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ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO BEATRIZ DE CARVALHO BOAVENTURA GABRIEL NESPOLI MEIER RAQUEL GOMES DE SOUZA Impactos da Mineração Legal em Terras Indígenas na Amazônia Brasileira SÃO PAULO 2017 Beatriz de Carvalho Boaventura Nº USP 10259602 Gabriel Nespoli Meier Nº USP 8923518 Raquel Gomes de Souza Nº USP 10259501 Impactos da Mineração legal em Terras Indígenas na Amazônia Brasileira Seminários de Políticas Públicas Setoriais II - Cultura Indígena, Política e Meio Ambiente Prof. Dr. André Felipe Simões Prfa. Dra. Mariana Soares Domingues SÃO PAULO 2017 Resumo Essa pesquisa visa discutir os principais impactos causados pela mineração sofridos pelas comunidades indígenas que habitam a Amazônia Legal. O trabalho está dividido em três partes para facilitar a organização das ideias. Na primeira parte serão abordados os direitos indígenas acerca do seu território, baseando-se exclusivamente na Constituição Federal de 1988 e no Estatuto do Índio; a FUNAI também será mencionada devido ser o órgão oficial brasileiro de proteção aos indígenas, porém de forma mais ampla. Na segunda, far-se-á uma análise panorâmica das características gerais das tribos presentes na Amazônia brasileira e uma breve revisão histórica. Na terceira e última parte, abordar-se-á o tema escolhido para esta pesquisa, que é os principais impactos da mineração legal nas terras indígenas. A conclusão encerrará o trabalho, trazendo as considerações finais sobre tudo que foi abordado. Palavras-chave: direitos; mineração; terras indígenas; índios; impactos socioambientais. Abstract This research aims to discuss the main impacts caused by mining suffered by indigenous communities that inhabit the Legal Amazon. The work is divided into three parts to facilitate the organization of ideas. In the first part will be approached the indigenous rights about its territory, based exclusively on the Federal Constitution of 1988 and the Indian Statute; FUNAI will also be mentioned because it is the official Brazilian body for the protection of indigenous peoples, but more broadly. In the second, a panoramic analysis of the general characteristics of the tribes present in the Brazilian Amazon and a brief historical review will be made. In the third and last part, the theme chosen for this research will be addressed, which is the main impacts of legal mining on indigenous lands. The conclusion will close the article, bringing the final considerations on everything that was addressed. Keywords: Rights, mining, indigenous lands, Indians, social and environmental impacts. 1. Introdução A Amazônia Legal é uma área com cerca de 5.217.423 km² que corresponde a 61% do território brasileiro, por definição da Lei 1.806, de 1953 abrange os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e oeste do Maranhão (O ECO, 2014). Além de abrigar todo o bioma da Floresta Amazônica no Brasil, ela ainda abriga 20% do Cerrado e parte do Pantanal Mato-Grossense. Sua extensão engloba em sua totalidade 9 estados brasileiros; já a Floresta Amazônica circunscreve também, em menores proporções, territórios do Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Além de abranger os biomas Floresta Amazônica, Cerrado e Pantanal, a Amazônia legal abriga a Bacia Amazônica, a maior bacia hidrográfica do mundo, representando em média um quinto do volume total de água doce do planeta. Devido a sua riqueza ecológica e abundância de recursos naturais, acaba sendo alvo constante da exploração pela indústria da mineração e outros setores econômicos, como por exemplo o extrativismo madeireiro e garimpo, colocando em risco não somente a sua riquíssima biodiversidade como também todas as comunidades residentes em sua extensão. Por uma perspectiva de ocupação, segundo Fearnside (2005), o processo intensivo de ocupação do território da Amazônia brasileira teve início em meados de 1970, desconsiderando as comunidades tradicionais já existentes, muito antes dos processos de desmatamento se intensificarem na região, que teve seu ápice por volta de 1991 (FEARNSIDE, 2006). A partir desses pressupostos é factível a percepção das relações sustentáveis existentes entre as comunidades tradicionais com o ambiente em que habitam, e como o crescente desmatamento é um fator consequente de setores econômicos legais e ilegais alí existentes. Analisando historicamente os processos de mineração desde a revolução industrial, percebe-se que os impactos ambientais causados são irreparáveis. Danos como empobrecimento do solo, desmatamento, erosão, perda de biodiversidade e contaminação de recursos hídricos por metais pesados não podem ser revertidos num curto prazo de tempo (SILVA, 2007). No Brasil, a extração de minério impactou diretamente os indígenas que habitavam aquela região por falta de políticas públicas eficientes. Algumas terras indígenas contam com mais de 90% do seu território comprometido (FILHO & SOUZA, 2009), e atualmente esta situação tem se agravado, devido a Lei do Marco Temporal, que propões ratificar as terras já homologadas redefinindo os critérios de demarcação, propondo que o território só permanecerá em posse indígena, caso seja comprovado eles estivessem em suas terras em 5 de outubro de 1988, no entanto, é sabido que devido a conflitos com fazendeiros, algumas tribos viviam como nômades para fugir de ataques. E as intempéries naturais destroem boa parte dos registros de presença humana, exceto pedra trabalhada e a cerâmica (FAUSTO, 2000). Pensando nos indígenas que habitam a Amazônia Legal, e nos impactos sofridos por eles, tentar-se-á responder esta pergunta de pesquisa: “Como os indígenas residentes na Amazônia brasileira são impactados pela mineração legal?”. A principal hipótese é que para viabilizar os processos minerários, essas tribos tenham que ser realocadas para cidades próximas e com isso tenham uma grande perda cultural. Esta pesquisa será realizada por meio de levantamentos bibliográficos de cunho científico e não científico, apoiando-se nos principais órgãos governamentais de proteção aos direitos indígenas, como também artigos e livros disponíveis na biblioteca da Escola Artes Ciências e Humanidades e bancos de teses da USP. Ao longo do texto algumas imagens foram inseridas para exemplificar o conteúdo abordado. As considerações finais encerra a pesquisa com um notas importantes sobre o conhecimento discutido. 2. Objetivos 2.1 Objetivo Geral Estabelecer um panorama no que concerne aos direitos legais das comunidades indígenas, em seu contexto fundiário, apontando digressões ocorrentes relativas as áreas de mineração, na Amazônia Legal. 2.2 Objetivos Específicos Discutir os direitos indígenas acerca do seu território de acordo com a Legislação brasileira e respectivos órgãos de proteção. Caracterizar os aspectos gerais das tribos indígenas presentes na região amazônica; Fazer umlevantamento da exploração mineral na região, caracterizando seus aspectos e indicando os impactos sociais e ambientais gerados durante e após o processo. 3. Revisão Bibliográfica 3.1 Direitos Indígenas: Constituição Federal, Estatuto do Índio e FUNAI 3. 1.1 Constituição da República Federativa do Brasil A Constituição Federal de 1988, no capítulo VIII aborda sobre os índios. No Art. 231 são reconhecidos costumes, organização social, cultura, tradições, e seus direitos originários sobre as terras demarcadas pela União. Os parágrafos 1 e 2 caracterizam o que vem a ser “terras tradicionalmente ocupadas” e determinam exclusividade no uso dos seus recursos naturais. Os índios possuem direito indiscutível sobre as terras habitadas permanentemente, que são imprescindíveis para atividades de produção e desenvolvimento. E o parágrafo 3 cita que o aproveitamento das riquezas minerais em terras indígenas pode ser autorizado pelo Congresso Nacional, após diálogo com as comunidades afetadas, sendo assegurado, portanto, a participação nas discussões e resultados acerca do seu território. Conforme o parágrafo 5, a remoção de uma comunidade indígena do seu território só pode ser efetuada caso haja risco de vida para eles, sendo garantido o retorno imediato logo que cesse o perigo. O parágrafo 6, reafirma que todo ato que tenha por objetivo ocupação, domínio e posse ao território indígena é considerado nulo, mesmo que seja de grande interesse para União. 3.1.2 Estatuto do Índio De acordo com a Lei Nº 6.001 de 19 de Novembro de 1973, pelo menos em teoria, todo indígena tem situação regularizada no Brasil com o intuito de preservar sua cultura e garantir que eles possuam direitos como os demais brasileiros, prestando assistência, proporcionando meios de desenvolvimento e estimulando atividades para benefício das comunidades indígenas. No Art. 2 do Estatuto do Índio, são listados 10 direitos, e entre eles, o “V - garantir aos índios a permanência voluntária no seu habitat, proporcionando-lhes ali recursos para seu desenvolvimento e progresso;” e o “IX - garantir aos índios e comunidades indígenas, nos termos da Constituição, a posse permanente das terras que habitam, reconhecendo-lhes o direito ao usufruto exclusivo das riquezas naturais e de todas as utilidades naquelas terras existentes;” (Artigo 2 da Lei Nº 6.001 de 19 de Novembro de 1973). No entanto, o panorama atual mostra exatamente o contrário, podendo ser observados pela burocracia na demarcação das terras indígenas, e em casos específicos, o retrocesso das terras já demarcadas. A definição de “Índio” pela Lei também é algo a ser ressaltado, pois o Art. 3 declara que: “Todo indivíduo de origem e ascendência pré-colombiana que se identifica e é identificado como pertencente a um grupo étnico cujas características culturais o distinguem da sociedade nacional;” (Artigo 3 da Lei Nº 6.001 de 19 de Novembro de 1973), no entanto é sabido que boa parte dos descendentes com indígenas não se reconhecem como tal. Fazendo uma análise simplória do Estatuto, percebe-se que o mesma Lei que concede direitos ao indígenas, é a que nega direitos aos que são considerados isolados. De acordo com o Art. 4, os índios podem ser considerados isolados, em vias de integração e integrados. O problema dessa classificação é que ela retira os direitos constitucionais dos índios que vivem sem contato com a sociedade. O Títulos III e IV, tratam dos direitos indígenas acerca do território, que é o foco desta pesquisa. O Título III, das terras indígenas, no Art. 18, parágrafo 1, define como estritamente proibida a prática de atividades de caça e coleta por qualquer pessoa que esteja fora do grupo indígena. O Art. 19, parágrafos 1 e 2 tratam sobre a demarcação. E esta só será realizada de acordo com o órgão federal de apoio ao índio e homologada pelo Presidente da República. A União só poderá intervir nas áreas indígenas caso não exista solução alternativa, por decreto do Presidente da República. Porém, o documento relata que existem 6 casos específicos nos quais a União poderá intervir, descritos nas seções A à F, sendo as C e F as mais insensatas: “a) para pôr termo à luta entre grupos tribais; b) para combater graves surtos epidêmicos, que possam acarretar o extermínio da comunidade indígena, ou qualquer mal que ponha em risco a integridade do silvícola ou do grupo tribal; c) por imposição da segurança nacional; d) para a realização de obras públicas que interessem ao desenvolvimento nacional; e) para reprimir a turbação ou esbulho em larga escala; f) para a exploração de riquezas do subsolo de relevante interesse para a segurança e o desenvolvimento nacional” (Artigo 20 da Lei Nº 6.001 de 19 de Novembro de 1973). Como pode-se ver, por imposição da segurança nacional e exploração de riquezas, as terras indígenas podem ser tomadas sem questionamentos. No entanto, os parágrafos 3º e 4º do Art. 20 ressaltam que para remoção da comunidade, deve haver recolocação para uma área equivalente a anterior e a comunidade será integralmente ressarcida dos prejuízos recorrentes. O Capítulo II, das Terras Ocupadas, resumidamente, garante que todos benefícios que as terras ocupadas proporcionarem, são assegurados aos indígenas; e o reconhecimento desses direitos está previsto na Constituição Federal. O Capítulo III, das Áreas Reservadas, afirma que as reservas ambientais não se confundem com territórios indígenas imemoriais, e tem-se como reserva, parques e colônias agrícolas indígenas. O Capítulo IV, Das Terras de Domínio Indígena, no Art. 33, garante que o índio, integrado ou não, que habitar um território menor que 50 hectares por mais de 10 anos consecutivos, poderá adquiri-la como propriedade plena. Contudo, no parágrafo único do mesmo artigo, isso não se aplica a terras da União ou de propriedade coletiva de um grupo tribal. Não menos importante que os citados acima, convém mencionar o Título IV, Dos Bens e Renda do Patrimônio Indígena. O artigo 39 e o artigo 41, respectivamente, correspondem aos bens inclusos e não inclusos no patrimônio indígena. O 39, afirma que as terras pertencentes aos grupos tribais e comunidades indígenas, o desfrute das riquezas naturais existentes na terra ocupada e os bens móveis ou imóveis adquiridos a qualquer título, fazem parte do patrimônio indígena. Todavia, contraditoriamente, o artigo 41 nega a posse ou domínio das terras ocupadas individualmente por índios ou silvícolas, habitação, móveis e utensílios domésticos para uso pessoal e de produção, alegando que não integram seu patrimônio. 3.1.3 FUNAI A Fundação Nacional do Índio – FUNAI é o órgão especialista em índios oficial do Brasil. Foi criada através da Lei nº 5.371, de 5 de dezembro de 1967 para substituir o SPI (Serviço de Proteção ao Índio) criado em 1910 para tratar de forma mais técnica e científica a questão indígena. No entanto, nenhum dos dois órgãos incluiu em seus quadros representantes líderes das comunidades indígenas,deixando-os à mercê da sociedade dominante (SANTOS, 2002; FUNAI). Seu papel institucional é proteger e garantir os direitos dos povos indígenas, promover políticas voltadas ao desenvolvimento sustentável das populações, além de monitorar e fiscalizar as terras. Desde estudos para identificação e delimitação à regularização fundiária e registro das terras indígenas, tudo isso é responsabilidade da FUNAI; lhe compete também assegurar um acesso diferenciado aos direitos sociais e de cidadania aos povos indígenas, por meio do monitoramento das políticas voltadas à seguridade social e educação escolar indígena, bem como promover o fomento e apoio aos processos educativos comunitários tradicionais e de participação e controle social (FUNAI). A atuação da Funai está orientada por diversos princípios, dentre os quais se destaca o reconhecimento da organização social, costumes, línguas, crenças e tradições dos povos indígenas, buscando o alcance da plena autonomia e autodeterminação desses povos no Brasil, contribuindo para a consolidação de um Estado mais democrático e pluriétnico, promovendo ações de etnodesenvolvimento, conservação e a recuperação do meio ambiente nas terras indígenas, além de atuar no controle e mitigação de possíveis impactos ambientais decorrentes de interferências externas (FUNAI). Porém, na prática, a Funai acaba retardando os processos de identificação e demarcação dos territórios indígenas, e vem demonstrando inaptidão para definição de uma política indigenista eficiente que assegure as áreas já demarcadas, e que apoie as iniciativas das comunidades preservando-as do assédio das empresas madeireiras, mineradoras, garimpeiros e outras práticas predatórias (KRENAK, 2015). 3.2 Terras Indígenas na Amazônia Legal Segundo a Funai (2014), Amazônia Legal abrange cerca de 54% das terras indígenas regularizadas no Brasil. Figura 1 - Representação gráfica da distribuição das terras indígenas no Brasil Fonte: FUNAI, 2014 Atualmente, existem cerca de 709 terras indígenas (em diferentes fases no processo democrático). Conta-se com mais de 170 grupos indígenas espalhados em toda floresta amazônica, uma população que chega a 250.000 pessoas. As terras indígenas, tal como outras áreas de preservação, são essenciais para conservação da biodiversidade, além de servirem como barreiras para o avanço do desmatamento, que acontece devido a atividades como agropecuária, retirada ilegal de madeira e minério (ISA; RICARDO et. al., 2011; CRISOSTOMO, 2015). Para compreender como um continente que anteriormente era apenas habitado por índios, passou a ser majoritariamente da população branca, é importante recordar alguns momentos importantes na história. A partir de documentos e pesquisas arqueológicas, estima-se que a população indígena na Amazônia Legal, outrora chegou a ter cinco milhões de pessoas. No entanto, com o avanço do colonialismo de forma repentina e violenta, valendo-se de guerras, escravidão e ideologia religiosa, aconteceu na Amazônia um dos maiores etnocídios da história da humanidade. Entre 1750 e 1850, a demasiada repressão portuguesa reduziu ainda mais a população nativa. Os indígenas sobreviventes se refugiaram nas terras acima dos rios, porém, logo foram alcançados pelo extrativismo de látex, atividade essa que matou e escravizou milhares de índios e nordestinos para sustentar a elite da borracha. A perseguição voltou a se repetir entre 1960 e 1970, com as políticas de desenvolvimento que começaram a construir estradas como a Transamazônica; e por expedições de extermínio com participação do poder público, povos como os Waimiri-Atroari, Yanomami, Arara, Parakanã, Cinta Larga e Nambikwara, entre outros, foram intensamente atingidos. Esses fatores, somados a muitos outros de conhecimento geral, contribuíram decisivamente para que a população autodeclarada indígena registrada pelo último Censo do IBGE em 2010, somasse bem menos que 1 milhão, registrando apenas 817.963 pessoas (HECK et al., 2005; IBGE, 2010). São cerca de 180 idiomas falados em território nacional culturalmente diferenciados, que contribuíram muito para a formação da sociedade que temos hoje. Essa diversidade cultural indígena pode ser compreendida através de alguns aspectos. O clã do povo nativo amazônico é formado por 4 tribos: Tupy, Jê, Karib e Aruak; dessas tribos se derivam todas as outras, contribuindo para uma mescla cultural. Desde o enriquecimento do idioma, batizando cidades e avenidas com palavras de origem Tupy, às práticas como pescaria coleta e alimentação, é inegável o quanto a sociedade é influenciada pela riqueza cultural indígena (JECUPÉ, 1998; FUNAI, 2004; ISA, 2008). Uma das características mais marcantes dos povos indígenas, é o desenvolvimento sustentável da sua sociedade. A mudança de uso do solo, principalmente para pastagens de gado, teve um efeito negativo sobre a diversidade biológica, reduzindo o número de espécies de plantas e animais, e a “agricultura de campos elevados”, utilizada por nativos da Amazônia, pode diminuir as alterações antropogênicas restaurando o ecossistema degradado (RODRIGUES et. al, 2012). Apesar das transformações socioculturais que a cultura indígena vem sofrendo desde o século XVII, ver um índio calçado ou vestido, morando fora de uma tribo não quer dizer seus costumes se perderam no tempo. A percepção de cultura para cada ser humano é diferente. Atualmente, os índios estão envolvidos em diversas atividades, eles são biólogos, antropólogos, cineastas, e combinam os dois modos de conhecimento, contribuindo na formulação de planos para um desenvolvimento sustentável (COHN, 2001). 3.3 Mineração na Amazônia Legal em sobreposição às Terras Indígenas e impactos socioambientais. A mineração, em suas diversas modalidades, causa diversos impactos ao meio ambiente de forma geral. Os riscos às Terras Indígenas estão ligados aos danos na fauna e flora e a degradação do solo, que pelo desmatamento perde as propriedades, além de deixá-lo mais suscetível à erosão, assoreamento, contaminação, como também poluição dos corpos hídricos e do ar por gases e poeira. Somado a isso, uma vez que o mineral é extraído, não pode ser reposto, visto que é um bem não renovável (BARRETO, 2002, SILVA, 2007; FILHO & SOUZA, 2009). A Amazônia corresponde a um dos maiores depósitos de minério da terra. Até 1960 o conhecimento sobre o subsolo amazônico estava restrito a relatórios de poucos pesquisadores, citando manganês, ouro, diamante e cassiterita. Mas com o avanço da tecnologia aplicada em geologia, geofísica e geoquímica, a extração desses minérios e descoberta de tantos outros como petróleo, gás, bauxita e caulim, foi viabilizada (SANTOS, 2002; MME). Como previsto na Constituição Federal, a mineração em terras indígenas é ilegal, entretanto, em 2005, haviam registrados no Departamento Nacional de Produção Mineral 5.064 processos minerários, entre alvarás e licenças de exploração, para áreas “em disponibilidade” e requerimentos de lavra garimpeira e pesquisa, incidindoem 125 TIs na Amazônia Legal, que abrigam cerca de 148 mil pessoas (FILHO & SOUZA, 2009). A mais de 20 anos, existem propostas de regulamentação da mineração em terras indígenas no Congresso Nacional, a primeira delas foi pelo senador Severo Gomes em 1989; em 1990 o projeto foi aprovado e enviado à Câmara dos Deputados pelo Senado, mas, passadas duas legislaturas, foi arquivado (CURI, 2007). Recentemente, no início do ano presente, o famigerado Michel Temer, atual presidente da República, liberou uma área do tamanho da Suíça para ser explorada: a RENCA (Reserva Nacional de Cobre e Associados, que no ano de 1984 foi bloqueada dos investimentos privados), assinando o decreto nº 9.142 que à extinguia e liberava para a exploração privada de minérios como ouro, manganês, cobre, ferro e outros minerais. Porém, com após uma ampla manifestação nacional, envolvendo artistas, lideranças indígenas, organizações ambientalistas, e a população em geral, este decreto foi suspenso, por determinação do Ministério de Minas e Energia, mas continua valendo (MME; BBC, 2017; GREENPEACE, 2017). O mapa a seguir ilustra a sobreposição de processos minerários às Terras Indígenas (BRESSANE, et. al. 2016). Figura 2 - Representação de áreas de minério em sobreposição às terras indígenas Fonte: Bressane et. al. 2016 As Terras Indígenas Arara, Baú, Cajueiro, Kwazá do Rio São Pedro, Pequizal, Roosevelt, Xikrin do Cateté, têm mais de 90% de seu território comprometidos. Outras 35 TIs, mais de 50% na mesma situação e as terras com mais processos são: Yanomami com 640; Menkragnoti, com 413; e a Alto Rio Negro, com 364 (FILHO & SOUZA, 2009). A TI dos Xikrin do Caeté, por exemplo, é rica em cobre, níquel, cassiterita e chumbo. 99,32 % de sua área está comprometida com 8 títulos minerários e 120 requerimentos de pesquisa (FILHO & SOUZA, 2009). A mineração de ouro na Amazônia já havia começado no século XIX, no Amapá e em Gurupi, entretanto, começou a ganhar relevância produtiva a partir de 1960 com a descoberta dos aluviões do Distrito Aurífero do Tapajós, situado no sudoeste do estado do Pará. Porém, somente no início dos anos 80, com a descoberta de ouro na região de Carajás, é que se iniciou a "corrida do ouro", que ultrapassou as fronteiras da Amazônia Legal, envolvendo quase um milhão de garimpeiros (BARRETO, 2002; SANTOS, 2002). Nos anos 40 do século XX, foi a reserva de minério de manganês da Serra do Navio, no Território Federal do Amapá, que passou a ser explorada, local a princípio habitado por índios Wajãpi (GALLOIS, 1997; BARRETO, 2002; SANTOS, 2002; MONTEIRO, 2005). Devido exploração de minério, os Wajãpi passaram por uma migração que os fizeram abandonar as margens do rio Jari, e seguir para se instalar na cabeceira de seus afluentes. A dificuldade de continuar nas aldeias super povoadas e mais atingidas pelo esgotamento dos recursos naturais, fez com que muitas famílias voltassem aos sítios de ocupação tradicional, em zonas distantes dos Postos da Funai e das missões de fé que atuavam naquela área, ou se dispersassem em pequenas aldeias situadas num raio de 5 a 20 km dos Postos. Esse processo durou durou cerca de 100 anos, e resultou em subdivisões na dentro do grupo indígena Wajãpi, através das relações intertribais e interétnicas. Atualmente, há 13 aldeias permanentes e vários acampamentos dispersos em toda a extensão da área indígena (GALLOIS, 1997). Em julho de 1967, geólogos da Companhia Meridional de Mineração descobriram a maior jazida de minério de ferro da Terra: a Serra de Carajás, área fronteiriça à TI Xikrin do Cateté. A equipe que sobrevoava a região notou a presença de clareiras em meio a uma vegetação rasteira que contrastava com a floresta equatorial, na qual estava à mostra o minério de ferro que recobria a área. Posteriormente, reservas de níquel, cobre, manganês e ouro também foram localizadas (FILHO & SOUZA, 2009; VERDE, 2009). Para compensar os índios Xikrin pelos impactos socioambientais de suas atividades, a Companhia Vale do Rio Doce iniciou um programa com ações de educação, saúde e infraestrutura no ano de 1989. Eles também passaram a receber dinheiro, o que acarretou nas mudanças de hábitos da comunidade, trazendo sedentarismo e doenças como câncer, diabetes e hipertensão. Acúmulo de lixo e movimentação de não-indígenas nas aldeias também tem incomodado os Xikrin, por isso, a relação entre eles e a Vale vem sendo cada vez mais conflituosa, os Xikrin exigem mais rapidez na prestação de serviços e a Vale se opõem, fazendo com que essa questão tenha ido parar na Justiça em 2006 (FILHO & SOUZA, 2009). A implantação da mina na Serra do Carajás, além de impactar diretamente os índios Xikrin, acarretou diversos programas em prol do desenvolvimento daquela área em Parauapebas, considerada pelo regime militar “um vazio demográfico a ser ocupado”. Esses programas incluíram a construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, que expulsou 30 mil pessoas que residiam naquela região, incluindo índios Asuriní, que saúde, a segurança alimentar e a integridade entraram em colapso com a redução de peixes e caça, multiplicação de DSTs, alcoolismo, tabagismo, enfraquecimento cultural devido a substituição da língua nativa pelo português, constantes invasões e degradação ambiental de diversos níveis. (VERDE, 2009; PRPA, 2010). No início de 1970, uma grande jazida de cassiterita foi descoberta na TI Waimiri Atroari, que 2,5 milhões de hectares. Destes, 44,5% constam de 195 processos minerários no DNPM, sendo 193 requerimentos de pesquisa, em especial de cassiterita e cobre. A Reserva Indígena Waimiri Atroari passou por um processo de reconhecimento, mas foi interditada e perdeu 526 mil hectares por pressão política e empresas interessadas nas jazidas minerais; entre essas empresas estava a Paranapanema, que em 1982, chegou a ser considerada a maior mineradora de cassiterita do mundo. Suas atividades causaram diversos impactos negativos, como destruição de nascentes e desmatamento de igarapés, e, o rompimento dos reservatórios de lavagem do minério contaminou a Bacia do Rio Alalaú, que fornecia água para a TI. Posteriormente, os Waimiri ainda foram extremamente prejudicados pela construção da Usina Hidrelétrica de Balbina, que inundou mais de 2 mil quilômetros quadrados e obrigou o deslocamento de duas aldeias, para gerar apenas 250 MW (FILHO & SOUZA, 2009). Os lucros gerados pela produção de minério correspondem a 7% do PIB na Amazônia, 4% do PIB brasileiro e 5% do PIB global, gerando, aproximadamente, US$ 3,5 trilhões em receita anual bruta, no entanto, os benefícios sociais produzidos pelo setor são muito inferiores que os prejuízos causados. As mineradoras contam com isenções e subsídios do governo e apenas uma fração dos lucros fica na Amazônia e gera só 3% dos empregos formais (FILHO & SOUZA, 2009; BRASIL, 2014) Os impactos previstos para construção das instalações de infra-estrutura do serviço, e tráfego de veículos, como tambéma instalação de plataformas de perfuração, envolvem riscos potenciais de: contaminação por resíduos, lodo e derrames; contaminação das águas pelos fluidos de perfuração; contaminação atmosférica por queima de gás; erosão e alteração dos solos; contaminação do solo e água por resíduos domésticos e sanitários e contaminação resultante da operação de veículos e equipamentos (ISA, 2007). Esses são perigos economicamente desnecessários atualmente, a preservação do meio ambiente é mais urgente do que algumas toneladas de minério. 4. Considerações Finais Após analisar diversas fontes, conclui-se que a hipótese inicial de que os indígenas precisariam ser realocados e que com isso haveria uma perda cultural foi confirmada, no entanto, a mineração pode causar impactos indiretamente também, como no caso da mina na Serra de Carajás que acarretou na construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, e esta, por sua vez, causou danos graves aos índios Asuriní. As Leis de proteção aos direitos indígenas são muitas vezes contraditórias. A população indígena que tem resistido às pressões políticas, mantendo seus costumes é um símbolo de resiliência. Percebe-se também que mineração legal apresenta diversas falhas, e no que trata de populações indígenas, especialmente por tentar recompensá-las oferecendo recursos que em na maioria das vezes, atrapalham mais do que ajudam. Relatar os impactos sofridos, ainda que por algumas tribos presentes na Amazônia Legal não é uma tarefa fácil, porém, os dados obtidos viabilizaram a construção de dois gráficos, o primeiro de danos e ocorrências, numa escala de 1 a 4, sendo 1 para danos que ocorreram em apenas uma das tribos observadas, e 4, para danos em comum de todas as tribos citadas; o segundo, representará todas tribos tribos observadas, e ocorrência dos impactos sofridos. Gráfico 1: Impactos socioambientais e grau de ocorrência Fonte: Do autor. Gráfico 2: Quantidade de impactos sofridos. Fonte: do autor. Referências AMAZÔNIA. Índios tentam comprar ‘terra sagrada’ que perderam após demarcação. 2016. Disponível em: http://amazonia.org.br/2016/12/indios-tentam-comprar-terra-sagrada-que-perderam-apos-de marcacao/ Acesso em: 19 nov. 2017. BARRETO, Maria Laura et. al. Mineração e desenvolvimento sustentável: desafios para o Brasil. 2001. 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