Buscar

AULA 2 - Custos logísticos (23 pág)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CUSTOS LOGÍSTICOS 
 
 
 
 
DESCRIÇÃO 
Apresentação dos custos logísticos com armazenagem, estoque e transportes. 
 
PROPÓSITO 
Compreender os conceitos e as inter-relações dos custos logísticos, bem como, de forma mais específica e particular, 
os custos de armazenagem, estoque e transporte. 
 
PREPARAÇÃO 
Acesse, quando necessário, alguns dicionários online que poderão auxiliá-lo no entendimento deste tema, como, por 
exemplo, o Pequeno dicionário de termos contábeis e o Dicionário de logística online. 
 
INTRODUÇÃO 
Neste tema, aprenderemos a combinar custos e logística, que são assuntos de relevante interesse para as 
organizações. Iniciaremos nosso estudo pela introdução aos custos logísticos, o que faremos pela descrição de 
conceitos, contexto, inter-relações e seus principais tipos. 
 
A partir daí, trataremos especificamente dos custos relacionados a estoque, armazenagem e transporte. Levaremos 
em conta as particularidades de cada um desses processos, as interfaces entre eles e o quanto são fundamentais 
para o entendimento de toda a operação logística sob o olhar de custos. 
 
MÓDULO 1 
Descrever conceitos, contexto, inter-relações e tipos de custos logísticos 
 
Dando continuidade aos nossos estudos, nos familiarizaremos agora com os conceitos sobre custos logísticos. Para 
isso, responda ao quiz proposto a seguir: 
 
Como você considera a importância do custo em um processo logístico? 
 Muito essencial. Esse tipo de custo é um elemento fundamental nas estratégias das organizações. 
o Pouco essencial. Outros processos são mais preponderantes. 
 
Para você, os custos: 
 Estão relacionados aos produtos desde a compra e o transporte da matéria- prima até a entrega deles ao cliente. 
o Estão ligados diretamente ao produto entregue ao cliente. 
 
Em sua opinião, como são considerados os custos logísticos? 
 Eles são consideraos custos-padrão, pois transitam de maneira isolada em casa etapa logística. 
o Eles não são considerados custos-padrão nas organizações, pois dependem do tipo e das características das operações 
logísticas realizadas. 
 
No pronunciamento de Lewis, Culiton e Steele (1956), estava comprovada a ideia de que os custos logísticos eram até 
então conduzidos à condição de subotimização. A partir desse momento, a análise era fragmentada; por isso, as 
organizações buscavam alcançar o menor valor possível em cada componente do custo logístico sem atribuir 
relevância ao custo total. 
 
Apontaremos agora alguns conceitos importantes para o entendimento deste tema. Os custos são o primeiro – e, 
provavelmente, o mais importante. 
 
Esses conceitos são elementos essenciais para as estratégias das organizações. Eles também o são para as operações 
logísticas, pois garantem a competitividade requerida. Descreveremos, portanto, as principais questões ligadas aos 
custos logísticos. 
Eles estão relacionados aos produtos em várias etapas: desde a compra e o transporte da matéria-prima até a 
entrega deles ao cliente. Eles não são considerados custos-padrão nas organizações, já que dependem do tipo e das 
características das operações logísticas realizadas. 
 
Eles estão associados aos conceitos básicos da contabilidade. À medida que forem sendo gerados, esses custos 
deverão ser controlados pelo setor responsável na organização. 
 
Em síntese, os conceitos relativos aos custos se subdividem em três: gastos, investimentos e perdas. 
 
GASTOS 
Eles são as saídas financeiras da organização, ou seja, os sacrifícios financeiros que contam com uma expectativa do 
retorno por conta da entrada financeira. O pagamento realizado a um prestador de serviço é um gasto. 
 
INVESTIMENTOS 
São recursos financeiros aplicados para se obter retorno no presente ou no futuro. As organizações fazem 
investimentos tanto ao adquirir armazéns, equipamentos, produtos e treinamentos quanto ao realizar aplicações 
financeiras. O armazém e os equipamentos da operação são investimentos, já que o retorno da compra ocorre com 
os serviços ali realizados com o passar do tempo. 
 
PERDAS 
Elas são decorrentes de situações não previstas que consomem recursos financeiros. A obsolescência dos estoques 
se caracteriza como perda. As perdas habitualmente estão associadas a erros de planejamento ou aqueles 
operacionais. A previsão de vendas tem a intenção de evitar a sobra de produtos no estoque motivada por perda de 
validade. 
 
CUSTO TOTAL 
Seu conceito está baseado nas inter-relações que formam as atividades do sistema logístico e no seu gerenciamento. 
Afinal, nenhum custo pode ser modificado isoladamente sem comprometer o serviço ao cliente e outros custos 
inerentes. 
 
O principal objetivo do processo logístico é otimizar o custo total, e não a redução individual de cada custo que o 
compõe. Proporcionalmente, quanto maior for o nível de serviço requerido, maior será o custo total logístico. O 
bom desempenho logístico resultará no equilíbrio entre o nível de serviço e os custos logísticos. 
 
CONTEXTOS 
Não restam dúvidas sobre a importância da gestão de custos no cenário de competitividade em que vivemos. No 
entanto, as organizações têm dificuldade de identificar aqueles relacionados à logística. 
 
Segundo estudo apresentado pelas empresas KPMG e FDC (2015), a maioria dos especialistas concorda que, quando 
vista como uma vantagem competitiva nas principais cadeias de suprimentos, a logística constitui um processo de 
movimentação e de armazenagem de materiais, peças e estoques finais. Ela possui fluxos de informação que, de 
forma organizada, garantem, em todos os canais de comercialização, uma rentabilidade atual e futura. 
 
Na sua essência, a logística se transforma em um plano estratégico de fluxos de produtos e informações em uma rede 
de organizações interconectadas, as quais, trabalhando cooperativamente, visam à busca da vantagem de custo ou de 
benefícios de valor - ou de ambos. 
 
Na comparação entre os objetivos de um Prestador de Serviços Tradicionais (PST) e os de um Operador Logístico 
(OL) Integrado, observamos que, enquanto o PST se preocupa com a minimização do custo específico da atividade 
contratada, o OL integrado se atém à redução do custo total da logística, melhorando serviços e aumentando 
flexibilidade. 
 
POLÍTICO 
Durante décadas, tivemos, no transporte rodoviário, na armazenagem geral e nos serviços aduaneiros, as três 
principais atividades exploradas pelo setor privado. No entanto, serviços essenciais, como os de energia, os de 
telecomunicações e os operados por portos, ferrovias, aeroportos e rodovias, eram de competência das empresas 
públicas. 
Esse cenário se alterou a partir da Constituição Federal de 1988, quando, mediante concessões, esses serviços 
passaram a ser operados pela iniciativa privada. Reconhece-se como seu primeiro marco regulatório a Lei dos 
Portos (inicialmente, Lei nº 8.630/1993, embora ela tenha sido revogada pela Lei nº 12.815/13). Já a partir dos anos 
de 1990, pautado pela globalização, o comércio mundial apresentou um franco crescimento. 
 
Se, por um lado, encurtaram-se os ciclos de produção e comercialização, as operações logísticas, por outro, 
tornaram-se mais complexas. Resultado disso: os custos provenientes se acentuaram. 
 
ECONÔMICO 
Falamos, nesse contexto, dos custos absolutos logísticos. Esses custos aumentam mediante o crescimento da 
economia. Em outras palavras: quanto maiores forem a produção e o consumo de bens, maior será a geração de 
serviços. Com isso, crescem as operações logísticas e seus custos associados. 
 
A eficiência de um sistema logístico pode ser determinada por meio da relação do custo logístico total com o 
produto interno bruto (PIB). Segundo dados fornecidos por um estudo da ILOS (2017), os custos logísticos 
correspondem a 12,3% do PIB brasileiro. 
 
No âmbito das organizações, os gastos com logística representam 7,6% da receita líquida, considerando custos 
com transporte, estoque e armazenagem. 
 
Se levarmos em comparação outros países como o Brasil — de dimensões continentais e com setoresprodutivos 
dependentes de malha logística consolidada —, isso indica que a necessidade de investimentos para os processos de 
transporte e armazenagem fica em torno de 4% do PIB. 
 
Nosso valor máximo de investimentos alcançou 2% nos anos 1970, mantendo-se a média de 0,8% nas últimas três 
décadas. Percentual insuficiente para atender a uma demanda em crescimento. 
 
INTER-RELAÇÃO DOS COMPONENTES DO CUSTO LOGÍSTICO 
Os custos logísticos, como veremos, se subdividem naqueles de processamento de pedidos, armazenagem, estoque, 
transporte, embalagens, inventários, tecnologia da informação, tributários e logística reversa. A relação de trade-off 
(conflito de escolha) entre eles é muito importante para um sistema logístico poder funcionar. 
 
Você pode observar que nem sempre a melhoria da qualidade acarretará um aumento de custos, mas a sua 
mudança potencializará a redução deles por meio de uma diminuição do número de erros. Geralmente, o custo de 
transporte é inversamente proporcional ao de estoque. 
 
Investimentos em sistemas de transporte mais eficientes podem prover movimentações mais frequentes de menos 
quantidades; por isso, não é preciso haver um nível de estoque alto no armazém, reduzindo o custo. 
 
Analisando a relação entre os custos de transporte e de estoque em função do número de armazéns de um sistema 
logístico, observamos que o ponto de equilíbrio entre eles está baseado na quantidade de armazéns. 
 
Para um número que seja inferior ao ideal, à medida que quantidade de armazéns aumenta, os custos de transporte 
diminuem. Em contrapartida, os de estoque aumentam. 
 
Ao excedermos o número ideal de armazéns por meio de unidades extras para aumentar o nível de serviço, 
observaremos que os custos de transporte diminuem. Já os custos de estoque aumentarão graças ao incremento no 
número de armazéns. Caso esse aumento seja muito significativo, os de transporte também crescerão. 
 
Temos uma relação inversa entre o custo de estoque e o de transporte. Já os de ruptura de stock (estoque), que é 
a falta de produto no momento da compra pelo consumidor, geralmente diminuem quando há um aumento tanto 
dos custos de estoque quanto dos de transporte. Por sua vez, o aumento do custo de transporte pode provocar 
uma diminuição no de armazenagem. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS LOGÍSTICOS 
QUANTO AO RELACIONAMENTO COM O OBJETO 
 
Temos as seguintes definições: 
 
CUSTOS DIRETOS: 
São facilmente identificados em relação a materiais ou serviços aos quais estejam relacionados, não precisando de 
critérios de rateio. Exemplos: mão de obra direta, espaço, estoques e transporte. 
 
CUSTOS INDIRETOS: 
despesas que não são facilmente associadas aos materiais ou serviços. Em geral, os custos indiretos são alocados por 
critério de rateio ou por direcionadores de custo. 
 
QUANTO AO COMPORTAMENTO DIANTE DO VOLUME DE ATIVIDADE 
Os custos se organizam da seguinte forma: 
 
CUSTOS FIXOS 
Não oscilam em função de uma capacidade instalada. Contudo, o custo unitário varia quando comparado ao volume 
total da produção, embora também possa fazê-lo em relação à unidade fabricada. Exemplos: depreciação dos 
equipamentos da unidade fabril, seguro, aluguel e salários ou encargos da mão de obra alocada. 
 
CUSTOS VARIÁVEIS 
Variam com base no volume da produção ou serviço. Os custos variáveis sempre serão fixos em relação à unidade 
produzida, diversificando apenas o volume total da produção. Exemplos: matéria-prima consumida ou serviços 
terceirizados pagos por item aplicados em unidade fabricada ou em material de embalagem nos produtos acabados. 
 
CUSTOS MISTOS (SEMIVARIÁVEIS OU SEMIFIXOS) 
Eles assumem o comportamento de custo fixo e variável em determinados momentos, sendo alterados de acordo 
com o volume de produção ou de venda sem necessariamente variar nas mesmas proporções. 
 
EXEMPLO 
Em relação aos custos mistos, temos como exemplo as horas extras pagas ao pessoal do 
controle de qualidade para a análise de produção somadas à conta de energia elétrica ao se 
cobrar uma taxa mínima mesmo se não houver operação. Por consequência, há o consumo 
no período e a remuneração por meta de produtividade aos funcionários, além de uma 
manutenção preventiva para atender à demanda de utilização de horas de equipamentos. 
 
CUSTOS LOGÍSTICOS RELACIONADOS COM O PROCESSO DE GESTÃO 
Tais custos estão subdivididos em controláveis e não controláveis, de oportunidade, relevantes, 
irrecuperáveis, incrementais, ocultos, padrão, meta, previsão da procura, melhoria contínua e do ciclo 
de vida. 
 
CUSTOS CONTROLÁVEIS 
Dependem da decisão do gestor, que está ciente sobre seus valores. Também estão relacionados com o 
objeto e os processos. 
 
CUSTOS NÃO CONTROLÁVEIS 
Independem da decisão do gestor. Exemplo: custo extraordinário de lavagem dos caminhões 
decorrentes de sujidades das estradas. 
 
CUSTOS DE OPORTUNIDADES 
Comumente, eles não geram registros contábeis apesar de serem importantes. As decisões são 
definidas por escolhas; portanto, os custos de oportunidade são adotados quando algo não pode ser 
realizado no prazo requerido. Exemplo: Há disponibilidade de um caminhão para atender a dois clientes 
no mesmo horário. Eis as escolhas por critérios de preferência: mais antigo para fidelizar ou mais novo 
para conquistar. Opção de gerar outro custo, como, por exemplo, locar veículo extra para atender os 
dois clientes. 
 
CUSTOS RELEVANTES 
São custos futuros importantes oriundos de alternativas de tomada de decisão dos gestores. Exemplo: a 
escolha do modal de transporte mais adequado para envio da mercadoria (hidroviário ou rodoviário) 
envolve custos relevantes que devem ser analisados para ver qual deles se encaixa melhor no cenário. 
 
CUSTOS IRRECUPERÁVEIS 
Relativos ao passado, esses custos servem como experiência para evitá-los em decisões futuras, embora 
não representem uma preocupação futura. Exemplo: maquinário adquirido e pouco usado. 
 
CUSTO INCREMENTAL, MARGINAL OU DIFERENCIAL 
Demonstra a diferença (aumento ou diminuição) de custos ou receitas conforme as decisões dos 
gestores. Exemplo: escolha do meio de transporte considerando não somente o custo mais baixo, mas 
também uma diferença na receita para suportar melhor a decisão. 
CUSTOS OCULTOS 
Devem ser eliminados. Embora não estejam presentes na tomada de decisão, eles afetam a operação 
por serem oriundos de desvios nos processos e por apresentarem perdas financeiras. Exemplos: 
superprodução gerando estoques desnecessários, defeitos provenientes de erros que precisam ser 
mensurados e, por fim, esperas e atrasos que têm custos como efeito. 
 
CUSTO-PADRÃO 
Estipulado para serviço ou atividade tendo em consideração as condições normais sem surpresa 
negativa. A comparação entre os custos efetivados e custo-padrão é necessária: resultados negativos 
sinalizam a necessidade de uma adequação de processos para se evitar problemas. 
 
CUSTO-META 
Apresenta a relação entre o custo-padrão e o custo negociado no desenvolvimento de serviço ou 
atividade. Caso o custo alcançado seja inferior ao estabelecido como meta, ele será uma vantagem 
definida e passará a ser o padrão nas próximas negociações. 
 
CUSTOS DE PREVISÃO DA PROCURA 
Entender e antever o perfil do cliente para a previsão da procura de produtos ou serviços são um fator 
relevante, pois impactam no volume de vendas. O estudo do mercado, apesar de gerar custos, pode ser 
decisivo para influenciar requisitos logísticos. Exemplo: saber do horário de funcionamento de 
determinado serviço. 
 
CUSTO DO CICLO DE VIDA DO PRODUTO 
Necessita ser bem planejado, pois os ciclos são cada vez menores e devem contemplar estágios da vida 
do produto, envolvendo desenvolvimento, crescimento, maturidade, saturação e declínio. 
 
CUSTOS DA QUALIDADE 
Tendo como base a filosofia da gestão de qualidade total, os custos podem ser assim subdivididos: custo 
de novos produtos ou análise de design, planejamento e avaliação da qualidade, avaliação do 
fornecedor, qualificação de pessoal e inspeções de qualidade.CUSTOS DA NÃO QUALIDADE 
Investigação de queixas por parte dos clientes, custos de devolução do produto (despesas com recepção 
e substituição do que foi reprovado) e aqueles decorrentes da reparação e dos serviços previstos na 
garantia dele. 
 
CUSTO DE MELHORIA CONTÍNUA DOS PROCESSOS (KAIZEN ) 
Concentra-se na redução de custos durante as fases do ciclo de vida do produto. Seu lema é: “hoje 
melhor que ontem e amanhã melhor que hoje”. 
 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
 
1. Assinale alternativa que justifica da melhor forma o efeito causado quando, na época de seu surgimento (década de 
1950), os custos logísticos eram tratados de forma fragmentada e não integrada. 
 
a) Por conta dessa fragmentação, as organizações subotimizavam os custos logísticos e não davam importância 
ao custo total, mas apenas a seus componentes de forma separada. 
b) As análises de custos dos processos logísticos eram realizadas de forma fragmentada e imprecisa, porque 
não existiam tecnologias disponíveis. 
c) Não existiam departamentos de custos; por isso, o processo não era integrado e confiável. 
d) Não existiam departamentos de custos; por isso, não eram feitas análises de custos dos processos logísticos 
de forma integrada. 
e) O baixo desenvolvimento de tecnologia de informação não permitia aos departamentos de custos 
realizarem análises integradas de custos. 
 
2. A inter-relação entre os componentes dos custos logísticos (armazenagem, estoque e transporte) é importante para 
a análise da operação logística de forma global. Tomando por base os conceitos de trade-off e de ruptura de stock 
(estoque), identifique a alternativa que contém uma sequência coerente de crescimento e diminuição entre os 
componentes logísticos. 
 
a) Custos de estoque, ruptura de stock (estoque), armazenagem e transporte são sempre diretamente 
proporcionais entre si. 
b) Custos de estoque, ruptura de stock (estoque), armazenagem e transporte são sempre inversamente 
proporcionais entre si. 
c) Custos de ruptura de stock (estoque) geralmente aumentam quando há um incremento tanto dos custos de 
estoque quanto dos de transporte. Por sua vez, o aumento do custo de transporte não altera o custo de 
armazenagem. 
d) Custos de ruptura de stock (estoque) geralmente diminuem quando tanto os custos de estoque quanto os 
de transporte são aumentados. Por sua vez, o aumento do custo de transporte pode provocar uma 
diminuição no de armazenagem. 
e) Custos de ruptura de stock (estoque) não se alteram em relação aos de estoque e de transporte. Por sua 
vez, o aumento do custo de transporte pode provocar um aumento no de armazenagem. 
 
MÓDULO 2 
Definir custos da armazenagem e suas particularidades 
 
ARMAZENAGEM 
A armazenagem, administração do espaço necessário para manter os estoques, está relacionada às operações de 
cuidado com o produto da entrada à saída do armazém. 
 
Para isso, os materiais precisam ser organizados desde a entrada até a estocagem e a expedição deles. As decisões 
referentes ao processo de armazenagem são complexas, pois estão relacionadas ao negócio e ao cenário externo no 
qual a organização está inserida. 
 
A empresa precisa, portanto, conhecer o tipo de produto que comercializa para definir a estrutura de armazém mais 
apropriada internamente. 
 
Os custos de armazenagem são compostos pelos seguintes fatores: 
 
CUSTO DE MATERIAIS: 
Matéria-prima, material auxiliar, manutenção, escritório, em processo e produto acabado; além disso, ele representa 
o valor real de todos esses materiais que estão na empresa, estejam eles parados ou sendo processados. 
 
CUSTO DE PESSOAL: 
Remuneração, encargos trabalhistas da mão de obra envolvida nas atividades de operação e gerenciamento. 
 
CUSTO DE EQUIPAMENTOS/MANUTENÇÃO: 
Despesas de manutenção e depreciação dos equipamentos para manter a operação; 
 
CUSTO DE EDIFICAÇÕES: 
Aluguel das edificações, incluindo seus impostos e seguros. 
 
Calculamos esses fatores com base nos estoques médios dos materiais, incluindo as despesas mensais dos demais 
componentes. O custo de armazenagem é diretamente proporcional ao tempo e à quantidade de itens em estoque. 
 
Ele também é chamado de custo de oportunidade, sendo reconhecido como um indicador logístico relevante para 
se avaliar a gestão integrada da organização e o quanto ela perde com o seu capital parado em estoques. 
 
LOCALIZAÇÃO DOS ARMAZÉNS ADMINISTRAR AS QUESTÕES E TOMAR DECISÕES ACERTADAS 
 
Como sabemos, o planejamento logístico é muito importante: ele deve ser efetuado com base na localização 
geográfica dos pontos de estocagem e em suas fontes de abastecimento. 
 
A localização das instalações contempla os movimentos de produtos e os custos associados a eles desde a planta 
fabril, passando por pontos de estocagens intermediárias até sua chegada ao cliente. 
 
Um processo de distribuição terá seu custo reduzido se a organização conseguir que os clientes sejam atendidos 
diretamente por meio de fornecedores, portos ou pontos de estocagem definidos. O objetivo da estratégia de 
localização pretende diminuir o custo e aumentar o lucro no processo de distribuição. 
 
CUSTOS RELACIONADOS À PROPRIEDADE DOS ARMAZÉNS 
Conheceremos agora os tipos de armazém para compreendermos, de forma mais aprofundada, os 
custos provenientes de cada tipo. 
 
ARMAZÉNS DE PROPRIEDADE DAS EMPRESAS 
Elas cuidam de todos os seus processos, como gestão, recursos humanos e finanças, além das operações 
logísticas. A gestão da armazenagem fica sob sua responsabilidade, incluindo a sua marca e imagem 
reputacional. 
 
Uma de suas vantagens é que as decisões da gestão estão centralizadas e podem ser aplicadas 
imediatamente. Porém, nessa opção, os custos relativos ao armazém são absorvidos pela empresa. 
Entre esses custos, estão os da infraestrutura do prédio, da remuneração e dos encargos referentes à 
mão de obra e da aquisição e manutenção de equipamentos. 
 
ARMAZÉNS TERCEIRIZADOS 
A empresa tem três opções: alugar apenas o prédio do armazém, terceirizar por completo a operação 
(com prédio e serviço) ou terceirizar apenas o serviço e ter o prédio próprio. Quando aluga apenas o 
prédio, a empresa tem o custo do aluguel referente ao imóvel. 
 
SERVIÇOS TERCEIRIZADOS DA OPERAÇÃO DE ARMAZENAGEM E PRÉDIO 
A empresa estabelece um contrato contemplando os serviços a serem prestados para salvaguardar sua 
imagem que estará ligada ao terceiro. O pessoal da terceirizada terá contato com o cliente; 
entretanto, é a marca da empresa que o cliente verá. Para gerenciar bem a relação, é necessário um 
processo de comunicação eficaz. 
 
PROPRIETÁRIA DO ARMAZÉM, MAS TERCEIRIZA SERVIÇOS DE ARMAZENAGEM 
Espaços e serviços de armazenagem que estiveram ociosos podem ser comercializados para outras 
empresas, o que contribui para a geração de receita. Para garantir segurança, é importante haver o 
estabelecimento de contratos com cláusulas claras. 
 
Nessa modalidade, os custos serão compartilhados entre os clientes que locam espaços no armazém, os 
quais, aliás, pagarão valores proporcionais ao espaço ocupado e ao tempo de armazenamento dos 
produtos. 
 
PROPRIETÁRIA DO ARMAZÉM, MAS TERCEIRIZA SERVIÇOS DE ARMAZENAGEM 
Armazéns de propriedade pública presentes em portos, aeroportos e estações aduaneiras interiores 
(EADI) 
Para curtos períodos de armazenagem, armazéns desse tipo são uma boa opção, pois possuem baixos 
custos. A segurança e o bom nível de cuidado são pontos positivos. Em contrapartida, as EADI não 
dispõem de tecnologia de ponta para a movimentação e o controle das mercadorias, pois esses locais 
são destinados apenas para armazenagem dos produtos. 
 
MATRIZ COM ARMAZÉM/SERVIÇOS PRÓPRIOS E TERCEIRIZAR SERVIÇOS EM OUTRAS REGIÕES ONDE 
ELA COMERCIALIZE SEUS PRODUTOS 
Ocorre o envio de mercadorias de comércio exterior por meio dos armazéns públicos alfandegados. 
Essa opção pode perfazer uma composição de custos atrativa sem prejudicar o nível de serviço 
prestado aos clientes. 
 
A empresa terá de definir qual das opções apresentadasela escolherá. Elas possuem vantagens e 
desvantagens; portanto, é possível que haja uma combinação das modalidades apresentadas. Essa 
escolha depende das prioridades do negócio, das possibilidades de armazenagem disponíveis e dos 
custos associados às operações. 
 
DIRETRIZES PARA A OPERAÇÃO DO PROCESSO DE ARMAZENAGEM: PLANEJADA, FLEXÍVEL E SIMPLES 
Observe quais são essas diretrizes: 
 
 Garantir a integridade física dos produtos. 
 
 Armazenar produtos em locais apropriados conforme legislações ou aspectos técnicos; 
 
 Assegurar que o armazém seja flexível para que várias operações possam ser realizadas simultaneamente. 
 
 Propiciar que o fluxo dos produtos no armazém aconteça da forma mais simples possível, evitando 
procedimentos ou custos desnecessários. 
 
 Projetar o espaço físico do armazém para que ele contenha a maior quantidade possível de produtos, 
garantindo condições seguras para os trabalhadores na operação. A verticalização da armazenagem em 
estantes altas é uma alternativa. 
 
 Garantir manutenções preventivas ou corretivas adequadas para a melhor utilização dos equipamentos de 
movimentação de produtos. 
 
 Respeitar limites de peso e demais condições para os equipamentos da movimentação de produtos a fim de 
minimizar custos de manutenção. 
 
 Avaliar econômica e tecnicamente a opção de compra ou de locação dos equipamentos da movimentação 
de produtos em função de suas taxas de utilização e das condições comerciais para locação ou venda no 
local onde a organização opera. Evitar o custo de manter equipamento parado é boa opção. 
 
 Assegurar a correta utilização de sistemas. Exemplo: o sistema de gerenciamento de armazéns (WMS) 
contribui para uma operação eficaz do armazém graças ao gerenciamento de informações dele relativas à 
entrada, à saída e à localização de produtos. 
 
CUSTOS ASSOCIADOS À ARMAZENAGEM 
Observaremos a seguir os principais custos relacionados à armazenagem: 
 
FUNCIONÁRIOS: 
salários, horas extras, encargos trabalhistas, seguro, assistência médica/odontológica, cesta 
básica/alimentação, transporte e equipamento de proteção individual (EPI); 
 
GERAL: 
material de consumo, aluguel de imóveis, depreciação de equipamentos e de imóveis, manutenção 
(peças de reposição ou serviços), impostos, taxas, associações de sindicatos de classe, energia e água. 
 
 
ADMINISTRAR AS QUESTÕES E TOMAR DECISÕES ACERTADAS 
Todas as decisões que envolvem o armazenamento devem ser tomadas com base em fatos ou dados, principalmente 
os que estejam relacionados à determinação dos custos. 
 
Fatores que contribuem para a determinação dos custos de armazenagem variam conforme o negócio. Eles 
englobam: 
 
 Características de recebimento: altos volumes ou produtos especiais consomem mais custo. 
 
 Características de acondicionamento: determinadas mercadorias exigem um cuidado especial na 
armazenagem, como manutenção de temperatura, condições ambientais específicas e locais separados. 
 
 Características de seleção de pedido: separação adequada de tipos de produtos por lotes levam tempo, o 
que significa custo. 
 
 Necessidade de etiquetagem: procedimento que necessita de mão de obra, tempo e etiquetas, gerando um 
custo. 
 
 Característica de reembalagem: pode ocorrer de acordo com a negociação entre o fabricante e o armazém 
ou por conta de danos à embalagem original. 
 
 Necessidade de mão de obra direta e de equipamentos: a operação do armazém acontece por meio da mão 
de obra de funcionários e de equipamentos, gerando um custo. 
 
 Necessidade de recursos indiretos: manutenção, higienização e mão de obra extra são exemplos disso. 
 
CENTRALIZAR OU DESCENTRALIZAR A ARMAZENAGEM 
A decisão entre centralizar ou descentralizar a armazenagem é vital. Existem vantagens e desvantagens nos dois 
casos. 
 
A organização deve considerá-las em função de suas políticas e prioridades. Veremos agora cada uma dessas 
escolhas. 
 
DESCENTRALIZAR 
Ocorre com a utilização de armazéns em diversos locais, havendo gestões independentes para cada um deles. Neste 
caso, teremos baixa economia de escala e menor eficiência em comparação com a estrutura centralizada e o maior 
controle das operações. 
 
Isso diminui o risco de interrupção de abastecimento, pois pode haver transferência interna em casos de ausências 
emergenciais de suprimentos, bem como o custo de transporte, em função da existência de vários armazéns de 
onde as mercadorias são expedidas. Conseguimos estoques de segurança maiores, gerando um maior nível de 
serviço ao cliente mediante a disponibilidade dos produtos. 
 
CENTRALIZAR 
Neste caso, há uma maior economia de escala com armazém em um local, sendo mais fácil reduzir custos. 
Entretanto, com o estoque mantido centralizado, aumenta-se o risco de interrupção total do abastecimento, já que 
toda a distribuição parte da mesma origem e depende da mesma unidade. 
 
Além disso, o estoque de segurança é menor, potencializando um nível de serviço ao cliente abaixo de outros tipos 
de armazenagem devido à possível ausência dos produtos. Já o custo de transporte se torna maior da mesma forma, 
pois entregas com destinos mais distantes têm o mesmo ponto de origem. 
 
CÁLCULO DO CUSTO DE ARMAZENAGEM 
Habitualmente, as empresas calculam o custo total de armazenagem. De forma resumida, esse tipo de custo é 
traduzido como o dinheiro envolvido nesse sistema. 
 
Apresentaremos na tabela a seguir duas métricas para se calcular do custo de armazenagem. A primeira será por 
item; a segunda, para todo o estoque. 
 
Dados Por item Para todo o estoque 
CA = Custo armazenagem anual 
Q = quantidade de peças em estoque 
P = preço unitário por peça 
Df = despesas com material auxiliar manutenção, edificação, 
equipamento ou mão de obra 
i = taxa de juros anual, custo de captação de dinheiro no 
 
CA = { [ ( 𝑸 𝟐⁄ ) P ] + Dƒ } i 
 
 
CA = [𝑸 𝟐⁄ ] P × i 
mercado 
Tabela: Inter-relação entre componentes do custo logístico. 
 
Para reforçar seu aprendizado, analisaremos agora um estudo de caso indicado por Pozo (2019, p. 58): 
 
ESTUDO DE CASO 
Vamos calcular o custo de armazenagem anual de um item de estoque (“engrenagem”) e de todo o estoque de uma 
empresa com os seguintes dados: 
 
 200 engrenagens em estoque com custo de R$25 por unidade; 
 R$1.250.000 de estoques (matéria-prima, em processos e estoque acabado); 
 R$85.000 mensais de gastos gerais da área de materiais; 
 R$15.000 mensais de gastos com pessoal (sem encargos); 
 R$25.000 despesas gerais de compras; 
 80% de encargos trabalhistas; 
 40% de custo do dinheiro/ano. 
 
a) Cálculo do custo de armazenagem da engrenagem: 
 
 
 
Custo anual de armazenagem das engrenagens = R$1.000. 
 
 
 
Custo anual de armazenagem das engrenagens = R$294.800. 
 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
 
1. Custos de armazenagem são um dos componentes importantes na composição do custo total logístico. Aponte a 
alternativa em que estão listados os principais fatores que compõem esses custos. 
 
a) Custos variáveis, fixos, diretos e indiretos. 
b) Custo controlável, não controlável, padrão, meta e oculto. 
c) Custo de materiais, de pessoal, de equipamentos e manutenção e de edificações. 
d) Custo da qualidade, da não qualidade, relevante e não recuperável. 
e) Custo controlável, da qualidade, padrão, relevante e oculto. 
 
2. A decisão sobre centralizar ou descentralizar a armazenagem se relaciona fortemente com as questões de redução 
de custos e a satisfação de clientes, constituindo um dos grandes desafios para essa temática. Escolha a alternativa na 
qual essas questões estão descritas de forma coerente. 
a) Centralizar - armazéns sempre únicos - gestões compartilhadas - média economia de escala - mesma 
eficiência se comparada à estrutura descentralizada - menor controle das operações - mesmo risco de 
interrupção de abastecimento - mesmo custo de transporte - estoques de segurança iguais - mesmo nível de 
serviço ao cliente. 
b) Descentralizar - armazéns em diversos locais - gestõesindependentes - baixa economia de escala - menor 
eficiência se comparada à estrutura centralizada - maior controle das operações - diminui o risco de 
interrupção de abastecimento - diminui o custo de transporte - estoques de segurança maiores - maior nível 
de serviço ao cliente. 
c) Centralizar - armazéns em diversos locais - gestões independentes - alta economia de escala - maior 
eficiência se comparada à estrutura descentralizada - mesmo controle das operações - diminui o risco de 
interrupção de abastecimento - diminui o custo de transporte - estoques de segurança maiores - maior nível 
de serviço ao cliente. 
d) Centralizar - armazéns alfandegários - gestões unificadas - baixa economia de escala - mesma eficiência se 
comparada à estrutura descentralizada - sem controle das operações - sem risco de interrupção de 
abastecimento - sem custo de transporte - estoques de segurança iguais - nível de excelência de serviço ao 
cliente. 
e) Descentralizar - armazéns alfandegários - gestões múltiplas - alta economia de escala - mesma eficiência se 
comparada à estrutura centralizada - controle alternativo das operações - com risco de interrupção de 
abastecimento - com custo de transporte - estoques de segurança iguais - nível de excelência de serviço ao 
cliente. 
 
MÓDULO 3 
Distinguir custos de estoque e suas particularidades 
 
ESTRATÉGIAS DE ESTOQUE 
Existem duas estratégias aqui: uma é baseada em alocar (empurrar) estoques para os pontos de estocagem; a outra, 
ao contrário, os puxa para esses pontos baseando-se em regras de reabastecimento. 
 
Como outras estratégias, temos a opção de localizar, de forma seletiva, vários itens na linha de produção da 
empresa, no armazém regional ou no campo. Outra opção é gerenciar os níveis de estoque por métodos de revisão 
contínua de estoque. 
 
Eis um exemplo simples disso: 
Uma empresa que fabricava máquinas para escritório deu um passo arrojado para economizar tempo na 
manutenção de suas máquinas. Tradicionalmente, os técnicos saíam do centro de assistência técnica e se dirigiam 
até o cliente que havia solicitado o conserto. Altamente treinados e muito bem pagos, os técnicos gastavam uma 
grande quantidade de tempo viajando. A empresa redesenhou seu sistema logístico, de forma que estoques em 
consignação e máquinas de reposição foram colocados por todo o país. Agora, quando uma máquina quebra, 
outra é enviada ao cliente, enquanto a danificada é enviada para reparo no centro de serviço. O novo sistema não 
economizou apenas custos de reparação, mas também melhorou a qualidade dos serviços prestados ao cliente. 
Fonte: BALLOU, 2001, p. 40. 
 
POLÍTICAS DE ESTOQUES 
Elas decorrem de objetivos e padrões de desempenho que devem ser estabelecidos pela direção da organização aos 
gestores logísticos. Essas políticas precisam garantir o foco na manutenção do nível de prestação de serviço em grau 
elevado. 
 
Listaremos a seguir as políticas de estoques: 
 
1. Estabelecimento de metas de prazo de entrega de produtos aos clientes. 
 
2. Definição de composição e quantificação de número de depósitos, centros de distribuição e/ou almoxarifados e 
da lista de produtos. 
 
3. Estabelecimento dos parâmetros para a definição de estoques reguladores por intermédio de compras 
antecipadas para se beneficiar por preços e compras de lotes – e, assim, para obter melhores descontos. 
 
4. Estabelecimento de indicadores ou metas para a rotatividade de estoques. 
 
5. Estabelecimento dos níveis de flutuação aceitáveis dos estoques para atender a potenciais alterações de 
demanda. 
 
Parametrizaremos agora a compatibilização das diretrizes de gestão de estoque à definição do nível de serviço que a 
organização pretende garantir aos clientes. Já o nível de atendimento pode ser medido pelo percentual da demanda 
que o almoxarifado ou a expedição deve garantir em estoque. 
 
EXEMPLO 
A equação que expressa o estoque necessário em função do nível de serviço é: 
 
ESTOQUE = Demanda × Nível de atenimento % 
 
Caso a organização opte por um nível de serviço de 90% com um consumo (almoxarifado) ou venda mensal 
(expedição) de 800 unidades, ela deve manter em estoque o resultado de 800 × 0,90 = 720 unidades para pronta-
entrega. 
 
Vemos então que, para definir quais diretrizes de estocagem a organização pretende adotar, ela tem de identificar o 
nível de atendimento pretendido por seus clientes para que possa calcular o investimento necessário a ser feito em 
seu estoque. 
 
Dificilmente uma empresa pratica menos que 80% de nível de serviço, pois, caso assim o fizesse, seria difícil atender 
aos compromissos perante os clientes. Não parece exequível estabelecer como meta alcançar 100% de atendimento 
desse nível, uma vez que isso demanda um alto investimento. 
 
O dimensionamento de estoques se relaciona com: 
↓↓ 
Quantidade de capital investido. 
↓↓ 
Disponibilidade de estoque associada ao nível de atendimento ao cliente. 
↓↓ 
Mensuração dos custos pertinentes. 
↓↓ 
Acompanhamento contínuo do consumo ou da demanda. 
 
TÉCNICAS DE PREVISÃO DE ESTOQUES 
 
Quais aspectos fundamentais estão relacionados a essas técnicas? 
 
Elas buscam compatibilizar as particularidades de cada operação logística e organização. Baseadas em dados 
quantitativos ou qualitativos, essas técnicas apresentam comportamentos dinâmicos que podem ser influenciados ao 
longo do tempo (passado e futuro): 
 
- PROJEÇÃO: 
Estabelece-se uma previsão de natureza quantitativa e admite-se que o futuro repetirá o passado, ou assume-se que 
as vendas futuras terão comportamento similar ao das passadas. 
 
- EXPLICAÇÃO: 
Aplicadas as técnicas de correlação e regressão, procura-se associar as vendas passadas a fenômenos ou a 
acontecimentos com variáveis de evolução previsíveis ou conhecidas. 
 
- PREDILEÇÃO: 
São realizadas as previsões pelos funcionários capacitados ou conhecedores do histórico e dos fatores que 
influenciam as vendas com o potencial de influenciar o futuro. 
 
 
USO DE LOCAIS DE ESTOQUE 
As organizações empenham esforços para minimizar o uso dos locais de estocagem, procurando, sempre que 
possível, sincronizar o ritmo de sua produção com a demanda do consumidor. Com isso, buscam evitar o acúmulo 
dos estoques ao longo da cadeia de suprimentos para alcançar menores custos, aumentar a frequência de 
carregamentos ou descarregamentos e acelerar os giros de estoques. 
 
A fim de atender às demandas atuais, os armazéns contemporâneos apresentam uma proposta de valor mais 
abrangente em termos de benefícios econômicos e da qualidade do serviço. 
 
Entre esses benefícios econômicos, temos a consolidação e o fracionamento de carga, picking (separação), 
armazenamento sazonal e logística reversa. 
 
Quanto ao serviço, seus benefícios incluem estoque ocasional, o de linha completa e o de serviços com valor 
agregado. Características como personalização, velocidade e movimentação vêm alterando a perspectiva do 
armazenamento com a finalidade de atender às demandas atuais por operações logísticas mais ágeis, eficazes e com 
o menor custo possível. 
 
Os níveis de estoques variam quando os fluxos de entrada e de saída da etapa sofrem alterações entre si. Segundo a 
escola de pensamento consagrada pelo lean manufacturing , os estoques devem ser evitados por “esconderem” as 
imperfeições do sistema e tornarem os gestores lenientes quanto aos problemas. 
 
TIPOS DE ESTOQUES 
Observemos agora a seguinte organização apresentada para os estoques: 
 
TIPOS 
Os estoques podem ser dos seguintes tipos: 
 
 Matérias-primas, 
 Material em processo, 
 Produtos semiacabados ou intermediários, 
 Produtos acabados, 
 Insumos, peças sobressalentes ou componentes comprados de terceiros, 
 Peças manufaturadas. 
 
CATEGORIAS 
 
 Estoque em consignação, 
 Estoque de materiais improdutivos ou de resíduos. 
 
Você deve saber que os gestores da cadeia de suprimentos se deparam constantemente com uma questão 
delicada. É certo que, quando executam a compra de quantidade maior de um determinado produto,eles obtêm 
descontos melhores. Entretanto, isso pode se transformar em um custo maior de estoque para a manutenção 
desses itens. 
 
Sendo assim, para evitar essa questão, as organizações precisam comprar com base no lote econômico de compras 
(LEC). O LEC oferece os parâmetros necessários da quantidade a ser comprada. 
 
Na mesma linha de raciocínio, quanto maior a quantidade transportada em um veículo, menor o custo unitário do 
frete na carga. Como na questão das compras, o transporte de uma quantidade maior de carga gera um maior 
estoque dos produtos. 
 
Neste caso, o trade-off a ser feito é o de definir a quantidade ideal de carga a ser transportada 
de modo que isso não eleve o custo relativo à manutenção de estoques. 
 
Os custos de estoque podem ser divididos em dois: de aquisição (custo de pedido) e de manutenção. O 
primeiro se refere ao quanto a empresa gasta ao adquirir produtos. Ele é entendido como composto, 
pois, além do custo dos itens propriamente dito, também contempla o de transporte até o local de 
uso, além dos custos operacionais relativos ao processamento do pedido. 
Nesses custos de processamento, são incluídos os da transmissão do pedido ao fornecedor, seja por 
meios eletrônicos ou por métodos manuais, os do transporte dos itens até o ponto solicitado e aqueles 
decorrentes das inspeções de qualidade. 
 
Estão incluídos no custo de manutenção de estoques os custos necessários para manter os itens 
armazenados por tempo determinado. Eles são compostos pelo custo de capital e de armazenagem, 
além daqueles relacionados a seguros, taxas, impostos, perdas ou deterioração da mercadoria. 
 
Custo de capital é o investimento da organização na compra desses produtos. Mediante esse investimento, a 
organização deixa de investir esse valor em outras questões. 
 
O custo de propriedade dos produtos durante o ano se subdivide em: 
 
CUSTOS DE ESPAÇO: 
Eles são calculados e cobrados pela utilização da área do local onde os produtos estão armazenados. Podem ser de 
propriedade da empresa ou alugados. Os custos de espaço devem ser considerados aqueles relativos à construção do 
local e às condições especiais de armazenamento dos produtos, como, por exemplo: 
 
 Perecíveis; 
 Medicamentos; 
 Explosivos; 
 Produtos químicos; 
 Demais produtos que exigirão condições especiais de armazenagem, como controle de temperatura, 
umidade relativa doar, iluminância e vedações. 
 
Esses controles aumentam os custos. 
 
CUSTOS DE CAPITAL: 
São o valor financeiro imobilizado na estocagem. Apresentam-se normalmente de forma subjetiva ou intangível, já 
que representam o ativo de curto e longo prazos da organização, assim como a taxa de juros submetida e a de 
oportunidade de mercado em que a organização esteja inserida. 
 
CUSTOS DOS SERVIÇOS DE ESTOCAGEM: 
São apólices de seguro ou impostos dos produtos armazenados. Esses custos são indexados à quantidade de 
produtos: quanto maior a quantidade em estoque, maior o valor pago. 
 
CUSTOS DOS RISCOS NA ARMAZENAGEM: 
Avarias, roubos e obsolescência do material. Eles são, portanto, estimados como a perda direta dos produtos 
armazenados. Trata-se do gasto médio para manter a mercadoria em estoque (também chamado de custo médio de 
armazenagem). 
 
Apresentaremos a seguir um exemplo dos custos relacionados a estoque ou armazenagem apresentado por Caxito 
(2019, p. 166): 
 
ESTUDO DE CASO 
Empresa fictícia Produz Eletro (fabricante de produtos eletrônicos) 
 
 Custos de estoque = custos de aquisição (custo de pedir) e custos de manutenção. 
 Custos de aquisição (custo de pedir) - despesas que a empresa teve para colocar o produto em seu 
estabelecimento. 
 Despesas = custo do processamento + transmissão do pedido ao fornecedor + custo do transporte da 
mercadoria + custo de inspeção. 
 
 
 
Sendo: S = Custo médio por pedido ⇒ Q = Quantidade por pedido (lote de compra) ⇒ D = Média anual da demanda (em unidades) 
O valor do custo médio por pedido representa o quanto é gasto em média para se efetuar um pedido. 
 
Exemplificando: 
A empresa precisa comprar 1.000 unidades de uma matéria-prima de seu provedor externo ao preço de R$ 50 por 
unidade. 
 
Sabe-se que ela tem os seguintes custos para realizar cada pedido: 
 Transporte do fornecedor até a empresa (em média): R$500 por carregamento (independentemente da 
quantidade transportada); 
 Custos internos do departamento de compras: R$5 por pedido (valor médio); 
 Inspeções de qualidade realizadas em todos os lotes (uma amostra/por lote) = Custo da amostra R$50 + 
Custo da inspeção R$1 = R$51 por pedido. 
 
Qual o custo médio do pedido para essa empresa? 
 
Temos: 
Custo de transporte: R$500 (por pedido). ⇒ 
Custos do pedido (compras): R$5 (por pedido). ⇒ 
Custos de inspeção: R$ 51 (por pedido). ⇒ 
Logo: S = 500 + 5 + 51 = R$556 ⇒ Portanto, o custo médio por pedido dessa mercadoria na empresa é de R$556. ⇒ 
D = Média anual da demanda (em unidades). 
 
A média da demanda anual é dada pela divisão da quantidade comprada no ano pelos meses do ano (12 meses), 
conforme indica o exemplo a seguir. A mesma empresa citada compra no ano 1.200 unidades dessa matéria-prima. 
Qual é a sua média anual de demanda? 
 Q = Quantidade por pedido (lote de compra) ⇒ Representa a quantidade comprada a 
cada pedido. 
 
Com os dados dos exemplos anteriores, pede-se o custo do pedido para a quantidade comprada de 2 mil unidades. 
 
 
 
Observaremos agora um exemplo de cálculo de estoque elencado pelo mesmo autor (2019, p. 169): 
 
ESTUDO DE CASO 
A empresa IndFarma, que atua no ramo de fabricação de medicamentos farmacêuticos, realiza a aquisição de 
determinada matéria-prima em lotes de 500kg. O preço por kg dessa matéria-prima é R$20. Sabe-se que a empresa 
usa a taxa de 85% referente ao custo de manutenção de estoque. Qual é o custo médio anual de manutenção dos 
estoques dela para essa matéria-prima? 
 
 
 
Demonstraremos a seguir para um exemplo mais completo proposto por Pozo (2019, p. 70): 
 
ESTUDO DE CASO 
As vendas da fábrica Móveis De Linea, no ano de 2017, totalizaram R$23,5 milhões, com um volume de estoque 
representando 21% das vendas anuais. 
 
Um estudo das ações de logística mostrou que o custo anual de manutenção de estoque foi de 20%, enquanto os 
custos operacionais (excluindo o custo de estoque) foram de R$12 milhões anuais. 
 
A empresa, então, realizou mudanças e implantou a logística integrada. Em 2018, ela conseguiu reduzir seu nível de 
estoque para 5% das vendas, que foi de R$27,5 milhões, enquanto o custo operacional aumentou em 10%. 
 
Com esse resultado, a fábrica aumentou seu lucro bruto: 
Qual era o lucro anterior e o atual? 
Foi positiva a mudança? 
Por quê? 
 
Respostas: 
 
 O estoque anterior era de 23,5 × 0,21 = R$ 4,935 milhões; 
 O custo anual de manutenção de estoque era de 4,935 × 0,2 = R$987 mil; 
 O custo operacional era de R$12 + 0,987 = R$12,987 milhões; 
 O lucro bruto era de 23,5 – 12,987 = R$10,513. 
 
Situação após mudanças: 
 
 O estoque anterior ficou em 27,5 × 0,05 = R$2,75 milhões; 
 O custo anual de manutenção de estoque ficou em 2,75 × 0,2 = R$550 mil; 
 O custo operacional passou para 12 × 1,10 = R$13,2 milhões; 
 O lucro bruto passou para 27,5 – 13,2 = R$14,3 milhões. 
 
O lucro bruto anterior era de R$10,513 milhões e o atual, de R$14,3 milhões 
 
Como podemos constatar, o lucro bruto aumentou em [(14,3 – 10,513) ÷ 10,513] = 36%. 
 
A mudança foi positiva em razão de se ter: 
 
Reduzido o espaço e o custo de armazenagem e aumentado o espaço disponível para a fabricação; 
 
 Aumentado as vendas; 
 Incrementado a margem de lucro; 
 Melhorado a satisfação do cliente etc. 
 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
 
1. Políticas de estoques são ferramentas importantes para a boa gestão de estoques das empresas. Aponte a alternativa 
em que constam alguns exemplos corretos dessas políticas. 
 
a) Estabelecimento dos modais de transportes adequados; estabelecimento de metas de qualidade de 
produto; definição do público-alvo a seratendido. 
b) Estabelecimento de meta para gasto com combustível; estabelecimento de meta de idade máxima para 
frota de veículos; definição do público-alvo a ser atendido. 
c) Definição do público-alvo a ser atendido; estabelecimento de meta para tempo máximo de entrega de 
item; estabelecimento de meta para número de manutenções preventivas por ano. 
d) Estabelecimento de indicadores ou metas para a rotatividade de estoques; estabelecimento de metas de 
prazo de entrega de produtos aos clientes; definição de composição e quantificação de número de 
depósitos, centros de distribuição e/ou almoxarifados e da lista de produtos. 
e) Estabelecimento de meta para número de manutenções preventivas por ano; estabelecimento de meta de 
idade máxima para frota de veículos; definição do público-alvo a ser atendido. 
 
2. As técnicas de previsão de estoques são muito importantes para que as empresas consigam administrar bem os seus 
estoques. Indique a alternativa em que as três técnicas mais conhecidas estão listadas. 
 
a) Just in time , kaisen e gestão de qualidade total. 
b) Rotatividade, estoque de segurança e estoque regulador. 
c) Ruptura de fatores que compõem os custos de armazenagem (estoque), trade-off (direito de escolha) e just 
in time . 
d) Lean manufacturing (manufatura enxuta), logística reversa e just in time. 
e) Projeção, explicação e predileção. 
 
MÓDULO 4 
Identificar custos de transporte e suas particularidades 
 
CUSTO DE TRANSPORTE 
O transporte de produtos está presente em diversas etapas da cadeia de suprimentos. Algumas vezes, ele figura no 
deslocamento de materiais e componentes para as unidades fabris; em outras, leva os produtos acabados para os 
centros de distribuição (CD) e, dos CD, para as lojas ou os pontos de venda. Ainda há situações de entrega dos 
produtos diretamente ao consumidor final. 
 
Custos relativos a transporte (considerado o elo entre os canais da cadeia de suprimentos) são relevantes para o 
processo logístico. Eles, portanto, acabam sendo influenciados pelos tipos de modais escolhidos, como, por 
exemplo, rodoviário, ferroviário, dutoviário, aeroviário e aquaviário (hidroviário). Os principais custos relacionados 
são o frete e o seguro a ser contratado para a carga. 
 
Em caso de comércio exterior, existem custos com despachantes aduaneiros. Já aqueles relacionados aos modais de 
transportes contemplam as atividades de manutenção dos veículos, aquisição do combustível e remuneração de mão 
de obra. 
 
Em diversas situações, utiliza-se mais de um modal de transporte na cadeia de suprimentos de um produto para 
realizar uma operação logística. 
 
Os custos acabam por variar de acordo com os tipos de veículos, as distâncias a serem percorridas, as 
características, o volume e o peso dos produtos, além da facilidade de acondicionamento, do manuseio e do risco 
envolvido 
 
Normalmente, são as distâncias e as formas de acesso que determinam a melhor opção de modal a ser escolhido. 
Questões como peso e volume das cargas e produtos também podem determinar o tipo a ser adotado. 
 
Já os riscos – e, consequentemente, custos maiores – estão relacionados a determinadas cargas e produtos. 
Devemos observar aspectos, como, por exemplo, perecibilidade, inflamabilidade, fragilidade, periculosidade, 
dimensões e pesos especiais, os quais, por sua vez, exigem cuidados específicos e estão submetidos a legislações de 
diversos tipos de órgãos ou agências reguladoras. 
 
Entre os fatores que afetam os custos e o nível de serviço em transporte, podemos destacar a regulamentação, a 
competição, as exigências dos clientes, a infraestrutura, a privatização e a globalização. 
 
QUESTÕES E CUSTOS ASSOCIADOS AOS MODAIS DE TRANSPORTES 
 
RODOVIÁRIO 
É o nosso modal mais utilizado em comparação aos outros. Em determi nadas situações, torna-se possível reduzir os 
custos da operação logística mediante a combinação de mais de um modal de transporte na cadeia de suprimentos. 
 
No caso de caminhões, a mesma empresa pode ter veículos próprios ou terceirizados – ou até trabalhar com ambos. 
A terceirização geralmente é adotada como opção para minimizar custos com transporte, mas é preciso escolher 
bem antes de tomar tal decisão para se aliar custo e qualidade dos serviços prestados. 
 
O Brasil apresenta a menor quantidade de rodovias pavimentadas (213 mil quilômetros) na comparação com países 
como Alemanha, China, Índia, Rússia e Estados Unidos. 
 
Muito embora esse modal de transporte represente aproximadamente 60% de nossas cargas domésticas em 
tonelada por quilômetro útil (TKU), países de extensões semelhantes às do Brasil, como China e Estados Unidos, 
contam com 20 vezes mais malhas de rodovias pavimentadas. 
 
 
 
Os levantamentos do Observatório Nacional de Transporte e Logística (ONTL) apontam que o Brasil possui um 
pequeno e preocupante dado: apenas 14% de suas rodovias são asfaltadas (dentro de uma extensão de 1,6 milhão 
de quilômetros de malha rodoviária). 
 
Isso representa 1,3 milhão de rodovias não asfaltadas. Esse número é alarmante. A China, entre 2008 e 2018, 
pavimentou 1,3 milhão de quilômetros, ou seja, em apenas 11 anos, a nação oriental pavimentou a extensão de 
rodovias existentes no Brasil. 
 
Infelizmente, isso revela uma ineficiência preocupante relacionada à nossa malha rodoviária. Podemos inferir que os 
custos extras – apenas relacionados a combustíveis, pneus e peças de reposição – que incidem sobre os veículos 
alcançam uma taxa de aproximadamente 30%. 
AÉREO 
Esta modalidade de transporte tem um custo superior, porém possui uma velocidade. Por conta disso, ela é 
aconselhável para entregas urgentes. 
 
Em determinadas situações, a via aérea poderia viabilizar a diminuição do total do custo logístico, já que o 
pagamento do seu preço poderia ser compensado na comparação com os benefícios alcançados graças à ampliação 
da velocidade e da confiabilidade. 
 
Seus atributos oferecem benefícios a inúmeras atividades. Vejamos quais delas são as mais afetadas positivamente: 
 
MANUTENÇÃO DOS INVENTÁRIOS: 
Possibilita a redução de estoques. Em decorrência disso, também são reduzidos o custo de capital, os valores de 
imposto/seguros/armazenagem/obsolescência e o percentual de danificações/furtos da manutenção de inventários. 
 
ARMAZENAGEM: 
A velocidade e a agilidade permitem a redução de armazéns e possibilitam que as entregas sejam diretamente 
remetidas a clientes distantes. Mesmo não eliminando todo o depósito, isso permite redimensionar a rede e 
diminuir instalações, as quais, apesar de necessárias, custam dinheiro e provocam problemas. 
 
EMBALAGEM: 
Ele gera o benefício e a consequente redução de custos por demandar menos embalagens para os produtos que 
outros modais, pois eles ficam menos acessíveis. 
 
HIDROVIÁRIO (AQUAVIÁRIO) 
Este meio é o mais indicado quando há mais tempo disponível para a entrega. No caso de longos percursos, possui 
alta capacidade e valores acessíveis. Os navios no Brasil esperam mais de uma semana para atracar, enquanto o 
padrão internacional é inferior às 24 horas, demonstrando uma significativa ineficácia de nosso país. 
 
A operação portuária é extremamente burocrática e responde a 11 órgãos ministeriais que não trabalham em 
conjunto. 
 
Um contêiner fica, em média, nove dias esperando para ser desovado. Enquanto a produtividade dos guindastes nos 
portos do Rio e de Santos é respectivamente de 9 e 12 contêineres por hora, em Buenos Aires ela é de 22 e, em 
Hamburgo, de 28. Talvez por isso o Brasil ocupe a 124ª colocação (considerada média) em um ranking de 190 países 
no índice de facilidade de se fazer negócios (ease of doing business ) do ano de 2020. 
 
Em 2017, o maior navio de cargas recebido no Porto de Santos era o Conteineiro Hyundai Loyalt, com 340 metros de 
comprimento. Sua capacidade máxima era de 8.600 contêineres twenty foot equivalent unit (TEU) ou, em 
português, unidade equivalente de transporte, contando ainda com 14,5m de calado. 
 
Em Hong Kong e outros tigres asiáticos,são recebidos navios com 399,87 metros de comprimento, com capacidade 
para mais de 21.413 contêineres TEU e calado de 16,2 metros. Ou seja, há um ganho absurdo de produtividade e 
custos. 
 
 
FERROVIÁRIO 
Há 80 anos, o Brasil tinha 30.000km de ferrovias. Hoje, nossa malha é de 29.798km, sendo praticamente a mesma. 
Em países onde o sistema ferroviário é priorizado em relação a outros modais, seus custos logísticos são menores 
devido ao baixo valor deste modal na comparação com outros. Além disso, ele possui maior confiabilidade e 
segurança. 
 
O Brasil tem uma enorme necessidade de ampliação da malha ferroviária, viabilizando mais pontos de integração 
entre os sistemas existentes. Historicamente, nossas ferrovias no passado eram destinadas às operações do 
comércio exterior – e isso propiciava uma baixa integração entre as linhas férreas. 
 
Infelizmente, o país apresenta a menor quilometragem de ferrovias (30 mil) em comparação a outros países 
extensos, como, por exemplo, Alemanha, China, Índia, Rússia e Estados Unidos. E ainda há outro fator depreciante: a 
baixa velocidade dos trens. Nossa velocidade média é de 25km/h; já nos EUA, ela varia entre 60 e 80km/h. 
 
DUTOVIÁRIO 
Esta modalidade apresenta maior custo fixo e o menor custo variável. É consistente e capaz de cumprir 
pontualmente os tempos de entrega estabelecidos. 
 
Além disso, ela não tem problemas de congestionamentos. Trata-se de um trabalho ininterrupto, movendo produtos 
líquidos ou gasosos por grandes distâncias e diminuindo a probabilidade de contaminação. 
 
VOCÊ SABIA 
Apresentamos a menor malha de dutos (34 mil quilômetros) na comparação com outros 
países de grande extensão territorial, como, por exemplo, Alemanha, China, Índia, Rússia e 
Estados Unidos. Além disso, os principais produtos que o utilizam são de grande relevância 
para a economia, tendo o custo como uma das questões mais significativas: petróleo, gás 
natural, gasolina, querosene, esgoto e água. Entre as suas desvantagens, podemos destacar 
a baixa velocidade, o fato de ela ser limitada a poucos produtos e o maior custo fixo devido à 
construção da infraestrutura e à necessidade de controle das estações. 
 
PRINCIPAIS CONCLUSÕES 
Nos últimos anos, houve em nossa composição uma diminuição da participação do modal rodoviário e um aumento 
de outros modais, principalmente o ferroviário e o aquaviário. Em TKU, o Brasil movimentou 1,05 bilhão de reais 
pelo modal rodoviário (60%), 0,41 bilhão pelo ferroviário (23%) e 0,23 bilhão pelo aquaviário (13%). 
 
Esses outros modais são muito atrativos quando comparamos seus custos: o rodoviário, para movimentar uma 
tonelada por 1.000km (ou seja, 1.000 TKU), possui o custo médio de R$425. No aquaviário, informam Alvarenga e 
Lobo (2020), esse custo é de R$168 e, para o ferroviário, de R$66. 
 
O primeiro modal com maior participação entre os OL é o rodoviário, com 100% das empresas. Ele é seguido pelo 
aéreo, com atuação de 36% dos OL, e pelo marítimo, com 19%. 
 
Os modais ferroviário e fluvial são cobertos por um percentual pequeno das empresas que atuam em mercados de 
nicho, já que ambos exigem um tipo de estrutura operacional muito específica. Nenhuma das empresas analisadas 
na base atua no modal dutoviário. 
 
A maioria dos modais, com exceção do dutoviário, utiliza óleo diesel como combustível e lubrificantes. Ambos têm 
uma representatividade significativa para a composição de custos, atingindo 86% no ferroviário, 85% no aéreo, 55% 
no rodoviário e 23% no aquaviário. 
 
Apresentaremos a seguir um descritivo que nos ajudará a apropriar os custos operacionais de frota, aplicando os 
conceitos básicos que aprendemos, como custos diretos, indiretos, fixos e variáveis, e discriminando as principais 
despesas administrativas e de terminais. 
 
OPERAÇÃO DE TRANSPORTE - FATORES DE GERAÇÃO DE CUSTO 
Temos dois fatores que impactam a geração de custo. 
 
TEMPO: DURAÇÃO DA OPERAÇÃO 
Veículo parado ou rodando gera custo do tempo. Esse custo sempre existe. 
 
 DISTÂNCIA: DISTÂNCIA RODADA NA OPERAÇÃO 
Somente o veículo rodando gera o custo relativo à distância 
 
CUSTOS OPERACIONAIS DE TRANSPORTES 
Os custos operacionais de transportes possuem duas classificações: 
 
Custos diretos: Custos indiretos: 
Eles podem ser fixos, pois dependem do tempo e 
ocorrem sempre (R$/mês ou R$/h), ou variáveis, 
já que dependem da distância e só ocorrem 
quando o veículo roda. Trata-se do custo 
decorrente da distância percorrida pelo veículo. 
Eles se subdividem em administrativos e 
terminais. 
 
CUSTOS DIRETOS 
Os custos diretos se organizam da seguinte forma: 
 
Custos fixos 
1. Remuneração mensal do capital (RC) 
 
ES - taxa de encargos sociais 
 
2.Salário motorista (SM) 
 
ES - taxa de encargos sociais 
 
Observação: Agregar ao salário outras despesas com motoristas (diárias/prêmios/horas extras). 
Verificar quais têm incidência de encargos sociais. 
 
3. Salário de ajudantes (SA) 
 
 
4. Salário de oficina própria (SO) 
 
N – nº médio de veículos por mecânicos 
 
5. Reposição do veículo (RV) 
 
VV – vida útil veículo 
RV% varia entre 20% e 60% (lembrete: 20% = 20/100 = 0,2) 
 
6. Licenciamento (LC) 
 
IPVA – vida útil veículo 
DPVAT – seguro obrigatório (danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre) 
 
7. Reposição do equipamento (RE) 
 
VE – vida útil equipamento 
 
8. Seguro veículo (SV) 
 
V1 – importância segurada X % de seguro do veículo 
Coeficiente CIOF corresponde ao IOF. 
 
9. Seguro equipamento (SE) 
 
V2 – importância segurada X % de seguro do equipamento 
Coeficiente CIOF corresponde ao IOF. 
 
10. Seguro responsabilidade civil facultativa (RCF) 
 
Despesa mensal destinada ao pagamento de seguro que visa a cobrir eventuais danos materiais e/ou despesas pessoais causadas a terceiros. 
DP – Prêmio danos pessoais 
DM – Prêmio danos materiais Coeficiente CIOF corresponde ao IOF. 
 
CUSTOS VARIÁVEIS (R$/KM) 
 
1. Peças/acessórios/material de manutenção (PM) 
 
QM – quilometragem média mensal do veículo 
IM% – índice de manutenção em % do valor do veículo (em média = 1%) 
 
2. Combustível (DC) 
 
PC – Preço combustível ($/L) 
CM – Rendimento médio (Km/L) 
 
3. Lubrificantes (LB) 
 
 
3.1 Lubrificação motor (LM) 
 
PLM – preço por litro óleo lubrificante motor ($/L) 
CC – capacidade do carter (L) 
LR – litros de óleo por reposição (remonta). Em geral, um litro/reposição 
NREP – número de reposições (remonta) de óleo entre duas trocas completas 
 QTM – quilometragem troca de óleo de motor (Km) 
 
3.2 Lubrificação da transmissão (LT) 
 
PLT – preço por litro de óleo lubrificante da transmissão ($/L) 
CD – capacidade da caixa do diferencial (L) 
CCC – capacidade da caixa de câmbio (L) 
QTT – quilometragem troca de óleo de transmissão (Km) 
 
4. Lavagens/graxas (LG) 
 
PL – preço da lavagem completa ($) 
QL – quilometragem entre lavagens (Km) 
 
5. Pneus e recauchutagens (PR) 
 
NP – número de pneus 
Cp – coeficiente de perda por pneu 
P – preço do pneu novo ($) 
C – preço da câmara nova ($) 
PP – preço do protetor novo ($) 
R – preço da reforma do pneu ($) 
NR – número de câmaras adicionais / pneu (além da 1a) 
NCA – número de câmaras adicionais / pneu (além da 1a) 
VU – vida útil total pneu (incluindo reformas) 
 
CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS (TOTALIZAÇÃO) 
 
 
1. Custo fixo total (R$/mês) 
 
 
2. Custo variável total (R$/Km) 
 
 
CUSTOS MÉDIOS POR VEÍCULO 
 
1. Custo médio mensal (R$/mês) 
 
 
2. Custo médio por km (R$/Km) 
 
 
CUSTOS INDIRETOS 
Faremos agora a classificação dos custos indiretos: 
 
 Despesas administrativas/terminais (DAT) 
 
o Despesas com salários 
 Salário de pessoal (escritório/equipe operacional/galpão) 
 Honorários de diretoria 
 Gratificação/prêmios/comissões 
 Encargos sociais 
 Horas extras 
 
o Despesas diversas 
 Aluguéis de áreas/equipamentos 
 Impostos/taxas 
 Depreciação de equipamentos/móveis/utensílios 
 Água/luz/telefone/correio/fax 
 Refeições/lanches Material escritório 
 Viagens administrativas/estadias/condução 
 Serviços informática 
 Seguro contra fogo/instalações 
 Serviço de manutenção/conservação/limpeza 
 Despesas legais 
 Serviços profissionais/de terceiros 
 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
 
1. Os modais de transportes são peças fundamentais para o processo de transporte como um todo. Assinale a 
alternativa que melhor descreve os fatores determinantes para escolha do melhor modal. 
 
a) Tipo de rota, valor de pedágios e local a ser atendido. 
b) Condição climática, tipo de cliente e valor do frete. 
c) Distâncias e formas de acesso, peso e volume das cargas e tipo de produtos. 
d) Nível de cliente, prazo de entrega e exigência de cuidados especiais. 
e) Tipo de rota, prazo de entrega e valor do frete. 
 
2. Existem fatores importantes que afetam os custos e o nível de serviço em transporte. aponte a alternativa que 
apresenta essa relação de forma apropriada. 
 
a) Flutuação de câmbio, legislações, capacidade alfandegária, número de fronteiras, custo trabalhista e piso 
salarial. 
b) Regulamentação, competição, exigências dos clientes, infraestrutura, privatização e globalização. 
c) População ativa, PIB, balança comercial, capacidade alfandegária, acordo de livre comércio e custo 
trabalhista. 
d) PIB, flutuação do câmbio, sindicatos fortes, acordo de livre comércio, população ativa e extensão de vias 
pavimentadas. 
e) Acordo de livre comércio, capacidade aduaneira, pouca burocracia, flutuação de câmbio, custo trabalhista e 
malha ferroviária extensa. 
 
CONCLUSÃO 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Neste tema, apresentamos os custos logísticos envolvendo armazenagem, estoque e transportes. No módulo 1, 
descrevemos os principais conceitos, contextos, as inter-relações e os tipos de custos logísticos. Já no módulo 2, 
definimos o que são custos da armazenagem, bem como as suas particularidades. 
 
No módulo 3, distinguimos os custos de estoque e suas particularidades a partir da exploração de seus conceitos e 
da explanação de casos concretos. Finalmente, no módulo 4, identificamos cada um dos custos de transporte, além 
de apontarmos as suas especificidades. Também comparamos as principais questões que abordam os custos 
logísticos, incluindo seus conceitos, os contextos nos quais eles estão inseridos, suas inter-relações e os principais 
tipos de custos logísticos. 
 
Como vimos, hoje em dia, a armazenagem, o estoque e o transporte têm muita relevância quando se fala de custos 
logísticos nas organizações. Por isso, analisamos esses componentes importantes tendo em consideração suas 
particularidades e como eles impactam a competitividade das organizações.

Continue navegando

Outros materiais