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Prática 1 - DIREITO CIVIL

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PRÁTICA
JURÍDICA
I
Resumo 2020.1
Prática Processual Civil
Com artigos da lei seca
 
 
 
 
Escrito e Organizado:
Catarina Marrão
@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
Prática Processual Civil 
 
↬Existem três formas de um advogado 
sair legalmente de um processo na 
prática: 
 
1º Revogação de procuração; 
2º Renúncia; 
3º Substabelecimento sem reserva 
de poderes (subs. total). 
 
↬Existem duas formas de um advogado 
adentrar em um processo judicial: 
 
1º Procuração; 
2º Substabelecimento com reserva 
de poderes (subs. parcial). 
 
✘ Procuração: 
 
Mandante X Mandatário 
(outorgante) (outorgado) 
 
A procuração geralmente é particular. 
Essa forma de entrar no processo é 
geralmente enquanto ele não existe, 
sendo em um momento anterior. 
 
A segunda espécie da procuração é por 
instrumento público, geralmente vista no 
direito de família, quando o assunto em 
questão envolve menores e atos solenes. 
 
Quanto a forma de lavratura das 
procurações: 
 
• Lavratura Direta – Corpo de 
texto inteiro. (Começa a escrever 
e não para, até o final) 
• Procuração por Divisão – É 
divida por parágrafos. 
(1º parágrafo: outorgante, 2º 
parágrafo: outorgado, 3º 
parágrafo: os poderes. Esse é o 
modelo mais simples.) 
 
Existem dois tipos de poderes em civil, os 
poderes gerais e os poderes especiais. Os 
poderes servem para o outorgado 
(advogado no caso) poder fazer certos 
atos e atuar em certas fazes do processo. 
 
• Poderes Gerais – Capacidade 
postulatória (endoprocessual e 
extraprocessual) daquele que 
está inscrito regularmente na 
OAB. 
• Poderes Especiais – Esses 
poderes devem estar expressos 
na procuração. Exemplo desses 
poderes é receber e dar 
quitação, transigir... Estão 
elencados no artigo 105 do CPC. 
 
↬Observações: 
 
o A quitação pode ser de duas 
formas, total ou parcial. A total é 
quando se concorda com o valor 
que está disponível em juízo, e a 
parcial é quando se concorda em 
parte e deseja executar o que 
falta. 
o Transigir é transacionar, acordar. 
Prestar atenção no princípio da 
vedação do locupletamento ilícito 
(tipo, acordo bom só para uma 
parte, se valer do acordado e 
passar a perna) 
 
o Princípio da Transparência: O 
advogado outorgado pela 
procuração, por entendimento 
do STJ, não pode simplesmente 
@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
colocar na procuração “poderes 
do artigo 105 do CPC”, ele tem 
que especificar o que e quais 
poderes você vai exercer. 
 
o Cláusula Ad Judicia: Poder de 
representação dentro do 
judiciário. 
o Cláusula Ad Judicia Et Extra: 
Poder de representação fora do 
judiciário. 
 
Artigo 105 – CPC: “A procuração geral para o 
foro, outorgada por instrumento público ou 
particular assinado pela parte, habilita o advogado 
a praticar todos os atos do processo, exceto 
receber citação, confessar, reconhecer a 
procedência do pedido, transigir, desistir, 
renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, 
receber, dar quitação, firmar compromisso e 
assinar declaração de hipossuficiência econômica, 
que devem constar de cláusula específica.” 
 
↬Modelo de Procuração: 
 
o Modelo em anexo (01); 
o Advogado nunca assina a procuração; 
o Negrite: “Procuração, outorgado, 
outorgante, poderes”; 
o Nos dados, a CTPS não deve ser 
colocada para fins de identificação; 
o Não existe necessidade do outorgado 
ser advogado em certas situações; 
o Escolha, escrava em sua procuração 
ou o termo “Ad Judicia” ou “para foro 
em geral”; 
o Especifique, por exemplo, no 
momento em que se diz na peça 
“intentar ação”, especifique, “intentar 
ação, principalmente em face de 
XXX”; 
o Se quiser, ou se for o caso de se 
fazer necessário, pode colocar todos 
os poderes do artigo 105 ou até 
mesmo outros. 
o De acordo com o artigo 106, I do CPC 
é ônus do advogado informar seu 
endereço. Não pode colocar o 
endereço do escritório compartilhado 
da OAB. 
 
Artigo 106, I – CPC: “Art. 106. Quando postular em 
causa própria, incumbe ao advogado: 
I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o 
endereço, seu número de inscrição na Ordem 
dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade 
de advogados da qual participa, para o 
recebimento de intimações;” 
 
 
✘ Substabelecimento Com Reserva de 
Poderes – Parcial: 
 
É o documento pelo qual o advogado 
delega a outro advogado poderes para 
trabalhar em determinado ato no 
processo. 
 
Tem que sempre pensar e tomar cuidado 
para quem você vai dar o 
substabelecimento com reserva. 
Posteriormente é até possível retirar o 
substabelecido do processo, mas é chato. 
 
Quando um advogado faz o 
substabelecimento com reserva de 
poderes, ele passa poderes gerais e 
especiais, inclusive receber e dar quitação. 
Até mesmo nesse tipo de 
substabelecimento é possível a revogação. 
 
Substabelecente X Substabelecido 
 (outorgado) (novo advogado) 
 
A responsabilidade do advogado 
substabelecente em todos os âmbitos 
@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
continua, ele continua com seus deveres 
e no processo, só está assessorado pelo 
substabelecido. 
 
↬Uma procuração nova no meio do 
processo revoga tacitamente as outras, 
pois a responsabilidade dos antigos 
advogados com o cliente continua, o 
outorgante (cliente) poderá responder civil 
e penalmente em face dos advogados 
retirados pois a maneira como eles foram 
retirados não foi correta. 
 
↬Quando um advogado dá um 
substabelecimento com reserva idêntica 
ou não, o substabelecido não tem direito 
aos honorários contratuais, nem mesmo 
substabelecer a outros sem autorização 
do substabelecente. 
 
O substabelecimento só termina quando é 
revogado. 
 
↬Modelo de Substabelecimento Com 
Reserva: 
 
o Modelo em anexo (02); 
o A diferença deste modelo para o sem 
reserva só tem 2 diferenças: 
1. Ao invés de “com reserva” será 
“sem” no texto; 
2. Deve haver 3 assinaturas no sem 
reserva, a do substabelecente, do 
substabelecido e a do cliente. 
o Atualmente é entendimento do STJ 
que uma vez que você tenha mais de 
um substabelecimento no processo, 
ou vários substabelecidos em um 
único substabeleciemento, os 
honorários sucumbenciais são devidos 
igualmente entre os advogados do 
processo. 
 
✘ Revogação de Procuração: 
 
É uma peça exclusiva do cliente quando 
não quer mais o advogado que ele já tem. 
 
↬É a única peça em que o legislador 
coloca a salvo todos os tipos de 
honorários. 
 
Artigo 111 – CPC: “A parte que revogar o mandato 
outorgado a seu advogado constituirá, no mesmo 
ato, outro que assuma o patrocínio da causa. 
Parágrafo único. Não sendo constituído novo 
procurador no prazo de 15 (quinze) dias, 
observar-se-á o disposto no art. 76.” 
 
↬Modelo de Revogação de Procuração: 
 
o Modelo em anexo (04); 
o O advogado deverá fazer duas vias, 
uma enviada ao advogado anterior e a 
outra ao juízo comprovando seu ônus 
de conceder ciência inequívoca; caso 
contrário, passível de responsabilização 
penal, civil e administrativa perante o 
TED- Tribunal de Ética e Disciplina da 
OAB, ao somente juntar nova 
procuração! 
 
 
✘ Renúncia: 
 
É peça exclusiva do advogado quando 
quer sair de um processo. 
 
Geralmente ocorre na quebra de contrato. 
 
Artigo 112 – CPC: “Art. 112. O advogado poderá 
renunciar ao mandato a qualquer tempo, 
provando, na forma prevista neste Código, que 
comunicou a renúncia ao mandante, a fim de que 
este nomeie sucessor. 
@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
§ 1º Durante os 10 (dez) dias seguintes, o 
advogado continuará a representar o mandante, 
desde que necessário para lhe evitar prejuízo 
§ 2º Dispensa-se a comunicação referida 
no caput quando a procuração tiver sido 
outorgada a vários advogados e a parte continuar 
representada por outro, apesar da renúncia.” 
 
↬Observação: 
 
O §2º é uma inovação. 
 
o A regra é tanto a revogação 
quanto a renúncia tem de se ter 
ciência do cliente, e deve ser 
feita preferencialmente por AR 
(aviso de recebimento – 
correios), pois é amaneira mais 
segura onde se consegue ter um 
comprovante de que o cliente 
ficou ciente. Pode fazer essa 
comunicação de boca, telefone 
ou até e-mail, mas é por sua 
própria conta e risco. 
o A exceção é que na renúncia, 
quando tiver mais de um 
advogado no processo, e 
somente 1 deles que vai sair, não 
é necessário notificar o cliente. 
Basta 1 advogado ficar para não 
precisar. 
 
ü A renúncia revoga substabelecimento 
com reserva de poderes? 
SIM. 
 
↬A renúncia tem um prazo de vinculação 
do advogado, por um período de 10 dias 
após a notificação do cliente. 
 
↬Modelo de Renúncia: 
 
o Modelo em anexo (03); 
o É uma peça imotivada. Pode colocar o 
motivo no texto se quiser, só encaixar 
em um dos parágrafos; 
o Para sua segurança na prática: São 
duas vias da peça, mande uma por AR 
para o cliente, dizendo nesse 
“Notificação de renúncia. Processo nº 
00123-34.2020.8.19.0203”, pegar a nota 
que você vai receber no correio com 
o código de rastreamento. 
Se o cartão com o termo voltar sem 
a notificação do cliente, junte a cópia 
do AR negativo aos autos. O ônus de 
notificar o cliente é do advogado. 
 
 
✘ Substabelecimento Sem Reserva de 
Poderes – Total: 
 
Esta peça é feita quando as duas partes 
estão de acordo no destrato, ou há 
impedimento do advogado. 
 
↬Aqui tem que ter para quem 
substabelecer, e a anuência de quem vai 
ser substabelecido. 
 
↬Tem que ter a ciência do cliente, ciência 
não é concordância. 
 
A saída automática é do substabelecente, 
não tem prazo, aqui a renúncia é direta e 
total, abrindo mão da procuração que 
passa a ser sem existência (no campo da 
validade), sendo assim o novo advogado 
deve colocar uma procuração nova. 
 
↬Se deve fazer ou a peça de 
substabelecimento sem reserva ou a peça 
de renúncia, nunca os dois, pois assim, o 
cartório ficará em duvida se o advogado 
@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
terá prazo de vinculação ou não, no caso 
de protocolamento das duas. 
 
 
✘ Contrato de Honorários 
Advocatícios: 
 
Todo advogado deve ter, é uma regra 
básica. Ele depende da área e do tipo de 
cliente. 
 
A obrigação de um advogado é de meio, 
não de resultado. Ou seja, usar dos meios 
lícitos e possíveis juridicamente para 
alcançar os resultados almejados. 
 
Não é uma relação de consumo, motivo 
pelo qual o CDC (L. 8078/90) não incide 
na relação contratual advogado com 
cliente. 
 
↬Cláusulas do contrato: 
 
1ª - Objeto: Que tipo de serviço de 
advocacia estará sendo prestado. 
 
• Consultoria – Caráter 
preventivo; 
• Assessoria – Realização de 
um determinado ato ou 
fase processual em um 
processo que já 
instaurado; 
• Advocacia – É a 
consultoria e a assessoria 
junto. 
 
Aqui ainda se deve estabelecer: 
• Qual área você irá atuar; 
• Quais processos você estará 
atuando; 
• Limitar a jurisdição a se atuar, 
especificando a comarca; 
• Estipular até que momento o 
advogado vai atuar. 
2ª - Remuneração: É estipulada para 
dizer quanto e como o cliente irá 
pagar. 
v Pelo STJ, deve se observar 2 
princípios: 
• Princípio da Proporcionalidade; 
• Princípio da Razoabilidade; 
Ou seja, o valor cobrado não pode 
ser maior do que eventualmente o 
cliente vai ganhar (em média). 
 
• Geralmente o advogado faz um 
“contrato de êxito”, traduzindo, só 
vai receber se ganhar a causa. 
Ganhando a ação, o percentual a 
se receber geralmente é 
estipulado em 30% do valor da 
sentença. 
• O artigo 85, §2º do CPC fala dos 
honorários de sucumbência, aqui 
quem paga é a parte que 
“perde”, e pode variar até 20% 
do valor da sentença. 
 
Artigo 85 – CPC: “ A sentença condenará o 
vencido a pagar honorários ao advogado do 
vencedor. 
 § 2º Os honorários serão fixados entre o 
mínimo de dez e o máximo de vinte por cento 
sobre o valor da condenação, do proveito 
econômico obtido ou, não sendo possível 
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, 
atendidos: 
I - o grau de zelo do profissional; 
II - o lugar de prestação do serviço; 
III - a natureza e a importância da causa; 
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o 
tempo exigido para o seu serviço.” 
 
↬Existem três espécies de honorários: 
 
@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
Artigo 22 – L.8.906/94: “A prestação de serviço 
profissional assegura aos inscritos na OAB o 
direito aos honorários convencionados, aos 
fixados por arbitramento judicial e aos de 
sucumbência.” 
 
• Contratuais: São os estipulados na 
cláusula remuneratória do contrato, 
convencionado com o cliente, na qual 
o cliente paga o advogado; 
• Sucumbenciais: São aqueles do §2º do 
artigo 85 do CPC, ou seja, pertencem 
ao advogado e são pagos pelo 
vencido na demanda, bem como 
estipulados pelo tribunal. (Não tem no 
JEC.) 
• Arbitrados/Fixados: São aqueles que o 
tribunal tem que fixar de acordo com 
o percentual máximo estabelecido 
pelo artigo 85, §2º do CPC, quando o 
advogado não possuir contrato. 
 
 
✘ Descumprimento do Contrato Pelo 
Cliente: 
 
Se o cliente não cumpriu a cláusula 
remuneratória , faz-se necessário o 
advogado proceder de certo modo para 
receber o que lhe é devido. Existem duas 
formas (legais, mandar torturar ou 
assustar não é opção): 
 
o O contrato tem que ter 2 assinaturas 
de testemunhas, assim ele se torna 
um título executivo. Nesse caso, se o 
cliente não pagar ao advogado, o 
advogado poderá executar o contrato. 
o O artigo 22, §4º da lei 8.906/94 é o 
instituto da reserva de honorários. 
Sendo assim, o advogado não precisa 
esperar terminar o processo para 
executar os honorários devidos. 
Quando perceber que tem depósito 
disponível na conta judicial do 
processo, é só pegar o contrato, fazer 
uma petição ao juízo pedindo para 
“reservar” os seus honorários 
(sucumbências e contratos). 
 
Artigo 22,§2º - Lei 8.90694: “Na falta de 
estipulação ou de acordo, os honorários são 
fixados por arbitramento judicial, em 
remuneração compatível com o trabalho e o 
valor econômico da questão, não podendo ser 
inferiores aos estabelecidos na tabela organizada 
pelo Conselho Seccional da OAB.” 
 
Artigo 22,§4º - Lei 8.906/94: “ Se o advogado 
fizer juntar aos autos o seu contrato de 
honorários antes de expedir-se o mandado de 
levantamento ou precatório, o juiz deve 
determinar que lhe sejam pagos diretamente, por 
dedução da quantia a ser recebida pelo 
constituinte, salvo se este provar que já os 
pagou.” 
 
 ↬Hipóteses de honorários em relação à 
saída do advogado do processo: 
 
Independente do advogado querer sair do 
processo ou o cliente retira-lo, os 
honorários contratuais sempre serão 
devidos ao advogado. 
 
↬Exemplo: 
Advogado em processo recém 
constituído, antes mesmo da primeira 
audiência, recebe ligação do cliente 
dizendo que deseja retira-lo do processo. 
Com a vontade de distrato do cliente, o 
advogado será retirado do processo e da 
capa dos autos. 
O advogado irá então acompanhar o 
processo até o final, e quando tive valor 
@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
disponível depositado em juízo, deverá 
peticionar juntando o contrato com o 
cliente (título executivo), mesmo que 
desfeito, juntamente com o pedido de 
reserva de honorários que lhe é devida. 
Não é porque houve destrato que o 
advogado deixará de receber. 
 
ü E se houver advogado substabelecido? 
Vamos supor que o advogado passou um 
substabelecimento para outros 3 
advogados, no momento em que há o 
distrato, ocorre a saída do advogado 
principal, e por consequência, os por ele 
substabelecidos também saem. 
ü Os honorários contratuais, nesse caso, 
pertencem somente ao advogado ou 
aos substabelecidos também, a ser 
repartido? 
Os honorários (geralmente 30%) 
pertencem exclusivamente aos advogados 
constantes na procuração. 
 
↬Observação: 
 
Existem duas teorias importantes, feitas e 
aplicadas pelo STJ, diretamente 
relacionadas ao direito processual civil a 
serem estudadas aqui: 
 
o Teoria da perda de uma chance: É a 
situação que o advogado deixa de agir, 
prejudicando o cliente em um grausem reversão. 
Ex. Advogado que deixou de fazer 
algum recurso, preclusão. 
*Esse cliente poderá, posteriormente, 
adentrar no judiciário pretendendo 
uma indenização face ao ocorrido. 
o Teoria do desvio produtivo: Sabe a 
perda de tempo desnecessária? Tipo 
quando você tenta resolver problemas 
com operadoras de telefonia por 
telefone, então você olha o tempo 
que você está esperando para ser 
atendido ou ter o problema 
solucionado... já fazem horas. 
O STJ diz que todas as prestações de 
serviços deveriam ser eficientes, 
eficazes e adequadas... e se elas não 
são, fazendo com que o consumidor 
perca um tempo desnecessário, ele 
tem que ser ressarcido pelo tempo 
que ele perdeu. Em vista desse 
entendimento, existe uma grande 
demanda no judiciário pleiteando isso 
aí. 
 
↬Quanto aos honorários de sucumbência, 
também são exclusivos do advogado, 
contudo, são divididos pela quantidade de 
advogados constantes no processo, tanto 
os na procuração quanto os 
substabelecidos. 
 
↬Quanto as formas de o advogado sair ou 
ser retirado do processo em relação aos 
honorários sucumbências, se eles são 
determinados na sentença pelo juiz 
singular de primeira instância, são 
pertencentes ao advogado que atuou no 
processo. 
Se por algum acaso este advogado sair 
do processo ou for retirado, os honorários 
sucumbências de primeira instância a ele 
são devidos. Em segunda instância, entra 
outro advogado, esse novo advogado não 
terá direito aos honorários de primeira 
instância, sim os da segunda instância, que 
irão pertencer ao novo advogado. 
 
Agora, pense no seguinte caso, o 
primeiro advogado atuou sozinho em 
primeira instância, foram arbitrados 20% 
de honorários sucumbências. Esses 20% 
são devidos ao primeiro advogado. Houve 
@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
recurso, este primeiro advogado até 
atuou na feitura da peça, mas por algum 
motivo, houve distrato entre ele e o 
cliente, ele foi retirado do processo nesse 
momento processual. 
Logo em seguida, foi constituído o 
segundo advogado que atuou no resto do 
processo na segunda instância. A 
sentença da segunda instância concedeu 
10% de honorários sucumbências. A quem 
esses honorários são devidos? 
Simples, seguirá a mesma regra básica de 
honorários, eles serão divididos entre os 
advogados que atuaram nessa instância no 
processo. Será 5% para o primeiro 
advogado e 5% para o segundo, 
totalizando 20% (referente a primeira 
instância) + 5% para o primeiro e 
somente 5% para o segundo. 
 
↬Quanto aos honorários arbitrados, é 
aquela situação do advogado que não tem 
contrato fixado, eles são devidos somente 
aos advogados constantes em 
procuração, não se estendendo aos 
substabelecidos. 
 
↬Cliente não pode ser envolvido na 
relação entre os advogados, caso haja 
discussão/desentendimentos entre os 
advogados, estes devem resolver em via 
apropriada, e não pedindo audiência 
especial dentro do processo do cliente, 
gerando mais morosidade para ele e para 
o juízo. 
 
↬No artigo 111 do CPC se vê que a única 
forma na lei, expressamente dita, de 
garantir os honorários sucumbências do 
advogado é a revogação de procuração. 
ü Mas como assim? 
Vamos supor que o cliente não quer mais 
o seu advogado, então ele vai pedir ao 
advogado que faça o documento que ele 
tem que fazer para retirar-se do processo. 
Mas pera um segundo. 
ü É o cliente que quer retirar o 
advogado ou o advogado que quer 
sair? 
É o cliente que quer retirar. 
ü Qual e a peça exclusiva do cliente? 
É a revogação de procuração. 
ü Quem é que faz a revogação? 
Lembre-se, o cliente é leigo, quem fará 
esta peça é o advogado novo. Esse 
advogado novo vai querer que o cliente 
volte ao advogado antigo e fazer ele pedir 
para o primeiro advogado fazer um 
substabelecimento sem reserva ou uma 
renúncia. 
ü Mas qual o motivo dele fazer isso? 
Porque o advogado novo sabe que a 
revogação de procuração é a única 
garantia que ele tem expressa na lei de 
garantia de seus honorários sucumbenciais. 
 
Na prática, toda essa situação quer dizer, 
que o STJ não tem pacificado que na 
renuncia e no substabelecimento sem 
reserva, o advogado não estaria abrindo 
mão dos honorários sucumbenciais. 
 
Traduzindo: amanhã ou depois, se um 
novo advogado quiser ir ao STF, 
questionar o antigo advogado que saiu do 
processo por uma dessas duas peças 
acima, por esse antigo advogado querer 
parte das sucumbências a eles em tese 
devidas, esse novo advogado irá alegar 
que a única forma expressa em lei de o 
antigo advogado ter mantido seu direito 
aos honorários sucumbências era através 
de uma revogação de procuração. (Ou 
seja, se o antigo advogado cair naquele 
papinho, ele vai ser tapeado.) 
 
@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
✘ Responsabilidade Civil e Danos 
Materiais e Morais na Prática de 
Tribunal: 
 
o O Direito Civil brasileiro tem um 
sistema dual de responsabilidade civil, 
ou seja, em regra o CC adota a 
responsabilidade civil subjetiva e, em 
casos excepcionais, adota a objetiva, 
como por exemplo nas relações de 
consumo (lei nº. 8078/90). 
 
↬Quando dizemos que a responsabilidade 
civil é subjetiva significa que, o autor do 
processo terá que provar que o réu 
praticou ato ilícito (art. 186, 927 e 
944/CC), nexo causal entre a conduta e o 
resultado (que aquele dano foi decorrente 
do agir ou não do réu, o que liga o dano 
ao ato ilícito) e o dano configurado que 
pode ser material ou moral (art. 5, 
X/CRFB-88). 
 
Artigo 186 – CC: “Aquele que, por ação ou 
omissão voluntária, negligência ou imprudência, 
violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito.” 
 
Artigo 927 – CC: “ Aquele que, por ato ilícito 
( arts. 186 e 187 ), causar dano a outrem, fica 
obrigado a repará-lo.” 
 
Artigo 944 – CC: “A indenização mede-se pela 
extensão do dano.” 
 
Artigo 5, X – CRFB: “são invioláveis a intimidade, 
a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo dano 
material ou moral decorrente de sua violação;” 
 
Assim, em regra, o autor tem seu ônus 
de prova que é a prova constitutiva de 
sua alegação e o réu tem o seu ônus de 
prova que são as provas modificativas, 
extintivas ou impeditivas do direito do 
autor. 
 
Quando a responsabilidade civil é objetiva, 
fica mais fácil em âmbito de tribunal para 
o autor, pois o mesmo somente tem que 
provar o nexo causal e o dano; haja vista 
que, há uma presunção de ato ilícito 
praticado pelo réu. 
 
O mais difícil é a comprovação, sendo 
muito mais que uma mera alegação. A 
materialização do conjunto probatório é 
comprovada por provas legais e legítimas 
admitidas em direito, como por exemplo, 
a prova testemunhal que é largamente 
utilizada, embora sujeita à contradita (ato 
em que o advogado do ex-adverso 
impugna em audiência, mediante 
provas, a testemunha arrolada pelo outro 
advogado, geralmente, pelo fato da 
mesma possuir algum vínculo com a parte 
seja de parentesco, amizade ou amoroso, 
ou então, possuir interesse no êxito da 
demanda). 
 
↬A necessidade de um bom conjunto de 
provas colhidas e apresentadas no 
momento oportuno de um processo 
judicial, tem o condão de proporcionar o 
deferimento integral ou parcial dos 
pedidos autorais; assim como, a sua 
insuficiência ou inexistência acarretam o 
indeferimento do pleito autoral. A questão 
somente modifica quando temos a 
incidência do deferimento judicial na fase 
de saneamento dos autos da inversão do 
ônus da prova. 
 
Aliás, sobre isso, cumpre esclarecer que, 
com o advento do novo CPC que nem é 
tão novo assim mais, tem-se a 
possibilidade de inversão do ônus da prova 
@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
em todas as demandas judiciais, ou seja, 
não importa mais a natureza da relação 
jurídica entre as partes como outrora, em 
que antes somente era possível tal 
inversão em relações de consumo. 
 
 
✘ Prova Diabólica. 
	
↬Hoje, o advogado deve comprovar em 
juízo a prova diabólica. Provadiabólica é 
como chamamos em processo civil aquela 
prova que é de difícil produção, ou então, 
impossível produção. Por isso, é que 
muitas empresas começaram a enviar 
para seus clientes os contratos de 
serviços prestados por e-mail, porque era 
bem comum em sede de tribunal, o 
deferimento pelo juiz do pedido de 
inversão do ônus da prova feito pelo 
advogado do autor, haja vista que seu 
cliente não tinha como ter acesso ao 
contrato que, muitas vezes, era realizado 
somente verbalmente por meio telefônico. 
 
↬Assim, a inversão do ônus da prova, isto 
é, a possibilidade de a parte não ter que 
produzir seu ônus probatório passando 
todo o ônus à parte contrária, somente é 
possível, em caso de constatada pelo 
juízo nos autos de patente prova diabólica 
(art. 373, I, II, §1º do CPC). 
 
o Prova diabólica = pano de fundo de 
verdade (veracidade), isto é, plausível 
as alegações autorais e hipossuficiência 
técnica na produção da prova. 
. 
Verificado que o caso comporta os dois 
requisitos, o juízo na fase de saneamento 
do processo, diante do pedido realizado 
pela parte, poderá conceder a inversão. 
 
↬Lembre-se de que o advogado deve 
ficar muito atento, porque até hoje a 
grande maioria dos juízes somente 
verificam o pedido de inversão do ônus 
de prova ao proferir sentença. Algo 
incabível, pois além de previsão legal clara 
do CPC, a verificação de deferimento ou 
não de inversão de ônus de prova 
somente na sentença causa, tanto ao 
autor como ao réu muito prejuízo, pois 
prejudica ambos, um porque não sabia 
que estava sem o ônus de produzir tal 
prova e, ao outro, porque não sabia que 
tinha que produzir mais essa prova. 
 
A inversão do ônus de prova demanda 
análise concreta de valoração pessoal pelo 
juízo de cada caso particular dos autos. 
Independentemente, de concessão ou 
não de inversão do ônus de prova, em 
âmbito de tribunal, é sempre bom que o 
advogado esteja atento na produção de 
seu ônus probatório. Contar com a sorte 
não faz parte do Direito. 
 
 
Artigo 373 – CPC: “O ônus da prova incumbe: 
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu 
direito; 
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, 
modificativo ou extintivo do direito do autor. 
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de 
peculiaridades da causa relacionadas à 
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de 
cumprir o encargo nos termos do caput ou à 
maior facilidade de obtenção da prova do fato 
contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova 
de modo diverso, desde que o faça por decisão 
fundamentada, caso em que deverá dar à parte 
a oportunidade de se desincumbir do ônus que 
lhe foi atribuído.” 
 
ü Em qual momento o juiz deve 
averiguar se é caso de inversão do 
ônus da prova? 
@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
Na fase de saneamento, eis o que dispõe 
o artigo 357, Inciso III do CPC: “Não 
ocorrendo nenhuma das hipóteses desde 
Capítulo, deverá o juiz, em decisão de 
saneamento e de organização do 
processo: (...) III- definir a distribuição do 
ônus da prova, observado o art.373;”. 
Assim, o advogado deverá comprovar a 
prova diabólica para pleitear a inversão do 
ônus de prova.... 
 
↬Observação sobre Prova Diabólica: 
 
o É admitida em qualquer relação 
jurídica, porque o CPC/73 diz que só 
caberia em relação de consumo. 
o Tem 3 espécies de prova diabólica: 
Convencional, Legal e Judicial. 
o O juiz mesmo com a determinação do 
CPC, só da a inversão do ônus da 
prova na sentença, o que é errado. 
Então acaba sendo ônus do advogado 
assinalar ao juiz a necessidade de 
inversão, não sendo essa prática 
considerada nulidade se por acaso o 
advogado a arguir, sob argumento de 
que o juiz deferiu (ou não) na fase 
errada. – Entendimento do STJ. 
 
 
✘ Danos relacionados a 
responsabilidade civil. 
	
Como já foi mencionado, em regra a 
responsabilidade civil no Brasil é: 
 
o Subjetiva – necessidade de 
comprovação; 
o Nexo causal; 
o Dano. 
 
Hipóteses de exceção de reponsabilidade 
civil Objetiva na legislação: 
 
Artigo 734 – CC: “O transportador responde 
pelos danos causados às pessoas transportadas e 
suas bagagens, salvo motivo de força maior, 
sendo nula qualquer cláusula excludente da 
responsabilidade.” 
	
Artigo 938 – CC: “Aquele que habitar prédio, ou 
parte dele, responde pelo dano proveniente das 
coisas que dele caírem ou forem lançadas em 
lugar indevido” 
 
Artigo 37, §6º - CRFB: “A administração pública 
direta e indireta de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade 
e eficiência e, também, ao seguinte: 
6º As pessoas jurídicas de direito público e as de 
direito privado prestadoras de serviços públicos 
responderão pelos danos que seus agentes, 
nessa qualidade, causarem a terceiros, 
assegurado o direito de regresso contra o 
responsável nos casos de dolo ou culpa.” 
 
Em relação ao artigo 37 acima 
mencionado, se faz necessário frisar que a 
responsabilidade civil do Estado é objetiva, 
em regra., principalmente momento que 
ele age. Agora, quando o Estado é omisso, 
o STF tem 3 entendimentos em relação 
a responsabilidade civil: 
 
1º - Tanto na ação como na omissão, a 
reponsabilidade civil vai ser objetiva; 
2º - Na ação a responsabilidade civil é 
objetiva, e na omissão é subjetiva; 
3º - Tanto na omissão quanto na ação 
será objetiva, contudo nas hipóteses de 
omissão, dependerá se ela for genérica 
ou específica. 
o Genérica – Subjetiva; 
o Específica – Objetiva. 
 
 
 
@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
↬Observação: 
 
Uma coisa é o Estado omisso, e outra 
coisa é o agente (servidor publico) ser 
omisso. A omissão do servidor é subjetiva, 
tendo de se provar se o Estado concorre 
com a omissão ou não. 
 
Se o funcionário publico pratica a ação 
indevida, ocorre a chamada “Teoria da 
Dupla Garantia”, que garante ao servidor 
nos momentos em que pratica tais ações, 
o Estado que irá responder em seu nome. 
O Estado então irá entrar com um 
Processo Administrativo Disciplinar, se 
comprovada culpa exclusiva do agente o 
Estado entrará com uma ação de 
regresso contra o servidor. 
 
↬Observação: 
 
Artigo 206, §3º, V – CC: “Prescreve: 
§ 3º Em três anos: 
V - a pretensão de reparação civil;” 
 
Esse artigo versa sobre a prescrição para 
se entrar com uma reparação de danos. 
O problema é que existe uma lei 
específica que já versa sobre o assunto, e 
o STF entendeu que regra geral não 
revoga lei específica (Lei 9.494/97). No 
artigo diz que prescreve em 3 anos, na lei 
em 5 anos... seguimos o prazo da lei. 
 
↬Observação: 
	
Em relação as obras estatais, vamos supor 
que uma delas caia depois de pronta na 
cabeça de alguém, a responsabilidade do 
Estado é objetiva. É diferente quando 
dizemos a respeito de quem está 
executando a obra, pois se está sendo 
feita por um particular para o Estado, 
quem responde em um primeiro 
momento é a empreiteira objetivamente, 
e o Estado subsidiariamente 
subjetivamente por entendimento do STJ. 
 
↬Observação: 
 
↬Teoria do risco administrativo: a 
obrigação de indenizar surge do só ato 
lesivo causado à vítima pela 
Administração, não se exigindo qualquer 
falta do serviço público, nem culpa dos 
seus agentes. Basta a lesão, sem o 
concurso do lesado. 
 
Nesse sentido da teoria do risco 
administrativo devemos observar a 
diferenciação dos casos fortuitos: 
 
o Caso Fortuito Interno - É um caso 
fortuito mesmo, exemplo é a rebelião 
em um presídio. Aqui o Estado 
responderá objetivamente. 
o Caso Fortuito Externo – É um caso 
de força maior, exemplo é um preso 
morrer no pátio por ser atingido por 
um raio. Aqui o Estado responde 
subjetivamente. 
	
	
↬Dano Material: 
 
Quanto ao dano material, há de ser 
observado que na dinâmica de tribunal do 
dia a dia, temos dois tipos: 
 
Dano Emergente X Lucros Cessantes 
 
↬Danos emergentes são os danos 
imediatos, incontinenti, sofridos pelo autor. 
 Ex.: Seu cliente comprar 
umageladeira e a mesma não funcionar, 
não importa se por vício oculto (defeito 
de fabricação) ou não, o fato é que 
@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
supondo que ele tenha acabado de 
realizar as compras do mês... efetivamente, 
todos os alimentos perdidos e o aparelho 
são considerados danos emergentes. 
 
No caso de danos emergentes, o pleito 
do pedido de condenação do réu em 
sede de inicial a ser oferecida em Juízo, é 
o valor exato dos bens perdidos com 
juros à época da citação (STJ) e mais 
correção monetária do trânsito em 
julgado da decisão (não cabível mais 
recursos), pela desvalorização econômica 
sofrida ao longo do tempo, ou seja, o 
valor que seu cliente pagou na geladeira 
quando comprou em 2015 ele não vai 
conseguir comprar outra igual em 2020 
pelo mesmo valor! 
↬Agora, por outro lado, lucros cessantes 
é outra espécie de dano material 
consubstanciado naquilo que o autor 
deixou de ganhar. 
Ex.: Vamos supor que no exemplo 
mencionado anteriormente, seu cliente 
venha a utilizar a geladeira que ele 
comprou para alimentar a família e 
também para produzir e armazenar 
comida congelada que é a sua única fonte 
de renda. 
Com o não funcionamento do aparelho 
(geladeira), o autor, seu cliente, não tem 
como trabalhar na produção, 
congelamento e entrega das comidas 
congeladas e, por isso, deixa de ganhar o 
dinheiro mensal do sustento próprio e da 
família. 
Assim, todo valor que seu cliente deixou 
de ganhar é considerado dano material 
consubstanciado em lucros cessantes. O 
pedido de condenação da inicial deverá 
ser feito com o valor que deixou de 
ganhar do dia do dano até o dia da 
propositura da ação (ex: ele ganhava R$ 
100,00/dia X 24 dias parado= 2.400,00) e, 
mais a expressão “os valores vincendos”, 
ou seja, você como advogado não tem 
como mensurar ao certo quando a 
geladeira voltará a funcionar, ou então, 
outro tipo de solução semelhante pelo 
réu, ou então, quando a lide (conflito 
qualificado por uma pretensão resistida) 
será resolvida. 
 
↬Dano Moral: 
 
↬Por outra vertente, dano moral é 
entendido como in re ipsa, ou seja, 
presumido! 
 
É um dano extrapatrimonial, subjetivo, isto 
é, não passível de ser mensurado por 
pecúnia. São ligados aos infortúnios, abalos 
emocionais, sofrimento, vergonha, 
vexame, ou qualquer abalo psíquico e/ou 
emocional que a parte venha a ter. 
 
Em razão de ser um dano 
extrapatrimonial, cada Juízo fará uma 
valoração pessoal de acordo com o caso 
concreto e, uma vez que ele vem a 
entender a não configuração do mesmo, 
a decisão judicial será na afirmativa de que 
a parte sofreu um “mero aborrecimento” 
(é entendido como algo decorrente do 
cotidiano comum, ou seja, suscetível de 
acontecer a qualquer ser humano em 
razão da dinâmica de uma vida social). 
 
Dessa forma, quando o Poder Judiciário 
vem a entender que a parte não faz jus à 
compensação por danos morais, há o 
indeferimento do pleito autoral por razão 
de ser compreendido como “mero 
aborrecimento”. 
 
 
@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
↬Observações: 
 
Cuidado com as nomenclaturas! 
 
o Danos materiais são indenizados e 
danos morais são compensados! 
o Por isso, é que a ação será: Ação 
de indenização por danos materiais 
e/ou Ação de compensação por 
danos morais! 
o Ps. reparação é termo técnico no 
caso de eventuais perdas e danos! 
 
↬Cabe ressaltar que, em sede de danos 
morais, há muito também por parte da 
doutrina e da jurisprudência, a chamada 
“indústria do dano moral”, são os casos no 
tribunal de pessoas que utilizam o 
Judiciário como uma espécie de fonte de 
renda, ou então, qualquer coisa acionam 
por meio judicial, ou então, quando o fato 
poderia ser resolvido por via administrativa, 
a qual sequer houve tentativa. 
 
↬Aliado à “indústria do dano moral” temos 
a chamada “banalização do dano moral” 
que enseja a aplicação e discussão das 
vertentes do outro lado das chamadas, 
“teoria do desestímulo” e “teoria do 
caráter pedagógico punitivo do dano 
moral” -(Veja jurisprudências sobre o 
tema de grande relevância diariamente 
em sede de decisões judiciais)-. 
 
Como o dano moral não pode ser 
mensurado, ele é uma forma subjetiva de 
compensação. O julgador vai expressar a 
sua valoração caso a caso, para 
determinar o valor da sentença. 
Interessante é que, embora o dano moral 
seja extrapatrimonial, o próprio STJ tem 
uma tabela antiga sobre hipóteses 
ensejadoras de compensação, para tentar 
diminuir a discrepância dos valores das 
sentenças, a exemplo da perda de um 
dedo acarretar 6 mil de danos morais. 
 
Por essa razão que, casos como corte 
abrupto e indevido de luz, negativação 
nos cadastros restritivos de crédito (SPC e 
SERASA), envio de cartão de crédito não 
solicitado (Súmula 532/STJ), cair em locais 
como mercado, loja e cia, má prestação 
de serviço, dentre tantos outros não tem 
o condão, no Brasil, de gerar decisões 
judiciais elevadas. 
 
ü Dessa forma, qual o parâmetro que o 
advogado tem que ter para pleitear 
pedido de condenação do réu por 
danos morais em sede de inicial 
intentada? 
 As decisões judiciais dos casos 
semelhantes. O advogado deve pesquisar 
as causas semelhantes as do seu cliente e, 
em caso de deferimento judicial, o 
quantum que o tribunal vem arbitrando 
para os danos morais. 
 
↬Observação: 
 
Equívoco muito comum, em matéria de 
tribunal, é o advogado colocar o valor de 
alçada de execução, a exemplo de iniciais 
de JEC- lei nº. 9.099/95: “condenação em 
40 salários mínimos”. Ora, primeiro que 
valores devem ser líquidos e certos, o 
CPC autoriza em raríssimas exceções 
valores abertos e, mais ainda, em sede de 
JEC não há fase de liquidação de 
sentença; razão pela qual, incabíveis 
valores não liquidados! 
E, mais ainda, caso seu cliente não faça 
jus à JG (Gratuidade de Justiça), ele terá 
que pagar o preparo (custas do recurso 
@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
inominado no caso de JEC) tendo como 
parâmetro o valor que você como 
advogado colocou no pedido de danos 
morais somado aos valores atribuídos aos 
outros pedidos, sendo que se ele ganhar 
em grau recursal, jamais será o valor que 
o advogado atribuiu. 
 
ü Mas como assim? 
Olha, vamos supor que seu cliente teve a 
luz cortada...aí você, que é advogado dele, 
atribuiu ao pedido da inicial de condenação 
do réu quanto aos danos morais o valor 
de R$ 20.000,00(vinte mil reais). 
Pergunta-se: Ele tem alguma chance de, 
se ganhar a causa, ganhar esse valor? 
Olhando as decisões dos tribunais de casos 
semelhantes, pode-se depreender da 
análise delas, que não! Ora, então, por que 
o advogado colocou 20 mil? E se ele tiver 
que recorrer e não fizer jus à JG, terá 
que recolher custas sobre 20.000,00, 
mesmo sabendo que jamais ganhará esse 
valor. E, uma turma recursal não vai 
conceder um valor desses a causa, pois 
estaria batendo de frente ao principio da 
vedação do locupletamento ilícito, pois 
nenhuma outra causa dará um valor tão 
alto. Lembre-se, o dinheiro não é do 
advogado mas, é do cliente e, por isso 
mesmo, tem que ser respeitado sempre! 
	
↬Observação: 
 
Todo pedido dever ser certo e 
liquido/determinado, pois pedido genérico 
não é passível de danos morais a cargo 
do julgador, eles devem ser requisitados 
(os incisos do art. 32 do CPC traz um rol 
taxativo de hipóteses de pedidos 
genéricos que são aceitos, exceções). 
 
Artigo 322 – CPC: “O pedido deve ser certo. 
§ 1º Compreendem-se no principal os juros legais, 
a correção monetária e as verbas de 
sucumbência, inclusive os honorários advocatícios. 
§ 2º A interpretação do pedido considerará o 
conjunto da postulação e observará o princípio 
da boa-fé.” 
 
Artigo 323 – CPC: “ Na ação que tiver por 
objeto cumprimento de obrigação em 
prestações sucessivas, essas serão consideradas 
incluídas no pedido, independentemente de 
declaração expressa do autor, e serão incluídas 
na condenação, enquanto durar a obrigação, se 
o devedor, no curso do processo, deixar depagá-las ou de consigná-las.” 
 
Artigo 324 – CPC: “O pedido deve ser 
determinado. 
§ 1º É lícito, porém, formular pedido genérico: 
I - nas ações universais, se o autor não puder 
individuar os bens demandados; 
II - quando não for possível determinar, desde 
logo, as consequências do ato ou do fato; 
III - quando a determinação do objeto ou do valor 
da condenação depender de ato que deva ser 
praticado pelo réu. 
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se à 
reconvenção.” 
 
Artigo 292 – CPC: “O valor da causa constará da 
petição inicial ou da reconvenção e será: 
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em 
dano moral, o valor pretendido; 
 
↬Observação: 
 
Existem duas espécies de danos morais: 
 
o Dano moral de Ato Findo: Quando o 
dano é possível de se especificar, 
decidindo de um valor fixo. 
Ex. Caiu e quebrou a perna, não causou 
nenhuma lesão permanente. 
o Dano moral de Ato Não Findo: A 
extensão do dano se prorroga no 
tempo, não sendo capaz de fixar um 
valor absoluto no pedido. 
@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
Ex. Caiu e quebrou a perna, deixou uma 
cicatriz horrível que todo mundo fica 
olhando e não deve ficar bom nunca. 
	
	
✘ Tutela Provisória. 
	
Art. 294 – CC: “A tutela provisória pode 
fundamentar-se em urgência ou evidência. 
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, 
cautelar ou antecipada, pode ser concedida em 
caráter antecedente ou incidental.” 
 
É o oposto de decisão definitiva, pois não 
forma coisa julgada material, precisando de 
uma liquidez de certeza para efetivar 
decisão futura. 
A tutela provisória é dividida em duas 
espécies: 
 
Urgência X Evidência 
 
↬Tutela de Urgência: Deve preencher 
dois requisitos cumulativos, probabilidade 
de direito e possibilidade de dano 
irreparável ou de difícil reparação. 
 
• A probabilidade de direito era a 
antiga verossimilhança das 
alegações autorais. O pano de 
fundo aqui deve ser a veracidade 
dos fatos narrados. Ex. Boletos, 
guias pagas... + Veracidade. 
• A possibilidade de dano irreparável 
ou de difícil reparação significa que 
deve se mostrar ao juiz provas 
que demonstrem que a não 
concessão da tutela acarretará 
neste tipo de dano. Ex. Laudo 
médico... 
 
↬O que faz a tutela ser indeferida é a 
inaptidão do advogado, pois ele ao invés 
de mostrara provas e argumentos, ele 
meramente cita os requisitos da tutela de 
urgência. Pedido mal formulado gera 
indeferimento. Aqui é uma questão liminar, 
então deve ser muito bem especificada 
por aquele que a peticiona, pois antes de 
qualquer liquidez o juiz já está “pondo a 
espada na garganta do réu” ao deferir a 
tutela. 
 
↬ASTREINTES são multas diárias aplicadas 
à parte que deixa de atender decisão 
judicial. O instituto serve para coibir o 
adiamento indefinido do cumprimento de 
obrigação imposta pelo Poder Judiciário. 
Nesse sentido, caso o réu não cumpra de 
imediato pós deferimento da liminar, cabe 
ao autor “ir despachar com o juiz” para 
induzir o cumprimento do réu, talvez 
aumentando o valor da multa ou então 
expedindo ordem de prisão até. Aqui 
pega muito mal deixar o réu cumular a 
multa e não mostrar que você prefere 
seu direito resguardado, isso fere o 
Principio da Vedação do Locupletamento 
Ilícito. 
 
Art. 884 – CC: “Aquele que, sem justa causa, se 
enriquecer à custa de outrem, será obrigado a 
restituir o indevidamente auferido, feita a 
atualização dos valores monetários. 
Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por 
objeto coisa determinada, quem a recebeu é 
obrigado a restituí-la, e, se a coisa não mais 
subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem 
na época em que foi exigido.” 
 
↬INAUDITA ALTERA PARS: A tutela deve 
ser a primeira coisa posta na petição 
inicial, às vezes, posta até mesmo antes 
do pedido de gratuidade de justiça. 
 
↬Tutela Antecipada: Antecipar um 
pedido que vai ser feito nos 
pedidos finais do processo. Não se 
@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
pode mudar o que foi pedido, pois 
é o que se almeja do processo. 
A tutela antecipada tem natureza 
satisfativa, ou seja, adianta o que 
foi pedido pelo autor, no todo ou 
em parte. É coincidente com o 
pedido formulado na inicial. 
 
↬Tutela Cautelar: É assecuratória/ 
protetiva. Ela só quer assegurar 
algo. Exemplo desta modalidade é 
cautelar de antecipação de prova 
testemunhal, neste caso, como em 
outros, ela quer garantir a feitura 
de um pedido futuro que ajudará 
no pedido principal do processo. 
Quando a cautelar não tiver nome 
específico, será chamada de 
cautelar inominada. 
Já a tutela cautelar tem natureza 
protetiva, que preserva o direito do 
autor, mas não adianta o pedido. 
Não é coincidente com o pedido 
formulado na inicial. 
 
↬Há três formas de pedir tutela 
antecipada na prática de tribunal: 
 
1ª Inicial Completa: A inicial conterá todos 
os seus requisitos, e entre o preambulo e 
os fatos estará o pedido de tutela. Não 
esquecer de reforçar este pedido de 
tutela nos pedidos finais da peça. 
2ª Por Petição Juntava Avulsa: O pedido 
de tutela vem na forma de petição antes 
da fase de sentença. 
3ª Inicial Incompleta: Só cabe em vara 
cível, e nessa situação, pela urgência do 
pedido, a petição inicial não está completa 
e será aditada posteriormente (conforme 
regras do art. 303 do CPC). 
 
Art. 303 – CPC: “Nos casos em que a urgência 
for contemporânea à propositura da ação, a 
petição inicial pode limitar-se ao requerimento da 
tutela antecipada e à indicação do pedido de 
tutela final, com a exposição da lide, do direito 
que se busca realizar e do perigo de dano ou do 
risco ao resultado útil do processo. 
§ 1º Concedida a tutela antecipada a que se 
refere o caput deste artigo: 
I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a 
complementação de sua argumentação, a 
juntada de novos documentos e a confirmação 
do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou 
em outro prazo maior que o juiz fixar; 
II - o réu será citado e intimado para a audiência 
de conciliação ou de mediação na forma do art. 
334 ; 
III - não havendo auto composição, o prazo para 
contestação será contado na forma do art. 335 . 
§ 2º Não realizado o aditamento a que se refere 
o inciso I do § 1º deste artigo, o processo será 
extinto sem resolução do mérito. 
§ 3º O aditamento a que se refere o inciso I do 
§ 1º deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, 
sem incidência de novas custas processuais. 
§ 4º Na petição inicial a que se refere 
o caput deste artigo, o autor terá de indicar o 
valor da causa, que deve levar em consideração 
o pedido de tutela final. 
§ 5º O autor indicará na petição inicial, ainda, que 
pretende valer-se do benefício previsto 
no caput deste artigo. 
§ 6º Caso entenda que não há elementos para a 
concessão de tutela antecipada, o órgão 
jurisdicional determinará a emenda da petição 
inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser 
indeferida e de o processo ser extinto sem 
resolução de mérito.” 
 
↬O réu é obrigado a recorrer do pedido 
de tutela deferido, principalmente nos 
casos de tutela antecipada, pois não 
havendo recurso haverá a estabilização 
dos efeitos da tutela tendo-se como 
verdadeiros os fatos narrados (aqui 
conjuga os arts. 304 c/c 307 c/c 1.015, I do 
CPC). 
 
@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
Art. 304 – CPC: “A tutela antecipada, concedida 
nos termos do art. 303, torna-se estável se da 
decisão que a conceder não for interposto o 
respectivo recurso. 
§ 1º No caso previsto no caput , o processo será 
extinto. 
§ 2º Qualquer das partes poderá demandar a 
outra com o intuito de rever, reformar ou 
invalidar a tutela antecipada estabilizada nos 
termos do caput . 
§ 3º A tutela antecipada conservará seus efeitos 
enquanto não revista, reformada ou invalidada 
por decisão de mérito proferida na ação de que 
trata o § 2º. 
§ 4º Qualquer das partes poderá requerer o 
desarquivamento dos autos em que foi concedida 
a medida, para instruir a petição inicial da ação a 
que se refere o § 2º, preventoo juízo em que a 
tutela antecipada foi concedida. 
§ 5º O direito de rever, reformar ou invalidar a 
tutela antecipada, previsto no § 2º deste artigo, 
extingue-se após 2 (dois) anos, contados da 
ciência da decisão que extinguiu o processo, nos 
termos do § 1º. 
§ 6º A decisão que concede a tutela não fará 
coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos 
efeitos só será afastada por decisão que a revir, 
reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada 
por uma das partes, nos termos do § 2º deste 
artigo.” 
 
Art. 307 – CPC: “Não sendo contestado o 
pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se-
ão aceitos pelo réu como ocorridos, caso em 
que o juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias. 
Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo 
legal, observar-se-á o procedimento comum.” 
 
Art. 1.015, I – CPC: ““Cabe agravo de instrumento 
contra as decisões interlocutórias que versarem 
sobre: 
I - tutelas provisórias;” 
 
↬Tutela de Evidência: Não têm uma 
classificação formalizada em (sub) 
espécies. Porém, também é possível 
perceber que a sua concessão (disposta 
nos quatro incisos do art. 311 do CPC, pelo 
STJ esse rol é taxativo!), ocorre segundo 
dois critérios básicos: 1) quando o direito 
(material) da parte que pleiteia a tutela é 
evidente, daí o nome e 2) quando uma 
das partes está manifestamente 
protelando o processo ou abusando do 
exercício do direito de defesa, caso em 
que a tutela da evidência está vinculada 
não necessariamente à evidência do 
direito material pleiteado, mas à evidência 
de que é preciso pôr um fim ao processo. 
De algum modo, também aparece, nas 
tutelas da evidência, a serventia que se faz 
ora ao direito material, ora ao direito 
processual (tal como nas cautelares). 
Pois bem. Nas tutelas da evidência, eu 
preciso demonstrar para o juiz que, 
independentemente da urgência, o meu 
direito é tão evidente, que o caminho do 
processo pode ser encurtado. Ou então 
preciso demonstrar que o meu ex 
adverso está protelando tanto o processo, 
que a sua maior punição será adiantá-lo, 
apressando os atos processuais que ele 
está tentando retardar. Afinal, a maior 
sanção para quem obstaculiza o caminho 
do processo é justamente pegar atalhos 
que levem mais rápido ao fim da estrada 
— isto é, à sentença. 
 
Art. 311 – CPC: “A tutela da evidência será 
concedida, independentemente da demonstração 
de perigo de dano ou de risco ao resultado útil 
do processo, quando: 
I - ficar caracterizado o abuso do direito de 
defesa ou o manifesto propósito protelatório da 
parte; 
II - as alegações de fato puderem ser 
comprovadas apenas documentalmente e houver 
tese firmada em julgamento de casos repetitivos 
ou em súmula vinculante; 
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado 
em prova documental adequada do contrato de 
depósito, caso em que será decretada a ordem 
@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
de entrega do objeto custodiado, sob cominação 
de multa; 
IV - a petição inicial for instruída com prova 
documental suficiente dos fatos constitutivos do 
direito do autor, a que o réu não oponha prova 
capaz de gerar dúvida razoável. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o 
juiz poderá decidir liminarmente.” 
 
 
 
✘ Petição inicial e os equívocos no 
exercício da advocacia 
 
A petição inicial é a principal peça do 
processo, tem requisitos obrigatórios 
elencados no art. 319 do CPC. 
 
Art. 319 – CPC: “A petição inicial indicará: 
I - o juízo a que é dirigida; 
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a 
existência de união estável, a profissão, o 
número de inscrição no Cadastro de Pessoas 
Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa 
Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a 
residência do autor e do réu; 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
IV - o pedido com as suas especificações; 
V - o valor da causa; 
VI - as provas com que o autor pretende 
demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
VII - a opção do autor pela realização ou não de 
audiência de conciliação ou de mediação. 
§ 1º Caso não disponha das informações previstas 
no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, 
requerer ao juiz diligências necessárias a sua 
obtenção. 
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a 
despeito da falta de informações a que se refere 
o inciso II, for possível a citação do réu. 
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo 
não atendimento ao disposto no inciso II deste 
artigo se a obtenção de tais informações tornar 
impossível ou excessivamente oneroso o acesso 
à justiça.” 
 
Esse artigo no antigo CPC era o 282, e 
com a reforma do CPC foram feitas três 
inovações desse artigo: 
 
1- Existência de união estável – inciso II: 
Precisa de uma qualificação do 
autor/demandante no que tange essa 
exigência, foi criada para evitar 
problemas futuras no direito 
sucessório. 
Se for o caso de a parte não ter uma 
união estável regularizada, deverá se 
apontar precisamente a que tipo de 
união estável está inserido o autor. 
Caso o estado civil deste seja de viúvo 
ou solteiro, também deve ser 
apontado. 
2- Endereço eletrônico – Inciso II: Aqui 
leia-se E-MAIL, pois como é uma 
forma eletrônica mais popularizada. Se 
a parte não tem um endereço 
eletrônico, você advogado vai criar um 
para ele (não peticione sem esse e-
mail), sob pena do art. 485, I do CPC. 
Caso você advogado não crie, você 
apontará o fato ao Juiz e peticionará 
postulando a expedição de ofício aos 
órgão de praxe (art. 319, §1º 
procurando-se aqui um IP do autor). 
A ideia do CPC aqui nesse caso, é 
esgotar os meios de localização do 
Tutelas	
Provisórias	
294	-	311	
De	Urgência	
300	-	310	
Antecipada	
Antecedente	
(303	-304)	ou	
Incidental	
Cautelar	
Antecedente	
(305	-	310)	ou	
Incidental	
De	Evidência	
311	
Sem	
subespécie	
(rol	taxativo)		
Antecedente	
ou	Incidental	
@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
autor, segundo os entendimentos dos 
tribunais. 
Uma vez não cumprido o requisito, o 
juiz manda emendar a inicial, o 
advogado vai pedir para expedir oficio 
e processo vai ficar paralisado. 
3- Opção do autor pela realização ou 
não da audiência de conciliação ou 
mediação - Inciso VII: A conciliação e a 
mediação são técnicas de justiça 
restaurativa, diferente do rumo que 
tomas os processos em relação as 
lides (conflito de interesse qualificação 
por uma pretensão resistida) que 
buscam uma justiça conflitiva. 
A justiça restaurativa busca a 
pacificação de conflito pela via do 
consenso. 
Essa audiência (quando for em vara 
cível, pois em JEC é obrigatória) deve 
ser apontada pelo advogado do autor 
se ele quer ou não essa audiência. O 
parâmetro para isso depende do caso, 
pois em diversas circunstâncias, não 
foram esgotadas as esferas de 
comunicação com o réu, nesse 
sentido é interessante demonstrar 
vontade nessa audiência, talvez até 
ocorrendo um acordo (até mesmo 
que extra pauta para se apresentar no 
dia AC). 
O réu pelo art. 334, §5º do CPC, deve 
dizer se tem interesse ou não pela 
AC. 
 
↬Hipóteses: 
 
o Autor + Réu = Interesse = 
Audiência marcada. 
o Uma das partes tem interesse 
+ A outra não tem interesse = 
Audiência marcada. (art. 334, 
§8º c/c 77) 
o Autor + Réu = Não tem 
interesse = Não tem audiência. 
(art. 334, §4º) 
 
Art. 334 – CPC: “Se a petição inicial preencher 
os requisitos essenciais e não for o caso de 
improcedência liminar do pedido, o juiz designará 
audiência de conciliação ou de mediação com 
antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo 
ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias 
de antecedência. 
§ 1º O conciliador ou mediador, onde houver, 
atuará necessariamente na audiência de 
conciliação ou de mediação, observando o 
disposto neste Código, bem como as disposições 
da lei de organização judiciária. 
§ 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada 
à conciliação e à mediação, não podendo 
exceder a 2 (dois) meses da data de realização 
da primeira sessão, desde que necessárias à 
composição das partes. 
§ 3º A intimaçãodo autor para a audiência será 
feita na pessoa de seu advogado. 
§ 4º A audiência não será realizada: 
I - se ambas as partes manifestarem, 
expressamente, desinteresse na composição 
consensual; 
II - quando não se admitir a autocomposição. 
§ 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu 
desinteresse na autocomposição, e o réu deverá 
fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) 
dias de antecedência, contados da data da 
audiência. 
§ 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na 
realização da audiência deve ser manifestado por 
todos os litisconsortes. 
§ 7º A audiência de conciliação ou de mediação 
pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos 
da lei. 
§ 8º O não comparecimento injustificado do 
autor ou do réu à audiência de conciliação é 
considerado ato atentatório à dignidade da justiça 
e será sancionado com multa de até dois por 
cento da vantagem econômica pretendida ou do 
valor da causa, revertida em favor da União ou 
do Estado. 
§ 9º As partes devem estar acompanhadas por 
seus advogados ou defensores públicos. 
@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
§ 10. A parte poderá constituir representante, por 
meio de procuração específica, com poderes 
para negociar e transigir. 
§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a 
termo e homologada por sentença. 
§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de 
mediação será organizada de modo a respeitar o 
intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o 
início de uma e o início da seguinte.” 
 
↬O art. 320 do CPC diz quais da 
necessidade dos documentos anexos a 
inicial (CPF, RG, comprovante de 
residência, procuração, e se for empresa 
os atos constitutivos da empresa.). 
 
Art. 320 – CPC: “A petição inicial será instruída 
com os documentos indispensáveis à propositura 
da ação.” 
 
↬O prazo para a emenda da petição inicial 
é de 15 dias úteis, art. 321 do CPC. Sob 
pena de indeferimento, art. 485, I do CPC. 
 
Art. 321 – CPC: “O juiz, ao verificar que a petição 
inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 
320 ou que apresenta defeitos e irregularidades 
capazes de dificultar o julgamento de mérito, 
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) 
dias, a emende ou a complete, indicando com 
precisão o que deve ser corrigido ou 
completado. 
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a 
diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.” 
 
Art. 485 – CPC: “O juiz não resolverá o mérito 
quando: 
I - indeferir a petição inicial;” 
 
↬Observação: 
 
Não confunda aditamento com emenda. 
O descumprimento gera a emenda, e o 
aditamento advém de uma autorização 
(caso da tutela antecipada de inicial 
incompleta). 
 
O indeferimento de Inicial está no inciso I 
do art. 330 do CPC. Existem quatro 
hipóteses de indeferimento. 
A hipótese que mais ocorre está no inciso 
I, é quando a narrativa fática é sem 
coerência alguma, “...dos fatos não 
decorrer logicamente de conclusão”. 
 
E das situações que geram o 
indeferimento da inicial... Faça remissão 
casada aqui! 
 
Art. 330 c/c 321, PÚ c/c 485, I do CPC 
 
Art. 330 – CPC: “A petição inicial será indeferida 
quando: 
I - for inepta; 
II - a parte for manifestamente ilegítima; 
III - o autor carecer de interesse processual; 
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 
106 e 321 . 
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando: 
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as 
hipóteses legais em que se permite o pedido 
genérico; 
III - da narração dos fatos não decorrer 
logicamente a conclusão; 
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. 
§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão 
de obrigação decorrente de empréstimo, de 
financiamento ou de alienação de bens, o autor 
terá de, sob pena de inépcia, discriminar na 
petição inicial, dentre as obrigações contratuais, 
aquelas que pretende controverter, além de 
quantificar o valor incontroverso do débito. 
§ 3º Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso 
deverá continuar a ser pago no tempo e modo 
contratados.” 
 
↬Observação: 
 
Aqui no processo civil, nós temos a 
possibilidade de retratação do juiz antes 
de ir para a segunda instância (art. 331, 
caput do CPC), esse instituto não cabe na 
vara criminal (art. 600, §4º do CPP). 
@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
Art. 331 – CPC: “Indeferida a petição inicial, o 
autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo 
de 5 (cinco) dias, retratar-se. 
§ 1º Se não houver retratação, o juiz mandará 
citar o réu para responder ao recurso. 
§ 2º Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o 
prazo para a contestação começará a correr da 
intimação do retorno dos autos, observado o 
disposto no art. 334 . 
§ 3º Não interposta a apelação, o réu será 
intimado do trânsito em julgado da sentença.” 
 
Art. 600, §4º – CPP: “Se o apelante declarar, na 
petição ou no termo, ao interpor a apelação, que 
deseja arrazoar na superior instância serão os 
autos remetidos ao tribunal ad quem onde será 
aberta vista às partes, observados os prazos 
legais, notificadas as partes pela publicação oficial.” 
 
↬Da audiência de conciliação ou de 
mediação: 
 
Art. 334 – CPC: “ Se a petição inicial preencher 
os requisitos essenciais e não for o caso de 
improcedência liminar do pedido, o juiz designará 
audiência de conciliação ou de mediação com 
antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo 
ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias 
de antecedência. 
§ 1º O conciliador ou mediador, onde houver, 
atuará necessariamente na audiência de 
conciliação ou de mediação, observando o 
disposto neste Código, bem como as disposições 
da lei de organização judiciária. 
§ 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada 
à conciliação e à mediação, não podendo 
exceder a 2 (dois) meses da data de realização 
da primeira sessão, desde que necessárias à 
composição das partes. (DIFERENTE NO JEC) 
§ 3º A intimação do autor para a audiência será 
feita na pessoa de seu advogado. 
§ 4º A audiência não será realizada: 
I - se ambas as partes manifestarem, 
expressamente, desinteresse na composição 
consensual; 
II - quando não se admitir a autocomposição. 
§ 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu 
desinteresse na autocomposição, e o réu deverá 
fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) 
dias de antecedência, contados da data da 
audiência. 
§ 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na 
realização da audiência deve ser manifestado por 
todos os litisconsortes. 
§ 7º A audiência de conciliação ou de mediação 
pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos 
da lei. (NO JEC NÃO PODERIA, MAS A PARTIR 
DE 27/04/2020, MESMO QUE AFRONTANDO O 
PRINCÍPIO DA INFORMALIDADE, PELO PL. 
13.994/20 SE TORNOU CABÍVEL) 
§ 8º O não comparecimento injustificado do 
autor ou do réu à audiência de conciliação é 
considerado ato atentatório à dignidade da justiça 
e será sancionado com multa de até dois por 
cento da vantagem econômica pretendida ou do 
valor da causa, revertida em favor da União ou 
do Estado. 
§ 9º As partes devem estar acompanhadas por 
seus advogados ou defensores públicos. 
§ 10. A parte poderá constituir representante, por 
meio de procuração específica, com poderes 
para negociar e transigir. (É PODER ESPECIAL, 
DEVE ESTAR NO PROCURAÇÃO OU NO SUBS., 
SOB PENA DE NÃO EXEQUIBLILIDADE) 
§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a 
termo e homologada por sentença. 
§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de 
mediação será organizada de modo a respeitar o 
intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o 
início de uma e o início da seguinte. (SE VOCÊ 
ADVOGADO PERDE O PREGÃO MAS NÃO 
PASSOU ESSE TEMPO, VÁ A SALA DA 
CONCILIAÇÃO E AVISE, ISSO VAI ACONTECER 
UM DIA)” 
 
 
↬Modelo da Petição Inicial: 
 
o Modelo (06); 
o Competência (cabeçalho): Juízo a 
qual é dirigido; 
o Preâmbulo (cuidado com o nome, 
ação indenizatória é só para perdas 
e danos por exemplo. E, não 
esqueça a fundamentação legal! 
Ex., Arts. 186, 927 e 944, todos do 
CC. Art. 6º da Lei 8.078/90. Art. 5º,@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
inciso X da CRFB/88. E as demais 
legislações aplicáveis à espécie.); 
o Tutela antecipada (dano irreparável 
+ possibilidade do direito), SE 
TIVER; 
o Da necessidade de audiência (se 
for em Vara Cível, se for em 
juizado, tem audiência você 
querendo ou não); 
o Dos fatos (coloque a JG antes dos 
fatos na prova da OAB); 
o Do direito/Da fundamentação 
(construção de tese jurídica, não é 
só transcrever artigo!!); 
o Do pedido/Do requerimento (aqui 
se coloca os pedidos da inicial, e 
esses seguem a ordem de tese 
jurídica.); 
o Provas (as provas a serem 
produzidas não fazem parte do 
pedido. Deve se especificar quais 
são as provas que serão 
produzidas – princípio da paridade 
de armas – sob pena de 
remarcação de AIJ por 
requerimento do réu.); 
o Indicar endereço a ser recebidas as 
futuras intimações (art. 106 do 
CPC); 
o Finalização (data e assinatura com 
OAB). 
 
Art. 106 – CPC: “Quando postular em causa 
própria, incumbe ao advogado: (PELO STJ 
QUALQUER CAUSA) 
I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o 
endereço, seu número de inscrição na Ordem 
dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade 
de advogados da qual participa, para o 
recebimento de intimações; 
II - comunicar ao juízo qualquer mudança de 
endereço. 
§ 1º Se o advogado descumprir o disposto no 
inciso I, o juiz ordenará que se supra a omissão, 
no prazo de 5 (cinco) dias, antes de determinar a 
citação do réu, sob pena de indeferimento da 
petição. 
§ 2º Se o advogado infringir o previsto no inciso 
II, serão consideradas válidas as intimações 
enviadas por carta registrada ou meio eletrônico 
ao endereço constante dos autos.” 
	
o Rol de testemunhas (não pode ser 
depois da assinatura do advogado!!); 
o Valor da causa (não se coloca na 
contestação, só cabe valor da causa 
na reconvenção e aqui.). 
 
↬A primeira coisa que o advogado tem 
que fazer para montar sua inicial, é 
pesquisar o caso concreto. 
 
1ª Etapa: Pesquisar o caso concreto. 
De pronto o advogado só dá uma 
resposta em pronto na área criminal, 
então em regra se exige do profissional 
que ele tenha um pronto atendimento, 
não sobrando muito tempo para pesquisa. 
Em outras áreas, deve se anotar e ter 
uma base de pesquisa de casos concretos 
similares, com estudo detalhado também 
do caso em que se propõe a atuar e sua 
provas e fatos. 
 
2ª Etapa: Coleta de provas. 
 
3ª Etapa: Construção de tese. 
Sempre se tem uma tese principal e as 
teses complementares. Esse conjunto de 
teses realizado na parte de 
fundamentação da petição inicial. 
(Fundamentos é diferente de fatos, um 
são teses jurídicas e o outro os 
acontecimentos.) 
 
↬Observação: 
 
Construção de teses escalonadas: Elas 
seguem o nome da ação (inicial), há uma 
@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
ordem de fundamentação, pedidos 
(menos em caso de tutela, que embora 
seja antecipada vem por último no nome). 
Se sabe o nome da ação através do caso 
concreto o qual você estará elaborando. 
Exemplo: 
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C 
COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS 
C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS 
MATERIAIS E PEDIDO DE TUTELA 
ANTECIPADA 
1. Dos Fatos; 
2. Dos Fundamentos; 
2.1. Da obrigação de fazer; 
2.2. Dos danos morais; 
2.3. Danos materiais; 
2.4. Teoria do Desestímulo (Ex., 
relacionada as práticas 
comerciais, amplamente 
utilizada, para se apontar um 
responsabilização comercial do 
réu dizendo que ele pratica 
atos prejudiciais.) ou Teoria do 
Empreendimento (Ex.,o réu não 
pode se furtar de sua 
responsabilidade dizendo que a 
culpa não é dele, o que só não 
será culpa quando ocorre em 
fraude configurada ou em culpa 
de terceiro) 
2.5. Teoria do Corpo Neutro (Ex., 
carro parado no sinal vermelho, 
vem um carro atrás e para 
direito atrás dele, e vem um 
terceiro carro que bate no 
segundo carro que por impulso 
bate no primeiro carro, o que o 
advogado do primeiro carro faz 
geralmente e processar todos 
os carros. Isso é errado, por 
essa teoria que é pacificada no 
STJ, garante que só o terceiro 
carro que será processado.); 
2.6. Dos Direitos do Consumidor; 
2.7. Responsabilidade Civil Objetiva; 
3. Dos pedidos (ou Dos 
requerimentos) – Como há pedido 
de tutela, a primeira coisa a ser 
pedida será essa. 
(Ex. de pedido: 
1) A concessão da tutela antecipada 
para que seja determinado o réu a 
internação imediata da autora e 
custeio de todos os meios 
necessários, sob pena de multa 
diária a ser arbitrada pelo Juízo e, 
ao final a manutenção em caráter 
definitivo da tutela; 
2) A citação do réus para, 
querendo, apresentar defesa e 
comparecimento aos atos judiciais, 
sob pena de revelia e confissão; 
(tecnicamente falando o STJ 
entende que não necessita mais 
de pedido de citação, dependendo 
do rito, se é para a citação de 
defesa ou audiência. Na OAB tem 
que colocar a citação. E se não 
houver tutela, esse será o 1)); 
3) A condenação do réu na 
obrigação de fazer 
consubstanciada em proceder a 
internação imediata da autora e 
custeio de todo o procedimento, 
sob pena de multa diária a ser 
arbitrada pelo Juízo; 
4) A condenação do réu, no 
mínimo, na quantia de R$ 2.000,00 
(dois mil reais) referente aos danos 
morais; 
 5) A condenação do réu, no valor 
de R$ 3.000,00 (três mil reais) 
quanto ao dano material, com juros 
contados da citação e com 
correção monetária desde o 
trânsito em julgado da decisão; 
@resumosdesesperados 	 Prática Jurídica I 		 Catarina Marrão 
6) A condenação do réu no valor 
de R$ 300,00 (trezentos reais – R$ 
30,00 X 10 dias) e valores 
vincendos, referentes aos lucros 
cessantes; 
7) A concessão da gratuidade de 
justiça n/f do art. 98 do CPC; 
8) A inversão do ônus de prova n/f 
do art. 6º, inciso VIII do CDC (se for 
relação de consumo)/ art. 373, § 1º) 
do CPC (demais causas); 
9) A condenação do réu no 
patamar máximo legal quanto aos 
honorários advocatícios, custas e 
emolumentos judiciais; 
 
Art. 98 – CPC: “A pessoa natural ou jurídica, 
brasileira ou estrangeira, com insuficiência de 
recursos para pagar as custas, as despesas 
processuais e os honorários advocatícios tem 
direito à gratuidade da justiça, na forma da lei. 
§ 1º A gratuidade da justiça compreende: 
I - as taxas ou as custas judiciais; 
II - os selos postais; 
III - as despesas com publicação na imprensa 
oficial, dispensando-se a publicação em outros 
meios; 
IV - a indenização devida à testemunha que, 
quando empregada, receberá do empregador 
salário integral, como se em serviço estivesse; 
V - as despesas com a realização de exame de 
código genético - DNA e de outros exames 
considerados essenciais; 
VI - os honorários do advogado e do perito e a 
remuneração do intérprete ou do tradutor 
nomeado para apresentação de versão em 
português de documento redigido em língua 
estrangeira; 
VII - o custo com a elaboração de memória de 
cálculo, quando exigida para instauração da 
execução; 
VIII - os depósitos previstos em lei para 
interposição de recurso, para propositura de 
ação e para a prática de outros atos processuais 
inerentes ao exercício da ampla defesa e do 
contraditório; 
IX - os emolumentos devidos a notários ou 
registradores em decorrência da prática de 
registro, averbação ou qualquer outro ato notarial 
necessário à efetivação de decisão judicial ou à 
continuidade de processo judicial no qual o 
benefício tenha sido concedido. 
§ 2º A concessão de gratuidade não afasta a 
responsabilidade do beneficiário pelas despesas 
processuais e pelos honorários advocatícios 
decorrentes de sua sucumbência. 
§ 3º Vencido o beneficiário, as obrigações 
decorrentes de sua sucumbência ficarão sob 
condição suspensiva de exigibilidade e somente 
poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) anos 
subsequentes ao trânsito em julgado da decisão 
que as certificou, o credor demonstrar que 
deixou de existir a situação de insuficiência de 
recursos que justificou a concessão de 
gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, 
tais obrigações do beneficiário.§ 4º A concessão de gratuidade não afasta o 
dever de o beneficiário pagar, ao final, as multas 
processuais que lhe sejam impostas. 
§ 5º A gratuidade poderá ser concedida em 
relação a algum ou a todos os atos processuais, 
ou consistir na redução percentual de despesas 
processuais que o beneficiário tiver de adiantar 
no curso do procedimento. 
§ 6º Conforme o caso, o juiz poderá conceder 
direito ao parcelamento de despesas processuais 
que o beneficiário tiver de adiantar no curso do 
procedimento. 
§ 7º Aplica-se o disposto no art. 95, §§ 3º a 5º , 
ao custeio dos emolumentos previstos no § 1º, 
inciso IX, do presente artigo, observada a tabela e 
as condições da lei estadual ou distrital respectiva. 
§ 8º Na hipótese do § 1º, inciso IX, havendo 
dúvida fundada quanto ao preenchimento atual 
dos pressupostos para a concessão de 
gratuidade, o notário ou registrador, após praticar 
o ato, pode requerer, ao juízo competente para 
decidir questões notariais ou registrais, a 
revogação total ou parcial do benefício ou a sua 
substituição pelo parcelamento de que trata o § 
6º deste artigo, caso em que o beneficiário será 
citado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se 
sobre esse requerimento.” 
 
Art. 6º, VIII – CDC: “São direitos básicos do 
consumidor: 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, 
inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu 
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favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, 
for verossímil a alegação ou quando for ele 
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de 
experiências;” 
 
Art. 373, §1º - CPC: “O ônus da prova incumbe: 
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de 
peculiaridades da causa relacionadas à 
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de 
cumprir o encargo nos termos do caput ou à 
maior facilidade de obtenção da prova do fato 
contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova 
de modo diverso, desde que o faça por decisão 
fundamentada, caso em que deverá dar à parte 
a oportunidade de se desincumbir do ônus que 
lhe foi atribuído.” 
 
↬Observação: 
 
O art. 98 do atual CPC trata sobre a 
gratuidade de justiça, e só pode ser feitos 
em inicial de Vara Cível, não cabe no JEC 
pois há isenção de custas para a inicial. O 
pedido de gratuidade em JEC será 
somente feito no momento de 
interposição de recurso. 
 
Se a inicial for de Vara Cível e tiver tutela 
antecipada, depois do preambulo vem o 
pedido de tutela antecipada, após isso o 
ponto sobre conciliação e mediação, e 
antes dos fatos é onde se pede a 
gratuidade de justiça. 
Se não for caso de tutela, antes dos fatos. 
Nos pedidos entra depois que se esgotou 
o nome da ação. 
 
A lei 1060/50, que trata da gratuidade de 
justiça, está revogada pelo art. 98 do CPC 
 
↬Observação: 
 
Os recursos independente da área tem 
requisitos de admissibilidade, um deles é o 
cabimento, que a previsão legal daquele 
tipo de recurso para aquela situação. As 
vezes o advogado perde o prozo 
(tempestividade), e por uma manobra 
jurídica ela faz outro recurso que tem um 
prazo maior. O tribunal vai acatar? Não! – 
Principio da Fungibilidade no Âmbito 
Recursal. 
 
↬Observação: 
 
“Não é preciso ser bacharel em direito 
para postular memes”, ou seja, não use 
memes nas sua petições. Não coloque 
marca d’água com o símbolo da justiça no 
fundo, não coloque o nome de todos os 
advogados do escritório na margem 
esquerda da folha... Isso não está certo. 
Existem regras de peticionamento, copia 
e cola não faz parte desse rol. 
 
 
✘ Contestação 
 
Contestação é a peça de bloqueio por 
excelência do réu. (lembre-se, o advogado 
só pode advogar ou para o autor ou para 
o réu, nunca ao mesmo tempo, exceto 
quando o CPC permitir. Cometer tal ato 
acarreta nos crimes tergiversação e 
patrocínio infiel.) 
 
O réu terá sempre que impugnar, pelo 
Princípio da Concentração (art. 336 do 
CPC), todos os pontos da inicial do autor. 
A falta de todos os pontos da contestação 
pode ocasionar a revelia. 
Sim, revelia! Esta, não se dá somente 
com a falta em audiência ou a falta de 
entrega de contestação. A falta de 
impugnação gera revelia. 
 
Art. 336 – CPC: “ Incumbe ao réu alegar, na 
contestação, toda a matéria de defesa, expondo 
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as razões de fato e de direito com que impugna 
o pedido do autor e especificando as provas que 
pretende produzir.” 
 
“Contestação as escuras”, é quando a 
peça não tem nada haver com a situação 
narrada pelo autor. Ocorre muito com as 
petições de modelo em massa por 
empresas em casos consumeristas. 
Também dá causa à revelia. 
 
↬Observação: 
 
Art. 344 – CPC: “Se o réu não contestar a ação, 
será considerado revel e presumir-se-ão 
verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo 
autor.” 
 
Não se esqueça que a revelia deve ser 
requerida pela parte autora, ela não pode 
ser instituída de ofício. 
 
Art. 337 – CPC: “ Incumbe ao réu, antes de 
discutir o mérito, alegar: 
I - inexistência ou nulidade da citação; 
II - incompetência absoluta e relativa; 
III - incorreção do valor da causa; 
IV - inépcia da petição inicial; 
V - perempção; 
VI - litispendência; 
VII - coisa julgada; 
VIII - conexão; 
IX - incapacidade da parte, defeito de 
representação ou falta de autorização; 
X - convenção de arbitragem; 
XI - ausência de legitimidade ou de interesse 
processual; (c/c 17, 485, VI e 338 do CPC). 
XII - falta de caução ou de outra prestação que a 
lei exige como preliminar; 
XIII - indevida concessão do benefício de 
gratuidade de justiça. (Incidente de impugnação à 
JG – Dentro da contestação). 
§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada 
quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. 
§ 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui 
as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o 
mesmo pedido. 
§ 3º Há litispendência quando se repete ação 
que está em curso. 
§ 4º Há coisa julgada quando se repete ação 
que já foi decidida por decisão transitada em 
julgado. 
§ 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a 
incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício 
das matérias enumeradas neste artigo. 
§ 6º A ausência de alegação da existência de 
convenção de arbitragem, na forma prevista 
neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição 
estatal e renúncia ao juízo arbitral.” 
 
Prazo para contestar está previsto no art. 
335 do CPC. 
 
Art. 335 – CPC: “ O réu poderá oferecer 
contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) 
dias (ÚTEIS), cujo termo inicial será a data: 
I - da audiência de conciliação ou de mediação, 
ou da última sessão de conciliação, quando 
qualquer parte não comparecer ou, 
comparecendo, não houver autocomposição; 
II - do protocolo do pedido de cancelamento da 
audiência de conciliação ou de mediação 
apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese 
do art. 334, § 4º, inciso I ; (c/c §5 do 334 – 
petição de 10 dias contados da data de audiência). 
III - prevista no art. 231 , de acordo com o modo 
como foi feita a citação, nos demais casos. 
(Formar de citação: 1- AR; 2 – OJA; 3 – Hora 
Certa; 4 – Edital.) 
§ 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo 
a hipótese do art. 334, § 6º , o termo inicial 
previsto no inciso II será, para cada um dos réus, 
a data de apresentação de seu respectivo pedido 
de cancelamento da audiência. 
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 
4º, inciso II , havendo litisconsórcio passivo e o 
autor desistir da ação em relação a réu ainda 
não citado, o prazo para resposta correrá da 
data de intimação da decisão que homologar a 
desistência.” 
 
	
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Vara Cível - Contestação Escrita 
(obrigatoriamente) Art. 335/CPC - "Por 
Petição"; X JEC - Contestação pode ser 
escrita ou oral (Enunciado 10 Fonaje – 
prazo para protocolo é até o dia da 
audiência de instrução e julgamento) - Art. 
30 da lei 9.099. 
 
Enunciado 10 – FONAJE: “A contestação poderá 
ser apresentada até a audiência de Instrução e Ju
lgamento.” 
Art.

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