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LOGÍSTICA INTERNACIONAL AULA 1 Prof. João Marcos Andrade 2 CONVERSA INICIAL Os diferentes padrões, formas, leis, normas e características que envolvem a Logística Internacional a definem como ciência. A complexidade de fatores intrinsicamente presentes em um processo de importação ou exportação (Logística Internacional) requer uma aplicação profissional integralmente envolvida nas questões teóricas da Logística. A dependência da teoria é sentida em virtude da variedade de transferência de mercadorias, produtos ou serviços entre os países, exatamente pela interdependência e autonomia de cada um, mesmo os membros de blocos econômicos, como Mercosul, Comunidade Europeia e, mais recentemente, Bric´s. Essa dependência teórica é sentida fortemente nos momentos de tomadas de decisão. Quanto a um Incoterm, modal de transporte, forma de tributação, pagamento a fornecedor estrangeiro, ou recebimento deste em caso de exportação, determinando, assim, a necessidade de se conhecer os dados históricos e, principalmente, os fatores técnicos da Logística Internacional, como compra e venda de frete internacional, elaboração de documentos de instruções de processos de importação ou exportação, confecção ou aquisição de embalagens, orientação sobre modalidades de fretes de acordo com o Modal de Transportes definido, seja Prepaid ou Collect1, além de fatores peculiares a cada tipo de carga e/ou serviço. Com base nesse e outros fatores, abordamos conceitos teóricos e introdutórios da Logística Internacional, que são os objetos de estudo desta aula. CONTEXTUALIZANDO Leia o texto a seguir, sobre “15 países com melhor logística no mundo (e o Brasil em 65º”. Disponível em: http://exame.abril.com.br/economia/15-paises-com-melhor-logistica-no- mundo-e-o-brasil-em-65o 1 Frete prepaid: frete pré-pago. Frete collect: Frete a pagar. http://exame.abril.com.br/economia/15-paises-com-melhor-logistica-no-mundo-e-o-brasil-em-65o http://exame.abril.com.br/economia/15-paises-com-melhor-logistica-no-mundo-e-o-brasil-em-65o 3 Esse ranking não revela uma situação favorável ao Brasil, visto que a concorrência internacional promove melhorias contínuas em seus processos de desenvolvimento tecnológico e de infraestrutura, e isso numa velocidade incomparavelmente ao Brasil, por questões, na maioria das vezes, políticas. Ressalta-se, porém, que o Brasil promoveu melhorias em seus mecanismos de ajustes da infraestrutura para o crescimento técnico das operações logísticas. O relatório de 2016 do Banco Mundial aponta a Alemanha na primeira posição pela terceira vez consecutiva. O Brasil aparece em 55ª, uma elevação de 10 posições em 2 anos, o que é relativamente positivo considerando as alternâncias de estilos de governo e dificuldades de composição de grandes construções de portos, aeroportos e estradas que melhorem o rendimento da logística no país. Leia mais sobre esse assunto em: http://oglobo.globo.com/economia/brasil-sobe-dez-posicoes-em-ranking- de-logistica-do-banco-mundial-19596652 Observando a questão da posição da Logística do Brasil diante das principais potências mundiais, é importante considerar que o país, embora tenha enfrentado problemas de ordem política – o que afetou de forma severa o crescimento da economia e, consequentemente, das operações logísticas –, teve uma leve melhora nas condições para as práticas de Comércio Exterior, o que depende 100% da infraestrutura da Logística brasileira, como situação das estradas e dos portos, melhoria da malha ferroviária, aprimoramento dos atendimentos às cargas nos aeroportos, com taxas de armazenagem menos onerosas, entre outros fatores. É possível prever uma melhor posição da Logística brasileira nas próximas duas edições dos relatórios do Banco Mundial, como observamos nas de 2014 e 2016? Em que grau de acentuação, em termos de posição, é possível se prever com base na condição econômica do Brasil dos últimos 5 anos? http://oglobo.globo.com/economia/brasil-sobe-dez-posicoes-em-ranking-de-logistica-do-banco-mundial-19596652 http://oglobo.globo.com/economia/brasil-sobe-dez-posicoes-em-ranking-de-logistica-do-banco-mundial-19596652 4 TEMA 1: A LOGÍSTICA NO BRASIL E NO MUNDO A introdução desta Aula, no tópico “contextualizando”, apresentou uma análise da composição estrutural da Logística Mundial, o que nos permite considerar a necessidade de crescimento nas condições de infraestrutura para transportes, pois esse é o maior “gargalo” da Logística Internacional no Brasil – a considerar que as condições das estradas no interior do país não refletem a importância que as regiões produtoras de commodities têm para nossa economia, bem como as administrações dos portos com gestão política/pública, as quais carecem de aprimoramento nas propostas que envolvam conhecimento técnico de operações portuárias, seguindo padrões internacionais, principalmente buscando atualização e exemplos de estruturas portuárias de sucesso – como Amsterdam, na Holanda; Hong Kong, na China; Hamburgo, na Alemanha; Antuérpia, na Bélgica, entre outros. Esses exemplos têm grande relevância nas operações de carga e descarga de navios, as chamadas operações portuárias, porém destaca-se, ainda, a ampla combinação com outros modais, como o rodoviário, com fáceis condições de acesso, e a malha ferroviária, que sofre há décadas com a falta de investimentos e, mais crucial, a falta de gestão técnica na administração dessa importantíssima ferramenta de escoamento da produção brasileira. As condições dos Portos de Administrações Privadas no Brasil alcançaram patamares elevadíssimos no que diz respeito ao crescimento das condições de infraestrutura portuária, principalmente nas regiões Sul e Nordeste, com portos modernos, o que demonstra que a iniciativa privada é capaz de produzir condições estruturais que sirvam de munição à economia para enfrentar a “guerra da economia mundial”, a qual, em virtude do fator globalização, exige uma espécie de crescimento ininterrupto para evitar mergulho em crises econômicas, as quais surgem motivadas por simples ocasiões de má gestão ou desequilíbrios comerciais, mas que, para serem eliminadas, demandam longos períodos de tempo e irreparáveis perdas em diversos setores da economia. Alternando agora a busca pela importância das questões teóricas da Logística no Brasil e no mundo, é relevante considerar o papel dos transportes na composição da definição de logística. O transporte é um elo fundamental 5 entre a expedição de produtos acabados de uma empresa e seus clientes finais, pois seu objetivo é movimentar pessoas e bens. Sob o aspecto puramente econômico, um dos focos principais do transporte consiste na capacidade de disponibilizar cada tipo de bem no momento e no lugar em que exista demanda por ele. Em muitos casos, o impacto dos custos logísticos, depois do próprio custo dos produtos vendidos, pode constituir, segundo Ballou (1997), até 30% dos custos totais. Isso pode representar, de acordo com Gurgel (1996), de 3% a 8% da receita de uma empresa. Entretanto, o elevado custo – de maior impacto e de difícil mensuração – é o da não entrega, ou seja, quando o produto não chega ao cliente na hora certa e em condições de uso ou consumo. A globalização é um conjunto de transformações, tanto políticas quanto econômicas, que vem acontecendo nas últimas décadas – e esse processo tem sido acompanhado de uma tensa revolução nas tecnologias de informação (telefones, computadores, televisão etc.). Em meio a essa rápida e efusiva transformação, a Logística apresenta novos métodos de movimentação de carga, de produção, de transporte, entre outros temas, os quais são dispensáveis nessa abordagem, pois, nesse momento, apresentamosconceitos da Logística Internacional. A Logística é uma ferramenta muito poderosa, pois possibilita mudar conceitos, processos e quebrar paradigmas, ou seja, fazer mais com menos. As empresas estão finalmente descobrindo a Logística. Alguns a veem como uma grande oportunidade competitiva; outros, como uma ameaça diante da concorrência. Um importante aspecto na Gestão de Processos Logísticos é o conhecimento das definições teóricas dos conteúdos de temas e métodos de trabalho utilizados no dia a dia de operações logísticas. Considerando que, neste momento, estamos abordando aspectos teóricos, é relevante abrirmos espaço para alguns conceitos, os quais são elencados a seguir em formato de glossário. AFRMM: adicional de 25% sobre o valor do frete internacional para a renovação de frota da Marinha Mercante Brasileira (recolhido para a Receita Federal), por meio do Sistema Mercante, em débito automático em conta corrente. All cargo: avião cargueiro. 6 Armazém (warehouse): espaço coberto para manuseio e/ou trabalho em cargas (pode ser alfandegado ou não). Armazenagem: etapa logística responsável pela manutenção da carga em armazém, podendo ser alfandegada para inspeções aduaneiras ou não alfandegadas, para manter a carga segura. Assemble to order: fabricado sob pedido, ou por encomenda. Automação: sistematização de processos de trabalho por meio de sistemas de informações (ERP´s), ou mecanismos operacionais digitais. AWB (air waybill): conhecimento de transporte aéreo. AD Valorem: taxa de seguro incidente em algumas tarifas de frete ou até alfandegárias, sempre calculadas em percentuais sobre o valor da carga. Back order: pedido/compra/expedição em atraso. Big bag: grandes embalagens – pacotes, geralmente feitos de polipropileno, que acondicionam mais de 60 Kg. Bill of lading: conhecimento de transporte aquaviário marítimo. Block stacking: empilhamento de paletes no piso. Break bulk: sistema convencional de transporte marítimo de carga geral, que é transportada solta em volumes individuais. Broker: pessoa que intermedia a compra e a venda de produtos internacionais, podendo ser o despachante aduaneiro. Brokerage houses: empresas de despacho aduaneiro (comissárias). Budgets: orçamentos. Bunker: combustível para navios. Cabotagem: navegação costeira (mesmo país ou países muito próximos). Calado: expressão do transporte marítimo, refere-se à profundidade em que cada navio está submerso na água. Capatazia: serviço utilizado geralmente em portos e estações/terminais ferroviários. Clearance: despacho aduaneiro. Consolidação de cargas: junção de cargas de dois ou mais proprietários, de forma que seja utilizado um equipamento de transporte, por exemplo, um contêiner para acondicionar cargas de diversas empresas em um transporte. Demurrage: sobre-estadia de contêiner ou navio, além do prazo livre de cobranças de taxas excedentes. Dumping: subsídios e produtos a um custo menor que o real de fabricação. 7 ERP (Enterprise Resources Planning): sistema de planejamento, sistema gerenciador muito comum em processos logísticos. Flat rack: contêiner sem o “teto”, ou coberto apenas com lona. Freight forwarder: empresa que presta serviços de agenciamento de fretes internacionais, envolvendo a gestão do processo logístico. NVOCC (Non Vessel Operator Common Carrier): operador de transporte marítimo sem ter navio. Ombudsman: representante de negócio. OTM: operador de transporte multimodal. Outbound: fluxos da fábrica para o concessionário. Outsourcing: provedores de serviços ou terceirização. Payload: capacidade útil de carga em um determinado veículo de transporte de qualquer um dos modais. PCP: planejamento de controle da produção. Proforma: documento emitido pelo fornecedor para antecipar venda. Power of Attorney: procuração. Reefer: contêiner/navio refrigerado/frigorífico. SCM (Supply Chain Management): gestão da cadeia de suprimentos. Saiba mais http://www.ibsolutions.com.br/logis-inter/logistica-internacional-parte-iii Leitura obrigatória ROBLES, Léo Tadeu; NOBRE, Marisa. Logística Internacional. São Paulo: InterSaberes, 2015. Considerando a necessidade de aspectos teóricos da Logística Internacional, para fixação do conteúdo inicial, ler as páginas de 10 a 12. TEMA 2: FLUXOS LOGÍSTICOS Definição de fluxo: Ato ou efeito de fluir, de se movimentar de modo contínuo, é o curso constante de fluidos em um conduto, é o tráfego contínuo de carros ou de pessoas numa rua, é a circulação de materiais etc. http://www.ibsolutions.com.br/logis-inter/logistica-internacional-parte-iii 8 Fluxo é o movimento alternado do mar para a praia, enchente ou vazante. No sentido figurado, é a sucessão de acontecimentos, é uma grande quantidade de fatos, de ideias ou de ações. Reforço de conhecimento A seguir, apresentamos uma proposta de elaboração de tabela organizacional referente ao Fluxo Operacional para o Transporte de Mercadorias. Essa ferramenta auxilia a organização de práticas profissionais, como compra e venda de mercadorias, armazenamento, distribuição, transporte e embalagem, incluindo as etapas de organização de entrada e saída de mercadorias dos estoques das companhias. Obviamente, a execução de processos de trabalho na Logística depende integralmente do Planejamento Operacional, porém os Fluxos Operacionais Logísticos são primordiais no desenvolvimento de projetos e trabalhos no campo profissional que atuamos: a Logística. 9 A posição de cada etapa dos Fluxos Logísticos existe em cada tipo de trabalho logístico, porém a forma como essa posição/etapa é gerenciada revelará o status do resultado de determinado trabalho. Exemplo: Uma informação compartilhada entre departamentos no início de um processo logístico precisa conter todos os detalhes da operação de transportes, de forma que cada item, componente ou peça – ou seja, independentemente do produto ou tema da informação – seja apresentado de modo CLARO e REAL. Às vezes, é dada pouca consideração ou importância aos Fluxos Operacionais Logísticos ou há insegurança entre os departamentos em compartilhar informações sobre determinada etapa do processo. Situações como essas certamente comprometem a execução do projeto, pois as configurações de trabalho nas empresas são dependentes de trocas de informações entre os departamentos participantes das operações de serviços. Na logística, isso não é diferente; pelo contrário, é de suma importância. A cada etapa de trânsito/transporte de uma determinada mercadoria, a sinergia entre os participantes é que ditará as condições de sucesso ou fracasso no projeto de trabalho em questão. Por esses motivos, há elevação dos Fluxos Logísticos a níveis de importância muitas vezes maiores que o próprio produto ou serviço objeto da logística. Exemplo: Carga que precisa ser removida de um determinado ponto, seja no Brasil ou no Exterior, em um determinado prazo, que pode ser considerado curto sob o ponto de vista de execução, ou seja, a data-limite para a entrada de determinada mercadoria no estoque da empresa está próxima, porém o departamento responsável pela aquisição do Serviço de Transporte (independentemente do modal escolhido) resolveu não dividir a informação obtida com o transportador de que a mercadoria sofrerá uma inspeção técnica na origem (local de embarque) e que, ao chegar à companhia em que esses profissionais atuam, não poderá ser manuseada até que peritos da seguradora 10 que cobre a carga no transporte cheguem para inspecionar as condições da desta no momento de chegada. Ocorre que a falta desse compartilhamento/divisão da informação para com os demais departamentos impediu a sequência do Fluxo Logístico com êxito. Quando da chegada da carga – justamente por ter ocorrido um atraso promovido pelainspeção pré-embarque na origem –, é provável que o setor responsável pela demanda que lhe é devida técnica ou comercialmente, de forma óbvia, terá urgência em agilizar o trabalho, justamente pelo atraso ocorrido no embarque. E por não ter sido informado sobre a necessidade da inspeção da seguradora no momento da descarga na chegada à companhia, passa a realizar as tarefas de praxe, ou seja, manuseia a carga sem obedecer às imposições técnicas da seguradora (a equipe a manusear a carga não foi informada sobre a necessidade da inspeção do perito da seguradora). Destaca-se, assim, que o simples ato de manusear a carga, mesmo sem tê-la necessariamente modificado em seu aspecto principal, retira da seguradora a responsabilidade de cobertura a avarias ou danos causados no transporte, pois as cláusulas da apólice de seguro determinam aquela questão na impossibilidade de manuseio da carga antes da inspeção do técnico da seguradora. Observe que essa omissão de uma atividade simples (a inspeção da seguradora) pode comprometer toda a carga. Para agravar a situação, considere que a retirada da responsabilidade da seguradora sobre a mercadoria, por não terem sido cumpridas as etapas constantes na apólice de seguro, gera perda de mercadoria, pois esta é parte de um componente que seria vendido para cumprimento de um importante Contrato de Prestação de Serviço de um determinado material a uma Empresa Cliente de Grande Porte. Portanto, a falta de cumprimento de etapas no Fluxo Logístico, a considerar o Fluxo de Informações, compromete completamente o Fluxo Operacional de serviços da empresa, pois a mercadoria não pode ser utilizada, não tem outra à disposição para reposição e a demanda de compra com o fornecedor para essa reposição levará um tempo considerável para a produção do material. Essa situação revela um caos operacional, ou seja, não foram aplicados procedimentos básicos do Fluxo Logístico, como a troca de informações, o que pode, até mesmo, implicar a perda de um contrato com um cliente importante simplesmente pela falta de uma informação, a qual o departamento responsável 11 pela aquisição do Serviço de Transporte (provavelmente, o setor de Logística) detinha (a impossibilidade de manuseio da carga sem que a seguradora a vistoriasse na chegada), mas que, por considerá-la insignificante ou irrelevante, não a transmitiu aos demais departamentos. Nesse processo, houve uma sucessão de falhas, originadas incialmente pela falta da comunicação entre os departamentos, que, no final, comprometeram o cumprimento de um contrato com um importante cliente. Conclui-se, assim, que o Fluxo Operacional Logístico, seja em que etapa for, precisa ser compartilhado e muito bem gerido, seja o Fluxo Financeiro, seja o Reverso, seja o de Comunicação. TEMA 3: ESTRUTURAÇÃO DA LOGÍSTICA NO PLANO GLOBAL O efeito globalização promoveu mudanças estratégicas em diversas áreas da economia mundial, para adaptações ao novo ritmo de informações que passou a existir no mundo, desde os anos 90, principalmente. A Logística Internacional, conforme a época, sempre contou com mecanismos operacionais com resultados satisfatórios. No entanto, faz-se necessária a compreensão de que o pós globalização praticamente obrigou as empresas a optar por profissionais da área de transportes e movimentação de mercadorias propensos a exercer funções múltiplas e estratégicas, sempre buscando a otimização de recursos, gerenciando estoques, contratações ou vendas de fretes internacionais, de forma que as práticas comerciais sejam sempre feitas sob a coordenação de processos de trabalhos amparados por embasamentos legais e seguros, quando o ponto de vista for o financeiro. Por esses motivos, a Logística no Plano Global, desde o evento da globalização, passou a ter linguagem padrão, ou quase única. A aproximação das condições de negócios entre os países ocorre pelo aperfeiçoamento das regras da Convenção Geral das Aduanas, além das convenções dos Incoterms, o mais recente data de 2010 e encontra-se em pleno exercício. O Brasil é um dos países signatários contidos nessa combinação de fatores, regras e, principalmente, Termos de Comércio Internacional. Com essas medidas de aproximação entre as Aduanas, promove-se a busca pela facilitação das trocas de informações entre comprador e vendedor internacional, pois todos executam suas funções, seja importador, seja exportador, amparados por padrões logísticos internacionais, a se considerar, 12 por exemplo, a Organização/Convenção Mundial das Aduanas como um órgão internacional de extrema importância para a coordenação de processos líticos de transação internacional de compra e venda de mercadorias. Consulte o texto sobre “A organização Mundial das Aduanas”. Disponível em: http://www.liraa.com.br/conteudo/2330/a-organizacao-mundial-das- aduanas TEMA 4: LOGÍSTICA E ECONOMIA O tema anterior nos direcionou ao entendimento de que o efeito globalização promoveu adaptações internacionais nos setores de Logística nas empresas – promotoras de vendas de serviços internacionais de logística, como agenciamento de fretes internacionais, vendas de fretes internacionais, assessorias e consultorias aduaneiras internacionais –, ou seja, os prestadores de serviços de logística internacional certamente foram os mais afetados por essas adaptações, uma vez que suas práticas profissionais interferem integral e totalmente nas transações de mercadorias mundo afora, o que acarreta adaptações profissionais e estruturais nas companhias. Já as companhias dependentes das empresas promotoras dos serviços listados anteriormente, ou seja, indústrias, lojas, redes atacadistas etc. passaram a depender de adequações técnicas em seus sistemas logísticos, tanto na infraestrutura quanto no fator inteligência, que é a mão de obra executora dos serviços logísticos. Essas companhias, algumas delas por serem membros de conglomerados industriais internacionais, as chamadas multinacionais, têm estruturas globais para execução das atividades de transporte de mercadorias, sejam insumos, sejam produtos acabados para revenda, todas dependentes, em algum momento, de ajustes técnicos para cumprimento das mudanças causadas pelo efeito da globalização, pois a padronização das embalagens, como os paletes, ou disponibilidade de veículos transportadores, sempre padronizados em termos de tamanho ou dimensão. Toda essa configuração de mudanças e adaptações estendeu-se aos procedimentos de compra e venda dos fretes internacionais, pois a montagem de documentos de instruções de embarques também passou a seguir regras internacionais, de acordo com formatações de sistemas de gerenciamento de http://www.liraa.com.br/conteudo/2330/a-organizacao-mundial-das-aduanas http://www.liraa.com.br/conteudo/2330/a-organizacao-mundial-das-aduanas 13 dados para emissão de Conhecimentos de Transportes, como Air waybill (conhecimento de transporte aéreo), bill of lading (conhecimento de transporte marítimo) e CRT (conhecimento de transporte rodoviário). Todos esses passaram a atender a sincronismos de informações, ou seja, informações padrões, as quais alimentam sistemas gerenciadores das Aduanas envolvidas na transação comercial. Exemplo: Em uma importação brasileira de uma carga que tem como origem a China, pelo modal marítimo, necessariamente o conhecimento de Transporte Marítimo (bill of lading) conterá informações padrão que serão utilizadas pelas Aduanas brasileiras e chinesas para fins de fiscalização tributária e comprovação da licitude do negócio; quanto à essência do transporte, ou seja, controle de cargas, para evitar contrabandos, tráfegos de entorpecentes, entre outros. Essa complexa rede de atuação profissional das Aduanas, estendendo- se às empresas promotoras das negociações internacionais, inevitavelmente ocasiona impactosna economia mundial. Assim, é útil a menção da Macroeconomia, pois os fatores ocorridos em eventos internacionais ocasionam variações na economia de países, com reflexos extensivos a outros, de acordo com a configuração daquela transação comercial em específico, daí as correntes alterações nos Sistemas de Parametrização/Balizamento das Bolsas de Valores do Mundo, pois variações cambiais são motivos para crescimento ou desaceleração da economia mundial, estabelecendo, portanto, uma verdadeira máxima, que é a inseparabilidade da Logística e da Economia, pois ambas estão sempre unidas – independentemente da transação de mercadorias que a Logística executar, certamente a Economia absorverá o impacto, seja ele positivo, seja negativo. Saiba mais A logística é estratégica para a retomada do crescimento da economia, segundo Fiesp. Disponível em: http://www.painellogistico.com.br/a-logistica-e-estrategica-para- retomada-do-crescimento-da-economia-segundo-fiesp http://www.painellogistico.com.br/a-logistica-e-estrategica-para-retomada-do-crescimento-da-economia-segundo-fiesp http://www.painellogistico.com.br/a-logistica-e-estrategica-para-retomada-do-crescimento-da-economia-segundo-fiesp 14 TEMA 5: ASPECTOS INTERNOS DO BRASIL NA LOGÍSTICA INTERNACIONAL O Brasil tem Infraestrutura Logística utilizada como modelo para o mundo, quando o assunto é sistema de fiscalização aduaneira, por exemplo, pois a Aduana faz parte do Sistema Logístico. É necessário, porém, avaliar e considerar a Logística Internacional no Brasil sob dois aspectos principais, são eles: Aspecto técnico-operacional Infraestrutura, essa é seguramente a primeira definição de contexto que se faz ao estudar o aspecto operacional na Logística de um país. A composição desse quesito na economia brasileira não pode ser considerada modelo mundial, a exemplo da questão de fiscalização tributária – por exemplo, quando se mencionou a Receita Federal por meio do Sistema de Comércio Exterior, o Siscomex (abordado a seguir). A incapacidade de citar a infraestrutura da Logística brasileira como modelo mundial é comprovada quando se observa, por exemplo, ocorrências de perdas de dias de trabalho simplesmente para aguardar um navio operar em um porto, por insuficiência de maré necessária para a atracação do navio, ou seja, a insuficiente realização de dragagens nos portos brasileiros (em alguns deles) ocasiona perdas econômicas estrondosas, encarecendo os custos da carga para chegar ao consumidor final, o que pode ser trabalhado na essência para resolução e consequente ganho de escala financeira nas operações de navios em maior quantidade nos portos, tornando o transporte marítimo mais prático e bem gerido pelas Companhias Administradoras dos Portos Privados. Quanto à situação de infraestrutura portuária, faz-se necessária a observação de situações em que o Governo Federal permite às empresas exploradoras dos Portos a condição de modernização de suas unidades, mediante a suspensão tributária para a importação de equipamentos necessários para a modernização de cais, docas, pátios, entre outros espaços, por meio de aquisições de equipamentos de países com melhores condições de fabricação e, principalmente, que ofereçam condições melhores do ponto de 15 vista financeiro. Esse é um fator positivo já observado nas modernizações dos portos brasileiros, sendo possível o ganho de escala de operação de navios, sendo o Porto Privado um importante aliado do país para a melhoria das condições da economia, uma vez que, quanto mais navios operam em seus cais, mais recursos são geridos, e provavelmente maior o número de mão de obra empregado e, consequentemente, o giro econômico tem uma velocidade maior, promovendo crescimento da economia regional e estendendo-se para o país, já que serviços adicionais são atraídos e realizados. A possibilidade de modernização dos portos, por meio de importação de equipamentos com suspensão de tributos incidentes na importação, é disposta na Legislação do Reporto (regime tributário de incentivo à modernização e à ampliação da estrutura portuária), por meio da Instrução Normativa nº. 1.370/2013, em conjunto com outras normas e Leis. O Governo Federal compreende a necessidade de modernização dos Portos do Brasil para uma flexibilidade da economia, pois, na mesma ocasião que deixa de arrecadar tributos com a importação suspensa de tributação, atrai investimentos de altíssimos valores, o que promove a subida a degraus elevados dos cofres públicos, considerando que a geração de mão de obra e a infraestrutura inevitavelmente promoverão retorno tributário aos cofres públicos em dado momento no giro da economia. Saiba mais Para saber mais sobre as regras do Regime Reporto, leia as orientações da Receita Federal. Para isso, acesse o link abaixo. http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/legislacao/legislacao-por- assunto/reporto Aspecto econômico No aspecto anterior, observamos consequências positivas avindas do mecanismo de incentivo aos investimentos promovidos pelo Governo Federal a favor das Empresas de Infraestrutura Portuária. Esse mecanismo de incentivo, ao gerar condições de investimentos de alto valor, desencadeia condições de reinvestimentos em outras áreas. O http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/legislacao/legislacao-por-assunto/reporto http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/legislacao/legislacao-por-assunto/reporto 16 Reporto, por mais que desonere a área tributária em um evento de importação, apresenta inúmeros outros eventos de operações portuárias, nas quais serão gerados recursos financeiros advindos de armazenagens, trânsito maior de caminhões, geração de mão de obra, criação de empregos indiretos na cadeia que se forma na coordenação de uma carga internacional, seja importação, seja exportação. Assim, mais transportadoras terão condições de financiar caminhões para operar transportes em portos com melhores condições; mais operadores logísticos terão condições de vender seus serviços a empresas que importarão e exportarão mercadorias e equipamentos utilizando os serviços de armazéns desses operadores; mais despachantes aduaneiros poderão contratar profissionais para os auxiliarem nas confecções de Declarações de Importação e Exportação, além de geração de mão de obra para execução das tarefas exigidas pela própria Receita Federal ao devido cumprimento de requisitos aduaneiros necessários para conclusão de um Processo de Importação ou Exportação, também mais agentes de cargas internacionais poderão atender aos armadores internacionais, na compra e venda de fretes internacionais, a favor das empresas brasileiras. Todas essas atividades dos intervenientes da Cadeia Logística são geradoras de recursos financeiros, sendo, portanto, agentes econômicos, os quais promovem o crescimento da economia do país. TROCANDO IDEIAS Ao observar algumas das condições da infraestrutura da Logística brasileira, é possível expandir para uma abordagem mais pessoal de cada um de nós, participantes desta aula, uma vez que, seja qual for nossa colocação no mercado de trabalho da Logística, temos nos deparado com situações ora favoráveis, ora desfavoráveis, evidentemente dependente de aspectos externos, como variação cambial, condições climáticas para cargas e descargas em portos, entre outros aspectos. Portanto, está aberto o convite para o Fórum de exposição de opinião – maneira de interpretação técnica operacional – com base na observação. Por exemplo: na vantagem dos portos ao se habilitarem ao Reporto, adquirindo, assim, equipamentos de infraestrutura do mercado internacional, com 17 suspensão tributária, porém essa falta de recolhimento de tributo não prejudica os cofres do Governo Federal, por promover geração de empregos, contratação de serviçosde terceiros, o que implicará crescimento da cadeia econômica, direta ou indiretamente, ligada às operações do porto optante pelo Reporto. Apresente sua análise acerca desse tópico – mesmo que a companhia em que você atue seja contribuinte assídua de tributos de importações (IPI, PIS, Cofins, ICMS e taxa de Marinha Mercante – AFRMM). Considere, com base na melhoria da infraestrutura, o retorno que os portos podem gerar ao receber navios de grande porte e atender a demandas de importação e exportação no geral. NA PRÁTICA Observada a importância de organização na Logística Internacional, por que o Fluxo Financeiro tem o maior peso em momentos de a) Planejamento. b) Venda. c) Transporte. Solução esperada: Observamos, ao longo desta Aula, que os aspectos financeiro e econômico estão 100% ligados às tarefas logísticas, por isso não há como realizar tarefas de processos logísticos sem que se absorva o máximo possível de ações/trabalho do fluxo financeiro, tanto na elaboração de planejamento de projetos de importação ou exportação, pois é o financeiro que acompanhará as variações econômicas externas para promover agendamentos de recebimentos e promoções de pagamentos, além de alimentar o setor de vendas quanto a formatações de preços de vendas de acordo com as disponibilidades de oferta de produtos e serviços, mediante o fluxo de caixa ligado à operação do momento. Considerando que o transporte é visto por muitos como o principal motivo da existência da definição de logística, não há como não mencioná-lo como integralmente dependente das ações do fluxo financeiro da companhia, pois as práticas de compra e venda de fretes internacionais ou nacionais dependerão da disponibilidade de caixa para ocorrerem. 18 FINALIZANDO Observadas as principais considerações existentes nas operações de processos de Logística Internacional, analisamos aspectos técnicos, operacionais e econômicos, definindo situações pertinentes à necessidade de obediência a padrões técnicos da Logística, além de cumprimentos a Normas de Execução da Aduana Brasileira, sendo esta membro da Organização Mundial das Aduanas (OMA), por haver a necessidade de transações comerciais de acordo com as diretrizes tributárias e técnicas, por mais que a Logística em si não seja necessariamente responsável pela questão tributária em processos de importação, mas tem a incumbência de alimentar os setores contábeis e financeiros das companhias para que surtam efeitos positivos, todas as operações que o setor de Logística promover na compra e venda de fretes internacionais, em atendimento aos pré-requisitos da própria companhia e, principalmente, aos pontos legais definidos pela Aduana do país. REFERÊNCIAS BATISTA, Henrique Gomes. Brasil sobe dez posições em ranking de logística do Banco Mundial. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/economia/brasil-sobe-dez-posicoes-em-ranking-de- logistica-do-banco-mundial-19596652>. Acesso em: 18 dez. 2016. BRASIL sobe em ranking de logística. Disponível em: <http://www.ilos.com.br/web/brasil-sobe-dez-posicoes-em-ranking-de-logistica- do-banco-mundial/>. Acesso em: 13 dez. 2016. CALEIRO, João Pedro. 15 países com melhor logística no mundo (e o Brasil em 65º). Disponível em: <http://exame.abril.com.br/economia/15-paises- com-melhor-logistica-no-mundo-e-o-brasil-em-65o/>. Acesso em: 13 dez. 2016. CASTIGLIONI, José António de Mattos. Logística Operacional – Guia prático. 3ª ed. São Paulo: Érica, 2013. IBSOLUTIONS. Logística Internacional – concorrência e globalização. Disponível em: <http://www.ibsolutions.com.br/logis-inter/logistica-internacional- parte-iii>. 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Disponível em: <http://www.portalntc.org.br/media/images/publicacoes/anuario-2013- 2014/files/assets/common/downloads/page0129.pdf>. Acesso em: 18 dez. 2016. PORTAL NTC. Disponível em: <http://www.portalntc.org.br/media/images/publicacoes/anuario-2013- 2014/files/assets/common/downloads/page0129.pdf>. Acesso em: 18 dez. 2016. RAZZOLINI FILHO, Edelvino. Transportes e Modais com Suporte de TI e SI. Curitiba: InterSaberes, 2012. RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Reporto (Regime tributário para incentivo à modernização e à ampliação da estrutura portuária). Disponível em: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/legislacao/legislacao-por- assunto/reporto>. Acesso em: 18 dez. 2016. ROBLES, Léo Tadeu; NOBRE, Marisa. Logística Internacional. 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Por esses requisitos, é cabível a prática de tarefas sob observação de padrões tanto organizacionais quanto legais e técnicos, pois os processos de Importação e Exportação requerem cuidados técnicos que concedam à organização condições de faturamento em escalas sempre superiores, de modo que o Departamento ou Setor de Logística, independentemente da denominação que se dê aos responsáveis pela operação logística, possa traduzir em diferencial competitivo tudo aquilo que tenha sido desprendido em forma de recurso para geração de um projeto de trabalho. Nesta aula, vamos analisar questões de compatibilidade técnica entre as operações de logística e a essência do meio de atuação da empresa, apresentando informações extremamente relevantes para a gestão dos processos logísticos, mediante a empregabilidade de conhecimentos técnicos de logística. Assim, é possível obter resultados impressionantes, considerando ainda que as empresas que atuam como prestadores de serviço logístico, seja na venda de fretes internacionais, seja em serviços de assessoria aduaneira, ou provimento logístico, têm a chave para abertura de cenários propensos à geração de ganhos operacionais e financeiros a companhias. Por isso, a necessidade de observar detalhadamente os processos logísticos, apresentando situações que exemplifiquem a Logística como ferramenta competitiva em prol do crescimento da companhia, orientando os colaboradores quanto às principais atividades da Logística na execução de projetos de trabalhos de importação e/ou exportação, finalizando com as formas de gerir os recursos desprendidos em favor das atividades logísticas, ou seja, as formas de se mantercontrole total sobre os custos logísticos, os quais, pela sua variação de nomenclatura, definições de cálculos de frete etc., representam atividades diretamente promotoras de obtenção de favorecimentos ou ganhos financeiros, ou, caso não sejam bem geridas, podem representar desgastes e dispêndios financeiros não previstos. 3 CONTEXTUALIZANDO A crescente abertura de mercado e a formação de blocos regionais trazem ao novo ambiente empresarial um maior grau de complexidade nas operações. Os desafios de competição, em nível global, com empresas multinacionais e grandes jogadores locais, com táticas e objetivos bem formatados, criam um cenário que requer dessas empresas novas habilidades, estratégias e vantagens competitivas para garantir a eficiência e a lucratividade. Modelos tradicionais, como o de produção em série, que buscavam maior eficiência e menores custos na produção de grandes quantidades, deparam-se com modelos mais flexíveis, que visam atender um cliente mais exigente em diferentes partes do globo. Essa transição de produções enxutas para customizadas faz com que conceitos de competividade sejam modificados e novos modelos, preocupados com qualidade, produtividade e flexibilidade, surjam como alternativa de negócio. Novas ferramentas logísticas tornam-se essenciais para empresas que atuam no mercado internacional. Certamente, aquelas que souberem agregar valor a essas operações, propiciando melhor eficiência na cadeia, terão naturalmente um diferencial estratégico. O incremento do comércio internacional ocasionou a necessidade de meios de transportes e respectiva infraestrutura mais ágil. Essa realidade vem modificando o quadro na movimentação de fluxos materiais e gerando forte modernização desses fluxos, bem como modernizando o setor de transportes, para que este elo da cadeia não se torne uma barreira, mas um ponto solucionável dentro do cenário internacional. O desenvolvimento do conceito de Logística como atividade, além da simples movimentação de produtos, transportes e estoques, vem se tornando fundamental para otimizar os fluxos logísticos, integrando fornecedores, distribuidores e demais elos da cadeia com o objetivo de satisfazer as necessidades dos clientes em qualquer parte do globo. Com a redução de quadros inflacionários em grande parte do mundo, as empresas começaram a pensar na redução de custos como forma de voltar a serem competitivas, estas tendências também podem ser percebidas no Brasil, onde o corte de custo passou a ser essencial para impulsionar as organizações, sendo a Logística uma das principais ferramentas que possibilita esse ajuste. 4 Por esses motivos, a gestão de uma cadeia de abastecimento de importação e exportação torna-se fundamental dentro desse contexto competitivo, em que clientes em pontos diferentes do mundo buscam os mesmos atributos de preço, qualidade, agilidade e nível de serviço. Tudo deve ser observado conforme o cronograma de atividade da empresa e os direcionamentos diretivos e efetivos de cada organização, pois o ambiente organizacional da companhia define as formas que a Logística dessa organização usará para obter ferramentas competitivas em seu meio negócio, ao mesmo tempo que se promove a execução de tarefas na Logística, de modo que esta seja apresentada como um verdadeiro diferencial competitivo entre os mais variados modos de execução de negócio. Para isso, porém, é fundamental que observemos aspectos inerentes à prática técnica das atividades logísticas, para estabelecimento de regras e práticas operacionais permissivas à criação de métodos para os controles dos custos logísticos na sua essência. TEMA 01: LOGÍSTICA E AMBIENTE ORGANIZACIONAL DAS EMPRESAS A Logística, ou prática de tarefas logísticas em uma organização, tem grande referencial de aspecto prático intrinsicamente ligado ao formato organizacional da companhia, pois não há como exercer tarefas logísticas sem que se pratique exercícios ou trabalhos logísticos em reconhecimento às composições do ambiente organizacional de cada companhia. Embora alguns autores mais modernos de teoria administrativa, cada vez mais em número crescente, venham criticando as organizações contemporâneas quanto ao excesso de formalismo na observância do modelo burocrático e de estruturas rígidas de autoridade, acenando com a possível substituição dessas características nas organizações do futuro, não há comprovação científica que defina a incompatibilidade entre o modelo organizacional e as práticas logísticas, o que aprimora o fundamento de que o ambiente organizacional é fator motivador para a definição de como a Logística será coordenada – de forma arrojada ou mais contida –, observando sempre o meio externo antes de qualquer tomada de decisão para aquisição ou venda de um determinado serviço de logística. É necessária a observação de fatores teóricos, fundamentações teóricas ligadas à administração de empresas, entre as quais está a de Peter Drucker, 5 que, ao apresentar um modelo de estudo de estrutura, entende que este deveria envolver as seguintes variáveis: Análise das Atividades Verificar qual trabalho deve ser realizado e a importância de cada atividade desenvolvida. Quanto à gestão e à coordenação de processos de Logística, direciona- se a atenção para a necessidade de contemplação das “leis” internas da empresa, ou seja, quais são as diretrizes fundamentais da organização sob o aspecto de gestão, ou chefia, para que procedimentos de trabalhos logísticos sejam executados sob as ordenanças diretivas da organização, atendendo a programações financeiras, contábeis e jurídicas, para fechamento de contratos de prestação de serviços, pois os aspectos externos interferem diretamente na tomada de decisão, principalmente quando se fala em contratos de prestação de serviços, pois os impactos que estes podem gerar nos resultados das empresas vão de encontro às ordens definidas pelo setor jurídico, seja interno, seja terceirizado, pois a contemplação das regras da companhia dita a maneira de atuação dos profissionais da Logística, por isso a importância de se obter o máximo de conhecimento sobre o aspecto organizacional, sempre buscando a orientação quanto à característica principal da empresa, justamente para não incorrer em falhas que possam comprometer os valores éticos da empresa, como a Missão, Valores, Política de Qualidade. Análise das decisões Apresenta a estrutura administrativa da empresa, a autoridade e a responsabilidade que têm os diferentes níveis de gerência operacional. Segundo Peter Drucker, 90% das decisões são típicas, caindo num número diminuto de categorias, não havendo análise prévia, cerca de 75% das decisões “saem em busca de um lar”, caindo a maior parte em um nível de chefia mais elevado que o necessário. Se a preferência pessoal, em lugar das necessidades objetivas da empresa, tiver o direito de controlar a origem das decisões, tornam-se impossíveis a organização eficiente e o bom desempenho. A principal causa do fracasso das empresas na consolidação de seu desenvolvimento é o fracasso do dirigente principal na delegação daquelas decisões que já não mais devem caber-lhe. 6 Os fatores operacionais ligados à Logística estão necessariamente atrelados às decisões administrativas da companhia, pois refletem resultados operacionais envolvendo aspectos financeiros. Portanto, estas devem sempre ser apresentadas à diretoria, mesmo que seguindo as ordens de organograma, pois as tomadas de decisão quanto à contratação de serviços de logística, ou venda destes devem estar claras. É importante salientar que ao menos o escopo básico do negócio, ou seja, o formato desenvolvido para as execuções operacionais precisa ser exposto para que ajustes possam ser administrados a tempo de correções, bem comoencerramentos de atividades, quando necessário, dependendo dos impactos que as decisões referentes aos projetos possam causar. A seguir, mencionamos duas observações de grande relevância em processos de Gestão de Logística. a) Crítica do planejamento Avaliar soluções de propostas de negócios, bem como pesquisar possíveis erros ou distorções na programação realizada. Os aspectos estrutural-funcionais envolvidos, ainda que a mudança programada não tenha atingido a estrutura do(s) órgão(s) sob intervenção. Os aspectos ligados à efetiva realização do trabalho, como processo, métodos, rotinas, formulários etc. e sua integração com os demais problemas, por exemplo, de processos logísticos que estejam com questões operacionais que demandem tempo para análise de estratégias de correções, reformulação de projetos e práticas operacionais ligadas a procedimentos de reorganização de processos logísticos. b) Implantação Encerrada a crítica do planejamento, elaborado o relatório respectivo e processadas todas as adequações finais no plano ideal, que retrata a solução proposta, a equipe parte para a etapa final do projeto de Logística, sempre considerando duas fases: implantação e controle dos resultados. TEMA 2: LOGÍSTICA COMO FERRAMENTA COMPETITIVA. A logística tem por finalidade atender as exigências cada vez maiores dos clientes ao menor custo possível, administrando o fluxo de materiais e informações em cada atividade que compõe o sistema logístico, desde o fornecedor até o consumidor final. 7 Em decorrência da sua finalidade, a logística pode colocar a empresa à frente de seus concorrentes de duas formas: 1. Proporcionando vantagem de valor, através da oferta de serviços tais como entregam mais rápidas ou agendadas, montagem de produtos, etc.…, gerando valor ao cliente. 2. Proporcionando vantagem de custo, firmando parcerias com fornecedores e clientes empresariais, tornando atividades e processos mais eficientes, realizando compensações para a redução do custo logístico total, etc.…, colocando no mercado produtos com preço menor que os da concorrência. Uma empresa pode ter vantagem de valor, por exemplo, ao oferecer ao pequeno varejista um serviço diferenciado, como pronta-entrega de uma grande variedade de mercadorias que podem ser compradas em quantidades pequenas e com financiamento assegurado pela própria empresa, que também pode incluir assistência técnica. Uma estratégia possível de ser utilizada pela empresa é a seguinte: Todos os produtos colocados em um único centro de distribuição para mantê-los disponíveis e reduzir custos de transporte e prazos de entrega. Veículos próprios para controlar e assegurar a qualidade do serviço. Uso de transit-points, que são galpões utilizados apenas para passar um grande volume de cargas que lá chega para veículos menores que realizam a entrega para o cliente final, tornando o transporte mais barato e reduzindo o tempo de entrega. Telemarketing passivo e consultas on-line ao site da empresa para diminuir o tempo do ciclo do pedido. Telemarketing ativo para aumentar as vendas e, consequentemente, aumentar em menos tempo o volume de cargas nos veículos que chegam e saem dos transit- points, otimizando o uso da frota. Tecnologia da informação para dar maior desempenho na colocação dos pedidos, na operação e gestão da armazenagem e no transporte, através de roteirização e rastreamento do veículo. Já uma empresa pode ter vantagem de custo colocando à disposição de seus consumidores uma grande variedade de produtos com preços menores que os da concorrência. Essa empresa pode conseguir seu objetivo através de uma estratégia, como: Posicionar várias lojas em locais relativamente próximos, uns dos outros, e com intensa movimentação de pessoas, para economizar através de compras em grande quantidade, reduzindo seus custos em propaganda e no reabastecimento. Possuir centro de distribuição e veículos próprios para receber os produtos dos fornecedores e encaminhá-los para o reabastecimento das lojas, o que possibilita a reposição diária dos estoques com menos gastos. Manter preços baixos diariamente para economizar em campanhas de promoções e tornar a demanda mais fácil de prever. Firmar contratos de grandes quantidades e de longos períodos com os fornecedores mais importantes e compartilhar informações, para diminuir os custos com a logística. 8 Utilizar constantemente tecnologia da informação para conectar lojas e fornecedores e determinar a quantidade necessária no estoque para atender as vendas. Pelo fato de o mercado estar cada vez mais exigente e repleto de incertezas, existe a necessidade de adaptação por parte das empresas. A implementação do conceito de Cadeia de Suprimentos pode trazer benefícios tanto para empresa quanto para seus parceiros de negócio, no que se refere ao alcance de vantagem competitiva. O conceito de Cadeia de Suprimentos consiste na integração entre processos logísticos e os processos de outros departamentos (de fornecedores, da empresa principal e de seus clientes empresariais), para ter eficiência (menor custo) ou diferenciação nas atividades realizadas (geração de valor para o cliente). Para alcançar seu objetivo, a cadeia de suprimento deve ser gerenciada de modo a atender a demanda com menos estoque e menor capacidade de oferta de produto não estocado, e isso é possível com o uso de tecnologia da informação. Através do uso de TI, quando um pedido é feito para uma empresa, o seu fornecedor recebe tal informação quase em tempo real e consegue prever as vendas com mais exatidão, fazer o abastecimento, reduzir custos e ter mais agilidade no processo da cadeia como um todo. Também há casos de empresas que tem seu estoque gerenciado pelo fornecedor, o que também é vantajoso para todos os membros da cadeia. Além dos exemplos já citados, o uso de TI, juntamente com um bom planejamento executado com rigor pode tornar sincronizada toda a cadeia de suprimento e dar rapidez no atendimento da demanda, na identificação e na solução de problemas. Tão importante quanto uma estratégia logística é a identificação dos custos e do desempenho das operações e do departamento de modo geral. Dentro desse aspecto podemos citar, ainda que resumidamente, duas ferramentas importantes: o Custeio Baseados em Atividades na Logística (ABC) e o Balanced Scorecard (BSC). O ABC na Logística mede qual é o gasto para que se realize cada atividade ou processo logístico envolvido na produção de um bem ou serviço, o que possibilita saber quais atividades ou quais processos tem maior custo para a cadeia e quais são esses custos. Além disso, serve para avaliar a eficiência das atividades e processos e mostrar quais são os clientes, as regiões ou os canais de distribuição que dão maior margem de lucro para a cadeia e de que forma a Logística colabora para o aumento dessa margem. Com tais informações, pode-se diminuir os gastos das operações ou tornar os serviços mais eficientes. O BSC é um “medidor de eficiência que determina metas e indicadores que cada departamento da empresa ou cada membro da cadeia de suprimentos deve atingir para cumprir a estratégia de negócios traçada, favorecendo a resolução da causa dos problemas e o constante aperfeiçoamento das atividades e dos processos logísticos. Concluindo: A logística pode dar vantagem competitiva reduzindo custos e gerando valor para o cliente final através da oferta de serviços diferenciados, utilizando o conceito de cadeia de suprimentos, tecnologia da informação e ferramentas de gestão como o Custeio Baseado em Atividades Logísticas e o Balanced Scorecard, para que haja um constante aperfeiçoamento do desempenho de cada membro e de toda a cadeia de suprimento. 9 SCM CONCEPT. A logística empresarial como vantagem competitiva. Disponível em: <http://www.scmconcept.com.br/site/a-logistica-empresarial-como-vantagem-competitiva/>.Acesso em: 20 dez. 2016. (grifos nossos). TEMA 3: PAPEL DA LOGÍSTICA COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO Ao contrário do que boa parte dos membros de diretorias de pequenas, médias e grandes empresas entendem, a Logística tem importante papel estratégico nas companhias, o qual pode ser definido como diferencial competitivo, uma vez que os atuantes dessa área contemplam oportunidades de negociações de compra ou venda de serviços logísticos que proporcionam lucros e vantagens financeiras em execuções de projetos de trabalho. A organização de procedimentos operacionais do setor de logística a favor da companhia podem definir parâmetros de execução de tarefas como as expostas a seguir. Elaboração de parâmetros de comparação de valores de fretes Na ocasião em que houver necessidade de contratação de frete internacional, o Departamento de Logística Internacional elabora formatos de comparação de preços/custos desse serviço, a saber: Cotações: tomadas de preços para avaliar a melhor oferta. Budgets: definir limites para contratação dos serviços logísticos. Bids: oferta de compra – Licitação para aquisição de serviço. As oportunidades que a Logística traz à empresa precisam ser aproveitadas ao máximo, pois a concorrência estará sempre observando o que se sucede entre as operações de projetos de trabalho que envolvem serviços inerentes aos propósitos dos concorrentes ou, em outras palavras, a prática profissional em uma companhia não é observada apenas no local de execução dos projetos de trabalho, mas também pelo meio externo, a saber a concorrência. Justamente por essa razão é que se faz necessária uma complexa forma de avaliação dos custos operacionais da Logística, pois é evidente que contratação de serviços gera dispêndios financeiros, que dependem de gerenciamento preventivo, sendo esse este uma tarefa importante no momento em que surge a demanda pelo serviço, que é o tempo que a companhia tem para angariar informações inerentes ao todo do projeto, sendo, por exemplo, a 10 oportunidade de definir o “budget” para a aquisição do serviço, estipulando um limite de gastos, investimentos em relação a um determinado serviço logístico, seja por meio de financiamento bancário, seja financiamento da própria empresa, seja de terceiros sediados no exterior. Independentemente da origem do recurso, é necessário definir o “budget”, justamente para se ter um horizonte de aonde se pode chegar em termos financeiros. Esse procedimento concede à empresa informações capazes de orientar o corpo diretivo na definição de metas e objetivos, pois a previsão financeira para a execução de determinado projeto de trabalho é fator-chave para que a Logística contribua positivamente, mesmo gerando custos, pois, quando se programa os valores necessários para as práticas logísticas, surge a possibilidade de demonstração de diferenciais competitivos, considerando que, quanto mais planejamento, organização e ações da Logística, maior será o êxito e, consequentemente, maior a obtenção de vantagens competitivas para formação de preço de venda com menor impacto de serviços advindos dos custos logísticos. Por exemplo: os custos altos de fretes internacionais, que, mesmo ligados às variações cambiais, são possíveis de serem previstos quando há a gestão desses serviços e seus custos, mediante a prática de cotações/orçamentos com os fornecedores, para que se obtenha razoável retorno qualitativo sobre todas as etapas de pagamentos aos serviços, uma vez que estas foram pré-organizadas já nas cotações ou orçamentos, e para que o fluxo de caixa da companhia esteja ciente da efetiva necessidade de saída/desembolso financeiro para quitação dos compromissos. Essa organização sistêmica preocupada com a situação financeira gera à empresa confiança no Departamento de Logística para que essa ferramenta se torne um diferencial competitivo para a companhia em suas várias frentes de negócio, mas, principalmente, considerando a organização antecipada de programações para o cumprimento dos compromissos. ___________ Há, porém, outra forma de utilizar a Logística como diferencial competitivo, que é por meio da venda de serviços logísticos, na medida em que a companhia atua exatamente com a propagação e a execução de serviços logísticos, sendo eles, desde transporte até armazenagem, estocagem, crossdocking, entre outros intermediários de apoio às práticas logísticas. A configuração de escopos de serviços na Organização que realiza a venda de serviços logísticos passa obrigatoriamente pela necessidade de 11 entender que essas empresas são as responsáveis pela oportunidade de praticar tarefas logísticas, mediante a concepção de que são Promotoras de Diferenciais Competitivos, pois suas estratégias de vendas de serviços tendem a realizar prospecções de vantajosas ações de trabalho, tanto para a empresa promotora da venda do serviço logístico – seja agente de cargas ou transportador, independentemente de qual seja sua atividade fim – quanto estender a vantagens predefinidas em favor de seus clientes, os adquirentes de seus serviços logísticos, pois a compreensão de que quão grande é o ganho financeiro sobre a venda de um serviço, também na mesma proporção desse ganho, é o dispêndio financeiro da Companhia que está pagando por ele, ou seja, é extremamente delicada a organização de tabelas de valores de frete, planilhas de valores de armazenagens para vendas a clientes fiéis ou em potenciais, entre outros serviços. Essa explanação é muito simples de observar porque, ao mesmo tempo que revela a condição de geração de custos pela Logística, também apresenta a programação de vendas de serviços logísticos baseada em opções razoáveis de execução de serviço. Exemplo: a venda de um serviço de frete internacional precisa ser realizada mediante a observação da prática dos valores desse serviço pelo mercado de venda de frete internacional, ou seja, por mais que a aquisição desse frete tenha gerado um custo ao agente vendedor, é necessário que o valor de venda seja fundamentado tanto na possibilidade de aferição de lucro quanto esse lucro esteja numa escala de valores que não ultrapasse a prática convencional do mercado. Caso seja necessário ultrapassar, que seja feito de forma transparente com o cliente, gerando confiança e tornando a Logística um diferencial competitivo sólido e pensado a longo prazo. Isso potencializa que adquirente do serviço volte a requisitá-lo ao fornecedor de forma sequencial. TEMA 4: PRINCIPAIS ATIVIDADES DA LOGÍSTICA INTERNACIONAL. O tema em questão aborda algumas das atividades da Logística Internacional, enfatizando as principais, o que facilita a compreensão de suas atividades. Para melhor entendimento desse tema, sugerimos, inicialmente, a leitura deste material: 12 Leitura obrigatória ROBLES, Léo Tadeu; NOBRE, Marisa. Logística Internacional. São Paulo: InterSaberes, 2015. Ler páginas de 14 a 17 e 18. Essa leitura amplia o entendimento das principais atividades da Logística Internacional, a saber: Transporte Sob qualquer ponto de vista – econômico, político e militar –, o transporte é, inquestionavelmente, a indústria mais importante no mundo. (Congresso dos EUA) O transporte representa o elemento mais importante do custo logístico na maior parte das firmas. O frete costuma absorver dois terços do gasto logístico e entre 9% e 10% do produto nacional bruto1, para a economia americana como um todo. Por essa razão, o especialista em Logística deve ter conhecimento desse tema. Um sistema de transporte doméstico, por exemplo, refere-se a todo conjunto de trabalho, facilidades e recursos que compõe a capacidade de movimentação na economia. A atividade do transporte na Logística Internacional inicia-se anteriormente ao embarque, ao carregamento de determinadacarga, seja qual for o veículo e modal de transporte. E isso se comprova pelo fato de a preparação dos documentos para acompanhar a carga e a composição de custos a serem praticados sobre os transportes antecedem o carregamento, ou estufagem em um contêiner, por exemplo. Partindo dessa premissa básica de que o transporte não se inicia na parte física da colocação da carga em um veículo transportador, isso nos traduz a real importância da organização de processos de trabalho na atividade de transporte, pois, quanto mais alto for o grau do planejamento desse transporte, mais alto será o nível de sucesso a ser obtido em sua execução. Armazenagem Não muito distante do transporte, a armazenagem é uma atividade extremamente importante no escopo da Logística. Por ser um serviço que reflete 13 posse da mercadoria de terceiros por um determinado período, a demanda exige cuidados extras em relação ao transporte. Mesmo o transporte exercendo domínio temporal sobre a mercadoria do cliente, o processo de armazenagem requer maior atenção, pois os riscos envolvidos em sua execução são compreensivelmente maiores, já que, dependendo do tipo ou característica da mercadoria armazenada, maiores serão as atenções atreladas ao seguro, à vigilância, ao controle de entrada e saída, à disponibilização para inspeções e vistorias, entre outros serviços que possam vir a ser requeridos. Manutenção de estoques Apesar de ser considerada por muitos como atividade primária, a manutenção de estoques representa significativa atividade para qualquer empresa que dependa da terceirização, considerando o momento, ou a configuração da disponibilidade física da Companhia, seja por dimensão do espaço de barracão ou pátio. A administração ou gerenciamento de estoques, quando terceirizada, é precedida de ferramentas de acompanhamento, pois a empresa depende do fluxo dos materiais constantes no estoque para dar sequência em suas atividades profissionais. A manutenção de estoques, portanto, permite à Companhia adquirente do serviço uma concentração melhor de esforços e recursos em seu escopo principal de negócio, seu core business, que é a atividade fim a que a empresa se preza a executar, porém o uso extensivo de estoques resulta no fato de que, em média, eles são responsáveis por, aproximadamente, 60% a 75% dos custos logísticos, os quais tornam a manutenção de estoques uma atividade-chave na logística. Para se ganhar tempo e dinamismo diante da concorrência e credibilidade diante dos clientes, o estoque deve estar próximo aos consumidores ou aos pontos de manufatura. Saiba mais Plano Nacional de Logística e Transportes – PNLT O PNLT foi desenvolvido pelo Ministério dos Transportes – MT, em cooperação com o Ministério da Defesa – MD. 14 O objetivo é formalizar e perenizar instrumentos de análise, sob a ótica da logística, para dar suporte ao planejamento de intervenções públicas e privadas na infraestrutura e na organização dos transportes, de modo que o setor possa contribuir efetivamente para a consecução das metas econômicas, sociais e ecológicas do país, em horizontes de médio a longo prazo, objetivando o desenvolvimento sustentado. Trata-se, essencialmente, de plano indicativo, em processo de reavaliação periódica, que permitirá visualizar o necessário desenvolvimento do setor de transportes, de acordo com as demandas futuras, resultantes da evolução da economia nacional e sua inserção no mundo globalizado. MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, PORTOS E AVIAÇÃO. Conheça o PNLT. Disponível em: <http://www.transportes.gov.br/conteudo/2815-conheca-o-pnlt.html>. Acesso em: 21 dez. 2016. TEMA 5: CONTROLES DE CUSTOS LOGÍSTICOS Entre as várias funções da Logística, uma exige profunda atenção e compreensão: o controle dos custos. Os clientes demandam cada vez mais um serviço melhor, e não estão dispostos a desembolsar nada por ele, o que significa constante melhora no nível de serviço sem custo adicional ou agregado. Se, por um lado, o preço é o elemento que qualifica a empresa a entrar ou mesmo manter-se no mercado; por outro, o nível de serviço diferencia a empresa com relação aos concorrentes. Desta forma, é possível dizer que a Logística assume importante função na constante busca de mercado para seus produtos ou serviços, além, é claro, de agregar valor a eles. Entre várias formas com que a Logística contribui para agregar valor aos bens e produtos de uma empresa, estão: maior redução no prazo de entrega; disponibilidade maior de produtos; melhor cumprimento no prazo de entrega; entrega com horário determinado; facilidade de colocação de pedidos. É evidente que, quanto mais a empresa se aplica na diferenciação dos serviços prestados aos seus clientes, mais elevados serão seus custos. Isso 15 pode até levar a um estudo pormenorizado, a fim de verificar a viabilidade da operação. Citação dos Elementos dos Custos Logísticos. Os Custos Logísticos são formados, basicamente, por quatro elementos distintos: processamento de pedidos, armazenagem, estocagem e transportes. Dessa forma, fica mais prática a análise referencial sobre os Custos Logísticos para uma composição de formato para Controle ou Gestão. A seguir, há uma abordagem detalhada. Custos com Processamento de Pedidos Dos quatro elementos que integram o sistema de custos logísticos, os apurados com o processamento de pedidos têm menor peso, porém sua inclusão se torna necessária porque, em muitos casos, traduz um feedback para a determinação do serviço prestado ao cliente: ressuprimento, que se refere às compras; venda, que corresponde aos pedidos dos clientes. Ao analisar os custos de processamento de pedidos, é preciso considerar o que normalmente se apura na maioria das empresas, conforme o quadro seguinte: Componente % Processamento 29 Recursos Humanos 33 Materiais 25 Outros 13 Total 100 Custos com armazenagem A crescente exigência do mercado com relação à disponibilidade, à variabilidade, à rapidez na entrega e à intolerância com relação a erros leva a empresa a manter um eficiente gerenciamento das atividades ligadas ao armazenamento, custos crescem na mesma proporção, tendo em vista as exigências também por parte dos clientes quanto ao serviço. 16 A variação dos custos ocorre conforme a característica da empresa, a saber: Indústrias – foram forçadas a rever suas estratégias de armazenamento, buscando alternativas diante do aumento da quantidade de pedidos e da variabilidade dos itens com o objetivo de amenizar, racionalizar ou mesmo diminuir os custos com esse importante elemento da formação dos custos totais. Empresas comerciais – os custos com armazenagem são expressivos também, tendo em vista os espaços disponíveis em stands de comercialização, que são disputados, e o próprio giro de estoque, mais veloz. Custos com Estocagem Esses tratam especificamente daqueles ligados aos materiais em si. As empresas vêm se mobilizando para diminuir ao máximo seus valores. Tais custos chegam, em alguns casos, a ser responsáveis por uma faixa entre 10% e 40% do custo total de um produto, segundo estudiosos do assunto. É necessário levar em consideração que o custo de estocagem é sempre variável e crescente, na medida em que se aumenta o nível de estoques, chegando a um estágio que, quando elevado, pode, inclusive, prejudicar o capital de giro. Dessa forma, seu controle se faz necessário e a busca constante por um excelente nível de serviço deve ser um objetivo a ser perseguido pela empresa. Elementos dos custos com estoques Custos de oportunidade do capital parado. Custos com impostos e seguros. Custos com risco de manter estoques. Custos com faltas. Custos com transportes Podemos considerar este o maisimportante dos custos logísticos, pois a empresa pode tanto tê-los dentro de sua organização quanto terceirizar a movimentação dos produtos ou mercadorias para o cliente final. 17 Cabe ressaltar uma diferença entre produto e mercadoria: produto é aquele que a Indústria coloca finalmente para venda; mercadoria é o mesmo produto que chega para ser comercializado ao cliente final. Para efeito de ilustração, considere o transporte rodoviário de cargas, pois, segundo especialistas, essa modalidade detém e é responsável por faturamento anual em torno de R$ 45 bilhões; movimentação de cerca de 2/3 do total de cargas do País; operação com mais de 350 mil transportadores autônomos, 12 mil empresas transportadoras e mais de 50 mil transportadoras de carga própria. Portanto, o Controle dos Custos, para que seja gerenciado com eficácia, demanda uma profunda análise no todo do Projeto Logístico da Empresa, de modo que se obtenha resultado positivo e efetivamente prático sob o ponto de vista tanto financeiro quanto econômico. Curiosidade Para finalizar esse tema (Controle dos Custos), é importante observar duas definições impactantes nessa gestão de processos: custos fixos e custos variáveis. Fixos: ocorrem independentemente da movimentação de um veículo. Exemplos: depreciação, remuneração do capital, salários e obrigações trabalhistas em relação aos motoristas e ajudantes eventuais. Variáveis: variam de acordo com a distância percorrida. Exemplos: combustível, lubrificação, manutenção, pneus, cobertura de risco. TROCANDO IDEIAS Aula expositiva sobre a composição de fatores financeiros na área da Logística, portanto, fundamentalmente exigente, já que as empresas, na sua maioria, se propõem a dar lucro aos seus acionistas e proprietários, além de suas atuações inerentes à responsabilidade social. Com essa máxima de interpretação, propomos uma troca de ideias sobre as temáticas abordadas neste material, desde a fundamentação teórica referente 18 ao ambiente organizacional das Companhias até a relação que a Logística traça com todas elas. Sinta-se envolvido(a) em um Projeto de Trabalho em que a atividade da Logística requer uma apresentação das práticas desse departamento, como uma figura de Ferramenta Competitiva para o Negócio da Empresa, ou seja, a Logística não deve se configurar apenas como gerador de custos e dispêndios financeiros para atendimento às necessidades dos projetos. Finalizando essa etapa, fica o convite para que todos aprofundemos a pesquisa sobre os assuntos relativos à Logística como Ferramenta Competitiva e o Controle sobre os Custos Logísticos, sendo esses dois os temas que certamente nortearão o Gestor de um Projeto Logístico a focar seus esforços de mão de obra além dos financeiros, em prol da conquista do sucesso no Projeto. NA PRÁTICA Na observação de fatores como elaboração de parâmetros de comparação de valores de fretes, comente a importância de se utilizar práticas como cotações, budgets e bids. Solução Esperada Para solucionar essa questão, primeiramente necessitamos raciocinar sob o ponto de vista de quem “paga a conta”, que é o Departamento financeiro. Essa forma de raciocínio nos fará imaginar situações surpresas, como receber uma fatura que não estava na programação de pagamentos para aquele mês. Por isso, a importantíssima relevância da combinação dos três fatores, como as Cotações dos Serviços Logísticos a serem contratados justamente para provisionamento financeiro de acordo com o que foi predefinido nas cotações e orçamentos, pois o Setor Financeiro se programará de acordo com as disponibilidades monetárias que lhe couber, porém sempre baseado nas informações recebidas do Departamento de Logística, que é o contratante/adquirente do serviço terceiro de logística. Em relação aos budgets, é importante frisar que o Departamento Financeiro com a Alta Direção normalmente são os que definem a composição dessa importante ferramenta de auxílio à Administração, pois os departamentos da empresa terão um leque de opções em termos de valores por períodos 19 preestabelecidos, os quais a nortearão em relação às aquisições de serviços ou produtos e mercadorias que cada Departamento tenderá a praticar. Por isso, o Setor de Logística, ao receber seu budget para o período previamente definido, deverá se programar para executar as compras e as aquisições dos seus serviços mediante cotações, de forma que sejam atendidos os valores preestabelecidos no budget pela Direção da Companhia, em conjunto com o Departamento Financeiro. A formação dos BID´s supre a necessidade de se buscar o melhor preço para a prática de um determinado serviço, considerando que, se há um budget a ser seguido, a composição dos BID´s (variam na sua duração em termos de tempo, mas na Logística, nunca ultrapassam 2 anos de extensão, ou seja, é um período já conhecido no meio de negócios da Logística Internacional) defini parâmetros, como qualidade do serviço esperado na contração, valores, formas de pagamento, entre outros. FINALIZANDO Abordamos temas de suma importância para o galgar seguro de degraus na escala de trabalho na Logística Internacional. Esses degraus, simbolicamente aqui citados, dizem respeito às formatações de diretrizes básicas de negócios na Logística, como definição de ferramentas competitivas para o Setor de Logística, comparação ou paralelo entre a Composição da Organização e as atividades da Logística em sua extensão de atividades, também em consonância com as questões de Controles dos Custos Logísticos, os quais compõem a grande configuração de ações de trabalho da Logística, por isso são tratados com uma vasta composição de informações no presente material, pois, quanto maior for o nível de excelência dessa etapa de serviço na Logística, muito provavelmente maior será o nível de êxito da execução do projeto na Companhia. 20 REFERÊNCIAS CASTIGLIONI, J. A. M. Logística operacional: guia prático. 3ª ed. São Paulo: Érica, 2013. CURY, A. Organização e métodos: uma visão holística. 7.ª ed. São Paulo: Atlas, 2000. MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, PORTOS E AVIAÇÃO. Conheça o PNLT. Disponível em: <http://www.transportes.gov.br/conteudo/2815-conheca- o-pnlt.html>. Acesso em: 21 dez. 2016. RAZZOLINI FILHO, E. Transportes e Modais com Suporte de TI e SI. Curitiba: InterSaberes, 2012. ROBLES, L. T.; NOBRE, M. Logística Internacional. São Paulo: Intersaberes, 2015. SCM CONCEPT. A logística empresarial como vantagem competitiva. Disponível em: <http://www.scmconcept.com.br/site/a-logistica-empresarial- como-vantagem-competitiva/>. Acesso em: 20 dez. 2016. LOGÍSTICA INTERNACIONAL AULA 3 Prof. João Marcos Andrade 2 CONVERSA INICIAL Todo o profissional de logística depende de fundamentos teóricos para embasar suas decisões, os quais encontram-se dispostos em literaturas específicas da área. Nesta aula, vamos abordar alguns dos principais conceitos logísticos e a alocação de fatores técnicos para o estabelecimento de estratégias operacionais em momentos decisivos quanto à contratação ou à venda de um serviço de frete internacional, seja qual for o modal de transporte. Também serão trabalhados fatores inerentes à composição de dados para a elaboração de documentos instrutivos aos processos logísticos, de acordo com as disposições legais definidas pela Aduana Brasileira. CONTEXTUALIZANDO Assim como qualquer outro subsistema organizacional, o logístico exige um planejamento detalhado, derivado do planejamento estratégico da organização, e que se desdobre para cada um dos seus subsistemas principais, como é o caso do transporte. O dia a dia nas atividades operacionais de transporte
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