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AULA 02 - PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS Os Princípios Orçamentários visam estabelecer diretrizes norteadoras básicas, a fim de conferir racionalidade, eficiência e transparência para os processos de elaboração, execução e controle do orçamento público. Válidos para os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os entes federativos – União, estados, Distrito Federal e municípios – são estabelecidos e disciplinados por normas constitucionais, infraconstitucionais e pela doutrina. Maria Sylvia Di Pietro (2015) ao tratar dos princípios administrativos, ensina que “princípios de uma ciência são as proporções básicas, fundamentais, típicas, que condicionam todas as estruturas subsequentes”. Paludo (2020) em sua obra nos diz que os princípios orçamentários são o REGRAMENTO BÁSICO para todo o processo orçamentário (elaboração, execução e controle/avaliação) e visam assegurar- lhe racionalidade, eficiência e transparência, mas não têm caráter absoluto, visto que apresentam exceções. ATIVIDADES 1. Os Princípios Orçamentários visam estabelecer diretrizes norteadoras básicas, a fim de conferir para os processos de elaboração, execução e controle do orçamento público. Assinale a alternativa que complete o texto corretamente. a) tempestividade, competência e eficácia b) exclusividade, competência e eficiência c) legalidade, racionalidade e plurianualidade d) racionalidade, eficiência e transparência e) atividade, transparência e efetividade 2. Julgue o item a seguir, a respeito de princípios orçamentários. Princípios orçamentários são regras constitucionais que norteiam a elaboração da proposta orçamentária 3. Princípios orçamentários devem ser observados na elaboração, execução e no controle do orçamento público, para que a) a aplicação dos recursos públicos ocorra rigorosamente dentro da lei. Certo. b) o equilíbrio financeiro permaneça em sintonia com o orçamento aprovado. c) o controle externo seja orientado por esses princípios. d) os balanços econômicos, patrimoniais e financeiros sejam fidedignos. e) haja racionalidade, eficiência e transparência nos processos orçamentários. UNIDADE OU TOTALIDADE Esse é um princípio está expresso pelo artigo 2º da Lei nº 4.320/1964 e determina a existência de orçamento único para cada um dos entes federados – União, estados, Distrito Federal e municípios – com a finalidade de se evitarem múltiplos orçamentos paralelos dentro da mesma pessoa política. O orçamento deve ser UNO, e no âmbito de cada esfera de governo deve existir apenas um orçamento para o exercício financeiro. Dessa forma, todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exercício financeiro, devem integrar um único documento legal dentro de cada esfera federativa: a Lei Orçamentária Anual (LOA). A LOA, apesar de ser uma Lei, é o Orçamento propriamente dito. Por exemplo, o Município que você mora tem a sua LOA, o seu Estado também tem uma LOA própria, etc. Conforme dito, esse princípio está no art. 2º da Lei 4.320/1964, mas ele também foi consagrado pela Constituição Federal de 1988 (art. 165, § 5º) que diz: “A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.” Portanto, a Lei Orçamentária compreende: a) Orçamento Fiscal b) Orçamento de Investimento das Estatais c) Orçamento da Seguridade Social Esse princípio é também chamado de TOTALIDADE pelo fato de a Lei Orçamentária compor esses três orçamentos. Por fim, é importante destacar que não há exceção a esse princípio no atual modelo orçamentário adotado na Constituição Federal de 1988. 4. Quando se determina que todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exercício financeiro, devem integrar um único documento legal dentro de cada esfera federativa, trata-se da aplicação do princípio orçamentário a) da anualidade. b) da exclusividade. c) da universalidade. d) da unidade. e) do equilíbrio. 5. Os Princípios Orçamentários visam estabelecer diretrizes norteadoras básicas, a fim de conferir racionalidade, eficiência e transparência para os processos de elaboração, execução e controle do orçamento público, que são válidos a todos os poderes e entes da Federação. Nesse sentido, aquele que determina a existência de orçamento único para cada um dos entes federados – União, estados, Distrito Federal e municípios –, com a finalidade de se evitarem múltiplos orçamentos paralelos dentro da mesma pessoa política, é o princípio a) da Unidade. b) do Consolidado. c) da Universalidade. d) da Exclusividade. e) do Orçamento Bruto. 6. Haverá respeito às exigências do princípio orçamentário da unidade caso o orçamento contenha, em um único documento, todas as receitas e despesas de um mesmo Resumindo: UNIDADE Um Orçamento Anual por esfera de governo; TOTALIDADE O Orçamento Anual inclui: Orçamento Fiscal, Orçamento de Investimento das Estatais e Orçamento da Seguridade Social. a) poder republicano. b) ente da Federação. c) plano orçamentário. d) ordenador de despesa. e) órgão setorial de planejamento. UNIVERSALIDADE O princípio da Universalidade está previsto pelos artigos 2º, 3º e 4º da Lei nº 4.320/1964, bem como no § 5º do artigo 165 da Constituição Federal de 1988. “Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade universalidade e anualidade. [...] Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá TODAS as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei. [...] Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá TODAS as despesas próprias dos órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no artigo 2°.” Ele determina que a LOA de cada ente federado deverá conter TODAS as receitas e despesas de TODOS os poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, e nenhuma instituição governamental deve ficar afastada do orçamento. O grande mestre da área de Orçamento Público, James Giacomoni (2017), nos diz que o princípio da Universalidade permite ao Legislativo: conhecer a priori todas as receitas e despesas do Governo e dar prévia autorização para a respectiva arrecadação e realização; impedir ao Executivo a realização de qualquer operação de receita e despesa sem prévia autorização parlamentar; conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo Governo, a fim de autorizar a cobrança dos tributos estritamente necessários para atendê-las. Segundo Paludo (2020), são exceções ao princípio da Universalidade: O orçamento operacional das empresas estatais INDEPENDENTES; e Ingressos (entradas) e dispêndios (saídas) extraorçamentários. 7. Todas as receitas e despesas orçamentárias do Poder Legislativo Estadual devem ser, respectivamente, previstas e fixadas na Lei Orçamentária Anual do a) Poder Legislativo, em atendimento ao princípio orçamentário da exclusividade. b) ente estadual do qual é parte, em atendimento ao princípio orçamentário da universalidade. c) ente estadual do qual é parte, em atendimento ao princípio orçamentário da eficiência. d) Poder Legislativo, em atendimento ao princípio orçamentário da transparência. e) Poder Legislativo,em atendimento ao princípio orçamentário da não vinculação da receita de impostos. Resumindo: Todas as receitas e despesas devem ser inclusas na LOA Nenhuma instituição pública deve ficar de fora do Orçamento Nenhuma despesa pode ser realizada sem autorização legislativa Exceções: o empresas estatais independentes; e o ingressos/dispêndios EXTRAorçamentários 8. O artigo 3º da Lei no 4.320/64 dispõe que “a lei do orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as operações de crédito autorizadas em lei”. Essa norma veicula o princípio orçamentário da a) Universalidade. b) Anualidade. c) Unidade. d) Exclusividade. e) Programação. 9. Caso certo município deixar de incluir na lei orçamentária anual uma determinada despesa que pretenda efetuar na execução do orçamento, certamente haverá afronta ao princípio orçamentário da a) universalidade. b) unidade. c) especialização. d) clareza. e) exclusividade. ANUALIDADE OU PERIODICIDADE Regido pelo caput do art. 2º da Lei 4.320/1964, o princípio da anualidade ou periodicidade delimita o exercício financeiro orçamentário: período de tempo ao qual a previsão das receitas e a fixação das despesas registradas na LOA irão se referir. “Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade universalidade e anualidade. [...] Ainda, segundo o art. 34 da Lei 4.320/1964, o exercício financeiro coincidirá com o ano civil, ou seja, de 1º de janeiro a 31 de dezembro de cada ano. “Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil. [...]” Paludo (2020) em sua obra nos diz que o princípio da anualidade apregoa que as estimativas de receitas e as autorizações de despesas devem referir-se a um período LIMITADO de tempo, em geral, um ano ou o chamado “exercício financeiro”, que corresponde ao período de vigência do orçamento. No site da Câmara dos Deputados temos uma exceção ao princípio da anualidade/periodicidade. A exceção se dá nos créditos especiais e extraordinário autorizados nos últimos quatro meses do exercício, que podem ser reabertos nos limites de seus saldos, no ano seguinte, incorporando-se ao orçamento do exercício subsequente (num momento oportuno vou falar dos créditos adicionais, por enquanto lembre-se dessa exceção). Além da exceção dita no parágrafo anterior, recentemente surgiu mais uma. Com o advento da Emenda Constitucional 102/2019, ficou permitido inserir na LOA previsões de despesas para exercícios seguintes, para investimentos plurianuais ou daqueles em andamento. Não confunda, futuro(a) Contador(a), o princípio da anualidade orçamentária com a anualidade tributária (isso já foi cobrado em prova). A anualidade orçamentária diz respeito ao período de vigência do orçamento. Já a anualidade tributária (não recepcionada pela Constituição de 1988) consistia na autorização para a arrecadação das receitas previstas na LOA. A título de curiosidade, este princípio tem origem na Idade Média, quando a lei orçamentária autorizava a cobrança anual dos impostos. A autorização periódica do Parlamento permite, dessa forma, a revisão e o acompanhamento da dinâmica das contas públicas. A coincidência que ocorre no Brasil entre o exercício financeiro e o ano civil pode não acontecer em outros países. Na Itália e na Suécia o exercício financeiro começa em 1/7 e termina em 30/6. Na Inglaterra, no Japão e na Alemanha o exercício financeiro vai de 1/4 a 31/3. Nos Estados Unidos começa em 1/10, prolongando-se até 30/9. Resumindo: Anualidade/Periodicidade: período de vigência do Orçamento (LOA). Coincide com o ano civil – 01/jan a 31/dez Anualidade Orçamentária ≠ Anualidade Tributária Exceções: o créditos especiais e extraordinário autorizados nos últimos quatro meses do exercício; e o EC 102/2019: previsões de despesas para exercícios seguintes, para investimentos plurianuais ou daqueles em andamento. 10. A respeito do plano plurianual (PPA), da lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e da lei orçamentária anual (LOA), julgue o item a seguir. Vige no ordenamento jurídico brasileiro o princípio da anualidade orçamentária: nenhum tributo será cobrado no exercício financeiro sem prévia autorização orçamentária. Certo. EXCLUSIVIDADE Previsto no § 8º do art. 165 da Constituição Federal de 1988, estabelece que a LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa (ou seja, a LOA só pode tratar de receitas e despesas). As exceções a essa proibição são: autorização para abertura de créditos suplementares (somente os suplementares); e contratação de operações de crédito (empréstimos), ainda que por antecipação de receitas orçamentárias (ARO), nos termos da lei. O princípio da exclusividade VEDA a inserção de matéria estranha em leis orçamentárias. Assim, não pode o texto da LOA instituir tributo, por exemplo, nem qualquer outra determinação que fuja às finalidades específicas de previsão de receita e fixação de despesa. Pode ser também chamado de princípio da PUREZA, conforme listado no site da Câmara dos Deputados. Paludo (2020) em sua obra cita Claudiano Albuquerque, Marcio Medeiros e Paulo H. Feijó (2008). Eles explicam que o princípio da exclusividade foi consagrado pela reforma constitucional de 1926 e sua adoção visava pôr fim às chamadas “caudas orçamentárias” ou, como Ruy Barbosa denominava, “orçamentos rabilongos”. Segundo esse princípio, o orçamento deve conter apenas matéria orçamentária, não incluindo em seu projeto de lei assuntos estranhos. O fato de a LOA ser veiculada de forma célere no Legislativo, dado o prazo constitucional para sua apreciação, gerou, no passado, comportamentos oportunistas. Tanto o Executivo, quanto o Legislativo, buscavam inserir matérias estranhas na lei orçamentária. Por isso o princípio surgiu. 11. A respeito de orçamento público, julgue o próximo item. O exercício financeiro do governo federal poderá ter início no dia 1.º de abril de determinado ano, desde que termine no dia 31 de março do ano seguinte, em respeito ao princípio da anualidade. 12. De acordo com os princípios que regulam o orçamento público, julgue o item seguinte. O orçamento deve ser elaborado e autorizado para um único exercício financeiro. Errado. Errado. 13. Sobre o orçamento público, assinale a afirmativa em que a hipótese narrada afronta um princípio orçamentário. a) Lei orçamentária discrimina valores detalhados ao invés de prever apenas os montantes globais de forma genérica. b) Lei orçamentária dispõe sobre receitas, despesas e sobre extinção de cargos públicos na Administração Pública estadual. c) Lei orçamentária proíbe a vinculação de receitas de imposto a órgão, fundo ou despesa nos termos da previsão constitucional. d) Lei orçamentária é divulgada de forma ampla, transmitindo a qualquer pessoa informações sobre arrecadação da receita e execução da despesa. 14. Conforme previsão constitucional, a lei orçamentária anual (LOA) deve conter apenas dispositivos relativos à previsão da receita e à fixação da despesa, ressalvada a possibilidade, nos termos da lei, de dispor sobre a autorização para abertura de crédito suplementar e contratação de operações de crédito. Esse dispositivo constitucional obedece ao princípio da a) universalidade. b) exclusividade. c) publicidade. d) legalidade. e) totalidade. 15. O orçamento público é uma lei que abrange uma previsão de receitas e a fixação das despesas para o próximo período e está sujeito a alguns princípios denominados Princípios Orçamentários. Resumindo: LOA não conterá dispositivo estranho a previsão de receita e fixação de despesas; Evita-se ascaudas orçamentárias ou orçamentos rabilongos; Exceções: o Autorização para abertura de crédito SUPLEMENTAR; e o Autorização para contratação de OPERAÇÕES DE CRÉDITOS, ainda que por ARO. Tendo em vista essas informações, considere que uma proposta de lei orçamentária defina em seu texto as normas para privatização de empresas do governo e assinale a alternativa correta entre as apesentadas a seguir. a) Não fere nenhum princípio, pois estas normas dizem respeito aos processos necessários para obtenção das receitas orçamentárias. b) Seria antieconômica a longo prazo, por estar se desfazendo do patrimônio público. c) Fere o princípio da anualidade, pois toda forma de arrecadação pelo estado deveria ser definida no ano anterior à sua vigência. d) Deveria estar de acordo com o Plano Plurianual do próximo executivo da área orçada. e) Estaria em desacordo com o princípio da exclusividade. ORÇAMENTO BRUTO Previsto pelo art. 6º da Lei 4.320/1964, obriga registrarem-se receitas e despesas na LOA pelo valor TOTAL e BRUTO, sem qualquer tipo de dedução. Portanto, exige a inclusão de receitas e despesas pelos valores totais e impede, veda, proíbe a inclusão de valores líquidos. Este princípio clássico surgiu juntamente com o da universalidade, visando ao mesmo objetivo. Todas as parcelas da receita e da despesa devem aparecer no orçamento em seus valores brutos, sem qualquer tipo de dedução. A intenção é a de impedir a inclusão de valores líquidos ou de saldos resultantes do confronto entre receitas e as despesas de determinado serviço público. Resumindo: Receitas e despesas na LOA devem estar pelos seus valores BRUTOS, sem qualquer dedução; Proíbe inclusão de receitas e despesas pelos valores líquidos. 16. Relativamente a tópicos específicos de finanças públicas, julgue o item a seguir. A arrecadação de impostos compartilhados com diversos entes da Federação deve ser contabilizada no âmbito do ente arrecadador pelo seu valor líquido, descontados os valores pertencentes aos demais entes. Errado. 17. De acordo com o princípio orçamentário do orçamento bruto, um ente público municipal deve registrar as receitas e as despesas na Lei Orçamentária Anual pelo valor total e bruto, vedadas quaisquer deduções. 18. De acordo com o princípio orçamentário a) da publicidade, um ente público municipal deve publicar relatórios sobre sua gestão fiscal ao final de cada bimestre. b) da exclusividade, o exercício financeiro orçamentário de um ente público municipal deve coincidir com o ano civil. c) da exclusividade, o Poder Executivo municipal deve fazer ou deixar de fazer somente aquilo que o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentária e a Lei Orçamentária Anual expressamente autorizarem. d) do orçamento bruto, um ente público municipal deve registrar receitas e despesas na Lei Orçamentária Anual pelo valor total e bruto, vedadas quaisquer deduções. e) da especificação, a Lei Orçamentária Anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, exceto a autorização para a abertura de crédito suplementar. Certo. LEGALIDADE Segundo ensina Paludo (2020), o princípio da legalidade exige que o gestor público observe os preceitos e normas legais aplicáveis à arrecadação de receitas e à realização de despesas. Por este princípio, o orçamento anual, ao final de sua elaboração, deve ser aprovado pelo Poder Legislativo respectivo, tornando-se uma Lei. Também deve ser objeto de Lei as Diretrizes Orçamentárias e o Plano Plurianual (art. 165 da CF/1988), bem como os créditos adicionais. Pelo MCASP 8ª edição, esse princípio apresenta o mesmo fundamento do princípio da legalidade aplicado à administração pública, segundo o qual cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei expressamente autorizar, ou seja, subordina-se aos ditames da lei. A Constituição Federal de 1988, no art. 37, estabelece os princípios explícitos da administração pública, dentre os quais o da legalidade e, no seu art. 165, estabelece a necessidade de formalização legal das leis orçamentárias: “Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I – o plano plurianual; II – as diretrizes orçamentárias; III – os orçamentos anuais.” O art. 166 da Constituição Federal de 1988 ainda dispõe que: "Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum." Historicamente, sempre se procurou dar um cunho jurídico ao orçamento, ou seja, para ser legal, tanto as receitas e as despesas precisam estar previstas a Lei Orçamentária Anual. A aprovação do orçamento deve observar processo legislativo porque trata-se de um dispositivo de grande interesse da sociedade. O princípio da legalidade é intrínseco ao estado de direito. O Poder Público somente pode agir e executar os planos de estado naquilo que a lei expressamente autorizar, de forma que a administração pública encontra-se subordinada à lei. 19. “Os Princípios Orçamentários visam estabelecer diretrizes norteadoras básicas, a fim de conferir racionalidade, eficiência e transparência para os processos de elaboração, execução e controle do orçamento público. Válidos para os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os entes federativos – União, Estados, Distrito Federal e Municípios – são estabelecidos e disciplinados por normas constitucionais, infraconstitucionais e pela doutrina” (MCASP, 2019, p. 28). Considerando o seguinte enunciado “[...] cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei expressamente autorizar, ou seja, subordina-se aos ditames da Lei”. Para o cumprimento desse princípio, o Poder Executivo deverá estabelecer o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais. O enunciado refere-se ao Princípio a) da Unidade. b) da Legalidade. c) da Exclusividade. d) da Universalidade. Resumindo: Cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei expressamente autorizar; As Leis Orçamentárias são: PPA, LDO e LOA; O Executivo propõe as Leis Orçamentárias, o Legislativo vota e aprova (rejeita). 20. Todo o processo do orçamento público está orientado por princípios sobre os quais é correto afirmar que: a) As deduções devem ser consideradas apenas para o balanceamento das transferências intragovernamentais por força do princípio do orçamento bruto. b) A proibição à realização de despesas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais decorre do princípio da legalidade. c) Segundo o princípio da discriminação, a lei de orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, programas especiais de trabalho que não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução de despesa, serviços de terceiros e transferências. d) Pelo princípio da exclusividade, a lei de orçamento anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, excetuando-se, porém, a autorização para abertura de créditos suplementares e especiais. e) Deverá existir um único orçamento para o ente da Federação por força do princípio da universalidade. PUBLICIDADE Princípio básico da atividade da Administração Pública no regime democrático, está previsto no caput do art. 37 da Magna Carta de 1988. Justifica-se especialmente pelo fato de o orçamento ser fixado em lei, sendo esta a que autoriza aos Poderes a execução de suas despesas. Tem o OBJETIVO de levar ao conhecimento de todos os atos praticados pela Administração. A publicidade legal faz-se através do DIÁRIO OFICIAL, podendo também abranger jornais, internet etc. O conteúdo orçamentáriodeve ser divulgado (publicado) nos veículos oficiais de comunicação para conhecimento do público e para eficácia de sua validade. A publicação torna mais transparente o montante, a destinação e a utilização dos créditos orçamentários, e demonstra onde, como, em que e para que foram utilizados os recursos públicos, e quais os resultados obtidos. Além disso, facilita a fiscalização pelos órgãos de controle e pela sociedade como um todo. TRANSPARÊNCIA Aplica-se também ao orçamento público, pelas disposições contidas nos arts. 48, 48-A e 49 da LRF, que determinam ao governo, por exemplo: divulgar o orçamento público de forma ampla à sociedade; publicar relatórios sobre a execução orçamentária e a gestão fiscal; disponibilizar, para qualquer pessoa, informações sobre a arrecadação da receita e a execução da despesa. De acordo com o art. 48 da LRF, são “instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.” Assim, conforme ensina Paludo (2020), os ITENS DA LRF tanto podem ser cobrados dentro do princípio da PUBLICIDADE ou separadamente como princípio da TRANSPARÊNCIA e visam criar condições para o exercício do controle social sobre os gastos públicos. 21. Os princípios orçamentários norteiam a elaboração e a execução do orçamento público e são válidos para todos os poderes e todos os níveis de governo. A respeito desses princípios, julgue o item subsequente. Em decorrência da inconstância na publicação dos instrumentos orçamentários legais, o princípio da publicidade não tem sido formalmente cumprido pela administração pública federal. Resumindo: Transparência reforçada pelos itens da Lei de Responsabilidade Fiscal Orçamento como instrumento de transparência da gestão fiscal Itens da LRF tanto podem ser cobrados dentro do princípio da PUBLICIDADE ou separadamente como princípio da TRANSPARÊNCIA Criam condições para o exercício do controle social sobre os gastos públicos. Resumindo: Princípio básico da atividade da administração pública; Leva ao conhecimento da população os atos de gestão; e Publicidade feita através do Diário Oficial, jornais, internet etc. Certo. 22. Na elaboração do orçamento público, devem-se respeitar determinados princípios. Um deles, previsto no caput do artigo n.º 37 da Constituição Federal de 1988, é basilar e refere-se à obrigação de fixação do orçamento em lei que autorize os poderes a executar a despesa, para o fim específico de torná-lo conhecido dos interessados. Esse princípio é o da a) exclusividade. b) periodicidade. c) publicidade. d) legalidade. e) transparência.
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