Buscar

2Introdução a Agronomia Apostila Completa UNEC

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 1 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
 
 
 AGRONEGÓCIO BRASILEIRO 
 
A economia do Brasil precisa estar mais integrada a economia mundial, princi-
palmente se compararmos a economia de países com mercados emergentes como a 
do Brasil. A falta dessa integração se deve ao fato de que há anos o país tem direcio-
nado a política para favorecer o mercado interno, mesmo que o país encontra-se as 
margens das cadeias globais de valor, devido as exportações brasileiras apresenta-
rem maior valor agregado nacional, não alimenta as exportações de outros países e 
ainda existe proteção aos produtos nacionais com tarifas elevadas, são fatores que 
reduzem as importações e exportações, fato também em que as barreiras comerciais 
passaram a dificultar o Brasil de se beneficiar da economia global integrada, através 
da redução de tarifas sendo o primeiro passo para começar a integração nas cadeias 
globais de valor (OCDE, 2018). 
No cenário internacional, o Brasil apresenta-se como fornecedor de matérias-
primas fomentado principalmente pelos produtos agrícolas, fornecendo para outros 
países o insumo de produção, evidencia-se a importância do incentivo ao Brasil em 
exportar produtos de alto valor agregado para a se obter vantagens no comércio mun-
dial além da necessidade de políticas estratégicas no setor público e privado, com o 
objetivo de alavancar essa perspectiva de participação brasileira na cadeia global de 
valor, mesmo que a sua economia esteja sendo motivada por uma recessão econô-
mica que afeta seu desempenho (FERREIRA; SCHNEIDER, 2015). 
As exportações brasileiras para China em 2017 ultrapassavam 40 bilhões de 
dólares e no ano de 2018 passaram dos 50 bilhões de dólares representando 26,7% 
das exportações e está classificada em primeiro lugar no ranking de exportações bra-
sileiras, representadas por produtos básicos como soja 45% (acréscimo em 2018 de 
18 bilhões para 24 bilhões de dólares), óleos brutos de petróleo 22% e minérios de 
ferro e seus concentrados 17% entre outros (BRASIL, 2018b). O Estados Unidos re-
presenta 12% das exportações brasileiras e está classificado em segundo lugar no 
ranking de exportações de janeiro a outubro de 2018, as exportações brasileiras para 
os Estados Unidos são representados em maior número por produtos manufaturados 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 2 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
representado pelos aviões 6,4%, seguido dos semimanufaturados representados pe-
los produtos de ferro e aço 11% e de produtos básicos representado pelos óleos bru-
tos de petróleo 12%, entre outros (BRASIL, 2018b). Deste modo, pode-se observar 
que para os Estados Unidos as exportações do agronegócio são insignificantes com-
parada a China. 
 O Brasil tem a soja como seu principal produto exportado pelo agronegócio 
com um percentual de 42% entre a soja em grãos, o farelo de soja e o óleo de soja e 
em segundo lugar aparece a carne com um percentual de 14%, sendo estes os dois 
principais produtos exportados pelo agronegócio do país, o complexo da soja tem 
como seu principal destino a China. (Amorim, et al, 2019). 
O Brasil como exportador de carne insere-se no mercado mundial com grande 
relevância no abastecimento mundial contribuindo para a dieta alimentar de diversos 
países. Atualmente a China e Hong Kong são os países que mais importam carnes 
brasileiras apresentando um percentual de 34% do seu valor total, já referente aos 
principais destinos das exportações do complexo da soja brasileira são aos países 
China 66%, seguida União Europeia 14% das exportações de soja brasileira (BRASIL, 
2018a). 
 O Brasil ao se tornar mais competitivo frente a concorrência aumentará o cres-
cimento e a disponibilidade de empregos, proporcionando oportunidades a indivíduos 
desfavorecidos no país, e por isso a importância da participação do Brasil nas redes 
globais de valor pois esta pode contribuir para o crescimento da economia do país. É 
necessário pensar no papel destas negociações comerciais internacionais, devido à 
baixa perspectiva de reformas estruturais e sem um consenso político de reformas 
internas no Brasil, assim uma redução gradual das barreiras comerciais já é viável 
oferecendo mais tempo as empresas nacionais para se adaptarem as mudanças 
(OCDE, 2018). 
A importância do agronegócio no cenário nacional e internacional está baseada 
no entendimento de que as atenções mundiais estão voltadas para a crescente de-
manda de alimentos, que apresenta uma realidade questionadora de como alimentar 
uma população que vem aumentando consideravelmente ao longo dos últimos anos. 
Nesse ponto de vista, o agronegócio tende a possibilitar um crescente aumento da 
produção, ao oportunizar maior produtividade de forma sustentável e eficiente, devido 
as inúmeras inovações que o setor apresenta e dar oportunidade a uma integração 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 3 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
entre os segmentos e proporciona maior rapidez e eficiência na cadeia produtiva como 
um todo. (Amorim, et al, 2019). 
Reconhece-se que o Brasil diversificou a pauta de exportações em termos de 
número de produtos. Lá se vai o tempo em que as exportações dependiam de café, 
açúcar e cacau; hoje a pauta é bastante diversificada em termos de produtos e desti-
nos, dando assim maior estabilidade à geração de divisas. Além do café e do açúcar, 
o País é líder nas exportações de suco de laranja, soja e carnes de frango e bovina e 
segundo lugar em milho e óleo de soja. As receitas obtidas baseiam-se em quantida-
des exportadas, em alguns casos abaixo dos preços de competidores importantes, 
como o da carne bovina. O Brasil construiu um pujante setor agrícola, numa primeira 
fase voltado ao abastecimento interno; depois, também para as exportações. A dispo-
nibilidade de seus recursos naturais, como solos, água e clima apropriados à produ-
ção vegetal e animal, o capacitará para as oportunidades de negócios no suprimento 
de países de grande crescimento populacional e de renda, como China e Índia. (Vieira, 
et al. 2018) 
A barreira ambiental já vem sendo enfrentada com maestria pelo setor agrícola 
do Brasil. O Código Florestal Brasileiro garante que o setor privado preserve, no mí-
nimo, 20% dos biomas naturais. Além dessa questão inédita no mundo, sistemas agrí-
colas integrados, uso de microrganismos em substituição a produtos químicos e plan-
tio direto, entre outros, possibilitaram nos últimos dez anos que a agricultura do Brasil 
reduzisse a emissão de gases do efeito estufa por tonelada de alimento produzido à 
taxa de 4,5% ao ano. Na questão ambiental, a agricultura do Brasil tem posição con-
fortável em relação a importantes países, como Estados Unidos, Argentina e Canadá. 
(REBELO, 2017). 
Outra barreira que competidores apontam nos produtos do agronegócio brasi-
leiro está no campo social, em especial na suposta existência de trabalho escravo. 
(Vieira, et al. 2018) 
No campo do comércio internacional, a prioridade de órgãos de governo e da 
iniciativa privada deve ser focada na construção de reputação (positiva)dos produtos 
do agro brasileiro. A prática do comércio internacional ensina que a reputação dos 
produtos agrega valor. O Ministério da Agricultura está atento ao que vem ocorrendo, 
realizando missões com o objetivo de não perder mercados conquistados e de abrir 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 4 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
novos. O desafio está posto: construir reputação, via qualidade e diferenciação, para 
os produtos do agro brasileiro. (Vieira, et al. 2018) 
O agronegócio brasileiro tem demonstrado ao longo dos ciclos econômicos ser 
de fundamental importância para o desenvolvimento do país, exercendo destacado 
papel na dinâmica econômica e social (Buainain et al., 2014). 
No período recente o setor agrícola brasileiro tem exercido papel fundamental 
ao garantir, além do fornecimento interno, valores recordes de produtos exportados, 
o que contribui fortemente para a geração de divisas. A dinâmica da economia brasi-
leira continua dependente do crescimento das exportações do agronegócio e da con-
quista de novos mercados internacionais (Contini, 2014). 
Uma rápida análise da balança comercial nos últimos anos permite observar a 
importância das exportações dos produtos do agronegócio. Historicamente o Brasil 
tem baixo volume de importações de produtos agrícolas e as exportações são eleva-
das resultando em saldos comerciais significativos. (Santos et al, 2016) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 5 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. AGROSTAT: 
portal para acesso gratuito às estatísticas de comércio exterior do agronegócio brasi-
leiro. 2018a. 
 
BRASIL. Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Comex Vis: por-
tal para acesso gratuito às estatísticas de comércio exterior do Brasil. 2018b. 
 
Buainain, A.M.; Alves, E.; Silveira, J.M. e Navarro, Z. (2014) - O mundo rural no 
Brasil do século 21. A formação de um novo padrão agrário e agrícola. Brasília, Em-
brapa/Instituto de Economia da Unicamp. 1182 p. 
 
CEPEA. Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada. PIB Agronegó-
cio. CEPEAUSP/CNA, 2018. 
 
Contini, E. (2014) - Exportações na dinâmica do agronegócio. In: Buainain, 
A.M.; Alves, E.; Silveira, J.M. e Navarro, Z. (Eds.) - O mundo rural no Brasil do século 
21. A formação de um novo padrão agrário e agrícola. Embrapa/Instituto de Economia 
da Unicamp, p. 147-173. 
 
FERREIRA, J. D.; SCHNEIDER, M.B. As cadeias globais de valor e a inserção 
da indústria brasileira. Revista Tecnologia e Sociedade, Curitiba, v. 11, n. 23, p. 106-
128, jun./set. 2015. 
 
OECD. Relatórios Econômicos OCDE: Brasil 2018. OECD Publishing: Paris, 
2018. 172 p. 
 
REBELO, A. Código Florestal 5 anos - um Debate sobre o Brasil. São Paulo: 
[S.n.], 2017. p.73-121. 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
 
 
INTERAÇÃO HOMEM x NATUREZA 
 
Durante toda a existência, o homem sempre manteve relação com a natureza, 
mas essa relação mudou intensamente ao longo da história da humanidade. O homem 
primitivo utilizava a natureza de forma harmônica, ou seja, tirava da natureza apenas 
o necessário para sua subsistência. 
Inexistia a visão do uso da terra e de seus recursos para obtenção de lucros. 
O homem primitivo vivia em pequenos grupos, mas estes não chegavam a 
constituir uma sociedade organizada. A forma com que o homem utilizava a natureza 
não gerava impactos que dificultassem a recuperação dos ecossistemas. Ele caçava, 
pescava e colhia frutos e produtos vegetais para se alimentar e se vestir, à medida 
que sentia necessidade, portanto, não acumulava tais produtos. 
Com o tempo, o homem foi fazendo descobertas, como o fogo, a roda, entre 
outras, as quais possibilitaram gradativamente melhorias em sua condição de vida e 
mudanças na sua forma de relação com a natureza. 
Mais adiante, o homem descobriu que poderia cultivar as espécies que lhe 
eram agradáveis, ou seja, que lhe serviam de alimento. Com isso, o homem começou 
a retirar trechos da vegetação nativa e cultivar plantas de seu interesse. Inicialmente, 
esse cultivo ainda era feito em pequena escala, visando apenas sua subsistência. Da 
mesma forma que ocorreu com a agricultura, o homem também percebeu que podia 
modificar áreas para a criação dos animais. O pastoreio foi outra ação humana que 
muito contribui para modificação das paisagens naturais. Editora BEI, 
Assim, a retirada da vegetação e o plantio das espécies de interesse, bem como 
o estabelecimento de áreas de pastagens, apesar de modificarem as paisagens, pos-
sibilitaram a fixação do homem nos diferentes habitats. 
Essa fixação foi importante, fazendo com que o homem se organizasse para 
caçar e cultivar a terra. Nasce a percepção da propriedade da terra. 
O homem, sem perceber, deixava de se ver como uma parte da natureza para 
se comportar como dono da mesma. 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
Com o passar do tempo, nascem as relações de trocas que vão marcar o início 
da história do comércio. Os grupos humanos percebem que podem trocar seus bens 
ou produtos obtidos de seu trabalho de caça e lavoura. 
Mais tarde, o comércio passa a adotar uma moeda para troca dos produtos da 
natureza. 
Portanto, o homem passou a observar e utilizar a natureza como fonte de lucro, 
com o pensamento de que os recursos eram inesgotáveis. Nessa postura, ele foi de-
senvolvendo ações que, gradativamente, modificaram as paisagens naturais, cada 
vez mais. Assim, o homem foi se distanciando da sua relação primitiva com a natureza 
e se vendo cada vez menos como parte integrante da mesma. 
Resumindo, a relação homem-natureza deixava de ser um processo passivo à 
medida que aumentavam os conhecimentos e a organização dos agrupamentos hu-
manos. Esses grupos foram transformados em sociedade primitiva, e, nela, as ativi-
dades de cultivar, caçar, pescar e pastorear caracterizavam as relações de trabalho. 
O desenvolvimento de novas tecnologias e o surgimento das indústrias foram 
momentos importantes na história da relação do homem, natureza e sociedade, pois 
levaram à transformação da sociedade primitiva na sociedade moderna. Nessa nova 
fase, a relação econômica do homem com a natureza (produtor-consumidor) foi subs-
tituída por relações mais complexas, com elevada divisão do trabalho, onde o homem 
deixou de ser o dono direto dos meios de produção. 
A exploração dos recursos da natureza tornou-se intensa e numa velocidade 
maior que o potencial de recuperação da mesma. O homem precisou produzir para 
atender a demanda do aumento populacional. Portanto, o impacto das transformações 
da economia, na sociedade moderna, sobre a natureza, foi desastroso e levou à es-
cassez dosrecursos e esgotamento dos habitats para o estabelecimento e renovação 
das diferentes populações de plantas e de animais. 
Na sociedade moderna, então, a urbanização aparece e as cidades se aglome-
ram próximas aos centros industriais. O homem, nesses centros urbanos, procura 
construir seu espaço de lazer, convivência social, entre outros. O distanciamento do 
homem em relação à natureza torna-se máximo. Na sociedade urbanizada, os resí-
duos das atividades do sistema produtivo humano e do consumo dos produtos indus-
trializados são lançados no ambiente, gerando diferentes formas de poluição, como 
poluição do ar, da água, do solo, etc. 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
Por exemplo, o lixo urbano é hoje um grande problema nas grandes cidades, 
trazendo prejuízos econômicos e de saúde pública. 
Esses problemas ambientais levaram o homem a refletir sobre sua forma de 
relação com a natureza e admitir a necessidade de ações educativas, como forma de 
minimizar a degradação ambiental. Entre essas ações, nasce o que hoje chamamos 
de Educação Ambiental, visando contribuir para mudanças de percepção e de atitude 
do homem para com a natureza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
Bibliografia Consultada 
ARAÚJO-LIMA, M.J. 1984. Ecologia Humana: realidade e pesquisa. Editora 
Vozes, Petrópolis. Rio de Janeiro. 164p. 
BERNA, V. 2001. Como fazer educação ambiental. Editora Paulus. São 
Paulo. 142p. 
CARVALHO, I.C.M. 2004. Educação Ambiental: a formação do sujeito ecoló-
gico. 
Editora Cortez. São Paulo. 256p. 
DIAS, G. F. 2004. Educação Ambiental: princípios e práticas. Editora Gaia. 9ª 
Edição. São Paulo. 546. 
NEIMAN, Z. 2002. Meio Ambiente, Educação e Ecoturismo. Editora Manole. 
São Paulo. 181p. 
TOZONI-REIS, M.F. C. 2004. Educação ambiental: natureza, razão e história. 
Editora Autores Associados. São Paulo. 170p. 
Nesse do, este guia pr 
 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 1 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A INTERAÇÃO HOMEM x NATUREZA E A 
HISTÓRIA DA AGRICULTURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 2 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
 
A HISTÓRIA DA AGRICULTURA 
 
12000 AC - África 
Na pré-história, em torno de 12000 A.C., Começaram a surgir as primeiras for-
mas de agricultura (domesticação de espécies de vegetais) e pecuária (domesticação 
de animais), junto com a formação das primeiras aldeias agrícolas. Nesse período, o 
uso do fogo e de algumas ferramentas, assim como do esterco animal, passaram a 
fazer parte do cotidiano dos aglomerados urbanos, os quais deram origem às cidades. 
 
Brasil / Antes de 1500 
No Brasil, antes da chegada dos portugueses, as populações indígenas que 
viviam no litoral alimentavam-se, basicamente, de peixes e crustáceos, abundantes 
na costa brasileira. Esses restos alimentares deram origem aos fósseis chamados de 
sambaquis. Além disso, consumiam raízes (mandioca, cará) e praticavam a caça de 
pequenos animais nas áreas próximas à Mata Atlântica. 
 
Brasil / Século XVI e XVII 
 Os colonizadores europeus, desde o século XVI, realizaram a devastação das 
vegetações litorâneas brasileiras, iniciadas com a exportação do pau-brasil como ma-
téria-prima para tingir tecidos. Posteriormente, através das culturas de exportação, 
como a cana-de-açúcar seguida pela pecuária extensiva, passando pelos ciclos do 
ouro, para chegar à exploração do café. Toda a economia era voltada para a exporta-
ção. Um continente com terras inexploradas a milhões de anos seria extremamente 
fértil a qualquer tipo de exploração agrícola. Até porque, conforme escreveu Pero Vaz 
de Caminha:"...em se plantando tudo dá...". 
 
Primeira Revolução Agrícola 
O crescimento populacional e a queda da fertilidade dos solos utilizados após 
anos de sucessivas culturas no continente europeu, causaram, entre outros proble-
mas, a escassez de alimentos. Nesse sentido, por volta dos séculos XVII e XIX, inten-
sifica-se a adoção de sistemas de rotação de culturas com plantas forrageiras (capim 
e leguminosas) e as atividades de pecuária e agricultura se integram. 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 3 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
No final do século XIX e início do século XX, os problemas de escassez crô-
nica de alimentos em solos europeus intensificam-se, levando a uma série de desco-
bertas científicas e tecnológicas: fertilizantes químicos, melhoramento genético, má-
quinas e motores à combustão. Estas descobertas possibilitaram o progressivo 
abandono das antigas práticas, levando a uma especialização dos agricultores tanto 
nas culturas quanto nas criações. 
Inaugurava-se uma nova fase nos sistemas agropecuários, na qual a forma 
de conceber e gerenciar a atividade rural passa a ser chamada de Agricultura Indus-
trial (AI), Agricultura Convencional ou Agricultura Química. Esta fase é chamada de 
Segunda Revolução Agrícola. 
Em meados do século XVIII e no século XIX, após um crescimento contínuo da 
grande lavoura de exportação (cana-de-açúcar), que se confundiu com a expansão 
do café pelas serras e vales do interior da província do Rio de Janeiro, começaram a 
aparecer sinais evidentes de que a agricultura brasileira vivia uma profunda crise. Esta 
crise era atribuída, sobretudo, à falta de braços (pelo fim da escravidão) e de capitais, 
além do atraso técnico e administrativo na condução das lavouras. 
A maioria dos grandes proprietários acreditava na exploração extensiva dos 
sistemas de produção, através da expansão das fronteiras agrícolas, abandonando 
as lavouras atuais quando estas não tivessem mais produtividade satisfatória e indo 
em busca de novas áreas reiniciando, assim, o ciclo de exploração da fertilidade dos 
solos. Esta era a cultura nômade de expropriação do solo brasileiro, na qual pouco se 
pensava nas consequências negativas dos manejos agropecuários empregados, es-
pecialmente no que diz respeito à destruição florestal. 
Embora minoria, uma tradição intelectual brasileira, que remonta ao final do 
século XVIII início do século XIX, formada por estudantes brasileiros na Universidade 
de Coimbra, começou a reproduzir escritos e memórias onde se condenava o trata-
mento predatório dado ao meio natural no Brasil. Esta tradição original de crítica eco-
lógica brasileira encontrou sua formulação mais ampla e consistente nos escritos de 
José Bonifáciode Andrada e Silva, influenciou uma linhagem posterior de intelectuais 
que garantiram a sua continuidade ao longo do período monárquico. 
Em torno de D. Pedro II existia um grupo de intelectuais e naturalistas que diri-
giam as grandes associações culturais do império, como o Instituto Geográfico Brasi-
leiro e o Museu Nacional. Além deles, políticos e fazendeiros da corte brasileira, na 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 4 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
província do Rio de Janeiro, capital da monarquia, estavam preocupados com as 
questões ecológicas. 
Dois pilares permitem entender a ecologia política do Brasil setecentista e oito-
centista, e perceber a identificação por ela estabelecida entre a modernização tecno-
lógica e a superação do desastre ecológico. A modernização que se queria estava 
mais ligada com o progresso do mundo rural do que uma opção pelo mundo urbano e 
industrial, chegando alguns a perceberem o mundo urbano como uma variante inde-
sejável da modernidade europeia. A vocação agrícola do país era vista como uma 
vantagem comparativa em termos civilizatórios, desde que a paisagem rural fosse ra-
cionalizada e modernizada (capacitação da mão de obra e o uso de máquinas). 
Em linhas gerais, desta forma, a aposta histórica de autores da época como o 
barão do café Francisco de Lacerda Werneck, de Vassouras-RJ, o intelectual com 
entrada na corte Guilherme Capanema, o empresário e engenheiro agrônomo Cae-
tano da Rocha Pacova, o fazendeiro Luiz Corrêa de Azevedo do município de Canta-
galo-RJ, o colaborador da Revista Agrícola Nicolau Moreira, eram extremamente eco-
lógicas. 
Todas as propostas passavam pela superação do trabalho servil, da derrubada, 
da queimada, da lavoura extensiva e da grande propriedade, em favor de uma ordem 
rural calcada no trabalho livre, na lavoura intensiva e na pequena propriedade. Uma 
aposta histórica que, guardadas as grandes diferenças de contexto, não perdeu total-
mente a sua atualidade, continuando a ser, ainda nos dias de hoje, um desafio neces-
sário para a democratização da sociedade brasileira. 
A agricultura moderna tem sua origem ligada às descobertas do século XIX, a 
partir de estudos dos cientistas Saussure (1797-1845), Boussingault (1802-1887) e 
Liebig (1803-1873), que derrubaram a teoria do húmus, segundo a qual as plantas 
obtinham seu carbono a partir da matéria-orgânica do solo (De Jesus, 1985). 
Liebig difundiu a idéia de que o aumento da produção agrícola seria direta-
mente proporcional à quantidade de substâncias químicas incorporadas ao solo. Toda 
a credibilidade atribuída às descobertas de Liebig deu-se ao fato de estarem apoiadas 
em comprovações científicas. Junto com Jean-Baptite Boussingault, que estudou a 
fixação de nitrogênio atmosférico pelas plantas leguminosas, Liebig é considerado o 
maior precursor da "agroquímica" (Ehlers, 1996:22). As descobertas de todos esses 
cientistas, segundo Ehlers (1996), marcam o fim de uma longa data, da Antiguidade 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 5 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
até o século XIX, na qual o conhecimento agronômico era essencialmente empírico. 
A nova fase será caracterizada por um período de rápidos progressos científicos e 
tecnológicos. 
No início do século XX, Louis Pasteur (1822-1895), Serge Winogradsky (1856-
1953) e Martinus Beijerinck(1851-1931), precursores da microbiologia dos solos, den-
tre outros, contribuíram com mais fundamentos científicos que fizeram uma contrapo-
sição às teorias de Liebig, ao provarem a importância da matéria orgânica nos pro-
cessos produtivos agrícolas (Ehelrs, 1996:24-25). 
Contudo, mesmo com o surgimento de comprovações científicas a respeito dos 
equívocos de Liebig, os impactos de suas descobertas haviam extrapolado o meio 
científico e ganhado força nos setores produtivo, industrial e agrícola, abrindo um am-
plo e promissor mercado: o de fertilizantes "artificiais" (Frade, 2000: 17). 
Na medida em que certos componentes da produção agrícola passaram a ser 
produzidos pelo setor industrial, ampliaram-se as condições para o abandono dos sis-
temas de rotação de culturas e da integração da produção animal à vegetal; que pas-
saram a ser realizadas separadamente. Tais fatos deram início a uma nova fase da 
história da agricultura, que ficou conhecida como "Segunda Revolução Agrícola". São 
também parte desse processo o desenvolvimento de motores de combustão interna e 
a seleção e produção de sementes como os outros itens apropriados pelo setor indus-
trial. Estas inovações foram responsáveis por sensíveis aumentos nos rendimentos 
das culturas (Frade, 2000). 
A expansão da revolução verde deu-se rapidamente, quase sempre apoiada 
por órgãos governamentais, pela maioria dos engenheiros agrônomos e pelas empre-
sas, produtoras de insumos ( sementes híbridas, fertilizantes sintéticos e agrotóxicos); 
além do incentivo de organizações mundiais como o Banco Mundial, o Banco Intera-
mericano de Desenvolvimento (BID), a United States Agency for International Deve-
lopment(USAID - Agência Norte Americana para o Desenvolvimento Internacional), a 
Agência das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação(FÃO), dentre outras ( 
Ehlers, 1996:34). 
Junto com as inovações, o "pacote tecnológico" da revolução verde criou uma 
estrutura de crédito rural subsidiado e, paralelamente, uma estrutura de ensino, pes-
quisa e extensão rural associadas a esse modelo. 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 6 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
Contudo, esse modelo de agricultura a partir da década de 60 começava a dar 
sinais de sua exaustão: desflorestamento, diminuição da biodiversidade, erosão e 
perda da fertilidade dos solos, contaminação da água, dos animais silvestres e dos 
agricultores por agrotóxicos passaram a ser decorrências quase inerentes à produção 
agrícola (Ehlers, 1993). 
Em 1962, Rachel Carson publica o livro Primavera Silenciosa, no qual a autora 
questionava o modelo agrícola convencional e sua crescente dependência do petróleo 
como matriz energética. Ao tratar do uso indiscriminado de substâncias tóxicas na 
agricultura, em pouco tempo a obra de Carson tornou-se mais do que um "best seller" 
nos EUA: foi também um dos principais alicerces do pensamento ambientalista na-
quele país e no restante do mundo (Ehlers,1993). 
Logo após a publicação de Primavera Silenciosa, trabalhos como o de Paul 
Ehrlich, The Population Bomb (1966) e o de Garret Hardin, Tragedy of the Commons 
(1968), reforçaram a teoria malthusiana, relacionando a degradação ambiental e a 
degradação dos recursos naturais ao crescimento populacional. 
Na prática, porém, o que se viu nos anos seguintes foi a continuação do avanço 
da agricultura convencional, particularmente nos países em desenvolvimento, com o 
agravamento dos danos ambientais. 
No início dos anos 70 a oposição em relação ao padrão produtivo agrícola con-
vencional concentrava-se em torno de um amplo conjunto de propostas "alternativas", 
movimento que ficou conhecido como "agricultura alternativa". 
Em 1972 é fundada em Versalhes, na França, a InternationalFederation on 
Organic Agriculture (IFOAM). Logo de início, a IFOAM reuniu cerca de 400 entidades 
"agro ambientalistas" e foi a primeira organização internacional criada para fortalecer 
a agricultura alternativa. Suas principais atribuições passaram a ser a troca de infor-
mações entre as entidades associadas, a harmonização internacional de normas téc-
nicas e a certificação de produtos orgânicos (Ehlers, 2000). 
No Brasil, pesquisadores como Adilson Paschoal, Ana Maria Primavesi, Luís 
Carlos Machado, José Lutzemberger, contribuíram para contestar o modelo vigente e 
despertar para novos métodos de agricultura. Em 1976, Lutzemberger lançou o "Ma-
nifesto ecológico brasileiro: fim do futuro?", que propunha uma agricultura mais eco-
lógica, influenciando profissionais e pesquisadores das ciências agrárias, produtores 
e a opinião pública em geral. 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 7 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
Em 1979, Paschoal publicou "Pragas praguicidas e crise ambiental" mostrando 
que o aumento do consumo de agrotóxicos vinha provocando o aumento do número 
de pragas nas lavouras, por eliminar também grande parte dos inimigos naturais. Es-
ses trabalhos despertaram o interesse da opinião pública pela questão ambiental, 
crescendo também o interesse pelas propostas alternativas para a agricultura brasi-
leira 
Durante a década de 80, o movimento para uma agricultura alternativa ganhou 
força com a realização de três Encontros Brasileiros de Agricultura Alternativa 
(EBAAs); que ocorreram, respectivamente, nos anos de 1981, 1984 e 1987. Se nos 
dois primeiros as críticas se concentravam nos aspectos tecnológicos e na degrada-
ção ambiental provocada pelo modelo agrícola trazido pela Revolução Verde, o ter-
ceiro encontro privilegiou o debate sobre as condições sociais da produção, sobre-
pondo as questões políticas sobre as questões ecológicas e técnicas. A partir do ter-
ceiro EBAA, foram realizados diversos Encontros Regionais de Agricultura Alternativa 
(ERAAs), nos quais os problemas ambientais decorrentes da produção convencional 
de alimentos passaram a ser vistos como problemas ambientais decorrentes do sis-
tema econômico hegemônico no mundo ( o capitalismo); incorporando de modo per-
manente os aspectos socioeconômicos, que juntamente com os aspectos ecológicos 
e técnicos passam a compor a pauta do debate sobre a produção da alimentos em 
todo o mundo (Pianna,1999). 
Foi também na década de 80 que surgiram várias Organizações Não Governa-
mentais voltadas para a agricultura, articuladas em nível nacional pela Rede Projeto 
Tecnologias Alternativas - PTA (hoje AS-PTA- Assessoria e Serviços - Projeto Agri-
cultura Alternativa). A denominação "tecnologias alternativas" foi usada nesse perí-
odo, para designar as várias experiências de contestação à agricultura convencional, 
passando a ser substituída numa fase seguinte, por agricultura ecológica, identificada 
como parte da agroecologia. 
De modo geral é possível afirmarmos que, na década de 80, o interesse da 
opinião pública pelas questões ambientais e a adesão de alguns pesquisadores ao 
movimento alternativo, sobretudo em função dos afeitos adversos dos métodos con-
vencionais, tiveram alguns desdobramentos importantes no âmbito da ciência e da 
tecnologia. 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 8 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
As características mais marcantes destes desdobramentos são: a busca de 
fundamentação científica para as suas propostas técnicas e, no caso da agroecologia 
o firme propósito de valorizar os aspectos sócio culturais da produção agrícola. A prin-
cipal meta da agroecologia é a resolução dos problemas da sustentabilidade. 
No entanto, Miguel Altieri, (expoente pesquisador de sistemas agroecológicos 
de produção) ressalta que não basta abordar apenas os aspectos tecnológicos sem 
considerar as questões econômicas e sociais. 
Considerando os aspectos ecológico, tecnológico e socioeconômico, a Agroe-
cologia, ao contrário do que aparenta, não é uma disciplina nova, mas um novo campo 
de estudos, que busca combinar as contribuições de diversas disciplinas: Agronomia, 
Sociologia Rural, Ecologia e Antropologia. (De Jesus, 1996). Nesse sentido, a preo-
cupação com os aspectos sociais e o enfoque científico dado ao estudo dos agro 
ecossistemas são, provavelmente, os componentes que mais contribuíram para a rá-
pida divulgação da agroecologia nos E.U.A (particularmente na Califórnia) e na Amé-
rica Latina. 
Desta forma, o termo " agroecologia" deixa de ser compreendido como uma 
disciplina científica que estuda os agro ecossistemas, ou seja, as relações ecológicas 
que ocorrem em um sistema agrícola, para tornar-se mais uma prática agrícola pro-
priamente dita, ou ainda um guarda-chuva conceitual que permite abrigar várias ten-
dências alternativas (Ehlers, 2000). 
Em 1989, o Conselho Nacional de Pesquisa (NRC) - um órgão formado por 
representantes da Academia Nacional de Ciências, da Academia Nacional de Enge-
nharia e do Instituto de Medicina, todos dos EUA, dedicou-se a um estudo detalhado 
sobre a agricultura alternativa. Este trabalho culminou com a publicação do relatório 
intitulado "Alternative Agriculture" um dos principais reconhecimentos da pesquisa ofi-
cial a esta tendência da produção agrícola. 
Em 1992, com a Conferência Mundial da ECO92, no Rio de Janeiro - Brasil, 
surge o conceito de sustentabilidade, que manifestou uma nova ordem mundial que 
expressa a vontade das nações de conciliar ou reconciliar o desenvolvimento econô-
mico e o meio ambiente, em integrar a problemática ambiental ao campo da economia. 
Mais do que um conceito que orienta de maneira imediata ação e decisão, a susten-
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 9 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
tabilidade manifesta em primeiro lugar uma problemática de aspectos múltiplos (cien-
tífico, político, ético) oriunda da emergência de problemas ambientais em escala pla-
netária e principalmente da percepção do risco subjacente. 
A partir dos anos 90 emergem os processos de certificação ambiental dos pro-
dutos agrícolas - como os "selos verdes". A certificação ambiental fundamenta-se no 
princípio da produção com uso de técnicas e processos que não degradem o meio 
ambiente. A iniciativa de certificar tem partido quase que exclusivamente de organiza-
ções não governamentais, que estabelecem os seus critérios próprios de certificação, 
o que para a agricultura, refere-se a produtos orgânicos ou biodinâmicos. 
Em 1999, após a mobilização das ONGs brasileiras que trabalhavam direta ou 
indiretamente com a agroecologia, é publicada a Instrução Normativa 007/99, que 
traz, entre outras novidades a criação de um Órgão Colegiado Nacional e dos respec-
tivos órgãos estaduais, responsáveis pela implementação da Instrução Normativa e 
fiscalização das certificadoras e a exigência de que a certificação seja conduzida por 
entidades nacionais e sem fins lucrativos (BRASIL, 1999). 
De acordo com Da Silva (1999), a transformação da certificação de produtos 
orgânicos de um processo interno e próprio das ONGs (que consideramas diversas 
características de uma localidade: socioeconômicas, ecológicas, culturais, etc.) para 
modelos nacionais e oficiais de normas vai requerer alguns cuidados para questões 
que necessitarão ser estudadas. 
Uma delas é que, a partir da institucionalização da certificação, são abertos 
"nichos" de mercado que demandam produtos com características e padrões que ofe-
recem grandes possibilidades de inserção para os produtos provenientes da agroeco-
logia, nas diferentes redes de distribuição e nos seus diferentes níveis de abrangência 
(local, regional, nacional e internacional). Contudo, a concretização de tais oportuni-
dades vai depender das estratégias de organização e articulação da produção e das 
quantidades demandadas dos produtos (Campanhola,1999). Neste cenário, é o pú-
blico, são os consumidores que, nos países de alto nível tecnológico, levam à imple-
mentação de novos compromissos seja com os produtores, seja com o poder público. 
Globalmente, pode-se dizer que a agroecologia (incluindo todas as suas cor-
rentes: orgânica, biodinâmica, natural, ecológica, permacultura) emerge como uma 
nova visão de mundo (chamada no meio acadêmico de "paradigma"), que eleva a 
agricultura a um novo patamar, que supõe uma diferenciação social. O recurso às 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 10 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
tecnologias sustentáveis passa por um investimento em equipamentos e técnicas es-
pecíficas e por um acesso privilegiado à informação. 
Considerar o acesso à informação como um novo insumo não é uma simples 
fórmula e é possível estimar que alguns segmentos ficarão ainda mais dispersos, se 
considerarmos os desafios à extensão rural, cuja eficiência pode ser reduzida por po-
líticas públicas que concentrem permanentemente a informação e as tecnologias ape-
nas nos agentes de maior poder econômico. Assim, aumenta o contingente de produ-
tores suscetíveis a serem excluídos, por insuficiência de renda ou por impossibilidade 
de aumentarem um acréscimo nas margens de trabalho ou de risco econômico. 
Por isso, no momento atual é importante ressaltar que a agroecologia como um 
novo paradigma técnico-científico, ambiental e cultural está sendo construída de forma 
progressiva e desigual, com base em uma grande multiplicidade de práticas produti-
vas, de ecossistemas e de estratégias diversificadas de sobrevivência econômica (Al-
meida et. al, 2001:43). O aprendizado dessa nova maneira de pensar e fazer agricul-
tura passa por experiências de êxito e fracasso, como todo projeto que é idealizado e 
realizado pela sociedade. 
Portanto, é razoável pensarmos que em países em desenvolvimento como o 
Brasil, o desafio da produção de alimentos em sistemas agroecológicos dentro de uma 
economia globalizada e flexível, implica na retomada do debate sobre políticas públi-
cas amplas e diferenciadas, reforma agrária, agricultura familiar e segurança alimen-
tar. Fica claro, porém, que apesar de não ser pequeno, é imprescindível o esforço de 
toda sociedade para uma mudança de paradigma da pesquisa agrícola, principal-
mente, quando esta se encontra atrelada a alterações sócio políticas de caráter estru-
tural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 11 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
 
Bibliografia 
Almeida, Silvio G.; Petersen, P& Cordeiro, A Crise Socioambiental e Conversão 
Ecológica da Agricultura Brasileira: subsídios à formação de diretrizes ambien-
tais para o desenvolvimento agrícola. Rio de Janeiro: AS-PTA,2001. 
 
Billaud, Jean-Paul. Agricultura sustentável nos países desenvolvidos: conceito aceito 
e incerto. Agricultura Sustentável, p.25-44, jul/dez. 1995. 
BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Instrução Normativa n. 007 de 
17 de maio de 1999. Brasília, 1999. 12p. (mimeo) 
Da Silva, Marco Antônio. Normatização e certificação da produção orgânica: presente 
e futuro. In: In: 3a Conferência Brasileira de Agricultura Biodinâmica, Piracicaba - 
SP, 14 a 17 de outubro de 1998. Anais. Miklós, Andreas A de W. (organizador). São 
Paulo: SMA/CED, 1999. 294p. 
Campanhola, Clayton. A agricultura sustentável, a agroecologia e a pequena produ-
ção. In: 3a Conferência Brasileira de Agricultura Biodinâmica, Piracicaba - SP, 14 
a 17 de outubro de 1998. Anais. Miklós, Andreas A de W. (organizador). São Paulo: 
SMA/CED, 1999. 294p. 
Do Carmo, Maristela Simões. A Produção familiar como locus ideal da agricultura sus-
tentável. Agricultura em São Paulo, v.45, n.01, p.1-15, 1998. 
Ehlers, Eduardo. O que se entende por agricultura sustentável? Projeto de Disserta-
ção de Mestrado. São Paulo: Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambien-
tal/USP, 1993. 
Ehlers, Eduardo. Agricultura Sustentável: Origens e perspectivas de um novo pa-
radigma. São Paulo: Livros da Terra, 1996. 
Ehlers, Eduardo. Agricultura Alternativa: uma perspectiva histórica. Revista Brasi-
leira de Agropecuária, ano 01, n.01, p.24-37, 2000. 
Frade, Carmem Oliveira. A construção de um espaço para pensar e praticar a Agroe-
cologia na UFRRJ e seus arredores. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro: 
CPDA/UFRRJ, 2000. 
Pianna, Airton. Agricultura Orgânica: a subjacente construção de relações sociais e 
saberes. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro: CPDA/UFRRJ, 1999. 
Romero, Juan Ignácio. Questão agrária: latifúndio ou agricultura familiar. A 
produção familiar no mundo globalizado. São Paulo: Moderna, 1998 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 1 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
 
 
A HISTÓRIA DA AGRICULTURA E AS REVOLUÇÕES AGRÍCOLAS 
 
A Agricultura é considerada a primeira grande revolução humana que possibi-
litou o nascimento das cidades e civilizações. 
Acredita-se que tenha surgido quando o homem passou de nômade a seden-
tário. Os registros históricos apontam que a agricultura surgiu mais ou menos na 
mesma época em diversas partes do mundo, tais como na Ásia, na América, na África 
e na Europa. 
A AGRICULTURA NO PASSADO 
 A agricultura foi considerada como uma arte e um ofício. Hoje é uma ciência, 
se tornou cada vez menos empírica, mais eficiente e previsível. É renovada não no 
campo através de experimentos casuais, mas em laboratórios, campos experimentais, 
centros de pesquisa, universidades e escolas. 
O desenvolvimento da agricultura está associado à domesticação de espécies. 
O avanço da agricultura foi acompanhado pelo avanço da degradação ambiental. 
Exemplos: Mesopotâmia – salinização das terras irrigadas; Grécia clássica – destrui-
ção das florestas e degradação dos campos de cultivo; Romanos – as ricas terras de 
Cartago - deserto; 
Em diversas ocasiões (Ex. final da Idade Média) houveram crises sociais oca-
sionadas pela baixa produção da agricultura: secas, ataque de pragas, doenças, des-
gaste do solo, e outras. Por outro lado, tais adversidades fizeram com que o homem 
do campo acumulasse um vasto conhecimento, ao longo da história, sobre técnicas 
de preparo do solo, de fertilização, de seleção de espécies e variedades, dentre ou-
tras. Tais avanços são registrados na história como as Revoluções Agrícolas. 
• Primeira Revolução Agrícola: ocorreuentre os séculos XVI a XIX. 
• Características: 
 Aproximou a produção vegetal da pecuária; 
 Reduziu o problema da escassez de alimentos (maior escala de produção de 
alimentos); 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 2 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
 Foi o primeiro estágio da agricultura moderna, hoje este modelo é chamado de 
“tradicional”. 
• O principal alicerce foi a implantação do sistema de rotação de 
culturas, o que permitiu: 
 Maior lotação de gado – com leguminosas; 
 Aumento da fertilidade do solo; 
 Aumento da diversidade de culturas na mesma propriedade; 
 Intensificar o uso do solo; 
 Abandonar o sistema de pousio. 
• O interesse em associar a criação de animais à atividade agrí-
cola relacionava-se à: 
 Obtenção de produtos de origem animal para o auto- consumo; 
 Força de tração animal; 
 Produção de esterco – para a adubação do solo. 
• Dificuldades: 
 Insuficiência de adubos orgânicos; 
 Tempo e mão-de-obra necessária; 
 Ocupação de parte das terras com os animais. 
• Segunda Revolução Agrícola: ocorreu em meados do século XIX. 
• Características: 
 Em 1840, Liebig constatou que a nutrição mineral das plantas se dá pelas subs-
tâncias químicas. 
 Liebig desprezava a matéria orgânica e a baixa solubilidade do húmus era tido 
como evidência de sua inutilidade para a nutrição vegetal. 
 Formulou a tese de que a produção agrícola seria proporcional à quantidade 
de substâncias químicas adicionadas ao solo – lei do mínimo. 
 Tais ideias/teorias impulsionaram a adubação química e mineral (sintética). 
 As descobertas de Liebig conquistaram o setor produtivo (industrial e agrícola), 
 Abriu um amplo e promissor mercado de fertilizantes artificiais/sintéticos. 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 3 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
• Consequências: 
 Os agricultores foram abandonando as criações e a rotação de cultura com 
leguminosas. 
 A substituição dos sistemas complexos, por sistemas simplificados e monocul-
turais. 
• Para os agricultores, as consequências foram: 
 Adubos químicos/sintéticos são de mais fácil aplicação; 
 Adubos químicos/sintéticos reduzem o tempo e a necessidade de mão-de-obra 
para a aplicação; 
 Muitas indústrias de fertilizantes fizeram propaganda contra os adubos orgâni-
cos, considerando-os como práticas antiquadas. 
• Desdobramentos: 
 Os adubos químicos aumentaram a fertilidade do solo (num primeiro mo-
mento); 
 Simplificação do trabalho (a monocultura simplifica o processo produtivo) 
 Sistemas rotacionais exigem mão-de-obra qualificada. 
 Os adubos químicos elevaram a produtividade; 
 Diminuiu o trabalho necessário; 
 Toda a terra pode ser ocupada com a cultura de interesse comercial, originando 
a monocultura; 
 Além dos adubos químicos, a indústria se “apropriou” do desenvolvimento de 
máquinas e equipamentos; 
 A questão referente às pragas e doenças logo apareceu; 
 Os tóxicos foram criados para fins bélicos e depois adaptados à agricultura. 
 Depois, ocorreu o “apropriacionismo” genético e biológico– melhoramento ge-
nético. 
 
• Revolução Verde 
• Terceira Revolução Agrícola: 
 Ocorreu a partir dos anos 1960 e 1970. Monocultura; 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 4 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
 
• Fundamentos: 
 Melhoria da produtividade agrícola; 
 Conjunto homogêneo de práticas tecnológicas (semente, fertilizantes, agrotó-
xicos, moto-mecanização e irrigação), chamado de “pacote tecnológico”; 
 Maior independência em relação ao meio; 
 Controlar e modificar processos biológicos; 
 Adaptar culturas de clima temperado aos diferentes ambientes; 
 Do ponto de vista da produção agrícola total, a Revolução Verde foi um su-
cesso. 
 Aumentou a produção (mais que dobrou) e a disponibilidade de alimentos por 
habitante. 
Da euforia à preocupação, em razão: 
• Dos impactos ambientais: 
 Destruição do solo; 
 Destruição florestal; 
 Perda da biodiversidade; 
 Contaminação do solo, da água, dos animais silvestres; 
 Do homem e dos alimentos; 
 Da viabilidade energética; 
 Aumento dos custos de produção. 
• Dos impactos sociais; 
• Revolução Biotecnológica 
 Quarta Revolução Agrícola - (transgênicos e clonagem). 
 Está em curso e se constituindo; 
 Os seus contornos ainda estão sendo definidos; 
• Continuidade: 
 Por que dá prosseguimento ao processo de concentração varietal; 
 As variedades mais lucrativas, de interesse do mercado. 
• Ruptura: 
 Por que nunca uma tecnologia manipulou tão diretamente os genes; 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 5 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
 Também, por conta da extrema concentração, 
 O processo está nas mãos de um ator, as multinacionais do setor de sementes, 
 Estão redefinindo, em escala global, as estratégias comerciais; 
 Segundo DE LA PERRIERE (2001), significa continuidade e ruptura com a Re-
volução Verde. 
• AGRICULTURA CONVENCIONAL 
 Entende-se por agricultura convencional aquela resultante da Segunda e Ter-
ceira Revolução Agrícola. 
 Inclui também a Quarta Revolução Agrícola. 
• Características centrais: 
 Mecanização intensa e redução do emprego de mão-de-obra; 
 Uso intensivo de produtos químicos (fertilizantes e biocidas); 
 Regime da monocultura (especialização). 
• Objetivos explícitos: 
 Obter rendimentos máximos das culturas; 
 Aumentar a disponibilidade de alimentos para evitar o espectro da fome. 
 Aumentar o fluxo e a velocidade do fluxo de capital. 
• Objetivos implícitos: 
 Maximizar lucros; 
Efeitos: 
• Degradação ambiental 
 Compactação do solo; 
 Eliminação, inibição e redução da flora microbiana do solo; 
 Perda acentuada do potencial produtivo do solo; 
• Exclusão social 
 Desemprego rural; 
 Êxodo rural; 
 Concentração de terra, renda e poder; 
• Poluição alimentar 
 Absorção desequilibrada de nutrientes, produzindo alimentos desnaturados 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 6 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
Efeitos: 
• Encarecimento violento dos custos de produção 
 Maquinaria e insumos; 
 Monetarização da atividade e endividamento); 
• Erosão cultural 
 Introdução de pacotes tecnológicos fechados; 
 Monetarização da vida; 
• Aumento da fome 
 Problema não está na produção, mas na distribuição dos alimentos); 
• Redução da biodiversidade 
 Segundo a FAO, a humanidade usou cerca de 7000 espécies de plantas para 
se alimentar e 75000 poderiam ser utilizadas; hoje cerca30 espécies cobre 
90% da dieta mundial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A AGRONOMIA 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 7 
Professor: Humberto Bomfim – humberto.agro@bol.com.br 
 
BIBLIOGRAFIA 
SZMRECSÁNYI, Tamás. Pequena história da agricultura no Brasil. 4ed. São Paulo: 
Contexto, 1998. 
VILA NOVA, Sebastião. Introdução à sociologia. 2ed. São Paulo: Atlas, 1992. 
GOHN, Maria da Glória. História dos movimentos e lutas sociais: a construção da ci-
dadania dos brasileiros. São Paulo: Loyola, 1995. 
MARTINS, José de Souza. Reforma agrária: o impossível diálogo. São Paulo: Edi-
tora da Universidade de São Paulo, 2000. 173p. 
LIMA ELI NAPOLIAO DE. CPDA 30 ANOS, Desenvolvimento, agricultura. Editora 
Mauad. 2010. 232p.

Outros materiais