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1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 3 2 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE UM NOVO PRODUTO OU SOFTWARE ............................................................................................................ 4 3 GERENCIAMENTO CLÁSSICO DE PROJETOS ................................ 8 3.1 PROJETOS E O GERENCIAMENTO CLÁSSICO DE PROJETOS.... ..................................................................................................... 8 3.2 PROCESSOS DO GERENCIAMENTO CLÁSSICO DE PROJETOS.... ................................................................................................... 11 4 PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE ................. 20 4.1 SUCESSO E FRACASSO NO GERENCIAMENTO DE PROJETOS.... ................................................................................................... 25 4.2 VISÃO TRADICIONAL DO SUCESSO DE UM PROJETO ......... 26 4.3 DESEMPENHO DOS PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE... ................................................................................................... 29 4.4 VISÃO MODERNA DE SUCESSO DE UM PROJETO ............... 33 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................. 39 3 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE UM NOVO PRODUTO OU SOFTWARE O desenvolvimento de novos produtos tornou-se o foco da concorrência industrial. A origem dessa tendência está relacionada ao período pós-guerra (Segunda Guerra Mundial) e às três principais forças que surgiram em muitos setores do mundo nas décadas de 1970 e 1980: a expansão do espaço de competição nacional além das fronteiras nacionais; o mercado fragmentado com necessidades específicas após o surgimento de tecnologias transformadoras, como o surgimento de microeletrônica, tecnologia da informação e comunicação, o processo de mudança tecnológica (eliminação rápida) se acelerou. Novas tecnologias e novos entendimentos das tecnologias existentes geram um conhecimento cada vez mais profundo com base nos fenômenos por trás de aplicativos específicos, aumentando assim a capacidade de criar novas opções com base nas necessidades específicas de novos clientes ou consumidores. A longo do tempo, o desenvolvimento de novos produtos mudou a competitividade da empresa e de seus produtos. O sucesso do desenvolvimento de novos produtos parece ser “[...] padrão de consistência global do sistema de desenvolvimento, incluindo estrutura organizacional, habilidades técnicas, processo de resolução de problemas, cultura e estratégia. Tal consistência jaz não só sobre os princípios e a arquitetura do sistema, mas também sobre os detalhes no nível operacional e de gestão” (CLARK; FUJIMOTO, 1991, p.7). Para os gerentes seniores de todo o mundo, desenvolver produtos melhores com mais rapidez e eficácia é a questão central da agenda competitiva. Há evidências de que efetivamente projetar e desenvolver novos produtos tem um impacto significativo no custo, qualidade, satisfação do consumidor e vantagem competitiva (CLARK; FUJIMOTO, Ibid.). Uma empresa de sucesso com base nesse padrão competitivo refere-se a uma empresa que pode articular corretamente seus objetivos em estrutura estratégicas e gerenciar seu portfólio de produtos de P&D para adaptá-lo ao objetivo 5 de desenvolver novos produtos e recursos. Recursos disponíveis interna e externamente. O sucesso dessas empresas também depende de seu grau de entrada no campo técnico, de sua contribuição para o posicionamento de longo prazo, permitindo que eles criem novos recursos importantes, reduzam gradualmente o tempo para desenvolver novos produtos e satisfaçam as necessidades e especificações do produto. (SCHILLING; HILL, 1998). Esses autores sugerem que, como as principais funções essenciais no desenvolvimento de novos produtos, fatores relacionados a quatro dimensões básicas: estratégia técnica, ambiente organizacional, equipe de projeto e ferramentas para o processo de melhoria contínua (conforme mostrado na figura abaixo). Por esse modelo, fica claro que Schilling e Hill (ibid.) recomendam um plano de desenvolvimento de produto novo na forma de um projeto. A construção e o uso de equipes para desenvolver novos produtos sempre foram objeto de muitos estudos, o que mostra que a multifuncionalidade é essencial para o sucesso de empresas e clientes. Diz-se que a razão para fazer tal hipótese é que, devido à superação de erros na produção, os produtos desenvolvidos estão melhor adaptados ao potencial da cadeia de suprimentos, às necessidades dos compradores e / ou usuários e à "manufaturabilidade" da linha de produção da empresa. Nesse sentido, Schilling e Hill (1998) enfatizaram a importância de adaptar a estrutura da equipe (funcional, leve, pesada ou autônoma) ao tipo de projeto devido ao nível de coordenação e comunicação entre as equipes do projeto. Pode ser compatível da mesma maneira, e as habilidades de liderança do gerente de projeto ou advogado, como a capacidade de gerenciar conflitos e se comunicar com áreas diferentes, devem ser consistentes com o tipo de projeto. 6 Fonte: ADAPTADO DE SCHILLING; HILL, 1998, p.70 Outros requisitos relativos à composição e operação da equipe do projeto são determinar as tarefas, objetivos e responsabilidades, bem como os detalhes das atividades a serem realizadas e os resultados a serem alcançados para garantir uma comunicação clara. Além de ser uma ferramenta para monitorar e avaliar o desempenho da equipe, esses métodos também podem fornecer um foco claro e incentivá-los a se comprometerem com o desenvolvimento do produto. (SCHILLING; HILL, 1998). 7 Outros requisitos relativos à composição e operação da equipe do projeto são determinar as tarefas, objetivos e responsabilidades, bem como os detalhes das atividades a serem realizadas e os resultados a serem alcançados para garantir uma comunicação clara. Além de ser uma ferramenta para monitorar e avaliar o desempenho da equipe, esses métodos também podem fornecer um foco claro e incentivá-los a se comprometerem com o desenvolvimento do produto. (LAZAREVIC, 2003). Nos últimos anos, o desenvolvimento de software recebeu crescente atenção nas organizações. Porter e Millar (1985) e Booch (2001) apontaram que a tecnologia da informação é uma ferramenta extremamente poderosa que pode promover a transformação social e econômica. Seu valor e importância podem ser percebidos como “[...] a tecnologia penetra na cadeia de valores de uma empresa e extrapola as tecnologias associadas diretamente ao produto” (PORTER, 1989, p. 153). Cada atividade devalor sempre cria ou usa informações e tecnologias da informação para coordenar e otimizar as conexões entre indivíduos e departamentos. Porter enfatizou que a eficiência interna, as capacidades operacionais, a capacidade de fornecer produtos e serviços, a agilidade e a flexibilidade e outras vantagens competitivas necessárias para a sobrevivência e o crescimento de uma organização são atualmente fortemente influenciadas pelos sistemas de informação. (Porter,1989) Atualmente, a indústria de software é uma das indústrias mais importantes do mundo. Sua existência direta ou indiretamente possibilita o surgimento de novos negócios e a melhoria da eficiência comercial tradicional (BOOCH, 2001). De acordo com Veloso et al (2003), A indústria de software é dominada por grandes países desenvolvidos, incluindo Estados Unidos, Alemanha e Japão, representando cerca de 2% do PIB desses países. Em outros países, como Israel e Irlanda, essa contribuição é ainda maior, representando aproximadamente 3,4% e 7,4% do PIB do país em 2001, respectivamente. Impulsionada pela própria tecnologia da informação, a chegada da Internet e a globalização trouxeram grandes mudanças no mercado de desenvolvimento de software. Para competir na economia digital, as empresas devem ser capazes de 8 desenvolver software de alta qualidade para clientes, com padrões de alta qualidade a uma velocidade cada vez maior, e ainda ser capazes de lidar com as mudanças no ambiente de negócios. (BASKERVILLE et al, 2003; MAURER; MARTEL, 2002; COCKBURN; HIGHSMITH, 2001). Laitinen et al (2000) ressaltaram que a Internet permite que pequenas organizações ocupem seu espaço no controverso mercado de desenvolvimento de software, fornecendo produtos valiosos. No Brasil, a Internet criou milhares de empregos (BRASIL, 2001a). 3 GERENCIAMENTO CLÁSSICO DE PROJETOS Voltando aos quatro principais fatores de sucesso para o desenvolvimento de novos produtos propostos pela estratégia tecnológica, ambiente organizacional, equipe e ferramentas, fica claro que o desenvolvimento de novos produtos (ou software) pode e deve ser gerenciado por meio de projetos. Considerando que os planos de desenvolvimento de software são realizados na forma de projetos, e o sucesso desses projetos pode depender do sucesso da organização, este tópico apresenta os principais conceitos relacionados ao gerenciamento de projetos, aqui chamados de gerenciamento clássico de projetos. (SCHILLING; HILL, 1998; KERZNER, 2002). Observe que "clássico" é usado no momento para distinguir esse método do gerenciamento ágil de projetos. Esse é o termo usado por Chin (2004) e Highsmith (2004) ao citar o método de gerenciamento de processos proposto pelo PMI (2004). 3.1 PROJETOS E O GERENCIAMENTO CLÁSSICO DE PROJETOS Para entender melhor o gerenciamento de projetos, primeiro é necessário conhecer um projeto. Embora esses projetos existam desde os tempos antigos, desde a década de 1960, esse tópico atraiu maior interesse e ganhou popularidade 9 (MEREDITH; MANTEL, 2000, vii). Embora a literatura sugira várias definições, uma análise mais próxima nos fez perceber que quase não há diferença conceitual entre eles. (LEWIS, 1997, p. 1; VERZUH, 1999, p. 3; GRAY; LARSON, 2003, p. 5; KERZNER, 2002, p. 17; MEREDITH; MANTEL, 2000, p. 9; MAXIMIANO (2002, p. 26); ISO, 1997; PMI, 2004, p. 5). Segundo o PMI (2004, p. 5) “Um projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo”. Temporário significa que todos os projetos definiram início e fim. Exclusividade ou singularidade significa que o produto, serviço ou resultado gerado difere em certa medida de todos os outros produtos, serviços ou resultados que já existem. Essas entregas exclusivas podem ser: Produtos ou objetos mensuráveis, sejam eles produtos finais ou componentes; A capacidade de executar serviços, como funções de negócios que dão suporte à produção ou distribuição; Resultados, como resultados finais ou documentos. Como os projetos envolvem a realização de coisas que nunca foram feitas antes, eles podem estar associados a um certo grau de complexidade e incerteza (Ibid., p. 6). Os projetos têm propriedades surpreendentes que os distinguem das atividades diárias ou operações contínuas, e essa distinção deve ser perfeitamente absorvida. De acordo com o PMI (2004), o objetivo do projeto é atingir suas metas declaradas e, em seguida, desligar, enquanto as operações contínuas geralmente visam manter os negócios. Martin e Tate (2001) enfatizaram o fato de o projeto ser temporário e produzir resultados únicos, em contraste com a operação contínua, o mesmo processo é repetido várias vezes para produzir sempre os mesmos resultados. No entanto, o plano de trabalho do projeto ainda é incerto e precisa ser constantemente atualizado, mas em operação contínua, o plano é claro. 10 Também é preciso mencionar que os projetos geralmente são implementados para permitir a realização do plano estratégico da organização e geralmente são aprovados de acordo com uma ou mais definições estratégicas (PMI, 2004, página 7; KERZNER, 2002, página 17) Uma demanda de mercado; Uma necessidade organizacional; Uma solicitação de um cliente; Um avanço tecnológico Um requisito legal. O gerenciamento clássico de projetos foi objeto de pesquisa de vários autores e pesquisadores, apresentando suas definições e pontos de vista sobre o tema. Esses autores têm a mesma linha conceitual, ou seja, a estrutura de gerenciamento de projetos por meio de processos, o que é consistente com as ideias reveladas pelo PMI (2004, p. 8). Em relação à padronização e aplicação prática de conceitos, o PMI (2004, p. 8) descreve o gerenciamento de projetos como “[...] a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto, a fim de atender aos seus requisitos”. Realçar que “gerenciamento de projetos é realizado através da aplicação e da integração dos seguintes processos de gerenciamento de projetos: iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento” (PMI, Ibid.). De acordo com o PMI (Ibid.), os itens de gerenciamento incluem: A identificação das necessidades; O estabelecimento de objetivos claros e alcançáveis; O balanceamento de demandas conflitantes de qualidade, escopo, tempo e custo; 11 A adaptação das especificações, dos planos e da abordagem às diferentes preocupações e expectativas das diversas partes interessadas. O gerenciamento de projetos fornece às empresas ferramentas poderosas que podem melhorar a capacidade de planejar, organizar, executar e controlar atividades, a fim de alcançar os resultados esperados dentro do tempo e custo esperados, mesmo em situações muito complexas. (MEREDITH; MANTEL, 2000). Kerzner (2002) adiciona que, para ser bem-sucedido, o gerenciamento de projetos requer fluxo de trabalho e coordenação horizontal (não mais vertical como o gerenciamento tradicional), com foco em comunicação, produtividade, eficácia e eficiência, especialmente o papel e as responsabilidades do gerente de projetos. Depois que o projeto e o gerenciamento de projetos forem conceituados, forneceremos agora uma visão geral do processo clássico de gerenciamento de projetos. 3.2 PROCESSOS DO GERENCIAMENTO CLÁSSICO DE PROJETOS Como mencionado no tópico anterior, alguns autores lidam com o gerenciamento de projetos de acordo com uma abordagem de processo. (VERZUH, 1999, p. 19; KERZNER, 2002, p. 4-5; DINSMORE; NETO, 2004, p. 1; MAXIMIANO, 2002, p. 40; PMI, 2004, p. 36-37). Verzuh (1999) propôs a estruturação do projeto através do processo de "definir, planejar, executar e finalizar", e mencionou que esses processos devem ser repetidos em todas as etapas do projeto e no ciclode vida do produto. Maximiano (2002) apontou que o processo de gerenciamento do projeto - planejamento, organização, execução e controle - é necessário para todo o projeto e para cada estágio de todo o ciclo de vida, e essa visão também é a mesma. Kerzner (2002) também estudou essa estrutura por meio de um processo e acrescentou discussões importantes sobre o papel da cultura organizacional no processo de gerenciamento de projetos. Apontou que quase duas empresas não 12 gerenciam seus projetos da mesma maneira, portanto, a implementação do gerenciamento de projetos deve ser baseada na cultura de cada organização. Forsberg et al. (1996) explicaram a importância de criar um modelo que sirva como guia ou base para o gerenciamento de projetos. Os autores dizem que esses modelos ajudam a descrever como as coisas são feitas, são usadas para explicar o todo, fornecem uma base conceitual única, explicam regras de uma maneira simples e ajudam a identificar e comunicar relacionamentos e elementos- chave, também a eliminar conscientemente a confusão dos elementos bem definidos aplicado ao gerenciamento de projetos garante: O entendimento, pela equipe do projeto, dos objetivos e da forma como o projeto será gerenciado; Uma perfeita comunicação entre as partes interessadas acerca dos diferentes aspectos do projeto, incluindo informações sobre a saúde e o progresso do projeto; A avaliação de caminhos alternativos e o aproveitamento de oportunidades que venham a surgir Para serem efetivos, os modelos ou os processos de gerenciamento de projetos devem possuir as seguintes características (FORSBERG et al., p. 17): Definição explícita e operacional, utilizando estruturas, variáveis e relacionamentos; Serem óbvios e intuitivos a todos os interessados no projeto; Aplicabilidade ao ambiente de projeto, assegurando o tratamento das complexidades e do dinamismo inerentes aos processos do projeto e aos requisitos do projeto; Podem ser validados empiricamente no mundo real do gerenciamento de projetos. 13 O PMI (2004, p. 37-38) acredita “o gerenciamento de projetos é realizado através de processos, usando conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas do gerenciamento de projetos que recebem entradas e geram saídas”. O processo é definido como “um conjunto de ações e atividades inter-relacionadas realizadas para obter um conjunto pré-especificado de produtos, resultados ou serviços”. Basicamente, existem duas categorias principais de processo em um projeto: a) Processo de gerenciamento de projetos: é comum na maioria dos projetos na maioria das vezes, pois esses processos às vezes interagem entre si de maneira complexa para atingir uma meta integrada. O objetivo é iniciar, planejar, executar, monitorar e controlar e fechar projeto. Esses processos descrevem, organizam e complementam as atividades do projeto; b) Processos orientados ao produto: esses processos especificam e criam os produtos do projeto, que variam com a área de aplicação e são definidos no ciclo de vida do produto. Verzuh (1999) e o PMI (2004) alega-se que o processo de gerenciamento do projeto e o processo orientado ao produto se sobrepõem e interagem por todo o projeto. No entanto, dado o foco deste trabalho, apenas o processo de gerenciamento de projetos é discutido aqui. O Guia PMBoK (PMI, 2004, p. 41) apresenta diferentes processos de gerenciamento de projetos baseados em definições de boas práticas, bem como seus respectivos objetivos e integrações. Esses processos são divididos em cinco grupos, a saber: Grupo de processos de inicialização: defina e autoriza o projeto ou a fase do projeto; 14 Grupo de processos de planejamento: define e melhora os objetivos e planeja as medidas necessárias para atingir os objetivos e o escopo do projeto de design; Grupo de processos de execução: integra pessoal e outros recursos para executar o plano de gerenciamento do projeto; Um conjunto de processos de monitoramento e controle: mede e monitora periodicamente o andamento do projeto para identificar mudanças relacionadas ao plano, para que sempre sejam necessárias ações corretivas quando necessário para atingir as metas do projeto; Grupo de processos de checkout: determina formalmente a aceitação final de produtos, serviços ou resultados e guia o projeto ou a fase para um fim ordenado. Os grupos de processos propostos pelo PMI (ibid.) estão relacionados aos objetivos que eles produzem e raramente representam eventos únicos. Geralmente, eles têm atividades sobrepostas, requerem diferentes níveis de trabalho ao longo do projeto e interagem entre si no mesmo estágio ou em vários estágios do ciclo de vida. Ao dividir um projeto em vários estágios, esses processos geralmente são repetidos em cada estágio de todo o ciclo de vida do projeto para efetivamente levar o projeto à conclusão. Nas diferentes fases do projeto, a estrutura dos grupos de processos e como esses grupos de processos se sobrepõem e mudam em cada fase pode ser vista nas ilustrações abaixo. 15 Fonte: PMI, 2004, p. 69 Fonte: PMI, 2004, p. 68 A figura a seguir descreve sequencialmente a interação entre diferentes grupos de processos. Esta figura mostra as principais informações e / ou 16 documentos trocados entre grupos de processos, que são usados como entrada e / ou saída de cada processo do "gerenciamento clássico de projetos". Fonte: PMI, 2004, p. 42 17 Composto pelos cinco grupos de processos mencionados, há um total de 44 processos de gerenciamento de projetos. Esses processos estão espalhados por nove áreas de conhecimento, a saber (PMI, 2004, p 70): 1. Gerenciamento da integração do projeto; 2. Gerenciamento do escopo do projeto; 3. Gerenciamento de tempo do projeto; 4. Gerenciamento de custos do projeto; 5. Gerenciamento da qualidade do projeto; 6. Gerenciamento de recursos humanos do projeto; 7. Gerenciamento das comunicações do projeto; 8. Gerenciamento de riscos do projeto; 9. Gerenciamento das aquisições do projeto O gerenciamento de integração de projetos inclui todos os processos e atividades necessários para identificar, definir, combinar, unificar e coordenar vários processos e atividades de gerenciamento de projetos no grupo de processos de gerenciamento de projetos. O gerenciamento do escopo do projeto inclui garantir que o projeto inclua todo o trabalho necessário e inclua apenas todos os processos necessários para a entrega bem-sucedida do projeto. O gerenciamento do tempo do projeto inclui todos os processos necessários para concluir o projeto no prazo. No gerenciamento de custos do projeto, todos os processos envolvidos no planejamento, estimativa, orçamento e controle de custos são considerados para concluir o projeto dentro do orçamento estimado. O gerenciamento da qualidade do projeto inclui a execução de todas as atividades da organização, que definem responsabilidades, objetivos e políticas de qualidade para atender aos requisitos que impulsionam sua realização. O gerenciamento de recursos humanos do projeto inclui todos os processos de organização e gerenciamento da equipe do projeto. O gerenciamento de comunicação do projeto reúne os processos necessários para 18 garantir que a geração, coleta, distribuição, armazenamento, recuperação e destino final das informações do projeto sejam oportunas e adequadamente garantidas. O gerenciamento de riscos inclui o processo de identificação, análise, resposta a sugestões, monitoramento e controle dos riscos do projeto. Finalmente, o gerenciamento de compras do projeto abrange o processo de compra ou compra de produtos, serviços ou resultados necessários fora da organização do projeto (PMI, 2004). A Tabela abaixo mostra o mapeamento do processode gerenciamento de projetos de acordo com o PMI (2004, página 70) e sua associação com grupos de processos e áreas de conhecimento. 19 Fonte: ADAPTADO DE PMI, 2004, p. 70 Embora o "Guia PMBoK" forneça todas as informações detalhadas, o PMI (2004) retém conhecimentos, habilidades e processos de gerenciamento de projetos não devem ser aplicados uniformemente na retenção de todos os projetos. O gerente de projeto trabalha com a equipe do projeto e é responsável por selecionar e determinar o processo apropriado a ser aplicado a um projeto específico e o rigor de cada processo. 20 Portanto, de acordo com o PMI (ibid.), para que um projeto seja bem- sucedido, o gerente e a equipe do projeto devem: Selecione o processo apropriado necessário para atender às metas do projeto no grupo de processos de gerenciamento de projetos; Use métodos definidos para ajustar os planos e especificações do produto para atender aos requisitos do produto e do projeto; Atender às necessidades, expectativas e expectativas dos participantes do projeto Equilibre as necessidades conflitantes entre escopo, tempo, custo, qualidade, recursos e riscos para produzir produtos de alta qualidade. Finalmente, ao analisar as "Diretrizes do PMBoK" (PMI, 2004), com base em uma definição ampla e completa do escopo do projeto e em um planejamento bem preparado para cada área de conhecimento, as pessoas acreditam que uma abordagem de gerenciamento de projeto muito estruturada pode ser adotada O progresso do projeto é formalmente monitorado em termos de escopo, prazo e custo, e as alterações do projeto são rigorosamente controladas. Esses são considerados os principais recursos do chamado gerenciamento clássico de projetos. 4 PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE Thomsett (2002) apontou que todos os projetos de engenharia (o autor inclui esses projetos de desenvolvimento de software) basicamente têm que lidar com dois aspectos - um é o aspecto técnico, o outro é o aspecto do gerenciamento - representando o "gerenciamento técnico" x o "gerenciamento de projetos" Dualidade. ". Segundo o autor (ibid.), até a década de 1950, os atributos de gerenciamento desses projetos (cronograma detalhado, orçamento, controle de 21 mudanças, gerenciamento de contratos) eram de responsabilidade do arquiteto do projeto. No entanto, em alguns casos, os aspectos técnicos e a visão de todo o projeto estão concentrados nas mãos de uma pessoa, levando a conflitos de interesse. Thomsett (2002) comentou que leva algum tempo para o próprio gerenciamento de projetos ser considerado uma disciplina, e as funções e responsabilidades técnicas e de gerenciamento são tratadas separadamente. Nas últimas décadas, o desenvolvimento de software passou por um processo de melhoria, e seu foco inicial está nos aspectos técnicos, ou seja, no próprio método de desenvolvimento. Como muitos processos evolutivos, essa melhoria é baseada na análise de problemas encontrados em processos e modelos anteriores e na definição de novas formas de comportamento. De acordo com Beck (1999), o modelo em cascata é o primeiro modelo que busca construir software adaptado às necessidades do usuário. É baseado em documentos detalhando os requisitos e funções de software. Este documento é obtido através da interação com usuários e clientes e, em uma etapa chamada "análise", a interação pode durar vários meses. A partir deste documento abrangente, engenheiros de software, especialistas em bancos de dados e outros profissionais definem a arquitetura do software em uma fase chamada design. Nas etapas subsequentes, o programador desenvolverá o código e facilitará o teste e a entrega de procedimentos completos e completos de implementação e teste de software. Beck (1999) apontou que o modelo parece perfeito na teoria, mas na prática, existem alguns problemas. Primeiro, quase sempre o usuário precisa mudar após meses ou até anos de pesquisa, especificação e construção de diagramas e processos, alguns usuários ainda não sabem o que desejam, mas apenas sabem o que não desejam produzir. A segunda questão envolve a alteração de requisitos durante o processo de desenvolvimento. Bohem (2002) apontou que, em qualquer método clássico de desenvolvimento, a primeira dificuldade será encontrada ao solicitar alterações de código, pois, para atender a esses requisitos, é necessário reunir programadores, arquitetos de software e analistas de banco de dados. Análise e alterações de documentos e subsequente implementação de alterações. 22 O modelo em cascata é uma maneira de tentar resolver essa situação, evitando o congelamento de requisitos de software, ou seja, nenhuma alteração é permitida durante o projeto. No entanto, verifica-se que isso não é viável na prática (BECK, ibid.). Da perspectiva do gerenciamento de projetos, o modelo em cascata assume um congelamento do escopo do produto e do projeto (THOMSETT, 2002). Para aprimorar esse modelo, surgiram técnicas iterativas e incrementais, a interrupção do ciclo de desenvolvimento de software e o modelo em cascata foi repetido ao longo do processo. Este novo método visa reduzir o tempo de desenvolvimento. Como no modelo em cascata, todos os requisitos de software são analisados antes do início da codificação, mas são divididos em incrementos de funções básicas. Pode ser desenvolvido em paralelo com o objetivo de economizar tempo (Beck, 1999). Os modelos incrementais se concentram na redução do tempo, enquanto outros métodos (como desenvolvimento iterativo e modelos em espiral) tentam responder melhor às necessidades e gerenciar riscos. De acordo com Cohen et al. (2003, p. 3), esses modelos lidam com fatores de risco de maneira estruturada e planejada, em vez de tentar mitigar os fatores de risco apenas quando eles aparecem. O autor ressalta que o desenvolvimento iterativo apresenta avanços nos projetos de desenvolvimento de software em iterações de termo variável e, em cada iteração, é fornecido um conjunto completo de funções com base em documentos previamente preparados (COHEN et al., 2003, p. 3). Na primeira iteração, funções básicas serão geradas e essas funções básicas serão adicionadas em outras iterações. Embora cada iteração passe por todos os estágios do modelo em cascata: " Análise, Desenho, Implementação e Teste", mas como existe apenas um conjunto completo de requisitos fixos na iteração, o desenvolvimento iterativo pode lidar melhor com as alterações. Para outras iterações, as alterações podem ser feitas antes da fase "análise". O modelo permite absorver mudanças tecnológicas ou mudanças nos requisitos do cliente até um certo ponto (COHEN et al., Ibid.). 23 Da mesma forma, o modelo em espiral evita a necessidade de especificar e definir os requisitos finais do software no início do projeto. No entanto, é diferente do desenvolvimento iterativo, pois prioriza o desenvolvimento e considera os fatores de risco, e não a função em si. Considerando o gerenciamento de projetos, o modelo iterativo e espiral significa que o projeto tem um escopo aberto inicial, que é explicado em detalhes durante cada iteração (THOMSETT, 2002). O surgimento desses novos modelos de desenvolvimento de software promoveu progresso no campo da tecnologia, mas nada foi feito no campo do gerenciamento. Cohen et al. (Ibid.) apontaram que, com o surgimento do SW-CMM (Software Capability Maturity Model), a maneira como as organizações gerenciam projetos de desenvolvimento de software passou por grandes mudanças. O SW- CMM foi criado em 1986 pelo Software Engineering Institute (SEI) da Universidade Carnegie Mellon, e é um modelo para promover a maturidade das organizações no processo de desenvolvimento de software. Em anos recentes, o SW-CMM foi organizado em diferentespaíses do mundo. Amplamente difundido na China (SEI, 1995; Paulk, 2001). O SW-CMM contém cinco níveis de maturidade (inicial, reproduzível, definição, gerenciamento, otimização) e sua estrutura é de 52 objetivos, distribuídos em 18 áreas principais, descrevendo as melhores práticas de engenharia (desenvolvimento de software) e gerenciamento, além de apontar maneiras de melhorar o processo de construção de software na organização (PAULK, 2001, p. 19). Você pode ver essa estrutura na tabela abaixo. Cohen et al. (Ibid.) confirmam que o principal objetivo do SWCMM é permitir que as organizações obtenham a melhor consistência, previsibilidade e confiabilidade no processo de desenvolvimento de software (nível de maturidade 5). 24 Fonte: PAULK, 2001, p. 20. Vale ressaltar que o SW-CMM não é um modelo de desenvolvimento de software, mas um modelo projetado para promover a maturidade do processo de desenvolvimento de software. A métrica de maturidade do SW-CMM é usada para classificar as organizações com base na consistência, previsibilidade e confiabilidade do processo de desenvolvimento de software (PAULK, 2001, p. 19). Apesar da ampla disseminação na comunidade de desenvolvimento de software, Paulk (2001, p. 25) enfatizou que a maioria das organizações ainda está no primeiro estágio de maturidade inicial e pouco otimizado. O autor também comentou que o formalismo inerente à maioria dos processos de melhoria propostos pelo SW-CMM permite que o modelo se concentre em grandes projetos com rigorosos requisitos de confiabilidade. No entanto, também apontou que, apesar disso, o princípio SW-CMM ainda pode ser aplicado a empresas e projetos menores. Os modelos de desenvolvimento de software apresentados até agora (modelo em cascata, modelo iterativo e modelo espiral) são exemplos dos chamados métodos clássicos de desenvolvimento de software, cujas principais 25 características são o formalismo e a preparação de um grande número de documentos. Em termos de gerenciamento de projetos, as entradas de gerenciamento e processo fornecidas pelo SW-CMM (SEI, 1995) tornam o conceito de gerenciamento de projetos clássico consistente com o do gerenciamento de projetos tradicional (PMI, 2004). Finalmente, deve-se ressaltar que, embora o modelo espiral e o modelo iterativo possam proporcionar maior agilidade ao desenvolvimento de software, eles ainda são criticados por não promoverem a resposta às mudanças a uma velocidade adequada para a empresa real. A formalização e manutenção de documentação detalhada típica desses modelos, juntamente com o foco no planejamento e controle do gerenciamento de projetos, é considerada uma barreira à verdadeira agilidade no desenvolvimento de software (COHEN et al., 2003). 4.1 SUCESSO E FRACASSO NO GERENCIAMENTO DE PROJETOS Voltando à posição de Schilling e Hill (1998) e Kerzner (2002) de que o sucesso do projeto pode depender do sucesso da organização, e considerando o modelo conceitual desta pesquisa, é necessário discutir o sucesso e o fracasso da gestão. Projete e avalie o desempenho do projeto de desenvolvimento de software. Assim como em vários conceitos relacionados ao projeto, a definição de sucesso do projeto muda com o tempo. Portanto, devemos primeiro restaurar a visão tradicional do sucesso e analisar o desempenho dos projetos de desenvolvimento de software e, em seguida, apresentar uma visão "moderna" do sucesso, que é a base do chamado método ágil de desenvolvimento de software e gerenciamento ágil de projetos. 26 4.2 VISÃO TRADICIONAL DO SUCESSO DE UM PROJETO Para empreender uma jornada, é indispensável ter um destino e um plano para chegar até ele. O destino precisa ser claramente identificado, caso contrário nunca se saberá quando a viagem acaba. De certa forma, as mesmas questões são válidas para as práticas de gerenciamento de projetos. (KERZNER, 2002, 43). Como identificar projetos de sucesso? O sucesso do projeto deve ser medido em termos de satisfação do cliente, lucratividade, geração de novos negócios ou aumento da participação de mercado? Ou deve ser definido como atendendo às especificações / expectativas do cliente ou excedê-las? Ou até "simples" para completar o plano estabelecido? Perguntas como essas nem sempre são respondidas corretamente na organização. De fato, poucas empresas se preocupam em definir o significado de sucesso para os gerentes e, quando o fazem, sua definição desse objetivo é baixa. Formulação inadequada de expectativas causará grandes problemas no processo de gerenciamento de projetos (KERZNER, 2002, p. 43). Segundo Kerzner (2002), nos estágios iniciais do gerenciamento de projetos, o sucesso é medido apenas em termos técnicos, isto é, se os produtos produzidos são adequados. Não precisa se preocupar com custo ou prazo de entrega, nem com o sucesso dos negócios. Quando a empresa começou a melhorar o gerenciamento de projetos, essa postura inicialmente defendida pelos gerentes seniores da organização mudou. O sucesso de um projeto é entendido como a conclusão da programação no prazo, pelo custo e por um nível predeterminado de qualidade (KERZNER, 2002, p. 44). No entanto, o autor ressalta que essa ainda é uma medida incompleta, pois esses indicadores retratam a definição interna de sucesso. Kerzner (2002, p. 44-45) continuou o desenvolvimento do conceito. “melhor explicação de sucesso é aquela que o mensura em termos de fatores primários e secundários”. Considera-se que os principais fatores atendem ao cronograma, ao 27 custo e ao nível de qualidade definidos pelo cliente. Os fatores secundários são a aceitação do projeto pelo cliente e se o cliente concorda em divulgar seu nome como referência. Segundo o autor, somente quando o cliente está tão satisfeito com o resultado ele pode ver a definição absoluta de sucesso, para que seu nome possa ser usado como referência. (KERZNER, Ibid.). Kerzner (ibid.) também apontou que os principais fatores podem ser alterados de acordo com a organização para aumentar ou diminuir seu escopo, por exemplo, incluindo conformidade com padrões de segurança, regulamentos governamentais, regulamentos ambientais, etc. O posicionamento da empresa no projeto também pode alterar a definição de sucesso. Ao discutir esse tópico, Verzuh (1999, p. 17) apontou os três elementos do sucesso do projeto: atingir o prazo esperado, atingir o custo esperado e a alta qualidade do produto resultante, incluindo os requisitos de funcionalidade e desempenho. O autor menciona que essas são as três principais variáveis do projeto e são interdependentes. Qualquer alteração em um deles afetará o outro ou todos. Verzuh (ibid.) aponta que o maior desafio para os gerentes de projeto é encontrar o melhor equilíbrio entre "prazo-custo-qualidade", que é a visão comum de Meredith e Mantel (2000, p. 4). Esses autores se referem a eles como três objetivos do projeto, como mostra a Figura abaixo. Fonte: Meredith; mantel, 2000, p. 4 28 Verzuh (1999) no entanto, acrescentou que apenas atingir as metas de custo, tempo e qualidade do projeto não é suficiente. É importante que o cliente e o gerente do projeto compartilhem a visão de um equilíbrio "prazo-custo-qualidade" para garantir a consistência das expectativas. Reconhecendo que o sucesso do projeto também está intimamente relacionado às opiniões de outros participantes, essa é uma grande motivação para buscar consenso em torno de seus objetivos. Pinto e Kharbanda (1995) também defenderam a ideia de que o sucesso do projeto não pode ser medido apenas com base nas restrições triplas tradicionais (prazo, custo e qualidade (desempenho)). Considerando o ambiente de negócios e a crescente ênfase na satisfação do cliente, o autor destaca que é necessário estender o conceito de sucesso à quarta variável: satisfaçãoe agregar valor aos clientes. Pinto e Kharbanda (1995) enfatizaram que todos os esforços realizados no projeto devem se concentrar em ouvir e entender as preocupações e opiniões dos clientes, a fim de produzir um produto final que atenda às suas necessidades, garantindo assim uma transição e aceitação do projeto. Dinsmore e Neto (2004, p. 15) reforçam que “[...] executar projetos dentro do prazo e orçamento previstos, atender à qualidade especificada e satisfazer às expectativas da organização responsável pelo projeto são indicadores de sucesso na gerência de programas e projetos, independentemente da natureza dos mesmos”. Note-se, no entanto, que Meredith e Mantel (2000, p.4) refutaram a ideia de criar uma quarta variável de sucesso (além das metas de tempo, custo e qualidade), que representavam as expectativas do cliente e declaravam que os requisitos eram " Uma parte inerente da especificação do projeto ". O autor enfatiza que separar as necessidades ou expectativas do cliente das especificações do projeto significa inserir e estimular conflitos entre o cliente e a equipe do projeto, o que é contrário às expectativas de um bom gerenciamento de projetos. Com base na suposição de que, se um projeto atender aos quatro critérios de tempo, custo, eficácia e satisfação do cliente, o projeto será considerado bem- sucedido. Pinto e Slevin (1988), depois de estudar os gerentes de projeto, construíram um modelo de dez fatores considerados críticos. Para o sucesso do 29 projeto. Jiang et al. (1996) chegaram a uma conclusão semelhante ao realizar pesquisas com profissionais da área de sistemas de informação. A tabela a seguir lista esses fatores em ordem de importância Fonte: Adaptado De Pinto; Slevin, 1988 De acordo com a pesquisa de Meredith e Mantel (2000), os principais fatores para o sucesso do projeto variam de acordo com os tipos de setor. Do exposto até o momento, pode-se dizer que sob a ótica tradicional de definição do sucesso de um projeto, o estabelecimento dos objetivos de custo, prazo e qualidade do projeto, refletidos num planejamento realista e adequado, assim como o correto entendimento dos requisitos e das expectativas dos clientes e demais interessados no projeto, constituem os fatores básicos para o sucesso de um projeto. 4.3 DESEMPENHO DOS PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE Nos últimos anos, a avaliação de desempenho de projetos de desenvolvimento de software tem sido uma preocupação de muitos autores e organizações. Conduziu várias pesquisas para determinar os indicadores de 30 desempenho dos projetos e os principais fatores de sucesso para esses projetos (Jiang et al, 1996; GIGA INTERNATIONAL GROUP, 2002; STANDISH GROUP INTERNATIONAL, 1999, 2001 e 2003). Frequentemente, os resultados dessas pesquisas apontam situações desagradáveis e descrevem altas taxas de falhas em projetos de desenvolvimento de software. Nas várias edições da pesquisa do STANDISH GROUP INTERNATIONAL (op. cit.), o desempenho dos projetos foi classificado em três modalidades: a) Sucesso – compreender os projetos entregues no prazo, de acordo com os padrões de qualidade aceitos pelo cliente dentro do orçamento; b) Insucesso – incluindo projetos que foram cancelados ou nunca implementados antes da conclusão; c) Sucesso parcial – coloque os projetos fechados e em execução juntos, mas seus indicadores de tempo e custo apresentam alterações negativas em comparação às previsões, ou a qualidade da entrega é inferior à qualidade especificada. De acordo com o relatório publicado em 2003 (STANDISH GROUP INTERNATIONAL, 2003), nos últimos dez anos, a análise de aproximadamente 50.000 projetos de TI de diferentes empresas em todo o mundo foi combinada, mas os resultados não são satisfatórios - a porcentagem de projetos concluídos com êxito ou parcialmente bem-sucedidos ainda é relativamente alta (66% em 2002 ). Embora os resultados gerais dos projetos de desenvolvimento de software tenham mostrado melhorias significativas durante esse período, o percentual de projetos bem-sucedidos variou de 16% em 1994 a 34% em 2002. Por um lado, se o gasto excedente do orçamento for reduzido de 180% em 1994 para 43% em 2002, o prazo e os indicadores de desempenho da qualidade se deteriorarão após um período de melhoria. Em 2002, o crescimento inesperado aumentou da média para 82% e em 2000 foi de 63%. Apenas 52% dos projetos atendem às especificações de qualidade, em comparação com 67% em 2000. 31 Essas mudanças indicam que há um certo grau de instabilidade nos resultados do projeto, e os benefícios não são consistentes ao longo do tempo. No gráfico abaixo, você pode ver claramente a evolução histórica do desempenho do projeto de desenvolvimento de software de 1994 a 2002. O gráfico é baseado em dados categorizados e resultados de pesquisas conduzidas pelo STANDISH GROUP INTERNATIONAL (1999; 2001; 2003). Obviamente, há uma mudança entre os casos extremos, ou seja, a taxa de projetos malsucedidos diminui, enquanto a porcentagem de projetos bem-sucedidos aumenta. No entanto, com exceção de 1996, o índice de projetos classificados como "parcialmente bem-sucedidos" permaneceu quase inalterado, em cerca de 50%. Fonte: standish group international, 2003. Outro aspecto importante da pesquisa realizada pelo STANDISH GROUP INTERNATIONAL (2001; 2003) é determinar os principais fatores de sucesso em projetos de desenvolvimento de software. Esses fatores são classificados de acordo com seu impacto no sucesso do projeto e estão listados na tabela abaixo. 32 Fonte: Adaptado De Standish Group International, 2001 Segundo relatórios publicados, entre 1994 e 2002, muitas organizações participantes do estudo investiram em maneiras de melhorar seus processos e métodos de gerenciamento de projetos. Segundo relatos, a melhoria nos resultados do projeto é parcialmente devida à adoção de boas práticas relacionadas ao gerenciamento de projetos (STANDISH GROUP INTERNATIONAL, 2001; 2003). Nesse sentido, pode-se dizer que os principais fatores que causam essa transformação incluem: implementar projetos menores, usar melhores ferramentas para monitoramento, controle de projetos e nomear gerentes de projetos qualificados com experiência e proficiência. Apesar de algumas conquistas, o STANDISH GROUP INTERNATIONAL (2003) apontou que muitos projetos fracassam ou estão fadados ao fracasso, não por falta de fundos ou falta de domínio técnico, mas por falta de conhecimento ou uso incorreto das práticas de gerenciamento de projetos. Para Thomsett (2002), Chin (2004) e Highsmith (2004), os métodos clássicos de gerenciamento de projetos não provaram ser totalmente eficazes para o desenvolvimento de software. Esses autores explicam essa diferença pelo fato de que, geralmente, os projetos de desenvolvimento de software são inseridos em um ambiente de negócios muito dinâmico e mudam constantemente, o que está além do padrão do gerenciamento de projetos clássico. Fowler (2003) também acrescentou que existem grandes dificuldades em medir o desempenho de projetos de desenvolvimento de software. 33 A análise dessas informações parece indicar que existem algumas inconsistências ou lacunas entre as práticas clássicas de gerenciamento de projetos adotadas pela organização e as necessidades de desenvolvimento de software da organização. Vários estudiosos e profissionais de desenvolvimento de software sentiram esse desconforto e finalmente encontraram uma maneira alternativa de resolver o problema. Como resultado da pesquisa os projetos de desenvolvimento de software permanecem, invariavelmente, associados ao insucesso, sendo que parcela deste mau desempenho é justificada pelo emprego incorreto ou pela inadequação das práticas de gerenciamento de projetos, o que sugere a necessidade dese repensar a disciplina de gerenciamento de projetos aplicada ao desenvolvimento de software (STANDISH GROUP INTERNATIONAL, 2001; 2003). Nesse momento de reflexão sobre a prática, alguns autores, como Thomsett (2002) e Cohen e Graham (2002), propuseram que os critérios para medir o sucesso do projeto também fossem alterados, acreditando que as formas tradicionais de avaliação podem ser um dos fatores que levam ao fracasso. 4.4 VISÃO MODERNA DE SUCESSO DE UM PROJETO Os proponentes acreditam que o gerenciamento de projetos não é apenas um processo técnico, Cohen e Graham (2002, p. Vii) acreditam que o gerenciamento de projetos “[...] transformou-se em um processo de negócio de importância crítica” os gerentes devem sempre procurar melhorar a contribuição do projeto para os resultados da organização. Eles enfatizaram que a tomada diária de decisões do gerente de projetos deve ser orientada para atender às necessidades das expectativas dos acionistas, e a lucratividade futura da empresa também deve ser considerada ao gerenciar o projeto. Para resolver o problema do sucesso no gerenciamento de projetos, Cohen e Graham (2002, p. vii-ix) introduziram um conceito inovador chamado Ciclo de Vida do Resultado do Projeto (POL). Sob a defesa de Thomsett (2002, 27-29), a 34 responsabilidade do gerente de projeto não termina mais no final da fase de desenvolvimento do projeto, mas se estende a toda a fase pós-implementação. Fonte: thomsett, 2002, p. 28 Nesse modelo, é essencial que os gerentes e funcionários do projeto entendam e adotem a perspectiva da alta administração - a necessidade de gerar valor econômico ao planejar e executar os projetos. (COHEN; GRAHAM, 2002, p. vii-ix.). Cohen e Graham (2002) mostraram em seu trabalho que a "velha" visão de sucesso medida alcançando resultados esperados e cumprindo prazos e metas de custo perdeu sua validade. Pelo contrário, eles recomendam aumentar o valor econômico como o principal critério para avaliar o sucesso do gerenciamento de projetos. De uma perspectiva mais extrema, Thomsett (2002, p. 69) até mencionou “[...] o conceito da restrição tripla levou mais projetos ao insucesso, do que qualquer outro mito do gerenciamento de projetos”. Segundo o autor, para cumprir prazos e metas de custo, vários projetos foram restringidos durante o processo de 35 desenvolvimento, e o resultado final não foi satisfatório. Embora defenda a visão do ciclo de vida dos resultados do projeto, Thomsett (2002, p. 69-77) não se limita ao conceito de valor econômico, mas recomenda-se definir o sucesso como um padrão que atenda às expectativas do cliente. Isso está totalmente relacionado ao entendimento do ambiente do cliente. Está relacionado ao entendimento da cultura do cliente, pressão dos negócios, foco e objetivos. Tom Sett (ibid.) explorou ainda mais o conceito de expectativas, apontando que as expectativas podem ser definidas de acordo com os sete indicadores principais a seguir: Grau de satisfação dos clientes: Como o cliente se sente sobre o projeto? Atendimento aos objetivos e requisitos do projeto: O que o cliente deseja do projeto? Entrega do projeto dentro do orçamento: Quanto o cliente está disposto a pagar pelo projeto? Entrega do projeto no prazo: Quando o cliente precisa desse projeto? Entrega de valor à organização: Quando o cliente precisa desse projeto? Atendimento aos requisitos de qualidade: Qual é o nível de construção do produto? Satisfação da equipe de projeto: Como a equipe se sente sobre o projeto? A importância de cada um dos indicadores acima varia de projeto para projeto. Portanto, Thomsett (ibid.) recomenda o uso de uma escala que indique se um determinado indicador é eficaz para o projeto de pesquisa e sua importância (veja a figura abaixo). A localização de cada indicador deve ser determinada em conjunto pelo cliente, patrocinador e gerente de projeto e comunicada à equipe do projeto. Em seguida, os projetos devem ser planejados e executados sob a orientação dessas diretrizes para aumentar as chances de sucesso. 36 A adoção desses novos métodos para medir o sucesso do projeto criou um novo paradigma de gerenciamento de projetos, transformando o conceito de restrições triplas (MEREDITH; MANTEL, 2000, p. 4) em possibilidades, como mostrado nas tabelas abaixo, principalmente para promover os fundamentos do sistema de controle (COHEN; GRAHAM, 2002, p. 6-23; THOMSETT, 2002, p. 69- 77). Fonte: thom sett, 2002, p. 75 37 Fonte: cohen; graham, 2002, p.14. Fonte: cohen; graham, 2002, p.14. As conseqüências desta nova orientação se traduzem numa alteração da forma de mensuração do sucesso dos projetos (COHEN; GRAHAM, 2002): Desde o cumprimento de especificações rigorosas até a satisfação do cliente e a implementação de intenções estratégicas; Do cumprimento de orçamentos rigorosos ao gerenciamento do fluxo de caixa para aumentar o valor para o acionista; Do prazo prescrito à escolha do melhor horário para entrar no mercado e reduzir o tempo para empate; Do foco interno no projeto ao foco externo em clientes, mercado, concorrência e todo o ciclo de vida do projeto; 38 Desde a simples execução do projeto até a implementação de estratégias organizacionais. Os gerentes de projeto devem entender o significado desses novos padrões e descobrir como gerenciar seus projetos para alcançar resultados satisfatórios, com foco na rentabilidade dos negócios. Lembrando que esses resultados não são estáticos, o projeto é afetado pela turbulência do ambiente organizacional, especialmente pelas forças do mercado global (COHEN; GRAHAM, ibid; THOMSETT, 2002). Nesse novo ambiente, o gerente de projetos deve ser capaz de tomar decisões imediatas à medida que o ambiente muda e ser capaz de tratar o projeto como uma empresa completa (COHEN; GRAHAM, 2002; THOMSETT, 2002). Em outras palavras, o autor defendeu a mudança do conceito clássico de gerenciamento de projetos para um modelo mais ágil que proporcionou aos gerentes e equipes de projeto maior autonomia. 39 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SCHILLING, M.A., HILL, C.W.L. Managing the new product development process: strategic imperatives. Academy of Management Executive, [S.l.:s.n], v.12, n.13, p. 67-81, 1998. CLARK, K. B., FUJIMOTO T. Product development performance: strategy, organization, and management in the world auto industry. Boston, Mass.: Harvard Business School Press, 1991. 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