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A1 DIREITO INTERNACIONAL PUBLICO E PRIVADO

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ROBERTA NOGUEIRA MATTOS 
MATRÍCULA 19202342 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 
AVALIAÇÃO REFENTE: A1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
2020 
 
Resposta 1 
 
Atualmente, há três correntes doutrinárias no Brasil acerca da posição hierárquica dos 
tratados internacionais de direitos humanos: 1) a posição majoritária do STF, segundo a qual 
os tratados de proteção dos direitos humanos ingressam no ordenamento jurídico brasileiro 
com hierarquia infraconstitucional, mas supralegal, o que significa dizer que eles podem 
revogar a legislação ordinária, anterior, mas não podem ser revogados por ela, posição 
defendida pelo Ministro Sepúlveda Pertence; 2) a posição ainda minoritária, sustentada nesse 
trabalho e baseada no entendimento do Min. Celso de Mello e na doutrina de Mazzuoli e; 3) a 
posição isolada do Prof. Celso D. de Albuquerque Mello, segundo a qual o § 2º, do artigo 5º, da 
Constituição não apenas atribui “hierarquia constitucional” aos tratados de direitos humanos, 
mas faz ainda com que a norma internacional prevaleça “sobre a norma constitucional, mesmo 
no caso em que uma Constituição posterior tente revogar uma norma internacional 
constitucionalizada”. 
A Emenda Constitucional 45, de 8 de dezembro de 2004, na tentativa de pôr fim à 
controvérsia, acrescentou um terceiro parágrafo ao artigo 5°. Tal dispositivo estabelece que se 
o tratado ou convenção sobre direitos humanos for aprovado pelo Congresso Nacional com o 
mesmo procedimento previsto para as emendas, serão equivalentes a elas. 
A partir de então os tratados internacionais, via de regra, possuem status de uma lei ordinária e 
se situam no nível intermediário, ao lado dos atos normativos primários. Já os tratados e 
convenções internacionais sobre direitos humanos, se aprovados em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão 
equivalentes à emendas constitucionais. 
Os tratados de direitos que vierem a ser incorporados no Brasil podem ter valor constitucional, 
se seguirem o parágrafo 3º, do artigo 5º, da CF, inserido pela Emenda Constitucional 45, que 
diz: "Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, 
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos 
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais". 
Os tratados já vigentes no Brasil possuem valor supralegal: tese do ministro Gilmar Mendes 
(RE 466.343-SP), que foi reiterada no HC 90.172-SP, 2ª Turma, votação unânime, j. 05 de 
junho de 2007 e ratificada no histórico julgamento do dia 03 de dezembro de 2008. 
De tudo se pode inferir do julgamento do STF conclui-se o seguinte: os tratados de direitos 
humanos acham-se formal e hierarquicamente acima do Direito ordinário. Essa premissa (no 
plano formal) nos parece muito acertada. 
 
 
Resposta 2 
 
A primeira, nitidamente influenciada pelo radicalismo extremado internacionalista, insiste em 
considerar materialmente constitucionais os tratados de direitos humanos ratificados 
anteriormente à EC 45/2004, e propõe uma redação “mais adequada” para o retro mencionado 
parágrafo 10 do artigo 203-A, a fim de exprimir a necessidade daqueles compromissos serem 
recepcionados como normas equivalentes às emendas constitucionais, nos termos do 
parágrafo 3º do artigo 5º. 
A segunda, formalista, defende a supressão do projetado artigo 203-A, parágrafo 10, ao 
argumento de ser impossível que um tratado já aprovado pelo quórum comum seja reapreciado 
na forma estabelecida pelo parágrafo 3º do artigo 5º da Constituição da República, a fim de ser 
considerado equivalente a emenda constitucional. Segundo essa corrente, essa possibilidade 
feriria o princípio da segurança jurídica. 
A terceira, por fim, entende que a transformação do conteúdo de uma lei ordinária em norma 
constitucional por meio de proposta de reforma à Constituição da República não representa 
nenhum óbice à segurança jurídica, na medida em que a inovação trazida pela EC 45/2004, 
não excluiu da regra do parágrafo 3º do artigo 5º os tratados de direitos humanos ratificados 
antes de sua promulgação; ao contrário, antes lhes concedeu maior enforcement no âmbito 
local em tempos de restrição às liberdades individuais. Com efeito, há que levar em conta que 
a prevalecer o argumento (advogado pela doutrina majoritária nessa seara) de que o 
reconhecimento da condição de materialmente constitucionais e fundamentais dos direitos 
assegurados nos tratados, em função especialmente da abertura expressamente consagrada 
no art. 5°, parágrafo 2°, da CF, por si só já assegura a hierarquia constitucional (equivalente a 
da constituição originária) aos tratados em matéria de direitos humanos, o recurso ao parágrafo 
3° do art. 5° não seria apenas desnecessário, mas, admitindo-se uma declaração de 
inconstitucionalidade da emenda pelo simples fato de contrastar com os limites matérias ao 
poder de reforma da Constituição, até mesmo desvantajoso. 
De qualquer modo, há de ser levado a sério o argumento de que mediante o cumprimento do 
disposto no parágrafo 3º do artigo 5º da CF os tratados assim incorporados teriam um regime 
jurídico mais forte (status de emenda constitucional) do que os tratados anteriores, os quais, a 
prevalecer a atual orientação do STF, gozam de hierarquia supralegal, sem prejuízo, contudo, 
da possibilidade de uma interpretação que, ao fim e ao cabo, assegure uma paridade em 
termos de hierarquia. Por outro lado, o dispositivo introduzido pela EC 45 pode ser 
compreendido como buscando reforçar o entendimento de que os tratados anteriores, já por 
força do art. 5º, parágrafo 2º, da CF, possuem hierarquia materialmente constitucional, sem 
falar na interpretação — igualmente colacionada, mas aqui questionada — de acordo com a 
qual os tratados anteriores teriam sido recepcionados como equivalentes às emendas 
constitucionais pelo novo parágrafo 3º do artigo 5º da CF. 
 
Resposta 3 
 
A nova posição prevalecente no STF foi capitaneada pelo Min. Gilmar Mendes, que, 
retomando a visão pioneira de Sepúlveda Pertence (em seu voto no HC 79.785-RJ), sustentou 
que os tratados internacionais de direitos humanos, que não forem aprovados pelo Congresso 
Nacional pelo rito especial do art. 5º, § 3º, da CF/88, têm natureza supralegal: abaixo da 
Constituição, mas acima de toda e qualquer lei. 
Já os tratados aprovados pelo Congresso pelo rito especial do § 3º ao art. 5º (votação em dois 
turnos nas duas Casas do Congresso, com maioria de três quintos) terão estatuto 
constitucional. 
Ficou consagrada a teoria do duplo estatuto dos tratados de direitos humanos: 
natureza constitucional, para os aprovados pelo rito do art. 5º, § 3º; natureza supralegal, para 
todos os demais, quer sejam anteriores ou posteriores à Emenda Constitucional 45 e que 
tenham sido aprovados pelo rito comum (maioria simples, turno único em cada Casa do 
Congresso). 
Em resumo, com a consagração da teoria do duplo estatuto, temos que: 
1. as leis (inclusive as leis complementares) e atos normativos são válidos se forem 
compatíveis, simultaneamente, com a Constituição e com os tratados internacionais de 
direitos humanos incorporados; 
2. cabe ao Poder Judiciário realizar o chamado controle de convencionalidade nacional 
das leis; 
3. os tratados recepcionados pelo rito especial previsto no art. 5º, § 3º, da CF/88 passam 
a integrar o bloco de constitucionalidade restrito, como veremos abaixo, podendo servir 
de parâmetro para avaliar a constitucionalidade de uma norma infraconstitucional 
qualquer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências Bibliográficas 
 
https://www.conjur.com.br/2009-set-18/convencao-direitos-pessoas-deficiencia-status-ec 
 
https://juridicocerto.com/p/joshuaborges/artigos/hierarquia-dos-tratados-de-direitos-
humanos-na-constituicao-de-1988-2743 
 
https://www.conjur.com.br/2015-mar-27/direitos-fundamentais-integracao-tratados-direitos-
humanos-ordenamento-juridicohttps://www.conjur.com.br/2013-mai-30/toda-prova-tratados-direitos-humanos-anteriores-
ec-4504 
 
 
https://www.conjur.com.br/2009-set-18/convencao-direitos-pessoas-deficiencia-status-ec
https://juridicocerto.com/p/joshuaborges/artigos/hierarquia-dos-tratados-de-direitos-humanos-na-constituicao-de-1988-2743
https://juridicocerto.com/p/joshuaborges/artigos/hierarquia-dos-tratados-de-direitos-humanos-na-constituicao-de-1988-2743
https://www.conjur.com.br/2015-mar-27/direitos-fundamentais-integracao-tratados-direitos-humanos-ordenamento-juridico
https://www.conjur.com.br/2015-mar-27/direitos-fundamentais-integracao-tratados-direitos-humanos-ordenamento-juridico
https://www.conjur.com.br/2013-mai-30/toda-prova-tratados-direitos-humanos-anteriores-ec-4504
https://www.conjur.com.br/2013-mai-30/toda-prova-tratados-direitos-humanos-anteriores-ec-4504

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