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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 199 Fig. V.14 - Medidor de saldo de radiação com cúpula de plástico. O sensor é protegido por uma cúpula de plástico inflável que o abriga da chuva e da poeira, evita a formação de orvalho sobre as placas (Fig. V.14). O plástico usado deve ser o mais transparente possível às radiações visível e infravermelha (o que não ocorre com o vidro comum, praticamente opaco à última). Especial atenção deve ser dada à cúpula que, quando arranhada ou suja, provoca erros acentuados nas observações. 12.4 - Heliógrafo de Campbell-Stokes. Os heliógrafos destinam-se a medir a insolação, definida (Capítulo I) como o intervalo de tempo em que o disco solar permanece visível, entre o nascimento e o ocaso do Sol, para um observador localizado em um dado ponto da superfície terrestre. Supõe-se que esse local tenha o horizonte desobstruído nos setores em que o Sol nasce e se põe, ou pelo menos que os eventuais obstáculos, capazes de obstruir o disco solar, tenham altura aparente não superi- or a 5o. O heliógrafo mais difundido é o de Campbell-Stokes, formado por uma esfera de vidro transparente, montada em um eixo inclinável, cujo suporte contém uma calha, disposta trans- versalmente (Fig. V. 15). Ao ser instalado, seu eixo deve ficar paralelo ao eixo terrestre, per- manecendo a calha orientada na direção leste-oeste. O foco luminoso, causado pela conver- gência da luz do Sol ao incidir sobre a esfera, deve situar-se sempre no interior da calha (em qualquer hora do dia, de qualquer dia do ano). Para atender a esta exigência existem modelos apropriados aos trópicos, às regiões de latitude média e às áreas circumpolares (neste último caso usam-se efetivamente dois heliógrafos montados em oposição, já que o Sol aparente- mente descreve uma circunferência completa em torno do instrumento, por dia). Na calha é colocada, diariamente, uma tira de papel especial, chamada heliograma, onde está impressa uma escala horária (Fig.V.16). O princípio de funcionamento é extremamente simples: o foco luminoso, devido à radia- ção direta, queima o heliograma em um ponto, que avança com o movimento aparente diário do Sol. Quando uma nuvem oculta o disco solar, a queima é interrompida. O heliograma usado é substituído por um novo diariamente à noite. No Brasil, em virtude da variação anual do fotoperíodo, usam-se heliogramas de três formas diferentes (Fig. V.16): curvos longos, de meados de outubro ao final de fevereiro; curvos curtos, entre meados de abril e o final de agosto; e retos, no restante do ano.
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