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Impactos da Mineração Legal em Terras Indígenas da Amazônia Brasileira

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ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES 
DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
 
 
 
BEATRIZ DE CARVALHO BOAVENTURA 
GABRIEL NESPOLI MEIER 
RAQUEL GOMES DE SOUZA 
 
 
 
 
 
Impactos da Mineração Legal em Terras Indígenas 
na Amazônia Brasileira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2017 
 
Beatriz de Carvalho Boaventura Nº USP 10259602 
Gabriel Nespoli Meier Nº USP 8923518 
Raquel Gomes de Souza Nº USP 10259501 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Impactos da Mineração legal em Terras Indígenas na 
Amazônia Brasileira 
 
Seminários de Políticas Públicas Setoriais II - 
Cultura Indígena, Política e Meio Ambiente 
Prof. Dr. André Felipe Simões 
Prfa. Dra. Mariana Soares Domingues 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2017 
 
Resumo 
Essa pesquisa visa discutir os principais impactos causados pela mineração sofridos pelas 
comunidades indígenas que habitam a Amazônia Legal. O trabalho está dividido em três 
partes para facilitar a organização das ideias. Na primeira parte serão abordados os direitos 
indígenas acerca do seu território, baseando-se exclusivamente na Constituição Federal de 
1988 e no Estatuto do Índio; a FUNAI também será mencionada devido ser o órgão oficial 
brasileiro de proteção aos indígenas, porém de forma mais ampla. Na segunda, far-se-á 
uma análise panorâmica das características gerais das tribos presentes na Amazônia 
brasileira e uma breve revisão histórica. Na terceira e última parte, abordar-se-á o tema 
escolhido para esta pesquisa, que é os principais impactos da mineração legal nas terras 
indígenas. A conclusão encerrará o trabalho, trazendo as considerações finais sobre tudo 
que foi abordado. 
 
Palavras-chave​: direitos; mineração; terras indígenas; índios; impactos socioambientais. 
 
 
 
 
Abstract 
This research aims to discuss the main impacts caused by mining suffered by indigenous 
communities that inhabit the Legal Amazon. The work is divided into three parts to facilitate 
the organization of ideas. In the first part will be approached the indigenous rights about its 
territory, based exclusively on the Federal Constitution of 1988 and the Indian Statute; 
FUNAI will also be mentioned because it is the official Brazilian body for the protection of 
indigenous peoples, but more broadly. In the second, a panoramic analysis of the general 
characteristics of the tribes present in the Brazilian Amazon and a brief historical review will 
be made. In the third and last part, the theme chosen for this research will be addressed, 
which is the main impacts of legal mining on indigenous lands. The conclusion will close the 
article, bringing the final considerations on everything that was addressed. 
 
Keywords:​ Rights, mining, indigenous lands, Indians, social and environmental impacts. 
1. Introdução 
 
A Amazônia Legal é uma área com cerca de 5.217.423 km² que corresponde a 61% 
do território brasileiro, por definição da Lei 1.806, de 1953 abrange os estados do Acre, 
Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e oeste do Maranhão 
(O ECO, 2014). Além de abrigar todo o bioma da Floresta Amazônica no Brasil, ela ainda 
abriga 20% do Cerrado e parte do Pantanal Mato-Grossense. Sua extensão engloba em sua 
totalidade 9 estados brasileiros; já a Floresta Amazônica circunscreve também, em menores 
proporções, territórios do Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e 
Guiana Francesa. Além de abranger os biomas Floresta Amazônica, Cerrado e Pantanal, a 
Amazônia legal abriga a Bacia Amazônica, a maior bacia hidrográfica do mundo, 
representando em média um quinto do volume total de água doce do planeta. Devido a sua 
riqueza ecológica e abundância de recursos naturais, acaba sendo alvo constante da 
exploração pela indústria da mineração e outros setores econômicos, como por exemplo o 
extrativismo madeireiro e garimpo, colocando em risco não somente a sua riquíssima 
biodiversidade como também todas as comunidades residentes em sua extensão. 
Por uma perspectiva de ocupação, segundo Fearnside (2005), o processo intensivo 
de ocupação do território da Amazônia brasileira teve início em meados de 1970, 
desconsiderando as comunidades tradicionais já existentes, muito antes dos processos de 
desmatamento se intensificarem na região, que teve seu ápice por volta de 1991 
(FEARNSIDE, 2006). A partir desses pressupostos é factível a percepção das relações 
sustentáveis existentes entre as comunidades tradicionais com o ambiente em que habitam, 
e como o crescente desmatamento é um fator consequente de setores econômicos legais e 
ilegais alí existentes. 
Analisando historicamente os processos de mineração desde a revolução industrial, 
percebe-se que os impactos ambientais causados são irreparáveis. Danos como 
empobrecimento do solo, desmatamento, erosão, perda de biodiversidade e contaminação 
de recursos hídricos por metais pesados não podem ser revertidos num curto prazo de 
tempo (SILVA, 2007). 
No Brasil, a extração de minério impactou diretamente os indígenas que habitavam 
aquela região por falta de políticas públicas eficientes. Algumas terras indígenas contam 
com mais de 90% do seu território comprometido (FILHO & SOUZA, 2009), e atualmente 
esta situação tem se agravado, devido a Lei do Marco Temporal, que propões ratificar as 
terras já homologadas redefinindo os critérios de demarcação, propondo que o território só 
permanecerá em posse indígena, caso seja comprovado eles estivessem em suas terras em 
5 de outubro de 1988, no entanto, é sabido que devido a conflitos com fazendeiros, algumas 
tribos viviam como nômades para fugir de ataques. E as intempéries naturais destroem boa 
parte dos registros de presença humana, exceto pedra trabalhada e a cerâmica (FAUSTO, 
2000). 
Pensando nos indígenas que habitam a Amazônia Legal, e nos impactos sofridos por 
eles, tentar-se-á responder esta pergunta de pesquisa: “Como os indígenas residentes na 
Amazônia brasileira são impactados pela mineração legal?”. A principal hipótese é que para 
viabilizar os processos minerários, essas tribos tenham que ser realocadas para cidades 
próximas e com isso tenham uma grande perda cultural. 
Esta pesquisa será realizada por meio de levantamentos bibliográficos de cunho 
científico e não científico, apoiando-se nos principais órgãos governamentais de proteção 
aos direitos indígenas, como também artigos e livros disponíveis na biblioteca da Escola 
Artes Ciências e Humanidades e bancos de teses da USP. Ao longo do texto algumas 
imagens foram inseridas para exemplificar o conteúdo abordado. As considerações finais 
encerra a pesquisa com um notas importantes sobre o conhecimento discutido. 
 
 
2. Objetivos 
 
2.1 Objetivo Geral 
Estabelecer um panorama no que concerne aos direitos legais das comunidades 
indígenas, em seu contexto fundiário, apontando digressões ocorrentes relativas as áreas de 
mineração, na Amazônia Legal. 
 
2.2 Objetivos Específicos 
Discutir os direitos indígenas acerca do seu território de acordo com a Legislação 
brasileira e respectivos órgãos de proteção. 
Caracterizar os aspectos gerais das tribos indígenas presentes na região amazônica; 
Fazer umlevantamento da exploração mineral na região, caracterizando seus 
aspectos e indicando os impactos sociais e ambientais gerados durante e após o processo. 
 
 
3. Revisão Bibliográfica 
 
3.1 Direitos Indígenas: Constituição Federal, Estatuto do Índio e FUNAI 
 
3. 1.1 Constituição da República Federativa do Brasil 
A Constituição Federal de 1988, no capítulo VIII aborda sobre os índios. No Art. 231 
são reconhecidos costumes, organização social, cultura, tradições, e seus direitos 
originários sobre as terras demarcadas pela União. 
Os parágrafos 1 e 2 caracterizam o que vem a ser “terras tradicionalmente 
ocupadas” e determinam exclusividade no uso dos seus recursos naturais. Os índios 
possuem direito indiscutível sobre as terras habitadas permanentemente, que são 
imprescindíveis para atividades de produção e desenvolvimento. E o parágrafo 3 cita que o 
aproveitamento das riquezas minerais em terras indígenas pode ser autorizado pelo 
Congresso Nacional, após diálogo com as comunidades afetadas, sendo assegurado, 
portanto, a participação nas discussões e resultados acerca do seu território. 
Conforme o parágrafo 5, a remoção de uma comunidade indígena do seu território só 
pode ser efetuada caso haja risco de vida para eles, sendo garantido o retorno imediato logo 
que cesse o perigo. O parágrafo 6, reafirma que todo ato que tenha por objetivo ocupação, 
domínio e posse ao território indígena é considerado nulo, mesmo que seja de grande 
interesse para União. 
 
3.1.2 Estatuto do Índio 
De acordo com a Lei Nº 6.001 de 19 de Novembro de 1973, pelo menos em teoria, 
todo indígena tem situação regularizada no Brasil com o intuito de preservar sua cultura e 
garantir que eles possuam direitos como os demais brasileiros, prestando assistência, 
proporcionando meios de desenvolvimento e estimulando atividades para benefício das 
comunidades indígenas. 
No Art. 2 do Estatuto do Índio, são listados 10 direitos, e entre eles, o “​V - ​garantir 
aos índios a permanência voluntária no seu habitat, proporcionando-lhes ali recursos para 
seu desenvolvimento e progresso​;” e o ​“IX - garantir aos índios e comunidades indígenas, 
nos termos da Constituição, a posse permanente das terras que habitam, 
reconhecendo-lhes o direito ao usufruto exclusivo das riquezas naturais e de todas as 
utilidades naquelas terras existentes;​” (​Artigo 2 da Lei Nº 6.001 de 19 de Novembro de 
1973​). No entanto, o panorama atual mostra exatamente o contrário, podendo ser 
observados pela burocracia na demarcação das terras indígenas, e em casos específicos, o 
retrocesso das terras já demarcadas. 
A definição de “Índio” pela Lei também é algo a ser ressaltado, pois o Art. 3 declara 
que: “​Todo indivíduo de origem e ascendência pré-colombiana que se identifica e é 
identificado como pertencente a um grupo étnico cujas características culturais o distinguem 
da sociedade nacional;​” (​Artigo 3 da Lei Nº 6.001 de 19 de Novembro de 1973​), no entanto é 
sabido que boa parte dos descendentes com indígenas não se reconhecem como tal. 
Fazendo uma análise simplória do Estatuto, percebe-se que o mesma Lei que 
concede direitos ao indígenas, é a que nega direitos aos que são considerados isolados. De 
acordo com o Art. 4, os índios podem ser considerados isolados, em vias de integração e 
integrados. O problema dessa classificação é que ela retira os direitos constitucionais dos 
índios que vivem sem contato com a sociedade. 
O Títulos III e IV, tratam dos direitos indígenas acerca do território, que é o foco 
desta pesquisa. 
O Título III, das terras indígenas, no Art. 18, parágrafo 1, define como estritamente 
proibida a prática de atividades de caça e coleta por qualquer pessoa que esteja fora do 
grupo indígena. 
O Art. 19, parágrafos 1 e 2 tratam sobre a demarcação. E esta só será realizada de 
acordo com o órgão federal de apoio ao índio e homologada pelo Presidente da República. 
A União só poderá intervir nas áreas indígenas caso não exista solução alternativa, por 
decreto do Presidente da República. Porém, o documento relata que existem 6 casos 
específicos nos quais a União poderá intervir, descritos nas seções A à F, sendo as C e F as 
mais insensatas: 
“a) para pôr termo à luta entre grupos tribais; 
b) para combater graves surtos epidêmicos, que possam acarretar o extermínio da 
comunidade indígena, ou qualquer mal que ponha em risco a integridade do silvícola 
ou do grupo tribal; 
c) por imposição da segurança nacional; 
d) para a realização de obras públicas que interessem ao desenvolvimento nacional; 
e) para reprimir a turbação ou esbulho em larga escala; 
f) para a exploração de riquezas do subsolo de relevante interesse para a segurança 
e o desenvolvimento nacional” (Artigo 20 da Lei Nº 6.001 de 19 de Novembro de 
1973). 
Como pode-se ver, por imposição da segurança nacional e exploração de riquezas, 
as terras indígenas podem ser tomadas sem questionamentos. No entanto, os parágrafos 3º 
e 4º do Art. 20 ressaltam que para remoção da comunidade, deve haver recolocação para 
uma área equivalente a anterior e a comunidade será integralmente ressarcida dos prejuízos 
recorrentes. 
O Capítulo II, das Terras Ocupadas, resumidamente, garante que todos benefícios 
que as terras ocupadas proporcionarem, são assegurados aos indígenas; e o 
reconhecimento desses direitos está previsto na Constituição Federal. 
O Capítulo III, das Áreas Reservadas, afirma que as reservas ambientais não se 
confundem com territórios indígenas imemoriais, e tem-se como reserva, parques e colônias 
agrícolas indígenas. 
O Capítulo IV, Das Terras de Domínio Indígena, no Art. 33, garante que o índio, 
integrado ou não, que habitar um território menor que 50 hectares por mais de 10 anos 
consecutivos, poderá adquiri-la como propriedade plena. Contudo, no parágrafo único do 
mesmo artigo, isso não se aplica a terras da União ou de propriedade coletiva de um grupo 
tribal. 
Não menos importante que os citados acima, convém mencionar o Título IV, Dos 
Bens e Renda do Patrimônio Indígena. O artigo 39 e o artigo 41, respectivamente, 
correspondem aos bens inclusos e não inclusos no patrimônio indígena. O 39, afirma que as 
terras pertencentes aos grupos tribais e comunidades indígenas, o desfrute das riquezas 
naturais existentes na terra ocupada e os bens móveis ou imóveis adquiridos a qualquer 
título, fazem parte do patrimônio indígena. Todavia, contraditoriamente, o artigo 41 nega a 
posse ou domínio das terras ocupadas individualmente por índios ou silvícolas, habitação, 
móveis e utensílios domésticos para uso pessoal e de produção, alegando que não integram 
seu patrimônio. 
 
3.1.3 FUNAI 
A Fundação Nacional do Índio – FUNAI é o órgão especialista em índios oficial do 
Brasil. Foi criada através da Lei nº 5.371, de 5 de dezembro de 1967 para substituir o SPI 
(Serviço de Proteção ao Índio) criado em 1910 para tratar de forma mais técnica e científica 
a questão indígena. No entanto, nenhum dos dois órgãos incluiu em seus quadros 
representantes líderes das comunidades indígenas,deixando-os à mercê da sociedade 
dominante (SANTOS, 2002; FUNAI). 
Seu papel institucional é proteger e garantir os direitos dos povos indígenas, 
promover políticas voltadas ao desenvolvimento sustentável das populações, além de 
monitorar e fiscalizar as terras. Desde estudos para identificação e delimitação à 
regularização fundiária e registro das terras indígenas, tudo isso é responsabilidade da 
FUNAI; lhe compete também assegurar um acesso diferenciado aos direitos sociais e de 
cidadania aos povos indígenas, por meio do monitoramento das políticas voltadas à 
seguridade social e educação escolar indígena, bem como promover o fomento e apoio aos 
processos educativos comunitários tradicionais e de participação e controle social (FUNAI). 
A atuação da Funai está orientada por diversos princípios, dentre os quais se 
destaca o reconhecimento da organização social, costumes, línguas, crenças e tradições 
dos povos indígenas, buscando o alcance da plena autonomia e autodeterminação desses 
povos no Brasil, contribuindo para a consolidação de um Estado mais democrático e 
pluriétnico, promovendo ações de etnodesenvolvimento, conservação e a recuperação do 
meio ambiente nas terras indígenas, além de atuar no controle e mitigação de possíveis 
impactos ambientais decorrentes de interferências externas (FUNAI). 
Porém, na prática, a Funai acaba retardando os processos de identificação e 
demarcação dos territórios indígenas, e vem demonstrando inaptidão para definição de uma 
política indigenista eficiente que assegure as áreas já demarcadas, e que apoie as iniciativas 
das comunidades preservando-as do assédio das empresas madeireiras, mineradoras, 
garimpeiros e outras práticas predatórias (KRENAK, 2015). 
 
3.2 Terras Indígenas na Amazônia Legal 
Segundo a Funai (2014), Amazônia Legal abrange cerca de 54% das terras 
indígenas regularizadas no Brasil. 
Figura 1 - Representação gráfica da distribuição das terras indígenas no Brasil 
 
Fonte: FUNAI, 2014 
Atualmente, existem cerca de 709 terras indígenas (em diferentes fases no processo 
democrático). Conta-se com mais de 170 grupos indígenas espalhados em toda floresta 
amazônica, uma população que chega a 250.000 pessoas. As terras indígenas, tal como 
outras áreas de preservação, são essenciais para conservação da biodiversidade, além de 
servirem como barreiras para o avanço do desmatamento, que acontece devido a atividades 
como agropecuária, retirada ilegal de madeira e minério (ISA; RICARDO et. al., 2011; 
CRISOSTOMO, 2015). 
Para compreender como um continente que anteriormente era apenas habitado por 
índios, passou a ser majoritariamente da população branca, é importante recordar alguns 
momentos importantes na história. 
A partir de documentos e pesquisas arqueológicas, estima-se que a população 
indígena na Amazônia Legal, outrora chegou a ter cinco milhões de pessoas. No entanto, 
com o avanço do colonialismo de forma repentina e violenta, valendo-se de guerras, 
escravidão e ideologia religiosa, aconteceu na Amazônia um dos maiores etnocídios da 
história da humanidade. Entre 1750 e 1850, a demasiada repressão portuguesa reduziu 
ainda mais a população nativa. Os indígenas sobreviventes se refugiaram nas terras acima 
dos rios, porém, logo foram alcançados pelo extrativismo de látex, atividade essa que matou 
e escravizou milhares de índios e nordestinos para sustentar a elite da borracha. A 
perseguição voltou a se repetir entre 1960 e 1970, com as políticas de desenvolvimento que 
começaram a construir estradas como a Transamazônica; e por expedições de extermínio 
com participação do poder público, povos como os Waimiri-Atroari, Yanomami, Arara, 
Parakanã, Cinta Larga e Nambikwara, entre outros, foram intensamente atingidos. Esses 
fatores, somados a muitos outros de conhecimento geral, contribuíram decisivamente para 
que a população autodeclarada indígena registrada pelo último Censo do IBGE em 2010, 
somasse bem menos que 1 milhão, registrando apenas 817.963 pessoas (HECK et al., 
2005; IBGE, 2010). 
São cerca de 180 idiomas falados em território nacional culturalmente diferenciados, 
que contribuíram muito para a formação da sociedade que temos hoje. Essa diversidade 
cultural indígena pode ser compreendida através de alguns aspectos. O clã do povo nativo 
amazônico é formado por 4 tribos: Tupy, Jê, Karib e Aruak; dessas tribos se derivam todas 
as outras, contribuindo para uma mescla cultural. Desde o enriquecimento do idioma, 
batizando cidades e avenidas com palavras de origem Tupy, às práticas como pescaria 
coleta e alimentação, é inegável o quanto a sociedade é influenciada pela riqueza cultural 
indígena (JECUPÉ, 1998; FUNAI, 2004; ISA, 2008). 
Uma das características mais marcantes dos povos indígenas, é o desenvolvimento 
sustentável da sua sociedade. A mudança de uso do solo, principalmente para pastagens de 
gado, teve um efeito neg​ativo sobre a diversidade biológica, reduzindo o número de 
espécies de plantas e animais, e a “agricultura de campos elevados”, utilizada por nativos da 
Amazônia, pode diminuir as alterações antropogênicas restaurando o ecossistema 
degradado ​(RODRIGUES et. al, 2012). 
Apesar das transformações socioculturais que a cultura indígena vem sofrendo 
desde o século XVII, ver um índio calçado ou vestido, morando fora de uma tribo não quer 
dizer seus costumes se perderam no tempo. A percepção de cultura para cada ser humano 
é diferente. Atualmente, os índios estão envolvidos em diversas atividades, eles são 
biólogos, antropólogos, cineastas, e combinam os dois modos de conhecimento, 
contribuindo na formulação de planos para um desenvolvimento sustentável (COHN, 2001). 
 
3.3 Mineração na Amazônia Legal em sobreposição às Terras Indígenas e 
impactos socioambientais. 
A mineração, em suas diversas modalidades, causa diversos impactos ao meio 
ambiente de forma geral. Os riscos às Terras Indígenas estão ligados aos danos na fauna e 
flora e a degradação do solo, que pelo desmatamento perde as propriedades, além de 
deixá-lo mais suscetível à erosão, assoreamento, contaminação, como também poluição dos 
corpos hídricos e do ar por gases e poeira. Somado a isso, uma vez que o mineral é 
extraído, não pode ser reposto, visto que é um bem não renovável (BARRETO, 2002, 
SILVA, 2007; FILHO & SOUZA, 2009). 
A Amazônia corresponde a um dos maiores depósitos de minério da terra. Até 1960 
o conhecimento sobre o subsolo amazônico estava restrito a relatórios de poucos 
pesquisadores, citando manganês, ouro, diamante e cassiterita. Mas com o avanço da 
tecnologia aplicada em geologia, geofísica e geoquímica, a extração desses minérios e 
descoberta de tantos outros como ​petróleo, gás, bauxita e caulim, foi viabilizada (SANTOS, 
2002; MME). 
Como previsto na Constituição Federal, a mineração em terras indígenas é ilegal, 
entretanto, em 2005, haviam registrados no Departamento Nacional de Produção Mineral 
5.064 processos minerários, entre alvarás e licenças de exploração, para áreas “em 
disponibilidade” e requerimentos de lavra garimpeira e pesquisa, incidindoem 125 TIs na 
Amazônia Legal, que abrigam cerca de 148 mil pessoas (FILHO & SOUZA, 2009). 
A mais de 20 anos, existem propostas de regulamentação da mineração em terras 
indígenas no Congresso Nacional, a primeira delas foi pelo senador Severo Gomes em 
1989; em 1990 o projeto foi aprovado e enviado à Câmara dos Deputados pelo Senado, 
mas, passadas duas legislaturas, foi arquivado (CURI, 2007). 
Recentemente, no início do ano presente, o famigerado Michel Temer, atual 
presidente da República, liberou uma área do tamanho da Suíça para ser explorada: a 
RENCA (Reserva Nacional de Cobre e Associados, que no ano de 1984 foi bloqueada dos 
investimentos privados), assinando o decreto nº 9.142 que à extinguia e liberava para a 
exploração privada de minérios como ouro, manganês, cobre, ferro e outros minerais. 
Porém, com após uma ampla manifestação nacional, envolvendo artistas, lideranças 
indígenas, organizações ambientalistas, e a população em geral, este decreto foi suspenso, 
por determinação do Ministério de Minas e Energia, mas continua valendo (MME; BBC, 
2017; GREENPEACE, 2017). 
O mapa a seguir ilustra a sobreposição de processos minerários às Terras Indígenas 
(BRESSANE, et. al. 2016). 
Figura 2 - Representação de áreas de minério em sobreposição às terras indígenas 
 
Fonte: Bressane et. al. 2016 
As Terras Indígenas Arara, Baú, Cajueiro, Kwazá do Rio São Pedro, Pequizal, 
Roosevelt, Xikrin do Cateté, têm mais de 90% de seu território comprometidos. Outras 35 
TIs, mais de 50% na mesma situação e as terras com mais processos são: Yanomami com 
640; Menkragnoti, com 413; e a Alto Rio Negro, com 364 (FILHO & SOUZA, 2009). 
A TI dos Xikrin do Caeté, por exemplo, é rica em cobre, níquel, cassiterita e chumbo. 
99,32 % de sua área está comprometida com 8 títulos minerários e 120 requerimentos de 
pesquisa (FILHO & SOUZA, 2009). 
A mineração de ouro na Amazônia já havia começado no século XIX, no Amapá e 
em Gurupi, entretanto, começou a ganhar relevância produtiva a partir de 1960 ​com a 
descoberta dos aluviões do Distrito Aurífero do Tapajós, situado no sudoeste do estado do 
Pará. Porém, somente no início dos anos 80, com a descoberta de ouro na região de 
Carajás, é que se iniciou a "corrida do ouro", que ultrapassou as fronteiras da Amazônia 
Legal, envolvendo quase um milhão de garimpeiros (BARRETO, 2002; SANTOS, 2002). 
Nos anos 40 do século XX, foi a reserva de minério de manganês da Serra do Navio, 
no Território Federal do Amapá, que passou a ser explorada, local a princípio habitado por 
índios Wajãpi​ (GALLOIS, 1997; BARRETO, 2002; SANTOS, 2002; MONTEIRO, 2005). 
Devido exploração de minério, os Wajãpi passaram por uma migração que os 
fizeram abandonar as margens do rio Jari, e seguir para se instalar na cabeceira de seus 
afluentes. A dificuldade de continuar nas aldeias super povoadas e mais atingidas pelo 
esgotamento dos recursos naturais, fez com que muitas famílias voltassem aos sítios de 
ocupação tradicional, em zonas distantes dos Postos da Funai e das missões de fé que 
atuavam naquela área, ou se dispersassem em pequenas aldeias situadas num raio de 5 a 
20 km dos Postos. Esse processo durou durou cerca de 100 anos, e resultou em 
subdivisões na dentro do grupo indígena Wajãpi, através das relações intertribais e 
interétnicas. Atualmente, há 13 aldeias permanentes e vários acampamentos dispersos em 
toda a extensão da área indígena (GALLOIS, 1997). 
Em julho de 1967, geólogos da Companhia Meridional de Mineração descobriram a 
maior jazida de minério de ferro da Terra: a Serra de Carajás, área fronteiriça à TI Xikrin do 
Cateté. A equipe que sobrevoava a região notou a presença de clareiras em meio a uma 
vegetação rasteira que contrastava com a floresta equatorial, na qual estava à mostra o 
minério de ferro que recobria a área. Posteriormente, reservas de níquel, cobre, manganês e 
ouro também foram localizadas (FILHO & SOUZA, 2009; VERDE, 2009). 
Para compensar os índios Xikrin pelos impactos socioambientais de suas atividades, 
a Companhia Vale do Rio Doce iniciou um programa com ações de educação, saúde e 
infraestrutura no ano de 1989. Eles também passaram a receber dinheiro, o que acarretou 
nas mudanças de hábitos da comunidade, trazendo sedentarismo e doenças como câncer, 
diabetes e hipertensão. Acúmulo de lixo e movimentação de não-indígenas nas aldeias 
também tem incomodado os Xikrin, por isso, a relação entre eles e a Vale vem sendo cada 
vez mais conflituosa, os Xikrin exigem mais rapidez na prestação de serviços e a Vale se 
opõem, fazendo com que essa questão tenha ido parar na Justiça em 2006 (FILHO & 
SOUZA, 2009). 
A implantação da mina na Serra do Carajás, além de impactar diretamente os índios 
Xikrin, acarretou diversos programas em prol do desenvolvimento daquela área em 
Parauapebas, considerada pelo regime militar “um vazio demográfico a ser ocupado”. Esses 
programas incluíram a construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, que expulsou 30 mil 
pessoas que residiam naquela região, incluindo índios Asuriní, que saúde, a segurança 
alimentar e a integridade entraram em colapso com a redução de peixes e caça, 
multiplicação de DSTs, alcoolismo, tabagismo, enfraquecimento cultural devido a 
substituição da língua nativa pelo português, constantes invasões e degradação ambiental 
de diversos níveis. (VERDE, 2009; PRPA, 2010). 
No início de 1970, uma grande jazida de cassiterita foi descoberta na TI Waimiri 
Atroari, que 2,5 milhões de hectares. Destes, 44,5% constam de 195 processos minerários 
no DNPM, sendo 193 requerimentos de pesquisa, em especial de cassiterita e cobre. A 
Reserva Indígena Waimiri Atroari passou por um processo de reconhecimento, mas foi 
interditada e perdeu 526 mil hectares por pressão política e empresas interessadas nas 
jazidas minerais; entre essas empresas estava a Paranapanema, que em 1982, chegou a 
ser considerada a maior mineradora de cassiterita do mundo. Suas atividades causaram 
diversos impactos negativos, como destruição de nascentes e desmatamento de igarapés, 
e, o rompimento dos reservatórios de lavagem do minério contaminou a Bacia do Rio Alalaú, 
que fornecia água para a TI. Posteriormente, os Waimiri ainda foram extremamente 
prejudicados pela construção da Usina Hidrelétrica de Balbina, que inundou mais de 2 mil 
quilômetros quadrados e obrigou o deslocamento de duas aldeias, para gerar apenas 250 
MW (FILHO & SOUZA, 2009). 
Os lucros gerados pela produção de minério correspondem a 7% do PIB na 
Amazônia, 4% do PIB brasileiro e 5% do PIB global, gerando, aproximadamente, US$ 3,5 
trilhões em receita anual bruta, no entanto, os benefícios sociais produzidos pelo setor são 
muito inferiores que os prejuízos causados. As mineradoras contam com isenções e 
subsídios do governo e apenas uma fração dos lucros fica na Amazônia e gera só 3% dos 
empregos formais (FILHO & SOUZA, 2009; BRASIL, 2014) 
Os impactos previstos para construção das instalações de infra-estrutura do serviço, 
e tráfego de veículos, como tambéma instalação de plataformas de perfuração, envolvem 
riscos potenciais de: contaminação por resíduos, lodo e derrames; contaminação das águas 
pelos fluidos de perfuração; contaminação atmosférica por queima de gás; erosão e 
alteração dos solos; contaminação do solo e água por resíduos domésticos e sanitários e 
contaminação resultante da operação de veículos e equipamentos (ISA, 2007). Esses são 
perigos economicamente desnecessários atualmente, a preservação do meio ambiente é 
mais urgente do que algumas toneladas de minério. 
 
4. Considerações Finais 
Após analisar diversas fontes, conclui-se que a hipótese inicial de que os indígenas 
precisariam ser realocados e que com isso haveria uma perda cultural foi confirmada, no 
entanto, a mineração pode causar impactos indiretamente também, como no caso da mina 
na Serra de Carajás que acarretou na construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, e esta, 
por sua vez, causou danos graves aos índios Asuriní. 
As Leis de proteção aos direitos indígenas são muitas vezes contraditórias. A 
população indígena que tem resistido às pressões políticas, mantendo seus costumes é um 
símbolo de resiliência. 
Percebe-se também que mineração legal apresenta diversas falhas, e no que trata 
de populações indígenas, especialmente por tentar recompensá-las oferecendo recursos 
que em na maioria das vezes, atrapalham mais do que ajudam. 
Relatar os impactos sofridos, ainda que por algumas tribos presentes na Amazônia 
Legal não é uma tarefa fácil, porém, os dados obtidos viabilizaram a construção de dois 
gráficos, o primeiro de danos e ocorrências, numa escala de 1 a 4, sendo 1 para danos que 
ocorreram em apenas uma das tribos observadas, e 4, para danos em comum de todas as 
tribos citadas; o segundo, representará todas tribos tribos observadas, e ocorrência dos 
impactos sofridos. 
 
Gráfico 1: Impactos socioambientais e grau de ocorrência 
 
Fonte: Do autor. 
 
Gráfico 2: Quantidade de impactos sofridos. 
 
Fonte: do autor. 
 
 
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