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AULAS 15 E 16 - IED PRIVADO I

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AULAS 15 E 16 – BENS JURÍDICOS 
1. Conceito: Bem jurídico é tudo aquilo que pode ser objeto de uma relação subjetiva – seja material ou não, tendo valor econômico ou não. O ser humano, em si, não é bem jurídico, entretanto, o corpo humano, sim. Além disso, a vida, a honra e a imagem são outros bens jurídicos. Objetos inalcançáveis também não são considerados bens jurídicos, como, por exemplo, o Sol. 
2. Classificação dos bens jurídicos: 
2.1 – Bens desconsiderados em si mesmo: Critério que leva em consideração as características intrínsecas (internas);
2.2 – Bens reciprocamente considerados: Critério que leva em consideração eventuais vínculos entre diferentes bens – tratando um como o bem principal e o outro, como o bem acessório. Nesse sentido, nenhum bem jurídico será principal e acessório dele mesmo; 
2.3 – Bens quanto ao titular do domínio: Critério que visa a saber se um bem é público ou privado; 
 
3. Os bens desconsiderados em si mesmo: 
3.1 – Bens corpóreos x bens incorpóreos: Essa classificação não é expressa no Código Civil em virtude da sua simplicidade. Os bens jurídicos corpóreos são aqueles que apresentam existência física – como um celular. Esses bens jurídicos são alienados através do contrato de compra e venda. Por outro lado, os bens jurídicos incorpóreos não apresentam existência física – como os direitos de personalidade, tais como honra, imagem, vida, entre outros. Esses bens jurídicos são alienados através do contrato de acessão; 
3.2 – Bens móveis x bens imóveis: 
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II - o direito à sucessão aberta. 
Os bens imóveis são classificados em:
a) Imóveis por sua própria natureza: o solo e tudo aquilo que se encontra naturalmente a ele incorporado;
b) Imóveis por acessão artificial ou industrial: construções e plantações – relacionados à apropriação do solo pela ação humana;
c) Imóveis por determinação legal: direitos reais sobre imóveis e ações que os asseguram e o direito à sucessão aberta (Art. 80 do CC); 
O direito de garantia sobre um bem imóvel trata-se de um bem imóvel – como no caso da hipoteca de um apartamento como garantia do pagamento de uma quantia a um banco. Ademais, o direito à sucessão aberta também é considerado um bem imóvel – independentemente da natureza do acervo sucessório.
OBS: A lei trata com maior rigor as relações jurídicas que dizem respeito aos bens imóveis, sendo essa constatação uma reminiscência histórica do período medieval (embora existam, na atualidade, bens móveis mais caros em comparação a bens imóveis – a exemplo de alguns automóveis). 
OBS: Durante a vigência do Código Civil de 1916 falava-se dos bens imóveis por ascensão intelectual, entretanto, tal classe foi abolida a partir do Código Civil de 2002. 
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
I - as energias que tenham valor econômico;
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
A doutrina, além desses mencionados anteriormente, criou os bens móveis por antecipação legal. 
Nesse sentido, os bens móveis são classificados em: 
a) Móveis semoventes: Bens suscetíveis de movimento próprio – como os animais, no modo geral; 
b) Móveis por sua própria natureza: Bens suscetíveis de remoção por força alheia, sem destinação da substância ou da função econômico-social (não se destrói nem alteração a sua função econômico-social). Ex: árvore; 
c) Móveis por determinação legal: A lei determinou que tais bens fossem considerados móveis – independentemente da sua natureza. Pode-se citar, nesse âmbito: as energias que têm valor econômico (energia elétrica), o penhor (ato de penhorar/confiscar), as quotas, as ações de sociedades empresárias, os direitos do autor e o direito de débito/crédito; 
d) Móveis por antecipação legal: Trata-se de uma criação doutrinária que considera que determinados bens, embora incorporados ao solo, podem ser dele desincorporados e servir como objeto de relações jurídicas – com o fito de facilitar as relações comerciais. A título exemplificativo pode-se citar os pés de eucalipto; 
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
I - as energias que tenham valor econômico;
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. 
Observa-se que, após empregados, os materiais de construção são considerados bens imóveis. Após retirados, deve-se indagar o seguinte: foi retirado para ser reempregado na mesma construção (não perde a condição de imóvel) ou se foi retirado para demolição (perde a condição de bem imóvel, tornando-se bem móvel). 
3.3 – Bens fungíveis x bens infungíveis: 
Conforme, o Art. 85 do CC, são três as características dos bens fungíveis: espécie, qualidade e quantidade. Ex: 100 (quantidade) sacas de café (espécie) do tipo exportação (qualidade). Nesse sentido, são bens substituíveis. 
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
Todo bem imóvel é infungível (como uma casa, por exemplo). Somente podem ser fungíveis os bens móveis, todavia, nem todos os bens móveis são fungíveis. 
Os bens infungíveis não podem ser substituídos. Por exemplo: Um livro qualquer (bem fungível) x um livro recebido com a dedicatória do autor (bem infungível). 
OBS: O valor sentimental pode transformar um bem fungível em um bem infungível – como uma aliança de casamento ou a caneta com a qual o Presidente da República sancionou uma lei importante. 
OBS: Um bem infungível pode se concretizar como tal via contrato, uma vez que, por exemplo, um indivíduo pode requerer a devolução de determinado bem (e somente este) a partir de uma previsão contratual. 
3.4 – Bens consumíveis x bens inconsumíveis: 
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.
Os bens consumíveis podem ser, a título exemplificativo, alimentos e combustíveis. 
Apesar de não estarem expressamente contidos na CF/88, os bens inconsumíveis são o oposto dos bens consumíveis – como imóveis, roupas, eletrônicos, etc. 
Existe, ainda, consoante o artigo analisado acima, a chamada consuntibilidade jurídica: Todo bem destinado à alienação é considerado consumível, pouco importando o seu caráter naturalístico. Por exemplo, uma roupa, enquanto permanecer na loja destinada à venda, será considerada um bem juridicamente consumível. 
3.5 – Bens divisíveis x bens indivisíveis: 
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.
Partindo dos pressupostos contidos no referido artigo, uma saca de 50kg de café pode ser considerado bem divisível. Por outro lado, roupas, animais e pedras preciosas são considerados bens indivisíveis. 
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes. 
As partes podem, em um contrato, podem tornar indivisível algo que é, naturalisticamente, divisível. 
3.6 – Bens singulares x bens coletivos: 
Os bens coletivos correspondem à reunião de uma pluralidade de bens singulares.Por exemplo, uma biblioteca trata-se de um bem coletivo constituído a partir do conjunto de bens singulares (livros). 
As universalidades de fato são constituídas pela pluralidade de bens e podem ser desfeitas a qualquer momento. Já as universalidades de direito somente podem ser desfeitas em virtude da lei. 
4. Os bens reciprocamente considerados: Conforme já mencionado, quando se fala em bens reciprocamente considerados, é necessário analisar mais de um bem jurídico simultaneamente, com o fito de identificar o bem principal e o bem acessório. 
O conceito de bem principal é expresso no Art. 92 do Código Civil – sendo aquele que existe sobre si, abstrata ou concretamente: 
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal. 
O bem acessório é aquele cuja existência supõe o bem principal.
A árvore, por exemplo, existe sem os furtos, mas estes não existem sem a árvore. Nesse sentido, a árvore seria o bem principal e os frutos, bens acessórios. 
Essa compreensão deve vir acompanhada pelo princípio da gravitação jurídica, o qual determina que as relações jurídicas envolvendo os bens jurídicos principais englobam, automaticamente, os bens acessórios. Quando se vende, por exemplo, o bem principal sem se dispor nada sobre os bens acessórios, infere-se que esses bens acessórios também são tocados pelo contrato. 
4.1 – Classificação dos bens acessórios: 
a) Pertenças: 
Art. 93 (CC). São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. 
Com base no direito comparado suíço: 
Fazem parte integrante tudo que, de acordo com o uso local, constitui um elemento essencial da coisa e não pode dela ser separado sem a destruir, deteriorar ou alterar. 
Por exemplo, um telhado, as partes, os vasos sanitários, as paredes são essenciais à casa e, nesse sentido, não podem ser separados do bem principal sem destruí-lo. 
Ademais, são pertenças as cortinas, móveis e objetos decorativos da casa – a título exemplificativo (não são partes integrantes, mas apresentam cunho duradouro ao serviço ou ao aformoseamento de outro). 
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.
b) Frutos: 
Doutrinariamente, frutos são utilidades que o bem principal, periodicamente, produz e cuja percepção não altera a substância do bem principal. 
Os frutos podem ser classificados quanto à natureza ou quanto à sua ligação com o bem principal.
Quanto à natureza, os frutos podem ser 
· Naturais: aqueles surgidos pelo desenvolvimento orgânico - como as crias dos animais e furtos das árvores;
· Industriais: aqueles que resultam da atividade industrial;
· Civis: aqueles que possibilitam a percepção de uma renda, ou seja, o bem principal produz dinheiro de maneira imediata – Ex: os frutos de um capital aplicado, os aluguéis de um imóvel;
Quanto à sua ligação com o bem principal, os frutos podem ser: 
· Colhidos: já foram separados do bem principal – que são subdivididos em estantes (armazenados) ou consumidos (já utilizados);
· Pendentes: ainda não foram colhidos embora já esteja no prazo de colhimento; 
· Percipiendos: não foram colhidos porque ainda não chegou o período de colhimento;
c) Produtos: 
São utilidades produzidas pelo bem principal cuja alteração provoca alteração do bem principal. Cada vez que o produto é colhido, reduz-se a substância do bem principal. A título exemplificativo pode-se citar as jazidas (bem principal) de ouro (bem acessório), tendo em vista que a extração de ouro vai reduzindo a jazida até o seu esgotamento. 
d) Benfeitorias: 
São obras que visam à melhoria ou à reparação na estrutura de um bem principal. A benfeitoria não faz surgir um bem novo. Por exemplo, a pintura de uma casa ou a ampliação desta correspondem a benfeitorias. 
OBS: Se um reparo promover o surgimento de um bem novo, esse fenômeno é chamado de acessão. 
As benfeitorias podem ser:
· Necessárias: são aquelas realizadas para conservar o bem ou evitar a sua deterioração. Por exemplo, a pintura de uma casa antiga; 
· Úteis: são aquelas que aumentam ou facilitam o uso do bem. A título exemplificativo pode-se citar a construção de um quarto a mais ou de uma cobertura para uma vaga de garagem;
· Voluptuárias: são as de mero deleite ou recreio, ou seja, voltadas para estética ou lazer. A título exemplificativo pode-se citar a construção de uma estátua no jardim; 
OBS: Um armário (diferentemente de uma guarda-roupa que trata-se de uma pertença) corresponde a uma benfeitoria útil. 
OBS: O bem pode mudar de condição conforme as peculiaridades do contexto em que se encontra. Uma piscina em uma academia trata-se de uma benfeitoria útil, enquanto que esse mesmo bem é uma benfeitoria voluptuária (voltada para o lazer). 
Essa classificação é melhor evidente no Art. 96 do CC: 
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
§ 1 o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
§ 2 o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
§ 3 o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
5. Bens quanto ao titular do direito: 
Os bens públicos são administrados por pessoas jurídicas de direito público (União, estados, autarquias, municípios, fundações públicas...), sendo os demais bens, privados. 
Art. 99. São bens públicos:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Consoante o artigo mencionado acima, os bens jurídicos públicos podem ser: 
a) De uso comum do povo – tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; 
b) De uso especial, sendo estes não somente administrados, mas utilizados pelas pessoas jurídicas de direito público – tais como edifícios ou terrenos (como uma delegacia de bairro);
c) Dominicais: aqueles que não são afetados, ou seja, são desprovidos de finalidade pública, tais como as denominadas terras devolutas; 
OBS: Os bens jurídicos públicos não admitem usucapião (conforme o Art. 102 do CC), uma vez que não podem ser propriedade de particulares. 
OBS: Os bens jurídicos públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis enquanto conservarem a sua qualificação – consoante o Art. 100 do CC; 
É possível ocorrer a mudança de afetação. Ex: Uma escola, pela administração pública (por lei ou decreto, por exemplo), pode ser derrubada para a construção de uma praça pública caso haja esse interesse. 
Além disso, pode ocorrer a desafetação, isto é, a transformação do bem de uso especial em um bem dominical. 
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

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