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220_METEOROLOGIA_E_CLIMATOLOGIA_VD2_Mar_2006

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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA
Mário Adelmo Varejão-Silva
Versão digital 2 – Recife, 2006
206
Na ausência de nuvens e com ar pouco úmido a superfície recebe um retorno muito pe-
queno da energia infravermelha que emite para a atmosfera (o que justifica o maior resfria-
mento observado em noites estreladas, em relação ao que se dá nas noites nubladas, na
mesma época do ano).
14.2 - Estimativa do saldo da radiação infravermelha à superfície.
A diferença entre a radiação de ondas longas que chega à superfície, proveniente da
atmosfera (RA) e aquela por ela emitida para a atmosfera (RS), constitui o saldo da radiação
infravermelha, ou saldo de radiação de ondas longas (RI):
RI = RA – RS (V.14.1)
Quando o intervalo de tempo que se considera é pequeno, RI pode ser positivo negativo
ou nulo. Em termos médios, porém, é negativo, revelando que a superfície emite mais radiação
infravermelha do que recebe da atmosfera.
O saldo de radiação de ondas longas (RI) está inserido na expressão V.11.1 e pode ser
determinado, por diferença, quando se dispõe de equipamentos que possibilitem medir simul-
taneamente o saldo de radiação (Rn), a radiação global (Q) e a radiação refletida (QR). Infeliz-
mente, esta situação é excepcional, o que motivou os pesquisadores a se dedicarem à tarefa
de investigar expressões empíricas para estimar RI. Tais expressões, não obstante práticas,
têm o inconveniente de apresentarem resultados confiáveis, em princípio, apenas nas condi-
ções para as quais foram desenvolvidas. Sua utilização, em outras regiões, com características
diferentes das de origem, pode conduzir a erros grosseiros. Por esse motivo, seu uso deve ser
recomendado apenas após testadas e ajustadas às condições locais.
14.2.1 - Fórmulas de Brunt.
Em 1932, D. Brunt (Sellers, 1965) obteve a seguinte fórmula empírica para estimar RI:
RI = – 1440 σT 4 [1 – a – b (e1/2)] (V.14.2)
em que e (mm Hg) e T (K) representam, respectivamente, os valores médios da pressão par-
cial do vapor d'água e da temperatura do ar, obtidos a partir das observações realizadas no
interior do abrigo de instrumentos, nas estações meteorológicos convencionais (a cerca de 2 m
acima da superfície do solo). Os coeficientes de regressão encontrados por Brunt foram a =
0,256 e b = 0,065.
Em 1939, Brunt aperfeiçoou a fórmula anterior, incluindo o efeito causado pela nebulo-
sidade, expressa em termos da fração (m) da abóbada celeste encoberta por nuvens. Para m
dado em décimos de céu encoberto, obteve:
RI = – 1440 σT 4 (0,56 – 0,092e1/2) (1– 0,09 m). (V.14.3)

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