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05 - Mecanismos de Fundição

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Introdução 
A fundição é o processo pelo qual o padrão em cera 
da restauração odontológica é convertido em uma cópia 
exata em metal. 
 
 
 
Antes de ser confeccionada a coroa metálica 
através das ligas metálicas vistas no resumo anterior, faz-
se primeiro os padrões em cera, que são coroas de cera 
com toda a anatomia do dente que for necessária. 
Para fazer uma fundição, não se faz simplesmente 
o derretimento do metal e ele assume o formato bonitinho. 
Primeiro é preciso ter um protótipo, que é o padrão em 
cera, para que, por meio dele, seja feita a substituição da 
cera pelo metal. 
Esse padrão de cera tem que ser exatamente igual 
à prótese ou outras estruturas que se desejar fazer, pois 
qualquer erro contido nele irá passar para a fundição de 
metal, que é mais difícil de corrigir. 
 
Função do Processo de Fundição 
 
A função do processo de fundição é a confecção de 
vários tipos de restaurações odontológicas, como: 
• Inlays; 
• Onlays; 
• Coroas totais fundidas; 
• Coroas metalocerâmicas; 
• Próteses parciais. 
 
 
 
Técnica de Fundição 
 
É preciso ter muito cuidado com cada etapa da 
técnica de fundição, desde o preparo cavitário (que seria 
expulsivo, pois é preciso fazer a prótese de material rígido, 
que é o metal, que não conseguiria entrar se o preparo 
fosse retentivo), passando pela seleção do material para a 
moldagem (que devem ser flexíveis para permitir um bom 
detalhamento), pelo gesso para confecção do modelo, pela 
escolha da liga (analisar se o paciente tem alergia, se a 
prótese é metalocerâmicas ou só metálica...) e, por fim, 
pela fundição propriamente dita. 
 
Preparo do Troquel Mestre 
 
A seguir, observa-se um modelo de gesso bem 
detalhado, se nenhum excesso de gesso ou outras falhas. 
Em seguida temos um modelo de gesso todo recortado, 
onde se tem os troqueis individuais. 
 
 
 
A partir desses modelos são feitos os copings, que 
se encaixam no preparo do dentes, são cimentados e 
depois recobertos por cerâmica 
 
 
 
Se houver qualquer erro na moldagem, a parte 
metálica que recobre internamente o preparo (coping), no 
caso das metalocerâmicas, que se ajusta ao modelo 
confeccionado, não irá se encaixar no preparo feito no 
paciente, visto que o modelo confeccionado não reflete 
corretamente o procedimento feito no paciente. 
Isso gera uma grande perca de tempo, visto que 
muitas vezes é necessário retomar todo o processo do zero. 
Por consequência, o paciente acaba sendo prejudicado, já 
que a prótese confeccionada promove uma grande 
diferença estética e o atraso decorrido implica na demora 
para confecciona-la. 
Se a prótese confeccionada entrar justamente no 
modelo feito pelo cirurgião dentista e não entrar de forma 
adequada no paciente, o problema está na moldagem feita 
pelo dentista e não em algum erro cometido pelo protético. 
 
Confecção do Padrão de Cera 
(Enceramento) 
 
O padrão de cera é o modelo final da restauração 
dentária em cera. Portanto, ele é uma cópia fiel do que será 
Mecanismos de Fundição 
a peça metálica/prótese do paciente. 
Ele é feito com uma cera mais dura, chamada de 
cera sprue, que é indicada para confeccionar o padrão de 
cera e o conduto de alimentação. 
Essa será é depois substituída pelo metal, que irá 
ficar exatamente como a cera plastificada (padrão de cera). 
Por exemplo, se no padrão de cera tiver uma bolha, na 
confecção da prótese metálica também irá ficar essa bolha. 
A confecção do padrão de cera é feita a partir de 
um modelo/troquel, que foi obtido através da moldagem 
de um preparo desenvolvido no dente do paciente. 
Esse padrão pode ser feito através do troquel do 
dente, utilizando técnicas diretas, como no caso de inlays e 
onlays (coisas pequenas), ou pode ser feito de forma 
indireta, utilizando modelos de gesso (casos de peças 
maiores), o que se emprega em procedimentos que são 
mais cansativos para o paciente e, por conta disso, são 
feitos em laboratório. 
É importante saber que embora a cera seja o 
material ideal para se confeccionar esse padrão, ela 
também sofre distorção e escoamento. Por conta disso, 
deve-se saber trabalhar bem com a cera durante a 
confecção dos padrões. 
 
 
 
A Fundição da cera pode ser feita e várias formas. 
Em alguns casos pode ser feita diretamente na chama e em 
outros se utiliza a derretedora de cera (imagem acima). 
 
Conduto (Canal) de Alimentação 
 
Nas imagens a seguir é possível observar os 
padrões de cera de um canino, de um pré-molar e de um 
molar (imagem da direita) e os condutos ou canais de 
alimentação (imagem da esquerda). 
 
 
 
A palavra “alimentação” decorre do fato de que é 
através desses condutos que a liga metálica derretida, que 
chega nas coroas de cera e as transformam em coroas 
metálicas. Ou seja, o pino/conduto/canal de alimentação 
forma um canal pelo qual o metal derretido irá percorrer 
até formar a restauração metálica. 
Esses condutos podem ser pré-fabricados e 
possuírem diversos tamanhos, de pequeno, médio a 
grande, que se adequam ao tipo e da quantidade de 
dentes. Por exemplo, se o padrão de cera for de um molar 
ou de uma ponte fixa com três dentes, utiliza-se um 
conduto médio. 
Além disso, esses pinos podem ser de cera, plástico 
ou de metal. Também é importante que eles não sejam 
nem muito longos e nem muito estreitos, além de deverem 
conter um alargamento central. 
Depois que os padrões de cera estão fixados sobre 
os pinos, derrete-se a estrutura, de forma que o formato 
interno acaba sendo um túnel com o formato do padrão de 
cera e do canal de alimentação. Com isso, a liga metálica 
derretida preenche o espaço no mesmo formato do canal 
de alimentação e do padrão de cera. 
 
Procedimento de Inclusão 
 
O procedimento de inclusão é o ato de fixar o 
padrão de cera na base para cadinho e preencher com o 
revestimento, o que é muito importante para se obter uma 
fundição de sucesso. 
Na imagem ao lado, bem como na 
porção inferior da imagem da direita vista 
anteriormente, temos a base para cadinho. 
Nessa base é colocada a parte central, que 
contém o canal de alimentação e o padrão 
de cera. 
Após isso, nessa base 
para cadinho é posto um anel de 
silicone ou metálico e se 
preenche com um material 
rígido: o revestimento. 
Quando o revestimento 
endurecer, coloca-se no forno 
para derreter a cera e se obter o 
formato exato do padrão de 
cera e do conduto de 
alimentação. 
É nesse espaço vazio que a centrífuga irá empurrar 
o metal derretido que, quando resfriado, resulta na peça 
metálica. 
O revestimento deve ser vazado lentamente no 
anel de fundição, tomando-se o cuidado para fluir o 
revestimento em torno do padrão de cera, sem formar 
bolhas ou deixar lacunas. 
Esse 
procedimento pode 
ser feito no 
espatulador a vácuo 
ou no vibrador. 
Quando for feito 
manualmente, 
utiliza-se o vibrador 
para retirar as 
bolhas. 
 
Forros Para Anéis de Fundição 
 
Coloca-se na face interna do anel de fundição uma 
espécie de papelão, chamado de papel cerâmico (que 
contém um pouco de amianto). Ele é importante para 
ajudar na expansão do revestimento durante a presa e a 
queima. 
O forro deve ser umedecido com água, antes da 
adição do revestimento, para não roubar a água dele e o 
proteja da perda de água. (A função seria proteger contra 
a perda de água). 
 
Expansão do Revestimento 
 
Após a inclusão do revestimento, o anel de 
fundição pode ser deixado em repouso por 45 minutos, até 
a presa do revestimento. 
O revestimento deve expandir o suficiente para 
compensar a contração do metal fundido (é justamente por 
isso que ele não deve perder água). Sem esta compressão 
a fundição seria muito pequena e não teria adaptação 
adequada no troquel e, especialmente, no dente. 
 
No forno, o padrão de cera e o conduto irão 
derreter e descer para a base pra cadinho, formando um 
espaço vazio no interior do preenchimento (resultando em 
um molde). 
A liga metálica será fundida e colocada numa 
centrífuga. Esta, por sua vez, irá girar e empurrar a ligametálica em alta temperatura para dentro do espaço vazio 
(para dentro do molde). 
Essa capacidade de expansão do revestimento 
permite que a liga inserida ocupe um espaço um pouco 
maior do que o original, o que é compensado pela 
contração do metal conforme se esfria. 
 
Todos os metais utilizados para fundição (as ligas 
metálicas) contraem quando são resfriados (quando 
passam de altas temperaturas até a temperatura 
ambiente). Essa contração varia de 1% a 2,5%. 
É exatamente esse encolhimento da liga que deve 
ser compensado através do revestimento, que deve 
expandir de 1% a 2,5%. 
Esse revestimento possui três formas de expansão: 
 Expansão hidroscópica – O material expande no 
momento em que a água é colocada no pó; 
 Expansão de presa – Ocorre quando o material 
toma presa no anel metálico/de silicone; 
 Expansão térmica – Ocorre dentro do forno e 
quando recebe a liga fundida. 
O somatório desses três tipos de expansão faz com 
que o revestimento expanda de 1% a 2,5%. Com isso, o 
metal irá entrar em um espaço de 1% a 2,5% maior e, 
quando contrair, ficará do tamanho exato da prótese do 
dente. 
 
Queima 
 
A seguir é possível observar dois fornos: um para 
ligas metálicas (esquerda) e outro para porcelana (direita). 
 
 
 
Após a presa do revestimento, o anel de fundição é 
colocado no forno para a queima do padrão de cera e do 
pino de alimentação. 
O resultado dessa queima é o conduto deixado no 
revestimento pelo padrão de cera e pelo pino de 
alimentação, fornecendo o espaço por onde o metal 
derretido irá fluir. 
Além disso, esse processo de queima favorece a 
expansão térmica do revestimento. 
 
Procedimento de Fundição 
 
O procedimento de fundição é realizado em uma 
centrífuga de fundição. Nas imagens a seguir é possível 
observar alguns tipos de centrífugas. 
 
 
 
Esse equipamento está baseado no princípio da 
força centrífuga, onde o metal derretido pode ser 
acelerado para fora, ao ser rotacionado rapidamente, 
sendo direcionado para o interior do espaço deixado no 
revestimento. 
Esse processo de levar o metal derretido para 
dentro do espaço no revestimento dura menos de 1 
segundo. Em virtude da velocidade em que se dá esse 
processo, as centrífugas devem atual sempre fechadas. 
Na imagem ao 
lado se observa uma 
centrífuga de túnel. Nesse 
caso é necessário fazer um 
túnel de alvenaria ou 
alguma coisa do tipo para 
coloca-la dentro, de forma 
que, quando ela girar, não 
respingue a liga metálica. 
O cadinho de cerâmica é diferente da base pra 
cadinho. É nele que se coloca a liga metálica e, com o 
maçarico, ela é derretida. Depois disso, solta-se uma trave 
e a centrífuga começa a girar e impulsionar o metal para 
dentro do espaço do 
revestimento. A 
importância desse 
cadinho ser de cerâmica é 
porque se trata de um 
material que resiste a 
altas temperaturas. 
O anel, que pode ser metálico ou de silicone, fica 
travado na estrutura com a abertura por onde a cera é 
retirada virada para o cadinho. No momento em que a liga 
estiver derretida, solta-se a trave da centrífuga e ela irá 
girar rapidamente, empurrando a liga para dentro. 
No esquema a seguir temos a estrutura do cadinho 
ligado com o anel de revestimento, que contém o material 
de revestimento e o espaço do pino e do padrão de cera. 
 
 
 
Nessa parte que remete a um quadrado é possível 
observar o material de revestimento e o espaço presente 
em seu interior. Logo de início o espaço se assemelha à 
base pra cadinho, sem seguida temos o espaço do pino de 
alimentação e, por fim, o espaço do padrão de cera, que 
geralmente fica inclinado a 45°. 
Quanto ao derretimento da liga, o metal deve ser 
aquecido no cadinho de cerâmica, que é resistente ao calor 
e um fundente pode ser adicionado para assegurar que o 
metal derreta sem a formação excessiva de óxidos, o que 
alteraria a qualidade final da fundição, deixando-a muito 
escura (deve-se ter a cor original da liga). 
O metal é aquecido com o auxílio de um maçarico 
convencional ou elétrico e, ao término do preparo, após 
esfriar, o revestimento é quebrado e a fundição é lavada 
com água. 
Depois de confeccionada a peça metálica, cortasse 
o cabinho e fica só com a coroa. 
 
Decapagem 
 
Mesmo com a aplicação do fundente, as altas 
temperaturas fazem com que a peça metálica fique escura. 
Por conta disso, torna-se necessário que ela passe pelo 
processo de decapagem. 
A decapagem é a remoção da camada de óxidos 
presente em uma restauração recém fundida através de 
uma solução ácida. 
A decapagem pode ser feita 
em uma máquina onde se coloca 
ácido sulfúrico por 5 a 10 segundos 
ou com jato de areia (imagem ao 
lado). 
Também existe outro 
aparelho, que pinça a peça metálica 
(que era o pino de alimentação com o padrão de cera) e 
mergulha em ácido sulfúrico por cinco a dez segundos. 
 
Acabamento 
 
No processo de acabamento de peça protética 
geralmente se remove o pino de alimentação metálico, 
deixando apenas o padrão de cera em metal. Geralmente 
isso é feito com o disco de carborundum ou disco metálico. 
Em seguida é feito o acabamento com pedras de 
carborundum e o polimento com peças de borracha. Isso é 
necessário para que o local que sofreu o corte fique bem 
arredondado, com o contorno exato da superfície dental da 
peça protética. 
Resumindo, esse processo é feito com as seguintes 
etapas: 
 Remoção do pino de alimentação (disco de 
carborundum ou metálico); 
 Acabamento com pedras de carborundum de 
granulação verde ou branca; 
 Polimento dom peças/discos de borracha 
abrasivos, pasta rouge com rodas de feltro ou de 
pano ou similares. 
 
 
 
Sequência Técnica Para Fundição 
 
Neste caso, vamos fazer de conta que a peça 
protética é de um terceiro molar. Com isso, é feito a 
moldagem da hemiarcada, recorta-se o molar e faz um 
troquel. 
No troquel temos o preparo do dente do paciente 
que foi moldado. Esse preparo é preenchido com cera, 
formando o padrão de cera. 
Após isso, o pino de alimentação é fixado com cera 
na base pra cadinho e o padrão de cera é fixado, com cera, 
com a oclusal voltada pra baixo, numa angulação de 45°. A 
bolinha presente nesse pino serve para que o metal seja 
impulsionado com mais força para dentro. 
Depois de fixado o pino e o padrão de cera, coloca-
se o anel, que pode ser de silicone ou metálico, e o 
preenche, com cuidado, com o revestimento, processo 
denominado de inclusão. (toda a parte do pino e do padrão 
de cera fica dentro do revestimento). 
Após o revestimento tomar presa, a base para 
cadinho é retirada (para que a cera possa escorrer) e o 
conjunto é levado para o forno, onde a cera é derretida. 
Com o derretimento da cera, o revestimento fica 
com um espaço vazio em seu interior. Com isso, coloca-se 
a liga metálica derretida em uma centrífuga e preenche-se 
todo o espaço vazio com o metal. 
Terminada essa etapa, o anel é retirado, quebra-se 
o revestimento e retira-se a peça metálica. A partir disso se 
inicia a decapagem, em que se deixa o pino para que possa 
ser pinçado e faz-se a aplicação do ácido sulfúrico ou o 
jateamento de areia ou de óxido. 
Pós isso o pino metálico é cortado, deixando-se 
apenas a coroa metálica e se realiza o acabamento e 
polimento. Por fim, faz-se a prova na boca do paciente. 
 
 
 
Causas de Falhas nas Fundições 
 
É crucial que haja um aquecimento correto da liga, 
por tanto, é importante saber a temperatura exata em que 
a liga é fundida. Não pode ser a mais e nem a menos. 
Se a liga for aquecida menos que o necessário, ela 
irá ficar mais viscosa e não irá preencher completamente o 
fino espaço do pino de alimentação e do padrão de cera, 
resultando na falta de detalhamento e na presença de 
bolhas. 
Também se o aquecimento for feito além do 
necessário irá ocorrer falhas no processo de fundição. 
Nesse caso, corre-se o risco de haver a fratura do 
revestimento, promovendo o vazamento da liga.

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