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SISTEMA DE PRODUÇÃO

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S623 Sistemas de produção [recurso eletrônico] : conceitos e
práticas para projeto e gestão da produção enxuta / Junico
Antunes ... [et al.]. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre :
Bookman, 2008.
Editado também como livro impresso em 2008.
ISBN 978-85-7780-249-4
1. Administração. 2. Gestão da Produção. I. Antunes,
Junico.
CDU 658.5
Catalogação na publicação: Mônica Ballejo Canto – CRB 10/1023
A Produção Industrial no Ambiente Competitivo Globalizado � 29
companhias. Taiichi Ohno, um dos principais artífices do STP, sentenciou: “a
necessidade é a mãe da invenção” (Ohno, 1997).
( 1.3 ) A diversificação da produção
O cenário de competição observado no mercado internacional tem como pano
de fundo a necessidade de ajustamento do sistema econômico ocorrido a par-
tir dos anos 70. Esse processo de ajuste afetou, de maneira radical, os padrões
da competitividade em geral, particularmente na indústria.
Segundo Coriat (1988), nos grandes setores de produção em massa de pro-
dutos discretos (automóveis, eletrodomésticos etc.) e nos produtos interme-
diários (siderurgia, petroquímica etc.) as capacidades instaladas de produção
eram inferiores à demanda global do mercado antes de 1973. Essa situação foi
revertida pela crise econômica vivenciada pela economia mundial nos anos 70.
Com a recessão, as capacidades instaladas nesses setores da economia tor-
naram-se superiores à demanda total de produtos requeridos pelos consumi-
dores. Em decorrência, acirrou-se a concorrência no âmbito de muitos com-
plexos oligopolísticos internacionais. Em outras palavras, a crise do petróleo,
ocorrida no outono de 1973, alterou enormemente e de forma definitiva as
normas gerais de concorrência no mercado internacional.
Do ponto de vista comercial, o período de antes de 1973 pode ser conside-
rado como de product out, quando os fabricantes tinham maior poder sobre as
tendências dos produtos a serem colocados no mercado de consumo. Em ou-
tras palavras, quem ditava os padrões do consumo era a oferta. Existindo uma
grande parcela de demanda não atendida, os produtos colocados no mercado
pela indústria encontravam compradores.
A crise do petróleo marca uma transformação fundamental na lógica de
mercado. Com a alteração da relação entre oferta e demanda, torna-se predo-
minante uma lógica do tipo market in, na qual o mercado passa a definir suas
exigências (Yamashina, 1988). Ou seja, quando a demanda por um determi-
nado tipo de bens se torna menor que a oferta, os consumidores passam a ditar
as regras, a escolher modelos, a manifestar preferências por fabricantes. Do
ponto de vista do consumidor, a questão deixa de ser “garantir o acesso ao
produto” e, portanto, comprar o que lhe for oferecido para não perder a opor-
tunidade de conseguir o bem escasso, para tornar-se escolher a alternativa que
melhor lhe agrada dentre as possibilidades oferecidas pelos fabricantes.
PrPrPrPrProduct outoduct outoduct outoduct outoduct out
19731973197319731973
Crise do petrCrise do petrCrise do petrCrise do petrCrise do petrólólólólóleoeoeoeoeo
MarkMarkMarkMarkMarket inet inet inet inet in
Fig. 1.1 Mudança histórica no comportamento da demanda.
30 � Sistemas de Produção
Esse fenômeno teve alcance global, na medida em que as economias na-
cionais sofreram os impactos da alteração dos preços do petróleo e da recessão
subseqüente. Também no Japão, conforme Ohno (1997), a economia entrou
em um estado de crescimento zero no ano de 1974, com muitas companhias
sofrendo severamente com a crise recessiva internacional.
Do ponto de vista do surgimento, criação e divulgação de novas lógicas nos
sistemas produtivos, o período que se segue foi bastante rico. Tornou-se abso-
lutamente necessário para as empresas adotar respostas práticas ao acirramento
da concorrência no mercado, verificada no novo cenário econômico.
Assim, a análise dos sistemas produtivos hegemônicos a partir dos anos 70
passa necessariamente por uma compreensão bastante ampla das característi-
cas das demandas de mercado (Shingo, 1996a). As conseqüências práticas para
as empresas, de uma forma geral, a partir desse momento podem ser descritas
da seguinte forma:
� para as empresas tornarem-se competitivas passaram a necessitar produ-
zir lotes cada vez menores de artigos e bens cada vez mais diferenciados;
� a manutenção da competitividade neste cenário exige que as empresas
garantam, simultaneamente, e para uma gama diferenciada de produtos:
preços compatíveis, qualidade intrínseca (que envolve todo o ciclo de vida
do produto, desde a sua concepção até a sua destinação final, após o uso)
e atendimento aos prazos de entrega;
� necessidades de as fábricas responderem num tempo curto à demanda dos
consumidores – short delivery time. Isto implica que as fábricas construam
sistemas produtivos capazes de fabricar seus artigos com rapidez, respon-
dendo, assim, às flutuações de demanda (Shingo, 1988).
Em síntese, a crise do petróleo constituiu-se em um incidente crítico
para a história da economia mundial e, em especial, para a indústria. Com esse
advento, substituiu-se definitivamente uma lógica planejada de produção em
massa, simbolizada por frases como “produção em massa, consumo de massa”
ou “se você produz isto, você pode vender isto”, por uma outra, caracterizada
pela busca incessante da diferenciação dos produtos. Embora a noção de esca-
la tenha continuado importante, a necessidade da diferenciação tornou-se tam-
bém central.
A crise da produção de grandes lotes estabeleceu-se de forma definitiva. A
produção de lotes pequenos, em função da necessidade de diversificação, reve-
lou-se um tema a ser considerado com crescente importância. De forma estili-
zada, pode-se dizer que, nesse momento, a “customização em massa” come-
çou a ganhar espaço em relação à “produção em massa”.
Conforme Ohno, neste novo tipo de concorrência, torna-se necessário per-
ceber que a fonte das informações está sempre no mercado (Onho, 1997). As
novas necessidades de mercado introduzem a possibilidade de novas formas
de gestão da produção e do trabalho. Este processo histórico da competição
A Produção Industrial no Ambiente Competitivo Globalizado � 31
intercapitalista está na base do desenvolvimento e, principalmente, da rápida
difusão no Japão dos sistemas produtivos como o Sistema Toyota de Produção.
A pergunta que se colocava no período pós-crise do petróleo era “o que
fazer para aumentar a produtividade, quando as quantidades não aumentam?”
(Ohno, 1997). De forma mais geral: o que fazer quando as quantidades não
aumentam e a diversificação de produtos torna-se crescente e sistemática no
âmbito dos diferentes contextos de mercado?
A resposta a estes questionamentos passa, necessariamente, pela compreen-
são do impacto das modificações nas normas de concorrência sobre o contexto
microeconômico dos custos de produção industrial. É o que veremos a seguir.
( 1.4 ) A nova lógica de custos
Buscar as raízes das modificações que ocorreram nas lógicas de custeio ao lon-
go do século XX é um tema relevante e desafiador. Uma das maneiras de se
abordar essa questão é a partir da análise do desenvolvimento industrial do
Japão no período pós-guerra. Recorrendo-se à obra de Stalk & Hout (1993),
que discute a estratégia geral seguida pelo capitalismo japonês para o desen-
volvimento de seus sistemas produtivos, encontra-se um processo que ocorre
em quatro fases distintas:
� uso intensivo do fator trabalho, devido a seus baixos custos – Esta estratégia é
característica do período logo após a Segunda Guerra Mundial. Priorizou-
se, naquela época, a produção em setores que apresentavam elevado con-
teúdo do fator trabalho, como as indústrias têxtil, de construção de navios
e siderúrgica. Esta estratégia mostrou-se débil, especialmente devido às altas
taxas inflacionárias registradas no período e ao acentuadoconflito de classes
(enfrentamento capital × trabalho) nesse período histórico (Ichiyo, 1984);
� ganhos de mercado baseados em economia de escala – Ao redor dos anos 60 fo-
ram feitas consideráveis modificações na estratégia do capitalismo japo-
nês, no sentido de aumentar os investimentos em capital com o intuito de
substituir a força de trabalho. Adotou-se uma estratégia já praticada pelos
países capitalistas ocidentais mais avançados. Esta estratégia, baseada na
aplicação intensiva de capital em tecnologias de produção, visava a obten-
ção de ganhos de escala que permitissem o aumento de produtividade e a
redução de custos. Por exemplo, na construção de navios passaram-se a
utilizar técnicas de fabricação baseadas em processos de produção em
massa, com o uso de equipamentos automáticos, de modo a tornar possí-
vel a construção modular de navios;
� fábricas focalizadas (focused factories) – Na metade dos anos 60 várias indús-
trias japonesas de ponta desenvolveram estratégias que associaram a re-
dução da variedade de produtos à concentração dos esforços da produção
em bens que apresentavam altos volumes de demanda. Ou seja, adotaram
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.

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