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1 SUSTENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO 2 SILVA, A.L.C.; B.C. GOES; PUTTI, F.F.;(Orgs.) 3 SUSTENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO Allan Leon Casemiro da Silva Bruno César Góes Fernando Ferrari Putti SUSTENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO 1ª Edição ANAP Tupã/SP 2020 4 SILVA, A.L.C.; B.C. GOES; PUTTI, F.F.;(Orgs.) CDD: 630.7 CDU:631.5 Sustentabilidade no agronegócio / organizadores: Allan Leon Casemiro da Silva, Bruno César Góes, Fernando Ferrari Putti. – Tupã: ANAP, 2020. 271 p; il.; 14,8 x 21cm. Inclui bibliografia. ISBN 978-65-86753-24-0. 1. 1. Agropecuária 2. Tecnologia. 3. Sustentabilidade. I. Silva, Allan Leon Casemiro da. II. Góes, Bruno César. III. Putti, Fernando Ferrari. IV. Título. SI586s EDITORA ANAP Associação Amigos da Natureza da Alta Paulista Pessoa de Direito Privado Sem Fins Lucrativos, fundada em 14 de setembro de 2003. Rua Bolívia, nº 88, Jardim América, Cidade de Tupã, São Paulo. CEP 17.605-310. Contato: (14) 99808-5947 e 99102-2522 www.editoraanap.org.br www.amigosdanatureza.org.br editora@amigosdanatureza.org.br O presente livro é uma coletânea de artigos independentes. Assim é de responsabilidade exclusiva dos autores de cada capítulo, quaisquer critérios legais de propriedade material, imaterial, conteúdo, correções de língua portuguesa, normas de ABNT, e fontes utilizadas para elaboração dos textos. Ficha Catalográfica Elaborada por Eliana Kátia Pupim, bibliotecária CRB 8 – 6202. Índice para catálogo sistemático 1. Brasil: Agricultura 630.7 http://www.editoraanap.org.br/ http://www.amigosdanatureza.org.br/ mailto:editora@amigosdanatureza.org.br 3 SUSTENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO Comissão Científica Internacional - 2017 a 2020 Prof. Dr. Carlos Andrés Hernández Arriagada Prof. Dr. Eduardo Salinas Chávez - Universidade de La Habana, PPGG, UFGD-MS Prof. Dr. Eros Salinas Chàvez - UFMS /Aquidauana Post doctorado Prof. Dr. Josep Muntañola Thornberg - UPC -Barcelona, Espanha Prof. Dr. José Seguinot - Universidad de Puerto Rico Prof. Dr. Miguel Ernesto González Castañeda - Universidad de Guadalajara - México Prof. Dr. Oscar Buitrago Bermúdez - Universidad Del Valle - Cali, Colombia Prof. Dr. Paulo Nuno Maia de Sousa Nossa - Universidade de Coimbra Comissão Científica Nacional 2017 a 2020 Prof. Dr. Adeir Archanjo da Mota - UFGD Prof. Dr. Adriano Amaro de Sousa - Fatec de Itaquaquecetuba-SP Profa. Dra. Alba Regina Azevedo Arana - UNOESTE Prof. Dr. Alessandro dos Santos Pin - Centro Universitário de Goiatuba Prof. Dr. Alexandre Carneiro da Silva Prof. Dr. Alexandre França Tetto - UFPR Prof. Dr. Alexandre Gonçalves - Faculdade IMEPAC Itumbiara Prof. Dr. Alexandre Sylvio Vieira da Costa - UFVJM Prof. Dr. Alfredo Zenen Dominguez González - UNEMAT Profa. Dra. Alina Gonçalves Santiago - UFSC Profa. Dra. Aline Werneck Barbosa de Carvalho - UFV Prof. Dr. Alyson Bueno Francisco - CEETEPS Profa. Dra. Ana Klaudia de Almeida Viana Perdigão - UFPA Profa. Dra. Ana Lúcia de Jesus Almeida - UNESP Profa. Dra. Ana Lúcia Reis Melo Fernandes da Costa - IFAC Profa. Dra. Ana Paula Branco do Nascimento – UNINOVE Profa. Dra. Ana Paula Fracalanza – USP Profa. Dra. Ana Paula Novais Pires Profa. Dra. Ana Paula Santos de Melo Fiori - IFAL Prof. Dr. André de Souza Silva - UNISINOS Profa. Dra. Andrea Aparecida Zacharias – UNESP Profa. Dra. Andrea Holz Pfutzenreuter – UFSC Prof. Dr. Antonio Carlos Pries Devide - Polo Regional Vale do Paraiba - APTA/SAA Prof. Dr. Antonio Cezar Leal - FCT/UNESP Prof. Dr. Antonio Fábio Sabbá Guimarães Vieira - UFAM Prof. Dr. Antonio Marcos dos Santos - UPE Prof. Dr. Antônio Pasqualetto -PUC Goiás e IFG Prof. Dr. Antonio Soukef Júnior - UNIVAG Profa. Dra. Arlete Maria Francisco - FCT/UNESP Profa. Dra. Beatriz Ribeiro Soares - UFU Profa. Dra. Carla Rodrigues Santos - Faculdade FASIPE Prof. Dr. Carlos Eduardo Fortes Gonzalez – UTFPR - Curitiba Profa. Dra. Carmem Silvia Maluf – Uniube 4 SILVA, A.L.C.; B.C. GOES; PUTTI, F.F.;(Orgs.) Profa. Dra. Cássia Maria Bonifácio - UFSCar Profa. Dra. Célia Regina Moretti Meirelles - UPM Prof. Dr. Cesar Fabiano Fioriti - FCT/UNESP Prof. Dr. Cledimar Rogério Lourenzi - UFSC Profa. Dra. Cristiane Miranda Martins - IFTO Prof. Dr. Christiano Peres Coelho – UFJ Profa. Dra. Dayana Aparecida Marques de Oliveira Cruz - IFSP Prof. Dr. Daniel Sant'Ana - UnB Profa. Dra. Daniela de Souza Onça - FAED/UESP Prof. Dr. Darllan Collins da Cunha e Silva - UNESP Profa. Dra. Denise Antonucci - UPM Profa. Dra. Diana da Cruz Fagundes Bueno - UNITAU Prof. Dr. Edson Leite Ribeiro - Unieuro - Brasília / Ministério das Cidades Profa. Dra. Edilene Mayumi Murashita Takenaka - FATEC de Presidente Prudente Prof. Dr. Edvaldo Cesar Moretti - UFGD Profa. Dra. Eliana Corrêa Aguirre de Mattos - UNICAMP Profa. Dra. Eloisa Carvalho de Araujo - UFF Profa. Dra. Eneida de Almeida - USJT Prof. Dr. Erich Kellner – UFSCar Profa. Dra. Eva Faustino da Fonseca de Moura Barbosa - UEMS Profa. Dra. Fátima Aparecida da SIlva Iocca - UNEMAT Prof. Dr. Felippe Pessoa de Melo - Centro Universitário AGES Prof. Dr. Fernanda Silva Graciani - UFGD Prof. Dr. Fernando Sérgio Okimoto – UNESP Profa. Dra. Flávia Akemi Ikuta - UFMS Profa. Dra. Flávia Maria de Moura Santos - UFMT Profa. Dra. Flávia Rebelo Mochel - UFMA Prof. Dr. Flavio Rodrigues do Nascimento - UFC Prof. Dr. Francisco Marques Cardozo Júnior - UESPI Prof. Dr. Frederico Braida Rodrigues de Paula - UFJF Prof. Dr. Frederico Canuto - UFMG Prof. Dr. Frederico Yuri Hanai – UFSCar Profa. Dra. Geise Brizotti Pasquotto - UNESP Prof. Dr. Gabriel Luis Bonora Vidrih Ferreira - UEMS Profa. Dra. Gelze Serrat de Souza Campos Rodrigues - UFU Prof. Dr. Generoso De Angelis Neto - UEM Prof. Dr. Geraldino Carneiro de Araújo - UFMS Profa. Dra. Gianna Melo Barbirato - UFAL Prof. Dr. Gilivã Antonio Fridrich – Faculdade DAMA Prof. Dr. Glauco de Paula Cocozza – UFU Profa. Dra. Iracimara de Anchieta Messias - FCT/UNESP Profa. Dra. Irani Lauer Lellis - UFOPA Profa. Dra. Isabel Crisitna Moroz Caccia Gouveia - FCT/UNESP Profa. Dra. Jakeline Aparecida Semechechem - UENP Profa. Dra. Jakeline Santos Cochev da Cruz Prof. Dr. João Adalberto Campato Jr. - - Universidade BRASIL Prof. Dr. João Cândido André da Silva Neto - UEA Prof. Dr. João Carlos Nucci - UFPR Prof. Dr. João Paulo Peres Bezerra - UFFS 5 SUSTENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO Prof. Dr. João Roberto Gomes de Faria - FAAC/UNESP Prof. Dr. José Aparecido dos Santos - FAI Prof. Dr. José Mariano Caccia Gouveia - FCT/UNESP Prof. Dr. José Queiroz de Miranda Neto – UFPA Prof. Dr. Josinês Barbosa Rabelo - Centro Universitário Tabosa de Almeida Profa. Dra. Jovanka Baracuhy Cavalcanti Scocuglia - UFPB Profa. Dra. Juliana de Oliveira Vicentini Profa. Dra. Juliana Heloisa Pinê Américo-Pinheiro -Universidade BRASIL Prof. Dr. Junior Ruiz Garcia - UFPR Profa. Dra. Karin Schwabe Meneguetti – UEM Profa. Dra. Katia Sakihama Ventura - UFSCar Prof. Dr. Leandro Gaffo - UFSB Prof. Dr. Leandro Teixeira Paranhos Lopes -Universidade BRASIL Profa. Dra. Leda Correia Pedro Miyazaki - UFU Profa. Dra. Leonice Domingos dos Santos Cintra Lima - Universidade BRASIL Profa. Dra. Leonice Seolin Dias - ANAP Profa. Dra. Lidia Maria de Almeida Plicas - IBILCE/UNESP Profa. Dra. Lilian Keila Barazetti – UNOESTE Profa. Dra. Liriane Gonçalves Barbosa Profa. Dra. Lisiane Ilha Librelotto - UFS Profa. Dra. Lucy Ribeiro Ayach - UFMS Profa. Dra. Luciana Ferreira Leal - FACCAT Profa. Dra. Luciane Lobato Sobral - UEPA Profa. Dra. Luciana Márcia Gonçalves – UFSCar Prof. Dr. Luiz Fernando Gouvêa e Silva - UFG Prof. Dr. Marcelo Campos - FCE/UNESP Prof. Dr. Marcelo Real Prado - UTFPR Profa. Dra. Marcia Eliane Silva Carvalho - UFS Prof. Dr. MárcioRogério Pontes - EQUOIA Engenharia Ambiental LTDA Profa. Dra. Margareth de Castro Afeche Pimenta - UFSC Profa. Dra. Maria Ângela Dias - UFRJ Profa. Dra. Maria Ângela Pereira de Castro e Silva Bortolucci - IAU Profa. Dra. Maria Augusta Justi Pisani - UPM Profa. Dra. María Gloria Fabregat Rodríguez - UNESP Profa. Dra. Maria Helena Pereira Mirante – UNOESTE Profa. Dra. Maria José Neto - UFMS Profa. Dra. Maristela Gonçalves Giassi - UNESC Profa. Dra. Marta Cristina de Jesus Albuquerque Nogueira - UFMT Profa. Dra. Martha Priscila Bezerra Pereira - UFCG Prof. Dr. Maurício Lamano Ferreira - UNINOVE Profa. Dra. Nádia Vicência do Nascimento Martins - UEPA Profa. Dra. Natacha Cíntia Regina Aleixo - UEA Profa. Dra. Natália Cristina Alves Prof. Dr. Natalino Perovano Filho - UESB Prof. Dr. Nilton Ricoy Torres - FAU/USP Profa. Dra. Olivia de Campos Maia Pereira - EESC - USP Profa. Dra. Onilda Gomes Bezerra - UFPE Prof. Dr. Paulo Alves de Melo – UFPA Prof. Dr. Paulo Cesar Rocha - FCT/UNESP Prof. Dr. Paulo Cesar Vieira Archanjo 6 SILVA, A.L.C.; B.C. GOES; PUTTI, F.F.;(Orgs.) Profa. Dra. Priscila Varges da Silva - UFMS Profa. Dra. Regina Célia de Castro Fereira - UEMA Prof. Dr. Raul Reis Amorim - UNICAMP Prof. Dr. Renan Antônio da Silva - UNESP – IBRC Profa. Dra. Renata Morandi Lóra - IFES Profa. Dra. Renata Ribeiro de Araújo - - FCT/UNESP Prof. Dr. Ricardo de Sampaio Dagnino - UFRGS Prof. Dr. Ricardo Toshio Fujihara - UFSCar Profa. Dra. Risete Maria Queiroz Leao Braga – UFPA Profa. Dra. Rita Denize de Oliveira - UFPA Prof. Dr. Rodrigo Barchi - UNISO Prof. Dr. Rodrigo Cezar Criado - TOLEDO / Prudente Centro Universitário Prof. Dr. Rodrigo Gonçalves dos Santos - UFSC Prof. Dr. Rodrigo José Pisani - UNIFAL- MG Prof. Dr. Rodrigo Santiago Barbosa Rocha - UEPA Prof. Dr. Rodrigo Simão Camacho - UFGD Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Araujo - UFMA Profa. Dra. Roselene Maria Schneider - UFMT Prof. Dr. Salvador Carpi Junior - UNICAMP Profa. Dra. Sandra Mara Alves da Silva Neves - UNEMAT Prof. Dr. Sérgio Augusto Mello da Silva - FEIS/UNESP Prof. Dr. Sergio Luis de Carvalho - FEIS/UNESP Profa. Dra. Sílvia Carla da Silva André - UFSCar Profa. Dra. Silvia Mikami G. Pina - Unicamp Profa. Dra. Simone Valaski - UFPR Profa. Dra. Sueli Angelo Furlan - USP Profa. Dra. Tânia Fernandes Veri Araujo - IF Goiano Profa. Dra. Tânia Paula da Silva – UNEMAT Profa. Dra. Tatiane Bonametti Veiga - UNICENTRO Prof. Dr. Thiago Ferreira Dias Kanthack Profa. Dra. Vera Lucia Freitas Marinho – UEMS Prof. Dr. Vilmar Alves Pereira - FURG Prof. Dr. Vitor Corrêa de Mattos Barretto - FCAE/UNESP Prof. Dr. Xisto Serafim de Santana de Souza Júnior - UFCG Prof. Dr. Wagner de Souza Rezende - UFG Profa. Dra. Yanayne Benetti Barbosa 7 SUSTENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO APRESENTAÇÃO DA OBRA No Brasil e basicamente em todo o mundo, nota-se uma conjunção entre agricultura e sustentabilidade, tal fato se dá pela necessidade de conservação dos recursos naturais em todo o globo. Por isso ações e políticas governamentais tem sido cada dia mais rigorosas no monitoramento agrícola e os impactos ambientais causados por tal atividade. Nesse sentido, o agronegócio deve estar cada dia mais conciliando práticas agrícolas com sustentabilidade. O livro “Sustentabilidade no agronegócio” é composto por oito capítulos com leitura que envolve o tema em sua totalidade, os autores dos capítulos, que são pesquisadores e professores em sua maioria, possuem experiência nos temas e pertencem a renomadas instituições de ensino e pesquisa do país. O primeiro capítulo desta obra “Situação atual da produção na agropecuária de forma sustentável”, apresenta o crescimento agrícola brasileiro e a necessidade da criação de meios sustentáveis, advindos de técnicas experimentalmente estudadas, para a produção de alimentos, evitando a contaminação dos recursos naturais. O segundo capítulo “A modernização da agricultura e o caso brasileiro”, apresenta a evolução do desenvolvimento agrícola e o monopólio de países na chamada revolução verde, também neste capítulo, o leitor terá em suas mãos uma crítica sobre a evolução da agricultura no país e os caminhos tomados pelo Brasil para o protagonismo no setor. O capítulo “Aspectos de produção de biocombustível”, discute os problemas sobre o uso de combustíveis fósseis e o uso de biocombustíveis como energia mais limpa e melhor opção para sustentabilidade do planeta. Já neste tema “Desenvolvimento sustentável e energia renovável no meio rural: um estudo sobre o uso do biodigestor como fonte alternativa e econômica para o pequeno produtor”, os autores apresentam uma discussão sobre a viabilidade do uso do biodigestor como matriz energética no Brasil, 8 SILVA, A.L.C.; B.C. GOES; PUTTI, F.F.;(Orgs.) abordando as problemáticas do consumo de energia, as dificuldades e disponibilidade e as principais fontes disponíveis. No capítulo “Insetos: alimento sustentável para nutrição animal”, os autores enfatizam a importância dos insetos como fonte de alimento sustentável, as principais espécies de insetos alimentícios utilizadas e o interesse global de acadêmicos e empreendedores para este tipo de atividade. A obra neste capítulo “Manejo sustentável do solo como alternativa para mitigação das mudanças climáticas”, elucida como o manejo sustentável do solo pode ser uma alternativa para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, através do reaproveitamento de resíduos e técnicas de conservação do solo. Ainda no âmbito das mudanças climáticas, o capítulo “Mudanças climáticas e a agropecuária”, de Ilca Puertas de Freitas e Silva e colaboradores, aborda o cenário das mudanças climáticas e seus efeitos no agronegócio e algumas medidas de mitigação de emissão de gases do efeito estufa, utilizando tecnologia em sistemas produtivos , tema de fundamental importância no cenário de discussões ambientais em que se insere a agricultura. A obra é finalizada com o tema “O uso da água na agricultura: importância, ineficiências e tendências”, os autores abordam como a água é o principal agente da revolução agrícola no mundo, tal capítulo remete a agricultura como maior consumidor e agente poluidor dos recursos hídricos, sendo necessário atenção e emprego de tecnologias para o aumento da eficiência do uso da água. Trata-se de um livro com discussões importantes e atuais em um cenário diversificado como é o setor do agronegócio, espera-se que o conteúdo apresentado nesta obra possa ser utilizado em pesquisas, revisões de literatura e consultas para estudantes e profissionais das ciências agrárias, assim como produtores e interessados no setor. Prof. Dr. Alexsandro Oliveira da Silva 9 SUSTENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO ORGANIZADORES DA OBRA ALLAN LEON CASEMIRO DA SILVA Doutorando em Agronegócio e Desenvolvimento pela Faculdade de Ciências e Engenharia (FCE) da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP (2018), Especialista em Gestão do Agronegócio pela Faculdade de Ciências e Engenharia (FCE) - UNESP (2011), graduado em Direito pela FADAP-FAP (2006) e em Administração pela FCE UNESP (2014). Atualmente é Docente dos cursos de Direito e Administração das Faculdade de Direito da Alta Paulista FADAP/FAP. FERNANDO FERRARI PUTTI Possui graduação em Administração de Empresas (2012), pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho do Campus Experimental de Tupã, Mestrado em Agronomia (Irrigação e Drenagem) (2014) e doutorado (2015) pela FCA/ UNESP- Botucatu. Atualmente é Professor Assistente Doutor da Faculdade de Ciências e Engenharia do Campus de Tupã no Departamento de Engenharia de Biossistemas. Assessor Técnico da Pró-Reitoria de Graduação da UNESP (PROGRAD) BRUNO CÉSAR GÓES Possui graduação em Administração de Empresas e Agronegócios (2016) pelaFaculdade de Ciências e Engenharia (FCE) da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) - Campus de Tupã, Mestrado em Agronegócio e Desenvolvimento (2019) pela Faculdade de Ciências e Engenharia (FCE) da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) - Campus de Tupã, com bolsa fomentada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Doutorado em Agronegócio e Desenvolvimento (2020) pela Faculdade de Ciências e Engenharia (FCE) da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) - Campus de Tupã. Atualmente é docente da Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS), Alfenas-MG. 10 SILVA, A.L.C.; B.C. GOES; PUTTI, F.F.;(Orgs.) 11 SUSTENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO SUMÁRIO CAPÍTULO 1 SITUAÇÃO ATUAL DA PRODUÇÃO NA AGROPECUÁRIA DE FORMA SUSTENTÁVEL Carlos Eduardo Botega, Elaine da Silva Lima, Elisa Cristina Rocha, Ligiane Aparecida Florentino, Marcos Speroni Ceron 15 CAPÍTULO 2 A MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA E O CASO BRASILEIRO Carlos Guida Anderson, Paulo César Ferreira, Lucas Lima de Resende, Fernando Ferrari Putti, Bruno César Góes 47 CAPÍTULO 3 ASPECTOS DE PRODUÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEL Álvaro de Baptista Neto, Fernando Masarin, Ariela Veloso de Paula, Rodney Helder Miotti Junior, Guilherme Peixoto 69 CAPÍTULO 4 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E ENERGIA RENOVÁVEL NO MEIO RURAL: UM ESTUDO SOBRE O USO DO BIODIGESTOR COMO FONTE ALTERNATIVA E ECONÔMICA PARA O PEQUENO PRODUTOR Vitor Bini Teodoro, Patrícia Cristina Melero Pereira Leite, Márcio Presumido Júnior, Estela Violin de Melo, Angélica Gois Morales 117 12 SILVA, A.L.C.; B.C. GOES; PUTTI, F.F.;(Orgs.) CAPÍTULO 5 INSETOS: ALIMENTO SUSTENTÁVEL PARA NUTRIÇÃO ANIMAL Ariane Flávia do Nascimento, Andressa Santanna Natel, Fábio dos Santos Corsini, Eric Ribeiro Madureira, Diego Vicente da Costa 153 CAPÍTULO 6 MANEJO SUSTENTÁVEL DO SOLO COMO ALTERNATIVA PARA MITIGAÇÃO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS Tayla Évellin de Oliveira, Ana Beatriz Carvalho Terra, Kleso Silva Franco Júnior, Ademir Calegari, Ligiane Aparecida Florentino 195 CAPÍTULO 7 MUDANÇAS CLIMÁTICAS E A AGROPECUÁRIA Ilca Puertas de Freitas e Silva, Paula de Aguiar Silva, Josué Ferreira Silva Junior, Luis Henrique Almeida de Matos 219 CAPÍTULO 8 O USO DA ÁGUA NA AGRICULTURA: IMPORTÂNCIA, INEFICIÊNCIAS E TENDÊNCIAS Teucle Mannarelli Filho, Vitória Aparecida Cardoso, Suzana Márcia Marangoni, Wagner Luiz Lourenzani, Cristiane Hengler Corrêa Bernardo 243 13 SUSTENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO 14 SILVA, A.L.C.; B.C. GOES; PUTTI, F.F.;(Orgs.) 15 SUSTENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO CAPÍTULO 1 ___________________________________ SITUAÇÃO ATUAL DA PRODUÇÃO NA AGROPECUÁRIA DE FORMA SUSTENTÁVEL Carlos Eduardo Botega1 Elaine da Silva Lima2 Elisa Cristina Rocha3 Ligiane Aparecida Florentino4 Marcos Speroni Ceron5 1 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal-UNIFENAS, E-mail: cebotega@gmail.com 2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal-UNIFENAS, elaine.96lima@gmail.com 3 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal-UNIFENAS, lisarocha15@gmail.com 4 Prof. Dr. Ligiane Aparecida Florentino-UNIFENAS, ligiane.florentino@unifenas.br 5 Prof. Dr. Prof. Dr. Marcos Speroni Ceron-UNIFENAS, marcos.ceron@unifenas.br 16 SILVA, A.L.C.; B.C. GOES; PUTTI, F.F.;(Orgs.) INTRODUÇÃO A expressão "desenvolvimento sustentável", começou a se tornar popular a partir da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), realizada no Rio de Janeiro em 1992. Com o surgimento dos conceitos de sustentabilidade, os impactos negativos causados por diversas tecnologias no campo social e ambiental, em especial no setor agrícola, vêm exigindo um novo padrão de desenvolvimento científico e tecnológico, tendo como objetivo a agricultura sustentável (KHAN et al., 2019) O termo “agricultura sustentável” pode ser traduzido como a relação entre a agricultura e o meio ambiente. De modo que os agricultores responsáveis pela gestão de suas propriedades devem adotar práticas corretas respeitando o ambiente, utilizando tecnologias adequadas e cumprindo a regulamentação em vigor (SILVA et al., 2020). Gliessman (2014) considera as seguintes necessidades para a prática de uma agricultura mais sustentável: melhorias no sistema, redução da utilização de insumos, utilização de insumos mais sustentáveis, e restabelecimento de conexões entre produtores e consumidores. O Brasil tem se destacado nas últimas décadas como um dos maiores produtor e exportador de alimentos, e para atender exigências deste mercado o governo brasileiro passou a adotar algumas políticas públicas como: o Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (plano ABC), o Programa de Desenvolvimento da Agricultura Orgânica (Pró-Orgânico), o Pronaf, o Programa Federal de Apoio à Regularização Ambiental de Imóveis Rurais e mais recentemente, a obrigatoriedade do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Assim como a implementação de técnicas ou alternativas sustentáveis utilizadas na produção animal e vegetal que visem a utilização de métodos alternativos aos utilizados pela agricultura convencional. Deste modo o presente trabalho teve como objetivo realizar um breve levantamento da situação atual da produção na agropecuária de forma sustentável 17 SUSTENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO 1 SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA Para Gasques et al. (2014) o crescimento nos últimos anos do setor agrícola no Brasil deve-se a fatores como: a melhor qualificação da mão-de- obra, as melhorias nas máquinas e equipamentos, os novos processos de execução e monitoramento de operações, utilização de melhores cultivares, uso de sementes geneticamente modificadas e investimentos em pesquisa (GASQUES et al., 2014). Porém, sabe-se que a produção agropecuária convencional acumula uma série de críticas que incluem contaminação de águas por fertilizantes químicos, riscos para a saúde humana e animal decorrentes do manejo incorreto de pesticidas, perda da diversidade genética, resistência das pragas aos agrotóxicos , redução da produtividade do solo devido à erosão, compactação e perda de matéria orgânica do solo e riscos à saúde e segurança incorridos pelos trabalhadores agrícolas (LAURANCE, SAYER e CASSMAN, 2014). Nessa linha, Nassar et al. (2010), observam que a sustentabilidade é um dos elos para a manutenção da trajetória de crescimento do setor agropecuário brasileiro. Sendo assim, conciliar eficiência produtiva com equilíbrio ambiental é, particularmente desafiador para a agropecuária brasileira. Deste modo a sustentabilidade se tornou, portanto, uma necessidade e não apenas uma alternativa, a fim de mitigar tais impactos. Segundo Costa (2010), para a caracterização da sustentabilidade deve-se ter uma visão global das três dimensões fundamentais do desenvolvimento sustentável, considerando os aspectos ambientais em harmonia com os aspectos econômicos e sociais, para que se possa obter equilíbrio ambiental, eficácia econômica e equidade social. Ao mesmo tempo em que as necessidades dos produtores e consumidores possam ser atendidas a longo prazo, envolvendo a agropecuária e sua interação com a sociedade (YUNLONG e SMIT, 1994). As transformações nas bases da agricultura e na migração de um modelo tradicional para um modelo sustentável passam pela transformação da sociedade, assim, não é uma simples substituição de implementos que fortalecerão as novas práticas, mas a promoção de políticas públicas, voltadas para o fortalecimento dessa agricultura (MOREIRA e CARMO, 2004). Para Altieri 18 SILVA, A.L.C.; B.C. GOES; PUTTI, F.F.;(Orgs.)(2002), a implantação de sistema agroecológicos para produção de alimentos são fundamentais para redução do passiva ambiental da atividade agropecuária. O mesmo também sugere que para um modelo de produção agropecuário ser considerado agroecológico, deve-se seguir as seguintes características ilustradas na figura 1. Figura 1: Principais características das propriedades autossustentáveis Fonte: adaptado de Altieri (2002). 2 PRODUÇÃO ANIMAL E VEGETAL SUSTENTÁVEIS No setor de produção animal, a maior e mais recente preocupação é a introdução dos conceitos relacionados ao bem-estar do animal, em protocolos de boas práticas de produção. Esse fato é um reflexo das discussões que vem ocorrendo nas cadeias de produção de proteína animal (MAZZUCO, 2008). Como e o caso de algumas atividades de produção adotadas na cadeia produtiva de ovos que tem gerado controvérsias frente a percepção pública, devido ao manejo convencional e alojamento praticados comercialmente, como por exemplo, a debicagem das aves, aplicação de muda induzida, o tipo 19 SUSTENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO de gaiola e densidade de alojamento (nº de aves/gaiola), transporte das aves e de população de aviários vêm recebendo maior atenção uma vez que são atividades que têm gerado discussões sobre o bem-estar de poedeiras em sistemas de criação intensivo ( MAZZUCO, 2008). Outro fato preocupante nos sistemas produtivos é a formação de resíduos tanto na avicultura quanto na suinocultura, pois ambas possuem grande potencial poluidor. Nestas atividades, para minimizar os impactos tem- se praticado a armazenagem desses resíduos em lagoas ou tanques para posteriormente serem utilizados como fertilizante vegetal ou na geração de gás (KUNZ et al., 2006). Outra atividade agropecuária intensiva que também tem a característica de produzir significativa carga de matéria orgânica diariamente é a bovinocultura em confinamentos, tanto de corte como de leite (PASQUALINI, 2020). Já a produção animal em regime de pastagens, caracteriza-se pelo extrativismo, de modo que ocorre a perda da capacidade produtiva das pastagens e seus impactos sobre o ambiente e o comprometimento da sustentabilidade da atividade são facilmente percebidos (PASQUALINI, 2020). Como reflexo disso estimasse que 80% da área de pastagens cultivadas no Brasil encontram se em algum estado de degradação, o que afeta interfere negativamente na eficiência alimentar dos bovinos. Com isso outros sistemas de criação vêm ganhando espaço no mercado consumidor cárneo como é o caso da produção cunícula que apresenta características favoráveis em aspectos econômicos e para a oferta de alimentos de forma sustentável, diante da baixa demanda de espaço para o manejo dos animais, elevada proliferação da espécie, baixa utilização de água, características alimentares da carne e possibilidade de agregação de valor dos subprodutos gerados, como miúdos e pele (BONAMIGO et al. 2017) Já no setor agrícola uma das preocupações referentes e à o grande uso de fertilizantes químicos, que encarecem a produção e podem causar danos ao meio ambiente. De acordo com a associação nacional de difusão de adubos (ANDA) no ano de 2018 foram entregues ao mercado brasileiro cerca de 35.506.301 toneladas de fertilizantes químicos, cerca de 4% a mais comparado aos dois últimos anos, estes dados refletem diretamente no valor da produção 20 SILVA, A.L.C.; B.C. GOES; PUTTI, F.F.;(Orgs.) bruta agrícola que segundo o IBGE no ano de 2018 chegou a 383,9 bilhões de reais, 3% a mais do que nos dois últimos anos. Outro fato de extrema importância refere-se ao possível esgotamento das reservas de rochas que dão origem aos fertilizantes, como é o caso da rocha fosfática, matéria-prima de fertilizantes fosfatados, pois de acordo com as estimativas as reservas sofreram alterações significativas nos últimos anos. Com isso diversas técnicas e alternativas sustentáveis vem sendo criadas e empregadas tanto na produção animal quanto vegetal. 3 TÉCNICAS OU ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS UTILIZADAS NA PRODUÇÃO ANIMAL E VEGETAL Para garantir o sucesso de produções sustentáveis, devem incluir alternativas que ajudem a melhorar as condições e o desenvolvimento da produção, favorecendo todo o processo e reduzindo os impactos ao meio ambiente, a produção animal e vegetal podem apresentar efeitos positivos ou negativos, esses aspectos vão depender da qualidade do manejo. (ANDRADE; STONE; GODOY, 2013). A atual agricultura tem o desafio de garantir a produtividade da produção e aprimorar a qualidade biológica mantendo o valor nutritivo e visando a ausência de resíduos tóxicos nos alimentos, tem o compromisso de conservar os recursos naturais para as futuras gerações (EMBRAPA, 2003). O Plano ABC teve origem na COP-15 (2009) Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), onde o governo brasileiro assumiu o compromisso voluntário de redução das emissões até 2020. Esse comprometimento para com a redução de GEE, inclui medidas sustentáveis como aumentar a participação de biocombustível na matriz energética, restaurar e reflorestar e eliminar o desmatamento ilegal, garantindo práticas sustentáveis e eficazes para uma agropecuária mais limpa, e com menor impacto (GOVERNO FEDERAL, 2012). O Plano ABC é composto por sete programas, seis deles referentes às tecnologias de mitigação, e ainda um último programa com ações de adaptação às mudanças climáticas: 21 SUSTENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO • Programa 1: Recuperação de Pastagens Degradadas A recuperação de pastagens degradadas é busca por técnicas de manejo para melhorar as condições das pastagens, aumentando o vigor e produtividade, para sustentar os níveis de produção e qualidade exigida pelos animais. Pois pastagens degradadas perdem sua cobertura vegetal e matéria seca, resultando em um aumento da emissão de CO2. Tendo em vista os avanços, a busca por melhorar a qualidade das pastagens e condições de manejo adequado, a pecuária mostra ter um grande potencial de sequestro de carbono. (ZEN et al., 2008). • Programa 2: Sistemas Agroflorestais (SAFs) e Integração Lavoura-Pecuária- Floresta (iLPF) Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) se caracterizam pelo consórcio de árvores perenes, com espécies agrícolas, forrageiras e atividade pecuária em uma mesma área, seguindo uma disposição espacial e temporal, com grande variedade de espécies e interações ecológicas entre os componentes. Ao contrário da monocultura, o sistema agroflorestal é extremamente adequado para a agricultura familiar, pois devido à grande diversificação de culturas, garante renda ao produtor rural ao longo de todo o ano. Os SAF mais conhecidos no Brasil são: os quintais agroflorestais, silvipastoris, taungya e os sistemas multiestratificados comerciais (GOVERNO, 2012). A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) caracteriza-se pela integração de ciclos de atividades agrícolas e atividades pecuárias, em sequência na mesma área de produção. O sistema faz a rotação de culturas anuais de grãos com pastagens anuais ou perenes. O consórcio de leguminosas com gramíneas forrageiras pode aumentar o teor de nutrientes, principalmente nitrogênio, no solo através da fixação biológica por rizóbios de leguminosas (Ashworth; West, 2015; Xavier et al., 2011). O ILPF reduz o uso de insumos agrícolas, possibilita a reciclagem de carbono e torna atividade agropecuária mais sustentável. 22 SILVA, A.L.C.; B.C. GOES; PUTTI, F.F.;(Orgs.) • Programa 3: Sistema Plantio Direto (SPD) O sistema de plantio direto (SPD) é uma alternativa de produção sustentável, o mesmo aumenta eficiência energética do sistema de produção (RUSU,2014), e o não revolvimento do solo, aconselhado por este manejo, gera maior conservação de nitrogênio, potássio e carbono no sistema solo-planta (VILLAMIL& NAFZIGER,2015). Este processo produtivo aumenta a matéria orgânica presente no solo, a porosidade total e o conteúdo de água disponível, além de controlar o escorrimento superficial e diminuir as perdas de solo (AWALE,2013). • Programa 4: Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) Visando aumento da eficiência agronômica os inoculantes bacterianos são uma alternativa a fim de melhorar a absorção de nutrientes, a inoculação com microrganismos fixadores de nitrogênio (N) atmosférico, onde reduzem a utilização de fertilizantes nitrogenados, e esses microrganismos pode aumentar a disponibilidade de nutrientes nos solos (SÁNCHEZ LÓPEZ, et al. 2020). Já existe diversos estudos com inúmeros gêneros bacterianos que apresentam potencial como inoculantes, dentre os mais aceitos estão Azospirillum, Pseudomonas, Azotobacter, Bacillus, entre outros (Yasmin et al., 2010; Sánchez et al.,2019). Na FBN, o nitrogênio atmosférico (N 2) é convertido em amônio (NH4 +) em nódulos radiculares formados pela simbiose leguminosa-rizóbios (ASHWORTH et al,2015) bactérias diazotróficas de vida livre presentes no solo. A fixação do N se deve a atuação do complexo enzimático da nitrogenase, que catalisa a redução do nitrogênio (N 2) em amônia (NH 3), que é protonado para formar NH 4 + (IPATA; PESI,2015). • Programa 5: Florestas Plantadas A produção de florestas plantadas tem como objetivos gerar uma fonte de renda produtor e sua família a longo prazo e diminuir pressão sobre as matas nativas, e capturar CO2 da atmosfera, reduzindo os efeitos do aquecimento global. E assim promovendo ações de reflorestamento no país, ampliando a área reflorestada destinada à produção (GOVERNO, 2012). O Brasil vem se 23 SUSTENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO destacando com um dos líderes mundiais em florestas plantadas, e atualmente possui mais de 7,84 milhões de hectares, constituindo mais de 72% dessa área do gênero Eucalyptus (IBA,2016). • Programa 6: Tratamento de Dejetos Animais O biodigestor é um equipamento utilizado para acelerar a decomposição de matéria orgânica e resulta na produção de biogás (metano, dióxido de carbono, gás sulfídrico e nitrogênio). Esse processo consiste no tratamento apropriado dos efluentes e dejetos, uma prática sustentável para a redução da emissão de metano, essa técnica auxilia no aumento na renda dos agricultores, seja pelo biocomposto produzido ou pela geração de energia automotiva, térmica e elétrica por meio do uso do biogás, através de biodigestores. (GOVERNO,2012). O sistema de manejo de dejetos de suínos empregando biodigestores é um hábil instrumento de redução de emissão de CO2, desde que o metano seja queimado ou utilizado para outros fins, por exemplo, a geração de energia (ANGONESE et al, 2007). • Programa 7: Adaptação às Mudanças Climáticas A adaptação às Mudanças Climática é o conjunto de políticas públicas de enfrentamento das alterações do clima, essas mudanças podem afetar o ciclo das culturas e vegetação consequentemente podem resultar em safras menores e produtos de menor qualidade, e trazer grandes prejuízos para a agricultura, e permanência dos agricultores no campo (GOVERNO, 2012). Nesse sentido, estratégias de adequação às mudanças climáticas são essenciais para que os agricultores e todos os elos da cadeia produtiva do agronegócio possam atenuar os efeitos adversos previstos (MOORE & LOBELL,2014). 24 SILVA, A.L.C.; B.C. GOES; PUTTI, F.F.;(Orgs.) 4 CONTROLE BIOLÓGICO O controle biológico é uma prática de manejo de pragas agrícolas, apresenta um custo mais baixo, menor risco à saúde humana e ao meio ambiente, reduzindo assim os danos (EMBRAPA, 2003). O mesmo tem se destacado como uma das possibilidades para a redução de infestações por pragas em culturas agrícolas, especialmente onde redução ou eliminação de pesticidas, pois almejam práticas sustentáveis de manejo de pragas. A produção agrícola está tomando novos direcionamentos que cabe desenvolver práticas de menor impacto ambiental no combate de pragas, desenvolvendo métodos alternativos substitui ou reduz a utilização de químicos com efeitos negativos à saúde humana e meio ambiente, proporcionando e impulsionando o uso sustentável da biodiversidade (SILVA et al., 2010). O biocontrole tem sido reconhecido pelos produtores que utilizam do método como uma considerada uma alternativa viável com resultados satisfatórios para um sistema de produção orgânica, substituindo defensivos químicos e proporcionando a manutenção do equilíbrio ambiental (CHAGAS, et al. 2016). Compostagem A compostagem é um conjunto de processos aeróbicos, denominado decomposição controlada da matéria orgânica em condições que desenvolvem temperaturas termofílicas, resultantes de uma produção calorífica de origem biológica, tendo um produto final estável, sanitizado, rico em compostos húmicos e cuja utilização no solo não oferece riscos ao meio ambiente (Valente et al. 2009). Diante disso, a compostagem é uma alternativa viável e muito eficaz para amenizar os impactos causados pela produção animal (SOUZA, 2019). Um processo biológico de reciclagem de nutrientes, podendo ser empregada desde que alguns parâmetros sejam adaptados para que as carcaças possam ser decompostas de maneira eficiente e segura, sem que haja disseminação de doenças, mesmo não se sabendo a causa da mortalidade dos animais, se todos os critérios forem seguidos justifica-se o usa do processo, amenizando os resíduos gerados e os impactos (GARDONI, 2019). 25 SUSTENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO De acordo com a Resolução nº 481 de 03 de outubro de 2017, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, para adoção de processos de compostagem é necessário cumprir requisitos mínimos, sendo controle ambiental para minimizar lixiviados e emissão de odores e evitar geração de chorume, proteção do solo por impermeabilização, manejo e tratamento dos líquidos lixiviados e manejo de águas pluviais. Também devem conter sistema de recepção e armazenamento de resíduos orgânicos, medidas de isolamento e sinalização da área, sendo proibido o acesso de pessoas não autorizadas e animais. Produção Siscal O Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre (SISCAL) teve origem no continente europeu e o mesmo foi aderido pelos brasileiros por volta da década de 80, por oferecer grandes vantagens e facilidades e baixo custo na produção, tendo também custo reduzido na sua implantação e manutenção, garantindo a flexibilidade desse sistema (DALLA COSTA, 1998). No SISCAL, os animais são mantidos em piquetes, ao ar livre com abrigos rústicos, onde podem explorar o ambiente e expressar seu comportamento natural. Este sistema se difere do sistema convencional, onde os animais são mantidos em baias de alvenaria, e em alguns casos com excesso de animais (CARVALHO & VIANA, 2011). Certificação A globalização econômica tem permitido que pessoas aprendam e conheçam as mais diversificadas regiões do mundo e diferentes formas de produção e alimentos, gerando busca por preços competitivos, segurança alimentar e maior qualidade do alimento. O ambiente social envolvido no processo de produção começa a desempenhar um papel fundamental nas relações comerciais, à medida que os consumidores se tornam mais conscientes e demandam ao mercado uma busca por alimentos mais saudáveis (Martins, D, dos, S; et al; 2013). Em busca de uma abrangência maior de mercado, as empresas têm buscado um modo mais comum de alertar aos consumidores sobre as 26 SILVA, A.L.C.; B.C. GOES; PUTTI, F.F.;(Orgs.) qualidades especiais de produtos, com isso realizam a certificação e usam os selos incorporados na rotulagem para diversificar os produtos. Certificados ou selos de qualidade são usados em muitos países, incluindo o Brasil, para distinguir produtos ou unidades de produçãode alimentos (Aquino, A.M; Assis, R.L; 2005). Estes são considerados mecanismos de supervisão de qualidade e podem ser concedidos ou reconhecidos por organizações não-governamentais e por agências governamentais. Certificação na produção vegetal orgânica A produção orgânica do Brasil é regulada Ministro da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e definido como um produto cultivado sem uso agrotóxicos, fertilizantes, e substância sintética. As razões para a certificação são as mais diversas possíveis, incluindo; as necessidades dos clientes, as impressões dos clientes, as demandas dos consumidores mais elevados e até o valor agregado dos produtos ou serviços, sendo sua avalição baseada na auditoria do processo de produção, coleta e testes de amostras. (ABNT, 2020) (Perreti; et al 2010). A certificação de produtos orgânicos é o procedimento pelo qual uma certificadora, devidamente credenciada pelo (MAPA) e “acreditada” (credenciada) pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), assegura por escrito (Quadro 1) que determinado produto, processo ou serviço obedeça às normas e práticas da produção orgânica (Munoz; et al; 2016). 27 SUSTENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO Quadro 1 - Principais Selos de certificação Orgânico A certificação de produtos orgânicos é o procedimento pelo qual uma certificadora, devidamente credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e “acreditada” (credenciada) pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), assegura por escrito que determinado produto, processo ou serviço obedece às normas e práticas da produção orgânica. Fonte Mapa 2020. Orgânico por Certificação/ Auditoria A concessão do selo SisOrg é feita por uma certificadora pública ou privada credenciada no Ministério da Agricultura. O organismo de avaliação da conformidade obedece a procedimentos e critérios reconhecidos internacionalmente, além dos requisitos técnicos estabelecidos pela legislação brasileira. Fonte Mapa 2020. Orgânico Sistema Participativo Os Sistemas Participativos de Garantia – SPG são grupos formados por produtores, consumidores, técnicos e pesquisadores que se auto-certificam, ou seja, estabelecem procedimentos de verificação das normas de produção orgânica daqueles produtores que compõe o SPG. Precisam ser credenciados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que fiscaliza seu trabalho. Os produtos do SPG recebem o selo brasileiro. Fonte: MAPA 2020 EOS (Ecocert Organic Standard) Regulamento Europeu. O CR 834/07 (Council Regulation No 834/07) regulamenta produtos orgânicos na União Européia. A fim de atestar para os consumidores em todo o mercado que o produto é orgânico, o logotipo é obrigatório para todos os alimentos orgânicos pré-embalados produzidos na União Européia. No caso de não-embalados, seu uso é voluntário. (Martins, D, dos, S; et al; 2013). USDA-NOP (National Organic Program) O Programa Norte-Americano de Orgânicos (National Organic Products – NOP) faz parte do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O NOP desenvolve, implementa e administra critérios para a produção, manuseio e normas de rotulagem. Além disso, credencia empresas privadas, organizações e órgãos estaduais para certificar produtores e manipuladores de acordo com as normas NOP, inclusive em outros países. (Martins, D, dos, S; et al; 2013). 28 SILVA, A.L.C.; B.C. GOES; PUTTI, F.F.;(Orgs.) COR (Canadian Organic Rules) O Canada Organic Regime (COR) foi elaborado pelo governo do Canadá. A Agência Canadense de Inspeção de Alimentos (Canadian Food Inspection Agency – CFIA) é responsável pelo acompanhamento e aplicação dos regulamentos. Há organismos de certificação, espalhados por todo o mundo, responsáveis por verificar a aplicação dos padrões canadenses. (Martins, D, dos, S; et al; 2013). JAS (Japan Agricultural Standards) A Norma Japanese Agricultural Standard (JAS) de produtos orgânicos foi estabelecida no Japão com base nas diretrizes para a produção, processamento, rotulagem e marketing de produtos orgânicos, que foram aprovadas pela Comissão do Codex Alimentarius. Organismos de certificação registrados no Japão ou em outros países podem conceder o uso do logotipo JAS orgânico nos produtos que sejam produzidos ou fabricados em conformidade com essas normas. (Martins, D, dos, S; et al; 2013). Fonte JULIÃO, L.; VIANA, M 2011 A IFOAM (Federação Internacional de Movimentos de Agricultura Orgânica, é a organização mundial do movimento de agricultura orgânica, figura 2) tem desenvolvido um conjunto de normas aprovadas oficialmente como orgânicas pelo movimento orgânico internacional, e que de alguma forma traçam um critério para distinguir entre orgânico e não orgânico. A aprovação de cada norma é baseada numa avaliação técnica detalhada destas, seguindo um procedimento determinado pelo sistema de garantia orgânica e auxilia no desenvolvimento e capacidade do agricultor para facilitar a transição dos agricultores, conscientizam sobre a necessidade de produção e consumo sustentáveis e defendem um ambiente político propício às práticas agrícolas agroecológicas e ao desenvolvimento sustentável (IFOAM, 2020). 29 SUSTENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO Figura 2 – Símbolo da IFOAM Fonte: IFOAM, 2020. 5 CERTIFICAÇÃO NA PRODUÇÃO ANIMAL ORGÂNICA Embora ainda em crescimento, o mercado de produtos orgânicos animal tem apresentado uma crescente demanda mundial, fazendo com que os produtores façam adaptações em suas linhas de criação e produção buscando atender as novas demandas globais. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), criado em 1963, com o objetivo de estabelecer normas internacionais na área de alimentos, incluindo padrões, diretrizes e guias sobre Boas Práticas e de Avaliação de Segurança e Eficácia. Seus principais objetivos são proteger a saúde dos consumidores e garantir práticas leais de comércio entre os países, assim como a regulamentação onde o Codex Alimentarius, desde a década de 70, com o objetivo de estabelecer normas internacionais na área de alimentos, incluindo padrões, diretrizes e guias sobre Boas Práticas e de Avaliação de Segurança e eficácia (OCDE-FAO, 2017); (ONU, 2001). Uma das vantagens do sistema orgânico de produção é o uso da rastreabilidade dos animais que geram impacto no PNCRB (Plano de Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes). Destacam-se os programas do governo federal para melhorar a performance do país no que tange a sustentabilidade (GOUVELLO, C. 2010) (BRASIL, 2011): 30 SILVA, A.L.C.; B.C. GOES; PUTTI, F.F.;(Orgs.) a. Agricultura de Baixo Carbono (ABC): este programa visa a promover a recuperação de áreas de pasto que sofreram degradação de solo e colocar em prática um sistema de produção integrada de cultivo, pecuária e florestamento. b. Agroecologia, do Pronaf 48: que proporciona crédito de investimento para a introdução de sistemas agrícolas ambientalmente sustentáveis e para a produção orgânica. c. Novo Código Florestal de 2012: ao demandar o registro de unidades agrícolas no Cadastro Ambiental Rural (CAR), deixando claro que após maio de 2017 as propriedades rurais não incluídas no CAR não terão acesso a crédito agrícola. Mesmo assim, os agricultores podem se comprometer a cumprir as exigências ambientais de acordo com o Plano de Recuperação Ambiental (PAR), inclusive com ações de reflorestamento, conservação de solo e a manutenção de uma parcela da propriedade com cobertura natural. Na produção animal orgânica para amenizar estes impactos no meio ambiente se desenvolveram alguns programas mais sustentáveis para o meioambiente e bem estar do animal, como a Bovinocultura, Galinha Feliz e SISCAL já citados anteriormente onde temos a HFAC que certifica (MAPA, 2020). A Humane Farm Animal Care (figura 3) é a principal organização internacional de certificação sem fins lucrativos voltada para a melhoria da vida dos animais criados, desde o nascimento até o abate, para a produção de alimentos. Na América do Sul ela é representada pelo Instituto Certified Humane Brasil, também uma organização sem fins lucrativos. O objetivo do programa é melhorar a vida dos animais de criação, direcionando a demanda do consumidor por práticas mais agradáveis e responsáveis. 31 SUSTENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO Figura 3 – Símbolo da HFAC Fonte: Mapa, 2020. 6 ADAPTAÇÃO DAS EMPRESAS A PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL No atual ambiente de negócios global, o desempenho global de uma organização é uma característica essencial de seu gerenciamento estratégico. O mercado global impõe às empresas uma série de procedimentos, mudanças (QUARDO 2) e padrões éticos mínimos em relação à conformidade, sendo os negócios formados por diretrizes, normas e regulamentos de adaptação com monitoramento contínuo para manter desenvolvimento sustentável corporativo e sobrevivência no mercado (Assad, E.D; et al 2012). 32 SILVA, A.L.C.; B.C. GOES; PUTTI, F.F.;(Orgs.) QUADRO 2 - Mudança de abordagem a partir da conscientização ambiental Temas Abordagem Convencional Abordagem Consciente Lucro Assegurar lucro transferido ineficiências para o preço do produto. Assegurar lucro controlando custos e eliminando ou reduzindo perdas, fugas, ineficiências (ecoeficiência). Resíduos Descartar os resíduos de maneira mais fácil e econômica. Valorizar os resíduos e maximizar a reciclagem; destinar corretamente os resíduos não recuperáveis. Investimentos Protelar investimentos em proteção ambiental. Investir em melhoria do processo e da qualidade ambiental dos produtos. Legislação Cumprir a lei no que seja essencial, evitando manchar a imagem já conquistada pela empresa. Adiantar-se às leis vigentes e vindouras, projetando uma imagem avançada da empresa. Meio Ambiente Meio ambiente é um problema. Meio ambiente é uma oportunidade. Fonte: Valle, 2002 São aspectos importantes para agronegócio sistemas sustentáveis de produção de alimentos e programas de práticas agrícolas resistentes (QUADRO 3), para aumento da produção e produtividade, mantendo ecossistema e ajudando na adaptação climática, melhorando progressivamente a qualidade do solo e para isso o governo brasileiro se comprometeu com acordo de Paris e com Agenda 2030, implementado programas para a reduzir a emissão de carbono pelo programa ABC (agricultura de baixo carbono), com novo código florestal de 2012 registrando propriedades rurais no CAR (cadastro ambiental rural), o PAR (plano de recuperação ambienta) l com exigências de reflorestamento, manutenção do solo e manter parte natural da propriedade, 33 SUSTENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO com prazo de 20 anos para execução tendo ainda o programa Agroecologia do Pronaf incentivando crédito para sistemas agrícolas ambientalmente (Arifa; B.I.A 2012) (Caporal, F.R. & Petersen, P. 2012). QUADRO 3 – Frentes de atuação para o desenvolvimento sustentável Fonte: WWF, 2012 O contexto estratégico do agronegócio brasileiro é examinado diante dos fatores de maior influência sobre a sua presença no mercado global. São considerados os princípios internacionais de mercado, bem como as normas da economia sustentável, baseadas na concepção do “tripé” econômico, ambiental e social. São descritas as ações do país com vista ao cumprimento desses princípios e normas, e soluções desenvolvidas para viabilizar a sustentabilidade agropecuária em ambiente tropical. Destaca-se a necessidade da inovação e do aprendizado para os atores envolvidos no setor, bem como uma postura ética, com valores a serem compartilhados ao longo da cadeia produtiva. (Tarapanoff, 2018). Observando problemas da construção histórica das relações sociais / naturais as mudanças ambientais produziram uma série de mudanças na sociedade civil, muito sensível a questões ecológicas, seja no estado ou no mercado, Estratégia. Acreditamos que muitos avanços e desafios são o limite penetre em discussões e práticas ambientais. Além disso, é possível concluir desde o início da produção agrícola, os métodos de produção do agronegócio Preservar capital natural Restaurar ecossistemas; expandir rede de áreas protegidas; recuperar habitats estratégicos. Produzir melhor Reduzir drasticamente os insumos e resíduos nos sistemas de produção; manejar recursos de forma sustentável; ampliar produção de energia renovável. Consumir com mais prudência Alcançar estilos de vida de baixa pegada, 34 SILVA, A.L.C.; B.C. GOES; PUTTI, F.F.;(Orgs.) mudaram. A sustentabilidade (FIGURA 4) é considerada a barreira de entrada nos mercados internacionais, Estratégia competitiva (Costa, 2019). FIGURA 4: Bases para sustentabilidade Fonte Costa, 2019. 7 FATORES IMPORTANTES A SEREM NO AGRONEGÓCIO Temos várias aspectos relevantes do agronegócio, segundo (Moraes M; et al; 2020) incluem: garantir um sistema sustentável de produção de alimentos e desenvolver práticas agrícolas direcionadas para aumentar a produtividade e o rendimento; além de melhorar gradualmente a qualidade da terra e do solo, também ajuda a manter os ecossistemas, esses podem melhorar a capacidade de se adaptar às mudanças climáticas e condições climáticas extremas (QUADRO 4). 35 SUSTENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO QUADRO 4 – Frentes atuação para produção sustentável no agronegócio. Agroenergia Consiste na geração de energia a partir de produtos agrícolas (biomassa). No Brasil, os principais exemplos de biomassa líquida, ou biocombustíveis, são o etanol produzido a partir da cana- de-açúcar e o biodiesel. Considerada menos poluente e mais barata do que as fontes energéticas tradicionais, a biomassa representa a segunda principal fonte de energia do Brasil (MAPA 2014; GREENPEACE, 2013). Manejo sustentável da água A irrigação é responsável por 70% da água captada de rios e reservas subterrâneas no mundo (WWF, 2012). Entre as tecnologias aplicáveis para amenização desse quadro, destacam-se o planejamento de bacias hidrográficas; práticas de cobertura de solo; recomposição de matas ciliares e proteção de áreas frágeis, dentre outras. Uso eficiente da terra Técnicas como a Lavoura-Pecuária- Floresta (ILPF) e Plantio Direto corroboram para a redução no uso de insumos químicos e controle dos processos erosivos, uma vez que a infiltração da água se torna mais lenta pela permanente cobertura no solo (MAPA, 2014). Fonte Filho, 2015. Aliado ao movimento sustentável temos os desafios comerciais que influenciam como as incertezas e volatilidade do mercado, transparência e visibilidade nas cadeias de valor, mudanças no hábito do consumidor, trabalho com parceiros e fornecedores, comunicação clara e justa, gerenciamento e capacitação de mão de obra (PWC, 2020). 36 SILVA, A.L.C.; B.C. GOES; PUTTI, F.F.;(Orgs.) 8 CONSUMIDOR O comportamento e o interesse dos consumidores estão mudando e as marcas precisam entender os novos movimentos que se anunciam para melhor adaptação. O setor de produção de alimentos é crítico em qualquer parte do planeta por sua posição estratégica nos modelos de elaboração de planejamento governamental e de estruturação de políticas públicas, ao mesmo tempo, os produtos alimentícios subordinam-se às leis de mercado como qualquer outro bem de consumo. Assim, por exemplo, sofrem os efeitos de crises econômicas; dependem das leis de oferta e demanda; sujeitam-se àsalterações de hábitos, preferências e expectativas dos consumidores; subordinam-se às novas percepções de usuários de bens ou serviços e, também, sofrem com o alcance de níveis de saturação de faixas específicas de mercado (Moraes M; et al; 2020). As campanhas de conscientização devem e precisam continuar existindo, levando conhecimento a toda a sociedade, além de legislação que norteie o comportamento adequado com relação ao consumo e à produção responsáveis seguindo a legislação brasileira, acordos internacionais e programas nacionais. De acordo com a Angus. A; Westbrook.G; (2019) existem 5 tendências que mais se destacam: a. Alimentos “Livres De” se consolidam no mercado b. Demanda por alimentos naturais impulsiona produtos orgânicos c. Produtos fortificados se destacam em países emergentes d. Alimentos energéticos se tornam parte de uma dieta holística e. Alimentação saudável vira alvo dos clubes de assinatura 37 SUSTENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO 8.1 Influências Sociodemográficas no Comportamento do Consumidor As questões qualitativas advêm de maior nível de escolaridade, incremento de renda, envelhecimento dentro outros movimentos na sociedade podem influenciar o padrão de consumo de uma população, por isso a indústria de alimentos deve estar atenta às tendências e desafios deste novo cenário de demanda e mantenha uma vantagem competitiva. Investimento em larga escala em termos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, se é um produto, se no monitoramento do processo é necessário ambiente regulatório. No entanto, à medida que a renda e o poder aumentam a compra, além de obter mais informações, também enfrenta desafios produzir bens que atendam à demanda do consumidor. O dia mais crítico relacionado a todos os fatores relevantes produção de alimentos. Esses fatores são configurados como tendências nos próximos anos (Shukla, P., Banerjee, M. and Adidam, P.T. 2013), (Costa; et al; 2020): a. População; b. Urbanização; c. Estrutura Etária e Familiar e a Mulher no Mercado de Trabalho; d. Renda; e. Nível de Escolaridade; f. Tamanho da Família. 9 POLÍTICAS PÚBLICAS O planejamento governamental para alteração de políticas públicas, torna-se constatável pela existência do DHAA que é um pré-requisito para o desenvolvimento econômico e social da população. De acordo com Valente (2002), o DHAA é o direito de acesso a alimentação suficiente e adequada, em quantidade e qualidade para uma vida digna. Peterson (2012) o Brasil tem exercido um pepel importante por se uma dar maiores potências mundiais do 38 SILVA, A.L.C.; B.C. GOES; PUTTI, F.F.;(Orgs.) agronegócio. Anacleto e Padim (2015) os produtos orgânicos são na prática oriundos de uma cadeia específica de produção de alimentos. 9.1 PRONAF O Pronaf foi criado em 1996, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, através do Decreto 1.946, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável da "agricultura familiar". É mais conhecido pelo crédito aos agricultores familiares, mas vai além disso. Atualmente o programa conta com o sub-programa de Assistência Técnica e Extensão Rural - ATER, que busca fomentar a geração de renda pela agroindústria, turismo rural, biocombustíveis, plantas medicinais, cadeia produtiva, seguro agrícola, seguro de preço e seguro contra calamidade por seca na Região Nordeste (Banco Central do Brasil; 2020). Temos várias modalidades do PRONAF a. Custeio b. Pronaf Mais Alimentos - Investimento c. Pronaf Agroindústria d. Pronaf Eco e. Pronaf Floresta f. Pronaf Semiárido g. Pronaf Mulher h. Pronaf Jovem i. Pronaf Custeio e Comercialização de Agroindústrias Familiares j. Pronaf Cota-Parte k. Mais Alimentos: 39 SUSTENTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO 10 Considerações finais A agropecuária sustentável vem se destacando nos últimos anos, consumidores cada vez mais exigentes e busca constante pela redução de impactos ambientais vem transformando esse setor positivamente. E o Brasil é um país que se destaca em produção animal e vegetal, sendo um dos que mais produzem, garantindo uma alimentação de qualidade para população mundial. Diante tamanha escala de produção, o país vem se adequando as novas exigências, e se comprometendo com o bem estar animal e do planeta. Diante disso, medidas estão sendo tomadas, como programas de incentivo a redução dos impactos ambientais, como os presente no plano ABC, onde incluir diversas técnicas para a prática sustentável, políticas públicas de incentivo pequenos produtores e produção sustentável e obtenção de selos, certificando e valorizando a produção. A atual situação do setor agropecuário sustentável está em progresso, a difusão das tecnologias é de extrema importância para alavancar o mesmo, novas pesquisas e estudos devem chegar ao campo e transformar o sistema produtivo, e programas de incentivo amparam esse progresso sustentável e busca por melhores produtos ofertados, prezando a ética, o bem estar animal e conservação dos recursos naturais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . ABNT. (2020) – Certificação. Associação Brasileira de Normas Técnicas. http://www.abnt.org.br/certificacao. Agroecologia 2020. Agroecologia http://agroecologia.gov.br/ Acessado em julho de 2020. ALTIERI, M. A. Agroecologia: bases científicas para uma agricultura sustentável. Guaíba: Agropecuária, 2002. ALVES, A. C. O. et al. Agricultura orgânica no Brasil: sua trajetória para a certificação compulsória. Rev. Bras. de Agroecologia, v. 7, n. 2, p. 19-27, 2012 Anacleto, C.A. & Paladini, E.P. 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E‐ mail: lucas.resende@aluno.unifenas.br 9 Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Engenharia, Tupã‐SP. E‐mail: fernando.putti@unesp.br 10 Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS), Departamento de Agronomia, Alfenas‐MG. E‐ mail: bruno.goes@ unifenas.br 48 SILVA, A.L.C.; B.C. GOES; PUTTI, F.F.;(Orgs.) RESUMO Diante das mudanças climáticas no planeta Terra, o homem viu-se na necessidade de produzir próprio alimento. O processo de cultivo se tornou a base da sociedade moderna, fixando o homem na terra e favorecendo as suas relações sociais. Porém, este processo foi longo devido as facilidades em que os alimentos para a subsistência eram oferecidos pela natureza. Com a constituição de grupos sociais cada vez mais numerosos, haviam a necessidade de aumentar a produção agrícola, sendo desenvolvidas novas tecnologias produtivas. A evolução da agricultura pode ser dividida em quatro fases, sendo a mais velha associada a força de tração animal e atualmente sistemas integrados e em nuvem. Mas a expansão das formas mais modernas se apresenta de forma assimétrica no mundo, a Revolução Verde, foi uma tentativa dos países capitalistas mais desenvolvidos de impor o domínio sobre a produção de alimentos no mundo causando desiquilíbrios econômicos e sociais. No Brasil percebe-se
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