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167 METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 aproximadamente, às cores índigo e azul); - de 0,51 a 0,61 µ, abrangendo praticamente as cores verde e amarela, exercem pouca influência no processo fotossintético; - de 0,61 a 0,72 µ, coincidem aproximadamente com as cores laranja e vermelha e pos- suem acentuada ação fotossintética; - de 0,72 a 1,0 µ, interferem na elongação, floração, coloração dos frutos e germinação das sementes; - acima de 1 µ, ao que se sabe, não exercem nenhum papel especial. Quando absorvidas são usadas nos processos bioquímicos. O caso da alface (Lactuca sativa) ilustra bem o efeito da radiação sobre a germinação de sementes fotossensíveis. Ao serem submetidas à energia radiante de comprimento de onda em torno de 0,73 µ, as sementes de alface têm sua germinação inibida. Essa inibição é susta- da quando as mesmas sementes são expostas à radiação com cerca de 0,66 µ de compri- mento de onda (Felippe, 1969). A situação pode ser revertida repetidas vezes, alterando-se apenas o comprimento de onda da radiação incidente. 1.2 - Absorção e emissão de energia radiante. Todo corpo cuja temperatura esteja acima de 0 K emite e absorve radiação (Princípio de Prevot). Para que se possa compreender melhor a absorção e a emissão de energia eletromag- nética deve-se partir da estrutura atômica. Em um átomo, os elétrons assumem características vibratórias específicas, cada qual correspondendo a um estado de energia muito bem definido. O mais baixo deles constitui o estado fundamental, os demais são ditos excitados. Quanto maior for o grau de excitação de um elétron, mais afastada do núcleo estará a sua "esfera vi- bratória" e maior sua energia. No entanto, um elétron não pode assumir qualquer estado de excitação. Assim, apenas certos níveis discretos de energia são possíveis. A passagem de um elétron excitado de um nível de energia (E2) para o imediatamente inferior (E1) só acontece se houver emissão de uma pequena (mas finita) quantidade de radia- ção, chamada quantum (∆E). A quantidade de energia emitida é diretamente proporcional à freqüência (υ) da radiação produzida durante essa mudança de nível: ∆E = E2 – E1 = h υ (V.1.1) sendo h = 6,63x10-34 J s (a constante de Planck). De modo inteiramente análogo, a passagem do elétron de um estado de excitação (E1) para outro (E2), imediatamente superior, implica a absorção da mesma quantidade de radiação (∆E) consumida no processo inverso. O estado de excitação pode ser tão elevado a ponto de provocar a liberação do elétron, transformando o átomo em um íon, fenômeno conhecido como fotoionização. A absorção e a emissão radiativas não estão apenas associadas à transição de estados de energia de elétrons. São definidos, também, outros níveis energéticos (igualmente discretos,
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