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CONFLITOS TERRITORIAIS INDÍGENAS NA AMAZÔNIA LEGAL

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CONFLITOS TERRITORIAIS INDÍGENAS NA AMAZÔNIA LEGAL 
 
¹ Estefany da S. de Vasconcelos 
² Tamires Rodrigues Moura 
1. INTRODUÇÃO 
 
Como todos sabem a região amazônica é uma das mais ricas em 
diversidade seja na fauna ou na flora. Segundo o ISPN (Instituto sociedade, 
população e natureza) temos em torno de 440 mil indígenas habitando a 
Amazônia, apesar do pequeno número de povos que habitam a região, temos 
um crescente número de problemas envolvendo conflitos territoriais, seja pela 
invasão para exploração de mineiro, assim como o desmatamento da floresta 
para novos pastos do setor agrícola. 
Apesar do reconhecimento que ambas as atividades movimentam a 
economia brasileira, não podemos deixar de observar os contras dessas 
invasões, tendo em vista que para explorar mineiro usasse vários tipos de 
malefícios que degradam os rios, assim como desmata as florestas. 
Este trabalho busca analisar um pouco da luta que os povos indígenas 
tem em tentar conter não só o avanço sobre suas terras, mas também o 
desmatamento e os malefícios que podem causar a eles. 
2. POVOS INDÍGENAS E SUA LUTA PELO TERRITÓRIO 
 É sabido por todos que o uso e a apropriações de terras geram conflitos 
que não são de hoje, mas se perduram desde do descobrimento do Brasil. 
Devido a grande quantidade de riquezas, terras e recursos que a Amazônia 
possui, ela acaba atraindo também o interesse na exploração de terras e dos 
recursos que ela disponibiliza. 
__________________ 
1- ESTEFANY DA SILVA DE VASCONCELOS é Acadêmica do IV Período do Curso de 
bacharelado em Direito- Faculdade de Itaituba- estefany-vasconcelos@outlook.com 
1- TAMIRES RODRIGUES MOURA é Acadêmica do IV Período do Curso de bacharelado em Direito- 
Faculdade de Itaituba – tatá.manson44@gmail.com 
 
Diante disso, vamos voltar um pouco em 1500, onde o rei de Portugal se auto-
intitulou donos das terras e passou a doá-las na categoria de sesmarias a 
quem tivesse condição de explorar e habitar as mesmas. Apesar dessa 
estratégia devida a vários fatores como clima, distância e local, as mesmas 
acabavam sendo abandonadas novamente. Com isso crescia as disputas entre 
indígenas e colonos, muitas terras foram retiradas dos indígenas e distribuídas 
aos bandeirantes como forma de pagamento pela exploração que os mesmo 
faziam em nome da coroa. 
No ano de 1850, era instituída a lei de Terras de 1850, onde a coroa 
portuguesa, tornou a via de posse em algo ilegal, tirando assim a oportunidade 
de que pessoas pobre, imigrantes e trabalhadores tivessem o acesso a terra e 
continuasse como mão-de-obra das grandes fazendas. Apesar da lei não 
contestar o direito indígena sobre as terras que habitavam, ela não fazia 
menção a garantia de direitos. Sendo assim foram usadas várias maneiras de 
ser apossarem das terras indígenas, pela argumentação de que devido à 
miscigenação e aculturação os mesmo não poderiam ser considerados mais 
povos indígenas. 
Com isso, voltamos aos dias atuais onde o capitalismo continua a 
ameaçar o modo de viver, assim se repetindo o ciclo português onde os 
mesmos tentavam ditar as formas como se deve ser um povo indígena, seus 
modos, costumes, crenças, assim como seu lugar e sua terra de direito. 
O capitalismo enxerga a Amazônia como apenas uma mercadoria que 
pode alavancar milhões em vários setores, principalmente nos setores agrários 
e garimpeiros. Um exemplo disso é a proposta da PEC 215/2000 e a da PL 
490/2007, onde ambas defendem o marco temporal indígena que seria uma 
tese que defende que os povos indígenas só poderiam reivindicar as terras 
demarcadas na quais estavam fisicamente até outubro de 1988, quando foi 
proclamada a constituição. Segundo o INPE, até o ano de 2020 o Bioma 
Amazônia teria sido devastado em 729.781,76 km2 e a Amazônia Legal teria 
sido devastada em 813.063,44 km2, isso representa mais de 20% de floresta 
desmatada. Enquanto nas terras indígenas temos a perda de apenas 2% de 
suas florestas originas, ao contrário dos setores que visam apenas à 
exploração e enriquecimento, o índio ver a floresta como parte de si e acredita 
numa relação harmônica com ecossistema. 
De acordo com o site Abril: 
Mario resumiu de forma simples: “Nossa aldeia é sagrada”. Quando 
um índio diz que a própria terra é “sagrada”, não é força de 
expressão. Muitos povos indígenas acreditam em deuses e seres 
mitológicos a elementos da natureza, e o território é o espaço físico 
onde essas divindades se manifestam. Ou seja: a terra não é apenas 
o lugar onde os índios moram. É um elemento central da religião e da 
identidade cultural deles. “É o lugar onde descansam os espíritos de 
nossos ancestrais”. 
Indo de encontro, a valorização dos povos indígenas para com a floresta 
a PL faz menção também do questionamento do que é seu de direito, pois se 
acaso o povo em questão não conseguir provar que habitavam esse local, não 
terão direitos sobre aquela terra. A PL remete o fato da inconstitucionalidade, 
pois ela prevê que acaso haja interesse de garimpagem ou relevância para 
união, as terras também poderão ser retiradas, assim como a decisão da união 
em retirar acaso o povo perca seus traços culturais. 
 
2.1 DO DESMATAMENTO E DA INVASÃO DE TERRAS INDÍGENAS NA 
AMAZÔNIA 
 Na década de 80 e 90, com o fim da ditadura militar foi possível ver o 
retrocesso nas causas indígenas, onde ocorreram matanças de tribos inteiras 
de diversas formas, tendo sempre total crueldade nas ações. Segundo o 
relatório Figueiredo, grande parte comandada por proprietários de terras que 
visavam à expansão e exploração para o gado, assim como a mineração em 
áreas demarcadas de posse indígena. 
Um exemplo atual é a disputa dos povos indígenas Yanomami com o 
garimpo ilegal, onde os garimpeiros invadem desde 1980, buscando por 
minérios, atualmente se intensificou bastante, segundo o instituto 
socioambiental (ISA). 
 
Conforme dados do 
instituto, atualmente a 
região está com cerca 
de 20 mil garimpeiros, 
operando ilegalmente 
em Terras Yanomamis. 
Onde já foi 
contabilizado o 
desmatamento de 
aproximadamente 2.430 
hectares. 
Figura 1: Foto tirada através de um sobrevôo pela região – (ISA) 
 Com o desmatamento desenfreado e a poluição dos rios que cercam a 
reserva, acabaram contribuindo para desnutrição das TI’s que ali habitam, pois 
as extrações do ouro com o mercúrio e outros metais pesados fizeram com que 
os rios fossem contaminados assim como o impacto na fauna e flora, trazendo 
a escassez de alimentos as TI’s. 
 
Figura 2: foto retirada 
após sobrevôo sob as 
terras Yanomamis, 
como podemos ver o 
garimpo e rente ao rio 
que banha a reserva, 
fazendo com os 
metais entrem nele e 
acabem com seu 
ecossistema. (ISA) 
 
 
Com essa devastação é comum o confronto direito entre índios e 
garimpeiros, onde os mesmo são ameaçados e amedrontados para que saiam 
das terras e deixem que os garimpeiros abram novos garimpos. 
Segundo o site G1: 
 Desde junho de 2020, uma série de confrontos entre indígenas 
e garimpeiros foi deflagrada na região. O mais recente foi na 
comunidade Palimiú, em Alto Alegre, ao Norte de Roraima. Alvo de 
invasores que entram na floresta para explorar o minério, a região 
vive dias de tensão. O estopim foi em 10 de maio, quando 
garimpeiros abriram fogo contra os indígenas, que revidaram. Há 
relatos de três garimpeiros mortos no confronto. Um indígena foi 
baleado de raspão na cabeça, mas sobreviveu. 
 
Conforme exposto acima, os povos Yanomamis sofrem diversos tipos de 
ataques seja pela doença ou pela violência, tudo desenfreado por uma 
sociedade que visa apenas os fins lucrativos sem se preocupar com os 
impactos que podem causar aos povos e biomas presentes nessa região, vale 
ressaltar que esse é apenas um caso dos vários que ocorrem na Amazônia 
onde se tornou comum questionarem se de fato, os índios teriam que ter 
direitos sobre determinada área e esquecendoque para um povo que esta a 
gerações em um lugar, não era para ser questionado muito mesmo invadido. 
 
3. O DIREITO INDÍGENA SENDO NEGADO 
Na atual realidade, onde há uma crescente demanda por parte das 
comunidades indígenas ao longo da Amazônia, sob supervisão de um judiciário 
normativo que não tem como visar às demandas e olhar além de leis e direitos 
e não incorporar a necessidade e a singularidade de cada povo. 
Quando tratamos sob o direito de terras e a atual necessidade de 
demarcação, temos que compreender que as populações originárias já foram 
bastante dizimadas. A sociedade mesmo tenta cada vez mais tirar uma parte 
do que sobrou desses povos. 
Segundo o site UOL: 
Alegando espera pela definição do marco temporal pelo STF 
(Supremo Tribunal Federal), o governo do presidente Jair Bolsonaro 
aplicou um freio inédito nos processos de demarcação de terras 
indígenas e causou uma avalanche de ações do MPF (Ministério 
Público Federal) na Justiça cobrando atos que avancem nos 
procedimentos legais. 
Com podemos verificar essa seria uma das propostas do atual governo, onde 
ele defendia que não iria demarcar nenhum cm (centímetro) a mais de terra 
indígena, que vai de encontro a violação da CF. 
 No mais, vale ressaltar que apesar de várias manobras para tentar exigir 
algo que é direito, vem se tornando cada vez mais difícil. Pois as leis que são 
voltadas a proteção e a necessidade foram conseguidas através de lutas e 
desempenho dos próprios povos. É nem sempre são foco de respeito, assim 
como tentam de várias formas inviabilizas nas lutas por demarcação. 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Este pequeno artigo, não tem a pretensão de apontar quem está certo 
ou errado nas demarcações, mais expor alguns pontos de algo que deveria ser 
normal de direito dos povos indígenas. Entende-se que o mercado garimpeiro, 
assim como setor agrário e algo que movimenta milhões e está cada vez mais 
presente na nossa região. 
 Entretanto, foi possível concluir que esses setores quando não são 
supervisionados e não tem a devida fiscalização podem não só agredir e 
desmatar a natureza, mas também invadir lugares protegidos e acabar não só 
adoecendo, mas matando muitas pessoas. Foi abordado nesse trabalho 
principalmente o setor garimpeiro comum em nossa região, apesar de se ter 
vários outros pontos como as madeireiras, as fazendas, dentre outros que 
podem também prejudicar as TI’s existentes na Amazônia. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
DAVIS, Shelton H. Vítimas do Milagre; o desenvolvimento e os índios do 
Brasil. São Paulo: Zahar, 1978; 
MARTINS, Edilson. Nossos índios, nossos mortos. Rio de Janeiro: 
CODECRI, 1978; 
Benedito Prezia, Eduardo Hoomaert. Brasil Indígena: 500 anos de 
resistência. - São Paulo: FTD, 2000 
INPE. PERGUNTAS FREQUENTES. Publicado em 2021. Disponível em 
http://www.inpe.br/faq/index.php?pai=6. Acesso em 20/11/2021 
MAGALHÃES, A.; CAMARGOS. D; JUNQUEIRA. D; OS INTERESSES 
ECONÔMICOS POR TRÁS DA DESTRUIÇÃO DA AMAZÔNIA. Publicado em 
24/08/2019. Disponível em < https://reporterbrasil.org.br/2019/08/os-
interesses-economicos-por-tras-da-destruicao-da-amazonia/ >. Acesso em: 
21/11/2021. 
SUPER ABRIL. A TERRA SAGRADAS DOS ÍNDIOS. Publicado em 05/09 
2013. Disponível em > https://super.abril.com.br/comportamento/a-terra-
sagrada-dos-indios/> Acesso em 20/11/21. 
G1. CRONOLOGIA VEJA OS ATAQUES DE GARIMPEIROS À TERRA 
INDÍGENA YANOMAMI. Publicado em 27/05/21. Disponível em > 
https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2021/05/27/relembre-conflitos-recentes-
entre-garimpeiros-e-indigenas-na-terra-yanomami.ghtml < Acesso em 21/11/21. 
CAMARA. PL 490/2007. Publicado em 20/03/2007. Disponível em > 
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=3
45311 > Acesso em 17/11/2021 
CAMARA. PEC 215/200. Publicado em 28/03/2000. Disponível em > 
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=1
4562 < Acesso em 17/11/2021. 
ISA. NOVA ‘SERRA PELADA’ SURGE NA TERRA YANOMAMI. Publicado 
em 25/05/2021. Disponível em > https://www.socioambiental.org/pt-br/noticias-
socioambientais/nova-serra-pelada-surge-na-terra-yanomami < Acesso em 
27/11/2021. 
ISA. DEMARCAÇÃO DE TERRAS INDÍGENAS É DECISIVA PARA CONTER 
O DESMATAMENTO E REGULAR O CLIMA. Publicado em 30/01/18. 
http://www.inpe.br/faq/index.php?pai=6
https://reporterbrasil.org.br/2019/08/os-interesses-economicos-por-tras-da-destruicao-da-amazonia/
https://reporterbrasil.org.br/2019/08/os-interesses-economicos-por-tras-da-destruicao-da-amazonia/
https://super.abril.com.br/comportamento/a-terra-sagrada-dos-indios/
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https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2021/05/27/relembre-conflitos-recentes-entre-garimpeiros-e-indigenas-na-terra-yanomami.ghtml
https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2021/05/27/relembre-conflitos-recentes-entre-garimpeiros-e-indigenas-na-terra-yanomami.ghtml
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=345311
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=345311
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=14562
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=14562
https://www.socioambiental.org/pt-br/noticias-socioambientais/nova-serra-pelada-surge-na-terra-yanomami
https://www.socioambiental.org/pt-br/noticias-socioambientais/nova-serra-pelada-surge-na-terra-yanomami
Disponível em >https://www.socioambiental.org/pt-br/blog/blog-do-
monitoramento/a-demarcacao-das-terras-indigenas-e-decisiva-para-conter-o-
desmatamento-e-manter-funcoes-climaticas-essenciais < Acesso em 
27/11/2021. 
 
https://www.socioambiental.org/pt-br/blog/blog-do-monitoramento/a-demarcacao-das-terras-indigenas-e-decisiva-para-conter-o-desmatamento-e-manter-funcoes-climaticas-essenciais
https://www.socioambiental.org/pt-br/blog/blog-do-monitoramento/a-demarcacao-das-terras-indigenas-e-decisiva-para-conter-o-desmatamento-e-manter-funcoes-climaticas-essenciais
https://www.socioambiental.org/pt-br/blog/blog-do-monitoramento/a-demarcacao-das-terras-indigenas-e-decisiva-para-conter-o-desmatamento-e-manter-funcoes-climaticas-essenciais