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Farmacologia Regulação da PA e bases farmacológicas da terapêutica cardiovascular A pressão arterial: A PA é a pressão do sangue sobre a vasculatura, e como se sabe esta é influenciada por diversos fatores seja de forma direta ou indireta, mas é influenciada principalmente pelo DC e pela RVP. Dado pela formula PA= DC x RVP, é possível compreender, discernir que a pressão arterial, portanto, é diretamente proporcional ao DC e a RVP, então neste caso, quando o DC estiver elevado consequentemente a PA também estará elevada e vice-versa. Assim como na RVP, quando esta estiver elevada a pressão por consequência também estará elevada. Como se sabe, o DC está relacionado com a quantidade de sangue que é ejetada pelo coração a cada contração, e a RVP corresponde a capacidade de vasoconstricção e vasodilatação. A alteração nesses dois sistemas pode levar a um aumento ou uma diminuição da PA. O DC é influenciado por fatores como volume de sangue, tônus venoso, pressão de enchimento, contratilidade e FC. E a RVP é influenciada diretamente pelo tônus arteriolar – vasodilatação e vasoconstricção, quando há vasoconstricção há um aumento da RVP que consequentemente levará a um aumento da PA e vice-versa. Existem diversos fatores que podem influenciar no tônus arteriolar, que acaba influenciando diretamente na PA, como a atividade do sistema nervoso autônomo sobre o débito cardíaco; hormônios que influenciam tanto no tônus arteriolar como no débito cardíaco como as catecolaminas e os rins com o sistema renina-angiotensina-aldosterona. E um fator importante é que ao relembrar e compreender todos os mecanismos fisiológicos é que isto acaba se tornando alvos terapêuticos, alvos farmacológicos. Sistema Renina – Angiotensina: O sistema renina-angiotensina-aldosterona é um sistema no qual fármacos como Captopril, Enalapril e Losartana irão agir, o fígado é responsável pela síntese de angiotensinogênio que será convertido em angiotensina I pela renina, uma enzima sintetizada pelas células do aparelho justaglomerular. A angiotensina I será convertida em angiotensina II pela ECA, a angiotensina como se sabe é um potente vasoconstrictor. A angiotensina II irá agir sobre os vasos, nas arteríolas, causando vasoconstricção, além de promover um aumento da resposta cardiovascular pelo centro de controle cardiovascular localizado no bulbo, além disso estimula a secreção de vasopressina, de ADH pelo hipotálamo, que irá agir sobre os túbulos renais promovendo um aumento da reabsorção de água, além de estimular o centro da sede. Além disso a angiotensina II irá estimular a secreção de aldosterona pelo córtex da supra-renal, e a aldosterona irá agir sobre os túbulos renais aumentado a reabsorção de sódio. A angiotensina também está ligada a processos de hipertrofia cardíaca e remodelagem vasculares. E a partir de momento que há uma diminuição de angiontensina II no paciente hipertenso ocorre uma proteção contra a hipertrofia cardíaca. Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS): A HAS é a doença cardiovascular mais comum, e se caracteriza por promover alterações patológicas nos vasos e no coração e o risco dessa doença está associada as complicações que, a mesma, pode acarretar riscos como AVE, aneurismas, hipertrofias cardíacas e problemas renais. A hipertensão arterial primária está associada com uma causa multifatorial que acaba englobando fatores genéticos, obesidade, estresse, alimentação, tabagismo, ingestão de sódio e sedentarismo. Estes fatores irão agir como contribuintes para o desenvolvimento de uma hipertensão arterial primária, diferente da hipertensão arterial primária, a hipertensão arterial secundária é aquela na qual se tem conhecimento do fator causador da doença em si. Obs: fator poligênico e fator ambiental devem ser considerados, o fator poligênico está associado com o os antecedentes familiares. Classificação da PA de acordo com o seu nível – DBH VI: ➢ Hipertensão estágio I: 140-90 mmHg; ➢ Hipertensão estágio II: 160 – 100 mmHg; ➢ Hipertensão estágio III: > ou igual a 180 – 110 mmHg. Como se sabe a hipertensão arterial pode ser assintomática e será diagnosticada após serem observadas medidas de PA, valores iguais ou superiores a 140-90 mmHg, pelo menos em duas medidas por consulta ou no mínimo duas ocasiões distintas, configuram hipertensão. Um fator que é utilizado como método diagnóstico e acompanhamento terapêutico é a monitorização da pressão arterial, onde a partir disso é possível ter uma ideia se a intervenção farmacológica e as políticas de educação em saúde estão sendo eficazes para o tratamento: • Monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA). • Monitorização residencial da pressão arterial (MRPA). • Hipertensão do jaleco branco (HAB) O MAPA é a monitorização ambulatorial da pressão em 24 horas, no qual este aparelho tem por finalidade aferir a pressão arterial a cada 15 minutos e as vantagens desse tipo de exame é que a partir disso é possível formular uma média da pressão ao longo do dia. A hipertensão do jaleco branco é aquela na qual o indivíduo só de ter a ciência que está sendo avaliado por um profissional de saúde acaba estimulando um pico de ansiedade. Terapia da hipertensão arterial: O principal objetivo do tratamento anti-hipertensivo é reduzir a morbidade e mortalidade cardiovasculares associadas a hipertensão arterial, e a hipertensão arterial será tratada de duas formas: • Terapia não medicamentosa Redução de peso corporal (em indivíduos sobrepeso); Moderação de bebidas alcoólicas e abandono do tabagismo; Atividade física (aeróbico >30 min/dia; Restrição de consumo de sódio (<5 g/dia). Está associada a educação em saúde. • Terapia medicamentosa: Classificadas de acordo com locais ou mecanismos de ação; Ação farmacológica sobre sobre o DC ou RVP. Anti-hipertensivos - classes farmacológicas: • Bloqueadores do receptor de ANG II; • IECAs; • Inibidores de renina; • Bloqueadores dos canais de cálcio; • Diuréticos; • Alfa-bloqueadores; • Beta-bloqueadores. Obs: o nome é sugestivo de cada classe – pril (IECAs); sartana (BRA), lol (beta-bloqueadores). É importante ressaltar que dependendo da classe farmacológica este fármaco pode ser indicado ou não, caso o paciente tenha outra doença associada a hipertensão como por exemplo os fármacos das classes IECAs, BRAS e beta-bloqueadores, são interessantes quando o paciente tem associado a hipertensão um quadro de diabetes. A partir do momento que se tem um paciente hipertenso deve-se avaliar qual o estágio que este se encontra, portanto, estágio I, estágio II e III. Se o paciente está num estágio I de hipertensão arterial e apresenta risco cardiovascular baixo a moderado, a terapia de escolha geralmente é a monoterapia, portanto, é utilizada uma única classe de fármacos para o tratamento. Quando o paciente está num estágio I de hipertensão arterial e apresenta um risco cardiovascular alto e muito alto, como ocorre nos estágios II e III, geralmente a terapia se faz com associação de diferentes classes de fármacos. A associação pode ser feita com duas classes de fármacos ou mais. Na monoterapia, se o fármaco de escolha não apresentou eficácia pode ser feito um ajuste na dose, pode trocar a classe ou acrescentar um segundo medicamento. Também ocorre quando se tem efeitos adversos toleráveis. Isso também pode ser feito no tratamento de uma hipertensão arterial estágio II e III, e estágio I que apresenta um risco cardiovascular alto e muito alto, que consta com a associação ou combinação de fármacos. Obs: nunca se deve combinar medicamentos da mesma classe. Combinações que podem ser feitas: ➢ Inibidor de ECA associado com diurético (combinação segura); ➢ Bloqueador de receptor de ANG II associado com diurético (combinaçãosegura): ➢ Inibidor de ECA associado com bloqueadores de canais de cálcio (combinação segura); ➢ Bloqueadores de canais de cálcio associado com diurético (combinação segura). Obs: bloqueador de receptor de ANG com IECA é uma combinação não recomendada. Obs: nenhum medicamento anti-hipertensivo cura, este tem como intuito promover o controle da PA, se o paciente deixa de tomar a medicação a PA tende a se elevar novamente. IECAs: Objetivo: diminuir a PA através da regulação da RVP e não aumenta de modo compensatório o DC; Ação farmacológica: 1) Bloqueiam a enzima conversora de angiotensina; (ECA) 2) Diminuem a degradação de bradicinina que aumenta a produção de óxido nítrico, e como se sabe o óxido nítrico tem ação vasodilatadora; 3) Reduzem a pré e pós-carga -> irão atuar de modo a diminuir o trabalho cardíaco. (devido a ação vasodilatadora) A ECA é uma enzima que está localizada principalmente no tecido pulmonar e como dito previamente esta irá atuar de modo a converter angiotensina I em angiotensina II. O fármaco irá se ligar no sítio ativo da enzima impedindo a ligação da angiotensina I, isso consequentemente, acaba levando uma diminuição dos níveis de angiotensina II que tem como resultante uma diminuição da PA. Com os níveis de angiotensina II diminuídos, há uma diminuição da secreção de aldosterona pelo córtex da adrenal, assim diminuindo a retenção de sódio e água. Diminuição da estimulação simpática, diminuindo então o DC e a RVP tendo como resultante uma queda da PA. Também levam aumento dos níveis de bradicinina através da inibição da degradação de bradicinina, que consequentemente levam a um aumento na produção de óxido nítrico, e como se sabe o óxido nítrico possuí ação vasodilatadora. Além de promover a vasodilatação do músculo liso vascular. COVID: A angiotensina II depois que formada é degradada pela ECA2, muito possivelmente, um dos receptores do coronavírus e pacientes que expressam mais ECA2, e esta é uma expressão pulmonar, o vírus acaba conseguindo penetrar na célula da uma maneira mais eficiente. Medicamentos da classe dos IECAs: ➢ Captopril; ➢ Enalapril; ➢ Lisinopril; ➢ Ramipril. São utilizados em monoterapia ou associados: • Controlam a PA; • Regridem a hipertrofia cardíaca, isso possivelmente, por diminuir os níveis de angiotensina II. • Também em pacientes com proteinúria, retarda a progressão da nefropatia diabética, mas ainda não se sabe como. E acaba sendo a primeira escolha para pacientes com IC, hipertensos com problemas renais e pacientes com risco elevado de doença coronariana. Farmacocinética e efeitos adversos: • Alimentos podem diminuir a absorção; • são pró-fármacos (exceto Captopril), • excreção ocorre por via urinária São contraindicados para gestantes (fetotóxicos). Efeitos adversos: • Tosse seca (devido ao aumento dos níveis de bradicinina); • hiperpotassemia; • erupções cutâneas; • hipotensão; • febre. BRA: Ação farmacológica: 1) Bloquear os receptores do tipo AT1 que tem como agonista biológico a angiotensina II; 2) 2) reduzem a pré e pós-carga cardíaca, portanto, reduzem a demanda cardíaca. O resultado do bloqueio dos receptores AT1 gera um efeito farmacológico próximos do IECA, diminuem e controlam a PA de maneira equivalentes, porém, não há aumento dos níveis de bradicinina e com isso o paciente não irá apresentar tosse seca. Como se sabe, o BRA é um antagonista que irá se ligar no sítio ativo dos receptores de angiotensina II, consequentemente impedindo a ligação da mesma e os efeitos desencadeados por ela. Com o bloqueio dos receptores de angiotensina II há uma diminuição da retenção de água e sódio pela diminuição da secreção de aldosterona pelo córtex da adrenal. Além disso, há uma diminuição da atividade do sistema nervoso autonômico simpático e uma vasodilatação dos músculos lisos vasculares, onde esse conjunto de fatores têm como resultante a queda da PA. Medicamentos da classe dos bloqueadores de ANG II: ➢ Losartana; ➢ Valsartana; ➢ Candesartana. Podem ser utilizados em monoterapia ou em associação: • Controlam a PA; • Promovem a regressão da hipertrofia cardíaca; • Retardam a progressão da nefropatia diabética, diminuindo proteinúria como os IECAs. Podem ser inclusive substitutos dos IECAs e não aumentam os níveis de bradicinina, diminuindo assim a incidência dos efeitos adversos. Farmacocinética e efeitos adversos: • O Losartana é um pró-fármaco transformado em metabólito ativo; Enquanto, os outros fármacos são biotransformados em metabólitos inativos. • São excretados através da urina e das fezes; São contraindicados para gestantes (fetotóxicos). Efeitos adversos: • Hiperpotassemia; • Erupção cutânea; • Hipotensão; • Febre. Inibidor direto da renina: Ex: Alisquireno é o único representante desta classe; Ação farmacológica: inibem diretamente renina -> atuam mais precocemente no sistema renina -angiotensina -aldosterona (inibem a conversão de angiotensinogênio em angiotensina I). O fármaco irá se ligar no sítio ativo da renina, impedindo a ligação de angiotensinogênio e consequentemente a formação de angiotensina I. • Reduzem a PA com uma eficácia similar aos IECAs e ao BRAs; Efeitos adversos: • Diarreia; • Tosse seca (com menor frequência do que os IECAs causam); • Hiperpotassemia. São contraindicados para gestantes. Obs: os efeitos farmacológicos desencadeados pelo inibidor de renina são os mesmos dos IECAs e BRAs. Atua de modo precoce no sistema renina-angiotensina-aldosterona, é bem tolerado em pacientes idosos, pacientes com doenças hepáticas, pacientes com IR e pacientes com DM2. • Resumo: Agentes simpatolíticos - beta-bloqueadores: Obs: os fármacos simpatolíticos ou antagonistas são aqueles que tem como característica impedir a atividade do SNA simpático, portanto, estes fármacos irão atuar impedindo a transmissão adrenérgica. Os antagonistas dos receptores do tipo beta-1, como o próprio nome diz são fármacos que irão atuar impedindo a ligação da adrenalina e noradrenalina, estes receptores estão localizados no coração e nas células do aparelho justaglomerular. Irão reduzir: • Contratilidade do miocárdio; • Frequência cardíaca; • Débito cardíaco; • Secreção de renina; • Outras ações (3 geração). A noradrenalina e adrenalina ao se ligar no receptor do tipo beta 1 localizado no coração tem como característica promover um aumento da permeabilidade aos íons sódio e cálcio, levando assim, a um aumento da função contrátil que consequentemente leva a um aumento da FC e do DC, e como discutido anteriormente o aumento do DC leva um aumento da PA. Nos rins, a noradrenalina e adrenalina vão estimular a secreção de renina pelas células do aparelho justaglomerular, dando início a cascata do sistema renina-angiotensina-aldosterona que é um mecanismo para regulação da pressão a longo prazo. Os antagonistas dos receptores Beta-1 no coração vão provocar uma diminuição da função contrátil, consequentemente da FC e DC. Nos rins, este tem como intuito diminuir a secreção de renina pelo aparelho justaglomerular. É importante ressaltar que existem outras ações desencadeadas pelos de terceira geração. A utilização destes fármacos é interessante para pacientes com taquiarritmia supraventricular, pacientes que tivera, infarto agudo do miocárdio prévio, pacientes com angina e IC. Obs: esta classe de fármacos não é interessante para pacientes idosos Os beta-bloqueadores são divididos em seletivos e não seletivos, os beta- bloqueadores não seletivos bloqueiam tanto beta-1 quanto beta-2, enquanto, os beta-bloqueadores seletivos bloqueiam beta-1. Medicamentos da classe dos beta-bloqueadores: ➢ Propanolol; (beta não seletivo) ➢ Atenolol; (beta seletivo)➢ Metoprolol. (beta seletivo) O beta-bloqueador de terceira geração apresenta efeitos cardiovasculares adicionais. Os beta-bloqueadores de terceira geração podem atuar bloqueando canais de cálcio, pode ser agonista beta-2 que leva a vasodilatação, pode aumentar os níveis de óxido nítrico que tem ação vasodilatadora, além da ação antioxidante, que visa proteger os vasos contra lesões. Efeitos adversos: • Hipotensão; • Bradicardia; • Fadiga; • Insônia; • Disfunção sexual. Bloqueadores de canais de cálcio ou antagonistas dos canais de cálcio (BCC) Ação farmacológica: Canais de Ca2+ sensíveis à voltagem - tipo L – lento; • Medeiam a entrada de Ca2+ nos miócitos musculares lisos, cardíacos e nas células do modo sinoatrial (SA) e atrioventricular • Redução da massa hipertrófica cardíaca (mecanismo ainda não conhecido e menos eficazes que IECA). Efeitos adversos: • Rubor; • Constipação; • Vertigem; • Cefaleia; • Fadiga; • Hipotensão. Diuréticos: Usados como tratamento farmacológico de primeira escolha para hipertensão. Seguros e baratos. Potencializam a eficácia de outros fármacos antihipertensivos. Ações Farmacológicas: • Aumento da excreção de Na+, Cl- e água (secundário) através de uma ação no néfron (redução do volume extracelular); • Modificação indireta do filtrado; • Vasodilatação a longo prazo (sem explicações comprovadas); Usos Clínicos: • HAS: Diminuição da volemia! ↓DC!↓PA (c/ perda de Na+). • Outros - Edemas (IC, ascite hepática, síndrome nefrótica, prémenstrual e pulmonar agudo). Grupos Farmacológicos: (1) Tiazídicos: Ex: hidroclortiazida, clortalidona e indapamida. Amplamente usados na clínica. • Não usar em pacientes com função renal inadequada; Leva de 3-4 semanas para reduzir de modo estável a PA; Aumenta a excreção de sódio e água: • Redução no volume extracelular • Diminuição do débito cardíaco; Agem no túbulo distal -> inibição do co-transporte de Na+/Cl- :Diurese (↓ reabsorção de Na+ e Cl-); Farmacocinética: • Ativos por via oral; • Eliminado pela urina. Efeitos Adversos: • Hipopotassemia, Hiponatremia e Hipercalcemia; • Mudar dieta: aumentar ingestão de frutas cítricas – banana e ameixas; ou suplementação de sais de K+); • Hiperuricemia; • Hiperglicemia; • Hipotensão; • Hiperlipemia (5-15% séricos do colesterol – começo do tratamento); • Disfunção erétil; (2) De Alça: Ex: furosemida, bumetanida e torsemida. Diuréticos de alta potência; • vo, im e iv. Escolha para quadros de edema pulmonar agudo. Pode ser utilizado em pacientes com função renal pobre ou para os pacientes que não responderam aos outros diuréticos. Agem na alça de Henle (ramo ascendente) -> Inibição do cotransporte de Na+/K+/Cl- : Diurese (↓ reabsorção de Na+). Efeitos Adversos: • Alcalose (aumento da excreção de H+); • Hipopotassemia, hipomagnesia, hipocalcemia (contra-indicado para idosos com osteopenias); • Ototoxicidade; • Hiperuricemia; • Aumento de LDL; • Hipovelemia e hipotensão; (3) Poupadores de potássio e antagonistas dos receptores de aldosterona: Amilorida, trianterno: inibem o transporte de sódio nos ductos distais e coletores. Aumenta a excreção de sódio e diminui de potássio. Reduzem a perda de potássio na urina. Espironolactona, eplerenona: Antagonistas dos receptores da aldosterona. Reduzem a perda de potássio na urina. Não são diuréticos muito eficientes. Utilizados em associação Usos terapêuticos: • Diurético – principalmente para edemas hepáticos; • Hiperaldosteronismo; • IC; • Acne (diminui hormônios masculinos em mulheres). Efeitos Adversos: Amilorida, trianterno: retenção de ácido úrico e cãibra nas pernas. Espironolactona, eplerenona: ginecomastia e irregularidades menstruais, distúrbios gástricos (úlcera), hiperpotassemia. (4) Osmóticos; (5) Inibidores da anidrase carbônica. Tratamento de dislipidemias o O que são dislipidemias? Qualquer alteração na quantidade de lipídeos no sangue; São distúrbios manifestados por essas alterações e são alterações que levam ao risco de desenvolvimento cardiovascular (considerado como fator de risco). o Bioquímica dos lipídeos: Lipídios são hidrofóbicos = não solúveis pelo sangue, por isso há as lipoproteínas; Transportados por lipoproteínas pela corrente sanguínea. o Lipoproteínas Constituição: As lipoproteínas têm duas partes – uma interna e outra parte externa: A parte externa é a capa hidrofílica (filia pela água) A parte interna é o núcleo que é onde se localizam os lipídeos (hidrofóbicos) que serão transportados; A capa hidrofílica apresenta: apoproteínas, fosfolipídios polares (de membrana) e o colesterol livre; O núcleo das lipoproteínas apresenta: ésteres de colesterol e triglicerídeos. Funções: A principal função é o transporte lipídico (favorecendo e aumento a solubilidade); • Quilomícrons – formados a partir intestino e realiza o transporte do lipídeo que está vindo da dieta (TAG e colesterol); • VLDL- formado a partir do fígado, portanto faz o transporte de colesterol e TAG endógenos (que foram sintetizados no fígado ou aquele que não é da dieta); • LDL- carrega grande parte do colesterol (entrega para todos os tecidos); • HDL- transporte colesterol de volta paro o fígado (pega o excesso que está nas células e leva de volta par o fígado). Componentes Colesterol – compõe as membranas celulares, regulam a fluidez das membranas, precursor de hormônio esteroide, precursor de vitamina D. e precursor de sais biliares; • Componente fundamental dos lipídeos Triacilgliceróis – base do tecido adiposo, base energética (principal forma de reserva energética); Lipídeos anfipáticos – lipídeos de membrana; porção que se relaciona com água e porção que se relaciona com lipídeos; Apoproteínas – são específicos para cada lipoproteínas e tem função especificas; • Há dislipidemia que ocorre alteração em X apoproteínas. Há tratamento que interfere em específico apoproteínas; Quilomícron – grande diâmetro e tem maior quantidade de TG; VLDL – mais densa e grande quantidade de TG. A a diferença é que o VLDL é formando pelo fígado e o quilomícron é formado pela dieta; LDL – ésteres de colesterol – entrega nas células; HDL – densa e pequena – grande quantidade de proteínas; Metabolismo: Via exógena: Via exógena: Via do transporte reverso de colesterol: o Dislipidemias: De acordo com o perfil lipídico, são classificadas como: • Hipercolesterolemia (↑ colesterol total e LDL); • Hipertrigliceridemia (↑ triglicerídeos (endógenos, exógenos ou ambos); • Dislipidemia mista (↑ colesterol e ↑ triglicerídeos (↑ LDL, ↑ VLDL); • Deficiência de HDL. Hipercolesterolemia familiar: O que ocorre? Aumento do colesterol; Alteração genética que leva ao aumento do colesterol; Está relacionada com a falha na captação e internalização das LDL nas células – ou seja, não consegue entregar nas células e há o aumento de colesterol na corrente; Pode ter a redução ou ausência de receptores de LDL como consequência; Clínica: Depósitos tissulares – deposito nos tecidos; Arco corneado – linha esbranquiçada envolto do olho; Xantomas – tuberosidades • Alto risco de cardiopatia coronariana; Hipertrigliceridemia: • Etiologia: Genética: Deficiência familiar de lipase lipoproteica – com essa deficiência, não há a quebra de TAG para ser colocado dentro da células -> aumento de TAG na corrente; Deficiência de ApoCII -sem ativação da lipase e diminui a quebra da de TAG -> aumento de TAG no sangue; Patologia secundárias: Obesidade, diabetes, IRC; Ambientais: Consumo excessivo de carboidratos refinado e álcool Uso de fármacos: Betabloqueadores Estrógenos Diuréticos A hipertrigliceridemia corresponde defeitos leves a moderados do metabolismode VLDL; • Se falar hipertrigliceridemia é porque não está muita alto a quantidade de TAG no sangue e se estiver muito alto, vai interferir com LDL, ou seja, mista; Os defeitos severos se expressam como dislipidemia mista devido ao conteúdo significativo de colesterol das VLDL; Dislipidemia mistas Multicausalidade: fatores genéticos, fatores patológicos e ambientes, tudo aquilo que interferir no metabolismo das VLDL LDL; Deficiência de HDL: Situações que levam a deficiência de HDL: – diminuição do HDL • Distúrbios genéticos raros (doença tangier, deficiência de LCAT); • Defeito na síntese de ApoA. Com hipertrigliceridemia, o HDL pode ser reduzido por aceleração do seu catabolismo por um maior conteúdo de TG (produto de transferência do VLDL). FATORES QUE LEVAM A DISLIPEDEMIAS: Vários fatores como distúrbios genéticos, alcoolismo, estilo de vida, síndrome nefrótica, diabetes mellitus, insuficiência renal crônica, hipotireoidismo -> LEVAM a dislipidemia e a dislipidemia é um dos fatores importantes para o risco aterogênico (formação de ateromas); Aterogênese: Ateromas – lesão na camada íntima das artérias – fazem protusão para o interior do lúmen vascular; • Repostas agressão endotelial; • Evoluem durante décadas; Inícios dos sintomas -> caracteriza estágio avançado da doença; Doença inflamatória crônica multifatorial -> aterosclerose; Aterosclerose: Principais fatores de risco o Não modificáveis: Anormalidade genéticas / História familiar; Aumento da idade. o Potencias modicáveis: Hipertensão; Tabagismo; Diabetes; Dislipidemias; A aterosclerose causada entre outras coisas por dislipidemia -> Há o aumento de LDL nas células e esse aumento desencadeia sequencias de reações inflamatórias: Monócitos sendo ativados, formando macrófagos que irão formar/fazer a limpeza: pegam o LDL que sofreu oxidação -> necrose celular; O problema da ruptura da placa, é a trombose -> o trombo pode ocluir os vasos sanguíneos; os trombos vão para a circulação em locais de calibre menores, bloqueando a passagem e causando a trombose; RESUMO: O que a dislipidemia pode causar e consequências o Como reduzir o risco aterogênico? Tratamento: Modificação no estilo de vida: Reeducação alimentar; Exercício físico. Tratamento de doenças/fatores de risco: Hipertensão; Diabetes mellitus; Fármacos que modificam os níveis de colesterol: o Tratamento com fármacos: hipolipemiantes Classificações: Estatinas – São os mais usados por serem mais efetivos e bem tolerados; Diminuem a síntese de colesterol – agem diretamente na síntese (na enzima de via de síntese) Aumentam a captação de LDL dos plasmas para o hepatócito; Tipos: Mecanismos de ação Ocorre no fígado – A estatina inibe a enzimas HMG-CoA; Diminuição da [de colesterol intracelular] -> aumento da síntese de receptores de LDL no núcleo; Com mais receptores a células irão captar mais LDL do sangue e por consequência a concentração sanguínea de LDL diminui. Estatinas demonstrou outros efeitos clínicos: ações cardioprotetoras em potenciais; • Melhora das funções endoteliais; • Redução da inflamação vascular; • Redução da agregação plaquetária; • Aumento das celular progenitores endoteliais circulantes; • Aumento da neovascularização em tecidos isquemos; • Estabilização da placa aterosclerótica -efeitos antitrombóticos; • Aumento da fibrinólise; Contraindicado: durante a gravidez A enzima que a estatina inibe: ela é orientadora de células germinativas primordiais em migração; Além de uma criança em desenvolvimento precisar de muito colesterol; Uso clínico: • Prevenção secundária de infarto do miocárdio e AVC, em paciente com doença aterosclerótica sintomática; • Prevenção primaria de doença arterial em paciente de alto risco; • Atorvastatina reduz o colesterol sérico em pacientes com HF homozigota; • Dislipidemia graves - estatinas + ezetimiba. Efeitos adversos: • Dor muscular; • Desconforto gastrointestinal; • Insônia; • Rash cutâneos; • Miosite grave (rabdomionlise). Fibratos Diminui VLDL – diminui triglicerídeos; Redução modesta de LDL (10%); Aumento de HDL (10%) – consequência da redução de VLDL Tipos: USO: trigliceridemias; Mecanismo de ação: Os fibratos são de nível nuclear; Se liga em receptores do núcleo que regulam a transcrição genica de algumas enzimas especificas; Aumento da transcrição gênica das lipoproteínas lipase -> estimulação da oxidação de ácidos graxos (Mais quebra TG e oxidação, se tem mais quebra de TG, há mais quebras de VLDL e quilomícron que estão cheios de TG); Interfere na diminuição da expressão da ApoC III (inibidor do processamento lipofílico / inibe a lipase lipoproteica) - > aumenta depuração (quebra) de VLDL; Aumenta na expressão de ApoA I e ApoA II -> aumenta os níveis de HDL; Uso clínico: • Dislipidemia mista; • Hipertrigliceridemia; • Paciente de com baixos níveis de HDL e alto risco de doença ateromatosa; • Combinados com outros redutores de lipídeos em pacientes com dislipidemias graves (resistente a tratamento). Efeitos adversos: • Miosite (mioglobinuria e IRC); • Efeitos no trato gastrointestinal; • Prurido e rash cutâneo; • Cálculos biliares (clofibrato) – caso específico; Resinais de ligação com a sais biliares: Fármaco auxiliar Tipos: • Colesterol é o precursor de saia biliares; Ácidos biliares sendo sintetizados no fígado vai para a vesícula e para o intestino para emulsificar lipídeos – grande parte desses sais biliares tem transportadores que permite a recaptação pela circulação entero-hepatica: uma parte vai para o fígado novamente e é reprocessado e a outra parte vai para intestino sendo eliminado nas fezes; Mecanismo de ação: Quando coloca a resina, ela vai se ligar ou quelar-se nos sais biliares de maneira que impedem que os sais biliares sejam reabsorvidos e sairão nas fezes; As células hepáticas que estão acostumadas a receber esses sais novamente e de repente não recebe mais (para), ela precisa sintetizar colesterol para fazer os sais biliares novamente e como o colesterol intracelular está diminuído. A célula hepática começa a captar colesterol da corrente sanguínea e aumenta a síntese de recepções e assim, há a diminuição do colesterol sanguíneo. Resina de troca iônica que sequestram os ácidos biliares no intestino e impedem sua reabsorção pela circulação entero-hepatica. • Qual é o fármaco interessante para associar com a resina? Estatina. (esse uso associado com estatina tem o aumento da eficiência) Uso clínico: Efeito é compensado pelo aumento da síntese de colesterol devido a supraregulação da HM- coA redutase; Efeitos adversos: • Náuseas; • Distensão abdominal; • Constipação ou diarreia (interação medicamentosa); • Interferência na absorção de alguns vitaminoses lipossolúveis e alguns fármacos (digoxina e varfarina); Niacina (ácido nicotínico) Vitamina – complexo B, só que para se usado como hipolipemiantes tem que ser em doses altas; (aumenta dose) -> efeito hiperlipidêmico -. Inibe a secreção hepática de VLDL (diminui TG e LDL circulantes e aumento de HDL circulante; Mecanismo de ação: há dois caminhos; 1) Niacina tem receptor próprio no tecido adiposo e inibe a lipase hormônio sensível que é responsável pela quebra de TG que vai ser exportado para o fígado para a síntese de TG no fígado; - diminuí a quantidade de ácidos graxos de TG no fígado e se diminui a síntese TG no fígado, por consequência diminui VLDL E LDL; 2) A niacina diminui a quebra de ApoA I – se eu tenho mais ApoA I, tenho mais HDL e se há mais HDL, há o aumento de captação do colesterol nas células, aumento da entrega de colesterol no fígado que será excretado; Uso clínico: • Associado à dieta, nas dislipidemias com HDL baixo e TG elevado. • Emsubstituição à estatina (quando esta é contraindicada) →↓ LDL; Efeitos adversos: • Rubor; • Palpitações; • Distúrbios de TGI; Altas dose -> • Interfere a função hepática; • Intolerância a glicose; • Aumenta concentração circular de uratos -> gota. Inibidor da absorção de colesterol: Ezetimiba: pertence ao grupo das azetidinonas inibidores da absorção de colesterol; Mecanismo de ação: Inibe as proteínas transportadora de colesterol -> diminui a absorção; Ação direta – fármaco coadjuvante; Contraindicação: para lactantes (passa para leite materna). Efeitos adversos: • Diarreia; • Dor abdominal; • Cefaleia. Inibidores da PCSK9: Evolocumabe/alirocumabe – anticorpo monoclonal (sintéticos que agem especificamente num ponto); Se liga e inibe a protease PCSK9 (desempenha um papel central na regulação da atividade do receptores hepático do LDL); PCSK9 -> protease que se liga ao receptor de LDL na superfície dos hepatócitos e aumento a degradação lisossômica desses receptores; Se inibe há o aumento de entrado de colesterol no fígado e diminui do colesterol sanguíneo Inibidor da enzima de transferência a de Triglicerídeos Lomitapida Inibição da (MTP), é responsável pela transferência de lipídios neutros (triglicérides, fosfolípides e ésteres de colesterol) para a apo B nascente→ essencial na formação de VLDL Adjuvante da dieta na redução de LDL-C, colesterol total, apo B e lipoproteínas não HDL-C → pacientes Hfho (hipercolesterolemia familiar homozigota) Importante uso associado com estatinas • (Este medicamento ainda não tem aprovação pela ANVISA) Terapia da Insuficiência cardíaca Introdução: Os cardiomiócitos tem a função de contração. Sem o coração não consegue ter um movimento do sangue pelo organismo. O fluxo sanguíneo depende dos batimentos do coração. Para que ocorra os batimentos, para que os cardiomiócitos consigam realizar a contração precisa de cálcio (miocárdio é um músculo). O coração é uma bomba que não para de funcionar, está sempre ocorrendo o enchimento e ejeção do sangue. Para que a contração ocorra os cardiomiócitos tem os receptores beta-1 que ficam na membrana, são receptores acoplados a proteína G, transmembranais tendo sítio extracelular e intracelular (este é ligado a diversas subunidades que quando ativados aumentam o AMP cíclico dentro da célula, gerando aumento de cálcio assim se aumenta a contração cardíaca). Tem segundos mensageiros que levam ao aumento o cálcio intracelular. A Insuficiência Cardíaca: É uma alteração progressiva na qual o coração é incapaz de bombear sangue suficiente para suprir as necessidades do organismo. Redução na capacidade do coração de encher-se de sangue e/ou de ejetá-lo de forma adequada. Dispneia, fadiga e retenção de líquido – devido à redução da capacidade de bombear sangue. Pode reter líquido no pulmão (edema pulmonar), nos membros inferiores (edema). Coração já não está bombeando de forma eficaz, se fizer esforço exige mais do coração (ex: esporte aumenta o DC, se em repouso já tem essa incapacidade, ao fazer esforço físico sente mais – não necessariamente esporte, pode ser subir escada por exemplo). IC geralmente não é isolada, é uma síndrome clínica – tem diversos fatores que influenciam de forma direta e indireta para essa condição acontecer. o Causas: Hipertensão arterial à hipertrofia cardíaca. Hipertrofia cardíaca – qualquer doença que cause isso, como chagas. Hipertrofia cardíaca está muito envolvida. Hipertrofia é o aumento do tecido, aumento da força do coração no início e depois perde o potencial de contratilidade, então o coração fica grande, mas perde a capacidade de contrair de forma eficaz e eficiente, levando à IC. Doença cardíaca aterosclerótica. IAM – dependendo da extensão da área da isquemia, pode causar danos irreversíveis e perder a contratilidade cardíaca, causando IC. Doença cardíaca congênita. Doença valvar cardíaca. São vários fatores envolvidos na IC. Quanto mais comorbidades o paciente tiver, maior risco de problemas cardíacos. Obs: fibrose é a substituição de um tecido funcionante (que contrai) por um não funcionante (que não contrai). A IC por si só já piora o quadro dela. Se diminuir o DC de forma fisiológica, aumenta a RVP de modo compensatório. Quando tem comprometimento da função cardíaca (IC), diminui a PA, pois diminuiu o DC. Consequentemente vai ter um reflexo dos receptores de modo compensatório da diminuição da PA, isso aumenta o sistema simpático e ocorrem 2 caminhos de modo compensatório: (1) vasoconstrição para aumentar a RVP (aumento da pós-carga) e (2) aumenta o sistema RAA (angiotensina 2 também ajuda na vasocontrição, aldosterona aumenta a retenção de sódio, aumenta volume intracelular e aumenta a pré carga). Aumento da pré-carga e pós-carga aumentam a demanda de oxigênio no miocárdio pois gasta mais energia, o que agrava a IC. Paciente começa a ter mecanismos de aumentar a PA. O SN simpático e SRAA aumenta a remodelação cardíaca, a perda de miócitos, hipertrofia e fibrose. Precisa diminuir a demanda para aliviar o coração. Alguns anti-hipertensivos diminuem a vasoconstrição, aldosterona, pós carga e pré-carga, de forma que acaba diminuindo o agravamento a IC. IC tem problema na pré-carga e pós-carga. o Importante: Pré-carga – relacionado ao estiramento do coração. Volume de sangue tem influência direta, precisa fazer uma força maior para ejetar tudo se tiver mais sangue, porém o coração já está comprometido. Pós-carga – relacionado com a RVP (diretamente no vaso). Precisa bombear mais forte para que o sangue consiga se distribuir nesses vasos. o Estratégia terapêutica não medicamentosa: Redução da atividade física. Dieta com baixa ingestão de sódio (<2g/dia). Limitações de líquidos (<1,5-2L/dia) – pois um dos problemas da IC é o edema. o Terapêutica medicamentosa: Objetivos: Aliviar sintomas. Tornar lenta a progressão da doença. Aumentar a sobrevida e qualidade de vida. Estratégias: 1. Redução da carga de trabalho do miocárdio. 2. Diminuição do volume de líquido extracelular – relacionado à edemas. 3. Melhora da contratilidade cardíaca – usado mais em casos agudos (ex: PCR). Em casos crônicos não é tão interessante. 4. Redução da velocidade de remodelamento cardíaco. 1, 2 e 3 são as estratégias mais inteligentes. Aumento de aldosterona, aumenta ADH, faz excretar menos e aumenta a reabsorção de água e sódio nos ductos coletores e leva ao acúmulo de líquido (edema). O aumento da pressão venosa, aumenta a filtração capilar e causa edema. Fármacos: IECA E BRA: Indicados para pacientes que tem IC com fração reduzida. Diminui o remodelamento cardíaco – diminui o grau de hipertrofia. Diminuição: a. Tônus venoso (pré-carga). b. RVP (pós-carga). Diminuição da retenção de sódio e água está mais relacionado com a pré carga. Diminuição da vasodilatação, do estímulo simpático está mais relacionado com o a pós-carga. Aumenta o DC, aliviando o coração, melhora o rendimento. O BRA não tem ação na bradicinina, mas também diminui pré-carga e póscarga. O gráfico mostra que os pacientes que tomaram enalapril (IECA) com IC, tiveram um índice de mortalidade menor que pacientes que tomaram placebo. BETA-BLOQUEADORES: Bloqueia receptor beta-1. Melhora do funcionamento sistêmico. Reversão do remodelamento cardíaco – diminui o grau de hipertrofia. Diminui a liberação de renina (bloqueia beta-1 no rim também). Bisoprolol, caverdilol e metoprolol. Gráfico mostra que os pacientes que usaram metoprolol tiveram uma mortalidade inferior que os que usaram placebo. INIBIDORES DE NEPRILISINA: Classe nova. Utilizado em associação com BRA – ex: Valsartana + Sacubitril (pró- fármaco). O medicamento de referência é Entresto (já vem essa associação). Só o Sacubitril nãoteve todos os efeitos benéficos, por isso associa. IC com fração reduzida. Inibição da Neprilisina (enzima responsável pela degradação de peptídeos envolvidos na redução da PA). Há peptídeos que reduzem a PA, como o peptídeo natriurético atrial (produzido no átrio), que são capazes de regular a PA, reduzir a hipertrofia cardíaca, tem atividade antioxidante, tem efeitos benéficos no sistema cardiovascular. Através da neprilisina, esses peptídeos sofrem degradação. Valsartana é um BRA e já tem ação na pré-carga e pós-carga cardíaca. O Sacubitril bloqueia a enzima neprilisina, aumentando os peptídeos que levam ao controle da PA. ANP é produzido no átrio. BNP é produzido pelos ventrículos. CNP é produzido por células endoteliais. Esses são os peptídeos degradados pela neprilisina, o Sacubitril inibe a degradação, vai ficar com mais peptídeos e ter um efeito positivo no sistema cardiovascular (de modo geral, ajudam na vasodilatação e tem ação anti-hipertófica e anti-fibrótica). • Enalapril é bom para IC, mas Sacubitril + Valsartana é melhor. IC atinge mais pessoas idosas: DIURÉTICOS - DE ALÇA: Redução do volume hídrico extracelular e da pressão de enchimento ventricular (reduz a pré-carga –retorno venoso ao coração). Alívio da congestão pulmonar (principalmente na IC aguda, que leva à hospitalização, dispneia muito forte) e edema periférico (diurese – menos líquido nos vasos e tecidos). Ex: furosemida (nome comercial Lasix). Diuréticos de alça são os mais potentes, bastantes usados na hospitalização por IC (ao aplicar no paciente via IV já começa a melhorar, e a diurese ajuda ainda mais, esse alívio da congestão pulmonar a curto prazo é um outro mecanismo que ainda não entende, talvez uma vasodilatação, mas é o medicamento de escolha para esses casos). Poucos pacientes usam furosemida de forma crônica, pois é muito forte, só se o paciente tem crises toda hora, edemas recorrentes e precisa controlar para melhorar a sua qualidade de vida, usa em pacientes avançados (começa com IECA ou BRA). ANTAGONISTAS DA ALDOSTERONA: Poupadores de potássio, tem menor ação na diurese. São antagonistas dos receptores de aldosterona (principalmente no ducto coletor) – alívio da pré- carga. Espironolactona e Eplererona – espironolactona não é nefroprotetora (medicamento nefroprotetor protege o néfron contra danos, espécies livres de radicais de oxigênio), mas pode ser administrada, tem estímulo para que o rim possa funcionar. Se o rim não funciona, elimina menos, acumula mais água e o medicamento faz eliminar mais (se não eliminar água não consegue nem beber água – pacientes mais avançados com anúria às vezes tem que chupar gelo ou algodão com água para ter a sensação de de que bebeu água). Prevenção de: • Retenção de sódio. • Hipertrofia cardíaca. • Hipopotassemia. FÁRMACOS INOTRÓPICOS: Aumentam a contratilidade do músculo cardíaco, aumentando o DC. Podem ser usados em pacientes com IC crônica, mas não é interessante. Usar esses medicamentos a longo prazo aumenta o índice de mortalidade. Usados em situações em que o coração está parando de bater (IC aguda). Aumentam o cálcio citoplasmático nos cardiomiócitos – leva ao aumento da força de contração e DC o GLICOSÍDEOS CARDÍACOS - Glicosídeos Digitálicos: Ex: digoxina – medicamento usado cronicamente. Hoje seu uso vem diminuindo, tem sido dubstituído por BRA e IECA. Proveniente da planta digitalis. Não consegue fazer em laboratório, precisa da planta. Aumenta DC e força de contração cardíaca. Dose eficaz é próxima da dose tóxica – janela terapêutica pequena. Mecanismo de ação: atua diretamente no cardiomiócito, inibe a bomba de sódio e potássio (sai sódio e entra potássio – bloqueia principalmente a região do potássio, então não entra potássio e, consequentemente não sai sódio). O aumento de sódio intracelular vai influenciar outros trocadores (como o que entra sódio e sai cálcio). Como vai ter aumento do sódio intracelular, consequentemente não vai ter a entrada de sódio, impedindo a saída de cálcio, aumentando o cálcio livre, que é significativo para que aumente a força de contração. Efeitos adversos (a longo prazo): • Arritmia devido ao aumento dos batimentos cardíacos. • Náusea. • Cefaleia e fadiga. • Visão borrada e alteração na percepção de cores. FÁRMACOS INOTRÓPICOS - AGONISTAS ΒETA-ADRENÉRGICOS: Ex: Dobutamina, Dopamina. São agonistas beta-adrenérgicos (principalmente beta-1). Ao ativar receptor beta-1 no coração, aumenta AMPcíclico, que leva ao aumento do cálcio intracelular e aumenta a força de contração. Infusão intravenosa – ambientes hospitalares (emergências – IC aguda) – usa quando o coração está parando para fazer bater e o paciente não morrer. Usa em algumas cirurgias, fica no carrinho de emergência para caso os batimentos cardíacos do paciente comecem a diminuir durante o procedimento. Usa esse medicamento para os batimentos aumentarem novamente. Considerações sobre os fármacos: Anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) Introdução: Sinais de inflamação (expressão da inflamação): dor, rubor, calor, perda da função e edema. Mediadores farmacológicos da inflamação: A inflamação consiste na convocação, agregação e ativação de células especializadas no manejo de lesões tissulares. Pode ser causada por microrganismos, agentes físicos, químicos, tóxicos, isquêmicos e por doenças autoimunes. Tem o objetivo de garantir o funcionamento integrado do sistema (homeostase), através de uma eficiente comunicação entre proteínas (citocinas, interleucinas, adesinas, proteases e interferons), lipídios (prostaglandinas) e aminas (histamina e serotonina). Trata-se de um processo útil e benéfico que visa acumular células sanguíneas e proteínas plasmáticas no sítio lesado comprometidas com defesa e reparação. Endotélio e leucócitos são elementos centrais. A expressão da inflamação se dá por tumor, calor, dor, rubor e eventualmente perda da função. Caso haja persistência do microrganismo ou da agressão autoimune, instala-se a inflamação crônica. AINES: conceitos básicos O anti-inflamatório ser não esteroidal significa que ele não possui sua estrutura química formada por 4 anéis esteroidais, diferentemente, por exemplo, do cortisol, um hormônio fisiológico relacionado com processos anti-inflamatórios. Esses fármacos são considerados ácidos fracos Ainda que haja diferença entre AINEs individuais, sua ação farmacológica primária está relacionada com sua habilidade compartilhada de inibir a enzima COX (é a base do AINEs) de ácidos graxos, inibindo desse modo a produção de prostaglandinas e tromboxanos. Há basicamente duas isoformas dessa enzima: -COX-1: enzima constitutiva expressa na maioria dos tecidos, inclusiva nas plaquetas do sangue. Ela desempenha funções de “manutenção” no organismo, estando envolvida em especial na homeostase dos tecidos, e é responsável, por exemplo, pela produção de prostaglandinas com funções de citoproteção gástrica, agregação plaquetária, autorregulação do fluxo sanguíneo renal e no início do parto. -COX-2: é induzida principalmente nas células inflamatórias quando ativadas por citocinas inflamatórias (IL-1, TNF-α), sendo essa isoforma a principal responsável pela produção dos mediadores prostanoides da inflamação. Entretanto, há algumas exceções significativas. A COX-2 é expressa no rim, gerando prostaciclina, que tem um papel na homeostase renal (se inibe causa vasconstrição e aumenta PA) e no SNC. Eicosanóides: são os mediadores Prostaglandina (PG), prostacilina (PGI2) e tromboxano (TxA2) e leucotrienos (LT) são produzidas a partir de PGH2 e são expressas de forma específica pelas células. Ações: Músculo liso (vascular, GI, Respiratório e Reprodutor); Plaquetas e Rins São moléculas derivadas de ácidos graxoscom 20 carbonos das famílias ômega-3 e ômega 6. A maioria dos eicosanoides mais relevantes deriva do ácido araquidónico através da via metabólica da cascata do ácido araquidônico. Temos muitas isomorfas diferentes então ele pode se ligar em COX de diferentes regiões. Prostacicilina (PGI2): predominantemente no endotélio vascular, atua nos receptores IP produzindo vasodilatação e inibição da agregação plaquetária, além da hiperalgesia (dor inflamatória). *Liberação de renina e natruriese devido aos efeitos na reabsorção tubular de sódio. Prostaglandina D (PGD2): deriva principalmente dos mastócitos e atua nos receptores DP, causando vasodilatação e inibição da agregação plaquetária. *edema inflamatório, Inflamação pulmonar alérgica (asma) Ativação de eosinófilos. Prostaglandina E (PGE2): mediador da febre; Vasodilatação (Hiperemia) Hiperalgesia (dor inflamatória) Edema inflamatório. Receptor EP1: contração do músculo liso brônquico e do trato gastrointestinal. Receptor EP2: relaxamento do músculo liso brônquico, vascular e do trato gastrointestinal. Receptor EP3: inibição da secreção ácida gástrica, secreção gástrica de muco aumentada, contração do útero na gravidez, inibição da lipólise e da liberação autônoma de neurotransmissores. Prostaglandina F (PGF2): atua nos receptores FP presente no músculo liso uterino produzindo contração do útero. *broncoconstrição. Tromboxano A2 (TXA2): predominantemente nas plaquetas, atua nos receptores TP causando agregação plaquetária e vasoconstrição. *broncoconstrição. Produção de eicosanoides: O termo eicosanoide refere-se a um grupo de mediadores formados pela oxigenação de ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa. O principal precursor dos eicosanoides é o ácido araquidônico (AA- 5,8,11,14 eicosatetraenoico – ômega 6). O ácido araquidônico é mobilizado de fosfolipídios de membrana pela fosfolipase A2. Segue 4 vias diferentes: COX, LOX, P5SO e não enzimática. Atividade dos Prostanoides: A resposta inflamatória é inevitavelmente acompanhada pela liberação de prostanoides com predomínio do PGE2, embora o PGI2 também seja importante. Em áreas de inflamação aguda, PGE2 e PGI2 são gerados pelos tecidos locais e vasos sanguíneos, enquanto os mastócitos liberam principalmente PGD2. Na inflamação crônica, as células da série monócito/macrófago também liberam PGE2 e TXA2. Juntos, os prostanoides estimulam algumas respostas inflamatórias e diminuem outras (efeito yin-yang). PGE2, PGI2 e PGD2 são vasodilatadores poderosos e potencializam a ação de outros vasodilatadores inflamatórios como a histamina e a bradicinina. Além disso, tornam as fibras tipo C aferentes mais sensíveis à bradicinina e a outros estímulos nocivos, resultando em dor. As prostaglandinas da série E também são pirogênicas (provocam febre). Os AINES exercem ação antipiréticas ao inibir a síntese de PGE2 no hipotálamo. Isoformas da COX: COX-1: é constitutiva É produzida por estímulos fisiológicos Ela ativa: prostaglandina, tromboxano A2, prostaciclina e PGE2 Seus efeitos homeostásicos são: proteção gástrica, homeostasia renal e função planetária. Age principalmente na plaqueta, estomago e rim Proteína: 602 AA mRNA (sem influência dos fatores) Corticosteróides não afetam Inibição competitiva Resposta filológica COX-2: é induzida É produzida por estímulos inflamatórios Ativa: prostaglandina, protease e outros mediadores Seus efeitos inflamatórios são: inflamação, dor e febra Age principalmente em mastócitos, macrófagos e endotélio Proteína: 604 AA mRNA induzida por IL-1, LPS, GF Corticosteróides Inibem -Inibição irreversível, tempo-dependente Produzida por inflamação, câncer; AINEs – Anti-inflamatórios não esteroides Os Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) tem a capacidade de suprimir sinais e sintomas de inflamação e dor. São ácidos orgânicos fracos, altamente metabolizados. Possuem estruturas diferentes que compartilham efeitos (terapêuticos e adversos). São amplamente utilizados para condições agudas e crônicas que causam dor, lesão, inflamação ou febre, uma vez que inibem a síntese de prostaglandinas. *ácidos fracos com ação anti-inflamatória, analgésica e antipirética. Além da inibição da COX, outras ações podem contribuir para os efeitos anti-inflamatórios de alguns AINEs. Os radicais reativos de oxigênio produzidos por neutrófilos e macrófagos estão implicados na lesão tecidual em algumas afecções, e alguns AINES (ex sulindaco) tem efeito removedor de radicais de oxigênio, diminuindo a lesão tecidual. A aspirina também inibe a expressão do fator de transcrição NFkB, que tem papelchave na transcrição dos genes de mediadores inflamatórios. E ao inibir as AINEs ocorre a inibição da prostaglandina e por consequência de outros mediadores e tem como efeito: Classificação de AINEs de acordo com a estrutura e mecanismo de Ação: Substâncias que apresentam diferentes estruturas químicas, compartilham ações terapeuticas e efeitos colaterais: Fármacos: Ácido Acetilsalicílico - A, A, A e Antiplaquetário Protótipo do grupo dos AINEs Inibidor irreversível da COX-1 e COX-2 Raramente usado como anti-inflamatório Não indicado em pediatria Antiplaquetário (81 a 325mg/dia). Inibição da COX plaquetária por 8 dias. Salicilato AINEs efetivos Inibidores menos efetivo que AAs. Não são antiplaquetários Para pacientes com asma e tendências hemorrágicas O uso de aspirina por crianças com infecções virais foi relacionado ao desenvolvimento da Síndrome de Reye, uma doença infantil devastadora que se caracteriza por evidências de disfunção cerebral e algumas disfunções hepáticas (danos às mitocôndrias). Dipirona ou Metamizol - Propifenazona e Fenilbutazona Dipirona Potente analgésico e antipirético Ação anti-inflamatória fraca Retirada do mercado americano e de muitos países Europeus (1970) Reintroduzida há 10 anos (efeitos adversos similares a paracetamol) Muito usada no Brasil sem mostrar risco de toxicidade. Tendo igual eficácia e menor segurança comparada aos AINEs é aconselhado o não uso. Propifenazona e fenilbutazona Mais tolerada por ser menos tóxica Muito usada em enxaqueca em associação com outros fármacos. Fenilbutazona tem efeitos anti-inflamatórios, mas é raramente usado por deprimir medula óssea e efeitos gastrintestinais. INIBIDORES NÃO SELETIVOS: Ácido Mefenâmico (Ponstam®) AINEs efetivo e não seletivo (tendência COX2) Mais potente como AAA e pouco efeito colateral. Pode liberar enzimas hepáticas Tratamento de artrite reumatóide, osteoartrite, dismenorreia e dor; Nimesulida (Nisulid®) Atua com maior afinidade na inibição de Cox-2. Embriotoxicidade em coelhos (não administrar durante gravidez) Casos de insuficiência hepática registrados. Foi retirada de alguns países Segurança global questionada (em crianças) PIROXICAM (Feldene ®) Pode inibir a ativação dos neutrófilos, além da COX. Apresenta maior efeito colateral e tem ação lenta (não indicado para dor aguda). Tratamento de artrite reumatóide e osteoartrite INDOMETACINA (Indocid ®) AINEs efetivo e não seletivo. Potente anti-inflamatório Ação de desacoplador (cartilagem e fígado). V.O graves alterações TGI. Tratamento a curto prazo. DICLOFENACO (Cataflam ® e Voltarem ®) AINEs efetivo e não seletivo (tendência COX2) Mais potente como AAA e pouco efeito colateral. Diminui ácido araquidônico livre. Pode liberar enzimas hepáticas. Uso crônico pode estar associado a risco cardíaco. Diclofenaco Potássico: liberação imediata (1h) alivio rápido. Sódico revestido e absorvido no intestino (2h). Tratamento de artrite reumatóide, osteoartrite, dismenorreia, dor, condições inflamatórias pós-traumáticas e operatórias IBUPROFENO (Advil ®), NAPROXENO (Flanax ®) e CETOPROFENO (Profenid®) AINE convencional mais seguro. Eficiência A,A e A Dose para dor, febre e inflamação (200 a 600 mg a cada 4h a 6h) Cetoprofeno: inibe Cox e Lox. Potente analgésico e anti-inflamatório Indicado para procedimentos cirúrgicos. V.O e I.M. 100mg a cada 12h Naproxeno: inibidor não seletivo da COX, potente inibidor na migração de leucócitos. Ação A, A e A maior que ácido acetil salicílico. Ação anti plaquetária. Menos efeitos gastrintestinais comparados aos AINEs tradicionais INIBIDORES SELETIVOS PARA COX2 CELECOXIBE Inibição seletiva da COX2 em locais de inflamação (sem afetar GI e rins) Inibe PGI2 mediada pela COX2 no endotélio vascular que tem atividade vasodilatadora e antiagregante * No entanto não diminuem a formação de TXA2 (aumento da agregação plaquetária). Menos efeitos gastrintestinais comparados aos AINEsT Incidência elevada de infarto miocárdico, AVC e trombose Idosos apresentam redução da taxa de filtração glomerular. Uso desestimulado ecriterioso. ROFECOXIBE E VALDECOXIBE Foram retirados do mercado mundial PARACETAMOL ACETOAMINOFENO Inibidor fraco da COX Ação essencialmente SNC, no centro regulador da temperatura, situado no hipotálamo resultando numa ação analgésica e antipirética (um dos melhores) O paracetamol inibe as isoformas COX-1, COX-2 e COX-3 em algumas condições e não em outras. A COX-3 é uma variante da COX-1 Sua atividade anti-inflamatória e antirreumática é desprezível. O paracetamol é prontamente absorvido e em doses 325 mg a 1g/dia não tem efeitos colaterais. Em ambientes inflamatórios estamos perante elevados níveis deste hidroperóxido, suprimindo os efeitos do paracetamol - ausência de atividade anti-inflamatória. NAPB é tóxico (ataca o fígado, pois é um radical livre). Em níveis baixos a glutationa dá conta, mas se falta glutationa o NAPB ataca o fígado. Doses tóxicas (10-15g) causam hepatotoxicidade potencialmente fatal. Isto ocorre quando as reações normais de conjugação ficam saturadas e o fármaco é metabolizado por oxidase de função mista. O metabólito tóxico resultante, N-acetil-p-benzoquinona imina, normalmente é inativado por conjugação com glutationa, mas quando está depletado o intermediário tóxico se acumula no fígado e nos túbulos renais causando necrose. FÁRMACOS ANTIRREUMÁTICOS MODIFICADORES DA DOENÇA: ARTRITE REUMATÓIDE Doença autoimune que afeta 1% da população Alívio sintomático por AINEs (efeito mínimo na progressão da doença). Os FARMD biológicos incluem: modulador das células T agente citotóxico das células B agentes inibidores de IL-1 agentes bloqueadores de TNF-a FARMACOS USADOS NA GOTA: Doença metabólica caracterizada por episódios de artrite aguda. Exceto AAS, salicilatos e tolmetidina todos os AINEs são utilizados no tratamento Inibem a prostanglandina sintase e a fagocitose de cristais de urato. Alopurinol Anti-inflamatórios esteroidais: corticoides O eixo hipotálamo-hipófise: O hipotálamo libera CRH, que estimula a hipófise a produzir ACTH, que levara a adrenal a produzir cortisol. O hipotálamo, sobretudo em casos de estresse e processos inflamatórios, libera o CrH (hormônio liberador de corticotrofina), que por meio do sistema porta-hipofisário vai para hipófise, onde estimula a produção de ACTH (adrenocorticotrofina), que por sua vez se liga na zona fasciculada do córtex das glândulas suprarrenais estimulando a liberação de cortisol, que atuam no DNA das células-alvo gerando uma resposta anti- inflamatória. A liberação do cortisol inibe CrH e ACTH. Glândula Adrenal: A glândula suprarrenal é composta de duas partes: a medula interna, que secreta catecolaminas, e o córtex externo, que secreta os esteroides da suprarrenal. O córtex é composto por três zonas concêntricas: a zona glomerulosa (camada mais externa que produz os mineralocorticoides – aldosterona), a zona fasciculada (produz os glicocorticoides –cortisol) e a zona reticular (mais interna que produz os precursores androgênicos). Os mineralocorticoides regulam o balanço hídrico e eletrolítico. Os glicocorticoides têm ações difusas no metabolismo intermediário, afetando o metabolismo de carboidratos e de proteínas, além de possuírem potente efeito regulatório sobre os mecanismos de defesa do organismo. Os mineralocorticoides não têm a capacidade de se ligarem aos receptores de glicocorticoides. O cortisol e a aldosterona tem ações iguais nos receptores de mineralocorticoides. No entanto, nos tecidos sensíveis à mineralocorticoides, como o rim, a ação da 11β-hidroxiesteroide deidrogenase converte a hidrocortisona em um metabolito inativo, a cortisona, impedindo a resposta do tecido, embora eventualmente o cortisol pode se ligar e alterar o controle hídrico, levando por exemplo ao aumento da Pressão Arterial. Com exceção da terapia de reposição, os glicocorticoides são mais comumente usados graças às suas propriedades anti-inflamatórias e imunossupressoras. Assim, todas as suas ações metabólicas e de outros tipos são consideradas como efeitos adversos. Esteroides: Todos são lipossolúveis e compartilham semelhança na estrutura química, sendo derivados do colesterol. • Glicocorticóides (Cortisol) • Mineralcorticóides (Aldosterona) • Hormônio Sexuais (Estrógenos e Progestógenos) Variação Circadiana do Cortisol Plasmático: Sensibilidade dos tecidos é inversamente proporcional a liberação de cortisol e acetilação dos receptores. Concentração de cortisol se altera durante as horas do dia, apresentando seu pico pelas primeiras horas da manhã. Logo ao despertar seus níveis vão declinando progressivamente ao longo do dia, ficando bastante baixos durante a noite. Quanto mais cortisol eu tenho no sangue menos sensível a minha célula é a esse hormônio, então é aconselhável tomar a concentração do fármaco de manhã se for uma dose, se for duas a mais forte de manhã e a mais fraca a noite. Ação do cortisol/glicocorticoide plasmático: Estimulam catabolismo proteico dos músculos, pele, tecidolinfóide, conjuntivo e adiposo (BN negativo e fraqueza) Aumento de lipólise; redistribuição de gordura com depósitos centrais Aumento de gliconeogênese – hiperglicemia e aumento de insulina, porém com bloqueio de GLUT-4 = resistência insulínica. Diminuição da absorção intestinal e aumento da excreção renal de cálcio: estimulam reabsorção óssea pelos osteoclastos e diminuem atividade dos osteoblastos. Aumento de vigília, euforia ou algumas vezes depressão e distúrbios de sono Aumentam reabsorção renal de sódio e água e excreção de potássio (efeito mineralocorticoide). Deprimem a função tireoidiana e a liberação de hormônios gonadais prejudicar liberação de hormônios da hipófise (TSH, LH e FSH) *Retroalimentação negativa da síntese e liberação de CRH (corticotropina); inibe a secreção de cortisol e atrofia da suprarrenal: Os glicocorticoides endógenos e exógenos exercem efeito de retroalimentação negativa na secreção de CRF e ACTH, inibindo a secreção de glicocorticoides endógenos e, potencialmente, levando à atrofia do córtex da suprarrenal. Caso o tratamento seja prolongado, podem ser necessários muitos meses para o retorno à função normal após suspensão dos fármacos. Efeitos metabólicos e sistêmicos gerais: Apresenta efeito disseminado pelo amplo espectro de ação nas células: - Respostas homeostáticas da insulina e do glucagon, - Melhora a resposta de músculo liso brônquico e vascular às catecolaminas Aumento do GC provoca ação conjunta do: - tecido adiposo (lipólise). - músculo (aumento catabolismo de proteina) - fígado (gliconeogênese) - Aumento concomitante de glicogênio/hiperglicemia Efeitos catabólicos e anabólicos: Exercem ambos os efeitos nos tecidos linfoides, músculo, gordura periférica e pele: Concentrações suprafisiológicas provoca fraqueza muscular e adelgaçamentoda pele. Nos ossos constituem a causa da osteoporose (reduz atividade osteoblástica e aumenta osteoclástica). Reduzem absorção de Cálcio e aumenta excreção (ação de mineralocoritcóides) Redução do crescimento em crianças. Mecanismo de ação: O cortisol é um hormônio lipídico, assim atravessa a membrana, ele vem pelo sangue ligado a CBG (inativo), quando se desliga da proteína que está no sangue, ele entra na célula, e no citoplasma tem o receptor de colesterol que esta nativo (GR), pois tem duas proteínas de controle ligado a ele (são medidores de estresse celular - quando muito livre é porque a célula está ligada em esteróide que é marcado de estresse, podemos marcar a velocidade que a célula esta trabalhando com cortisol). O cortisol se liga ao receptor de glicocorticóide (GR) -parte de complexo de proteína de choque térmico (HSPs)) e muda a conformação do GR, levando a exposição de domínio ligante de DNA, que gera uma translocação nuclear do GR e seguida da ligação com o GRE (elemento receptor de glicocorticoidas, levando a transcrição do gene alvo S esterol Gr receptor A ligação com o GR pode ativar ou reprimir a produção de proteinas: GR pode se ligar a outras proteínas ligantes de DNA como fator nuclear (NF)-κB e AP1 que regulam a produção de fator de crescimento e citocinas pró-inflamatórias. Podem mediar efeitos anti-inflamatórios e imunossupressor: Os glicocorticoides endógenos mantêm um tônus anti-inflamatório de baixo grau e são secretados em resposta a estímulos inflamatórios. Os glicocorticoides exógenos são fármacos anti-inflamatórios que inibem as manifestações do sistema imune tanto inato como adaptativo. Revertem praticamente todos os tipos de reações inflamatórias causadas por patógenos invasores, por estímulos químicos ou físicos, ou por respostas imunes desencadeadas inadequadamente, como ocorre na hipersensibilidade ou na doença autoimune. Quando usados profilaticamente para inibir a rejeição de enxertos, os glicocorticoides são mais eficazes ao inibir o início e a propagação da resposta imune do que ao inibir as manifestações de uma resposta já estabelecida, na qual a proliferação clonal já ocorreu. Possui efeitos anti-inflamatórios complexos, visto que os glicocorticoides modificam a expressão de muitos genes e a extensão e a direção da regulação variam entre tecidos e mesmo entre momentos diferentes durante a doença. Menor saída de neutrófilos dos vasos sanguíneos e redução da ativação de neutrófilos, macrófagos e mastócitos, seguida de redução da transcrição gênica de fatores de adesão celular e citocinas; Redução geral da ativação de células T-helper, redução da expansão clonal das células T e “troca” da resposta imune do tipo Th1 para Th2; Redução das funções dos fibroblastos, menor produção de colágeno e glicosaminoglicanos; Produção reduzida de prostanóides devido à expressão reduzida da ciclo- oxigenase-2; Produção reduzida de várias citocinas, incluindo IL-1, IL-2, IL-3, IL-4, IL- 5, IL-6, IL-8, TNFα, fatores de adesão celular e em grande parte devido à inibição da transcrição genica; Redução da concentração de componentes do complemento no plasma; Redução da produção de óxido nítrico induzido pela síntese de óxido nítrico 2; Redução da liberação de histamina pelos basófilos; Redução da produção de IgG; Síntese aumentada de fatores anti-inflamatórios, como IL-10, receptor solúvel de IL-1 e anexina-1 Efeitos Celulares: diminui migração de Leucócitos, estabilidade lisossomica (menos fagocitose) diminui permeabilidade capilar Ações Bioquímicas: inibição de PLA2 (via expressão de anexina); portanto diminuição de PGs e LTs, diminuição da expressão de COX2, diminuição de fator de ativação de plaquetas (PAF) e diminuição de interleucinas(IL-2) Corticosteroides sintéticos: Sugere-se que os glicocorticoides endógenos tenham um papel crucial contrarregulatório, pois previnem a ativação excessiva da inflamação e de outras reações poderosas de defesa que poderiam, se descontroladas, ameaçar a homeostase. No entanto, os fármacos correm o risco de suprimir as mesmas reações de defesa que conferem proteção a infecções e outros insultos. Phillip Hench e cols (1949):foram os primeiros a usar cortisona terapeuticamente (artrite reumatóide). Desde então, houve a síntese de inúmeros compostos com atividade glicocorticóide (GC). O uso mostrou-se eficaz no tratamento de amplo espectro de doenças não endócrinas. • Hidrocortisona é o cortisol sintético que mais se assemelha ao original (já é ativo). A cortisona e a prednisona são inativas até a conversão, in vivo, para hidrococortisona e prednisolona respectivamente. Características: Tratamento de distúrbios inflamatórios, imunológicos,hematológicos, etc Esteroides sintéticos com atividade anti-inflamatória e imunossupressora Via oral:Absorvidos rapidamente e de modo completo Administrados de manhã em uma única dose: coincide com o aumento diurno normal do cortisol no plasma - >supressão da suprarrenal Alterações nas moléculas Ações semelhantes às do cortisol Variações na potência glicocorticoide/mineralocorticoide Principais glicocorticóides de utilidade farmacológica (sintéticos) Efeito rápido: cortisona e hidrocortisona (meia vida biológica: 8-12h) Efeito intermediário prednisona, prednisolona, triancinolona e fludrocortisona (12-36h) Efeito prolongado: betametasona e dexametasona(36-72h) Terapia Anti-inflamatória: Processos inflamatórios agudos: todos representantes com atividade anti inflamatória pode ser usado. Hidrocortisona injetável para tratamentos a curto prazo quando não Hipertenso. Dexa e Betametasona apresentam alta atividade anti-inflamatória, com o tempo de ação longo. Pode gerar efeitos adversos. Não usado como primeira escolha em tratamento crônico. Para o crônico escolhe-se: prednisona, prednisolona ou metilprednisolona orais com variações nas doses (altas doses à doses mínimas). Considerar se a doença a ser tratada é mais grave do que o hipercortisolismo induzido e relacionar a dose, duração e resposta do paciente nos efeitos adversos Recomendações: quando optar por corticoterapia? • Só devem ser indicados em doenças ou manifestações definidamente responsivas a eles; • Só devem ser utilizados após tentativas com medicamentos de menor risco; • Emprega-se as menores doses eficazes, pelo menor tempo possível; • Descontinuação de tratamento prolongado deve ser lenta gradual, a fim de permitir reativação funcional progressiva do eixo hipotálamo- hipófise-adrenal. Em doses elevadas os corticóides pode resultar em: 1. Supressão da resposta a infecções ou lesões Diminuição de resposta anti-inflamatória leva a um aumento de infecções oportunista 2. Síndrome de Cushing 3. Osteoporose Risco de fraturas, mudam densidade óssea e metabolismo do colágeno. 4. Hiperglicemia Leva a diabetes 5. Desgaste Muscular 6. Outros efeitos Glaucoma, aumento da pressão intracrania e catarata A suspensão abrupta do tratamento com glicocorticóides pode resultar em: Quadro de insuficiência adrenocortical Síndrome da retirada ou de privação de Corticosteróide
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