado de técnicas extravagantes e esdrúxulas para aumentar sua chance de acertos nos chutes na Prova CESPE. Se você deseja passar em um concurso público e não pretende trilhar nenhum dos caminhos acima, aviso que você já começou no caminho certo e este livro é uma ferramenta que pode te ajudar. Assim, vamos partir para “o que este livro é!”. Introdução O Que Este Livro Não É? Luís Valoz 5 Este livro é uma ferramenta que te apresentará o estudo que eu fiz acerca do mé- todo de cobrança da Banca CESPE, que me permitiu compreender a lógica por trás de sua estratégia de questões e que, além de outras coisas, fez com que eu percebesse que a tão temida regra de que cada erro cometido anula um acerto pode ser usada a seu favor. Pretendo te passar aqui a melhor forma de análise das questões CESPE, para que você aumente suas chances de acerto, contando não apenas com o conhecimento que você tem acerca das matérias cobradas, mas também com um método de resolução de questão que vai te fazer analisar as questões com um olhar mais crítico e certeiro. Ainda, ao contrário do que a grande maioria pensa, quero te convencer, por meio das ideias aqui expostas, que, na prova do CESPE, você não deve marcar apenas as questões que você tem certeza absoluta, mas deve, via de regra, marcar absolutamente todas as questões da prova, se quiser ficar no páreo das vagas disputadas. Daqui para frente vou te mostrar todo o levantamento de dados que realizei e que me levou à conquista da primeira colocação no cargo de Analista de Gestão do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco com pouco mais de um ano e meio de estudo, alcançando uma pontuação de 90% líquido em uma prova CESPE (108 pontos). Avante!! O Que Este Livro É? 6 OS SEGREDOS DA PROVA CESPE Esse livro foi escrito com base em pesquisas que consideraram o modelo de cobrança tradicional das provas do CESPE, que trazem uma abordagem na qual são apresentados frases ou textos sobre cada matéria e o candidato deve, a partir de sua análise, atribuir a cada questão um “C”, no caso de entender que a questão está certa, ou um “E”, na hipótese de encontrar algum erro nas infor- mações apresentadas. Não considerei outros tipos de cobrança da Banca CESPE na minha pesquisa nem tampouco nos dados que levantei para chegar às conclusões que passarei adiante, de forma que não tenho como garantir que essas técnicas se aplicam às abordagens menos usuais da Banca, como as provas de múltipla escolha (A, B, C, D, E), por exemplo. Alerta Importante! Luís Valoz 7 Antes de partir para o conteúdo deste livro, é importante me apresentar. Afinal, quem é esse que afirma ter desvendado os segredos do CESPE e ter compre- endido como usar a estratégia de cobrança da Banca a seu favor? Sou o Luís Valoz, advogado formado pela Universidade Católica de Pernambuco no final de 2013 e, depois que decidi estudar para concursos públicos, em meados de 2015, entrei de cabeça, tendo sido aprovado em diversos concursos (Técnico do TCU, Analista da ANAC, Técnico da ANVISA) até alcançar, entre paradas e retorno aos estu- dos, com pouco mais de um ano e meio de estudo efetivo, a primeira colocação, dentre 10.415 inscritos, no concurso de Analista de Gestão do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (2017), com 108 PONTOS líquidos das 120 questões propostas. Foram 90% líquidos no CESPE, uma das maiores pontuações da história da ban- ca mais temida da atualidade. Pontuação essa que eu, como estudante mediano que sempre fui nos tempos de escola e faculdade, jamais imaginei que fosse alcançar. Nos estudos para concursos, cometi muitos erros (e acertos) no meu método de estudo, bati na trave em alguns concursos, reprovei em outros, e, pouco a pouco, fui aprimorando o meu jeito de estudar, o meu método. Como qualquer um, passei por tudo o que um concurseiro passa: Reprovações, frustrações, medos, inseguranças, vontade de desistir… Também passei por aquilo que nem todos passam: não desistir, tentar de novo, falhar mais uma vez, corrigir as falhas, melhorar os métodos, tentar de novo… até finalmente entrar na lista de aprovados. Em termos de inteligência, eu nunca me considerei uma pessoa acima da curva. Desde pequeno nunca fui muito fã de estudar, mas me tornei um cara muito metódico, determinado e dedicado. Sobre o Autor 8 OS SEGREDOS DA PROVA CESPE Os Métodos, Estratégias e Técnicas1 que desenvolvi e adotei, foram fundamentais para que eu alcançasse minhas aprovações, mas o melhor resultado que eu obtive foi fruto de uma nova abordagem, na qual eu me dediquei de forma intensiva a estudar não apenas o conteúdo do edital, mas a Banca Examinadora, a fim de entender o modelo de cobrança do CESPE e a lógica por trás dessa tão temidainstituição. E eu encontrei! Compreendi que existe uma razão por trás da estratégia da Banca e isso me permitiu mudar a minha postura diante de suas provas. De um candidato mediano que tinha medo de marcar as questões da prova e ser penalizado pela regra da banca segundo a qual um erro anula um acerto, a partir da compreensão sobre a lógica do CESPE, passei a ter embasamento e coragem para marcar todas as questões e ser beneficiado com isso! Se eu consegui, você também vai conseguir! Vamos juntos! 1 Conteúdo de um outro livro meu, o M.E.T.A. - Métodos, Estratégias e Técnicas para a Aprovação, disponível em formato digital no site www.luisvaloz.com.br. Luís Valoz 9 Na busca pela compreensão da lógica por trás da forma de cobrança adota- da nas questões da Banca CESPE, após fazer um levantamento massivo de dados e uma análise minuciosa sobre dezenas de milhares de questões dessa Banca, cheguei a conclusões importantes que aprimoraram em muito minhas chances de acerto na resolução de suas provas. Nessa pesquisa, verifiquei que devemos mudar nossa abordagem na leitura das questões adotando uma mentalidade de quem está em busca de erros nas frases e não procurando encontrar as frases corretas que estão na prova. Entendi, também, que os erros das questões concentram-se em três aspectos principais: verbos, termos técnicos e palavras inclusivas ou exclusivas. Por fim, compreendi que a mentalidade de deixar em branco as questões sobre as quais não temos certeza absoluta é um erro. Vamos tratar sobre cada uma dessas conclusões daqui em diante. Os Segredos da Prova Cespe 10 OS SEGREDOS DA PROVA CESPE O que vou te falar a partir de agora pode parecer óbvio, por isso, preste muita aten- ção, porque neste detalhe muita gente perde pontos! É preciso mudar a sua mentalida- de de como resolver questões de uma prova CESPE. Atenção! Estou falando do método de cobrança que apresenta afirmações e exige que o candidato as julgue como “certo” ou “errado”. Coloque uma coisa na cabeça: seu objetivo na prova CESPE é encontrar todos os erros presentes no caderno de prova! Sabe porque essa informação parece óbvia mas não é? Agora há pouco eu falei que estamos falando aqui de uma mudança de mentalida- de. A diferença é sutil, verdade, mas faz uma diferença gigante na hora da prova. Veja se você percebe: a) Fazer a prova em busca de frases corretas; b) Fazer a prova em busca dos erros nas frases. Para entender de verdade essa técnica que eu adotei e que me ajudou a cravar a 1ª colocação nesta Banca, fica comigo até o final. Prometo que a ficha vai cair! Já aconteceu com você de errar na prova uma questão que você sabia?? Eu posso apostar que sim. Comigo também já aconteceu (e o ponto que eu deixei de ganhar me colocou fora das vagas). Aquela palavra ou informação que passa batida e só vemos na correção tem um porquê. Prova de Caça aos Erros Luís Valoz 11 Aí é que entra o lance da mentalidade. O fato é que durante toda a nossa vida nós partimos da premissa de que as informações que chegam a nós são verdadeiras. Nos- so cérebro é moldado para ter como verdade tudo o que lê. Isso ocorre no nosso pro- cesso de aprendizagem, desde os tempos da escola primária, pois trata-se de uma fase em que recebemos uma enxurrada de informações novas todos dias e não faz parte desse processo julgar se o que estamos aprendendo é ou não verdade. Nós sim- plesmente supomos que tudo aquilo é válido e vamos lendo, aprendendo e consolidan- do informações. Assim, não é natural lermos um livro, seja ele qual for, com um olhar de quem está buscando encontrar equívocos nas informações ali apresentadas. Isso, até certo ponto, chega a ser negativo, pois perdemos um pouco o olhar crítico sobre o que se lê. O fato é que, desde crianças, nós nunca desenvolvemos a habilidade de ler algo procurando encontrar os possíveis erros ali presentes. Sabendo que o conteúdo é verdadeiro, não nos damos esse trabalho. Mas não podemos levar essa mentalidade para uma prova de concurso público. Se não mudarmos nossa mentalidade para fazer as provas, a tendência é grande de passarmos batido por erros presentes nas questões, sejam eles grandes ou pequenos. Temos que virar a chave do nosso cérebro que passará a ler partindo da premissa de que tudo está errado, até que se prove o contrário. Veja, quando fazemos a prova buscando as frases certas, estamos buscando fra- ses certas! Entende? Nosso cérebro quer encontrar as informações que sabemos que são corretas… é aí que alguns erros sutis nas frases passam despercebidos. É diferente quando vamos para a prova à caça de erros! Você tem que fazer a prova desconfiado. Parta do princípio de que tudo está errado e duvide sempre da questão. Dessa forma, sua mente estará alerta e as chances dos erros passarem despercebidos será muito menor! 12 OS SEGREDOS DA PROVA CESPE O método para responder uma prova CESPE deve ser o seguinte: Entenda: o seu questionamento não deve ser: “Esta frase está certa?” O seu questionamento deve ser: 1. Existe algum erro nessa frase? 2. Não? Duvido!! 3. Não tem mesmo. Então tá certa. ;) Quando a resposta para a primeira pergunta for “Sim, há um erro nessa questão”, marque errada e bola pra frente! Evite passar muito tempo analisando, reanalisando e tentando arranjar desculpas para aquele erro, duvidando do erro, procurando “pelo em ovo”, pois a tendência é que você confabule e encontre essa justificativa que torne essa questão correta. É como se o nosso cérebro preferisse que a questão estivesse certa. Sim, nosso cérebro é louco assim, ele não se conforma com inexatidão no que vê. Só mude de opinião se a sua nova interpretação sobre a questão for realmente convincente, até mesmo porque a ciência comprova que, em regra, a primeira resposta que vem na sua cabeça, tende a ser a correta. Mais à frente, vamos tratar mais afundo sobre por que, via de regra, nossa primeira resposta está correta e não devemos mudar o gabarito. Lembrando sempre que, em prova CESPE, QUALQUER tipo de informação errada na frase torna a questão errada, mesmo que seja só uma vírgula no lugar errado. Luís Valoz 13 Nessa caça aos erros numa prova CESPE, os seus olhos devem estar ainda mais atentos em relação a certos aspectos das questões. O seu radar de erros deve mirar diretamente nos seus três maiores inimigos: • Os verbos • Os termos técnicos • Palavras exclusivas ou inclusivas Os verbos - É comum o CESPE inserir verbos que tornam a frase errada. Exemplo: trocar o verbo “pode” pelo verbo “deve”. Lembre-se: nem tudo o que “pode” “deve” e, da mesma forma, dizer que algo “pode” quando, na verdade, “deve” torna a questão errada. Os termos técnicos - Os termos técnicos são as palavras técnicas de cada matéria. Exemplo: Numa questão sobre licitações, o examinador pode trocar os termos que denominam as modalidades de licitação (concorrência, tomada de preços, convite, etc.), criando uma sentença com informações corretas sobre uma das modalidades, mas se referindo a outra, o que tornará a questão errada. Eis a importância de estudar por materiais que sejam fiéis aos termos técnicos abordados na Doutrina, Jurisprudên- cia e Legislação. É importante se atentar aos termos técnicos sobre cada matéria, pois, às vezes, encontramos uma mesma palavra que, a depender da matéria, tem significados dife- rentes. Um exemplo é o termo técnico “Despesa”, que na Contabilidade Geral tem um conceito diferente do que é encontrado no Direito Financeiro. Por essa razão, a cada matéria e a cada etapa da prova, você deve abrir uma gaveta de informações diferente. Também por isso você deve ficar muito atento aos termos técnicos apresentados nos conteúdos estudados, pois são eles que caem. É importan- te você compreender a ideia geral de cada tema estudado, mas, tão importante quanto isso, é você aprender os termos técnicos adotados. Análise das Questões 14 OS SEGREDOS DAPROVA CESPE Palavras exclusivas ou inclusivas - sempre dobre sua atenção ao ler palavras como: não, nunca, sempre, todos, nenhuma, etc.. Ao ler qualquer uma dessas pa- lavras no enunciado, grife a palavra e releia a questão. É muito comum o erro estar nesse detalhe. Atenção! Isso não significa que todas as questões que tenham essas palavras este- jam erradas! De forma nenhuma. Não foi isso que eu disse. O que você precisa fazer é apenas prestar muita atenção quando presentes esses termos, pois é comum que eles tornem a questão errada! Não faça a besteira de adotar a estratégia de “se tiver algum termo exclusivo/inclusivo, vou marcar errada”, pois não é essa a abordagem que trago aqui. Apesar de ser uma estratégia comumente usada pela Banca para tornar uma questão errada, também há questões com tais termos que estarão corretas. Assim, adotando uma mentalidade de caça aos erros e fazendo uma análise detida de cada questão, redobrando a atenção aos termos técnicos, aos termos inclusivos e exclusivos e aos verbos de cada enunciando, suas chances de acerto serão bem maiores, pois essas técnicas te darão uma chance muito maior de colocar no papel o conhecimento que você levou para a prova! Importante! Não deixe para adotar essa mentalidade só no dia da prova! Comece a usar o método quando estiver resolvendo questões nos seus estudos, para que isso se torne um hábito, de forma que no Dia “D” essa estratégia seja natural pra você! Luís Valoz 15 Antes de tudo, é muito importante eu deixar claro que essas estratégias que eu vou passar a partir de agora, sobre a estratégia de marcação nas provas CESPE, dizem respeito ao estilo de prova tradicional da Banca, que consiste em apresentar uma in- formação à qual o candidato deve atribuir a letra “C”, se considerar a frase correta, ou a letra “E”, se considerar que a informação está errada. Dito isto, vamos ao que interessa. Famosa pela forma de cobrança de suas provas, o CESPE é uma das bancas mais temidas da atualidade e apresenta questões no estilo Certo ou Errado e, de brinde, cada erro anula um acerto. Então, quem, por exemplo, acerta metade de uma prova CESPE e erra a outra, leva um grandioso e redondo ZERO para casa! Cruel né? Resumindo: Acerto = +1 ponto Erro = -1 ponto Deixar em branco = 0 ponto. Por isso, vários professores (muitos dos bons, inclusive), pregam que em prova CESPE não se chuta de jeito nenhum, que só se marca o gabarito se você tiver certeza ABSOLUTA! Será mesmo? Eu, com todo o respeito a todos os que pensam o contrário, discordo, e descrevo abaixo algumas razões pelas quais você DEVE marcar TODAS as questões numa prova CESPE se quiser ficar no páreo: 1. A concorrência tem crescido cada vez mais devido a fatores diversos (crise finan- ceira, p. ex.) e, naturalmente, o nível dos concorrentes também cresce; 2. As pontuações de corte (a nota do último aprovado) têm sido cada vez maiores, devido ao aumento da concorrência; Deixar ou Não Questões em Branco 16 OS SEGREDOS DA PROVA CESPE 3. Se você marcar só as que você tem certeza da resposta você corre o risco de errar algumas que você marcou (acontece) e, ainda, você DEIXA de disputar os pontos das que você deixou em branco. Por exemplo, numa prova de 120 questões, sendo muito otimista, você tem certeza de 85% da prova e marca 102 das 120. 102 é uma pontuação excelente né? Quem faz 102 no CESPE? Ninguém! (será?). Mas, naturalmente, vamos supor que você errou 5% das que você marcou (isso sendo otimista). Assim você marcou 102 questões, acertou 97 e errou 5, ficando com 92 pontos líquidos (76%). Já não é uma nota tããão alta assim, não é mesmo? A título de exemplo, na minha prova do Tribunal de Contas do Estado de Pernambu- co, eram 12 vagas para o cargo de Analista de Gestão e o ponto de corte foi 102!! O 12º colocado tirou 102 pontos! Você acha que ele só marcou 102 duas questões e deixou 18 em branco? Claramente que não... Ele disputou cada ponto que a banca colocou em jogo. E a ideia é essa! Então, se você marca só as que tem certeza, você está, por escolha própria, fazendo uma prova que vale menos pontos que as provas dos que marcam tudo. Naturalmente, você erra de 5 a 10% das questões que marcou, mesmo com certeza, de forma que sua prova passa a valer ainda menos pontos. Agora, pensa comigo, a probabilidade de quem nunca estudou a matéria acertar a questão é de 50%. Você acha que para quem estudou e tem uma base na matéria, uma estratégia de prova válida, sabe fazer a prova caçando os erros, etc., tem a mesma probabilidade de acerto daquele que nunca estudou a matéria? Obviamente que não! A chance de acertar o “chute” é bem maior. Se a estatística para quem não estudou é de 50/50, para você, que estudou, a pro- babilidade de acertar supera os 50%. Ou seja, a estatística diz que você deve marcar todas as questões, porque é mais provável que a sua nota aumente do que diminua, pois o chute de quem estudou é um “chute consciente”, com método, com base no bom senso e no conhecimento sobre a matéria. Quem estudou tem que confiar na sua intuição, pois ela tem uma base na qual se sustenta. Luís Valoz 17 Agora, não basta marcar tudo, tem que marcar tudo com estratégia e de forma consciente. Com MÉTODO, considerando a sua base construída em cada matéria e, principalmente, a estratégia de cobrança da prova. E é disso que vamos falar agora: Como chutar de forma consciente nas provas CESPE. 18 OS SEGREDOS DA PROVA CESPE Preciso confessar uma coisa pra você. Essa técnica que estou prestes a te passar foi a que mais fez a diferença para eu ter conquistado a primeira colocação no concur- so para Analista de Gestão do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco. Deixa eu te explicar como aconteceu: na terça-feira anterior ao domingo da prova eu decidi rever a minha estratégia de prova. Diferentemente do que eu expus no tópico anterior, sobre não deixar questões em branco na prova CESPE, esse não era o meu entendimento até então. Isso mesmo, eu era uma daquelas pessoas que caia na estra- tégia do CESPE de fazer com que os candidatos não marquem as questões sobre as quais não tenham certeza absoluta. Entretanto, diante do crescente aumento que eu via acontecer no ponto de corte das provas CESPE, sendo necessária uma nota cada vez mais alta para estar dentro das vagas, eu sabia que eu não poderia adotar a estratégia de deixar questões em branco, sob pena de não alcançar a nota necessária à aprovação. Assim, fazendo muita pesquisa eu cheguei às conclusões que eu já falei antes, so- bre não deixar questões em branco. Porém, eu não me satisfiz apenas com essa infor- mação, não era o suficiente para eu ter a coragem de marcar todas as 120 questões da prova. Comecei a me perguntar coisas como: Será que existe algum tipo de proporção entre o número de questões certas e erradas? Será que a Banca adota alguma estra- tégia em sua cobrança a fim de que o chute não valha a pena, além de uma questão errada anular uma questão certa? Por isso, eu decidi fazer uma análise direta das provas, para verificar se existia al- gum padrão na forma de cobrança do CESPE. Baixei as provas e os gabaritos dos últi- mos concursos da Banca (cerca dos 10 últimos) analisei tudo e, para minha surpresa, eu cheguei a uma conclusão que revolucionou a minha forma de fazer as provas do CESPE. Vamos, então, tratar dessa descoberta tão reveladora. Chute Consciente na Prova CESPE Luís Valoz 19 Cobrança à Prova de Chutes? Antes de tudo, preciso fazer dois alertas importantes: 1. Essa técnica é revolucionária, mas só tem o poder de ajudar as pessoas que estu- dam. Como eu sempre faço questão de frisar, não existe fórmula para passar em concurso sem estudar. 2. Essa técnica só é válida para provas CESPE no modelo de Certo ou Errado, tendo em vista que toda a minha pesquisa e todos os dados levantados envolveram provas apenas desse tipo.Dito isto, vamos ao que interessa! Por meio da análise das provas anteriores do CESPE, eu identifiquei que todas as provas do CESPE de “Certo” ou “Errado” apresentam um equilíbrio no número de ques- tões certas e erradas. Isso mesmo! Em uma prova CESPE que tenha, por exemplo, 120 questões, em regra, o número de questões certas e o número de questões erradas será muito próximo3, muitas vezes chegando a coincidir (60 certas e 60 erradas, como foi no concurso da ANVISA 2016). Considerando todas as análises que eu fiz, a maior diferença que eu encontrei entre o número de questões certas e o número de erradas foi de 3 questões a mais de um lado e 3 questões a menos do outro, e esse caso foi excepcional. Nenhuma das provas apresentou diferença maior que essa, todas variando seus gabaritos numa proporção de 60x60, 59x61, 58-62… Levando em conta o número de provas que eu analisei, e concluindo que todas elas apresentavam esse equilíbrio, eu me convenci de que o equilíbrio no gabarito das provas CESPE é uma regra. Não acredita? Vamos conferir alguns gabaritos das últimas provas aplicada pela Banca… 3 Isso sempre considerando o gabarito preliminar, não o definitivo (após alterações e anulações de questões). 20 OS SEGREDOS DA PROVA CESPE Perceba como existe um padrão nas provas CESPE cobradas na modalidade “C” ou “E”, de forma que a Banca busca sempre o equilíbrio no gabarito. Note também que esse equilíbrio não se dá apenas no total de questões da prova, mas também em cada etapa específica, havendo uma proporcionalidade também dentro da prova de Conhe- cimentos Básicos e de Conhecimentos Específicos, quando há essa separação. O CESPE adota essa estratégia de cobrança justamente para que aqueles que se inscreveram no concurso sem pretensão nenhuma, que não estudaram nada, que vão para a prova e chutam tudo “C” ou tudo “E”, não sejam beneficiados por seus chutes, mas, pelo contrário, alcancem a menor pontuação possível. Entende? Se uma pessoa chuta tudo “C” ou “E” em uma prova em que o número de questões “C” e “E” é pratica- mente igual, a nota dele será zero, ou muito próxima disso, pois ele acertará aproxima- damente metade da prova e errará a outra metade. 4 Gabaritos definitivos consultados no site da Banca (https://www.cebraspe.org.br/concursos/). 5 Foram anuladas três que era eram C e uma que era era E, conforme Justificativa (https://www. cebraspe.org.br/concursos/MP_CE_19_SERVIDOR). Houve duas alterações de gabarito, tornando duas questões que eram C em E. Desta forma, no gabarito preliminar a proporção era 36 C e 34 E. 6 Auditor de Finanças e Controle de Arrecadação da Fazenda Estadual. 7 Foram anuladas duas questões E e seis questões C, de forma que no gabarito preliminar a proporção era 79 C e 81 E. 8 Não houve separação do gabarito entre Conhecimentos Básicos e Específicos, tendo sido 160 ques- tões no geral. 9 Foram anuladas cinco questões que eram C, além de ter havido uma C alterada para E. A proporção no gabarito preliminar era 78 C e 82 E. 10 Foi anulada uma questão que era C. 11 Foram anuladas duas questões que eram E e duas questões que eram E, tendo havido duas ques- tões C alteradas para E e uma questão E alterada para C. Desta forma, a proporção no gabarito preliminar era 59 C e 61 E. 12 Não houve separação do gabarito entre Conhecimentos Básicos e Específicos, tendo sido 120 ques- tões no geral. Luís Valoz 21 Voltando à análise que eu fiz das provas CESPE, eu não parei de investigar quando cheguei à conclusão de que havia um equilíbrio geral, nem tampouco quando desco- bri que esse equilíbrio também estava em cada parte da prova (conhecimento geral e conhecimento específico), eu fui mais fundo e analisei matéria por matéria de todas as provas. Para mim, considerando que, em regra, são professores diferentes que elaboram as provas de cada matéria, a única forma de que a Banca alcançasse o equilíbrio geral da prova seria se cada elaborador de questões preservasse esse equilíbrio em sua maté- ria, havendo, assim, um equilíbrio específico nas provas CESPE. E eu estava certo. E é aqui que está o “segredo” para se vencer o CESPE. A informação mais preciosa desse livro está na conclusão de que: “Dentro de cada matéria em uma prova CESPE existe um equilíbrio entre o número de questões certas e erradas” Quando cheguei a essa conclusão, numa terça-feira, eu fiquei tão empolgado que era como se eu já tivesse passado na prova do TCE-PE, que aconteceria no domingo seguinte. É que eu sabia que eu tinha como aproveitar esse equilíbrio específico dentro de cada matéria a meu favor. Eu compreendi que esse tipo de cobrança do CESPE não era tão à prova de chutes como eles pensam que é (e querem que seja). De fato, para aqueles que vão fazer a prova com pouco ou nenhum conhecimento, o equilíbrio é um inimigo, pois se chutarmos a maioria da prova, a tendência é que nossos erros anulem os nossos acertos, como eu expliquei acima, e alcancemos uma pontua- ção insuficiente à aprovação. Entretanto, para aqueles que estudaram com métodos efetivos para a prova e vão preparados para ela, ter o conhecimento desse equilíbrio é uma vantagem enorme, sendo possível usar a proporcionalidade entre as questões a seu favor, para alavancar ainda mais os “chutes” das questões que iriam ficar em branco. Vamos falar como fazer isso na prática! Vencendo a Banca CESPE Ter conhecimento sobre o “segredo” da Banca CESPE, do equilíbrio que existe em seus gabaritos, só é uma ferramenta que ajudará (MUITO) aquele que vai para a prova bem prepa- rado. Ou seja, é uma ferramenta que impulsiona a pontuação de quem tem conhecimento. 22 OS SEGREDOS DA PROVA CESPE O fato é que, em regra, mesmo os que mais estudaram não têm o conhecimento suficiente para responder com certeza absoluta todas as questões da prova e, consi- derando que o “ponto de corte” (a pontuação que determina quem passou dentro ou fora das vagas) tem sido cada vez mais alto, o ideal é que se responda o máximo de questões possíveis (leia-se: todas as questões!). Ou seja, há uma conclusão lógica aqui: quanto mais questões você marcar - seja com certeza ou por meio do “chute consciente” - mais pontos estão em jogo e maior a probabilidade de você alcançar a pontuação necessária para garantir a sua vaga. É que, como explicado no tópico deste livro “Deixar ou Não Questões em Branco?”, responder menos questões é, conscientemente, optar por disputar menos pontos do que a prova te proporciona. Se você deixa 20 questões em branco numa prova CESPE de 120 questões por exemplo, você, deliberadamente, optou por concorrer apenas a 100 pontos (sendo que desses, naturalmente, você errará algumas questões). Com o conhecimento do equilíbrio específico no gabarito de cada matéria, você pode adotar uma técnica que te dará uma segurança muito maior no preenchimento das questões que você deixaria em branco, pois você jogará o jogo do CESPE com a probabilidade a seu favor! Como vimos, a probabilidade de uma resposta aleatória numa prova CESPE estar certa será de 50% (50% de chance de ser “C” e 50% de ser “E”). Entretanto, para quem tem conhecimentos sobre a matéria, a probabilidade já favorece o candidato, pois este não estará jogando com a probabilidade, mas com conhecimentos gerais que tem da matéria, acerca de princípios e conceitos que regem aquele conteúdo. E a adoção da técnica do “chute consciente” com base no equilíbrio dos gabaritos alavancará ainda mais a probabilidade de acerto das questões! A partir daqui, vou explicar o passo a passo de como aplicar a técnica do chute consciente no CESPE: 1º Passo - Faça a prova inteira marcando, em todas as matérias, apenas as ques- tões que você tem certeza absoluta da resposta. A cada matéria finalizada, conte quantas questões a matéria tem, quantas você marcou “C”, quantas marcou “E” e, por fim, quantas você deixou em branco. Anote essas informações ao lado das questõesde cada matéria, na folha de questões; Luís Valoz 23 2º Passo - Após finalizada toda a prova objetiva, considerando que você separou, no mínimo, 30 minutos para preencher o gabarito das que você deixou em branco, passe para a análise dos grupos de questões de cada matéria; 3º Passo - Nesse passo há duas situações possíveis: a) Matéria sem questão em branco - Analise se existe equilíbrio entre o número de questões “C” e “E”, sabendo que pode haver uma margem de uma ou duas (no máximo) a mais para um dos lados, mas não mais que isso. Por exemplo: se há 20 questões de português, a tendência é que haja 10 questões “C” e 10 questões “E”, podendo haver 9 “C” e 11 “E” (ou 9 “E” e 11 “C) ou, no máximo, 8 “C” e 12 “E” (ou 8 “E” e 12 “C”). O ideal é sempre buscar o equilíbrio perfeito, mas tendo em mente que pode haver essa pequena diferença em uma matéria ou outra (diferenças que se compensarão para o alcance do equilíbrio do gabarito geral da prova). Se você identificar esse equilíbrio, bola pra frente! Passe à análise da próxima matéria. Agora, caso você perceba uma diferença muito grande entre os gabaritos (15 de um e 5 de outro, por exemplo), fique alerta, pois esse desequilíbrio provavelmen- te está indicando que você errou algumas questões. Talvez seja o caso de rever as respostas antes de passar para o gabarito definitivo. Meu grande amigo, Alex Cerqueira, afirma que durante sua prova de Delegado da Polícia Federal (2018), adotou a técnica do equilíbrio que eu havia mencionado em uma conversa que tivemos, e, na hora de preencher o gabarito, verificou um desequilíbrio grande em uma das matérias. Para piorar, ele já tinha passado as respostas para o gabarito definitivo. Ele não teve dúvida! Não querendo perder pontos preciosos, ele reana- lisou todas as questões da matéria e anulou no gabarito oficial três questões que ele tinha marcado sem ter muita certeza, para reequilibrar a proporção entre “C” e “E”. Deu certo, ele teria errado essas três questões (isso anularia três acertos dele) e, segundo ele, essa estratégia foi fundamental à aprovação dele entre as vagas. Agora vamos ao outro caso, que te ajudará a não deixar questões em branco na sua prova CESPE! b) Matéria com questões em branco - muita atenção nesse tópico, pois é aqui que você vai ganhar muitos pontos! Lembrando que consideramos, conforme tratado anteriormente, que o objetivo é marcar todas as questões da prova CESPE, para disputar todos os pontos que ela te proporciona. 24 OS SEGREDOS DA PROVA CESPE No caso das matérias que têm questões deixadas em branco, você vai analisar a proporção entre o número de questões “C” e “E” que você marcou com certeza dentro da matéria, e, depois disso, marcar as que você deixou em branco, com respostas que vão te fazer alcançar o equilíbrio no gabarito daquela matéria (50% “C”, 50% “E”). Va- mos, agora, ver vários exemplos, para que fique mais claro e não restem dúvidas. Vou apresentar os casos dos mais simples para os mais complexos: i) Caso 01 - Matéria com 20 questões. 18 questões marcadas com certeza, sendo dez questões marcadas com “C”, oito com “E” e duas deixadas em branco. Nesse caso, marcamos as duas que estavam em branco com “E”, para que haja o equilí- brio (10 “C” e 10 “E”); ii) Caso 02 - Matéria com 10 questões. 9 questões marcadas com certeza, sendo cinco “E”, quatro “C” e uma deixada em branco. Aqui, marcamos a que estava em branco com “C”, para que haja o equilíbrio (5 “C” e 5 “E”); iii) Caso 03 - Matéria com 06 questões. 03 questões marcadas com certeza, sen- do as três questões marcadas com “C” e três deixadas em branco. Nesse caso, marcamos as três que estavam em branco com “E”, para que haja o equilíbrio (03 “C” e 03 “E”); iv) Caso 04 - Matéria com 10 questões. 07 questões marcadas com certeza, sendo 5 questões marcadas com “C”, duas com “E” e três deixadas em branco. Nesse caso, marcamos as três que estavam em branco com “E”, para que haja o equilí- brio (05 “C” e 05 “E”); Vamos complicar um pouco a aplicação dessa técnica... v) Caso 05 - Matéria com 20 questões. 18 questões marcadas com certeza, sendo nove questões marcadas com “C”, nove com “E” e duas deixadas em branco. Nes- se caso, podemos chegar à conclusão de que, para que haja o equilíbrio (10 “C” e 10 “E”), das duas que estão em branco uma delas é “C” e a outra “E”. Sabendo disso e aplicando as técnicas de resolução de questões passadas em capítulo anterior (análise de termos técnicos, termos inclusivos/exclusivos, consideração dos princípios que norteiam o tema, etc.) o chute consciente ganha uma probabi- lidade muito maior de ser certeiro; vi) Caso 06 - Matéria com 15 questões. 13 questões marcadas com certeza, sen- do oito questões marcadas com “C”, cinco com “E” e duas deixadas em branco. Luís Valoz 25 Quando o número de questões é ímpar, é claro, não há como o equilíbrio ser perfei- to. É incomum isso acontecer, mas acontece. Nesse caso, marcamos as duas que estavam em branco com “E”, para alcançar o cenário mais próximo do equilíbrio (08 “C” e 07 “E”). Como já havia oito questões “C” dentre as quinze, a probabilidade de todo o resto ser “E” é enorme, pois, caso contrário, o desequilíbrio seria muito grande; vii) Caso 07 - Matéria com 15 questões. 10 questões marcadas com certeza, sendo cinco questões marcadas com “C”, cinco com “E” e cinco deixadas em branco. Mais um caso em que não haverá o equilíbrio perfeito, por ser um número ímpar de questões. Outro detalhe que percebemos aqui é que, quanto mais questões você marcar, mais fácil será aplicar a técnica do “chute consciente” baseado no equilíbrio. Nesse caso, podemos inferir que, para atingir o “maior equilíbrio possí- vel” entre 15 questões, das cinco questões faltantes, três delas são de um gaba- rito (“C” ou “E”) e a outra será do outro. Esse conhecimento, somado aos demais conhecimentos acerca da matéria, dão um poder muito maior de acerto do “chute consciente”; viii) Caso 08 - Matéria com 25 questões. 20 questões marcadas com certeza, sendo dezoito questões marcadas com “C”, duas com “E” e cinco deixadas em branco. Nesse caso, eu reavaliaria minhas respostas, mesmo tendo tido certeza quando respondi pela primeira vez, pois é muito provável que eu tenha cometido enganos, já que, mesmo preenchendo todas as faltantes com “E” - o que resultaria em 18 “C” e 7 “E” - o gabarito ficaria muito distante do equilíbrio que deveria haver (13 de um e 12 do outro, ou, no máximo, 14 de um e 11 do outro). Caso você reveja as suas respostas e permaneça com certeza absoluta de todas as questões (o que será muito improvável), considere que possa ser um caso de conjunto de ques- tões que fugiu à regra. Mas friso que, de todas as análises de prova que fiz, não identifiquei nenhum caso com tamanho desequilíbrio. Se eu me encontro em uma situação como essa, eu acabo alterando algumas respostas, sempre em busca do equilíbrio; Bom, acredito que diante dessas hipóteses tenha sido possível compreender como você pode aplicar a técnica de cobrança do CESPE ao seu favor. Perceba que quanto melhor a sua preparação, mais rápida e fácil será a aplicação do “chute consciente”, pois quanto mais questões você marcar com certeza (e acertar, lógico) mais fácil será chegar ao equilíbrio marcando as questões faltantes. 26 OS SEGREDOS DA PROVA CESPE Foi assim que eu atingi uma pontuação tão alta na prova do TCE-PE, que eu nunca imaginei que pudesse alcançar, até desvendar esse segredo do equilíbrio. Eu alcancei 108 pontos em uma prova de 120 questões (90% líquido). Eu segui exatamente o passo a passo acima e chutei muitas questões apenas con- siderando o equilíbrio a ser alcançado no gabarito de cada matéria. Alguns dos chutes, nos casos em que era mais fácil alcançar o equilíbrio, eram na coragem mesmo, sem muita análise das questões (como nos casos 01 a 04 acima). Outros chutes eram mais conscientes, feitoscom base no conhecimento geral sobre a matéria, princípios, análi- se de termos técnicos, etc., como nos casos em que eu tinha que distribuir “C”s e “E”s para alcançar o equilíbrio. Assim, eu acertei 113 questões, errei 5 e deixei 2 em branco. Não me pergunte por que eu deixei essas duas questões em branco, pois eu não sei. Provavelmente um lap- so de atenção na hora da prova, já que, após a prova, eu verifiquei que na folha de respostas eu havia preenchido as questões adotando o chute consciente (e que eu teria acertado), mas não passei para o gabarito. Foi a primeira vez que eu tinha adotado essa estratégia e acabei cometendo essa falta… graças a Deus que deu certo pra mim mesmo assim. O que é importante que você saiba é que eu não tinha 100% de segurança em to- das as questões que eu marquei. Lógico que eu estava bem preparado, mas não o suficiente para marcar 118 questões com certeza absoluta. Eu acredito que marquei com segurança cerca de 90 questões, o que já representaria uma pontuação muito boa numa prova CESPE (80% líquido). Mas temos que lembrar duas coisas aqui: 1º - é normal errarmos algumas das questões que marcamos com certeza, o que já baixaria essa minha nota; 2º - o ponto de corte da minha prova foi de 102 pontos, de forma que nem os 90 pontos seriam suficientes para garantir a minha vaga. Para você ter uma ideia, se eu tivesse adotado a minha velha estratégia - a que o CESPE quer que você adote - de marcar apenas as questões que eu tinha certeza, deixando em branco as demais, eu teria, na melhor das hipóteses, alcançado em torno de 90 pontos, o que me deixaria por volta da 250ª posição (eram apenas 12 vagas). Entretanto, nesse dia eu adotei a postura de marcar o máximo de questões possível, considerando a estratégia do “chute consciente” buscando o equilíbrio dos gabaritos na prova. Graças a essa postura alcancei a aprovação em 1º lugar, sendo chamado na primeira chamada do concurso. Luís Valoz 27 Perceba como a compreensão da forma de cobrança da prova CESPE foi funda- mental para que eu alcançasse a aprovação dentro das vagas no concurso de Analista de Gestão do Tribunal de Contas de Pernambuco, mas veja que, por mais que eu tives- se domínio dessa técnica, sem o conhecimento que eu acumulei até o dia da prova de nada adiantaria. A prova CESPE continua sendo uma prova difícil, que demanda muito estudo, sendo esta técnica de chute consciente um impulso na sua pontuação. Por isso que eu afirmei que essa não é uma técnica mágica, mas sim uma técnica que favorecerá quem mais estudou, pois quanto mais questões preenchidas com cer- teza absoluta, mais fácil responder as questões em branco buscando o equilíbrio do gabarito. IMPORTANTE! Fazer essa análise para marcação das questões em branco, em busca do equilíbrio dos gabaritos “C” e “E” é algo que pode te tomar mais ou menos tempo, dependendo da sua rapidez e da sua prática nessa técnica. Assim, indico que essa técnica seja adotada desde já, nos seus simulados, para que você não se perca no tempo de prova no “Dia D” e acabe prejudicando o seu desempenho. Essa técnica veio para impulsionar suas pontuações, não para atrapalhar! Treine muito a estratégia até dominá-la. 28 OS SEGREDOS DA PROVA CESPE Os temas abordados daqui em diante são conteúdos do meu livro M.E.T.A. - Mé- todos, Estratégias e Técnicas para a Aprovação13, voltado à análise das técnicas de estudos relacionadas ao Estudo Eficaz, à Revisão Eficiente e à Resolução de Questões, abordando as vantagens e desvantagens de cada uma delas e também quais eu adotei para alcançar as minhas aprovações. Decidi inserir esse trecho do M.E.T.A., que trata sobre Estratégias para a Execução da Prova, porque é um tema que se relaciona diretamente com o conteúdo deste livro que você tem em mãos, já que para você conseguir aplicar com eficácia e sabedoria os segredos da Banca Cespe a seu favor é essencial que você tenha uma boa estratégia para o dia “D”, com técnicas que te permitam ter tempo e tranquilidade para colocar em prática os conhecimentos deste livro. Dito isto, vamos lá! Conteúdo Bônus - M.E.T.A. 13 Disponível em www.luisvaloz.com.br . Luís Valoz 29 É importante compreender que para ser bem sucedido no mundo dos concursos não basta aplicar todas as técnicas tratadas até aqui e ter uma aprendizagem efetiva, um sistema de revisão eficiente e o costume de fazer muitos exercícios direcionados e controlados. É que tão importante quanto o seu planejamento de estudos para fazer a prova é o seu planejamento de execução da prova. Ou seja, além de ter um estudo bem estru- turado, você tem que adotar estratégias para a execução de provas que te permitam colocar o seu conhecimento em prática. A partir daqui, vou te passar qual era a minha estratégia de prova. Estratégias Para a Prova 30 OS SEGREDOS DA PROVA CESPE O seu tempo para fazer a prova é limitado e seu planejamento deve ser preciso. A falta de planejamento pode, por exemplo, jogar no lixo a aprovação de um candidato preparado por falta de tempo para preencher o gabarito oficial. É complicado determinar quanto tempo deve ser dedicado para cada etapa (ques- tões objetivas, questões discursivas e preenchimento do gabarito), porque, além de cada prova apresentar situações diferentes (há provas de 4h, 3h30, 5h, com discursiva, sem discursiva, etc.), cada candidato tem um ritmo diferente. Vou passar um esquema base para uma prova padrão do CESPE (5h de duração, 120 questões objetivas, uma prova discursiva de 30 linhas). Como Eu Fazia De olho no tempo! Nas provas CESPE não é possível entrar com relógio, então o controle do tempo se dá por meio de adesivos colocados no quadro da sala, no estilo abaixo: Gestão do Tempo de Prova Luís Valoz 31 Como se sabe, no início da prova todos os adesivos estão no quadro e, conforme o tempo passa, o fiscal vai tirando o adesivo de cima para indicar qual o tempo restante. Fique atento aos adesivos e SEMPRE CONSIDERE O SEGUNDO ADESIVO que está no quadro (de cima para baixo). Isso porque quando o fiscal tira, por exemplo, o adesivo de “04h30” significa que, a partir daquele momento, faltam 4h00 de prova. Mas, por precaução, temos dois moti- vos para considerar que temos um tempo restante de 03h30, não 04h00: 1. Nem sempre vemos o momento exato que o adesivo de cima foi retirado; 2. Não temos como controlar quanto tempo falta para tirar o próximo adesivo. Exemplo: quando temos no quadro os adesivos a partir do de “01h30”, é possível que tenhamos restantes 1h30, 1h20, 1h10... ou até 1h01!! O tempo na prova voa e você achar que tem 1h30 quando na verdade só tem 01h01 pode te prejudicar! Captou a ideia? Então, o que você vai fazer a partir de agora é: adesivo de 04h30 no quadro, considere que tem 04h restantes. Adesivo de 2h00 no quadro, considere que tem 1h30 restante… e assim por diante. Sempre o adesivo abaixo! Reserve, no mínimo, 30 minutos para preencher o gabarito oficial. Não há nada mais desesperador que ter uma prova toda feita e faltar tempo para passar suas res- postas para o gabarito definitivo. Independentemente do que você já tenha feito na prova, 30 minutos antes do fim ou antes de partir para discursiva, preencha o gabarito. Não faz sentido você dedicar tempo fazendo as questões que você ainda não fez e perder os pontos das questões que você já fez por não tê-las passado para o gabarito. Depois de preenchido o gabarito com as questões que você já fez e finalizada a discursiva, volte para as questões que você deixou em branco com o tempo que sobrar. Não conte com a boa vontade do fiscal. Ele está lá para garantir a igualdade entre os candidatos e todos têm que dispor do mesmo tempo de prova. Isso inclui o preen- chimento do gabarito. 32 OS SEGREDOS DA PROVA CESPE Reserve um tempo determinado para responder a prova discursiva. Geralmente as provas CESPE também exigem a resposta a uma questão discursi-va. Em um prova com 120 questões objetivas e uma discursiva de 30 linhas com 5h de duração meu método era o seguinte: 1. Iniciava pelas objetivas (muitas vezes elas até te trarão maior base para a discur- siva); 2. Faltando 2h para o fim da prova, independentemente de quantas objetivas falta- vam, partia para a discursiva. A discursiva, geralmente, vale muitos pontos (entre 25 a 50% da prova) e é o diferencial entre os que passam e os que reprovam (foi o que me colocou dentro das vagas no meu primeiro concurso - ANVISA - 2016). Correr o risco de não finalizar a discursiva é algo que não pode acontecer. Em regra, numa prova CESPE, as 3h iniciais são mais que suficientes para as 120 questões (1,5 min/questão), sobrando mais que 2h para a discursiva, todavia, indico que você reserve essas 2h como um tempo mínimo para a discursiva. Após preenchido o gabarito definitivo e a folha de resposta da discursiva eu voltava para responder eventuais questões que eu tinha deixado em branco e as respondia direto no gabarito definitivo. Resumindo a MINHA Gestão de Tempo... Luís Valoz 33 ATENÇÃO! Considere o meu esquema como um exemplo. Mas, é importante que você faça simulados cronometrados, no tempo e estilo previstos no edital da sua pro- va, para determinar sua própria estratégia, a que melhor se adapta ao seu estilo. 34 OS SEGREDOS DA PROVA CESPE Conheci esta técnica com o Ilustre Prof. André Luís (Cathedra) e confesso que, no primeiro momento, não me convenceu. Só depois que eu comecei a adotar senti a dife- rença no meu rendimento e, desde então, nunca mais abandonei. O nosso cérebro funciona como um músculo, que após estímulos precisa de perío- dos de descanso para a retomada de energia. O foco é finito, cansa conforme é usado, como um músculo. Essas pausas servem para dar descansos à mente. Numa prova de 5h, 120 questões objetivas e 1 discursiva de 30 linhas (padrão CES- PE) eu fazia 2 a 3 grandes pausas e diversas micropausas entre cada questão objetiva. As grandes pausas servem para um descanso da cabeça, dar uma esfriada na mente e renovar um pouco as energias para retomar a prova. Uma ida ao banheiro (mesmo sem vontade, só pra esticar as pernas e andar um pouco) e encher a garrafa de água no bebedouro, tempo suficiente para descansar um pouco a mente e movimentar o corpo. Eis abaixo como eu fazia: 1ª Grande Pausa Na metade da prova objetiva; 2ª Grande Pausa Depois de preenchido o gabarito da objetiva e antes da dis- cursiva; 3ª Grande Pausa Se houver mais de uma discursiva, entre uma e outra. Micropausas (máximo 2 segundos) entre uma questão objetiva e outra. Ape- nas um piscar de olhos mais prolongado e uma inspiração mais profunda (eventual- mente uma espreguiçada). É como se fechássemos a gaveta de um conteúdo para acessar outra. É um pequeno descanso para um novo estímulo. Acredite! Faz a dife- rença! O seu cérebro agradece. Pausas e Micropausas Luís Valoz 35 Aqui vou te passar o que considero como a melhor estratégia na hora de determinar a ordem da resolução das questões de uma prova CESPE: Objetivas Discursiva A melhor estratégia para aumentar o seu desempenho é começar pelas objetivas para depois ir para a discursiva. Entenda o porquê: • Se a discursiva for sobre algum assunto que você não tenha tanto domínio, você pode ficar ansioso ou nervoso e isso pode prejudicar seu rendimento na prova ob- jetiva, perdendo pontos que você não perderia se não estivesse preocupado com a discursiva. Além de não resolver a prova discursiva primeiro, indico que nem leia a questão antes do momento de resolvê-la, para não fazer a objetiva com a cabeça na discursiva e acabar se prejudicando; • As informações das questões objetivas podem te inspirar e te ajudar com argu- mentos e conhecimento para a resolução da discursiva. • Escrever exige maior esforço do cérebro do que ler buscando os erros das ques- tões objetivas, por isso, se você começar pela discursiva você já começará a prova demandando mais do seu cérebro, o que pode prejudicar seu desempenho. Ordem Na Prova Objetiva Agora que você já entendeu a importância de começar pelas questões objetivas, é muito importante estabelecer uma ordem de resolução de cada matéria. Assim você conseguirá extrair o máximo do seu potencial. Na tabela abaixo vou te mostrar como eu fiz e indico que você faça, mas é importante que você avalie o campo do “o quê” conforme o seu próprio perfil: Ordem de Execução da Prova 36 OS SEGREDOS DA PROVA CESPE Essa era a ordem que eu adotava nas provas e fez a diferença em minhas aprova- ções. Teste o método em simulados e confirme a eficácia do método para você, reali- zando ajustes conforme a sua necessidade e o seu desempenho. Luís Valoz 37 Nesse tópico eu quero tratar de dois pontos importantíssimos à aprovação, rela- cionados ao preenchimento do gabarito. Primeiro, vou falar sobre o perigo que há em negligenciar esse momento da prova e realizar o preenchimento de forma desatenta. Em segundo lugar, vamos falar sobre se é ou não uma boa ideia mudar as respostas na hora de preencher o gabarito. Atenção Redobrada Não se engane. O preenchimento da Folha de Respostas é a parte da prova mais importante de todas. De que adianta você fazer uma belíssima prova, tendo certeza de praticamente todas as suas respostas, sabendo que aquela pode ser finalmente a sua chance real de estar dentro das vagas, se, na hora de passar tudo para o único documento que será avaliado pela Banca, você agir com displicência, relaxamento e de forma desatenta, colocando tudo por água abaixo? Você pode até estar pensando que um tópico como esse seria dispensável nesse livro, mas o fato é que é muito comum encontrar pessoas que negligenciam essa etapa da prova, seja por não reservarem um tempo hábil para preenchê-lo com calma e aten- ção, evitando erros no preenchimento do gabarito, seja por relaxarem após responde- rem toda a prova, a ponto de realizarem essa tarefa de forma desatenta. Histórias de pessoas bem preparadas que deixaram a aprovação escapar por con- ta da marcação errada na folha de respostas são muito mais comuns do que você imagina. Pessoas que ficaram de fora das vagas porque marcaram a resposta certa no caderno de questões, mas preencheram outra coisa no gabarito oficial. Outras que pularam uma linha no gabarito oficial, alterando as respostas de todas as questões seguintes, perdendo muitos pontos. Candidatos que escreveram redações excelentes, mas trocaram o rascunho pela folha de respostas definitiva e vice-versa. Outros, ainda, que marcaram muito bem o caderno de questões, mas não tiveram tempo suficiente para passar tudo para o gabarito oficial. Enfim, acho que mais frustrante do que você sair de uma prova com a sensação de que você poderia ter estudado mais é você saber que você tinha o conhecimento, mas, Preenchimento do Gabarito 38 OS SEGREDOS DA PROVA CESPE por desatenção ou descuido, o gabarito oficial não foi fiel ao conhecimento que você tinha. E, infelizmente, a única coisa que tem importância para a Banca examinadora é a folha de respostas definitiva, não tendo o caderno de questões nenhum peso para a sua avaliação. Acredito que esses deslizes ocorrem, principalmente, pelos seguintes fatores: 1. Depois de horas de prova, a mente está exausta e ela tende a relaxar após ter res- pondido todas as questões propostas; 2. Com a energia cerebral praticamente esgotada, tendemos a encarar a tarefa de preenchimento do gabarito como uma atividade passiva, adotando um posiciona- mento mental de copiar e colar, como uma ação que não precisa de atenção; 3. Após respondermos todas as questões a tendência é nos deixarmos levar pela sensação de “missão cumprida” e, equivocadamente, pensar que “agora é só pre- encher o gabarito”. Só?; 4. Adotar a postura de que o nosso tempo deve ser dedicado para responder bem as questões, e que em poucos minutos é possível preencher ogabarito. Adotar esse tipo de postura quanto ao preenchimento do gabarito é o que pode pôr em xeque a aprovação que você alcançaria se você dependesse apenas do conheci- mento que você levou para a prova. Mas, felizmente, também há técnicas que podem te ajudar a evitar esses deslizes que podem te custar a aprovação. As atitudes que considero indispensáveis para que o seu gabarito seja preenchido da melhor maneira possível são: 1. Reserve, pelo menos, 30 minutos para preenchimento do gabarito. Uma etapa tão importante da sua prova tem que ter tempo sobrando, não faltando; 2. Escreva a resposta de cada questão ao lado do número da questão, para que você não corra o risco de olhar a resposta de uma questão e passar no gabarito de outra. Às vezes as questões são enormes e se você marcar, por exemplo, o “C” ou o “E” lá no final da questão, você pode se confundir na hora de passar para o gaba- rito, porque você vai ver o número da questão e depois ter que percorrer a folha de questões para ver qual foi a resposta, o que não ocorrerá se, na hora de responder às questões, você já colocar a resposta ao lado no número da questão. Uma coisa simples, mas que facilitará muito o preenchimento do gabarito; Luís Valoz 39 3. Quando estiver respondendo a prova, faça uma marcação muito clara nas ques- tões que você deixou em branco, para que você fique alerta em relação a elas na hora de passar para o gabarito, a fim de que não haja o risco de você preencher no gabarito o que você deixou em branco na folha de respostas, o que, às vezes, prejudica o preenchimento de todo o resto do gabarito; 4. Durante o preenchimento do gabarito, não pare para analisar de novo as questões que você já marcou. O momento agora é de preencher o gabarito, não de respon- der questões, pois isso você já fez. Mais à frente veremos, inclusive, que a chance de erro é grande se você resolver mudar a resposta das questões na hora de pre- encher o gabarito; 5. Durante o preenchimento não pare para analisar as questões que estão em branco e tentar respondê-las no meio desse processo. Isso pode te prejudicar em relação ao tempo e, além disso, o seu foco ficará dividido entre duas tarefas: raciocinar acerca das questões ainda não respondidas e preencher o gabarito em relação às questões respondidas. Lembre-se: seu objetivo é passar para a folha de respostas as questões que você já respondeu e garantir que isso seja bem feito, para que você garanta esses pontos. Depois de preenchido o gabarito você usa o tempo que tiver para tentar ga- nhar mais alguns pontos resolvendo as questões que você deixou em branco. Eu, particularmente, sempre encarei o gabarito com muita seriedade, tendo a exata noção da importância que aquela folha tinha, o poder de transformação que o seu pre- enchimento teria sobre a minha vida como um todo. Sempre respeitei esse momento da prova e tive cuidado para não encará-lo de forma desatenta. Assim, posso afirmar que jamais aconteceu comigo qualquer equívoco na hora de preencher as folhas de respostas definitivas, mesmo escutando sobre tantas pessoas sendo prejudicadas por isso. E isso não depende de estudo ou conhecimento, apenas de cuidado e atenção. Eis como eu fazia o preenchimento das minhas folhas de resposta: 1. Tempo Mínimo Reservado: Eu reservava 30 minutos para preencher o gabarito. Se fosse uma prova que tivesse discursiva eu fazia isso imediatamente antes de partir para a parte escrita. Nunca cheguei a usar os 30 minutos, mas também nunca me faltou tempo a ponto de eu ter que preencher o gabarito na pressa; 2. Visualização Fácil da Resposta: Eu escrevia a resposta de cada questão ao lado do número da questão, e não ao fim de cada sentença, para que a visualização ficasse mais fácil na hora de preencher o gabarito; 40 OS SEGREDOS DA PROVA CESPE 3. Indicação Clara das Questões Não Respondidas: Eu circulava com força o núme- ro das questões que eu havia deixado em branco ou que tivesse tido muita dúvida, para que não houvesse o risco de eu não perceber e não pular a questão na hora de preencher o gabarito; 4. Dupla Verificação: Na hora de preencher o gabarito, eu olhava no caderno de ques- tões o número da questão e a resposta respectiva, que estava ao seu lado, e “falava” a combinação mentalmente (exemplo: 1-E), ia para o gabarito e preenchia a ques- tão com um pontinho fraco no meio da bolinha correspondente a minha resposta, olhava o que tinha marcado no gabarito, falava de novo mentalmente a combinação do número da questão e da resposta, e voltava na prova para conferir se eu havia marcado certo. Estando a resposta do gabarito igual a do caderno de questões, eu partia para a próxima questão; 5. Preenchimento definitivo: Depois de preenchido todo o gaba- rito conforme o tópico anterior eu deixava o caderno de ques- tões de lado e preenchia todas as respostas do gabarito oficial com força e conforme a folha de respostas exigia (em regra, uma bolinha ocupando completamente o círculo correspon- dente à resposta), conforme a imagem ao lado. Eu sei que todo esse sistema parece um exagero, mas se parar- mos para pensar que a diferença de pontuação entre quem toma posse e quem não toma muitas vezes é de décimos de ponto, eu realmente acredito que vale a pena ser muito metódico na hora do preenchimento do gabarito, pois de nada adianta a resposta certa no caderno de questões se a folha de respostas definitiva não corresponder. Esse método corresponde exatamente ao que eu fazia e não necessariamente é a melhor forma de preenchimento de gabarito (se é que isso existe), de forma que você pode usar qualquer método, desde que seja uma etapa encarada com muita atenção e realizada com muito cuidado, para que você não perca pontos de forma desnecessária. Na hipótese de, mesmo com muita atenção, você cometer algum tipo de erro no preenchimento do gabarito, é válido lembrar que há uma forma de você anular a ques- tão no gabarito. No CESPE, por exemplo, basta você marcar as duas opções “C” e “E” para que a questão seja desconsiderada. É melhor não ter nada do que perder um ponto por marcação errada. Isso, claro, aplica-se no caso da modalidade de cobrança Luís Valoz 41 na qual uma questão errada anula uma certa. Não sendo o caso, não há razão para anular a questão. Outra questão envolvida no preenchimento do gabarito e que aflige muita gente é aquela vontade que dá de trocar as respostas na hora de passá-las a limpo para a folha de resposta. Vamos falar sobre isso no próximo tópico. ;) Quando Mudar a Resposta? É muito comum que o candidato, depois de ter feito toda a prova e marcado as questões conforme o seu conhecimento, na hora de passar as respostas para o gaba- rito oficial, retome a análise da questão e resolva trocar as respostas. Entretanto, não é raro escutar histórias de pessoas que se arrependeram amargamente de ter trocado uma resposta, pois estavam certos em sua primeira marcação, mas mudaram de ideia e colocaram a opção errada no gabarito. Diante dessa situação, há muitos que defen- dem que você jamais deve trocar as suas respostas. Eu entendo as razões de quem defende esse ponto de vista, mas eu tenho as minhas ressalvas. Os argumentos dos que defendem que você nunca deve alterar a resposta dada anteriormente são os seguintes: 1. Como, em regra, você vai preencher o gabarito após ter feito toda a prova, às vezes após quatro, cinco horas de prova, o seu cérebro já está esgotado e, naturalmente, caso surjam dúvidas na hora de passar as respostas para o gabarito, é melhor você confiar na resposta que você deu primeiro, pois você estava com a mente mais descansada, e não confiar nos pensamentos do seu cérebro cansado; 2. A sua primeira resposta, além de se apoiar no conhecimento que você lembra, apoia-se também no seu subconsciente, que, por vezes, traz informações que não estão tão sedimentadas na mente, mas que um dia já foram estudadas. Nahora de passar para o gabarito, racionalizando com o cérebro já fadigado, sua segu- rança no seu subconsciente fica menor, pois essa “intuição” já não vem mais com tanta força, o que acaba fazendo com que você mude a resposta que estava certa; 3. Se você já estudou a matéria você deve confiar nos seus instintos, pois eles se ba- seiam em toda uma bagagem de conhecimento que você construiu até a prova, de forma que, a tendência é que você, subconscientemente, aplique o conhecimento adquirido, mesmo que não lembre dele com clareza. 42 OS SEGREDOS DA PROVA CESPE Concordo que há sentido nesses argumentos, mas será mesmo que devemos ado- tar a postura de jamais trocar uma resposta? Sinceramente, acredito que há exceções, e vou explicar o porquê. Pesquisas da psicologia nos mostram que, muitas vezes, a primeira escolha de resposta não é necessariamente melhor que fazer uma revisão dela. Apesar da crença extremamente popular de que os primeiros instintos tendem a nos dar a resposta certa, vários experimentos desmentiram essa tese. Essa crença é popular porque, realmente, é muito mais comum ouvirmos pessoas dizendo que se arrependeram de ter trocado uma resposta do que celebrando o fato de terem feito tal mudança. Isso acontece, principalmente, pela seguinte razão: - O ser humano tem a tendência de ser fortemente apegado àquilo que faz parte dele, da sua essência, como é o caso dos primeiros instintos, do subconsciente. Assim, quando nós abrimos mão dos instintos (primeira resposta) e depois des- cobrimos que ele estava certo, isso gera uma forte frustração por não termos confiado em nós mesmos. Essa intensa decepção constitui uma má memória, às vezes atrelada a fortes emoções, como não ter passado nas vagas por essas mudanças de gabarito, por exemplo. Como é sabido, tendemos a nos apegar a emoções negativas com muita força, relembrando com frequência tais aconteci- mentos. Isso é o que nos dá a impressão de que isso é algo muito mais comum do que realmente é. É muito mais comum você ouvir reclamações das pessoas que mudaram seus gabaritos do que comemorações pelo mesmo feito, mesmo que as mudanças possam também ser positivas. Ou seja, não é sempre que a primeira resposta está certa, mas ouvimos tanto sobre histórias de pessoas que se arrependeram de mudar a primeira resposta, que acaba- mos acreditando que jamais devemos trocar nossas respostas. Mas não é bem assim. Experimentos, inclusive, mostram que é mais comum que mudanças de gabarito sejam positivas que negativas. Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos14 reuniu vários alunos e os colocou para fazer provas de múltipla escolha sobre matérias conhecidas por eles, pedindo para que eles procedessem da seguinte maneira: 14 https://theconversation.com/should-you-rely-on-first-instincts-when-answering-a-multiple-choi- ce-exam-43313. Luís Valoz 43 1. Respondessem às questões; 2. Anotassem ao lado delas quando tinham certeza ou quando tinham dúvida; 3. Marcassem as respostas que sofressem alteração depois de uma revisão. O Resultado? As respostas que foram revisadas e trocadas resultaram mais em acer- tos que erros. Nas questões respondidas com maior incerteza, acreditar nos primeiros instintos fez com que errassem mais do que acertassem (mais da metade das vezes). Em relação às questões respondidas com maior grau de confiança, as primeiras res- postas foram mais corretas que erradas, de forma que alterá-las seria prejudicial. Em outras palavras, a percepção dos alunos acerca da confiança deles sobre cada questão foi um indicador que facilitou muito sobre se eles deveriam ponderar sobre a alteração ou não de cada resposta, e escrever ao lado de cada questão se eles tinham ou não certeza sobre aquilo no momento de respondê-las foi algo que eles puderam usar para decidir se iriam ou não pensar em mudar as respostas. A conclusão é que tanto mudar a resposta quanto confiar na sua primeira resposta podem ser estratégias igualmente válidas e o segredo para saber quando vale a pena ou não pensar em alterar o gabarito é ter uma consciência clara do seu nível de con- fiança nas suas respostas. Todos sentem o nível de confiança quando tomam uma decisão. O problema é que nós esquecemos rapidamente essa informação quando se- guimos para as próximas decisões. Assim, quando, no momento da tomada de decisão acerca da resposta, nós sinalizamos ao lado da questão se estamos com certeza ou com muita dúvida, na hora de pensarmos em revisar a resposta, nós contamos com uma informação muito mais fiel do que a nossa memória, que pode ser extremamente falha (principalmente depois de 5 horas de prova). Então, a chave para saber se é mais prudente se agarrar à primeira resposta ou reanalisar a questão para alterar a resposta está em registrar o seu nível de confiança durante o momento em que você está tomando a decisão. Tanto a revisão quanto acre- ditar na sua primeira resposta têm o potencial de resultar mais em respostas corretas do que incorretas, desde que você adote a postura correta no momento certo. E apenas a autoavaliação do nível de confiança a cada resposta é o que pode prever qual das posturas será a mais apropriada. 44 OS SEGREDOS DA PROVA CESPE De forma muito simplória, eu aplicava essa técnica da seguinte maneira: 1. Durante a execução da prova, a cada questão, eu marcava a resposta e, no caso de ser uma resposta dada com certeza, eu apenas deixava a resposta ao lado do número da questão. Entretanto, caso fosse uma questão que me gerasse dúvida eu sinalizava essa dúvida de modo claro ao lado da questão e da resposta; 2. No momento de passar as respostas para o gabarito, eu passava as respostas de todas aquelas que eu não tive nenhum tipo de dúvida, sem nem cogitar reanalisar as questões, apenas olhando o número da questão e a resposta correspondente; 3. Após preencher no gabarito todas as que eu tinha certeza e, se fosse o caso, após partir para a discursiva e finalizar também essa etapa da prova, eu voltava na prova para reanalisar com mais calma as que eu tive dúvida e também as que eu tinha deixado em branco. Em resumo, em relação às que eu tinha marcado com certeza eu não fazia, sob hipótese nenhuma, uma nova análise da questão, confiando, de fato, nas primeiras res- postas que havia dado. Eu retomava a análise apenas das questões que eu tivesse marcado com dúvidas ou que eu tivesse deixado em branco. Luís Valoz 45 É isso! Espero, sinceramente, que o conteúdo desse livro faça uma grande diferença e acelere o seu projeto de aprovação no concurso dos seus sonhos e você, como eu, possa um dia dizer: “Eu venci o CESPE!” Finalizo essa obra fortalecendo o que já disse aqui algumas vezes: todas essas técnicas de prova, principalmente a do “chute consciente” são técnicas que servem para impulsionar a pontuação daqueles que têm o conhecimento necessário à aprova- ção. Ou seja, da mesma forma como sua estratégia e técnicas de execução de prova merecem sua atenção, também devem ser consideradas as técnicas utilizadas para a aquisição de conhecimento. E justamente pensando nisso, com o objetivo de auxiliar os candidatos de todo o Brasil na busca de técnicas eficazes de aprendizagem, de revisão, de memorização e de resolução de questões, foi que eu escrevi o livro M.E.T.A. - Métodos, Estratégias e Técnicas para a Aprovação. O fato é que, devido ao aumento da busca pela tão sonhada aprovação, o cresci- mento de cursos preparatórios, presenciais e on-line, em vídeo ou PDF, cresceu muito nos últimos anos. A concorrência entre essas empresas fez com que a qualidade do material oferecido no mercado aumentasse muito e, hoje em dia, há muito material de estudo de excelente qualidade por preços acessíveis. E o advento da internet potencia- liza esse fator. Há um tempo atrás, a trabalhosa tarefa de pesquisar e juntar todo o material de estudo era um dos principais desafios da caminhada rumo à aprovação.Mas hoje o material para estudar não é mais um problema para o concurseiro. Isso é excelente, mas não suficiente. M.E.T.A. 46 OS SEGREDOS DA PROVA CESPE Temos a seguinte situação: a) Concorrência altíssima; b) Materiais de qualidade ao alcance de todos; c) Candidatos com o nível cada vez mais alto. Então, perceba que o diferencial que trará a aprovação do candidato não está mais em que material se utiliza. Isso influencia pouco na aprovação de quem entra no servi- ço público, porque, na realidade, a maioria usa os mesmos materiais. No final das con- tas, o que está fazendo a diferença na preparação dos candidatos que são aprovados está nos seguintes fatores: a) Planejamento; b) Metodologia de estudo; c) Estratégias adotadas; d) Técnicas de aprendizagem, revisão e resolução de exercícios. Assim, o diferencial passou do “o que se estuda” para o “como se estuda”. Muito se fala na internet sobre métodos, estratégias e técnicas de estudo. Materiais gratuitos, pagos, escritos, em vídeo… não importa o formato, a gama de conteúdo sobre isso é enorme e cresce a cada dia. Dentre tudo o que está disponível por aí, é preciso passar um filtro criterioso para saber o que realmente socorre o estudante (e o que atrapalha), e esse é um processo bem trabalhoso. Na minha caminhada, fiz muitas pesquisas e li muito sobre o tema. Na base de er- ros e acertos fui adotando, quebrando a cara, descartando umas técnicas, aprimorando outras e, aos poucos, lapidando o meu próprio método de estudo. E foi esse método que me trouxe, com pouco mais de um ano e meio de estudo efetivo, a aprovação em 1º lugar no Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, no cargo de Analista de Gestão. Luís Valoz 47 Foi assim que nasceu o M.E.T.A. - Método, Estratégia e Técnicas de Aprovação - O M.E.T.A. é baseado em tudo o que eu estudei e pesquisei sobre métodos de es- tudos, o que eu considero o melhor caminho a ser percorrido para aprimorar as suas técnicas de: a) Planejamento de estudos; b) Aprendizagem; c) Produção de material de revisão; d) Revisão de conteúdo; e) Resolução de questões; f) Resolução de provas; g) Melhoria contínua dos tópicos acima. O objetivo principal do M.E.T.A. é facilitar a sua vida para que você não tenha que investir mais o seu tempo procurando como se deve estudar. Eu quero que você, a partir da leitura do M.E.T.A., SÓ INVISTA O SEU TEMPO ESTUDANDO! No M.E.T.A., o meu objetivo é passar, em uma linguagem fácil e concisa, os métodos e as melhores e mais eficientes estratégias e técnicas de estudo, que, se adotadas à risca, farão com que bons resultados surjam mais rápido, e seu nome seja publicado em um Diário Oficial muito antes do que você imagina. O M.E.T.A. está disponível no meu site www.luisvaloz.com.br. Será uma enorme honra continuar fazendo parte da sua caminhada! Torço para que eu possa fazer parte do alcance da sua aprovação! Foco na M.E.T.A.! A Aprovação te espera! 48 OS SEGREDOS DA PROVA CESPE Finalizada esta obra, agradeço muito a Deus, fonte da minha força e inspiração para levar à frente o projeto que está em suas mãos. Agradeço a minha esposa, Bárbara, que sempre me apoiou e compreendeu os momentos de ausência para que eu pudesse me dedicar a essa obra. Agradeço a minha mãe, que, além de ter sido suporte e fonte de inspiração para que eu fizesse um livro que ajudasse ou- tras pessoas a conquistarem o que eu conquistei, ajudou-me em todo o projeto administrativo relativo ao livro. Agradeço ao meu tio, Fred, que também participou ativamente de todas as questões técnicas e administrativas referentes ao projeto. Agradeço aos meus avós, pais, irmãos e irmãs, que sempre me apoiaram no meu sonho de ser servidor público, e que, indiretamente, têm sua parte nessa obra. Por fim, agradeço a você, querido leitor e leitora, por ter me dado esse voto de confiança e ter colocado em minhas mãos a missão de te ajudar na sua busca por mudança de vida. Se isso for alcançado, tudo terá valido a pena. Agradecimentos Introdução O Que Este Livro É? Alerta Importante! Sobre o Autor Os Segredos da Prova Cespe Prova de Caça aos Erros Análise das Questões Deixar ou Não Questões em Branco Chute Consciente na Prova CESPE Cobrança à Prova de Chutes? Vencendo a Banca CESPE Conteúdo Bônus - M.E.T.A. Estratégias Para a Prova Gestão do Tempo de Prova Pausas e Micropausas Ordem de Execução da Prova Preenchimento do Gabarito Atenção Redobrada Quando Mudar a Resposta? M.E.T.A. Agradecimentos
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