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ATIVIDADE AVALIATIVA PROCESSO NOS TRIBUNAIS E IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS CÍVEIS (1)

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
FACULDADE DE DIREITO
ATIVIDADE AVALIATIVA DA DISCIPLINA PROCESSO NOS TRIBUNAIS E IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS CÍVEIS
DOCENTE: Gisele Goes
DICENTES:
Ana Raquel da Silva Viana – 201806140268
Fernando Weuler Barros Prestes – 201806140022
Lucas Vinicius Pereira de Siqueira – 201806140023
Lucas William Sousa de Sousa – 201806140025
Kyllza Reis
CASO I:
Caio ajuizou ação de indenização por danos morais e matérias em face de Joana. Em sua petição inicial Caio pleiteou deferimento de assistência judiciária gratuita alegando não possuir condições de arcar com as custas do processo sem prejuízo do sustento de sua família. Na oportunidade, o juízo de primeiro grau da 49ª Vara Cível e empresarial deferiu o pedido de justiça gratuita em favor do autor e mandou citar a ré.
Joana, ao ser citada, por meio de sua advogada manejou recurso de agravo de instrumento fundamentando que o agravado (Caio) é jogador de futebol do maior Clube de Futebol da Capital Paraense (Tuna Luso Brasileira F.C), e, reconhecidamente possui renda financeira suficiente para arcar com as custas do processo, tendo em vista sua profissão e seu alto salário, juntando provas do contrato do atleta que prevê salário mensal de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). Além do mais, a agravante instruiu seu recurso com ata notarial documentando publicações das redes socais do agravado que ilustram a sua boa condição financeira com fotos em viagens pela Europa, hospedagens em hotéis de luxo e carros de alto padrão. 
Você na qualidade de Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado foi sorteado para ser o relator do processo acima apresentado. Desse modo, responda as questões demonstrando seu raciocínio lógico-processual, bem como a fundamentação legal para suas razões de decidir.
1. Qual seria a sua decisão sobre a admissibilidade do recurso interposto pela agravante? 
Cuida-se de agravo de instrumento interposto pela agravante, em conformidade com o disposto no art. 101 do CPC, contra a decisão proferida em juízo de primeiro grau da 49ª Vara Cível e empresarial da Comarca de Belém/PA, que, nos autos da ação de indenização por danos morais e matérias, movida pelo agravado, deferiu a concessão de justiça gratuita.
É cediço que a constituição da República de 1988 prevê em seu artigo 5º, inciso LXXIV, bem como o código de processo civil em seu art. 98, que cabe ao Estado prestar assistência integral e gratuita aos que tiverem insuficiência de recursos.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...)
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
CPC, Art. 98 – A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais es os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
Nesse ensejo, após a leitura dos dispositivos acima transcritos, pode-se concluir que todo aquele que não tenha condições de arcar com as despesas processuais terá direito a gratuidade de justiça. No entanto, no presente caso, verifico que a agravante, por meio das provas apresentadas a este juízo, comprovou que o agravado tem condições de arcar com as custas e honorários judiciais sem prejuízo de seu sustento e de sua família, não estando presentes, portanto, os pressupostos de admissibilidade para a concessão do benefício. 
Em conformidade, a entendimento consolidado nesta corte, por meio da súmula nº6 do TJE/PA, a alegação de hipossuficiência econômica configura presunção meramente relativa de que a pessoa natural goza do direito ao deferimento da gratuidade de justiça prevista no artigo 98 e seguintes do código de processo civil, podendo ser desconstruída de oficio pelo próprio magistrado caso haja prova nos autos que indiquem a capacidade econômica do requerente ao benefício.
Assim, vislumbro razões para proceder a reforma do acórdão recorrido pela agravante, considerando existir provas no presente expediente, fundamentação capaz de impugnar e desconstruir os argumentos contidos na decisão atacada, portanto, CONHEÇO e PROVEJO o recurso de agravo de instrumento, alterando a decisão proferida em juízo de primeiro grau.
É como decido.
2. Discorra de forma concisa sobre a sistemática do código de processo civil acerca do recurso de agravo de instrumento, após o entendimento do Superior Tribunal de Justiça.
No julgamento do tema 988, o STJ fixou uma tese com poder vinculante, a respeito do cabimento do agravo de instrumento. No dito julgamento deste recurso especial repetitivo, o STJ fez uma interpretação no sentido de que o rol do artigo 1015 do CPC é taxativo. No entanto, essa taxatividade é mitigada, isto é, será cabível o agravo de instrumento contra uma decisão interlocutória que se enquadre em uma dessas hipóteses do art. 1015, mas também será cabível o agravo de instrumento em outras hipóteses de decisões interlocutórias quando se verificar a ocorrência de urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação. 
Dessa forma, ao estabelecer este modo de cabimento o STJ repristinou o sistema de cabimento de agravo de instrumento presente no CPC de 1973, haja vista que no artigo 522 do antigo código, “Das decisões interlocutórias caberá agravo, no prazo de 10 (dez) dias, na forma retida, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, quando será admitida a sua interposição por instrumento”. Ou seja, no CPC antigo cabia agravo de instrumento sempre que ocorresse em razão de urgência em qualquer decisão interlocutória. 
Assim, no seu julgamento, o STJ buscou, encontrar uma solução intermediária, entre os numerus clausus do rol do art. 1015 (em um extremo – versão original do CPC/2015) e a ampla liberdade de interposição de agravo de instrumento para desafiar qualquer decisão interlocutória (em um outro extremo – que resgatava, de certa forma, a versão do art. 522 do CPC/1973). Ou seja, houve uma relativização das hipóteses de cabimento do agravo de instrumento, tendo as hipóteses taxativas no rol do artigo 1015, e as hipóteses em ocorrência de urgência que será identificado pelo magistrado, abrindo espaço para uma maior discricionariedade. Nesse contexto, vale ressaltar que a parte terá a possibilidade de impugnação da sentença interlocutória que não consta no rol do artigo 1015, por meio do recurso de apelação ou nos casos de contra razões de apelação.
CASO II
O Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJEMG) admitiu a instauração de incidente de resolução de demandas repetitivas para fixar tese jurídica sobre a questão de direito “X”, sendo que na decisão que admitiu a instauração do incidente foi determinada a suspensão de todas os processos que versem sobre a questão “X”. Alícia, ajuizou ação endereçada a uma das comarcas circunscritas ao TJEMG. Em sua petição inicial há cumulação de pedidos, sendo que um deles versa sobre a questão “X”, e o outro pedido versa sobre a questão “Y” que não possui qualquer relação com o incidente processual instaurado. A respeito do pedido relacionado a questão “X” Alícia possui extrema urgência, haja vista o risco de dano, e também há evidencias importantes sobre a probabilidade de seu direito. Imediatamente após o ajuizamento da demanda o magistrado, por meio de decisão interlocutória determinou a suspensão do processo em relação ao pedido “X”, sem fazer qualquer menção ao pedido “Y”. 
Diante da situação hipotética, na qualidade de advogado de Alícia, responda as questões a seguir de demonstrando o raciocínio lógico-jurídico, e também a devida fundamentação legal.
3. Alícia poderáinterpor pedido de tutela de urgência em relação ao pedido “X”? Caso sim para qual juízo deverá ser endereçado seu pedido?
O Superior Tribunal de Justiça possui pacífico entendimento de que a suspensão do processo em virtude de incidente de resolução de demandas repetitivas não impede o requerimento e apreciação de tutelas de Urgência[footnoteRef:0], tampouco poderia ser diferente uma vez que o próprio Código de Processo Civil prevê essa possibilidade em seu art. 314, in verbis: “Durante a suspensão é vedado praticar qualquer ato processual, podendo o juiz, todavia, determinar a realização de atos urgentes a fim de evitar dano irreparável, salvo no caso de arguição de impedimento e de suspeição”. [0: STJ. Suspensão em repetitivo não impede apreciação de tutelas de urgência. Disponível em: <https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias-antigas/2017/2017-05-19_08-14_Suspensao-em-repetitivo-nao-impede-apreciacao-de-tutelas-de-urgencia.aspx > Acesso em 15 de junho de 2021. ] 
A competência para apreciar a tutela de urgência é do juízo em que tramita o processo suspenso, devendo a este ser encaminhada. Nesse sentido: 
Art. 982. (...)
§2º. Durante a suspensão, o pedido de tutela de urgência deverá ser dirigido ao juízo onde tramita o processo suspenso.
Bem como:
“(...) caberá ao Juízo de origem apreciar as medidas de urgência, desde que satisfeitos os requisitos contidos no art. 300 do CPC/2015” (STJ. REsp 1657156/RJ, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 25/04/2018, Dje 04/05/2018).
	Destarte, no caso em voga, uma vez que a situação de Alicia atende aos requisitos para concessão de tutela de urgência, nos moldes do art. 300 do CPC – quais sejam: probabilidade de direito e risco de dano – poderá ela interpor o referido pedido ao Juízo de origem de seu processo, não havendo nenhum óbice jurídico para sua apreciação. 
4. Qual recurso cabível para requer esclarecimento do Juízo acerca do prosseguimento do processo a respeito do pedido “Y”? Informe também qual o prazo para oposição do recurso, qual ou quais os efeitos desse recurso e sobre seu preparo.
 Uma vez que a decisão em voga foi omissa em relação ao pedido “y” de Alícia, caberia a ela – por meio de seu advogado – opor embargos de declaração, com fulcro no art. 1.022, I e II do Código de Processo Civil, nos seus termos: 
“Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento”.
Os embargos de declaração devem ser opostos no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao próprio Juízo que prolatou a decisão obscura, contraditória ou omissa, devendo o embargante apontar o ponto que entende obscuro na decisão, nos termos do art. 1.023 do CPC. Ainda segundo o dispositivo legal, os embargos de declaração não se sujeitam a preparo, não exigindo do embargante, portanto, o pagamento das custas processuais.
Acerca de seus efeitos, os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo (art. 1.026, caput) podendo, contudo, o juiz ou o relator, no caso em concreto, atribuir-lhe tal efeito caso se convença da probabilidade de provimento dos embargos ou que há risco de dano grave ou de difícil reparação[footnoteRef:1]. A ausência de efeito suspensivo implica, em regra, que a decisão embargada produzirá seus efeitos desde o momento de sua publicação. [1: BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de direito processual civil. 6. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020, p. 1303.] 
O §2º do art. 1.023 traz expressamente a possibilidade dos embargos de declaração implicarem na modificação da decisão. Dessa forma, infere-se que estes são dotados de efeito modificativo, apesar de não ser essa sua finalidade nuclear[footnoteRef:2]. [2: BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de direito processual civil. 6. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020, p. 1306.] 
No que se refere ao efeito devolutivo, majoritária a doutrina que entende estar presente esse efeito nos embargos, na medida em que sua oposição implica na devolução da matéria ao Judiciário para reapreciação da decisão, mesmo que o órgão seja o mesmo que proferiu a decisão alvo do recurso.
Por fim, costuma-se dizer que os embargos de declaração possuem efeito interruptivo de prazos recursais, haja vista o mandamento do art. 1.026 prever expressamente que oposição interrompe o prazo de interposição para os demais recursos. 
CASO III
Analise a decisão monocrática a seguir:
Tribunal de Justiça 70ª Turma de direito privado
RECURSO ESPECIAL N° 123456-78.2021.0.01.0000 Comarca São José do Rio sem Peixe
Recorrente: Comércio S/A
Recorrido: ABC S/A
DECISÃO MONOCRÁTICA
CIVIL – PROCESSUAL CIVIL – NÃO CUMPRIMENTO DAS FORMALIDADES LEGAIS – AUSÊNCIA DE COMPROVANTE PAGAMENTO RECURSAL – A Ausência do recolhimento de custas processuais resulta na manifesta inadmissibilidade do recurso especial. Regularidade formal como pressuposto de admissibilidade não preenchido. Recurso não conhecido face inadmissibilidade. 
              Vistos e examinados os autos, etc.
              Versam os autos sobre suposta violação à Lei Federal do acórdão recorrido ao não aplicar a legislação ordinária que regula a relação entre os consumidores. Pretende o recorrente que o Superior Tribunal de Justiça reconheça relação de consumo em contrato de locação de veículos para aplicativos, com fundamentação julgados de outros tribunais estaduais. 
	Compulsando-se os autos, verifica-se, prima facie que o recorrente deixou de cumprir formalidade referente ao preparo recursal, ao não recolher os valores referentes às custas processuais. 
                Ex positis, nego seguimento ao recurso, nos termos do art. 1.030, I do Código de Processo Civil, em virtude de notória inadmissibilidade.
Belém, 24 de maio de 2021. (Data da publicação)
Des. Barbosa Moreira
Vice-presidente do Tribunal de Justiça
Com base na situação hipotética ilustrada por meio da decisão monocrática acima responda as questões que seguem.
5. A decisão do Vice-Presidente do Tribunal de Justiça que negou seguimento ao recurso especial com único fundamento da ausência de recolhimento de custas está correta tendo em vista a lógica de princípios inaugurada pelo código de processo civil de 2015? Fundamente e justifique sua resposta. 
O art. 4º do Código de Processo Civil é assertivo ao dispor que as partes têm o direito – e, por conseguinte, os diferentes órgãos a que encubem a atividade jurisdicional têm o dever – de obter em prazo razoável a solução integral do mérito. A doutrina pátria aponta a referida norma fundamental processual como corolário do princípio da primazia da resolução do mérito, segundo o qual “deve o órgão julgador priorizar a decisão de mérito, tê-la como objetivo e fazer o possível para que ocorra. A demanda deve ser julgada - seja ela a demanda principal (veiculada pela petição inicial), seja um recurso, seja uma demanda incidental” [footnoteRef:3]. [3: DIDIER JR, Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo de conhecimento. 21º ed. - Salvador: Ed. Jus Podium, 2019, p. 169.] 
Há ainda diversos outros dispositivos que concretizam esse princípio, a exemplo do art. 932, Parágrafo Único que assevera dever o relator, antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado o vício ou complementada a documentação exigível. Nesse mesmo sentido, o art. 1007, §4º do CPC expressa, in verbis:
“O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção”.
Nesse contexto, possibilitou o legislador ao recorrente realizar o pagamento de custas quando em atraso (mesmo que em dobro) como forma de evitar que a o recurso seja declarado inadmissível pela falta depreparo. 
Não bastasse a violação ao princípio da primazia da resolução do mérito – e os supracitados artigos que o albergam – a decisão em destaque viola também os princípios da instrumentalidade das formas e da economia processual na medida em que movimentou toda a máquina pública para proferir uma decisão que não resolve o conflito social de maneira efetiva, somente postergando a sua cabal resolução. 
Destarte, a decisão em voga viola primordialmente a teia de princípios pensados pelo legislador para no Direito Processual Civil e violar um princípio, nas lições do brilhante professor Celso Antônio Bandeira de Mello, é muito mais grave que transgredir qualquer norma, uma vez que ofender um princípio implica ofender todo o sistema legal de comandos, e não um comando em específico[footnoteRef:4]. Portanto, ressalta-se, de maneira assertiva, que a decisão do Vice-presidente do Tribunal de Justiça viola diretamente o esquema de princípios e fundamentos elaborado pelo legislador pátrio, motivo pelo qual deve ser rechaçada. [4: BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo, 12º ed. Malheiros: São Paulo, 2000, pp. 747 e 748.] 
6. A decisão do vice-presidente do Tribunal em questão e recorrível? Em caso de resposta afirmativa informe qual a espécie recursal, bem como o último dia do prazo, tendo em vista que a publicação da decisão ocorreu em 24 de maio de 2021 (segunda-feira).
O Recurso cabível contra decisão de inadmissibilidade do recurso especial é o agravo previsto no artigo 1042 do CPC. Dessa forma, O caput do art. 1.042, Novo CPC, então, dispõe que caberá agravo contra decisão presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso especial ou recurso extraordinário. No que corresponde ao prazo, por decorrência do princípio do contraditório, e também da isonomia, o prazo para contrarrazões ao agravo é de 15 dias, o artigo 1042, no seu parágrafo 3º, diz que o agravado será intimado, de imediato, no prazo de 15 dias. Desse modo, visto que a decisão ocorreu dia 24 de maio, o seu ultimo dia de prazo será no dia 15 de junho de 2021.

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