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Exercício 1.1 - Introdução ao ambiente do QGIS Iniciando 1. Faça o download do QGIS através do site www.qgis.org/pt_BR/site/forusers/download.html, atente-se para os seguintes aspectos: a. Se você utiliza Windows, será necessário verificar se seu sistema é 32 ou 64 bits. Para tanto, no menu iniciar selecione Configurações → Sistema → Especificações do Dispositivo ou Sobre → Tipo de Sistema. b. Existem diversas versões do QGIS disponíveis para download. O mais aconselhado é que se utilize sempre a versão “Lançamento de longa duração” ou “Mais estável”. c. Tendo realizado o download, a instalação pode ser feita com a configuração padrão sugerida pelo instalador. 2. Terminada a instalação você perceberá que uma pasta é adicionada a sua área de trabalho. Dentro da mesma existem 2 ícones de inicialização do QGIS, um simples e outro com o complemento GRASS (Geographic Resources Analysis Support System), que é um SIG muito utilizado para processamento de imagens e modelagem espacial. Você pode iniciar a versão integrada com o GRASS, que será explorada ao final desse tutorial. 3. Uma vez que o sistema tenha sido carregado, note que a interface possui quatro componentes distintos. No topo nós temos o menu principal com opções diversas de manipulação de dados, além da aba “Complementos” que permite que pacotes para aplicações específicas sejam baixados. Note que ao clicar com o botão direito do mouse nessa barra, expande-se uma janela com diversas opções de exibição de painéis e ferramentas. Por hora, basta que estejam habilitados os painéis Barra de ferramentas do projeto, Mapa de navegação e Atributos. 4. No painel à esquerda está barra de camadas que pode ser utilizada para acessar e controlar os dados presentes no projeto. Passe o cursor sobre os ícones para visualizar suas respectivas funções. No centro se encontra o mapa de visualização e na parte inferior a barra de estado, que mostra o sistema de coordenadas, a rotação e escala do mapa. Na parte inferior a esquerda você perceberá que é possível acompanhar o status das tarefas que foram executadas. Igualmente ao TerrSet, você perceberá que ao mover o cursor sobre os ícones da barra de ferramentas um pequeno rótulo surgirá abaixo informando sua função. Isso é chamado de dica. Várias outras feições da interface do QGIS também incorporam dicas. Projetos Realizaremos nesse exercício as mesmas etapas executadas no TerrSet, por isso é importante que você tenha finalizado o “Tutorial TerrSet” antes de iniciar esse, de modo a comparar o passo-a-passo e visualizar as vantagens e desvantagens de cada SIG. Diferentemente do TerrSet, no QGIS não é possível vincular um diretório (Working folder ou Resource folder) e acessar seus arquivos diretamente pelo explorador. Por tanto, cada arquivo que desejamos acessar deve ser aberto de maneira individual. 1. No Menu Barra de Ferramentas clique em Camada → Adicionar nova camada → Adicionar camada raster. Você pode também utilizar o atalho Ctrl + Shift + R. Selecione como tipo de fonte Arquivo e no ícone com três pontinhos navegue até a pasta Tutorial QGIS 2. Abra o arquivo SIERRADEM.TIF. Note que o software seleciona automaticamente a palette (tabela de cores) cinza para exibir o arquivo. No painel de camadas você pode visualizar agora o nome do arquivo que acabou de abrir e, ao clicar na seta à esquerda pode visualizar o valor mínimo e máximo dos pixels http://www.qgis.org/pt_BR/site/forusers/download.html que compõem o arquivo raster. Você pode ainda, habilitar e desabilitar a visualização da camada clicando no ícone em formato de olho. 2. Para alterar a tabela de cores de visualização, clique com o botão direito no nome do arquivo no painel de camadas e abra a janela Propriedades. Em Simbologia, altere o Tipo de Renderização para Banda simples falsa-cor. Verifique se os valores de mínimo e máximo condizem com os observados anteriormente. Nas Configurações de Valor Min/Max selecione o método de interpolação como Linear e o Gradiente de cores como Spectral. Abaixo da caixa com as classes, selecione o Modo como Intervalo igual. Clique em Apply e verifique que, apesar de dar a ideia de continuidade, a visualização ficou com as cores invertidas em relação àquelas do TerrSet. 3. Novamente em Gradiente de cores selecione a opção Inverter gradiente de cores. Agora sim, tem-se a visualização com cores mais quentes representando os valores mais altos. Esta imagem é um Modelo Digital de Elevação (Digital Elevation Model - DEM) de uma área na Espanha. Ao mover o cursor sobre o mapa, é possível visualizar as respectivas coordenadas na barra de estado. Para identificar os valores dos pixels clique em Identificar feições no painel Atributos no menu principal. No mesmo painel você encontra a ferramenta de medidas, que dispõe das opções Linha, Área e Ângulo. Tal qual ao TerrSet, um clique com o botão esquerdo inicia a medição e com o botão direito finaliza. IMPORTANTE: Lembre-se de que é necessário ativar a visualização dos componentes de Painéis e Barra de ferramentas clicando com o botão esquerdo do mouse no Menu Barra de Ferramentas. Uma vez ativados, os ícones ficarão fixados mesmo ao fechar e abrir novamente o QGIS. Da mesma forma que as cores, o software seleciona automaticamente o Sistema de Referência de Coordenadas (Canto inferior direito), a partir da primeira camada adicionada ao projeto. Como a visualização de todas as camadas se dá no mesmo mapa, é importante que todas estejam com o mesmo SRC, caso contrário haverá inconsistências na sobreposição prejudicando, portanto, a localização de pontos de interesse. Para verificar o SRC do projeto basta clicar no símbolo . Para verificar o SRC de cada camada: 4. Clique com o botão direito do mouse sobre a camada → Propriedades → Informação. Nessa aba você encontra todas as informações pertinentes à relativa camada que está utilizando, nesse caso, valores de min/max e largura/altura por ser um dado raster. Organização do Menu Inicialmente você verá 11 seções dispostas no menu. O número de janelas pode variar ao longo do uso em função dos complementos que são instalados pelo usuário. Muitas das opções dispostas nas janelas também se encontram disponíveis no painel. Thiago Ualace Máquina de escrever 1 Thiago Ualace Máquina de escrever 2 1. Salvaremos nosso projeto na opção Salvar como IMPORTANTE: É indicado que o nome de todos os arquivos utilizados no projeto, das pastas nos quais os arquivos se encontram e do projeto em si não possuam caracteres especiais, nem mesmo espaço entre as palavras. Algumas ferramentas utilizadas no QGIS podem não localizar os arquivos em virtude desses caracteres. Você perceberá que o QGIS segmenta as opções de ferramentas em Raster e Vetorial. Além das opções dispostas nessas duas janelas é possível ter uma visão geral de todas as possibilidades que o QGIS nos oferece em Processar → Caixa de ferramentas. Nesse menu, além das opções oferecidas pelo próprio QGIS são dispostas ainda as do SIG GRASS, que falamos anteriormente, e todas as outras opções de complementos que foram instalados. Nos interessa nesse momento extrair as curvas de nível a partir do Modelo Digital de Elevação: 2. Na janela Raster → Extrair → Contorno selecione SIERRADEM.TIF como arquivo de entrada. Em Equidistância entre contornos insira o valor 100. Como arquivo de saída, em Contornos selecione Salvar no arquivo... Defina uma pasta em seu computador e determine o nome como CONTOURS. Lembre-se de selecionar a opção Shapefile (.shp) antes de salvar. Clique em executar. O resultado é mostrado automaticamente na tela, tal como no TerrSet. A ordem das camadas determina sua sobreposição na visualização. Para alterá-la basta clicar e arrastar a camada para baixo ou para cima. Para esse exercício, certifique-se deque a camada CONTOURS está acima de SIERRADEM. As opções de estilo de camada, tanto para dados vetoriais quanto raster, podem ser alteradas após a finalização de cada análise. 3. Clique com o botão direito sobre a camada CONTOURS, em Propriedades → Simbologia selecione a opção Simple black line e Apply. Perceba que a espessura padrão da linha ficou desproporcional a visualização da cena por completo. Desse modo, especifique 0,3 como Espessura e então clique em Ok. Figura 1 Thiago Ualace Máquina de escrever 3 Thiago Ualace Máquina de escrever 4 Thiago Ualace Máquina de escrever 5 Verifique se a opção Deslocar mapa está ativa (Símbolo da mãozinha). Agora mova o mapa para uma área que lhe interesse e amplie o zoom até que a estrutura da imagem raster (SIERRADEM) se torne evidente. Você pode utilizar o mouse ou as ferramentas Aproximar e Afastar. Exercício 1.2 – Visualização de Layers (Camadas) Seguindo o tutorial de TerrSet, o próximo passo é adicionar a camada de NDVI para a área de estudo: 1. Camada → Adicionar nova camada → Adicionar camada raster. Selecione o arquivo SIERRANDVI.TIF 2. Botão direito do mouse → Propriedades → Simbologia → Tipo de Renderização: Banda simples falsa-cor. Verifique se os valores de mínimo e máximo são condizentes. Nas Configurações de Valor Min/Max selecione o método de interpolação como Linear. Como o QGIS não possui uma escala de cores específica para o NDVI, você é encorajado a explorar as opções disponíveis até encontrar uma que lhe pareça fazer sentido. Modo → Intervalo igual → Apply → Ok. 3. Camada → Adicionar nova camada → Adicionar camada vetorial (Ou Ctrl + Shift + V). Selecione o arquivo SIERRAFOREST.SHP Além de definir um estilo de camada manualmente, como fizemos anteriormente, você também pode exportar ou importar estilos pré-definidos: 4. Botão direito do mouse → Propriedades → Simbologia → No limite inferior esquerdo da janela clique em Estilo → Carregar estilo → Arquivo → SIERRAFOREST.qml 5. Salve seu projeto. Diferente do preenchimento sólido que o QGIS delimitou automaticamente, com o novo arquivo de estilo que você selecionou, o padrão de hachura com um fundo transparente, permite agora ver a camada de baixo. Exercício 1.3 – Banco de dados: trabalhando com camadas vetoriais Uma estrutura espacial é simplesmente uma camada que descreve apenas o caráter geográfico das feições e não seus atributos. Tanto em camadas raster quanto em camadas vetoriais, essa estrutura espacial é delimitada pelas suas coordenadas X e Y mínimas e máximas, mas em camadas raster os atributos estão vinculados aos valores do pixel em si. O caso de camadas vetoriais é bem diferente no conceito. Uma única camada vetorial atua como uma estrutura espacial, mas seus atributos podem estar associados com uma tabela de dados para as feições descritas. Associando uma tabela de dados com dados de atributo para cada feição, uma camada pode ser formada a partir de cada campo de dados. Embora camadas vetoriais simples possam existir, o potencial de associar feições vetoriais únicas a uma coleção de atributos em uma tabela é a marca registrada de SIG vetorial. No QGIS nós realizamos essa associação entre uma estrutura espacial vetorial e uma coleção de atributos. O formato nativo de banco de dados Microsoft Access (*.mdb) que foi utilizado do tutorial de TerrSet foi modificado para um arquivo de texto delimitado por vírgulas (.csv). Nos próximos passos, veremos como integrar a informação geográfica disposta no shapefile com os atributos disponíveis no arquivo de texto. 1. Para realizar esse exercício iniciaremos um novo projeto. Projeto → Novo Thiago Ualace Máquina de escrever 1.0 Thiago Ualace Máquina de escrever 2.0 Thiago Ualace Máquina de escrever 3.0 Thiago Ualace Máquina de escrever 4.0 Thiago Ualace Destacar 2. Camada → Adicionar nova camada → Adicionar camada vetorial. Selecione o arquivo MASSTOWNS.SHP. Lembre-se de salvar seu novo projeto. 3. Botão direito do mouse → Propriedades → Abrir tabela de atributos. Nesse momento, o único dado disponível para as feições é o número de ID. O estado e de Massachusetts nos EUA está dividido em 351 municípios. Se você clicar nos polígonos com o modo Identificar feições da barra de ferramentas você poderá ver seus números de ID. Tal como no roteiro de TerrSet, nos interessa a população do senso do ano 2000. Para vincular esse e outros dados que estão dispostos no arquivo de texto, prossiga da seguinte maneira: 4. Camada → Adicionar nova camada → Adicionar camada de texto delimitado → Nome do arquivo: MASSTOWNS.CSV → Nome da camada: Masstowns → Formato do arquivo → Delimitadores personalizados: Ponto e vírgula → Delimitação de geometria: sem geometria (atributo apenas de tabela). A Amostra de dados dispõe uma prévia de como ficará a importação da tabela. Clique em Adicionar. Para parear os valores da tabela com as respectivas feições do shapefile utilizaremos o numero de ID como referência. Portanto, perceba que o processo de união buscará no shapefile a feição correspondente à ID x, por exemplo, e então na tabela todos os valores correspondentes a linha da ID x serão copiados para a tabela de atributos do shapefile. Para realizar esse processo: 5. Botão direito do mouse → Propriedades → Uniões → Adicionar nova união (símbolo de +). Determine os parâmetros como na imagem a seguir: Figura 2 Ao abrir a Tabela de atributos novamente você verá que os dados foram unidos com sucesso. Assim, agora podemos determinar o estilo tal qual ao utilizado no TerrSet. 6. Botão direito do mouse → Propriedades → Simbologia → Na primeira opção onde consta Simbologia simples altere para Graduado → Valor: Masstown_POP2000 → Gradiente de cores: Reds → Modo: Igual contagem (Quartil) → Adicione 5 classes no símbolo de + → Por fim clique em Classificar e Ok Thiago Ualace Máquina de escrever 2.0 O campo de vínculo é o campo da tabela de banco de dados que contém os identificadores que se vinculam (isto é, combinam) com os identificadores usados nas feições na estrutura espacial. Este é o elemento mais importante do arquivo de vínculo vetorial, uma vez que serve para estabelecer o vínculo entre os registros do banco de dados e as feições no arquivo de estrutura vetorial. O campo Town_ID é o campo de ligação para essa coleção vetorial. Ele contém os identificadores que correspondentes aos identificadores das feições de polígonos de MASSTOWNS. Exercício 1.4 – Banco de dados: análise e filtragem Nós iremos filtrar a tabela de atributos para encontrar todos os municípios que apresentaram uma mudança de população negativa entre dois censos consecutivos, de 1980 a 1990 e de 1990 a 2000. 1. Na barra do menu busque pelo ícone Selecionar feições (normalmente é o terceiro ícone após a ferramenta de Identificar feições). Selecione a opção Selecionar feições por expressão. 2. Ao clicar na seta em Campos e valores você verá todas as colunas de valores disponíveis na Tabela de atributos. Para selecionar os polígonos de interesse, insira a seguinte expressão, utilizando as teclas do compositor de expressões: ("Masstowns_POPCH80_90" < 0) AND ("Masstowns_POPCH90_00" < 0) Quantas feições foram selecionadas? 3. Para remover a seleção clique no ícone que fica ao lado do anterior, Desfazer seleção de feições em todas as camadas. 4. Para calcular a variação de população dos anos 1980 aos anos 2000, certifique-se de ter selecionado a camada MASSTOWNS e clique em Calculadora de campo . Selecione Criar um novo campo e insira o nome de POPCH80_00. Em Tipo do novo campo escolha Número decimal (real). No compositor de expressões expanda a opção Campos e valores e com o auxílio dos operadores disponíveis insira a seguinte equação e depois clique em Ok: (( "Masstowns_POP2000" - "Masstowns_POP1980" ) / "Masstowns_POP2000" ) * 100 Ao abrir novamente a tabela deatributos da camada MASSTONWS você verá o novo campo criado na ultima coluna. Os valores estão expressos em porcentagem, quais os valores mínimos e máximos assumidos? Para facilitar a resposta dessa pergunta e tornar possível a visualização da variação de população, alteraremos o campo que está sendo exibido na camada: 5. Botão direito do mouse → Propriedades → Simbologia → Valor: POPCH80_00 → Modo: Igual contagem (Quartil) → Adicione 5 classes no símbolo de + → Por fim clique em Classificar e Ok. Observe a interessante distribuição espacial. 6. Salve seu projeto. Exercício 2.1 – Modelagem cartográfica e consulta à base de dados Para fazer consultas por atributo, nós especificamos uma condição e então pedimos ao SIG que determine todas as regiões que satisfazem esta condição. Se a condição envolve um único atributo, Thiago Ualace Máquina de escrever 3.0 Thiago Ualace Máquina de escrever 3.1 erro Thiago Ualace Máquina de escrever 3.2 podemos usar a Calculadora raster ou Reclassificar por tabela para executar a consulta. O exercício a seguir ilustra esses procedimentos. 1. Adicione a camada raster DRELIEF.TIF Esta é uma imagem de relevo ou topográfica, algumas vezes chamada de Modelo Digital de Elevação (MDE - DEM em inglês) ou de modelo numérico do terreno (MNT), para uma área da Mauritânia ao longo do Rio Senegal. A área ao sul do rio (dentro da curva em forma de ferradura) pertence ao Senegal e não foi digitalizada. Para essa área foi atribuído um valor arbitrário de 10 metros. Nossa análise enfocará o lado do rio pertencente à Mauritânia. Esta área é anualmente sujeita a alagamento, durante a estação de chuvas. Como a área é normalmente muito seca, os fazendeiros locais praticam o que é conhecido como “agricultura recessional”, plantando nas áreas alagadas depois que as águas regridem. A cultura principal cultivada desta forma é a do sorgo. Um projeto foi proposto para construir uma barragem ao longo do banco norte, no extremo norte da curva do rio. A intenção é deixar que as águas de inundação entrem nessa área como ocorre normalmente, e então levantar uma barragem para manter as águas no local por um período de tempo mais longo. Isto permitiria que mais água infiltrasse no solo, aumentando assim o rendimento do sorgo. De acordo com os registros do nível do rio, a cota normal de inundação para esta área é nove metros. Além da disponibilidade de água, o tipo de solo é outra consideração importante na agricultura recessional de sorgo porque alguns solos retêm a umidade melhor que outros e alguns são mais férteis que outros. Nesta área, somente os solos argilosos são altamente aptos para este tipo de agricultura. 2. Adicione a camada raster DSOIL.TIF 3. Para adequar a legenda de cores clique com o botão direito do mouse sobre a camada: Propriedades → Simbologia → Tipo de renderização: Paletizado/valores únicos → No quadro de cores clique no símbolo de reticências localizado ao lado de Excluir tudo → Carregar tabela de cores do arquivo → Selecione o arquivo DSOILS.CLR. 4. Não esqueça de salvar seu projeto. Este é o mapa de solos para a área de estudo. Para determinar onde desenvolver o projeto da barragem, os tomadores de decisão precisam saber qual o impacto provável que o projeto terá. Eles desejam saber quantos hectares de terra são aptos para a agricultura recessional. Se a maior parte das regiões inundáveis tiver tipos de solo inadequados, então o aumento no rendimento do sorgo será mínimo e talvez outro local tenha que ser identificado. Entretanto, se boa parte da região inundada contiver solos argilosos, o projeto teria um impacto maior na produção de sorgo. Nossa tarefa, bastante simples, é fornecer essa informação. Mapearemos e determinaremos a área (em hectares) de todas as regiões que são aptas à agricultura recessional de sorgo. Esta é uma consulta clássica à base de dados, envolvendo uma condição composta. Precisamos achar todas as áreas que: estão localizadas na zona normal de inundação AND (E) sobre solos argilosos. Seguindo os modelos cartográficos definidos no roteiro de TerrSet, sabemos que para atingir esse objetivo utilizaremos os dois arquivos que estão sendo visualizados para derivar o mapa de inundação e de melhor solo para o cultivo de sorgo. Para aplicar a lógica booleana no QGIS utilizaremos duas ferramentas: Calculadora raster, localizada no menu Raster e a Reclassificar por tabela, disponível em Processar → Caixa de ferramentas. Ambas podem ser utilizadas para o mesmo fim ao se o raciocínio de reclassificação adotado for adequado. As operações serão feitas com base no quadro abaixo: Thiago Ualace Máquina de escrever 4.0 Thiago Ualace Máquina de escrever 4.1 Figura 3 Começaremos definindo os locais de inundação, para isso desejamos selecionar, a partir do DEM, os locais com altitude inferior a 9m: 2. Reclassificar por tabela → Camada raster: DRELIEF → Tabela de reclassificação → Adicionar linha: defina os valores de mínimo e máximo da mesma forma que no TerrSet: Mínimo: 0 Máximo: 9 Valor: 1 Mínimo: 9 Máximo: 999 Valor: 0 3. Em Raster reclassificado → Salvar no arquivo... nomeie o resultado como FLOOD. Por fim selecione a opção Abrir arquivo de saída depois de executar o algoritmo. Note que entramos com “999” como o limite superior do intervalo a ser reclassificado para o novo valor de zero, porque ele é maior que qualquer outro valor presente na imagem. Qualquer número maior que o verdadeiro valor máximo de 16 poderia ser usado. A nova imagem chamada FLOOD é uma imagem Booleana, como descrito anteriormente, onde o valor 1 representa áreas que satisfazem uma condição específica e o valor 0 representa áreas que não satisfazem essa condição. Para criar a imagem booleana BESTSOIL, sabendo o valor de pixel correspondente ao solo argiloso utilizaremos a Calculadora raster: 4. Raster → Calculadora raster → No menu Bandas raster dê dois cliques na camada DSOILS, perceba que imediatamente ela aparece na Calculadora de expressão raster abaixo. Você pode verificar ainda que a ferramenta mostra se a expressão inserida é válida ou não. 5. Para selecionar apenas os valores de solos argilosos, utilizando os Operadores que aparecem no painel insira a seguinte expressão: "dsoils@1" = 2 6. Em Camada de saída denomine o arquivo como BESTSOIL. Até este ponto nós executamos consultas por atributo único para produzir duas imagens Booleanas (FLOOD e BESTSOIL) que satisfazem as condições individuais que especificamos. Agora necessitamos realizar uma consulta por atributos múltiplos para encontrar os locais que satisfazem a ambas as condições e, assim, são aptas à agricultura recessional de sorgo. Como descrito anteriormente neste exercício, uma operação de multiplicação entre duas imagens Booleanas pode ser usada para produzir um resultado lógico AND (E). Para realizar essa multiplicação utilizaremos novamente a Calculadora raster: 7. Abra novamente a calculadora raster e adicione a seguinte expressão: "BESTSOIL1@1" * "BESTSORG@1" Como ilustrado na figura 3, se usamos a Calculadora raster para multiplicar FLOOD e BESTSOIL, o único caso em que obteremos o valor de 1 na imagem de saída BESTSORG é Thiago Ualace Máquina de escrever 4.2 Thiago Ualace Máquina de escrever 4.3 Thiago Ualace Máquina de escrever 4.4 quando os pixels correspondentes em ambos os mapas de entrada contiverem o calor 1. BESTSORG mostra todos os locais que estão dentro da zona normal de alagamento E que têm solos argilosos. A Calculadora raster pode ser usada para realizar uma variedade de operações Booleanas. Além das operações matemáticas básicas pode-se ainda combinar diversos fatores por meio de OR e AND quando temos mais de um valor de interesse presente na camada raster. O próximo passo, seguindo o modelo criado para o roteiro anterior, é calcular a área de BESTSORG ocupada pelospixels de valor 1, que correspondem à melhor área para a plantação de sorgo. Para isso exploraremos mais uma opção possível dentro dos softwares de SIG utilizando o GRASS. Caso você não tenha iniciado o QGIS integrado ao GRASS será necessário fechá- lo e abri-lo novamente. 8. Na Caixa de ferramentas de processamento (mesma na qual encontramos a Reclassificar por tabela) buscaremos pelo algoritmo r.to.vec. Dessa maneira converteremos o raster para vetor (shapefile) e calcularemos o valor da área através das feições. Figura 4 Poderíamos executar esse passo de diversas outras maneiras pela Caixa de Ferramentas de processamento. Ex: r.report, r.surf.area 9. Em r.to.vec → Camada raster de entrada: BESTSORG → Tipo de feição: área → Parâmetros avançados → v.out.ogr tipo de saída: área → Vetorizado: Salvar no arquivo... nomeie como BESTSORG_VEC → Tipo: SHP files (.shp) 10. Agora com a camada BESTSORG_VEC selecionada no painel de camadas abra a Calculadora de campo. Selecione Criar um novo campo e denomine como area_ha. → Tipo do novo campo: número decimal (real). No campo de busca digite $area e no painel de expressões digite a seguinte equação: $area /10000 11. O arquivo de saída trata cada feição como única. Para facilitar o cálculo de área (uma vez que gostaríamos de saber a área total e não separadamente) uniremos as feições. Abra a Tabela de atributos e habilite a edição da camada (Símbolo de lápis/primeiro ícone da esquerda para a direita), após clique em no menu principal e selecione todas as feições de numero 1 clicando sobre o mapa. Você pode também selecioná-las clicando em todas as linhas com o número 1 na coluna value segurando a tecla Shift. Thiago Ualace Máquina de escrever 4.5 12. Com as feições selecionadas, clique no menu Editar e em Mesclar feições selecionadas. No menu que apareceu, igual ao abaixo nós indicaremos ao software qual valor de campo queremos manter para cada coluna. Como o único valos que nos interessa no momento é a área, indicaremos Soma no campo de área. Figura 5 13. Ao finalizar a operação, clique novamente no ícone de lápis para encerrar a edição. Você poderá visualizar na última linha da tabela a área total que será beneficiada para produção de sorgo após a inundação. O resultado que produzimos envolveu a realização de consultas por atributo único para cada uma das condições especificadas na definição de aptidão. Depois usamos os produtos dessas consultas por atributo único para realizar uma consulta por atributos múltiplos que identificou todos os locais que satisfazem a ambas as condições. Embora muito simples analiticamente, este tipo de análise é uma das mais comumente executadas em SIG. A habilidade de um SIG para realizar consultas à base de dados baseadas não somente em atributos, mas também na localização destes atributos, distingue os SIG de todos os outros tipos de programas de gerenciamento de bancos de dados. O valor de área que recém calculamos é o número total de hectares de todas as regiões que satisfazem nossas condições. Exercício 2.2 – Operadores de distância e de contexto Neste exercício, introduziremos dois outros grupos de operações analíticas, os operadores de distância e de contexto. Os operadores de distância calculam as distâncias a partir de alguma feição ou de um conjunto de feições. No ambiente raster, eles produzem uma imagem onde cada pixel receber um valor que representa a sua distância da feição mais próxima. Existem vários conceitos de distância que podem ser modelados. A distância Euclidiana, ou em linha reta, o conceito com o qual estamos mais familiarizados e é o tipo de análise de distância que usaremos neste exercício. No QGIS, distâncias Euclidianas são calculadas diretamente através da ferramenta Buffer, que cria faixas-tampão ao redor das feições de interesse. Os operadores de contexto determinam o novo valor de um pixel com base nos valores dos pixels vizinhos. Neste exercício, nós iremos utilizar o operador de contexto SURFACE, que pode ser Thiago Ualace Máquina de escrever 4.6 Thiago Ualace Máquina de escrever 4.7 Thiago Ualace Máquina de escrever colo car usado para calcular declividades a partir de uma imagem de elevação. O valor de declividade atribuído a cada pixel depende da elevação desse pixel e da elevação de seus quatro vizinhos mais próximos. Usaremos esses operadores de distância e de contexto e as ferramentas que já exploramos anteriormente para realizar uma das tarefas de análise espacial mais comuns, o mapeamento de aptidão, um tipo de avaliação multicritério. Um mapa de aptidão mostra o grau de aptidão de um local para um propósito particular. Ele é mais frequentemente produzido a partir de múltiplas imagens, uma vez que a maior parte dos problemas de aptidão incorporam múltiplos critérios. Neste exercício, imagens Booleanas serão combinadas para produzir um mapa final que mostra os locais que satisfazem todos os critérios especificados. Este tipo de avaliação Booleana por critérios múltiplos é frequentemente referida como mapeamento de restrições, já que cada critério é definido por uma imagem Booleana indicando áreas que são aptas ao uso (valor 1) ou restritas ao uso (valor zero). O mapa feito no exercício 2-1 para locais aptos ao cultivo de sorgo é um exemplo simples de mapeamento de restrições. Nosso problema neste exercício é encontrar todas as áreas aptas para a implantação de uma planta industrial em uma pequena região no centro de Massachusetts (USA). A companhia está interessada principalmente em que a área esteja situada em locais planos (com declives menores que 2,5 graus). O governo local está preocupado com a proteção dos reservatórios de água do município, por isso, especificou que nenhuma planta industrial pode estar situada a menos de 250m de qualquer reservatório. Adicionalmente, é necessário considerarmos que nem toda a superfície do terreno está disponível para essa obra. De fato, nesta área apenas superfícies cobertas por vegetação florestal estão disponíveis. Em resumo, áreas adequadas para a implantação da planta industrial devem estar: i) em terras com declives inferiores a 2,5 graus; ii) em áreas situadas a mais de 250 metros em torno dos reservatórios de água; e iii) em terras atualmente designadas como floresta. Temos duas imagens para esta área, um mapa de relevo chamado RELIEF e um mapa de uso do solo chamado LANDUSE. A área de estudo é bem pequena para acelerar seu progresso neste exercício. 1. Com um novo projeto aberto, abra os arquivos DRELIEF.TIF e LANDUSE.TIF. Se desejar facilitar a visualização você pode editar a legenda de cores nas Propriedades em Simbologia. Para a camada LANDUSE utilizaremos o arquivo de cores LANDUSE.CLR (da mesma maneira que fizemos no passo 3 do exercício 2.1). 2. Lembre-se de salvar o novo projeto. Declividade O primeiro critério estabelece que os lugares aptos devem ter declividades inferiores a 2,5 graus. Nosso objetivo nesse primeiro passo é produzir uma imagem Booleana para áreas que satisfazem este critério. Chamaremos a imagem de SLOPEBOOL. Para organizar nossa análise para este passo, perguntamos primeiro o que a imagem final irá representar. SLOPEBOOL deveria ser uma imagem Booleana na qual todos os pixels com declividades inferiores a 2,5 graus tenham o valor 1 e todos os demais pixels o valor zero. Para criar esta imagem, necessitamos de uma imagem com todos os valores de declividade. Como tal imagem não existe na base de dados, ela precisa ser calculada a partir da imagem de elevação que temos, DRELIEF. Uma vez que a imagem de declividades tenha sido criada na nossa base de dados, podemos então fazer uma reclassificação para isolar somente as declividades que Thiago Ualace Máquina de escrever 5.0 Thiago Ualace Máquina de escrever 10.1 Thiago Ualace Máquina de escrever 10.2 satisfazem nosso critério (issoé muito similar ao isolamento das elevações que seriam alagadas que fizemos no exercício 2-1). Para selecionar as regiões de interesse no aspecto de declividade primeiramente utilizaremos a função Declividade e então novamente a ferramenta Reclassificar por tabela. 3. Na Caixa de ferramentas de processamento → Declividade → Camada com as elevações: DRELIEF → Fator Z: 1 → Declividade: Salvar no arquivo... SLOPE.TIF. Por fim marque a opção Abrir arquivo de saída depois de executar o algoritmo. 4. Na Caixa de ferramentas de processamento → Reclassificar por tabela → Camada raster: SLOPE → Tabela de reclassificação → Adicionar linha: defina os valores de mínimo e máximo da mesma forma a seguir: Mínimo: 0 Máximo: 2.5 Valor: 1 Mínimo: 2.5 Máximo: 999 Valor: 0 5. Em Raster reclassificado → Salvar no arquivo... nomeie o resultado como SLOPEBOOL. Por fim selecione a opção Abrir arquivo de saída depois de executar o algoritmo. Critério faixa-tampão (buffer) de reservatório O segundo critério para a implantação da planta industrial é que as áreas aptas devem estar situadas a mais de 250 metros de reservatórios. Uma faixa-tampão, ou buffer, é uma área que fica até uma certa distância de uma feição particular ou de um grupo de feições. Nosso segundo passo é criar uma imagem Booleana que representa esta condição. A imagem conterá o valor 1 para todos os pixels situados a mais de 250 metros dos reservatórios e o valor 0 para os pixels situados a até 250 metros dos reservatórios. No planejamento da análise para este passo, sabemos que precisaremos calcular a distância a partir dos reservatórios para isolar um conjunto destas distâncias. Antes de construir o modelo cartográfico, entretanto, precisaremos conhecer mais detalhes sobre os módulos que podemos utilizar. Especificamente, precisamos conhecer o tipo de dado de entrada que eles requerem e o tipo de dado de saída que produzem. Para realizar esse passo precisamos novamente de uma imagem Booleana com a categoria que nos interessa alocada no valor 1, nesse caso Reservoirs. Consultando os valores de pixel concluímos que Reservoirs = 2. Utilizaremos a Calculadora raster para obter o que buscamos: 6. Raster → Calculadora raster → No painel de expressões insira a equação abaixo: "landuse@1" = 2 7. Defina como nome da Camada de saída RESERVOIRS.TIF Para a delimitação do buffer na camada raster utilizaremos o GRASS: 8. Na Caixa de ferramentas de processamento → r.buffer → Camada raster de entrada: RESERVOIRS → Zona de distância: 250 → Unidades de distância: meters → IMPORTANTE: marque a opção Ignorar células de dados zero em vez de NULO. Salve o arquivo buffer como BUFFERBOOL.TIF Thiago Ualace Máquina de escrever 5.1 Thiago Ualace Máquina de escrever 5.2 Thiago Ualace Máquina de escrever 5.2.1 Thiago Ualace Máquina de escrever 5.3 Thiago Ualace Máquina de escrever 5.4 Thiago Ualace Máquina de escrever 10.3 Thiago Ualace Máquina de escrever 10.4 Critério de uso do solo A esta altura, temos dois dos três componentes individuais requeridos para produzir o mapa final de aptidão. Iremos para o terceiro, onde somente áreas florestadas estão disponíveis para o desenvolvimento. Utilizaremos na Calculadora raster novamente aplicando o raciocínio condicional OR e AND para combinar as duas classes de floresta de interesse. Ao consultar os valores de pixel para ambas as camadas com a ferramenta Identificar feições concluímos que Decid. Forest = 9 e Conif. Forest = 10. Prosseguiremos da seguinte maneira: 9. Raster → Calculadora raster → Insira a equação abaixo: Figura 6 10. Salve o arquivo como FORESTBOOL.TIF Combinando os três critérios booleanos A esta altura, temos três imagens Booleanas separadas, uma para cada condição prévia. Devemos agora combinar as três imagens Booleanas em uma imagem Booleana final que mostre as áreas que satisfazem todas as três condições. Neste caso, queremos modelar a condição Booleana AND (E). Somente aquelas áreas que satisfazem todos os três critérios são consideradas aptas. Como aprendido no exercício 2-1, a álgebra Booleana pode ser realizada com a sobreposição das camadas realizada através da multiplicação entre elas. Dentro do ambiente QGIS existem diversas maneiras para realizar uma mesma tarefa. Diferentemente do TerrSet, ao utilizar a Calculadora raster conseguimos combinar as três camadas de interesse ao mesmo tempo, sem a necessidade de criar uma camada temporária no meio do processo. Para isso utilize a equação abaixo: "BUFFERBOOL@1" * "FORESTBOOL@1" * "SLOPEBOOL@1" 11. Por fim salve seu projeto. Thiago Ualace Máquina de escrever 5.5 Thiago Ualace Máquina de escrever 10.6
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