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CCJ0009-WL-PA-01-T e P Narrativa Jurídica-Antigo-15850

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Título 
1 - Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
1 
Tema 
Estrutura das peças processuais e Teoria Tridimensional do Direito: contribuição das disciplinas de Português Jurídico. 
Objetivos 
O aluno deverá ser capaz de: 
- Compreender a ementa da disciplina e o Plano de Curso; 
- Reconhecer a importância da disciplina para a aƟvidade jurídica em geral; 
- IdenƟficar as partes que compõem algumas das peças processuais e relacioná-las às disciplinas de Português Jurídico, pelo viés da Teoria 
Tridimensional do Direito. 
- Compreender a relevância dos fatos do caso concreto para a aplicação do direito objeƟvo.  
Estrutura do Conteúdo 
1.       Apresentação da ementa da disciplina 
2.       Estrutura textual das peças processuais 
2.1.    Parte narrativa 
2.2.    Parte argumentativa 
2.3.    Parte injuntiva 
3.       Teoria Tridimensional do Direito 
Contribuição das disciplinas de Português Jurídico para a produção de peças processuais 
Aplicação Prática Teórica 
Sabemos que uma das expectaƟvas dos estudantes do Curso de Direito é iniciar, quanto antes, a produção das principais peças processuais, em 
especial a peƟção inicial. As disciplinas Teoria e PráƟca da NarraƟva Jurídica (segundo período), Teoria e PráƟca da Argumentação Jurídica (terceiro 
período) e Teoria e PráƟca da Redação Jurídica (quarto período) pretendem, juntas e progressivamente, ajudar você a desenvolver todas as habilidades 
e competências necessárias à consecução dessa tarefa, em especial: a) organização das idéias; b) seleção e combinação de informações; c) produção 
convincente dos argumentos; d) idenƟficação das caracterísƟcas estruturais de cada peça; e) redação em conformidade com a norma culta da língua etc. 
Para isso, é necessário, em primeiro lugar, idenƟficar a macroestrutura linguísƟca da peça, bem como os requisitos impostos pelo art. 282 do CPC. 
  
  
No mesmo senƟdo, vejamos quais os requisitos exigidos, por exemplo, para a sentença. 
  
  
Esses dois documentos – bem como outros – mostram -nos que há uma regularidade na organização das peças processuais: são indispensáveis a 
narrativa dos fatos importantes da lide, a fundamentação  de um ponto de vista e aplicação da norma, em forma de pedido , decisão etc. 
Não importa se a narraƟva dos fatos será denominada “dos fatos” (peƟção inicial) ou “relatório” (sentença, parecer, acórdão). Também não cabe, 
neste momento, nomear a parte argumentativa como “do direito” (peƟção inicial) ou fundamentação (parecer). Pretendemos apenas, nesta primeira aula, 
como já dissemos, que o estudante de Direito perceba que as peças processuais seguem, independente de suas peculiaridades, uma estrutura regular: 
narrar, fundamentar e pedir. 
Essa estrutura não existe sem moƟvação. Uma proposta teórica, internacionalmente conhecida, chamada Teoria Tridimensional do Direito, do 
jusfilósofo brasileiro Miguel Reale, defende que o Direito compõe -se de três dimensões: FATO, VALOR e NORMA. Assim: 
  
  
E como a universidade pensou as disciplinas de Português Jurídico diante dessa perspecƟva? Adiante, uma síntese do que se pretende em cada matéria. 
Em Teoria e PráƟca da NarraƟva Jurídica (segundo período), serão estudadas com profundidade todas as questões relaƟvas à produção do texto 
narraƟvo, primeira dimensão do direito, que consiste na exposição de todos os fatos importantes para a adequada solução da lide. 
Teoria e PráƟca da Argumentação Jurídica (terceiro período) terá como objeto principal de estudo a Teoria da Argumentação, segundo a proposta de 
Chaïm Perelman, oportunidade em que as técnicas e estratégias para a produção do texto jurídico -argumentaƟvo e a respecƟva aplicação da norma serão 
minuciosamente analisadas. Por meio dos Ɵpos de argumento, e todos os demais recursos linguísƟcos e discursivos disponíveis ao profissional do direito, o aluno 
será esƟmulado a defender as teses que julgar adequadas. 
Por fim, em Teoria e PráƟca da Redação Jurídica (quarto período), não mais produziremos isoladamente as partes narraƟva ou argumentaƟva, mas uma 
peça inteira. Elegemos o parecer técnico -formal especialmente porque não será necessária capacidade postulatória para redigi - lo, ou seja, mesmo não sendo 
ainda advogado, em princípio, já se pode produzir esse documento com validade processual.  
  
MoƟvado por essa explicação, leia os casos concretos que seguem e responda à questão. 
  
Caso concreto 1 
  
O caso ocorreu em Teresópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro, no ano de 2005. Uma mulher de 36 anos, desempregada, estava casada com um mecânico, 
também desempregado. Os dois moravam em um barraco de 10 metros quadrados, junto com seus três filhos. O mais velho Ɵnha seis anos de idade; o filho do 
meio, quatro; o caçula, um ano e meio. 
É importante mencionar que essa mulher, Marcela, estava gestando o quarto filho. No mês de fevereiro daquele ano, em decorrência das fortes chuvas, um 
deslizamento de terra arrastou, ladeira abaixo, o lar em que vivia essa família. A mãe conseguiu salvar os dois filhos mais velhos, entretanto o caçula, ainda 
aprendendo a andar, não conseguiu sair a tempo. Morreu soterrado. Por tudo o que aconteceu, Marcela entrou em trabalho de parto. 
Chegou ao hospital público mais próximo e foi submeƟda a uma cesariana. Assim que ouviu o choro do bebê, prematuro, pediu para segurá-lo um pouco no 
colo. A enfermeira o permiƟu. Marcela beijou a criança e jogou-a para trás. O menino caiu no chão, sofreu traumaƟsmo craniano e morreu. 
Perguntada por que tomara aquela aƟtude, disse que não gostaria que seu filho passasse por tudo o que os demais estavam passando: fome e miséria. Um 
exame realizado no InsƟtuto Médico Legal apontou que Marcela se encontrava em estado puerperal
[1]
 no momento em que matou o próprio filho.
 
  
Caso concreto 2 
  
Este segundo caso ocorreu em São Paulo. A secretária Adriana Alves engravidou do namorado e, sem saber explicar por qual moƟvo, não contou o fato para 
ele; também não contou para mais ninguém. Seus pais, com quem morava, não sabiam de sua gravidez. Não comparƟlhou esse segredo com amigas ou colegas de 
trabalho. DefiniƟvamente, ninguém conhecia a gestação de Adriana. 
Com o passar dos meses, Adriana não recebeu qualquer Ɵpo de acompanhamento ou cuidado pré-natal especial; escondia a barriga com cintas e usava 
roupas largas. No mês de dezembro de 2006, quando parƟcipava de uma festa de final de ano, no escritório em que trabalha, senƟu-se mal e foi para casa. 
Sua intenção era realizar o parto sozinha e jogar a criança em um rio próximo à sua casa. Ocorre, porém, que o parto não transcorreu tranquilamente. 
Adriana teve complicações e teve de puxar à força a criança. Depois, matou-a afogada na bacia de água quente que separou para realizar o parto. Para se livrar da 
jusƟça, jogou a criança, já morta, no rio, enrolada em um saco preto. 
Muito debilitada, foi a um hospital buscar ajuda para si, mas não soube explicar o que aconteceu. Após breve invesƟgação da Polícia, Adriana confessou 
tudo o que fizera. Exames comprovaram que ela não estava sob o estado puerperal. 
  
Questão 
a)    Vimos que, em ambos os casos, as acusadas praticaram o mesmo fato (conduta), qual seja, “matar alguém”. Entretanto, o Código Penal prevê diversos 
Ɵpos penais para essa conduta, a depender das circunstâncias como o fato foi praƟcado. Produza uma tabela como a do exemplo abaixo. Indique, pelo 
menos, cinco artigos. 
  
  
  
b)   Ao perceber que as circunstâncias como a conduta é praƟcada influenciam substancialmente o crime imputado ao agente, o profissional do direito deve 
estar atento para selecionar todas as informações que não podem deixar de constar de sua exposição dos fatos. IdenƟfique nos dois casos concretos 
quais informações não podem deixar de ser narradas e as indique em tópicos. 
c)    Quais crimes praƟcaram Marcela e Adriana? Defenda seus pontos de vista em um parágrafo. 
 
[1] “Puerpério” e “estado puerperal” sãocoisas diferentes. Puerpério é o período que vai do deslocamento e expulsão da placenta à volta do organismo materno às 
condições anteriores à gravidez. Em outras palavras, é o espaço de tempo variável que vai do desprendimento da placenta até a involução total do organismo materno às 
suas condições anteriores ao processo de gestação (40 a 50 dias). Puerpério vem de puer  (criança) e parere  (parir). Importante frisar que o puerpério não quer significar 
que dele deva surgir uma perturbação psíquica. 
O estado puerperal é um momento de influência por uma situação específica pós-parto, interessando somente alguns dias após o parto (há aqueles que entendem que só 
pode durar por algumas horas após o parto e outros que entendem que poderia perdurar por um mês – divergência doutrinária). A medicina-legal tenta provar se a mulher 
e r a   f í s i c a   o u   p s i q u i c am e n t e   n o rm a l ,   d u r a n t e   t o d a   a   s u a   v i d a ,   o u   s e   a   r e a ç ã o   o c o r r e u   s om e n t e   n a q u e l e  m ome n t o .   D i s p o n í v e l   em :  
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_puerperal>. Acesso em: 09 de março de 2008. 
Plano de Aula: 1 - Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
TEORIA E PRÁTICA DA NARRATIVA JURÍDICA
Art. 282 do CPC – A peƟção inicial indicará: 
Inciso I o juiz ou tribunal, a que é dirigida; 
Inciso II os nomes, prenomes, estado civil, profissão, 
domicílio e residência do autor e do réu; 
Inciso III o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
Inciso IV o pedido, com as suas especificações; 
Inciso V o valor da causa; 
Inciso VI as provas com qu e o autor pr et end e 
demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
Inciso VII o requerimento para a citação do réu. 
Art. 458 do CPC – São requisitos essenciais da sentença: 
Inciso I O relatório, que conterá os nomes das partes, 
a suma do pedido e da resposta do réu, bem 
como o registro das principais ocorrências 
havidas no andamento do processo; 
Inciso II Os fundamentos, em que o juiz analisará as 
questões de fato e de direito; 
Inciso III O disposiƟvo, em que o juiz resolverá as 
questões, que as partes lhe submeterem. 
Teoria Tridimensional Macroestrutura de algumas peças processuais 
peƟção inicial parecer Sentença 
FATO 
Dos fatos Relatório Relatório 
Narrar os fatos importantes 
VALOR 
Do direito Fundamentação MoƟvação 
Fundamentar um ponto de vista 
NORMA 
Do pedido Conclusão Dispositivo 
Conclusão, na forma de pedido, decisão etc. 
ARTIGO TEXTO ESPECIFICIDADES 
  
  
  
  
  
Art. 157, § 3º do CP 
(latrocínio) 
Art. 157. Subtrair coisa móvel 
alheia, para si ou para outrem, 
med ian te   g rave   ameaça  ou  
violência a pessoa, ou depois de 
havê-la, por q ualqu e r m e io , 
reduzido à impossibilidade de 
resistência: Pena  - reclusão, de 
quatro a dez anos, e multa. 
§3º Se da violência resulta lesão 
corpora l  g rave ,  a  pena  é  de  
reclusão, de sete a quinze anos, 
além da multa; se resulta morte, a 
reclusão é de vinte a trinta anos, 
sem prejuízo da multa. 
  
  
O agente tem o dolo de 
matar e de roubar. Nessa 
hipótese, o roubo é o crime -
fim, enquanto o homicídio é 
crime -meio. 
  
  
  
Art. 129, §3º do CP 
(lesão corporal 
seguida de morte) 
Art. 129. Ofender a integridade 
corporal ou a saúde de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a 
um ano. 
§   3 °   S e   r e s u l t a  mo r t e   e   a s  
circunstâncias evidenciam que o 
agente não quís o resultado, nem 
assumiu o risco de produzí-lo: 
Pena - reclusão, de quatro a doze 
anos. 
O agente  praƟca a   lesão  
corporal de maneira dolosa e 
o homic íd io  de maneira  
culposa, ou seja, trata-se de 
um crime preterdoloso: dolo 
no antecedente e culpa no 
consequente. 
Estácio de Sá Página 1 / 3
Título 
1 - Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
1 
Tema 
Estrutura das peças processuais e Teoria Tridimensional do Direito: contribuição das disciplinas de Português Jurídico. 
Objetivos 
O aluno deverá ser capaz de: 
- Compreender a ementa da disciplina e o Plano de Curso; 
- Reconhecer a importância da disciplina para a aƟvidade jurídica em geral; 
- IdenƟficar as partes que compõem algumas das peças processuais e relacioná-las às disciplinas de Português Jurídico, pelo viés da Teoria 
Tridimensional do Direito. 
- Compreender a relevância dos fatos do caso concreto para a aplicação do direito objeƟvo.  
Estrutura do Conteúdo 
1.       Apresentação da ementa da disciplina 
2.       Estrutura textual das peças processuais 
2.1.    Parte narrativa 
2.2.    Parte argumentativa 
2.3.    Parte injuntiva 
3.       Teoria Tridimensional do Direito 
Contribuição das disciplinas de Português Jurídico para a produção de peças processuais 
Aplicação Prática Teórica 
Sabemos que uma das expectaƟvas dos estudantes do Curso de Direito é iniciar, quanto antes, a produção das principais peças processuais, em 
especial a peƟção inicial. As disciplinas Teoria e PráƟca da NarraƟva Jurídica (segundo período), Teoria e PráƟca da Argumentação Jurídica (terceiro 
período) e Teoria e PráƟca da Redação Jurídica (quarto período) pretendem, juntas e progressivamente, ajudar você a desenvolver todas as habilidades 
e competências necessárias à consecução dessa tarefa, em especial: a) organização das idéias; b) seleção e combinação de informações; c) produção 
convincente dos argumentos; d) idenƟficação das caracterísƟcas estruturais de cada peça; e) redação em conformidade com a norma culta da língua etc. 
Para isso, é necessário, em primeiro lugar, idenƟficar a macroestrutura linguísƟca da peça, bem como os requisitos impostos pelo art. 282 do CPC. 
  
  
No mesmo senƟdo, vejamos quais os requisitos exigidos, por exemplo, para a sentença. 
  
  
Esses dois documentos – bem como outros – mostram -nos que há uma regularidade na organização das peças processuais: são indispensáveis a 
narrativa dos fatos importantes da lide, a fundamentação  de um ponto de vista e aplicação da norma, em forma de pedido , decisão etc. 
Não importa se a narraƟva dos fatos será denominada “dos fatos” (peƟção inicial) ou “relatório” (sentença, parecer, acórdão). Também não cabe, 
neste momento, nomear a parte argumentativa como “do direito” (peƟção inicial) ou fundamentação (parecer). Pretendemos apenas, nesta primeira aula, 
como já dissemos, que o estudante de Direito perceba que as peças processuais seguem, independente de suas peculiaridades, uma estrutura regular: 
narrar, fundamentar e pedir. 
Essa estrutura não existe sem moƟvação. Uma proposta teórica, internacionalmente conhecida, chamada Teoria Tridimensional do Direito, do 
jusfilósofo brasileiro Miguel Reale, defende que o Direito compõe -se de três dimensões: FATO, VALOR e NORMA. Assim: 
  
  
E como a universidade pensou as disciplinas de Português Jurídico diante dessa perspecƟva? Adiante, uma síntese do que se pretende em cada matéria. 
Em Teoria e PráƟca da NarraƟva Jurídica (segundo período), serão estudadas com profundidade todas as questões relaƟvas à produção do texto 
narraƟvo, primeira dimensão do direito, que consiste na exposição de todos os fatos importantes para a adequada solução da lide. 
Teoria e PráƟca da Argumentação Jurídica (terceiro período) terá como objeto principal de estudo a Teoria da Argumentação, segundo a proposta de 
Chaïm Perelman, oportunidade em que as técnicas e estratégias para a produção do texto jurídico -argumentaƟvo e a respecƟva aplicação da norma serão 
minuciosamente analisadas. Por meio dos Ɵpos de argumento, e todos os demais recursos linguísƟcos e discursivos disponíveis ao profissional do direito, o aluno 
será esƟmulado a defender as teses que julgar adequadas. 
Por fim, em Teoria e PráƟca da Redação Jurídica (quarto período), não mais produziremos isoladamente as partes narraƟva ou argumentaƟva, mas uma 
peça inteira. Elegemos o parecer técnico -formal especialmente porque não será necessária capacidade postulatóriapara redigi - lo, ou seja, mesmo não sendo 
ainda advogado, em princípio, já se pode produzir esse documento com validade processual.  
  
MoƟvado por essa explicação, leia os casos concretos que seguem e responda à questão. 
  
Caso concreto 1 
  
O caso ocorreu em Teresópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro, no ano de 2005. Uma mulher de 36 anos, desempregada, estava casada com um mecânico, 
também desempregado. Os dois moravam em um barraco de 10 metros quadrados, junto com seus três filhos. O mais velho Ɵnha seis anos de idade; o filho do 
meio, quatro; o caçula, um ano e meio. 
É importante mencionar que essa mulher, Marcela, estava gestando o quarto filho. No mês de fevereiro daquele ano, em decorrência das fortes chuvas, um 
deslizamento de terra arrastou, ladeira abaixo, o lar em que vivia essa família. A mãe conseguiu salvar os dois filhos mais velhos, entretanto o caçula, ainda 
aprendendo a andar, não conseguiu sair a tempo. Morreu soterrado. Por tudo o que aconteceu, Marcela entrou em trabalho de parto. 
Chegou ao hospital público mais próximo e foi submeƟda a uma cesariana. Assim que ouviu o choro do bebê, prematuro, pediu para segurá-lo um pouco no 
colo. A enfermeira o permiƟu. Marcela beijou a criança e jogou-a para trás. O menino caiu no chão, sofreu traumaƟsmo craniano e morreu. 
Perguntada por que tomara aquela aƟtude, disse que não gostaria que seu filho passasse por tudo o que os demais estavam passando: fome e miséria. Um 
exame realizado no InsƟtuto Médico Legal apontou que Marcela se encontrava em estado puerperal
[1]
 no momento em que matou o próprio filho.
 
  
Caso concreto 2 
  
Este segundo caso ocorreu em São Paulo. A secretária Adriana Alves engravidou do namorado e, sem saber explicar por qual moƟvo, não contou o fato para 
ele; também não contou para mais ninguém. Seus pais, com quem morava, não sabiam de sua gravidez. Não comparƟlhou esse segredo com amigas ou colegas de 
trabalho. DefiniƟvamente, ninguém conhecia a gestação de Adriana. 
Com o passar dos meses, Adriana não recebeu qualquer Ɵpo de acompanhamento ou cuidado pré-natal especial; escondia a barriga com cintas e usava 
roupas largas. No mês de dezembro de 2006, quando parƟcipava de uma festa de final de ano, no escritório em que trabalha, senƟu-se mal e foi para casa. 
Sua intenção era realizar o parto sozinha e jogar a criança em um rio próximo à sua casa. Ocorre, porém, que o parto não transcorreu tranquilamente. 
Adriana teve complicações e teve de puxar à força a criança. Depois, matou-a afogada na bacia de água quente que separou para realizar o parto. Para se livrar da 
jusƟça, jogou a criança, já morta, no rio, enrolada em um saco preto. 
Muito debilitada, foi a um hospital buscar ajuda para si, mas não soube explicar o que aconteceu. Após breve invesƟgação da Polícia, Adriana confessou 
tudo o que fizera. Exames comprovaram que ela não estava sob o estado puerperal. 
  
Questão 
a)    Vimos que, em ambos os casos, as acusadas praticaram o mesmo fato (conduta), qual seja, “matar alguém”. Entretanto, o Código Penal prevê diversos 
Ɵpos penais para essa conduta, a depender das circunstâncias como o fato foi praƟcado. Produza uma tabela como a do exemplo abaixo. Indique, pelo 
menos, cinco artigos. 
  
  
  
b)   Ao perceber que as circunstâncias como a conduta é praƟcada influenciam substancialmente o crime imputado ao agente, o profissional do direito deve 
estar atento para selecionar todas as informações que não podem deixar de constar de sua exposição dos fatos. IdenƟfique nos dois casos concretos 
quais informações não podem deixar de ser narradas e as indique em tópicos. 
c)    Quais crimes praƟcaram Marcela e Adriana? Defenda seus pontos de vista em um parágrafo. 
 
[1] “Puerpério” e “estado puerperal” são coisas diferentes. Puerpério é o período que vai do deslocamento e expulsão da placenta à volta do organismo materno às 
condições anteriores à gravidez. Em outras palavras, é o espaço de tempo variável que vai do desprendimento da placenta até a involução total do organismo materno às 
suas condições anteriores ao processo de gestação (40 a 50 dias). Puerpério vem de puer  (criança) e parere  (parir). Importante frisar que o puerpério não quer significar 
que dele deva surgir uma perturbação psíquica. 
O estado puerperal é um momento de influência por uma situação específica pós-parto, interessando somente alguns dias após o parto (há aqueles que entendem que só 
pode durar por algumas horas após o parto e outros que entendem que poderia perdurar por um mês – divergência doutrinária). A medicina-legal tenta provar se a mulher 
e r a   f í s i c a   o u   p s i q u i c am e n t e   n o rm a l ,   d u r a n t e   t o d a   a   s u a   v i d a ,   o u   s e   a   r e a ç ã o   o c o r r e u   s om e n t e   n a q u e l e  m ome n t o .   D i s p o n í v e l   em :  
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_puerperal>. Acesso em: 09 de março de 2008. 
Plano de Aula: 1 - Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
TEORIA E PRÁTICA DA NARRATIVA JURÍDICA
Art. 282 do CPC – A peƟção inicial indicará: 
Inciso I o juiz ou tribunal, a que é dirigida; 
Inciso II os nomes, prenomes, estado civil, profissão, 
domicílio e residência do autor e do réu; 
Inciso III o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
Inciso IV o pedido, com as suas especificações; 
Inciso V o valor da causa; 
Inciso VI as provas com qu e o autor pr et end e 
demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
Inciso VII o requerimento para a citação do réu. 
Art. 458 do CPC – São requisitos essenciais da sentença: 
Inciso I O relatório, que conterá os nomes das partes, 
a suma do pedido e da resposta do réu, bem 
como o registro das principais ocorrências 
havidas no andamento do processo; 
Inciso II Os fundamentos, em que o juiz analisará as 
questões de fato e de direito; 
Inciso III O disposiƟvo, em que o juiz resolverá as 
questões, que as partes lhe submeterem. 
Teoria Tridimensional Macroestrutura de algumas peças processuais 
peƟção inicial parecer Sentença 
FATO 
Dos fatos Relatório Relatório 
Narrar os fatos importantes 
VALOR 
Do direito Fundamentação MoƟvação 
Fundamentar um ponto de vista 
NORMA 
Do pedido Conclusão Dispositivo 
Conclusão, na forma de pedido, decisão etc. 
ARTIGO TEXTO ESPECIFICIDADES 
  
  
  
  
  
Art. 157, § 3º do CP 
(latrocínio) 
Art. 157. Subtrair coisa móvel 
alheia, para si ou para outrem, 
med ian te   g rave   ameaça  ou  
violência a pessoa, ou depois de 
havê-la, por q ualqu e r m e io , 
reduzido à impossibilidade de 
resistência: Pena  - reclusão, de 
quatro a dez anos, e multa. 
§3º Se da violência resulta lesão 
corpora l  g rave ,  a  pena  é  de  
reclusão, de sete a quinze anos, 
além da multa; se resulta morte, a 
reclusão é de vinte a trinta anos, 
sem prejuízo da multa. 
  
  
O agente tem o dolo de 
matar e de roubar. Nessa 
hipótese, o roubo é o crime -
fim, enquanto o homicídio é 
crime -meio. 
  
  
  
Art. 129, §3º do CP 
(lesão corporal 
seguida de morte) 
Art. 129. Ofender a integridade 
corporal ou a saúde de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a 
um ano. 
§   3 °   S e   r e s u l t a  mo r t e   e   a s  
circunstâncias evidenciam que o 
agente não quís o resultado, nem 
assumiu o risco de produzí-lo: 
Pena - reclusão, de quatro a doze 
anos. 
O agente  praƟca a   lesão  
corporal de maneira dolosa e 
o homic íd io  de maneira  
culposa, ou seja, trata-se de 
um crime preterdoloso: dolo 
no antecedente e culpa no 
consequente. 
Estácio de Sá Página 2 / 3
Título 
1 - Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
1 
Tema 
Estrutura das peças processuais e Teoria Tridimensional do Direito: contribuição das disciplinas de Português Jurídico. 
Objetivos 
O aluno deverá ser capaz de: 
- Compreender a ementa da disciplina e o Plano de Curso; 
- Reconhecer a importância da disciplina para a aƟvidade jurídica em geral; 
- IdenƟficaras partes que compõem algumas das peças processuais e relacioná-las às disciplinas de Português Jurídico, pelo viés da Teoria 
Tridimensional do Direito. 
- Compreender a relevância dos fatos do caso concreto para a aplicação do direito objeƟvo.  
Estrutura do Conteúdo 
1.       Apresentação da ementa da disciplina 
2.       Estrutura textual das peças processuais 
2.1.    Parte narrativa 
2.2.    Parte argumentativa 
2.3.    Parte injuntiva 
3.       Teoria Tridimensional do Direito 
Contribuição das disciplinas de Português Jurídico para a produção de peças processuais 
Aplicação Prática Teórica 
Sabemos que uma das expectaƟvas dos estudantes do Curso de Direito é iniciar, quanto antes, a produção das principais peças processuais, em 
especial a peƟção inicial. As disciplinas Teoria e PráƟca da NarraƟva Jurídica (segundo período), Teoria e PráƟca da Argumentação Jurídica (terceiro 
período) e Teoria e PráƟca da Redação Jurídica (quarto período) pretendem, juntas e progressivamente, ajudar você a desenvolver todas as habilidades 
e competências necessárias à consecução dessa tarefa, em especial: a) organização das idéias; b) seleção e combinação de informações; c) produção 
convincente dos argumentos; d) idenƟficação das caracterísƟcas estruturais de cada peça; e) redação em conformidade com a norma culta da língua etc. 
Para isso, é necessário, em primeiro lugar, idenƟficar a macroestrutura linguísƟca da peça, bem como os requisitos impostos pelo art. 282 do CPC. 
  
  
No mesmo senƟdo, vejamos quais os requisitos exigidos, por exemplo, para a sentença. 
  
  
Esses dois documentos – bem como outros – mostram -nos que há uma regularidade na organização das peças processuais: são indispensáveis a 
narrativa dos fatos importantes da lide, a fundamentação  de um ponto de vista e aplicação da norma, em forma de pedido , decisão etc. 
Não importa se a narraƟva dos fatos será denominada “dos fatos” (peƟção inicial) ou “relatório” (sentença, parecer, acórdão). Também não cabe, 
neste momento, nomear a parte argumentativa como “do direito” (peƟção inicial) ou fundamentação (parecer). Pretendemos apenas, nesta primeira aula, 
como já dissemos, que o estudante de Direito perceba que as peças processuais seguem, independente de suas peculiaridades, uma estrutura regular: 
narrar, fundamentar e pedir. 
Essa estrutura não existe sem moƟvação. Uma proposta teórica, internacionalmente conhecida, chamada Teoria Tridimensional do Direito, do 
jusfilósofo brasileiro Miguel Reale, defende que o Direito compõe -se de três dimensões: FATO, VALOR e NORMA. Assim: 
  
  
E como a universidade pensou as disciplinas de Português Jurídico diante dessa perspecƟva? Adiante, uma síntese do que se pretende em cada matéria. 
Em Teoria e PráƟca da NarraƟva Jurídica (segundo período), serão estudadas com profundidade todas as questões relaƟvas à produção do texto 
narraƟvo, primeira dimensão do direito, que consiste na exposição de todos os fatos importantes para a adequada solução da lide. 
Teoria e PráƟca da Argumentação Jurídica (terceiro período) terá como objeto principal de estudo a Teoria da Argumentação, segundo a proposta de 
Chaïm Perelman, oportunidade em que as técnicas e estratégias para a produção do texto jurídico -argumentaƟvo e a respecƟva aplicação da norma serão 
minuciosamente analisadas. Por meio dos Ɵpos de argumento, e todos os demais recursos linguísƟcos e discursivos disponíveis ao profissional do direito, o aluno 
será esƟmulado a defender as teses que julgar adequadas. 
Por fim, em Teoria e PráƟca da Redação Jurídica (quarto período), não mais produziremos isoladamente as partes narraƟva ou argumentaƟva, mas uma 
peça inteira. Elegemos o parecer técnico -formal especialmente porque não será necessária capacidade postulatória para redigi - lo, ou seja, mesmo não sendo 
ainda advogado, em princípio, já se pode produzir esse documento com validade processual.  
  
MoƟvado por essa explicação, leia os casos concretos que seguem e responda à questão. 
  
Caso concreto 1 
  
O caso ocorreu em Teresópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro, no ano de 2005. Uma mulher de 36 anos, desempregada, estava casada com um mecânico, 
também desempregado. Os dois moravam em um barraco de 10 metros quadrados, junto com seus três filhos. O mais velho Ɵnha seis anos de idade; o filho do 
meio, quatro; o caçula, um ano e meio. 
É importante mencionar que essa mulher, Marcela, estava gestando o quarto filho. No mês de fevereiro daquele ano, em decorrência das fortes chuvas, um 
deslizamento de terra arrastou, ladeira abaixo, o lar em que vivia essa família. A mãe conseguiu salvar os dois filhos mais velhos, entretanto o caçula, ainda 
aprendendo a andar, não conseguiu sair a tempo. Morreu soterrado. Por tudo o que aconteceu, Marcela entrou em trabalho de parto. 
Chegou ao hospital público mais próximo e foi submeƟda a uma cesariana. Assim que ouviu o choro do bebê, prematuro, pediu para segurá-lo um pouco no 
colo. A enfermeira o permiƟu. Marcela beijou a criança e jogou-a para trás. O menino caiu no chão, sofreu traumaƟsmo craniano e morreu. 
Perguntada por que tomara aquela aƟtude, disse que não gostaria que seu filho passasse por tudo o que os demais estavam passando: fome e miséria. Um 
exame realizado no InsƟtuto Médico Legal apontou que Marcela se encontrava em estado puerperal
[1]
 no momento em que matou o próprio filho.
 
  
Caso concreto 2 
  
Este segundo caso ocorreu em São Paulo. A secretária Adriana Alves engravidou do namorado e, sem saber explicar por qual moƟvo, não contou o fato para 
ele; também não contou para mais ninguém. Seus pais, com quem morava, não sabiam de sua gravidez. Não comparƟlhou esse segredo com amigas ou colegas de 
trabalho. DefiniƟvamente, ninguém conhecia a gestação de Adriana. 
Com o passar dos meses, Adriana não recebeu qualquer Ɵpo de acompanhamento ou cuidado pré-natal especial; escondia a barriga com cintas e usava 
roupas largas. No mês de dezembro de 2006, quando parƟcipava de uma festa de final de ano, no escritório em que trabalha, senƟu-se mal e foi para casa. 
Sua intenção era realizar o parto sozinha e jogar a criança em um rio próximo à sua casa. Ocorre, porém, que o parto não transcorreu tranquilamente. 
Adriana teve complicações e teve de puxar à força a criança. Depois, matou-a afogada na bacia de água quente que separou para realizar o parto. Para se livrar da 
jusƟça, jogou a criança, já morta, no rio, enrolada em um saco preto. 
Muito debilitada, foi a um hospital buscar ajuda para si, mas não soube explicar o que aconteceu. Após breve invesƟgação da Polícia, Adriana confessou 
tudo o que fizera. Exames comprovaram que ela não estava sob o estado puerperal. 
  
Questão 
a)    Vimos que, em ambos os casos, as acusadas praticaram o mesmo fato (conduta), qual seja, “matar alguém”. Entretanto, o Código Penal prevê diversos 
Ɵpos penais para essa conduta, a depender das circunstâncias como o fato foi praƟcado. Produza uma tabela como a do exemplo abaixo. Indique, pelo 
menos, cinco artigos. 
  
  
  
b)   Ao perceber que as circunstâncias como a conduta é praƟcada influenciam substancialmente o crime imputado ao agente, o profissional do direito deve 
estar atento para selecionar todas as informações que não podem deixar de constar de sua exposição dos fatos. IdenƟfique nos dois casos concretos 
quais informações não podem deixar de ser narradas e as indique em tópicos. 
c)    Quais crimes praƟcaram Marcela e Adriana? Defenda seus pontos de vista em um parágrafo. 
 
[1] “Puerpério” e “estado puerperal” são coisas diferentes. Puerpério é o período que vai do deslocamento e expulsão da placenta à volta do organismo materno às 
condições anteriores à gravidez. Em outras palavras, é o espaço de tempo variável que vai do desprendimento da placenta até a involução total do organismo materno às 
suas condições anteriores ao processo de gestação (40 a 50 dias). Puerpério vem de puer  (criança) e parere  (parir). Importante frisar que o puerpérionão quer significar 
que dele deva surgir uma perturbação psíquica. 
O estado puerperal é um momento de influência por uma situação específica pós-parto, interessando somente alguns dias após o parto (há aqueles que entendem que só 
pode durar por algumas horas após o parto e outros que entendem que poderia perdurar por um mês – divergência doutrinária). A medicina-legal tenta provar se a mulher 
e r a   f í s i c a   o u   p s i q u i c am e n t e   n o rm a l ,   d u r a n t e   t o d a   a   s u a   v i d a ,   o u   s e   a   r e a ç ã o   o c o r r e u   s om e n t e   n a q u e l e  m ome n t o .   D i s p o n í v e l   em :  
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_puerperal>. Acesso em: 09 de março de 2008. 
Plano de Aula: 1 - Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
TEORIA E PRÁTICA DA NARRATIVA JURÍDICA
Art. 282 do CPC – A peƟção inicial indicará: 
Inciso I o juiz ou tribunal, a que é dirigida; 
Inciso II os nomes, prenomes, estado civil, profissão, 
domicílio e residência do autor e do réu; 
Inciso III o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
Inciso IV o pedido, com as suas especificações; 
Inciso V o valor da causa; 
Inciso VI as provas com qu e o autor pr et end e 
demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
Inciso VII o requerimento para a citação do réu. 
Art. 458 do CPC – São requisitos essenciais da sentença: 
Inciso I O relatório, que conterá os nomes das partes, 
a suma do pedido e da resposta do réu, bem 
como o registro das principais ocorrências 
havidas no andamento do processo; 
Inciso II Os fundamentos, em que o juiz analisará as 
questões de fato e de direito; 
Inciso III O disposiƟvo, em que o juiz resolverá as 
questões, que as partes lhe submeterem. 
Teoria Tridimensional Macroestrutura de algumas peças processuais 
peƟção inicial parecer Sentença 
FATO 
Dos fatos Relatório Relatório 
Narrar os fatos importantes 
VALOR 
Do direito Fundamentação MoƟvação 
Fundamentar um ponto de vista 
NORMA 
Do pedido Conclusão Dispositivo 
Conclusão, na forma de pedido, decisão etc. 
ARTIGO TEXTO ESPECIFICIDADES 
  
  
  
  
  
Art. 157, § 3º do CP 
(latrocínio) 
Art. 157. Subtrair coisa móvel 
alheia, para si ou para outrem, 
med ian te   g rave   ameaça  ou  
violência a pessoa, ou depois de 
havê-la, por q ualqu e r m e io , 
reduzido à impossibilidade de 
resistência: Pena  - reclusão, de 
quatro a dez anos, e multa. 
§3º Se da violência resulta lesão 
corpora l  g rave ,  a  pena  é  de  
reclusão, de sete a quinze anos, 
além da multa; se resulta morte, a 
reclusão é de vinte a trinta anos, 
sem prejuízo da multa. 
  
  
O agente tem o dolo de 
matar e de roubar. Nessa 
hipótese, o roubo é o crime -
fim, enquanto o homicídio é 
crime -meio. 
  
  
  
Art. 129, §3º do CP 
(lesão corporal 
seguida de morte) 
Art. 129. Ofender a integridade 
corporal ou a saúde de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a 
um ano. 
§   3 °   S e   r e s u l t a  mo r t e   e   a s  
circunstâncias evidenciam que o 
agente não quís o resultado, nem 
assumiu o risco de produzí-lo: 
Pena - reclusão, de quatro a doze 
anos. 
O agente  praƟca a   lesão  
corporal de maneira dolosa e 
o homic íd io  de maneira  
culposa, ou seja, trata-se de 
um crime preterdoloso: dolo 
no antecedente e culpa no 
consequente. 
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