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INFRAESTRUTURA PARA LOGÍSTICA INTERNACIONAL DESCRIÇÃO A utilização da infraestrutura da logística internacional para a comercialização de produtos no mercado global. PROPÓSITO Entender o funcionamento da logística internacional e suas diversas peculiaridades, bem como a interferência da infraestrutura logística em todas as suas atividades. INTRODUÇÃO Com a crescente globalização e o aumento das relações internacionais, a logística internacional assume um papel fundamental para encurtar as distâncias entre os mercados consumidores. Graças à logística internacional, mercadorias podem ser comercializadas em mercados longínquos, os quais seria muito difícil ou extremamente custosa a produção de determinados tipos de produtos disponíveis no mercado global. Entretanto, como em outros diversos setores, a logística internacional enfrenta grandes desafios para sua viabilização e, consequentemente, para o oferecimento de serviços e produtos de qualidade em mercados diferentes. Esses desafios vão desde a deficiência de infraestrutura até a excessiva burocracia para o trânsito das mercadorias nos diversos países. Uma parte da logística internacional que tem sido bastante discutida, e é de suma importância para a viabilização das operações de forma eficiente, é a infraestrutura. Diversos são os aspectos relacionados à necessidade de infraestrutura adequada para que a logística possa ser desempenhada de maneira satisfatória, com baixo custo operacional e com alto nível de serviço ao consumidor. É imprescindível, para qualquer nação que deseje operar em mercados globalizados, ter uma infraestrutura logística adequada para as operações internacionais. MÓDULO 1 Reconhecer a avaliação logística de portos e aeroportos, bem com a multimodalidade CONDIÇÕES DE INFRAESTRUTURA Quais aspectos precisam ser avaliados quando se decide operar com a logística internacional ? Um bom exemplo são as condições de infraestrutura disponíveis no país. Por diversas vezes, as empresas que comercializam suas mercadorias em escala global necessitam da utilização da operação multimodal para facilitar e agilizar o envio das suas mercadorias aos clientes finais. Para que isso seja possível, a infraestrutura a ser utilizada deve estar de acordo com as necessidades dessas operações pertinentes à logística internacional. TRANSPORTE MULTIMODAL Antes de iniciar o planejamento para a utilização do transporte multimodal, é necessário realizar uma averiguação dos modais que estão disponíveis para a utilização no trecho considerado. De forma resumida, o transporte multimodal é aquele que emprega dois ou mais modais de transporte numa mesma operação, com o intuito de atender às necessidades específicas da logística. Qual o principal objetivo das operações multimodais? O objetivo principal das operações multimodais é ganhar agilidade e eficácia nos processos de transbordo, ou seja, permitir que a mercadoria vá até o seu destino final, utilizando vários tipos de modais combinados e com burocracia reduzida. Nesta operação, apenas um documento, denominado Conhecimento de Carga (Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas ‒ CTMC) será emitido e o Operador de Transporte Multimodal (OTM) assumirá a responsabilidade diante do proprietário da carga, ficando a cargo deste OTM as tratativas com as diversas transportadoras envolvidas no fluxo das mercadorias, desde a origem até o destino final. A multimodalidade é diferente da intermodalidade. Na última, os documentos e acordos de transporte entre cada transportador são feitos individualmente, o que poderá gerar burocracia excessiva e perda de tempo durante as operações de transbordo de mercadorias. Sob a ótica de negócios internacionais, a multimodalidade poderá atuar como um facilitador para as transações comerciais, uma vez que permitirá que as mercadorias sejam deslocadas com menor burocracia e maior agilidade. Outros ganhos mais específicos poderão ser vislumbrados com a utilização da multimodalidade na logística internacional, conforme descrito nos tópicos a seguir: Redução da burocracia envolvida e complicações com diversas empresas contratadas, visto que o contrato será feito apenas com uma empresa (OTM); Poderá haver maior oferta de transportadores; Devido à concorrência, bons acordos comerciais poderão ser realizados, ocasionando fretes reduzidos para os operadores; Melhoria da eficiência logística por causa da possibilidade de abranger diferentes modais em apenas um planejamento operacional; As empresas contratadas para operar modais específicos não precisarão se preocupar com detalhes logísticos, dado que ficarão sob a responsabilidade do operador (OTM); Permite ganhos de agilidade e economia para todos que estão envolvidos na operação; Haverá maior segurança e tranquilidade relacionada à integridade dos bens, já que o operador deverá ressarcir qualquer eventual dano ou prejuízo; Emissão de apenas um documento de transporte (CTMC) para o percurso inteiro. Entretanto, como em qualquer operação logística e, principalmente, dada a complexidade das operações de transporte multimodal, será necessário se certificar de que o operador multimodal escolhido tem ampla experiência no mercado e investe na capacitação dos seus profissionais, para que possa prestar o serviço de eficiência esperado pelo contratante. SAIBA MAIS Outro aspecto relevante é que o Operador de Transporte Multimodal deve ser uma pessoa jurídica e legalmente habilitada na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), conforme a Lei nº 9.611/1998 , para desempenhar tal atividade. AVALIAÇÃO LOGÍSTICA DOS PORTOS E AEROPORTOS É importante lembrar que, em qualquer país, os portos e aeroportos são as principais entradas e saídas de mercadorias e, portanto, deverão ser adequadamente idealizados para que as operações comerciais possam ser desenvolvidas de maneira satisfatória. Terminais portuários e aeroportuários devidamente planejados e equipados permitem ao país conferir ganhos de competitividade nos produtos exportados e importados em termos de redução de preços dos serviços logísticos e dos tempos totais das operações. Tais ganhos, certamente, agradarão aos clientes, que, por sua vez, deverão priorizar a comercialização de produtos no país que oferecer boa infraestrutura portuária e aeroportuária para suas mercadorias e seus serviços. A utilização da multimodalidade para o trânsito de mercadorias em escala internacional também tem sido preferida pelas empresas que decidem comercializar suas mercadorias em outros países. Em diversos momentos, existe necessidade premente da utilização de mais de um modo de transporte para a comercialização de produtos entre países. Isso se deve às características geográficas e de infraestrutura presentes nos países onde as cargas serão recebidas ou despachadas. Deverão ser empenhadas ações que viabilizem a utilização de mais de um modo de transporte, de forma facilitada e desburocratizada, de maneira que os ganhos de tempo sejam percebidos pelos clientes. Como a multimodalidade prevê a utilização de mais de um sistema de transporte com a utilização de apenas um documento para a circulação das cargas, torna-se necessário o desenvolvimento de sistemas e processos administrativos que permitam que ações relacionadas a essa atividade sejam realizadas de maneira ágil, precisa e acessível. Para que a multimodalidade seja desempenhada da forma mais eficiente possível, é necessário que haja infraestrutura para que as operações físicas de transferência de carga sejam realizadas de forma rápida e segura. EXEMPLO Os terminais portuários são um bom exemplo de infraestrutura a ser utilizada pela multimodalidade. Quando se fala em portos, estamos tratando da parte da logística que se refere à área de administração que compreende as atividades de movimentação de cargas, ou seja, o transporte, o carregamentoe o descarregamento de todas as embarcações, assim como a parte de controle dessas operações. No Brasil, a logística portuária é considerada uma das mais complexas, devido à excessiva burocracia, que exige muitas informações detalhadas, o que acaba por refletir no prazo de entrega das mercadorias aos clientes. A infraestrutura da logística portuária pode ser dividida em três tipos, como vemos a seguir: Tem-se a parte referente à infraestrutura física da logística portuária, composta pelos próprios portos, os terminais portuários, os armazéns, o cais e todos os materiais envolvidos; Também fazem parte da infraestrutura portuária todas as entidades envolvidas no gerenciamento dos portos e no processo propriamente dito, como, por exemplo, as docas, o Grupo Executivo de Modernização dos Portos, o Órgão Gestor de Mão de Obra e o Conselho de Autoridade Portuária; E, por fim, a operação, que é a parte responsável por desempenhar todas as atividades operacionais, envolvendo os operadores portuários, pilotos marítimos, rebocadores e ainda o Sindicato dos Trabalhadores Avulsos. A infraestrutura portuária deverá ser corretamente dimensionada com a devida observância para a infraestrutura de canais de acesso, vias navegáveis, equipamentos, sistema de comunicação, instalações para serviços administrativos e demais itens que permitam que a operação seja desenvolvida corretamente. ATENÇÃO A ausência ou ineficiência desses itens anteriormente citados se traduz em reflexos negativos para o comércio internacional e para a movimentação eficiente de mercadorias, o que, certamente, contribuirá negativamente para a imagem do país junto aos operadores do comércio internacional. Outro exemplo de infraestrutura necessária à prática da multimodalidade são os terminais aeroportuários. A logística nos aeroportos se encarrega de receber e despachar todas as mercadorias que chegam com a máxima segurança e confiabilidade possível. Uma mercadoria adquirida em outro país, por exemplo, além de passar pelos processos da própria empresa comercializadora, ainda vai passar pela logística do aeroporto para garantir que o produto chegue até o endereço do cliente final. O sistema aeroportuário necessita de infraestrutura adequada para o recebimento das aeronaves e demais equipamentos operacionais necessários ao embarque e desembarque de cargas. Alguns fatores podem limitar a utilização eficiente de um aeroporto, tais como: A quantidade e extensão das suas pistas; A poluição sonora causada pelas aeronaves; A disponibilidade de infraestrutura para armazenagem das mercadorias; A ocorrência de acidentes aéreos ou com equipamentos terrestres; As interrupções constantes no funcionamento, prejudicando o trânsito de aeronaves; A falta de espaço etc. Portanto, o terminal aeroportuário deverá ser planejado e equipado para que as operações sejam desempenhadas de forma rápida, precisa e segura. Frequentes intervenções para modernização e readequação também deverão ser previstas, a fim de permitir que o aeroporto esteja sempre moderno e eficiente. Portanto, pode-se constatar que a multimodalidade e os terminais de transporte deverão estar sempre alinhados para que as operações possam ser desenvolvidas da melhor maneira possível, com vistas a agradar aos clientes e permitir ganhos de competitividade internacionais. AVALIAÇÃO LOGÍSTICA DE PORTOS E AEROPORTOS E MULTIMODALIDADE Neste vídeo, o especialista abordará os pontos mais relevantes sobre as condições dos portos e aeroportos, bem como as questões relacionadas à multimodalidade e aos benefícios para quem deseja exportar produtos. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. Sabe-se que a multimodalidade é atualmente utilizada como uma das soluções que facilitam o deslocamento dos produtos ao mercado consumidor internacional. A possibilidade de uso de um único conhecimento de transporte que viabilize a utilização de vários sistemas tem demonstrado ganhos bastantes significativos, EXCETO: a) Melhoria da eficiência logística pela possibilidade de abranger vários sistemas de transportes. b) Ganhos de agilidade e economia para todos os envolvidos na operação. c) Aumento dos custos pela consequente demora das operações de transbordo entre os modais de transporte. d) Maior segurança e tranquilidade relacionada à integridade dos bens que ficarão sob a responsabilidade do operador de transporte multimodal. e) Redução da burocracia envolvida e complicações com diversas empresas contratadas. 2. A infraestrutura de transporte é imprescindível para a viabilização das operações da logística internacional. Sua disponibilidade garantirá que as operações ocorram de forma rápida, segura e eficiente. Um dos exemplos de infraestrutura logística mais importantes para o comércio exterior são os aeroportos disponíveis do país. Assinale o fator que NÃO seria um limitante para a utilização eficiente de um aeroporto: a) Ausência de acidentes aéreos e com equipamentos terrestres. b) Quantidade e extensão das suas pistas. c) Poluição sonora causada pelas aeronaves. d) Disponibilidade de infraestrutura para armazenagem das mercadorias. e) Interrupções constantes das atividades de pouso e decolagem, prejudicando o trânsito das aeronaves. MÓDULO 2 Descrever os regimes aduaneiros especiais e a armazenagem alfandegada TRIBUTOS DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE MERCADORIAS As cargas tributárias representam um grande obstáculo para os empreendedores que resolvem importar ou exportar mercadorias no Brasil. Em alguns casos, a cobrança exagerada de tributos torna a atividade de comércio exterior praticamente insustentável. Assim, torna-se necessária a criação de dispositivos que permitam a viabilidade do negócio. REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS No intuito de melhorar o cenário de pesados tributos e favorecer a economia, o governo criou vários tipos de regimes aduaneiros especiais. Os regimes aduaneiros especiais se traduzem em benefícios fiscais e tributários concedidos a algumas indústrias brasileiras em seus processos de importação ou exportação. SAIBA MAIS Existem vários tipos de regimes aduaneiros especiais disponíveis e eles estão previstos no Regulamento Aduaneiro (Decreto nº 6.759/2009) e, basicamente, tratam da isenção ou suspensão parcial ou total de tributos incidentes sobre as mercadorias. Os regimes aduaneiros especiais são aplicados para atender a determinadas peculiaridades, que podem ser de ordem econômica, logística ou mesmo para a facilitação do comércio. Nesses casos específicos, a regra geral não se aplicaria sob o ponto de vista de aplicação de tributos e, portanto, as mercadorias poderiam entrar no país com a exigibilidade dos tributos suspensa. Pode-se considerar que o regime aduaneiro especial é entendido como um benefício fiscal concedido pelo país a determinadas empresas, que, por sua vez, assumem um compromisso a ser cumprido. Assim, a empresa não pagará os tributos na entrada dos bens no país. No entanto, tal suspensão fica condicionada ao cumprimento do prazo de permanência ou quanto à finalidade de utilização dos bens no país. Atualmente, o regulamento aduaneiro brasileiro prevê 17 tipos de regimes aduaneiros especiais. Cada um possui suas particularidades para a aplicação, conforme veremos a seguir: 1. Admissão temporária Esse regime prevê a suspensão total ou parcial de tributos para importação temporária de produtos. Para se beneficiar de tal regime, o empreendedor deverá comprovar a necessidade do produto importado apenas para determinado período de tempo e comprometer-se a exportá- lo dentro do prazo estipulado. 2. Depósito afiançado (DAF) Esse regime suspende a cobrança dos tributos Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto de Importação (II) e Programa de Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP), apenaspara a importação de peças e componentes utilizados para a manutenção de aeronaves, bem como produtos relacionados à provisão de bordo (produtos a serem comercializados em aeronaves). 3. Depósito alfandegado (DAC) Nesse caso, os produtos de exportação que já foram comercializados poderão permanecer em áreas alfandegadas no território nacional sem a necessidade de pagar tributos fiscais. 4. Depósito especial (DE) Esse regime permite a suspensão do pagamento de tributos fiscais para o depósito, estoque de materiais de reposição ou manutenção de equipamentos, veículos, aparelhos estrangeiros ou nacionais. Porém, em todos os casos, a concessão do benefício deverá ser analisada pelo Ministério da Fazenda. 5. Drawback Esse regime deverá ser aplicado para a suspensão ou isenção de impostos incidentes sobre a importação de insumos utilizados na industrialização do produto que será exportado. Em geral, as empresas exportadoras que utilizam insumos estrangeiros para a fabricação de seus produtos podem se beneficiar com tal regime. O Drawback se divide em duas partes: O “Drawback Integrado Isenção Web” isenta o II, IPI, PIS, COFINS e a taxa Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) de produtos que têm a finalidade de repor bens importados. O “Drawback Integrado Suspensão” suspende o II, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transportes Interestaduais (ICMS), IPI, COFINS e a taxa AFRMM na importação de insumos que serão industrializados no Brasil e, posteriormente, encaminhados à exportação. 6. Entreposto aduaneiro Nesse regime, haverá a suspensão do pagamento de tributos para mercadorias de exportação e importação. Na exportação, suspendem-se o ICMS e todos os tributos federais. Já na importação, não será necessário o pagamento do II, ICMS, IPI, COFINS e PIS/PASEP. 7. Loja franca Esse regime permite que os estabelecimentos instalados nos locais primários de aeroportos ou zonas alfandegárias comercializem produtos com isenção de impostos. Isso acontecerá mesmo com o pagamento em moeda nacional ou estrangeira e, em geral, é utilizado pelos chamados free shops (lojas nas salas de embarque e desembarque) de aeroportos e portos que comercializam suas mercadorias para passageiros em viagem. 8. Exportação temporária Esse regime prevê a eliminação da necessidade do pagamento do imposto de exportação para os produtos nacionalizados ou nacionais que serão exportados por determinado período de tempo. Semelhante ao caso do regime de admissão temporária, deve ser concedido sob condições do retorno da mercadoria dentro do prazo estipulado. 9. Despacho aduaneiro expresso Esse regime também é conhecido como Linha Azul e tem por objetivo facilitar as operações de exportação, importação e atividades correlatas. Para se adequar a ele, é necessário ter uma habilitação na Receita Federal. 10. Declaração de trânsito aduaneiro Esse regime permite que importadores e exportadores possam deslocar suas mercadorias de um recinto alfandegado a outro, desde que devidamente habilitados pela Receita Federal. A declaração de trânsito aduaneiro é utilizada em dois cenários: trânsitos aduaneiros de entrada ou de passagem, comum, cuja mercadoria é passível de emissão de fatura comercial; e trânsitos aduaneiros de entrada ou de passagem, especial, cuja carga não é sujeita à emissão de fatura comercial, de acordo com os itens anunciados na instrução normativa nº 248/2002 da Receita Federal. 11. Recap O regime especial de aquisição de bens de capital se beneficia da suspensão da exigência do PIS e COFINS na importação de máquinas, aparelhos e outros instrumentos previstos em decreto. As empresas que possuem atividades de exportação representando 80% de sua receita bruta anual podem se beneficiar desse regime. 12. Padis O programa de apoio ao desenvolvimento tecnológico da indústria de semicondutores e displays permite a desoneração de impostos e contribuições para a instalação de indústrias de componentes eletrônicos semicondutores. Em contrapartida, os negócios beneficiados devem aplicar parte do seu capital em atividades de pesquisa e desenvolvimento. 13. Recof O Regime Aduaneiro de Entreposto industrial sob Controle Informatizado isenta o pagamento de tributos de mercadorias importadas ou adquiridas no mercado interno, desde que sejam destinadas à exportação ou ao mercado interno. Para ter direito a este benefício, a empresa deve ser habilitada pela Receita Federal do Brasil e ter um sistema informatizado integrado ao órgão. 14. Recof Sped Trata-se de uma derivação do regime anterior, porém utiliza o sistema público de escrituração digital ‒ SPED, para viabilizar o acesso e reduzir os custos de manutenção do Recof. Para se beneficiar da utilização de tal sistema, a empresa deverá registrar os seus livros contábeis no sistema. 15. Repetro É um regime voltado às empresas exportadoras e importadoras que atuam nas áreas de gás natural e jazidas de petróleo. Esse regime permite a concessão da isenção de tributos federais como II, IPI, PIS, COFINS e a taxa AFRMM, além de permitir a admissão temporária de bens destinados às pesquisas nas áreas descritas anteriormente. 16. Repex Esse regime permite a importação de petróleo bruto e derivados com suspensão de pagamento de impostos federais, PIS/PASEP e COFINS. Para se beneficiar dele, é necessário que haja a posterior exportação dos insumos no mesmo estado em que foram importados. 17. Reporto Esse regime tributário permite o incentivo à modernização e a ampliação da estrutura portuária, e suspende o pagamento de impostos e dos tributos PIS/PASEP e COFINS para a importação de máquinas, equipamentos e peças de reposição utilizadas para a manutenções de serviços portuários. Do exposto, observa-se, portanto, que existem diversos tipos de regimes aduaneiros especiais que visam à facilitação das atividades de importação e exportação por parte dos empreendedores. Naturalmente, a empresa escolherá aquele que se adequar melhor às suas necessidades e permitir a redução de custos e burocracia, o que, certamente, se traduzirá em maiores vantagens competitivas frente ao mercado consumidor. CONVENIÊNCIA LOGÍSTICA DOS MODELOS DE ARMAZENAGEM ALFANDEGADA DE MERCADORIAS Nas operações logísticas internacionais, é comum a utilização da armazenagem alfandegada para as operações de importação ou exportação. Ela consiste em um local onde a mercadoria ficará armazenada por determinado período de tempo até que os processos inerentes à liberação dela junto à Receita Federal sejam devidamente concluídos. Para que seja possível a utilização da armazenagem alfandegada, a empresa deverá possuir licença ou autorização para o seu funcionamento no regime alfandegado a ser concedido pela Secretaria da Receita Federal (SRF). Isso permitirá que as operações de armazenagem e movimentação de carga fiquem sob a responsabilidade desta empresa, que deverá, também, cumprir a legislação vigente em sua integralidade para cada operação realizada no local. Alguns fatores são preponderantes para a contabilização dos custos da armazenagem alfandegada. Os principais são: Região do país em que está sendo realizada a operação. Tipo de mercadoria. Operador logístico. Acordo comercial com os terminais. Os custos da armazenagem alfandegada podem variar bastante. Por esse motivo, é importante que antes de realizar suas operações de importação e exportação, seja realizada uma pesquisa das principais empresas que podem prestar o serviço no local de atuação em que será realizada a liberação. É importante, também, buscar referências comerciais e operacionais dos colaboradores para que não haja surpresas indesejáveis e custos adicionais não combinados anteriormente. A legislação aduaneira, por vezes, utiliza expressões próprias para as áreas que podem ser alfandegadas, tais como: Recintos alfandegados Consiste em locais alfandegados de zona primáriae zona secundária. Na zona primária, estão localizados os portos, aeroportos e pontos de fronteira. Aqueles que se localizam na zona secundária, por sua vez, são os terminais alfandegados. De acordo com a legislação nestes locais, permite-se ocorrer a movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas, bagagens de viajantes procedentes do exterior ou a ele destinadas, e remessas postais internacionais. Poderão ainda ser alfandegados na zona primária os recintos destinados à instalação de lojas francas. Terminais alfandegados São áreas para onde se destina o recebimento de cargas de importação ou de exportação controladas pela alfândega e estão localizados na zona secundária. Esses locais devem ser dotados de área para armazenagem e pátio de contêineres, além de um controle de entrada e saída de cargas e locais para serviços aduaneiros. Naturalmente, o acesso das cargas ao terminal é feito por meio do Regime de Trânsito Aduaneiro. ATENÇÃO De acordo com a legislação, os serviços desenvolvidos em terminais alfandegados de uso público poderão ser delegados a pessoas jurídicas de direito privado que tenham como principal objeto social a guarda ou o transporte de mercadorias. Os recintos que se enquadram na categoria de alfandegados de uso público são: Aeroportos Segundo a Receita Federal do Brasil, o país conta com 38 terminais de carga alfandegados em aeroportos. Em relação às estruturas destinadas a passageiros em voos internacionais, o país conta com 31 unidades. Portos De acordo com a Receita Federal, são 39 portos distribuídos pelo país, sendo que deste total 69% são marítimos e 31% são fluviais ou lacustres. As instalações portuárias são classificadas de uso público, privativo misto e privativo exclusivo. Pontos de fronteira O Brasil conta com 30 pontos de fronteira alfandegados em cidades limítrofes a outros países. Somente por meio de tais pontos pode ocorrer, de forma legal, a movimentação terrestre internacional de pessoas, veículos e mercadorias. Collis posteaux Recinto alfandegado situado nos Correios. Dentre os recintos alfandegados que mais se destacam e mais são utilizados, temos os terminais aeroportuários de carga e de passageiros, e pontos de fronteira. Eles correspondem à zona primária onde ocorre o primeiro contato entre o território nacional e o exterior. Existem também os recintos alfandegados em zonas secundárias, ou seja, são locais sob controle aduaneiro onde não há contato direto entre o exterior e o território nacional. Os principais recintos aduaneiros são divididos em: Portos secos São recintos alfandegados de uso público que recebem operações de movimentação, armazenagem e despacho de mercadorias e bagagens sob controle aduaneiro. Atualmente, o Brasil conta com 31 portos secos registrados, sendo que boa parte deles se encontra no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Clias Esse recinto também permite a movimentação e armazenagem de mercadorias importadas ou exportadas. Tais pátios e armazéns possibilitam operações de controle alfandegário, desde que estejam devidamente credenciados. Semelhante ao que ocorre nos portos secos, eles permitem o regime especial de Entreposto Aduaneiro, sendo que no país existem 34 centros logísticos desse tipo. Redex Trata-se de um recinto de exportação não alfandegado, mas que permite que sejam realizados serviços de fiscalização aduaneira. Ele pode estar localizado no estabelecimento do próprio exportador ou em endereço de uso comum a várias empresas. Atualmente, o Brasil conta com 59 unidades, sendo que quase a metade está instalada em Santos ‒ SP. Além desses, existem outros pontos que estão na lista de recintos aduaneiros da Receita Federal, tais como: Áreas de Controle Integrado (ACIs), unidades para remessas internacionais e expressas, bases militares, lojas francas, silos e tanques. RESUMINDO Existem diversas opções para armazenagem alfandegada disponíveis para que as empresas ligadas à importação e exportação de mercadorias possam utilizar. Tais opções de armazenagem alfandegada visam reduzir os custos e agilizar o despacho das mercadorias aos clientes. REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS E ARMAZENAGEM ALFANDEGADA Neste vídeo, analisaremos os regimes aduaneiros especiais utilizados no Brasil e que permitem que as cargas tenham tratamentos diferenciados segundo suas peculiaridades e finalidades, e também os benefícios da utilização de tais regimes e quais empresas estão aptas a utilizá-los em cada caso. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. O regime aduaneiro especial denominado admissão temporária prevê: a) Suspensão total ou parcial de tributos para importação temporária de produtos. b) Suspensão total ou parcial de tributos para importação definitiva de produtos. c) Suspensão definitiva do trânsito das mercadorias em território nacional. d) Proibição temporária da entrada de navios nos portos nacionais. e) Legalização das mercadorias importadas sem a necessidade de pagamento de impostos. 2. Os terminais alfandegados consistem em modelos de armazenagem alfandegada de mercadorias. Em suas dependências, fica permitido(a): a) A cobrança de todos os impostos relacionados à importação de mercadorias. b) A instalação de fábricas para o beneficiamento de componentes e matérias-primas importadas. c) O recebimento de cargas de importação ou de exportação controladas pela alfândega. d) A livre entrada de mercadorias em território nacional sem a necessidade do pagamento de tributos. e) A retirada da mercadoria importada por parte do importador, que será isentado de tributos ou obrigações diversas. MÓDULO 3 Descrever a distribuição internacional OPERAÇÕES DE DISTRIBUIÇÃO INTERNACIONAL As operações de distribuição de produtos em âmbito internacional preconizam uma série de ações, cuidados, equipamentos, infraestrutura e diversos outros recursos para que todos os clientes sejam atendidos com alto nível de serviço. Diversos cuidados deverão ser tomados para que a entrega dos produtos em outros países seja efetuada seguindo a legislação do país em questão e as exigências dos clientes. É importante que a empresa que pretende realizar distribuição internacional conheça todos os detalhes inerentes à atividade e trabalhe em prol da melhoria contínua dos processos que irão culminar no sucesso das entregas. É necessário que a empresa se certifique de que tem conhecimento de todas as atividades que geram custos logísticos e que, certamente, impactarão no preço final das mercadorias. Este item é muito relevante, visto que excessivos custos logísticos poderão aumentar muito o preço final de venda dos produtos, inviabilizando sua comercialização em determinados mercados internacionais. Diversas análises deverão ser realizadas para as operações de distribuição, uma vez que há uma grande disponibilidade de empresas que poderão realizar essa tarefa de forma profissional e eficiente, caso o exportador não deseje utilizar a sua própria infraestrutura. INFLUÊNCIA DOS CUSTOS NO PREÇO FINAL DO PRODUTO Em momentos de crise e em tempos de instabilidade no mercado, as empresas precisam buscar formas de desenvolver atividades logísticas mais enxutas e menos custosas. Os sistemas logísticos inteligentes que são estudados e desenvolvidos pelas empresas visam reduzir os custos logísticos que podem afetar negativamente o preço final dos produtos ao mercado consumidor. ATENÇÃO Por ser um elemento extremamente estratégico para as instituições, não há espaço para erros e falta de planejamento. O sistema logístico desenvolvido, observando-se o planejamento estratégico da empresa e suas operações, deverá ser embasado em conhecimentos técnicos com a utilização de profissionais devidamente capacitados para tal finalidade. Trabalhar com foco na otimização das operações da cadeia de suprimento e buscar formas de tornar os processos mais eficientessão ações cruciais para que a empresa possa reduzir os seus custos operacionais e ganhar a devida relevância e destaque no mercado. Esses fatores deveriam fazer parte do rol de prioridades da gestão logística da empresa, dado que podem afetar positiva ou negativamente o desenvolvimento das operações e os custos inerentes a elas. Empresas que não priorizam tais fatores experimentam diversos tipos de problemas relacionados a erros processuais, retrabalhos repetitivos, processos ineficientes e diversas outras inconsistências operacionais que resultam em considerável desperdício de tempo e reduzem o uso eficiente dos recursos disponíveis na empresa. Quando as empresas resolvem desenvolver planejamentos eficientes e estratégicos para o desenvolvimento das atividades logísticas, haverá uma contribuição direta para o incremento da cadeia de valor referente às atividades da empresa. Pode-se considerar que a “cadeia de valor” é um dos pilares que compõem a gestão estratégica de custos, juntamente com o posicionamento estratégico e os direcionadores de custos. Neste contexto, o que é uma cadeia de valor? Entende-se por cadeia de valor o conjunto de atividades criadoras de valor que se iniciam nas fontes de matérias-primas básicas, passando por fornecedores de componentes até a entrega do produto final ao consumidor. Ou seja, pode concentrar todas as atividades que fazem parte de determinada operação, tais como: projetar, produzir, comercializar, entregar e garantir a qualidade do seu produto no âmbito do mercado consumidor. Para que a cadeia de valor seja trabalhada de maneira eficiente, é necessário que todos os parceiros atuem de forma conjunta e precisa, de modo que se garanta a qualidade desde a matéria-prima até o produto final nas mãos do consumidor. ATENÇÃO A cadeia de valor não é um conjunto de atividades independentes ou isoladas, mas de atividades interdependentes a serem desenvolvidas pelos diversos atores pertencentes à cadeia logística e que possuem objetivos comuns de melhoria da qualidade dos serviços e aumento da satisfação dos clientes finais. A necessidade da integração dos diversos atores envolvidos na cadeia logística é, de fato, uma das atividades mais importantes quando se fala em comercialização de produtos ao consumidor. Sua importância vai além de a empresa principal desenvolver e compreender sua própria cadeia de valor. É necessário entender como as suas atividades de valor se encaixam na cadeia de valor dos fornecedores e dos clientes. Trabalha-se para a estruturação de uma “cadeia de valor global”, que objetiva aumentar a satisfação do mercado consumidor e tornar a empresa cada vez mais competitiva junto ao mercado. Para potencializar a utilização dos recursos, reduzir os prazos e aumentar as receitas, as instituições precisam concentrar esforços no objetivo de entender detalhadamente os custos operacionais inerentes às suas operações, de tal forma que se possa buscar maneiras de aprimorar essas despesas e desenvolver alternativas interessantes que possam alcançar esse propósito, sem que o nível de serviço seja comprometido. CUSTOS LOGÍSTICOS Os custos logísticos são compreendidos como custos de planejamento, implementação e controle de todo o inventário de entrada, de processo e de saída, desde o ponto de origem até o ponto de consumo. Conforme mencionado anteriormente, todos os custos precisam ser devidamente compreendidos e controlados. Os principais custos inerentes às operações logísticas são: Armazenagem e movimentação As operações de armazenagem se relacionam com a movimentação de cargas dentro dos centros de distribuição. Essas movimentações são necessárias desde o recebimento dos produtos até seu despacho aos clientes finais. Tanto a armazenagem quanto a movimentação dos produtos necessitam de insumos, equipamentos e pessoal para desenvolver tais atividades. Naturalmente, todos esses recursos necessários incorrem em custos e serão adicionados a este item. Dentre as diversas maneiras de se reduzir custos referentes à armazenagem e à movimentação, têm-se a eliminação de movimentos desnecessários nas operações, a redução do número de movimentos e o aumento da quantidade movimentada em cada operação. Assim, os processos de armazenagem e movimentação de materiais deverão atender às necessidades da instituição ao menor custo possível, mas sem deixar de lado a devida atenção à qualidade dos serviços. Transportes Os custos relacionados às operações de transporte das mercadorias costumam ser os mais representativos para a logística de uma empresa. A atividade de transporte, para a movimentação nacional ou internacional de mercadorias, pode ser considerada um dos processos mais relevantes da logística. Sua abrangência vai desde a movimentação das matérias-primas ou dos componentes a partir dos fornecedores, passando pelas movimentações internas de produtos no âmbito produtivo e, finalmente, deslocando as mercadorias finais para os consumidores. Alguns fatores influenciam positiva ou negativamente na formação dos custos de transporte, tais como: distância, volume, densidade de produtos, facilidade de acondicionamento, manuseio dos materiais, risco de roubo, deterioração e demais interferências do mercado no que diz respeito à facilidade do tráfego e à sazonalidade. Dentre os fatores a serem observados antes de se optar por um sistema de transporte, temos: preço, tempo médio de viagem, variações no tempo de trânsito, perdas e danos. Atualmente, as empresas ainda possuem opção de ter a sua frota própria ou terceirizada, fato que merecerá avaliação apropriada para a obtenção do máximo benefício possível de uma ou outra modalidade de uso do sistema de transporte. Embalagens Os custos relacionados à embalagem de produtos estão relacionados às despesas necessárias para a manutenção da integridade do produto durante as operações de transporte, manuseio e armazenagem. O grande desafio quanto ao desenvolvimento de embalagens é encontrar materiais e projetos que garantam a proteção do produto, sem que seja necessário adicionar custos excessivos a ele. Outra questão interessante diz respeito aos projetos de embalagens que deverão ser desenvolvidos, levando em consideração os equipamentos utilizados para a movimentação das cargas e os veículos de transportes que serão utilizados para o deslocamento das mercadorias. Embalagens padronizadas que possam ser utilizadas por diversos equipamentos e diversos modos de transporte tendem a ser mais econômicas sob o ponto de vista operacional, o que resultará em menores custos ao produto final. Alguns produtos de difícil identificação serão reconhecidos apenas pelas identificações presentes na embalagem, o que deverá facilitar e agilizar as operações nos centros de distribuição. Manutenção de inventário As atividades relacionadas à manutenção dos estoques consistem em controlar as mercadorias com intuito de identificar a quantidade de cada produto que será utilizado para atender à demanda de mercado. Assim, as atividades de controlar estoques geram custos para sua manutenção, o que representa significativa parcela adicional ao custo atual dos produtos. Dentre os principais custos relacionados à atividade, podemos citar os custos promocionais em relação à quantidade armazenada e ao tempo em que tal quantidade ficará em estoque. Esses custos acabam por resultar em outros tipos de custo de igual importância, tais como: oportunidade de estoque, serviços de inventário, seguros, espaço para armazenagem de produtos, risco com deterioração, obsolescência, quebras e custo total de manutenção do inventário. A principal forma de reduzir os custos relacionados à manutenção do inventário é trabalhar de maneira planejada para que haja menor necessidade de estocagem de produtos. Altos níveis de estoque acabam gerando custos acessórios que contribuem muito para o aumento dos preços dos produtos finais que atenderão o mercadoconsumidor. Tecnologia Atualmente, é muito difícil para uma empresa de logística executar suas atividades sem o apoio de uma moderna estrutura de Tecnologia da Informação (TI). A TI tornou-se uma ferramenta fundamental para as empresas, uma vez que auxilia no desempenho dos processos operacionais, atua no planejamento das operações logísticas, permite a integração com clientes e fornecedores, e outras atividades de igual importância. Inclusive, as ferramentas de TI disponíveis hoje no mercado permitem que as empresas experimentem maior nível de automatização, com a integração das atividades de produção, de gerenciamento e de comercialização, o que tende a garantir maiores índices de produtividade e maior flexibilidade operacional. Modernas ferramentas operacionais de TI permitem uma integração das atividades no centro de distribuição e visam integrar e processar as informações de localização dos materiais, assim como o controle e a utilização da capacidade produtiva dos equipamentos e da mão de obra disponível. Além disso, facilitam o controle dos produtos, permitem o rastreamento deles, disponibilizam o intercâmbio de dados entre os atores da cadeia de suprimentos, agilizam a comunicação entre os vendedores e a empresa e, ainda, permitem que o fornecedor auxilie a empresa a controlar seus estoques por meio de intercâmbio eletrônico de dados. Apesar de seus enormes benefícios, a TI gera custos com mão de obra, manutenção de hardware, software, seguros, serviços, treinamentos e outros. Portanto, é importante que o investimento em tecnologia seja planejado e executado de forma precisa e profissional, para que estes custos sejam compensados pelos ganhos de produtividade e nível de serviço esperados. Tributos Em geral, os custos tributários dizem respeito a impostos, taxas, contribuições de melhorias, contribuições sociais, entre outros. Logo, é de suma importância que sejam analisados profissionalmente todos os tributos incidentes nesta área de atuação de logística para que não haja surpresas de última hora, relacionadas ao esquecimento de determinados tributos que deveriam ter sido pagos. Assim, é necessário que a empresa invista tempo e esforço no estudo sobre o fluxo de bens e serviços, observando os tipos de produtos ou serviços comercializados, bem como os tributos que incidirão sobre eles. Dentre os diversos tipos de tributos mais comuns para as atividades logísticas e produtivas, destacam-se: IPI, II, ICMS, taxas e obrigações acessórias, incidentes sobre operações alfandegárias. No Brasil, as alíquotas podem ser diferenciadas para cada estado, dependendo do produto ou do modo de transporte utilizado. Nesse sentido, é importante que as operações sejam analisadas, visto que os tributos incidentes sobre elas podem variar de acordo com produto, modal, localidade, atividade e especialidade da empresa. Lotes Durante as operações de produção, é comum haver paralisações para a mudança de lotes de produtos a serem fabricados. Essas paralisações resultam na perda de tempo e de capacidade produtiva, dado que as linhas de produção ficaram paralisadas por algum tempo. Além disso, podem ser necessárias mudanças de equipamentos ou ajustes e calibragem neles para que a produção do próximo lote possa ser desenvolvida corretamente. Tecnicamente, os principais custos gerados por essas paralisações são: custos para a preparação da produção, capacidade produtiva perdida devido à troca de ferramentas ou mudança de maquinário, manuseio e movimentação de materiais. Diante disso, torna-se necessário que seja realizado um bom planejamento para a produção, levando-se em conta a necessidade da redução dos tempos de paralisação para readequação da rotina produtiva. Esse planejamento deverá levar em consideração, inclusive, o projeto do produto, que pode ser desenvolvido de tal modo que contribua para a redução da necessidade de longas paradas. Nível de serviço Os níveis de serviço que a empresa oferece ao mercado consumidor devem estar de acordo com os seus anseios, uma vez que este item é tratado atualmente como um diferencial competitivo importante para a viabilização das operações da empresa, bem como da sua competitividade no mercado. Fatores como o serviço de entrega, a confiabilidade dos produtos, os níveis de estoque e o tempo gasto no ciclo dos pedidos contribuem positivamente para a fidelização da marca por parte do cliente. Entretanto, para estabelecer um bom nível de serviço, são necessários investimentos em melhorias e readequações de processos, que têm por finalidade aprimorar as operações logísticas e produtivas da empresa. Em contrapartida, a falta de planejamento para a atuação de uma empresa no mercado pode resultar em níveis de serviço insatisfatórios, o que contribui negativamente para a imagem da corporação. Os principais resultados dessa falta de planejamento podem ser percebidos pelas falhas, tais como: falta de produtos, custos de vendas perdidas, planejamento logístico inadequado, custos relacionados à falta de qualidade, ausência de eficiência operacional, falta de treinamento dos colaboradores, más condições dos produtos, além dos custos de excesso de mercadorias, ocasionados por falta de planejamento logístico, o que acaba resultando em acúmulos de estoque. Operações de distribuição Apesar dos custos com as operações de distribuição já estarem distribuídos entre os itens anteriores, é importante que sejam evidenciados os custos necessários para a manutenção do sistema logístico em pleno funcionamento, bem como os gastos operacionais que devem ser considerados. Portanto, devem ser consideradas despesas fixas, como aluguel, taxas de espaço físico, equipamentos, salários e impostos. Do mesmo modo, as despesas variáveis com manutenção, mão de obra, horas extras, seguros de cargas, pneus, combustíveis, lubrificantes e aquisição de peças deverão ser contabilizadas como custos para as operações de distribuição. Recursos humanos Subentende-se que os itens anteriormente descritos necessitam de mão de obra para sua execução. Contudo, é importante destacar que este importante recurso precisa ser considerado no processo de formação dos custos logísticos. Portanto, deve-se considerar os salários a serem pagos aos gestores de frotas e a outros colaboradores de diversos níveis e atribuições que constituem a equipe logística da empresa e que são de fundamental importância para que todas as operações sejam desempenhadas de forma eficiente. Além disso, como as operações logísticas são extremamente específicas e requerem mão de obra especializada, as empresas precisam estar atentas ao processo de qualificação da mão de obra que trabalhará no seu centro de distribuição. Assim, a instituição deverá oferecer cursos de capacitação e treinamento que visem ao aprimoramento e à qualificação da sua força de trabalho, a fim de que possa desempenhar suas atividades da maneira mais eficiente possível. RESUMINDO Tanto a necessidade da mão de obra a ser empregada nas atividades operacionais quanto a necessidade de sua qualificação geram custos para a empresa, o que deve ser devidamente planejado e executado, seguindo sempre os objetivos de redução de custos a serem adicionados ao produto final. TRADE-OFFS As organizações sempre têm buscado aumentar ou manter a competitividade no mercado frente à concorrência. Para tanto, há necessidade de que os gestores adotem princípios fundamentais que viabilizem um bom desempenho para a empresa, tais como: Planejamento Organização Controle Execução Direção Liderança Tais princípios norteadores são de fundamental importância para que as empresas possam atuar competitivamente no mercado. As empresas têm operado, cada vez mais, de forma sistêmica no mercado, ou seja, é necessário observar a empresa como um sistema integrado, no qual as atividades de entrada, transformação e saída trabalhem de maneira sincronizada,com vistas à melhoria dos processos operacionais desenvolvidos no âmbito da corporação. De modo muito semelhante, a logística, especificamente, deverá trabalhar também de forma sistêmica, contemplando todas as atividades inerentes às suas operações. Do contrário, as atividades e os processos que contemplam a logística trabalharão de maneira isolada e ineficiente, o que não contribui para os objetivos finais de eficiência e eficácia das operações logísticas. ATENÇÃO Todas as operações devem ser coordenadas de modo integrado e estratégico, permitindo uma otimização dos recursos disponíveis, que certamente resultará em ganhos globais operacionais e financeiros. A logística está presente em qualquer empresa ou entidade, independentemente da atividade ou do segmento. Por isso, é de suma importância que os gestores conheçam detalhadamente os recursos disponíveis e planejem estratégias para o negócio. Essas estratégias deverão estar sempre voltadas para os objetivos principais e básicos da logística, tais como: aumentar o lucro, reduzir os custos e melhorar o nível de serviço oferecido ao mercado. O conhecimento detalhado de todas as operações e todos os processos logísticos da empresa permite que ela possa se beneficiar com o uso da compensação de custos, também conhecida como trade-off. O trade-off demonstra que os diversos custos envolvidos nas operações logísticas frequentemente apresentam um padrão de comportamento que os coloca em conflito mútuo, fato que deve ser constantemente analisado. Ações de melhoria de processos e operações, como treinamento, padronização de processos, análise de desperdícios, foco no cliente, inclusão de TI, dentre outros, frequentemente são consideradas por alguns gestores como itens geradores de custos de forma simplificada. No entanto, gestores que possuem uma visão mais sistêmica da empresa e com foco nos objetivos futuros conseguem visualizar tais custos como investimentos que, certamente, resultarão em benefícios futuros e permitirão que a empresa trabalhe sempre na busca pela melhoria contínua das suas atividades. Organizações que desejam se perpetuar no mercado precisam estar atentas a tais questões, visto que os consumidores têm ficado cada vez mais exigentes e esperam melhorias contínuas dos produtos e serviços. O trade-off pode ser entendido como a relação entre os custos para a melhoria de determinadas atividades ou processos que trarão benefícios futuros para a organização. Um dos grandes desafios para as empresas é avaliar e escolher quais são os investimentos prioritários para o alcance destes benefícios futuros, posto que, normalmente, não há disponibilidade de recursos para atuar em todas as frentes de melhorias. O fato é que, em geral, a melhoria dos níveis de serviços operacionais significa menores custos de estocagem para o cliente, desde que se mantenham as mesmas características de demanda. No entanto, algumas considerações adicionais podem ser colocadas, tais como: Verificar se a empresa possui um layout apropriado para a correta armazenagem de matérias-primas, produtos semiacabados e acabados, bem como se o processo produtivo se encontra em algum nível de automação. Analisar se os equipamentos e a tecnologia utilizados atualmente estão atuando de forma adequada para os processos desenvolvidos. Avaliar os custos inerentes ao processamento de pedido, movimentação das mercadorias e armazenamento delas, de modo que se possa ter um panorama detalhado da situação atual. Certificar-se de que o centro de distribuição se encontra próximo aos clientes ou se permite facilidade de deslocamento das mercadorias no trajeto em direção ao mercado consumidor. Estudar detalhadamente quais são os mecanismos de controle que devem ser utilizados no gerenciamento dos estoques. Identificar quais são os produtos ou serviços que contribuem com a maior parcela de lucro para empresa. Verificar quanto tempo é necessário para que o estoque complete um giro. Analisar se os colaboradores estão devidamente capacitados e qualificados para executar as diversas atividades. Avaliar a necessidade da contratação de operadores logísticos ou prestadores de serviços logísticos. Identificar quais são as estratégias de marketing utilizadas para a obtenção de novos clientes. Analisar o nível de serviço que deve ser providenciado para os itens comercializados pela empresa (produtos ou serviços). Essas questões e considerações precisam ser analisadas e respondidas nos níveis estratégico, tático e operacional, para que possam facilitar o diagnóstico e subsidiar com informações os processos decisórios da empresa. Portanto, as empresas que desejarem utilizar o trade-off para alcançar os seus objetivos de crescimento, aumento da participação do mercado, consolidação da marca e outros precisam ter conhecimento adequado para a utilização dos recursos disponíveis, informações e métodos. Para que o processo de compensação de custos seja bem-sucedido, é necessário que sejam realizadas algumas mudanças de processos e procedimentos, como permitir que os administradores tenham uma visão holística da situação, trabalhar de forma integrada com todos os atores envolvidos e viabilizar a interação entre todas as áreas e pessoal envolvido. LAY-DOWN COST Outro ponto que merece destaque quando se opta por reduzir custos e aprimorar a qualidade do serviço logístico é o conceito de Lay-Down Cost. Basicamente, o Lay-Down Cost trata do custo logístico “porta a porta” e abrange todas as atividades de movimentação, armazenagem, transportes, seguros, licenças, certificações, impostos e outros, o que permite ao cliente bastante tranquilidade por não ter de se preocupar com atividades ou custos intermediários. É a soma total dos custos do produto e das tarifas de transportes, sendo usada para comparar os custos totais de um produto quando este é embarcado de diferentes locais para um mesmo ponto de consumo. A utilização do conceito permite que as empresas possam fazer determinadas averiguações nos preços cobrados pelos operadores de transporte, principalmente quando a empresa contrata a operação de maneira completa, incluindo ou não o uso da multimodalidade. Essa forma de contratação é bastante utilizada pelo mercado logístico nacional e internacional, uma vez que todas as responsabilidades relacionadas ao trânsito das mercadorias devem ficar sob a responsabilidade de uma única empresa. Apesar de haver uma tendência a ser confundida com a multimodalidade, o conceito de Lay- Down Cost não necessariamente preconiza a utilização de vários modos de transporte sob a responsabilidade de uma única empresa. O conceito diz respeito apenas aos custos envolvidos em toda a operação, não importando se isso será feito por uma ou mais empresas sob a responsabilidade do proprietário da mercadoria. Em síntese, o conceito do Lay-Down Cost pode ser aplicado tanto para a intermodalidade quanto para a multimodalidade, já que se refere apenas ao somatório dos custos envolvidos durante a operação logística. FRONTEIRA DE MERCADO Outro conceito que merece destaque é a fronteira de mercado: uma linha de indiferença do custo final entre diferentes possíveis cadeias de suprimento. Em outras palavras, quando se analisa outras cadeias de suprimento para o transporte das mercadorias, pode-se observar que os custos inerentes a elas permanecem em igual patamar de valor, o que não permite a diferenciação entre uma ou outra sob o aspecto de custos. Logo, no caso da Fronteira de Mercado, os Lay-Down Cost são iguais. Trata-se, portanto, de uma coincidência que pode ser de difícil solução para o gestor logístico, dado que a tomada de decisão para o uso de determinada opção logística não será realizada pelos conceitos de custo logístico, mas por outros atributos que deverão ser considerados na análise. No caso da fronteira de mercado, os conceitos relacionados ao trade-off logístico podem fazer grande diferença,dado que qualquer transação que se mostre viável sob ponto de vista de compensação de custos poderá fazer a diferença e viabilizar determinada cadeia de suprimento em relação à outra. Assim, qualquer diferença para menos que venha a ser obtida alterará o status do Lay-Down Cost e desestabilizará a fronteira de mercado, o que poderá viabilizar a atratividade de um novo cliente. ATENÇÃO Como vimos, na distribuição internacional, é imprescindível a consideração de todos os custos e, principalmente, todas as situações que, quando devidamente analisadas, são potencialmente capazes de ocasionar reduções de custos. Em algumas situações, sob o ponto de vista do comprador, os custos resultantes, quando analisadas diferentes cadeias de suprimentos, podem ser idênticos, o que demandará da equipe de logística do vendedor rever o seu sistema de custos, a fim de obter vantagens competitivas em relação à concorrência do mercado. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. Os principais custos que incidem sobre as operações logísticas e que devem ser cuidadosamente avaliados estão descritos a seguir, EXCETO: a) Custos de armazenagem e movimentação. b) Custos com transportes. c) Custos com embalagens de proteção. d) Custos com manutenção de inventário. e) Custos com publicidade e propaganda. 2. A compensação de custos ou trade-off tem sido bastante estudada pelas empresas de logística e consiste em: a) Revisar todos os custos relacionados ao sistema de transporte, de forma a reduzi-los. b) Analisar todos os custos envolvidos nas operações de estocagem, de modo que seja possível enxugá-los. c) Rever a necessidade de investimentos em TI, uma vez que os seus custos são muito onerosos para a corporação. d) Realizar investimentos e melhorias que geram custos imediatos, mas que trarão benefícios futuros significativos para a corporação. e) Evitar treinamentos e capacitação dos funcionários, e optar pela contratação de funcionários que já possuam treinamento no mercado. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS O comércio internacional tem apresentado diversas evoluções ao longo dos anos, o que tem impulsionado a logística internacional a patamares de grande importância para a viabilização das transações comerciais. É notória a necessidade da logística internacional para comercialização de produtos de forma globalizada, como temos visto acontecer atualmente em todas as partes. A utilização de dois ou mais modos de transporte para o deslocamento das mercadorias tem se mostrado bastante eficiente quando há necessidade de que esta mercadoria percorra diferentes trechos que são operados por modais distintos. A possibilidade de utilização de documentos padronizados e únicos interfere positivamente nas operações de transbordo das mercadorias, o que resulta em agilidade e economia. No entanto, para que as transações comerciais, bem como a logística, possam se desenvolver de modo satisfatório, eficiente e com foco na satisfação do consumidor, é necessário o estabelecimento de regras comerciais e logísticas que permitam que as mercadorias possam ser deslocadas, armazenadas e, posteriormente, comercializadas igualitariamente entre os mercados consumidores. A utilização dos regimes aduaneiros especiais contribui de forma importante para que as mercadorias não sejam sobretaxadas e, portanto, tenham seus preços desnecessariamente aumentados em excesso. Mercadorias diferentes e com utilizações diversas precisam ter regimes aduaneiros diferenciados, para que possam obter os benefícios inerentes a essa diferenciação. Além disso, os custos inerentes às operações logísticas deverão ser corretamente aplicados e calculados, a fim de não se onerar desnecessariamente as mercadorias, o que inviabilizaria a competitividade da organização frente ao mercado consumidor internacional.
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