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Marchas Patológicas

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Stephane Bispo @vidadefisio_study 
 
Marchas patológicas são formas de caminhar com 
características específicas, causadas diversas doenças. 
Sua observação pode facilitar o fisioterapeuta a 
identificação deste algumas patologias. 
TIPOS DE MARCHAS PATOLÓGICAS 
Existem oito tipos de marchas patológicas básicas que 
podem ser atribuídos a condições neurológicas: 
hemiplégica, espástica, neuropática, miopática, 
parkinsoniana, coreiforme, atáxica (cerebelar) e 
sensorial. A observação dessa marcha é um aspecto 
importante do diagnóstico que pode fornecer 
informações sobre diversas condições 
musculoesqueléticas e neurológicas. 
Marcha Hemiplégica 
O paciente fica em pé com fraqueza unilateral no lado 
afetado, braço flexionado, aduzido e rodado 
internamente. Perna do mesmo lado está em extensão 
com flexão plantar do pé e dedos dos pés. Ao caminhar, 
o paciente mantém o braço de lado e arrasta a perna 
afetada em semicírculo (circundução) devido à 
fraqueza dos músculos distais (pé caído) e hipertonia 
extensora do membro inferior. 
Essa marcha é mais comumente visto em acidentes 
vasculares cerebrais. Com hemiparesia leve, a perda do 
balanço normal do braço e leve circundução podem ser 
as únicas anormalidades. 
Marcha Parkinsoniana 
(Marcha festiva, marcha propulsiva) 
Nessa marcha patológica, o paciente apresentará 
rigidez e bradicinesia. Ele ou ela ficará inclinado com a 
cabeça e o pescoço para a frente, com flexão nos 
joelhos. Toda a extremidade superior também está em 
flexão, com os dedos geralmente estendidos. O 
individuo caminha com pequenos passos lentos 
conhecidos em marche a petits pas (caminhada de 
pequenos passos). O paciente também pode ter 
dificuldade para iniciar as etapas e pode apresentar 
uma inclinação involuntária para dar passos 
acelerados, conhecida como festinação. 
Essa marcha é observada na doença de Parkinson ou 
em qualquer outra condição que causa parkinsonismo, 
como efeitos colaterais de drogas. 
Marcha Espástica 
Pacientes com esse tipo de marcha patológica 
apresentam envolvimento de ambos os lados com 
espasticidade pior nas extremidades inferiores do que 
nas extremidades superiores. O paciente caminha com 
uma base anormalmente estreita, arrastando ambas as 
pernas e raspando os dedos do pé. Essa marcha é 
observada em lesões periventriculares bilaterais, como 
as observadas na paralisia cerebral. Há também uma 
rigidez extrema característica dos adutores do quadril, 
que pode fazer com que as pernas cruzem a linha 
média, conhecido como marcha em tesoura. 
Pacientes com paralisia cerebral podem ser 
submetidos à cirurgia de liberação dos adutores do 
quadril para minimizar a tesoura. 
Marcha Neuropática 
Visto em pacientes com pé caído (fraqueza na 
dorsiflexão do pé), a causa dessa marcha patológica se 
deve à tentativa de levantar a perna suficientemente 
alto durante a caminhada para que o pé não arraste no 
chão. 
Se unilateral, as causas incluem paralisia do nervo 
fibular e radiculopatia L5. Se bilateral, as causas 
incluem esclerose lateral amiotrófica, doença de 
Charcot-Marie-Tooth e outras neuropatias periféricas, 
incluindo aquelas associadas ao diabetes não 
controlado. 
Marcha Miopática 
(Marcha bamboleante) 
Os músculos do quadril são responsáveis por manter o 
nível da pelve ao caminhar. Se você tiver fraqueza em 
um lado, isso levará a uma queda na pelve no lado 
contralateral da pelve durante a caminhada (sinal de 
Trendelenburg). Com fraqueza bilateral, você terá 
queda da pelve em ambos os lados durante a 
caminhada, levando a gingar. 
Essa marcha é observada em pacientes com miopatias, 
como distrofia muscular. 
 
 
Marchas Patológicas 
Stephane Bispo @vidadefisio_study 
Marcha Coreiforme 
(Marcha hipercinética) 
Neste tipo de marcha patológica podemos observar 
certos distúrbios dos gânglios da base, incluindo coreia 
de Sydenham, doença de Huntington e outras formas 
de coreia, atetose ou distonia. O paciente apresentará 
movimentos irregulares, espasmódicos e involuntários 
em todas as extremidades. Caminhar pode acentuar 
seu distúrbio de movimento basal. 
Marcha Atáxica 
(Cerebelar) 
Mais comumente observada na doença cerebelar, essa 
marcha é descrita como movimentos desajeitados e 
cambaleantes com uma marcha ampla. Enquanto está 
parado, o corpo do paciente pode balançar para frente 
e para trás e de um lado para o outro, o que é 
conhecido como titubação. Os pacientes não 
conseguem andar do calcanhar aos dedos do pé ou em 
linha reta. A marcha da intoxicação alcoólica aguda 
será semelhante à marcha da doença cerebelar. 
Pacientes com mais instabilidade troncular são mais 
propensos a ter doença cerebelar da linha média no 
vermis. 
Marcha Sensorial 
Quando nossos pés tocam o solo, recebemos 
informações propioceptivas para nos dizer sua 
localização. A marcha sensorial atáxica ocorre quando 
há perda dessa entrada propioceptiva. Em um esforço 
para saber quando os pés pousam e sua localização, o 
paciente vai bater o pé com força no chão para senti-
lo. 
Esse tipo de marcha patológica às vezes também é 
chamada de marcha pisoteada, pois os pacientes 
podem levantar as pernas muito alto para atingir o solo 
com força, logo essa marcha pode ser observada em 
distúrbios das colunas dorsais (deficiência de B12 ou 
tabes dorsalis) ou em doenças que afetam os nervos 
periféricos (diabetes não controlada). Em sua forma 
grave, essa marcha pode causar uma ataxia que se 
assemelha à marcha atáxica cerebelar.

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