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Licenciatura em letras-Português 
 
PRÁTICA DE ENSINO: VIVÊNCIA NO AMBIENTE EDUCATIVO (PE:VAE) 
 
 
 
POSTAGEM 2: ATIVIDADE 2 
 
SEQUÊNCIA DIDÁTICA 
 
 
Camilla de Jesus Oliveira RA: 0565229 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aracaju/SE 
2021 
 
ROTEIRO PARA A SEQUÊNCIA DIDÁTICA 
 
IDENTIFICAÇÃO: 
Nível de 
Ensino/Turma: 
ENSINO MÉDIO – 2º ANO 
Disciplina: LITERATURA 
Tema: O REALISMO NA LITERATURA PORTUGUESA. 
AS CARACTERÍSTICAS DO REALISMO NO 
ROMANCE O PRIMO BASÍLIO DE EÇA DE 
QUEIRÓS 
Quantidade de aulas: 2 AULAS DE 50 MINUTOS CADA 
Habilidades da BCNN: (EM13LP46), (EM13LP50) e (EM13LP52) 
 
 
ANO/FAIXA CÓD.HAB HABILIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA 
1º,2º,3º EM13LP46 Compartilhar sentidos construídos na leitura/escuta de textos literários, 
percebendo diferenças e eventuais tensões entre as formas pessoais e 
as coletivas de apreensão desses textos, para exercitar o diálogo 
cultural e aguçar a perspectiva crítica. 6 Campo artístico-literário. 
1º,2º,3º EM13LP50 Analisar relações intertextuais e interdiscursivas entre obras de 
diferentes autores e gêneros literários de um mesmo momento histórico 
e de momentos históricos diversos, explorando os modos como a 
literatura e as artes em geral se constituem, dialogam e se 
retroalimentam. 
6. Campo artístico-literário. 
1º,2º,3º EM13LP52 Analisar obras significativas das literaturas brasileiras e de outros países 
e povos, em especial a portuguesa, a indígena, a africana e a latino-
americana, com base em ferramentas da crítica literária (estrutura da 
composição, estilo, aspectos discursivos) ou outros critérios 
relacionados a diferentes matrizes culturais, considerando o contexto de 
produção (visões de mundo, diálogos com outros textos, inserções em 
movimentos estéticos e culturais etc.) e o modo como dialogam com o 
presente. 1,2 Campo artístico-literário 
 
 
 
 
 
 
AULA 01 
a) CONTEÚDO: 
 
Ao iniciar a aula, partindo do pressuposto que a classe anteriormente já 
se tenha estudado sobre O ROMANTISMO, o professor introduzira o 
conteúdo debatendo com a turma as seguintes questões: 
 
- Você já ouvira falar sobre O REALISMO? 
- Você sabe listar as diferenças do ROMANTISMO para o REALISMO? 
- Você sabe quem foi José Maria Eça de Queirós? 
- Você sabe a importância do Realismo português para o Enem? 
 
Logo após o debate introdutório o professor explanara o conteúdo a ser 
estudado. 
 
b) OBJETIVOS: 
 
Espera-se que, com estas sequências didáticas, os alunos desenvolvam 
as habilidades de: 
 
• Reconhecer aspectos do estilo realista em romances; 
• Conhecer um resumo de aspectos das obras realistas: Madame 
 Bovary de Gustave Flaubert e O Primo Basílio, de Eça de Queirós; 
• Refletir sobre o processo de criação de um autor; 
• Recuperar, pelo estudo do texto literário, as formas instituídas de 
 construção do imaginário coletivo, o patrimônio representativo da 
 cultura e as classificações preservadas e divulgadas, no eixo temporal 
 e espacial; 
• Identificar aspectos estruturais da narração. 
 
c) RECURSOS: 
 
Os recursos variam desde quadro branco, pincel e apagador, projetor de 
slides, filmes, mapas, cartazes, a aplicativos e softwares de última 
geração. 
É importante contemplar ainda manifestações artísticas na formação, 
tais como poesias, músicas, esculturas, pinturas, fotografias para 
aprimorar a inserção cultural dos estudantes. 
 
 
 
d) ETAPAS DA AULA: 
• Introdução ao tema: 
O Realismo é de origem francesa, inicialmente nas artes plásticas com 
as obras realistas de Gustave Courbet que chocaram os românticos. 
Jean François Millet e Gustave Courbet foram os primeiros pintores 
realistas franceses. Suas obras tratam geralmente de temas cotidianos e 
rurais. 
 
Com o Recurso projetor de imagem apresente aos alunos as seguintes imagens: 
 
 
FIGURA: Jean François Millet (1814-1875) - Les Glaneuses - As respingadeiras – 1854 
 
O professor deverá perguntar aos alunos se já viram esta imagem antes. 
 
 Após debaterem sobre a obra, o professor dará continuidade do conteúdo 
programado. 
 
Nessa pintura de Millet, podemos observar uma das principais 
características do Realismo: a preocupação em descrever cenas do 
cotidiano, de forma objetiva e detalhada. A idealização romântica é 
deixada de lado. Nessa tela, não vemos a paixão romântica, a emoção a 
flor da pele e sim uma cena comum, ao gosto dos realistas. 
 
Compare essa pintura realista a uma pintura romântica. Observe não somente os 
temas, mas os detalhes de cada imagem. 
 
Entre as principais características do Romantismo, podemos destacar a 
subjetividade e o sentimentalismo que podem ser observados nas 
pinturas de Goya: uma cena de guerra repleta de emoção e 
dramaticidade, uma visão pessoal e idealizada do pintor. Observe que a 
cena retrata um fuzilamento, repleto de emoção, sofrimento e sangue. 
Apesar do tom fúnebre e do grotesco, há uma significativa beleza 
estética nessa pintura, com a luz incidindo sobre o condenado. Toda a 
composição é harmônica e nos remete a um novo conceito de beleza: o 
belo-feio. 
 
 
Figura - Tiros de maio - 1808 (Francisco Goya - 1746/1828) 
 
O professor Não entrará a fundo no tema O ROMANTISMO, partindo do pressuposto 
citado a acima que os alunos já estudaram sobre este tema. 
Somente será usado de base para fazer os comparativos com o tema que está sendo 
estudado. 
 
• Desenvolvimento da aula: 
Antes de falar do Realismo na Literatura Portuguesa, é necessário falar um 
pouco mais dos grandes romancistas franceses que influenciaram a literatura 
universal. 
Em 1857, na França, Gustave Flaubert publica Madame Bovary. 
 
Figura - Gustave Flaubert 
Flaubert foi um dos autores mais importantes do Realismo. Ele levou à 
perfeição o ideal do romance realista de harmonizar a arte e a realidade. Sua 
obra se caracteriza pelo cuidado minucioso com a linguagem e pela estrutura 
do enredo. Influenciou toda uma geração de escritores, inclusive Eça de 
Queirós. Seu romance de estreia foi Madame Bovary, um retrato crítico da 
hipocrisia da sociedade burguesa e romântica. A obra foi resultado de cinco 
anos de um trabalho minucioso. 
O professor devera explicar aos alunos o enredo em torno deste romance. 
O professor deverá explicar com ênfase a relevante importância deste romance para a 
literatura. 
Em linhas gerais, o enredo gira em torno da história de Emma, uma moça 
sonhadora que se casa com um médico provinciano, Bovary. Sua vida é sem 
graça, ociosa, muito diferente de seus ideais. O marido é um simplório. Emma 
sente-se muito infeliz, repugna seu marido e, para fugir de sua vida medíocre, 
entrega-se ao adultério. Materialista e inconsequente, gasta o que não possui e 
envolve-se em dívidas absurdas. 
O professor deverá enfatizar, que o tema do adultério já aparecia no Romantismo, mas como 
um infortúnio, um azar do destino. Já no Realismo, ele aparece de forma crua, direta. 
Com a ajuda do recurso projetor de slide, o professor apresentará aos alunos o trecho 
a seguir: 
 A seguir um trecho do texto do professor Antônio Apolinário Lourenço a 
respeito dos 150 anos da publicação de Madame Bovary e sua influência na 
obra de Eça de Queirós: 
Concretizaram-se, no ano há pouco terminado, cento 
e cinquenta anos sobre a publicação em livro de 
Madame Bovary, o genial romance de Flaubert. 
Estranhamente, a efeméride passou entre nós 
praticamente despercebida, apesar da enorme 
influência que essa obra e o seu autor exerceram 
sobre a literatura portuguesa, a partir do final do 
século XIX. 
Para Eça de Queirós, em particular, Gustave Flaubert 
foi permanentemente um mestre e um modelo. Logo 
em 1871, quando o futuro autor d’Os Maias 
apresentou no Casino Lisbonense a sua conferência 
sobre o realismo na arte, com um discurso demasiado 
colado ao do livro de Proudhon intituladoDu principe 
de l’art et de sa destination sociale, os parágrafos 
mais originais foram justamente aqueles que dedicou 
a Madame Bovary. A conferência, como se sabe, é 
apenas conhecida pelos relatos da imprensa da 
época (neste caso, o Diário Popular de 15/06/1871). 
Para exemplificar a doutrina do realismo, citou o Sr. 
Eça de Queirós Madame Bovary, o célebre livro de 
Gustave Flaubert, no qual o adultério tantas vezes 
cantado pelos românticos como um infortúnio poético 
que comove perniciosamente a susceptibilidade das 
almas cândidas, aparece-nos pela primeira vez 
debaixo da sua forma anatômica, nu, retalhado e 
descosido fibra a fibra por um escalpelo implacável. O 
efeito é surpreendente e terrível. Constatamos, assim, 
que foi a leitura de Madame Bovary que fez Eça 
compreender a superioridade civilizacional e ética do 
Realismo sobre o Romantismo. 
 
• Atividades para os estudantes: 
O professor solicitará que os alunos assistam em suas casas a um dos filmes 
“Madame Bovary”: 
 
 Saiba mais: 
 
Há três versões do filme Madame Bovary: dos diretores Jean 
Renoir [1933], 
Vincente Minelli [1949] 
e o mais recente, de 1991, com direção de Claude Chabrol. 
 
 
 
e) Avaliação: 
 
Para este plano de aula a forma avaliativa dos alunos será da seguinte forma: 
 
• A participação de forma interativa de cada aluno durante toda a aula 
• A resposta ao questionário proposto pelo professor. 
 
Após assistirem ao filme e estudarem sobre a obra os alunos trarão de casa pronto e 
respondido o seguinte questionário: 
 
SOBRE A PERSONAGEM(NS): 
1. Qual é o nome da principal personagem? 
2. Quando e onde ela nasceu e cresceu? 
3. Ela conheceu seus pais? Como foi sua infância? 
4. Ela é casada (ou noiva ou viúva)? Se for, como aconteceu? 
5. Ela tem filhos? Se tem, como eles são? 
6. Ela recebeu educação formal? Se teve até onde ela foi? 
7. O que a personagem faz para viver? 
8. Como ele é fisicamente em detalhes? 
9. Qual é o aspecto da aparência física dela que é mais distintivo ou mais 
facilmente notado? 
10. Como ela passa suas horas de lazer? 
 
SOBRE O AMBIENTE: 
1. Onde ela mora e como é esse lugar? 
2. Como é o clima / atmosfera? 
3. Por que ela mora lá? Quais são os problemas comuns lá? 
 
SOBRE O ENREDO: 
1. Qual a relação entre as personagens antes de desencadeado o conflito? 
Amizade, inimizade, paixão, inveja etc. 
2. Qual será o conflito? 
3. O que ou quem desencadeará o conflito? Como? 
4. Como as personagens reagirão ao conflito? 
5. Como será solucionado o conflito? 
 
 
 
 
 
 
f) Fontes/Referências: 
LOURENÇO, Antônio Apolitário. “Os 150 anos de Madame Bovary”, in Jornal 
de Letras, 12 de Março de 2008. Fluc-Faculdade de Letras de Lisboa. Lisboa: 
2008. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 02 
a) Conteúdo: 
Partindo do pressuposto que o aluno assistiu ao filme 
“Madame Bovary” e respondeu ao questionário, o 
professor dará continuidade a aula. 
 
O professor fará uma observação importante para os alunos, baseado 
no romance em quentão: 
 
OBSERVAÇÃO: 
 
• Atualmente o termo “bovarismo” é utilizado para demonstrar a 
incapacidade de se lidar com o mundo real. 
 
• Quando Charles conhece Emma, ainda é um homem casado, mas 
esse fato não aparece na versão para o cinema. 
 
 
Em Portugal, o Realismo se inicia com a famosa Questão Coimbrã, que 
consistia em uma crise acadêmica em que diversos textos ofensivos 
foram trocados, de um lado os românticos, veteranos e mestres na 
academia, como o professor Antônio Feliciano de Castilho, de outro os 
rebeldes estudantes da Sociedade do Raio, fundada por Antero de 
Quental. 
Vale lembrar que o Realismo português foi bastante organizado, 
repleto de conferências e estudos sobre a estética. Nunca a literatura 
portuguesa conseguiu alcançar tal feito. 
No projetor de slides, apresente aos alunos as Características gerais do 
Realismo: 
• Os artistas realistas assumem uma postura mais engajada. Há o 
compromisso entre a arte e a realidade social. Contudo, a arte ainda 
assume um viés burguês, com os protagonistas advindos dessa classe. 
• As obras possuem um embasamento teórico: determinismo, 
positivismo, evolucionismo e socialismo. 
 • Há uma crítica constante à educação romântica, como alienante e 
responsável por todos os problemas culturais da sociedade. 
• A crítica ao conservadorismo da Igreja é uma temática constante, 
podemos encontrá-la na obra de Flaubert, Zola e Eça de Queirós. 
• Em oposição ao Romantismo, os artistas realistas optam por uma 
visão objetiva da realidade. 
• Os realistas preferem a representação da vida cotidiana à evasão 
romântica. 
• Prevalece o uso da razão, não mais da emoção. 
Citando o professor Massaud Moisés: 
 O romance passa a ser no Realismo obra de 
combate, arma de ação transformadora da 
sociedade burguesa dos fins do século XIX. 
Torna-se instrumento de ataque e demolição, 
por um lado, e de defesa de ideais filosóficos e 
científicos, por outro (MOISÉS, 2008, p. 189). 
 Como podemos observar, os romancistas não se preocupam mais em 
enaltecer os valores burgueses, ou mesmo idealizar uma realidade 
como os românticos faziam, mas, ao contrário, criticam tudo que era 
subjetivo e pretendiam descrever a realidade como ela era. 
 
b) OBJETIVOS: 
 
Espera-se que, com estas sequências didáticas, os alunos 
desenvolvam as habilidades de: 
 
• Reconhecer aspectos do estilo realista em romances; 
• Conhecer um resumo de aspectos das obras realistas: Madame 
 Bovary de Gustave Flaubert e O Primo Basílio, de Eça de Queirós; 
• Refletir sobre o processo de criação de um autor; 
• Recuperar, pelo estudo do texto literário, as formas instituídas de 
 construção do imaginário coletivo, o patrimônio representativo da 
 cultura e as classificações preservadas e divulgadas, no eixo temporal 
 e espacial; 
• Identificar aspectos estruturais da narração. 
 
 
c) RECURSOS: 
Os recursos variam desde quadro branco, pincel e apagador, projetor de 
slides, filmes, mapas, cartazes, a aplicativos e softwares de última 
geração. É importante contemplar ainda manifestações artísticas na 
formação, tais como poesias, músicas, esculturas, pinturas, fotografias 
para aprimorar a inserção cultural dos estudantes. 
 
 
 
 
d) Etapas da aula: 
 • Introdução ao tema. 
O professor indagará aos alunos, quem foi Eça de Queirós. 
 
Figura – Eça de Queirós. 
José Maria Eça de Queirós (1845-1900) nasceu na Póvoa de Varzim e 
faleceu em Paris. É considerado um dos maiores romancistas portugueses 
do século XIX. Seu estilo é marcado pela crítica e pela ironia. 
A obra de Eça de Queirós é extensa e seus livros são verdadeiras obras-
primas. Falaremos mais longamente de O primo Basílio, já que é um dos 
livros mais conhecidos no Brasil, cobrado em vestibulares e estudado pelos 
alunos do Ensino Médio. Faremos alguns comentários sobre essa obra e 
suas principais características realistas-naturalistas. 
Nessa obra, como em outras, percebe-se a crítica social como principal 
característica. O alvo principal da crítica, nessa obra, é a família lisboeta 
como “produto do namoro, reunião desagradável de egoísmos que se 
contradizem”. Ela foi inspirada em Madame Bovary, de Gustave Flaubert. 
Há várias semelhanças no enredo, contudo, as obras se diferenciam 
principalmente pelo tom irônico de Eça, pela maneira caricatural e 
debochada que constrói as personagens. Além do que, O primo Basílio 
apresenta também características naturalistas. 
Eça de Queirós compõe um pequeno quadro doméstico e familiar, típico da 
pequena burguesia de Lisboa da época: Luísa, uma jovem senhora 
sentimental, de educação romântica, de temperamento exaltado, fruto da 
ociosidade e da falta de disciplina moral; seu primo Basílio, um amante 
baixo e imoral, sedento de aventuras e amores frívolos; Juliana, uma criada 
revoltadacom a sua situação, sedenta de vingança. Jorge, o marido 
medíocre, pouco romântico. 
Para os realistas, o casamento é uma mera conveniência. Jorge casa-se 
“no ar” como diz seu amigo Sebastião. Não há paixão, há apenas 
comodidade. 
O professor convidará os alunos para lê junto com ele um interessante 
trecho. 
logo no primeiro capítulo: 
 Conheceu Luísa, no verão, à noite, no Passeio. 
Apaixonou-se pelos seus cabelos louros, pela sua 
maneira de andar, pelos seus olhos castanhos 
muito grandes. No inverno seguinte foi 
despachado, e casou. Sebastião, o seu íntimo, o 
bom Sebastião, o Sebastiarrão, tinha dito, com 
uma oscilação grave da cabeça, esfregando 
vagarosamente as mãos: 
— Casou no ar! Casou um bocado no ar! 
Mas Luísa, a Luisinha, saiu muito boa dona de 
casa; tinha cuidados muito simpáticos nos seus 
arranjos; era asseada, alegre como um 
passarinho, como uma passarinha amiga do ninho 
e das carícias do macho; e aquele serzinho louro 
e meigo veio dar à sua casa um encanto sério. 
 — É um anjinho cheio de dignidade! — dizia 
então Sebastião, o bom Sebastião, com a sua voz 
profunda de basso. 
Estavam casados havia três anos. Que bom que 
tinha sido! Ele próprio melhorara; achava-se mais 
inteligente, mais alegre... E recordando aquela 
existência fácil e doce, soprava o fumo do 
charuto, a perna traçada, a alma dilatada, 
sentindo-se tão bem na vida como no seu 
jaquetão de flanela! (QUEIRÓS, 2002, p. 17). 
 
Observe o tom irônico de Eça de Queirós. Sabemos que Luísa trairá seu 
marido, assim, quando o autor a chama de “serzinho louro e meigo” chega 
a ser cômico. 
Para Jorge, o casamento e o jaquetão de flanela equiparam-se e lhe dão o 
mesmo conforto, ou seja, o casamento não passa de uma conveniência. 
Como tese, o autor quer nos demonstrar que Luísa trai seu marido devido à 
sua formação romântica, às suas leituras açucaradas, à sua formação sem 
moral, sem disciplina. 
 Luísa lia Dama das camélias, romance romântico de Alexandre Dumas 
Filho. Nesta obra são mostrados somente os aspectos prazerosos da 
traição, a luxúria e paixão, e não suas consequências ou condenações 
morais e religiosas. Como se fosse “chique” ter uma amante. O romance e 
a peça Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho passa ser leitura 
frequente entre a burguesia. Margarida Gautier tornou-se um símbolo do 
amor romântico. 
Teríamos muito mais para falar desse grande romancista português e suas 
obras. 
Eça de Queirós soube compor como ninguém um quadro bastante 
completo da sociedade portuguesa do século XIX. Com uma crítica voraz, 
repleta de ironia e deboche, o autor aponta as mazelas de uma sociedade 
em crise, ludibriada pelos encantos do fim de século e vislumbrando um 
novo século, o século XX. 
Veja a seguir uma caricatura sobre o livro, publicada na revista O Besouro, 
1878. Uma outra madame, cujo nome não aparece, apresenta para o 
marido, um comendador, seu primo Quincas. O comendador faz cara de 
desconfiado e balbucia “hummm... hummm”. Interessante como a obra 
criou polêmica e até virou mote para o humor. 
 
Figura - Caricatura de O Primo Basílio. Gravura, R. Bordalo Pinheiro in O Besouro, v. 1, nº 2, 1878, 
p. 9 
 • Desenvolvimento da aula. 
o professor reforçará para os alunos: 
 
O que é mesmo o Realismo? 
vejamos uma boa definição de Realismo, dada pelo escritor Eça de 
Queirós: 
O Realismo é a negação da arte pela arte; é a proscrição do 
convencional, do enfático e do piegas. É a abolição da retórica 
considerada como arte de promover a comoção usando da 
inchação do período, da epilepsia da palavra, da congestão 
dos tropos. É a análise com o fito na verdade absoluta 
(QUEIRÓS, Eça apud MOISÉS, 2008, p. 231). 
Como podemos observar, o Realismo é essencialmente antirromantismo. 
Identificar uma obra romântica e uma obra realista não é tão simples assim. 
Há autores românticos que já apresentam características realistas, muitos 
escrevem obras de transição e perpassam por várias manifestações. 
Assim, não tente encaixar uma obra “à força” em alguma estética, analise-a 
como um todo, contexto e linguagem. 
 
 • Atividades para os estudantes. 
O professor pedirá aos alunos que façam uma tabela em uma folha avulsa, de um lado as 
características do Romantismo, do outro as características do Realismo. 
Isso facilita na hora dos estudos. 
Mostre o seguinte quadro aos alunos: 
 Saiba mais: 
Você pode assistir ao filme O primo Basílio, contudo, o filme não 
substitui a leitura do livro já que se trata de uma adaptação bem 
modificada e não corresponde fielmente à obra de Eça de Queirós. 
 
 
 
 Saiba mais: 
 
Conheça a minissérie O primo Basílio, de 1988. 
 
 
 
 
e) Avaliação: 
 
Para este plano de aula a forma avaliativa dos alunos será da seguinte forma: 
• A participação de forma interativa de cada aluno durante toda a aula. 
• A resposta ao questionário proposto pelo professor. 
O professor explicará aos alunos que além da explicação do conteúdo 
em sala de aula sobre a obra “O primo Basílio”, para conhecer mais 
sobre a obra e poder responder o questionário proposto eles terão três 
opções: 
• Ler a obra original; 
• Assistir ao filme baseado na obra; 
• Assistir a minissérie O primo Basílio, de 1988: 
O Primo Basílio é uma minissérie 
brasileira produzida pela Rede Globo 
e exibida entre 9 de agosto e 2 de 
setembro de 1988. Escrita por Gilberto 
Braga e Leonor Bassères, tendo por 
base a obra de Eça de Queiroz, e 
dirigida por Daniel Filho. Contou com 
Marcos Paulo, Giulia Gam, Marília Pêra 
e Tony Ramos nos papéis principais. 
 
 
Exercícios: 
 
Questão 1. O livro O primo Basílio, de Eça de Queirós, é classificado 
como um romance de tese, pois nele o autor procura demonstrar uma 
ideia. Sobre essa obra, considere as afirmativas a seguir: 
I – Trata-se de um romance em que predomina o fluxo de consciência 
dos personagens, o que coloca as ações em segundo plano. 
II – As descrições minuciosas, características do romance realista, 
contribuem para a construção da verossimilhança. 
III – A protagonista Luísa tem personalidade forte e é um símbolo da luta 
pelos direitos das mulheres na sociedade machista do século XIX. 
Está correto o que se afirma somente em: 
A) I. 
B) II. 
C) III. 
D) I e II. 
E) II e III. 
 Resposta correta: alternativa B. 
 
Análise das afirmativas: 
 I – Afirmativa incorreta. 
Justificativa: não se trata de um romance psicológico, e sim de uma obra 
que depende essencialmente das ações. 
II – Afirmativa correta. 
Justificativa: o romance realista propunha-se a representar o mais 
fielmente possível a realidade, e as descrições minuciosas criam um 
efeito de “verdade” importante. 
 III – Afirmativa incorreta. 
Justificativa: Luísa é uma personagem fraca, que se deixa iludir pelo 
primo e amedronta-se com a chantagem da empregada. 
 
Questão 2. 
As alternativas a seguir referem-se ao Realismo e ao romance realista. 
Assinale aquela que está incorreta. 
Resposta 
Selecionada: 
c. 
Segundo Eça de Queirós, o Realismo pode ser considerado a 
“apoteose do sentimento”, a arte destinada à comoção. 
Respostas: 
a. 
O romance, durante o Realismo, passou a ser uma obra de 
combate à sociedade burguesa do século XIX. 
 
b. 
No Realismo passou-se a cultivar o romance de tese, um espaço 
de experimentação e de defesa dos ideais científicos da época. 
 
c. 
Segundo Eça de Queirós, o Realismo pode ser considerado a 
“apoteose do sentimento”, a arte destinada à comoção. 
 
d. 
O Realismo se apresenta como uma estética “engajada”, 
estabelecendo um compromisso entre a arte e a realidade social. 
 e. 
 
A crítica à educação romântica e ao conservadorismo da Igreja 
são algumas das características realistas. 
 
Feedback 
da 
resposta: 
Resposta correta: alternativa C. 
Comentário: Segundo Eça de Queirós, o Realismo volta-se para a 
“anatomia do caráter”, não se destina à comoçãoe sim à crítica. O 
Romantismo é que seria a apoteose do sentimento. As demais 
alternativas estão corretíssimas e apontam algumas características 
do Realismo, do romance de tese e do romance realista. 
 
 
Questão 3. 
Assinale a alternativa que não corresponde à obra de Eça de Queirós. 
 
 
Resposta 
Selecionada: 
d. 
Não apresenta recursos irônicos e refinamento estilístico. 
Respostas: 
a. 
Sua obra é considerada o ponto mais alto da prosa realista em 
Portugal. 
 
b. 
Faz crítica à sociedade burguesa, que se deixa influenciar pela 
Igreja e pelo Romantismo. 
 
c. 
Denuncia a rede de vícios que infesta a sociedade de então. 
 
d. 
Não apresenta recursos irônicos e refinamento estilístico. 
 e. 
 
Possui alguns personagens complexos, mas também constrói 
personagens planas, tipos e caricaturas. 
 
Feedback da 
resposta: 
Resposta correta: alternativa D. 
Comentário: A obra de Eça é repleta de recursos irônicos e de um 
refinamento estilístico, principalmente através das descrições 
ricas em detalhes e do vocabulário aprimorado. 
 
 
 
Questão 4. 
Com relação ao romance O primo Basílio, pode se dizer que Eça de 
Queirós constrói Luísa como: 
 
 
Resposta 
Selecionada: 
b. 
Uma marionete nas mãos de Basílio e de Juliana, à mercê das 
circunstâncias propícias para cometer adultério. 
Respostas: 
a. 
Uma personagem forte, de caráter marcante, que conduz as 
ações no romance. 
 
b. 
Uma marionete nas mãos de Basílio e de Juliana, à mercê das 
circunstâncias propícias para cometer adultério. 
 
c. 
Uma mulher doentiamente apaixonada pelo primo, mas 
insensível às suas investidas, resistente às tentações. 
 d. 
 
Uma mulher tão insatisfeita com o marido, que resolve traí-lo 
para se vingar. 
 
e. 
Uma mulher que acaba por morrer de paixão por Basílio. 
 
 
 
Feedback da 
resposta: 
Resposta correta: alternativa B. 
Comentário: Luísa é uma marionete nas mãos das outras 
personagens, é fraca de caráter e se deixa levar pelas 
circunstâncias. Não é apaixonada por Basílio, nem mesmo está 
insatisfeita com seu marido. 
 
 
 
Questão 5. 
Entre as alternativas abaixo, indique a que não condiz com o 
romance O primo Basílio, de Eça de Queirós. 
 
 
Resposta 
Selecionada: 
a. 
É uma obra realista-naturalista, cujo narrador é neutro e 
imparcial, pois não condena nem absolve Luísa, nem mesmo 
condena a moral burguesa. 
Respostas: 
a. 
É uma obra realista-naturalista, cujo narrador é neutro e 
imparcial, pois não condena nem absolve Luísa, nem mesmo 
condena a moral burguesa. 
 b. 
 
Um dos temas apresentados é o adultério, sendo explorado o 
erotismo dos amantes. 
 
c. 
Mostra, com uma lente de aumento, a intimidade das famílias e 
revela criticamente a pequena burguesia do final do século XIX 
em Lisboa. 
 
d. 
Ataca instituições sociais como a família, sempre com a 
preocupação de fazer um vasto inquérito da sociedade 
portuguesa e moralizar os costumes da época. 
 
e. 
Caracteriza-se pela ironia, pelo caricaturismo e pelo humor na 
composição das personagens, entre as quais se destacam Dona 
Felicidade, Ernestinho e o Conselheiro Acácio. 
 
Feedback 
da 
resposta: 
Resposta correta: alternativa A. 
Comentário: O narrador queirosiano passa-nos uma falsa 
neutralidade não sendo imparcial. É guiado pelo determinismo para 
justificar as ações das personagens. Condena Luísa que, por 
cometer adultério, morre ao final da obra. O adultério e o erotismo 
estão presentes. A pequena burguesia chega a ser devastada, assim 
como a família, a Igreja e os costumes da época. A ironia, a 
caricatura e o humor são traços dessa obra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
f) Fontes/Referências: 
Caro professor, antes de iniciar esta atividade, é importante que se aproprie 
dos aspectos formadores do romance realista, principalmente das obras de Eça 
de Queirós (O Primo Basílio) e de Flaubert (Madame Bovary), e sobre a 
criação de personagens e elementos da narrativa. Selecionamos os links 
abaixo para ajudá-lo. 
Leia o conteúdo disponível nos seguintes links: 
Realismo: http://www.brasilescola.com/literatura/literatura-no-realismo.htm 
Resumos das obras: 
http://guiadoestudante.abril.com.br/estude/literatura/materia_415646.shtml 
Narração: http://www.brasilescola.com/redacao/narracao.htm 
Romantismo e Realismo – comparando estilos: 
https://educacao.uol.com.br/planos-de-aula/fundamental/artes-romantismo-e-
realismo-comparando-estilos.htm

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