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5 MÓDULO LOGÍSTICA E EMBALAGEM

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1 
 
5º MÓDULO – LOGÍSTICA E EMBALAGEM 
 
 A embalagem se tornou item fundamental da vida de qualquer pessoa e 
principalmente das atividades de qualquer empresa. 
 O desenvolvimento da embalagem acompanhou o desenvolvimento humano, 
da necessidade inicial do homem de armazenar água e alimentos em algum recipiente, 
visando à sobrevivência própria, até o inicio das atividades comerciais, e disseminação 
do uso das embalagens. Atualmente estão presentes em todos os produtos, com 
formas variadas, e funções variadas, sempre com a evolução das tecnologias utilizadas, 
que as tornam cada vez mais eficientes e estratégicas. 
 Para a logística, a embalagem é item de fundamental importância, possui 
relacionamento em todas as áreas, e é essencial para atingir o objetivo logístico de 
disponibilizar as mercadorias no tempo certo, nas condições adequadas ao menor 
custo possível, principalmente na distribuição internacional. Para se ter uma ideia da 
representatividade da embalagem na economia, os gastos com embalagem 
representam aproximadamente 2% do PNB. E o Brasil perde entre 10% e 15% da sua 
receita de exportação por causa de embalagens deficientes. 
 
CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO 
 Dependendo do foco em que está sendo analisado, o conceito de embalagem 
pode variar. Para um profissional da área de distribuição, por exemplo, a embalagem 
pode ser classificada como uma forma de proteger o produto durante sua 
movimentação. Enquanto que para um profissional de marketing a embalagem é 
muito mais uma forma de apresentar o produto, visando atrair os clientes e aumentar 
as vendas, do que uma forma de protegê-lo. Um conceito mais abrangente faz 
referência à embalagem como: Conjunto de artes, ciências e técnicas utilizadas na 
preparação das mercadorias, com o objetivo de criar as melhores condições para seu 
transporte, armazenagem, distribuição, venda e consumo, ou alternativamente, um 
meio de assegurar a entrega de um produto numa condição razoável ao menor custo 
global. 
 Neste conceito os autores tentam abranger tudo que envolve a concepção da 
embalagem: arte (design, cores, formatos); técnicas (de produção); e ciências (novos 
materiais e tecnologias). Bem como suas funções: a de proteção da mercadoria, 
durante as atividades de logística, e a de exposição ao consumidor, como meio de 
aumentar as vendas. Sem deixar de considerar os custos envolvidos na produção e no 
transporte de mercadorias. Quanto à classificação, a mais referenciada é a que 
2 
 
classifica de acordo com as funções em primária, secundária, terciária, quartenária e 
de quinto nível. 
 a) Primária: é a embalagem que está em contato com o produto, que o contém. 
Exemplo: vidro de pepino, caixa de leite, lata de leite condensado. 
 b) Secundária: é aquele que protege a embalagem primária. Exemplo: o fundo 
de papelão, com unidades de caixa de leite envolvidas num plástico.É geralmente a 
unidade de venda no varejo. 
 c) Terciária: São as caixas, de madeira, papelão, plástico. 
 d) Quaternária: São embalagens que facilitam a movimentação e a 
armazenagem, qualquer tipo de contenedor. Exemplo: Contêiner 
 e) Embalagem de Quinto nível: é a embalagem conteinerizada, ou embalagens 
especiais para envio a longa distância. 
 Outra classificação proposta por Bowershox e Closs classifica as embalagens em 
dois tipos: embalagem para o consumidor, com ênfase em marketing, e embalagem 
industrial, com ênfase na logística. 
 
FUNÇÕES DA EMBALAGEM 
 As principais funções da embalagem são: conteção, proteção e comunicação. A 
conteção refere-se à função de conter o produto, de servir como receptáculo, por 
exemplo, quando ocorre do produto vazar da embalagem, esta função não foi 
cumprida. 
 O grau de eficiência da embalagem nesta função depende das características do 
produto. Uma mercadoria perigosa, inflamável, deve sempre ter 100% de eficiência, 
realizando o investimento necessário para tal. Enquanto que um fabricante de um 
material de menor valor, como sal, por exemplo, pode permite-se utilizar uma 
embalagem com menor grau de eficiência nesta função, o mesmo ocorre com relação 
à função de proteção. 
 A função de proteção, possibilita o manuseio do produto até o consumo final, 
sem que ocorra danos na embalagem, e/ou produto. Também com relação a esta 
função deve-se estabelecer o grau desejado de proteção ao produto. Alguns dos 
principais riscos aos quais a embalagem está submetida são: choques, aceleração, 
temperatura, vibração, compressão, oxidação, perfuração, esmagamento, entre 
outros. 
 
3 
 
 E a função de comunicação é a que permite levar a informação, utilizando 
diversas ferramentas, como símbolos, impressões, cores, RFID1. Nas embalagens 
primárias, esta função ocorre diretamente com os consumidores finais, trazendo 
informações sobre a marca e produto. E nas embalagens ditas industriais, relacionadas 
à logística, a comunicação ocorre na medida em que impressões de códigos de barra 
nas embalagens, marcações, cores ou símbolos permitam a localização e identificação 
de forma facilitada nos processos logísticos de armazenagem, estoque, separação de 
pedidos, e transporte. 
 
PLANEJAMENTO DA EMBALAGEM 
 A interação da embalagem com as operações logísticas, deve iniciar-se no 
planejamento da embalagem, pois nesta etapa são definidos aspectos fundamentais, 
que irão influenciar todo o processo, como: dimensões, tipo de material, design, custo 
e padronização das embalagens. 
 Estes aspectos são fundamentais para o planejamento e eficiência no 
armazenamento e transporte dos produtos, caso a embalagem não seja planejada de 
acordo com os recursos existentes (máquinas movimentação, espaço físico, modal 
transporte), será necessário adequar todos os recursos à embalagem. Há um conflito 
no planejamento da embalagem, por interferir em diversas áreas da empresa, e ter 
grande representatividade nos custos. 
 Neste sentido estabelecem cinco critérios básicos para desenvolver uma 
embalagem: função, proteção, aparência, custo e disponibilidade. Tem-se prioridades 
diferentes de acordo com o tipo de produto que será acondicionado, e do tipo de 
embalagem, se para consumo ou industrial (transporte). Entretanto para ambas é 
essencial que se verifique, nesta etapa do planejamento, quais serão as condições de 
manuseio, armazenagem e de transporte a que serão submetidas. 
 A falta de planejamento, ou um planejamento deficiente podem levar a 
ocorrência de graves problemas, desde o aumento do custo por um 
superdimensionamento da embalagem, que torna o transporte e armazenagem mais 
cara, até à deterioração da embalagem e/ou produto. 1 RFID – Radiofrequency 
Identification Data ou Identificação via radiofrequência. 
 Um exemplo de como cada detalhe no desenvolvimento das embalagens, se 
traduz em grandes impactos nos números da empresa é o caso da Nestlé Brasil. Os 
maiores ganhos da companhia hoje, segundo reportagem publicada na Revista Exame, 
não vêm das fábricas, mas de mudanças no design das embalagens. No ano passado, a 
empresa economizou 6,3 milhões de reais com adaptações nas embalagens. As novas 
curvas na lata de leite Moça, por exemplo, tem além da intenção de chamar a atenção 
4 
 
do consumidor, a de reduzir custos. 
 
PADRONIZAÇÃO 
 A padronização das embalagens geralmente ocorre nas secundárias e terciárias, 
que protegem e acondicionam as embalagens primárias. Ao se falar em padronização 
de embalagens, na maioria das vezes refere-se à padronização das dimensões, e não 
do material. Isto porque são estas as características que influenciam mais a capacidade 
do equipamento de movimentação, e não o tipo de material utilizado na fabricação. 
 A redução da variabilidade de embalagens facilita o armazenamento, manuseio 
e movimentação dos materiais, reduzindo o tempo de realização destas tarefas, por 
proporcionar uma padronização destes métodos, dos equipamentos de 
movimentação, e de armazenamento.Além da redução do tempo, outra vantagem da 
padronização é a redução de custos. 
 Um exemplo da redução de custos pela padronização dos materiais é o caso 
apresentado na Revista Tecnologística, do Grupo Behr Brasil, pertencente do 
segmento de autopeças, produzem radiadores e ar condicionado, enviam seus 
produtos para vários países e tem como principal cliente suas próprias fábricas. O 
grupo sentiu a necessidade de padronizar seus processos logísticos, especificamente a 
embalagem, devido a alta necessidade de movimentação e transporte. 
 Antes utilizavam embalagens descartáveis, entretanto estas ocasionavam 
grande volume de descarte, custos com mão-de-obra, avarias durante o transporte e a 
armazenagem, má utilização do espaço físico no estoque e centros de distribuição. A 
solução foi à contratação de um agente especializado, este agente é proprietário das 
embalagens e responsável por toda a gestão destas, aluguel, recolhimento dos 
equipamentos nos pontos finais de entrega, limpeza, reparos, e manutenção. 
 Após a adoção deste sistema, com um modelo único de embalagem, o 
contêiner plástico desmontável, a empresa obteve os seguintes resultados: redução de 
15% mão-de-obra, custo embalagem caiu 20% no fluxo Alemanha e Brasil e 5% no 
fluxo inverso, aumentou sua capacidade de armazenamento em 15%, permitiu um 
empilhamento maior e redução do abastecimento. 
 
A EMBALAGEM E A LOGÍSTICA 
 A embalagem tem interação com todas as funções da logística, 
armazenamento, manuseio, movimentação de materiais, e transporte. Desta interação 
com as funções 
5 
 
logísticas, pode-se conseguir redução de custos, de tempo na entrega final do produto, 
redução de perdas, e aumento do nível de serviço ao cliente. 
 Na movimentação de materiais, dentro dos armazéns, e na troca de modal de 
transporte, é onde a embalagem sofre os maiores impactos, que podem causar danos 
a embalagem primária, e produto, e onde os impactos da falta de planejamento 
podem ser percebidos, seja pelo alto número de perdas, e/ou adaptação dos 
equipamentos de transporte, seja pelo aumento do custo decorrente destas perdas, e 
impossibilidade de padronização dos métodos e equipamentos de movimentação, que 
acabam por aumentar a necessidade de mão-de-obra e reduzir a eficiência. 
 Neste sentido há alguns pontos a serem analisados: até que ponto a 
embalagem para Matéria-Prima e para produtos acabados facilita as operações de 
recebimento, descarga, inspeção, movimentação; até que ponto as unidades de 
movimentação como caixa, paletes e contenedores facilitam a estocagem, e até que 
ponto a embalagem facilita o descarte e a reciclagem? 
 A embalagem proporciona a proteção necessária ao produto durante o 
processo de armazenagem, assegurando sua integridade, pode proporcionar melhor 
utilização do espaço nos armazéns, e facilitar a identificação e separação dos produtos, 
evitando retrabalho com correções. 
 Na definição do tipo de transporte deve-se verificar o ambiente ao qual os 
produtos serão submetidos, cada modal tem características próprias, que exigem 
cuidados específicos. Os maiores riscos durante o processo de transporte são: 
alterações clima, impactos com aceleração, vibrações, choque, humidade. Além das 
condições é necessário conhecer as limitações de cada modal quanto a peso e 
dimensões. 
 A embalagem é integrante importante do sistema logístico, a demonstrar a sua 
influência nas diversas funções da logística, na eficiência na prestação de serviços 
logísticos, na produtividade, e nos custos. A embalagem é responsável principalmente 
por proteger seu produto até o consumo final, qualquer agregação de valor será 
totalmente perdida, se a embalagem não for capaz de garantir sua função de proteção. 
 Muitas vantagens podem ser exploradas a partir de uma boa gestão de 
embalagens, seja por redução de tempo, aumento de produtividade, eficiência na 
utilização dos equipamentos e espaços, eficiência no transporte e manuseio, e na 
comunicação interna e externa. Os profissionais de logística e embalagem, entendendo 
a importância desta integração com a logística, podem utilizar todos os benefícios de 
um planejamento adequado deste recurso.

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