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PRÁTICA JURÍDICA I Resumo 2020.1 Prática Processual Civil Com artigos da lei seca Escrito e Organizado: Catarina Marrão @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão Prática Processual Civil ↬Existem três formas de um advogado sair legalmente de um processo na prática: 1º Revogação de procuração; 2º Renúncia; 3º Substabelecimento sem reserva de poderes (subs. total). ↬Existem duas formas de um advogado adentrar em um processo judicial: 1º Procuração; 2º Substabelecimento com reserva de poderes (subs. parcial). ✘ Procuração: Mandante X Mandatário (outorgante) (outorgado) A procuração geralmente é particular. Essa forma de entrar no processo é geralmente enquanto ele não existe, sendo em um momento anterior. A segunda espécie da procuração é por instrumento público, geralmente vista no direito de família, quando o assunto em questão envolve menores e atos solenes. Quanto a forma de lavratura das procurações: • Lavratura Direta – Corpo de texto inteiro. (Começa a escrever e não para, até o final) • Procuração por Divisão – É divida por parágrafos. (1º parágrafo: outorgante, 2º parágrafo: outorgado, 3º parágrafo: os poderes. Esse é o modelo mais simples.) Existem dois tipos de poderes em civil, os poderes gerais e os poderes especiais. Os poderes servem para o outorgado (advogado no caso) poder fazer certos atos e atuar em certas fazes do processo. • Poderes Gerais – Capacidade postulatória (endoprocessual e extraprocessual) daquele que está inscrito regularmente na OAB. • Poderes Especiais – Esses poderes devem estar expressos na procuração. Exemplo desses poderes é receber e dar quitação, transigir... Estão elencados no artigo 105 do CPC. ↬Observações: o A quitação pode ser de duas formas, total ou parcial. A total é quando se concorda com o valor que está disponível em juízo, e a parcial é quando se concorda em parte e deseja executar o que falta. o Transigir é transacionar, acordar. Prestar atenção no princípio da vedação do locupletamento ilícito (tipo, acordo bom só para uma parte, se valer do acordado e passar a perna) o Princípio da Transparência: O advogado outorgado pela procuração, por entendimento do STJ, não pode simplesmente @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão colocar na procuração “poderes do artigo 105 do CPC”, ele tem que especificar o que e quais poderes você vai exercer. o Cláusula Ad Judicia: Poder de representação dentro do judiciário. o Cláusula Ad Judicia Et Extra: Poder de representação fora do judiciário. Artigo 105 – CPC: “A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica.” ↬Modelo de Procuração: o Modelo em anexo (01); o Advogado nunca assina a procuração; o Negrite: “Procuração, outorgado, outorgante, poderes”; o Nos dados, a CTPS não deve ser colocada para fins de identificação; o Não existe necessidade do outorgado ser advogado em certas situações; o Escolha, escrava em sua procuração ou o termo “Ad Judicia” ou “para foro em geral”; o Especifique, por exemplo, no momento em que se diz na peça “intentar ação”, especifique, “intentar ação, principalmente em face de XXX”; o Se quiser, ou se for o caso de se fazer necessário, pode colocar todos os poderes do artigo 105 ou até mesmo outros. o De acordo com o artigo 106, I do CPC é ônus do advogado informar seu endereço. Não pode colocar o endereço do escritório compartilhado da OAB. Artigo 106, I – CPC: “Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado: I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o recebimento de intimações;” ✘ Substabelecimento Com Reserva de Poderes – Parcial: É o documento pelo qual o advogado delega a outro advogado poderes para trabalhar em determinado ato no processo. Tem que sempre pensar e tomar cuidado para quem você vai dar o substabelecimento com reserva. Posteriormente é até possível retirar o substabelecido do processo, mas é chato. Quando um advogado faz o substabelecimento com reserva de poderes, ele passa poderes gerais e especiais, inclusive receber e dar quitação. Até mesmo nesse tipo de substabelecimento é possível a revogação. Substabelecente X Substabelecido (outorgado) (novo advogado) A responsabilidade do advogado substabelecente em todos os âmbitos @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão continua, ele continua com seus deveres e no processo, só está assessorado pelo substabelecido. ↬Uma procuração nova no meio do processo revoga tacitamente as outras, pois a responsabilidade dos antigos advogados com o cliente continua, o outorgante (cliente) poderá responder civil e penalmente em face dos advogados retirados pois a maneira como eles foram retirados não foi correta. ↬Quando um advogado dá um substabelecimento com reserva idêntica ou não, o substabelecido não tem direito aos honorários contratuais, nem mesmo substabelecer a outros sem autorização do substabelecente. O substabelecimento só termina quando é revogado. ↬Modelo de Substabelecimento Com Reserva: o Modelo em anexo (02); o A diferença deste modelo para o sem reserva só tem 2 diferenças: 1. Ao invés de “com reserva” será “sem” no texto; 2. Deve haver 3 assinaturas no sem reserva, a do substabelecente, do substabelecido e a do cliente. o Atualmente é entendimento do STJ que uma vez que você tenha mais de um substabelecimento no processo, ou vários substabelecidos em um único substabeleciemento, os honorários sucumbenciais são devidos igualmente entre os advogados do processo. ✘ Revogação de Procuração: É uma peça exclusiva do cliente quando não quer mais o advogado que ele já tem. ↬É a única peça em que o legislador coloca a salvo todos os tipos de honorários. Artigo 111 – CPC: “A parte que revogar o mandato outorgado a seu advogado constituirá, no mesmo ato, outro que assuma o patrocínio da causa. Parágrafo único. Não sendo constituído novo procurador no prazo de 15 (quinze) dias, observar-se-á o disposto no art. 76.” ↬Modelo de Revogação de Procuração: o Modelo em anexo (04); o O advogado deverá fazer duas vias, uma enviada ao advogado anterior e a outra ao juízo comprovando seu ônus de conceder ciência inequívoca; caso contrário, passível de responsabilização penal, civil e administrativa perante o TED- Tribunal de Ética e Disciplina da OAB, ao somente juntar nova procuração! ✘ Renúncia: É peça exclusiva do advogado quando quer sair de um processo. Geralmente ocorre na quebra de contrato. Artigo 112 – CPC: “Art. 112. O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo, provando, na forma prevista neste Código, que comunicou a renúncia ao mandante, a fim de que este nomeie sucessor. @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão § 1º Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuará a representar o mandante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo § 2º Dispensa-se a comunicação referida no caput quando a procuração tiver sido outorgada a vários advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da renúncia.” ↬Observação: O §2º é uma inovação. o A regra é tanto a revogação quanto a renúncia tem de se ter ciência do cliente, e deve ser feita preferencialmente por AR (aviso de recebimento – correios), pois é amaneira mais segura onde se consegue ter um comprovante de que o cliente ficou ciente. Pode fazer essa comunicação de boca, telefone ou até e-mail, mas é por sua própria conta e risco. o A exceção é que na renúncia, quando tiver mais de um advogado no processo, e somente 1 deles que vai sair, não é necessário notificar o cliente. Basta 1 advogado ficar para não precisar. ü A renúncia revoga substabelecimento com reserva de poderes? SIM. ↬A renúncia tem um prazo de vinculação do advogado, por um período de 10 dias após a notificação do cliente. ↬Modelo de Renúncia: o Modelo em anexo (03); o É uma peça imotivada. Pode colocar o motivo no texto se quiser, só encaixar em um dos parágrafos; o Para sua segurança na prática: São duas vias da peça, mande uma por AR para o cliente, dizendo nesse “Notificação de renúncia. Processo nº 00123-34.2020.8.19.0203”, pegar a nota que você vai receber no correio com o código de rastreamento. Se o cartão com o termo voltar sem a notificação do cliente, junte a cópia do AR negativo aos autos. O ônus de notificar o cliente é do advogado. ✘ Substabelecimento Sem Reserva de Poderes – Total: Esta peça é feita quando as duas partes estão de acordo no destrato, ou há impedimento do advogado. ↬Aqui tem que ter para quem substabelecer, e a anuência de quem vai ser substabelecido. ↬Tem que ter a ciência do cliente, ciência não é concordância. A saída automática é do substabelecente, não tem prazo, aqui a renúncia é direta e total, abrindo mão da procuração que passa a ser sem existência (no campo da validade), sendo assim o novo advogado deve colocar uma procuração nova. ↬Se deve fazer ou a peça de substabelecimento sem reserva ou a peça de renúncia, nunca os dois, pois assim, o cartório ficará em duvida se o advogado @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão terá prazo de vinculação ou não, no caso de protocolamento das duas. ✘ Contrato de Honorários Advocatícios: Todo advogado deve ter, é uma regra básica. Ele depende da área e do tipo de cliente. A obrigação de um advogado é de meio, não de resultado. Ou seja, usar dos meios lícitos e possíveis juridicamente para alcançar os resultados almejados. Não é uma relação de consumo, motivo pelo qual o CDC (L. 8078/90) não incide na relação contratual advogado com cliente. ↬Cláusulas do contrato: 1ª - Objeto: Que tipo de serviço de advocacia estará sendo prestado. • Consultoria – Caráter preventivo; • Assessoria – Realização de um determinado ato ou fase processual em um processo que já instaurado; • Advocacia – É a consultoria e a assessoria junto. Aqui ainda se deve estabelecer: • Qual área você irá atuar; • Quais processos você estará atuando; • Limitar a jurisdição a se atuar, especificando a comarca; • Estipular até que momento o advogado vai atuar. 2ª - Remuneração: É estipulada para dizer quanto e como o cliente irá pagar. v Pelo STJ, deve se observar 2 princípios: • Princípio da Proporcionalidade; • Princípio da Razoabilidade; Ou seja, o valor cobrado não pode ser maior do que eventualmente o cliente vai ganhar (em média). • Geralmente o advogado faz um “contrato de êxito”, traduzindo, só vai receber se ganhar a causa. Ganhando a ação, o percentual a se receber geralmente é estipulado em 30% do valor da sentença. • O artigo 85, §2º do CPC fala dos honorários de sucumbência, aqui quem paga é a parte que “perde”, e pode variar até 20% do valor da sentença. Artigo 85 – CPC: “ A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. § 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos: I - o grau de zelo do profissional; II - o lugar de prestação do serviço; III - a natureza e a importância da causa; IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.” ↬Existem três espécies de honorários: @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão Artigo 22 – L.8.906/94: “A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência.” • Contratuais: São os estipulados na cláusula remuneratória do contrato, convencionado com o cliente, na qual o cliente paga o advogado; • Sucumbenciais: São aqueles do §2º do artigo 85 do CPC, ou seja, pertencem ao advogado e são pagos pelo vencido na demanda, bem como estipulados pelo tribunal. (Não tem no JEC.) • Arbitrados/Fixados: São aqueles que o tribunal tem que fixar de acordo com o percentual máximo estabelecido pelo artigo 85, §2º do CPC, quando o advogado não possuir contrato. ✘ Descumprimento do Contrato Pelo Cliente: Se o cliente não cumpriu a cláusula remuneratória , faz-se necessário o advogado proceder de certo modo para receber o que lhe é devido. Existem duas formas (legais, mandar torturar ou assustar não é opção): o O contrato tem que ter 2 assinaturas de testemunhas, assim ele se torna um título executivo. Nesse caso, se o cliente não pagar ao advogado, o advogado poderá executar o contrato. o O artigo 22, §4º da lei 8.906/94 é o instituto da reserva de honorários. Sendo assim, o advogado não precisa esperar terminar o processo para executar os honorários devidos. Quando perceber que tem depósito disponível na conta judicial do processo, é só pegar o contrato, fazer uma petição ao juízo pedindo para “reservar” os seus honorários (sucumbências e contratos). Artigo 22,§2º - Lei 8.90694: “Na falta de estipulação ou de acordo, os honorários são fixados por arbitramento judicial, em remuneração compatível com o trabalho e o valor econômico da questão, não podendo ser inferiores aos estabelecidos na tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB.” Artigo 22,§4º - Lei 8.906/94: “ Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de honorários antes de expedir-se o mandado de levantamento ou precatório, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos diretamente, por dedução da quantia a ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar que já os pagou.” ↬Hipóteses de honorários em relação à saída do advogado do processo: Independente do advogado querer sair do processo ou o cliente retira-lo, os honorários contratuais sempre serão devidos ao advogado. ↬Exemplo: Advogado em processo recém constituído, antes mesmo da primeira audiência, recebe ligação do cliente dizendo que deseja retira-lo do processo. Com a vontade de distrato do cliente, o advogado será retirado do processo e da capa dos autos. O advogado irá então acompanhar o processo até o final, e quando tive valor @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão disponível depositado em juízo, deverá peticionar juntando o contrato com o cliente (título executivo), mesmo que desfeito, juntamente com o pedido de reserva de honorários que lhe é devida. Não é porque houve destrato que o advogado deixará de receber. ü E se houver advogado substabelecido? Vamos supor que o advogado passou um substabelecimento para outros 3 advogados, no momento em que há o distrato, ocorre a saída do advogado principal, e por consequência, os por ele substabelecidos também saem. ü Os honorários contratuais, nesse caso, pertencem somente ao advogado ou aos substabelecidos também, a ser repartido? Os honorários (geralmente 30%) pertencem exclusivamente aos advogados constantes na procuração. ↬Observação: Existem duas teorias importantes, feitas e aplicadas pelo STJ, diretamente relacionadas ao direito processual civil a serem estudadas aqui: o Teoria da perda de uma chance: É a situação que o advogado deixa de agir, prejudicando o cliente em um grausem reversão. Ex. Advogado que deixou de fazer algum recurso, preclusão. *Esse cliente poderá, posteriormente, adentrar no judiciário pretendendo uma indenização face ao ocorrido. o Teoria do desvio produtivo: Sabe a perda de tempo desnecessária? Tipo quando você tenta resolver problemas com operadoras de telefonia por telefone, então você olha o tempo que você está esperando para ser atendido ou ter o problema solucionado... já fazem horas. O STJ diz que todas as prestações de serviços deveriam ser eficientes, eficazes e adequadas... e se elas não são, fazendo com que o consumidor perca um tempo desnecessário, ele tem que ser ressarcido pelo tempo que ele perdeu. Em vista desse entendimento, existe uma grande demanda no judiciário pleiteando isso aí. ↬Quanto aos honorários de sucumbência, também são exclusivos do advogado, contudo, são divididos pela quantidade de advogados constantes no processo, tanto os na procuração quanto os substabelecidos. ↬Quanto as formas de o advogado sair ou ser retirado do processo em relação aos honorários sucumbências, se eles são determinados na sentença pelo juiz singular de primeira instância, são pertencentes ao advogado que atuou no processo. Se por algum acaso este advogado sair do processo ou for retirado, os honorários sucumbências de primeira instância a ele são devidos. Em segunda instância, entra outro advogado, esse novo advogado não terá direito aos honorários de primeira instância, sim os da segunda instância, que irão pertencer ao novo advogado. Agora, pense no seguinte caso, o primeiro advogado atuou sozinho em primeira instância, foram arbitrados 20% de honorários sucumbências. Esses 20% são devidos ao primeiro advogado. Houve @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão recurso, este primeiro advogado até atuou na feitura da peça, mas por algum motivo, houve distrato entre ele e o cliente, ele foi retirado do processo nesse momento processual. Logo em seguida, foi constituído o segundo advogado que atuou no resto do processo na segunda instância. A sentença da segunda instância concedeu 10% de honorários sucumbências. A quem esses honorários são devidos? Simples, seguirá a mesma regra básica de honorários, eles serão divididos entre os advogados que atuaram nessa instância no processo. Será 5% para o primeiro advogado e 5% para o segundo, totalizando 20% (referente a primeira instância) + 5% para o primeiro e somente 5% para o segundo. ↬Quanto aos honorários arbitrados, é aquela situação do advogado que não tem contrato fixado, eles são devidos somente aos advogados constantes em procuração, não se estendendo aos substabelecidos. ↬Cliente não pode ser envolvido na relação entre os advogados, caso haja discussão/desentendimentos entre os advogados, estes devem resolver em via apropriada, e não pedindo audiência especial dentro do processo do cliente, gerando mais morosidade para ele e para o juízo. ↬No artigo 111 do CPC se vê que a única forma na lei, expressamente dita, de garantir os honorários sucumbências do advogado é a revogação de procuração. ü Mas como assim? Vamos supor que o cliente não quer mais o seu advogado, então ele vai pedir ao advogado que faça o documento que ele tem que fazer para retirar-se do processo. Mas pera um segundo. ü É o cliente que quer retirar o advogado ou o advogado que quer sair? É o cliente que quer retirar. ü Qual e a peça exclusiva do cliente? É a revogação de procuração. ü Quem é que faz a revogação? Lembre-se, o cliente é leigo, quem fará esta peça é o advogado novo. Esse advogado novo vai querer que o cliente volte ao advogado antigo e fazer ele pedir para o primeiro advogado fazer um substabelecimento sem reserva ou uma renúncia. ü Mas qual o motivo dele fazer isso? Porque o advogado novo sabe que a revogação de procuração é a única garantia que ele tem expressa na lei de garantia de seus honorários sucumbenciais. Na prática, toda essa situação quer dizer, que o STJ não tem pacificado que na renuncia e no substabelecimento sem reserva, o advogado não estaria abrindo mão dos honorários sucumbenciais. Traduzindo: amanhã ou depois, se um novo advogado quiser ir ao STF, questionar o antigo advogado que saiu do processo por uma dessas duas peças acima, por esse antigo advogado querer parte das sucumbências a eles em tese devidas, esse novo advogado irá alegar que a única forma expressa em lei de o antigo advogado ter mantido seu direito aos honorários sucumbências era através de uma revogação de procuração. (Ou seja, se o antigo advogado cair naquele papinho, ele vai ser tapeado.) @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão ✘ Responsabilidade Civil e Danos Materiais e Morais na Prática de Tribunal: o O Direito Civil brasileiro tem um sistema dual de responsabilidade civil, ou seja, em regra o CC adota a responsabilidade civil subjetiva e, em casos excepcionais, adota a objetiva, como por exemplo nas relações de consumo (lei nº. 8078/90). ↬Quando dizemos que a responsabilidade civil é subjetiva significa que, o autor do processo terá que provar que o réu praticou ato ilícito (art. 186, 927 e 944/CC), nexo causal entre a conduta e o resultado (que aquele dano foi decorrente do agir ou não do réu, o que liga o dano ao ato ilícito) e o dano configurado que pode ser material ou moral (art. 5, X/CRFB-88). Artigo 186 – CC: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” Artigo 927 – CC: “ Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.” Artigo 944 – CC: “A indenização mede-se pela extensão do dano.” Artigo 5, X – CRFB: “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;” Assim, em regra, o autor tem seu ônus de prova que é a prova constitutiva de sua alegação e o réu tem o seu ônus de prova que são as provas modificativas, extintivas ou impeditivas do direito do autor. Quando a responsabilidade civil é objetiva, fica mais fácil em âmbito de tribunal para o autor, pois o mesmo somente tem que provar o nexo causal e o dano; haja vista que, há uma presunção de ato ilícito praticado pelo réu. O mais difícil é a comprovação, sendo muito mais que uma mera alegação. A materialização do conjunto probatório é comprovada por provas legais e legítimas admitidas em direito, como por exemplo, a prova testemunhal que é largamente utilizada, embora sujeita à contradita (ato em que o advogado do ex-adverso impugna em audiência, mediante provas, a testemunha arrolada pelo outro advogado, geralmente, pelo fato da mesma possuir algum vínculo com a parte seja de parentesco, amizade ou amoroso, ou então, possuir interesse no êxito da demanda). ↬A necessidade de um bom conjunto de provas colhidas e apresentadas no momento oportuno de um processo judicial, tem o condão de proporcionar o deferimento integral ou parcial dos pedidos autorais; assim como, a sua insuficiência ou inexistência acarretam o indeferimento do pleito autoral. A questão somente modifica quando temos a incidência do deferimento judicial na fase de saneamento dos autos da inversão do ônus da prova. Aliás, sobre isso, cumpre esclarecer que, com o advento do novo CPC que nem é tão novo assim mais, tem-se a possibilidade de inversão do ônus da prova @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão em todas as demandas judiciais, ou seja, não importa mais a natureza da relação jurídica entre as partes como outrora, em que antes somente era possível tal inversão em relações de consumo. ✘ Prova Diabólica. ↬Hoje, o advogado deve comprovar em juízo a prova diabólica. Provadiabólica é como chamamos em processo civil aquela prova que é de difícil produção, ou então, impossível produção. Por isso, é que muitas empresas começaram a enviar para seus clientes os contratos de serviços prestados por e-mail, porque era bem comum em sede de tribunal, o deferimento pelo juiz do pedido de inversão do ônus da prova feito pelo advogado do autor, haja vista que seu cliente não tinha como ter acesso ao contrato que, muitas vezes, era realizado somente verbalmente por meio telefônico. ↬Assim, a inversão do ônus da prova, isto é, a possibilidade de a parte não ter que produzir seu ônus probatório passando todo o ônus à parte contrária, somente é possível, em caso de constatada pelo juízo nos autos de patente prova diabólica (art. 373, I, II, §1º do CPC). o Prova diabólica = pano de fundo de verdade (veracidade), isto é, plausível as alegações autorais e hipossuficiência técnica na produção da prova. . Verificado que o caso comporta os dois requisitos, o juízo na fase de saneamento do processo, diante do pedido realizado pela parte, poderá conceder a inversão. ↬Lembre-se de que o advogado deve ficar muito atento, porque até hoje a grande maioria dos juízes somente verificam o pedido de inversão do ônus de prova ao proferir sentença. Algo incabível, pois além de previsão legal clara do CPC, a verificação de deferimento ou não de inversão de ônus de prova somente na sentença causa, tanto ao autor como ao réu muito prejuízo, pois prejudica ambos, um porque não sabia que estava sem o ônus de produzir tal prova e, ao outro, porque não sabia que tinha que produzir mais essa prova. A inversão do ônus de prova demanda análise concreta de valoração pessoal pelo juízo de cada caso particular dos autos. Independentemente, de concessão ou não de inversão do ônus de prova, em âmbito de tribunal, é sempre bom que o advogado esteja atento na produção de seu ônus probatório. Contar com a sorte não faz parte do Direito. Artigo 373 – CPC: “O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. § 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.” ü Em qual momento o juiz deve averiguar se é caso de inversão do ônus da prova? @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão Na fase de saneamento, eis o que dispõe o artigo 357, Inciso III do CPC: “Não ocorrendo nenhuma das hipóteses desde Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo: (...) III- definir a distribuição do ônus da prova, observado o art.373;”. Assim, o advogado deverá comprovar a prova diabólica para pleitear a inversão do ônus de prova.... ↬Observação sobre Prova Diabólica: o É admitida em qualquer relação jurídica, porque o CPC/73 diz que só caberia em relação de consumo. o Tem 3 espécies de prova diabólica: Convencional, Legal e Judicial. o O juiz mesmo com a determinação do CPC, só da a inversão do ônus da prova na sentença, o que é errado. Então acaba sendo ônus do advogado assinalar ao juiz a necessidade de inversão, não sendo essa prática considerada nulidade se por acaso o advogado a arguir, sob argumento de que o juiz deferiu (ou não) na fase errada. – Entendimento do STJ. ✘ Danos relacionados a responsabilidade civil. Como já foi mencionado, em regra a responsabilidade civil no Brasil é: o Subjetiva – necessidade de comprovação; o Nexo causal; o Dano. Hipóteses de exceção de reponsabilidade civil Objetiva na legislação: Artigo 734 – CC: “O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade.” Artigo 938 – CC: “Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido” Artigo 37, §6º - CRFB: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.” Em relação ao artigo 37 acima mencionado, se faz necessário frisar que a responsabilidade civil do Estado é objetiva, em regra., principalmente momento que ele age. Agora, quando o Estado é omisso, o STF tem 3 entendimentos em relação a responsabilidade civil: 1º - Tanto na ação como na omissão, a reponsabilidade civil vai ser objetiva; 2º - Na ação a responsabilidade civil é objetiva, e na omissão é subjetiva; 3º - Tanto na omissão quanto na ação será objetiva, contudo nas hipóteses de omissão, dependerá se ela for genérica ou específica. o Genérica – Subjetiva; o Específica – Objetiva. @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão ↬Observação: Uma coisa é o Estado omisso, e outra coisa é o agente (servidor publico) ser omisso. A omissão do servidor é subjetiva, tendo de se provar se o Estado concorre com a omissão ou não. Se o funcionário publico pratica a ação indevida, ocorre a chamada “Teoria da Dupla Garantia”, que garante ao servidor nos momentos em que pratica tais ações, o Estado que irá responder em seu nome. O Estado então irá entrar com um Processo Administrativo Disciplinar, se comprovada culpa exclusiva do agente o Estado entrará com uma ação de regresso contra o servidor. ↬Observação: Artigo 206, §3º, V – CC: “Prescreve: § 3º Em três anos: V - a pretensão de reparação civil;” Esse artigo versa sobre a prescrição para se entrar com uma reparação de danos. O problema é que existe uma lei específica que já versa sobre o assunto, e o STF entendeu que regra geral não revoga lei específica (Lei 9.494/97). No artigo diz que prescreve em 3 anos, na lei em 5 anos... seguimos o prazo da lei. ↬Observação: Em relação as obras estatais, vamos supor que uma delas caia depois de pronta na cabeça de alguém, a responsabilidade do Estado é objetiva. É diferente quando dizemos a respeito de quem está executando a obra, pois se está sendo feita por um particular para o Estado, quem responde em um primeiro momento é a empreiteira objetivamente, e o Estado subsidiariamente subjetivamente por entendimento do STJ. ↬Observação: ↬Teoria do risco administrativo: a obrigação de indenizar surge do só ato lesivo causado à vítima pela Administração, não se exigindo qualquer falta do serviço público, nem culpa dos seus agentes. Basta a lesão, sem o concurso do lesado. Nesse sentido da teoria do risco administrativo devemos observar a diferenciação dos casos fortuitos: o Caso Fortuito Interno - É um caso fortuito mesmo, exemplo é a rebelião em um presídio. Aqui o Estado responderá objetivamente. o Caso Fortuito Externo – É um caso de força maior, exemplo é um preso morrer no pátio por ser atingido por um raio. Aqui o Estado responde subjetivamente. ↬Dano Material: Quanto ao dano material, há de ser observado que na dinâmica de tribunal do dia a dia, temos dois tipos: Dano Emergente X Lucros Cessantes ↬Danos emergentes são os danos imediatos, incontinenti, sofridos pelo autor. Ex.: Seu cliente comprar umageladeira e a mesma não funcionar, não importa se por vício oculto (defeito de fabricação) ou não, o fato é que @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão supondo que ele tenha acabado de realizar as compras do mês... efetivamente, todos os alimentos perdidos e o aparelho são considerados danos emergentes. No caso de danos emergentes, o pleito do pedido de condenação do réu em sede de inicial a ser oferecida em Juízo, é o valor exato dos bens perdidos com juros à época da citação (STJ) e mais correção monetária do trânsito em julgado da decisão (não cabível mais recursos), pela desvalorização econômica sofrida ao longo do tempo, ou seja, o valor que seu cliente pagou na geladeira quando comprou em 2015 ele não vai conseguir comprar outra igual em 2020 pelo mesmo valor! ↬Agora, por outro lado, lucros cessantes é outra espécie de dano material consubstanciado naquilo que o autor deixou de ganhar. Ex.: Vamos supor que no exemplo mencionado anteriormente, seu cliente venha a utilizar a geladeira que ele comprou para alimentar a família e também para produzir e armazenar comida congelada que é a sua única fonte de renda. Com o não funcionamento do aparelho (geladeira), o autor, seu cliente, não tem como trabalhar na produção, congelamento e entrega das comidas congeladas e, por isso, deixa de ganhar o dinheiro mensal do sustento próprio e da família. Assim, todo valor que seu cliente deixou de ganhar é considerado dano material consubstanciado em lucros cessantes. O pedido de condenação da inicial deverá ser feito com o valor que deixou de ganhar do dia do dano até o dia da propositura da ação (ex: ele ganhava R$ 100,00/dia X 24 dias parado= 2.400,00) e, mais a expressão “os valores vincendos”, ou seja, você como advogado não tem como mensurar ao certo quando a geladeira voltará a funcionar, ou então, outro tipo de solução semelhante pelo réu, ou então, quando a lide (conflito qualificado por uma pretensão resistida) será resolvida. ↬Dano Moral: ↬Por outra vertente, dano moral é entendido como in re ipsa, ou seja, presumido! É um dano extrapatrimonial, subjetivo, isto é, não passível de ser mensurado por pecúnia. São ligados aos infortúnios, abalos emocionais, sofrimento, vergonha, vexame, ou qualquer abalo psíquico e/ou emocional que a parte venha a ter. Em razão de ser um dano extrapatrimonial, cada Juízo fará uma valoração pessoal de acordo com o caso concreto e, uma vez que ele vem a entender a não configuração do mesmo, a decisão judicial será na afirmativa de que a parte sofreu um “mero aborrecimento” (é entendido como algo decorrente do cotidiano comum, ou seja, suscetível de acontecer a qualquer ser humano em razão da dinâmica de uma vida social). Dessa forma, quando o Poder Judiciário vem a entender que a parte não faz jus à compensação por danos morais, há o indeferimento do pleito autoral por razão de ser compreendido como “mero aborrecimento”. @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão ↬Observações: Cuidado com as nomenclaturas! o Danos materiais são indenizados e danos morais são compensados! o Por isso, é que a ação será: Ação de indenização por danos materiais e/ou Ação de compensação por danos morais! o Ps. reparação é termo técnico no caso de eventuais perdas e danos! ↬Cabe ressaltar que, em sede de danos morais, há muito também por parte da doutrina e da jurisprudência, a chamada “indústria do dano moral”, são os casos no tribunal de pessoas que utilizam o Judiciário como uma espécie de fonte de renda, ou então, qualquer coisa acionam por meio judicial, ou então, quando o fato poderia ser resolvido por via administrativa, a qual sequer houve tentativa. ↬Aliado à “indústria do dano moral” temos a chamada “banalização do dano moral” que enseja a aplicação e discussão das vertentes do outro lado das chamadas, “teoria do desestímulo” e “teoria do caráter pedagógico punitivo do dano moral” -(Veja jurisprudências sobre o tema de grande relevância diariamente em sede de decisões judiciais)-. Como o dano moral não pode ser mensurado, ele é uma forma subjetiva de compensação. O julgador vai expressar a sua valoração caso a caso, para determinar o valor da sentença. Interessante é que, embora o dano moral seja extrapatrimonial, o próprio STJ tem uma tabela antiga sobre hipóteses ensejadoras de compensação, para tentar diminuir a discrepância dos valores das sentenças, a exemplo da perda de um dedo acarretar 6 mil de danos morais. Por essa razão que, casos como corte abrupto e indevido de luz, negativação nos cadastros restritivos de crédito (SPC e SERASA), envio de cartão de crédito não solicitado (Súmula 532/STJ), cair em locais como mercado, loja e cia, má prestação de serviço, dentre tantos outros não tem o condão, no Brasil, de gerar decisões judiciais elevadas. ü Dessa forma, qual o parâmetro que o advogado tem que ter para pleitear pedido de condenação do réu por danos morais em sede de inicial intentada? As decisões judiciais dos casos semelhantes. O advogado deve pesquisar as causas semelhantes as do seu cliente e, em caso de deferimento judicial, o quantum que o tribunal vem arbitrando para os danos morais. ↬Observação: Equívoco muito comum, em matéria de tribunal, é o advogado colocar o valor de alçada de execução, a exemplo de iniciais de JEC- lei nº. 9.099/95: “condenação em 40 salários mínimos”. Ora, primeiro que valores devem ser líquidos e certos, o CPC autoriza em raríssimas exceções valores abertos e, mais ainda, em sede de JEC não há fase de liquidação de sentença; razão pela qual, incabíveis valores não liquidados! E, mais ainda, caso seu cliente não faça jus à JG (Gratuidade de Justiça), ele terá que pagar o preparo (custas do recurso @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão inominado no caso de JEC) tendo como parâmetro o valor que você como advogado colocou no pedido de danos morais somado aos valores atribuídos aos outros pedidos, sendo que se ele ganhar em grau recursal, jamais será o valor que o advogado atribuiu. ü Mas como assim? Olha, vamos supor que seu cliente teve a luz cortada...aí você, que é advogado dele, atribuiu ao pedido da inicial de condenação do réu quanto aos danos morais o valor de R$ 20.000,00(vinte mil reais). Pergunta-se: Ele tem alguma chance de, se ganhar a causa, ganhar esse valor? Olhando as decisões dos tribunais de casos semelhantes, pode-se depreender da análise delas, que não! Ora, então, por que o advogado colocou 20 mil? E se ele tiver que recorrer e não fizer jus à JG, terá que recolher custas sobre 20.000,00, mesmo sabendo que jamais ganhará esse valor. E, uma turma recursal não vai conceder um valor desses a causa, pois estaria batendo de frente ao principio da vedação do locupletamento ilícito, pois nenhuma outra causa dará um valor tão alto. Lembre-se, o dinheiro não é do advogado mas, é do cliente e, por isso mesmo, tem que ser respeitado sempre! ↬Observação: Todo pedido dever ser certo e liquido/determinado, pois pedido genérico não é passível de danos morais a cargo do julgador, eles devem ser requisitados (os incisos do art. 32 do CPC traz um rol taxativo de hipóteses de pedidos genéricos que são aceitos, exceções). Artigo 322 – CPC: “O pedido deve ser certo. § 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios. § 2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé.” Artigo 323 – CPC: “ Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar depagá-las ou de consigná-las.” Artigo 324 – CPC: “O pedido deve ser determinado. § 1º É lícito, porém, formular pedido genérico: I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados; II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato; III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu. § 2º O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção.” Artigo 292 – CPC: “O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido; ↬Observação: Existem duas espécies de danos morais: o Dano moral de Ato Findo: Quando o dano é possível de se especificar, decidindo de um valor fixo. Ex. Caiu e quebrou a perna, não causou nenhuma lesão permanente. o Dano moral de Ato Não Findo: A extensão do dano se prorroga no tempo, não sendo capaz de fixar um valor absoluto no pedido. @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão Ex. Caiu e quebrou a perna, deixou uma cicatriz horrível que todo mundo fica olhando e não deve ficar bom nunca. ✘ Tutela Provisória. Art. 294 – CC: “A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental.” É o oposto de decisão definitiva, pois não forma coisa julgada material, precisando de uma liquidez de certeza para efetivar decisão futura. A tutela provisória é dividida em duas espécies: Urgência X Evidência ↬Tutela de Urgência: Deve preencher dois requisitos cumulativos, probabilidade de direito e possibilidade de dano irreparável ou de difícil reparação. • A probabilidade de direito era a antiga verossimilhança das alegações autorais. O pano de fundo aqui deve ser a veracidade dos fatos narrados. Ex. Boletos, guias pagas... + Veracidade. • A possibilidade de dano irreparável ou de difícil reparação significa que deve se mostrar ao juiz provas que demonstrem que a não concessão da tutela acarretará neste tipo de dano. Ex. Laudo médico... ↬O que faz a tutela ser indeferida é a inaptidão do advogado, pois ele ao invés de mostrara provas e argumentos, ele meramente cita os requisitos da tutela de urgência. Pedido mal formulado gera indeferimento. Aqui é uma questão liminar, então deve ser muito bem especificada por aquele que a peticiona, pois antes de qualquer liquidez o juiz já está “pondo a espada na garganta do réu” ao deferir a tutela. ↬ASTREINTES são multas diárias aplicadas à parte que deixa de atender decisão judicial. O instituto serve para coibir o adiamento indefinido do cumprimento de obrigação imposta pelo Poder Judiciário. Nesse sentido, caso o réu não cumpra de imediato pós deferimento da liminar, cabe ao autor “ir despachar com o juiz” para induzir o cumprimento do réu, talvez aumentando o valor da multa ou então expedindo ordem de prisão até. Aqui pega muito mal deixar o réu cumular a multa e não mostrar que você prefere seu direito resguardado, isso fere o Principio da Vedação do Locupletamento Ilícito. Art. 884 – CC: “Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários. Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é obrigado a restituí-la, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem na época em que foi exigido.” ↬INAUDITA ALTERA PARS: A tutela deve ser a primeira coisa posta na petição inicial, às vezes, posta até mesmo antes do pedido de gratuidade de justiça. ↬Tutela Antecipada: Antecipar um pedido que vai ser feito nos pedidos finais do processo. Não se @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão pode mudar o que foi pedido, pois é o que se almeja do processo. A tutela antecipada tem natureza satisfativa, ou seja, adianta o que foi pedido pelo autor, no todo ou em parte. É coincidente com o pedido formulado na inicial. ↬Tutela Cautelar: É assecuratória/ protetiva. Ela só quer assegurar algo. Exemplo desta modalidade é cautelar de antecipação de prova testemunhal, neste caso, como em outros, ela quer garantir a feitura de um pedido futuro que ajudará no pedido principal do processo. Quando a cautelar não tiver nome específico, será chamada de cautelar inominada. Já a tutela cautelar tem natureza protetiva, que preserva o direito do autor, mas não adianta o pedido. Não é coincidente com o pedido formulado na inicial. ↬Há três formas de pedir tutela antecipada na prática de tribunal: 1ª Inicial Completa: A inicial conterá todos os seus requisitos, e entre o preambulo e os fatos estará o pedido de tutela. Não esquecer de reforçar este pedido de tutela nos pedidos finais da peça. 2ª Por Petição Juntava Avulsa: O pedido de tutela vem na forma de petição antes da fase de sentença. 3ª Inicial Incompleta: Só cabe em vara cível, e nessa situação, pela urgência do pedido, a petição inicial não está completa e será aditada posteriormente (conforme regras do art. 303 do CPC). Art. 303 – CPC: “Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. § 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo: I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar; II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334 ; III - não havendo auto composição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335 . § 2º Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito. § 3º O aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais. § 4º Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final. § 5º O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput deste artigo. § 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito.” ↬O réu é obrigado a recorrer do pedido de tutela deferido, principalmente nos casos de tutela antecipada, pois não havendo recurso haverá a estabilização dos efeitos da tutela tendo-se como verdadeiros os fatos narrados (aqui conjuga os arts. 304 c/c 307 c/c 1.015, I do CPC). @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão Art. 304 – CPC: “A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso. § 1º No caso previsto no caput , o processo será extinto. § 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput . § 3º A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2º. § 4º Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2º, preventoo juízo em que a tutela antecipada foi concedida. § 5º O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2º deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1º. § 6º A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2º deste artigo.” Art. 307 – CPC: “Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se- ão aceitos pelo réu como ocorridos, caso em que o juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias. Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o procedimento comum.” Art. 1.015, I – CPC: ““Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: I - tutelas provisórias;” ↬Tutela de Evidência: Não têm uma classificação formalizada em (sub) espécies. Porém, também é possível perceber que a sua concessão (disposta nos quatro incisos do art. 311 do CPC, pelo STJ esse rol é taxativo!), ocorre segundo dois critérios básicos: 1) quando o direito (material) da parte que pleiteia a tutela é evidente, daí o nome e 2) quando uma das partes está manifestamente protelando o processo ou abusando do exercício do direito de defesa, caso em que a tutela da evidência está vinculada não necessariamente à evidência do direito material pleiteado, mas à evidência de que é preciso pôr um fim ao processo. De algum modo, também aparece, nas tutelas da evidência, a serventia que se faz ora ao direito material, ora ao direito processual (tal como nas cautelares). Pois bem. Nas tutelas da evidência, eu preciso demonstrar para o juiz que, independentemente da urgência, o meu direito é tão evidente, que o caminho do processo pode ser encurtado. Ou então preciso demonstrar que o meu ex adverso está protelando tanto o processo, que a sua maior punição será adiantá-lo, apressando os atos processuais que ele está tentando retardar. Afinal, a maior sanção para quem obstaculiza o caminho do processo é justamente pegar atalhos que levem mais rápido ao fim da estrada — isto é, à sentença. Art. 311 – CPC: “A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.” ✘ Petição inicial e os equívocos no exercício da advocacia A petição inicial é a principal peça do processo, tem requisitos obrigatórios elencados no art. 319 do CPC. Art. 319 – CPC: “A petição inicial indicará: I - o juízo a que é dirigida; II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV - o pedido com as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. § 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção. § 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu. § 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.” Esse artigo no antigo CPC era o 282, e com a reforma do CPC foram feitas três inovações desse artigo: 1- Existência de união estável – inciso II: Precisa de uma qualificação do autor/demandante no que tange essa exigência, foi criada para evitar problemas futuras no direito sucessório. Se for o caso de a parte não ter uma união estável regularizada, deverá se apontar precisamente a que tipo de união estável está inserido o autor. Caso o estado civil deste seja de viúvo ou solteiro, também deve ser apontado. 2- Endereço eletrônico – Inciso II: Aqui leia-se E-MAIL, pois como é uma forma eletrônica mais popularizada. Se a parte não tem um endereço eletrônico, você advogado vai criar um para ele (não peticione sem esse e- mail), sob pena do art. 485, I do CPC. Caso você advogado não crie, você apontará o fato ao Juiz e peticionará postulando a expedição de ofício aos órgão de praxe (art. 319, §1º procurando-se aqui um IP do autor). A ideia do CPC aqui nesse caso, é esgotar os meios de localização do Tutelas Provisórias 294 - 311 De Urgência 300 - 310 Antecipada Antecedente (303 -304) ou Incidental Cautelar Antecedente (305 - 310) ou Incidental De Evidência 311 Sem subespécie (rol taxativo) Antecedente ou Incidental @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão autor, segundo os entendimentos dos tribunais. Uma vez não cumprido o requisito, o juiz manda emendar a inicial, o advogado vai pedir para expedir oficio e processo vai ficar paralisado. 3- Opção do autor pela realização ou não da audiência de conciliação ou mediação - Inciso VII: A conciliação e a mediação são técnicas de justiça restaurativa, diferente do rumo que tomas os processos em relação as lides (conflito de interesse qualificação por uma pretensão resistida) que buscam uma justiça conflitiva. A justiça restaurativa busca a pacificação de conflito pela via do consenso. Essa audiência (quando for em vara cível, pois em JEC é obrigatória) deve ser apontada pelo advogado do autor se ele quer ou não essa audiência. O parâmetro para isso depende do caso, pois em diversas circunstâncias, não foram esgotadas as esferas de comunicação com o réu, nesse sentido é interessante demonstrar vontade nessa audiência, talvez até ocorrendo um acordo (até mesmo que extra pauta para se apresentar no dia AC). O réu pelo art. 334, §5º do CPC, deve dizer se tem interesse ou não pela AC. ↬Hipóteses: o Autor + Réu = Interesse = Audiência marcada. o Uma das partes tem interesse + A outra não tem interesse = Audiência marcada. (art. 334, §8º c/c 77) o Autor + Réu = Não tem interesse = Não tem audiência. (art. 334, §4º) Art. 334 – CPC: “Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. § 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de organização judiciária. § 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes. § 3º A intimaçãodo autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado. § 4º A audiência não será realizada: I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; II - quando não se admitir a autocomposição. § 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. § 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes. § 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei. § 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. § 9º As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão § 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir. § 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença. § 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte.” ↬O art. 320 do CPC diz quais da necessidade dos documentos anexos a inicial (CPF, RG, comprovante de residência, procuração, e se for empresa os atos constitutivos da empresa.). Art. 320 – CPC: “A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.” ↬O prazo para a emenda da petição inicial é de 15 dias úteis, art. 321 do CPC. Sob pena de indeferimento, art. 485, I do CPC. Art. 321 – CPC: “O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.” Art. 485 – CPC: “O juiz não resolverá o mérito quando: I - indeferir a petição inicial;” ↬Observação: Não confunda aditamento com emenda. O descumprimento gera a emenda, e o aditamento advém de uma autorização (caso da tutela antecipada de inicial incompleta). O indeferimento de Inicial está no inciso I do art. 330 do CPC. Existem quatro hipóteses de indeferimento. A hipótese que mais ocorre está no inciso I, é quando a narrativa fática é sem coerência alguma, “...dos fatos não decorrer logicamente de conclusão”. E das situações que geram o indeferimento da inicial... Faça remissão casada aqui! Art. 330 c/c 321, PÚ c/c 485, I do CPC Art. 330 – CPC: “A petição inicial será indeferida quando: I - for inepta; II - a parte for manifestamente ilegítima; III - o autor carecer de interesse processual; IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 . § 1º Considera-se inepta a petição inicial quando: I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. § 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito. § 3º Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados.” ↬Observação: Aqui no processo civil, nós temos a possibilidade de retratação do juiz antes de ir para a segunda instância (art. 331, caput do CPC), esse instituto não cabe na vara criminal (art. 600, §4º do CPP). @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão Art. 331 – CPC: “Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se. § 1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso. § 2º Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará a correr da intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334 . § 3º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença.” Art. 600, §4º – CPP: “Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor a apelação, que deseja arrazoar na superior instância serão os autos remetidos ao tribunal ad quem onde será aberta vista às partes, observados os prazos legais, notificadas as partes pela publicação oficial.” ↬Da audiência de conciliação ou de mediação: Art. 334 – CPC: “ Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. § 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de organização judiciária. § 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes. (DIFERENTE NO JEC) § 3º A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado. § 4º A audiência não será realizada: I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; II - quando não se admitir a autocomposição. § 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. § 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes. § 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei. (NO JEC NÃO PODERIA, MAS A PARTIR DE 27/04/2020, MESMO QUE AFRONTANDO O PRINCÍPIO DA INFORMALIDADE, PELO PL. 13.994/20 SE TORNOU CABÍVEL) § 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. § 9º As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. § 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir. (É PODER ESPECIAL, DEVE ESTAR NO PROCURAÇÃO OU NO SUBS., SOB PENA DE NÃO EXEQUIBLILIDADE) § 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença. § 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte. (SE VOCÊ ADVOGADO PERDE O PREGÃO MAS NÃO PASSOU ESSE TEMPO, VÁ A SALA DA CONCILIAÇÃO E AVISE, ISSO VAI ACONTECER UM DIA)” ↬Modelo da Petição Inicial: o Modelo (06); o Competência (cabeçalho): Juízo a qual é dirigido; o Preâmbulo (cuidado com o nome, ação indenizatória é só para perdas e danos por exemplo. E, não esqueça a fundamentação legal! Ex., Arts. 186, 927 e 944, todos do CC. Art. 6º da Lei 8.078/90. Art. 5º,@resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão inciso X da CRFB/88. E as demais legislações aplicáveis à espécie.); o Tutela antecipada (dano irreparável + possibilidade do direito), SE TIVER; o Da necessidade de audiência (se for em Vara Cível, se for em juizado, tem audiência você querendo ou não); o Dos fatos (coloque a JG antes dos fatos na prova da OAB); o Do direito/Da fundamentação (construção de tese jurídica, não é só transcrever artigo!!); o Do pedido/Do requerimento (aqui se coloca os pedidos da inicial, e esses seguem a ordem de tese jurídica.); o Provas (as provas a serem produzidas não fazem parte do pedido. Deve se especificar quais são as provas que serão produzidas – princípio da paridade de armas – sob pena de remarcação de AIJ por requerimento do réu.); o Indicar endereço a ser recebidas as futuras intimações (art. 106 do CPC); o Finalização (data e assinatura com OAB). Art. 106 – CPC: “Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado: (PELO STJ QUALQUER CAUSA) I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o recebimento de intimações; II - comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço. § 1º Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz ordenará que se supra a omissão, no prazo de 5 (cinco) dias, antes de determinar a citação do réu, sob pena de indeferimento da petição. § 2º Se o advogado infringir o previsto no inciso II, serão consideradas válidas as intimações enviadas por carta registrada ou meio eletrônico ao endereço constante dos autos.” o Rol de testemunhas (não pode ser depois da assinatura do advogado!!); o Valor da causa (não se coloca na contestação, só cabe valor da causa na reconvenção e aqui.). ↬A primeira coisa que o advogado tem que fazer para montar sua inicial, é pesquisar o caso concreto. 1ª Etapa: Pesquisar o caso concreto. De pronto o advogado só dá uma resposta em pronto na área criminal, então em regra se exige do profissional que ele tenha um pronto atendimento, não sobrando muito tempo para pesquisa. Em outras áreas, deve se anotar e ter uma base de pesquisa de casos concretos similares, com estudo detalhado também do caso em que se propõe a atuar e sua provas e fatos. 2ª Etapa: Coleta de provas. 3ª Etapa: Construção de tese. Sempre se tem uma tese principal e as teses complementares. Esse conjunto de teses realizado na parte de fundamentação da petição inicial. (Fundamentos é diferente de fatos, um são teses jurídicas e o outro os acontecimentos.) ↬Observação: Construção de teses escalonadas: Elas seguem o nome da ação (inicial), há uma @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão ordem de fundamentação, pedidos (menos em caso de tutela, que embora seja antecipada vem por último no nome). Se sabe o nome da ação através do caso concreto o qual você estará elaborando. Exemplo: AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA 1. Dos Fatos; 2. Dos Fundamentos; 2.1. Da obrigação de fazer; 2.2. Dos danos morais; 2.3. Danos materiais; 2.4. Teoria do Desestímulo (Ex., relacionada as práticas comerciais, amplamente utilizada, para se apontar um responsabilização comercial do réu dizendo que ele pratica atos prejudiciais.) ou Teoria do Empreendimento (Ex.,o réu não pode se furtar de sua responsabilidade dizendo que a culpa não é dele, o que só não será culpa quando ocorre em fraude configurada ou em culpa de terceiro) 2.5. Teoria do Corpo Neutro (Ex., carro parado no sinal vermelho, vem um carro atrás e para direito atrás dele, e vem um terceiro carro que bate no segundo carro que por impulso bate no primeiro carro, o que o advogado do primeiro carro faz geralmente e processar todos os carros. Isso é errado, por essa teoria que é pacificada no STJ, garante que só o terceiro carro que será processado.); 2.6. Dos Direitos do Consumidor; 2.7. Responsabilidade Civil Objetiva; 3. Dos pedidos (ou Dos requerimentos) – Como há pedido de tutela, a primeira coisa a ser pedida será essa. (Ex. de pedido: 1) A concessão da tutela antecipada para que seja determinado o réu a internação imediata da autora e custeio de todos os meios necessários, sob pena de multa diária a ser arbitrada pelo Juízo e, ao final a manutenção em caráter definitivo da tutela; 2) A citação do réus para, querendo, apresentar defesa e comparecimento aos atos judiciais, sob pena de revelia e confissão; (tecnicamente falando o STJ entende que não necessita mais de pedido de citação, dependendo do rito, se é para a citação de defesa ou audiência. Na OAB tem que colocar a citação. E se não houver tutela, esse será o 1)); 3) A condenação do réu na obrigação de fazer consubstanciada em proceder a internação imediata da autora e custeio de todo o procedimento, sob pena de multa diária a ser arbitrada pelo Juízo; 4) A condenação do réu, no mínimo, na quantia de R$ 2.000,00 (dois mil reais) referente aos danos morais; 5) A condenação do réu, no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) quanto ao dano material, com juros contados da citação e com correção monetária desde o trânsito em julgado da decisão; @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão 6) A condenação do réu no valor de R$ 300,00 (trezentos reais – R$ 30,00 X 10 dias) e valores vincendos, referentes aos lucros cessantes; 7) A concessão da gratuidade de justiça n/f do art. 98 do CPC; 8) A inversão do ônus de prova n/f do art. 6º, inciso VIII do CDC (se for relação de consumo)/ art. 373, § 1º) do CPC (demais causas); 9) A condenação do réu no patamar máximo legal quanto aos honorários advocatícios, custas e emolumentos judiciais; Art. 98 – CPC: “A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei. § 1º A gratuidade da justiça compreende: I - as taxas ou as custas judiciais; II - os selos postais; III - as despesas com publicação na imprensa oficial, dispensando-se a publicação em outros meios; IV - a indenização devida à testemunha que, quando empregada, receberá do empregador salário integral, como se em serviço estivesse; V - as despesas com a realização de exame de código genético - DNA e de outros exames considerados essenciais; VI - os honorários do advogado e do perito e a remuneração do intérprete ou do tradutor nomeado para apresentação de versão em português de documento redigido em língua estrangeira; VII - o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando exigida para instauração da execução; VIII - os depósitos previstos em lei para interposição de recurso, para propositura de ação e para a prática de outros atos processuais inerentes ao exercício da ampla defesa e do contraditório; IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores em decorrência da prática de registro, averbação ou qualquer outro ato notarial necessário à efetivação de decisão judicial ou à continuidade de processo judicial no qual o benefício tenha sido concedido. § 2º A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência. § 3º Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.§ 4º A concessão de gratuidade não afasta o dever de o beneficiário pagar, ao final, as multas processuais que lhe sejam impostas. § 5º A gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou a todos os atos processuais, ou consistir na redução percentual de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento. § 6º Conforme o caso, o juiz poderá conceder direito ao parcelamento de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento. § 7º Aplica-se o disposto no art. 95, §§ 3º a 5º , ao custeio dos emolumentos previstos no § 1º, inciso IX, do presente artigo, observada a tabela e as condições da lei estadual ou distrital respectiva. § 8º Na hipótese do § 1º, inciso IX, havendo dúvida fundada quanto ao preenchimento atual dos pressupostos para a concessão de gratuidade, o notário ou registrador, após praticar o ato, pode requerer, ao juízo competente para decidir questões notariais ou registrais, a revogação total ou parcial do benefício ou a sua substituição pelo parcelamento de que trata o § 6º deste artigo, caso em que o beneficiário será citado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se sobre esse requerimento.” Art. 6º, VIII – CDC: “São direitos básicos do consumidor: VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;” Art. 373, §1º - CPC: “O ônus da prova incumbe: § 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.” ↬Observação: O art. 98 do atual CPC trata sobre a gratuidade de justiça, e só pode ser feitos em inicial de Vara Cível, não cabe no JEC pois há isenção de custas para a inicial. O pedido de gratuidade em JEC será somente feito no momento de interposição de recurso. Se a inicial for de Vara Cível e tiver tutela antecipada, depois do preambulo vem o pedido de tutela antecipada, após isso o ponto sobre conciliação e mediação, e antes dos fatos é onde se pede a gratuidade de justiça. Se não for caso de tutela, antes dos fatos. Nos pedidos entra depois que se esgotou o nome da ação. A lei 1060/50, que trata da gratuidade de justiça, está revogada pelo art. 98 do CPC ↬Observação: Os recursos independente da área tem requisitos de admissibilidade, um deles é o cabimento, que a previsão legal daquele tipo de recurso para aquela situação. As vezes o advogado perde o prozo (tempestividade), e por uma manobra jurídica ela faz outro recurso que tem um prazo maior. O tribunal vai acatar? Não! – Principio da Fungibilidade no Âmbito Recursal. ↬Observação: “Não é preciso ser bacharel em direito para postular memes”, ou seja, não use memes nas sua petições. Não coloque marca d’água com o símbolo da justiça no fundo, não coloque o nome de todos os advogados do escritório na margem esquerda da folha... Isso não está certo. Existem regras de peticionamento, copia e cola não faz parte desse rol. ✘ Contestação Contestação é a peça de bloqueio por excelência do réu. (lembre-se, o advogado só pode advogar ou para o autor ou para o réu, nunca ao mesmo tempo, exceto quando o CPC permitir. Cometer tal ato acarreta nos crimes tergiversação e patrocínio infiel.) O réu terá sempre que impugnar, pelo Princípio da Concentração (art. 336 do CPC), todos os pontos da inicial do autor. A falta de todos os pontos da contestação pode ocasionar a revelia. Sim, revelia! Esta, não se dá somente com a falta em audiência ou a falta de entrega de contestação. A falta de impugnação gera revelia. Art. 336 – CPC: “ Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.” “Contestação as escuras”, é quando a peça não tem nada haver com a situação narrada pelo autor. Ocorre muito com as petições de modelo em massa por empresas em casos consumeristas. Também dá causa à revelia. ↬Observação: Art. 344 – CPC: “Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.” Não se esqueça que a revelia deve ser requerida pela parte autora, ela não pode ser instituída de ofício. Art. 337 – CPC: “ Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: I - inexistência ou nulidade da citação; II - incompetência absoluta e relativa; III - incorreção do valor da causa; IV - inépcia da petição inicial; V - perempção; VI - litispendência; VII - coisa julgada; VIII - conexão; IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; X - convenção de arbitragem; XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; (c/c 17, 485, VI e 338 do CPC). XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. (Incidente de impugnação à JG – Dentro da contestação). § 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. § 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. § 3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso. § 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado. § 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo. § 6º A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral.” Prazo para contestar está previsto no art. 335 do CPC. Art. 335 – CPC: “ O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias (ÚTEIS), cujo termo inicial será a data: I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição; II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso I ; (c/c §5 do 334 – petição de 10 dias contados da data de audiência). III - prevista no art. 231 , de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos. (Formar de citação: 1- AR; 2 – OJA; 3 – Hora Certa; 4 – Edital.) § 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6º , o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência. § 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II , havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência.” @resumosdesesperados Prática Jurídica I Catarina Marrão Vara Cível - Contestação Escrita (obrigatoriamente) Art. 335/CPC - "Por Petição"; X JEC - Contestação pode ser escrita ou oral (Enunciado 10 Fonaje – prazo para protocolo é até o dia da audiência de instrução e julgamento) - Art. 30 da lei 9.099. Enunciado 10 – FONAJE: “A contestação poderá ser apresentada até a audiência de Instrução e Ju lgamento.” Art.
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