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Paper de estágio Míriam 2021

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SENTA E ESCUTA A HISTÓRIA
Autor: Míriam Nepomuceno[footnoteRef:0] [0: Acadêmico do Curso de Licenciatura em Letras Português; E-mail: 1509638@aluno.uniasselvi.com] 
Tutor externo: Lucas de Melo Bonez[footnoteRef:1] [1: Tutor Externo do Curso de Licenciatura em Letras Português – Polo São Leopoldo; E-mail: ciclanodetal@uniasselvi.com.br] 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso (LED 2172/FLC1467LED) – Estágio
31/05/2021
RESUMO 
O presente Trabalho de Estágio apresenta a prática de contação de história em sala de aula para ensino da literatura. Com o objetivo de mostrar a importância da contação de história nas aulas de português na educação básica, construindo um espaço de fantasia e fazendo a diferença na vida dos alunos, pois podemos mostrar que a escola é um lugar no qual se pode pensar a vida e sobre si mesmo, por meio da literatura. A literatura é tão importante na vida dos alunos, no processo de aprendizagem, quanto a gramática ou até mais que ela, pois muitas vezes traz histórias mais próximas da sua realidade, ou alguma que o faça sonhar e imaginar, como se ele viajasse através dela. E a contação de história faz com eles sintam muito mais a história e aprendam até mais, porque fecham os olhos, podem imaginar e sentir. Sabemos que, os alunos vivem hoje as tecnologias e pouco se interessam pela literatura, pois não querem e tem preguiça de ler livros. A prática de contação de história muda isso, pois podem ouvir um conto, uma pequena história ou até o início de um romance, que pode despertar a vontade de ler o restante da história. E isso funciona em qualquer idade, até com os adultos, então porque não seria importante e incrível para as crianças e adolescentes. Podemos perceber a importância da contação de história na educação e formação de leitores de forma espontânea e prazerosa, no qual, a literatura não perca o seu valor tão significativo na vida de nossos alunos. Os resultados apontam que os professores desde a educação infantil e ao longo dos anos seguintes precisam proporcionar atividades que estimulem, ainda mais, os alunos a ler e conhecer a importância da literatura. Sem significação os alunos vão perdendo o encantamento da literatura que vemos no início da educação infantil e que deveria os acompanhar ao longo de toda a vida. 
Palavras-chave: Literatura. Contação de história. imaginar.
 1. INTRODUÇÃO 
Este artigo quer mostrar a significação da literatura no ensino e o professor como incentivador da leitura como princípio educativo concretizado nas vivências sociais e culturais das crianças, utilizando da contação de história para potencializar o interesse na literatura que ultrapassa apenas um uso utilitário, distante de coisas importantes na vida, uma vez que os momentos de história são ricos e não devem ser usadas apenas nos tempos livres do dia a dia.
As bibliotecas das escolas, muitas vezes são ricas em livros de histórias maravilhosas, mas quase nunca procuradas pelos alunos. Pela minha vivência como professora de português do ensino básico em escola estadual e algumas experiências em estágios não obrigatórios, sei do quanto a contação de história transforma o ensino do português. Já trabalhei em biblioteca de escola, onde tínhamos contação de história todos os dias e o quanto isso aumentava a leitura entre os alunos. Também, já participei do Pibid, dando reforço em português e utilizando da contação de história. E foi espantoso o desenvolvimento dos alunos ao longo do ano, por essa prática. Nas escolas a forma como os livros de literatura muitas vezes são vistos e tratados, como cita Zilberman (1999), ainda não como literatura. A forma como o professor vai utilizar cada livro, a maneira que ele vai conduzir a leitura é fundamental para que cada criança esteja consciente da importância da literatura.
Qual o conceito, os valores que os livros trazem para as crianças? Os professores utilizam abordagens ideais para isso ou algum recurso específico? Os livros servem para preencher o tempo livre, quando poderiam proporcionar experiências prazerosas para as crianças e o próprio professor?
Mesmo a temática da leitura constar nos documentos oficiais de diretrizes para o ensino de Português e na LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), o ato de ler ainda está distante e pouco utilizado nas aulas em geral, a leitura é um grande desafio atual nas escolas, visto que muitos dos nossos alunos chegam ao final do Ensino Fundamental sem o domínio dessa habilidade e sem ao menos saber para quê e o porquê ler, infelizmente não veem nenhuma importância da literatura em suas vidas.
2. ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
Sabemos que a contação de histórias não surgiu recentemente, vem desde a antiguidade, mas antes isso acontecia para todos tanto crianças e adultos, era a forma que nossos antepassados repassavam informações de nossos ancestrais de geração para geração, esse conhecimento se passava a partir de contos narrados. Segundo Torres e Tettamanzy:
 “O ofício de contar histórias é remoto [...] e por ele se perpetua a literatura oral, comunicando de indivíduo a indivíduo e de povo a povo o que os homens, através das idades, têm selecionado da sua experiência como mais indispensável à vida.” (2008. p.2). 
Antigamente as histórias eram contadas para que as memórias e culturas dos povos não se perdessem ao longo dos anos e assim as futuras gerações levariam essa cultura para outras gerações. Com o passar do tempo, isso não mudou em algumas culturas, mas hoje temos outras formas de contar histórias, através de narrativa e também, os podcasts e os audiolivros.
Ou até mesmo podemos utilizar fantasias, entonações diferentes da voz e objetos para despertar a atenção. Essa magia envolve tanto os adultos como também as crianças, quem não fica admirado ao ouvir uma boa história, chegamos até a sair do mundo em que vivemos e viajamos para locais encantados e cheios de fantasia. 
Era uma vez...” tem sido a senha para se entrar no maravilhoso mundo dos contos, mitos, lendas e fábulas. Basta que alguém diga essas três palavrinhas mágicas que o encanto acontece, e nós, adultos e crianças, como que hipnotizadas, esperamos que o contador prossiga com sua narrativa. Por que isso acontece? Porque ao ouvirmos uma história temos a possibilidade de refletir sobre a vida, sobre a morte, sobre nossas atitudes e escolhas [...]. (GARCIA, 2003, p. 10)
Há alguns anos atrás, a contação de histórias era utilizada para distrair as crianças, fazendo com que elas ficassem “comportadas” e também mudas, apenas escutando o que os professores falavam, sem nenhuma interação, sem que fizessem perguntas, como se ela não pensassem e não tivessem dúvidas e opiniões sobre as histórias contadas. Claro, que isso ainda acontece em muitas salas de aula, mas muita coisa mudou na forma de contar histórias.
Uma forma de estimular a leitura e criatividade de forma lúdica é a contação de histórias. 
Ao ler uma história a criança também desenvolve todo um potencial crítico. A partir daí ela pode pensar, duvidar, e perguntar, questionar.... Pode se sentir inquietada, cutucada, querendo saber mais e melhor ou percebendo que se pode mudar de opinião.... [...]. (ABRAMOVICH, 2002, p. 143).
Sabemos o quanto é importante inserir a contação de história e utilizarmos como ferramenta de trabalho em sala de aula, ela estimula o gosto pela literatura de forma lúdica e ela não está voltada apenas para a educação infantil. Mas, ela pode ser utilizada em todo ensino fundamental e também no ensino médio.
Descortinar o que está por trás de um conto bem contado...Encontrar pérolas num mar de histórias...Fazer textos e imaginação saírem dos livros...É possível dar vida às ideias mais mirabolantes dos autores de livros sem que se perca a qualidade literária e, pelo contrário, o texto adquira novas qualidades? Refletindo sobre esta mirabolante questão e questionando estas indagativas reticências, ao ser convidado a falar em uma hora sobre a arte de contar histórias para professores e bibliotecários a primeira palavra queme veio a mente foi: técnica. Ensine algumas técnicas, use alguns livros como exemplo, e pronto. É o que faço nas oficinas de curta duração e é o que os participantes querem! Porém, lembrei que 10 anos atrás, quando comecei a contar histórias, adivinhe, eu não tinha técnica alguma! E no entanto, o meu jeito de ler os livros selecionados (ou contar aventuras da tradição oral e lendas populares), de alguma forma, deliciava os alunos e demais ouvintes. Por que? Por que os ouvintes queriam continuar degustando aquelas narrativas mesmo depois do chef (professor, mediador de leitura ou contador de histórias...) ir embora? (LISBOA, 2021).
	Segundo Fabio Lisboa em seu blog, a técnica de contar histórias é importante, mas ele diz que o que vem antes dela também. Ele utiliza de uma técnica, que chama a dos 5 (cinco) Es. 
Contar Histórias em 5 Es: 
1º E: Experiência (tecendo repertório: imaginário e vivencial)
Livros
Histórias de boca
Pérolas familiares
Vivências cotidianas e extraordinárias
Experiências sublimes – belas ou horríveis
Crianças
Filmes, internet, games, mídias diversas, viagens, mestres, busca espiritual…
2º E: Escuta (aprendendo a ouvir o outro e o mundo)
Não ignorar a fala dos ouvintes
Acolher as ideias sem perder o fio da meada
Fazer perguntas aos ouvintes
Ouvir o mundo a nossa volta.
3º E: Escolha (selecionando com estudo, prática, memória e intuição)
Histórias adequadas para cada faixa etária
Como contar a mesma história para diferentes idades
Por que esta narrativa me sensibiliza?
Será que este conto conta quem você é?
> experiência > escuta = melhor escolha
4º E: Emoção
(favorecendo a identificação e tocando o outro)
Como as emoções desta história e minhas histórias pessoais se relacionam
Como ela pode sensibilizar o outro
Como controlar as emoções para facilitar a empatia
5º E: Emulação
(contando com técnicas e aprimoramento)
PALAVRA (voz, entonação, ritmo...)
IMAGEM (ilustrações, corpo, gestos...)
EFEITOS ESPECIAIS (música, objetos, texturas...)
BRINCAR (se permitir rir, errar, se emocionar, descobrir o novo...)
NOVAS LINGUAGENS (recursos audiovisuais, novas tecnologias, interatividade...). (LISBOA, 2021).
	Com certeza podemos utilizar de várias técnicas para adequar a contação de história aos nossos alunos, tanto pela faixa etária, como o local onde eles estão inseridos. Mas, sabemos que a contação de histórias é uma forma lúdica de introduzir a literatura na vida das crianças e dos adolescentes. Despertar o amor pela leitura em tempos de tanta tecnologia, quando eles preferem ficar somente no celular jogando e mexendo nas redes sociais.
3. VIVÊNCIA DO ESTÁGIO
Durante a minha pesquisa e a minha vivência neste estágio virtual, pude ver vídeos de contação de histórias, relatos de quem utiliza essa forma lúdica de leitura e introdução da literatura em sala de aula. 
	No atual momento, que estamos vivenciando com essa pandemia, eu como professora do ensino fundamental e médio em escolas públicas da rede estadual de ensino, tenho utilizado de vídeos e audios livros na maioria das vezes em minhas aulas de português e literatura, pois sei o quanto vai ser impossível a leitura dos livros que eu queria trabalhar com eles.
	Infelizmente, por este atual momento tivemos que fazer adaptações no modo de ensino, mas algumas coisas já faziam parte do meu cotidiano como professora. Sempre utilizei dessa prática de contar histórias, tanto eu como os meus alunos. 
	Mas, durante a prática do estágio procurei adaptar algumas ideias que encontrei nos sites, como do blog de Fabio Lisboa. 
	
4. IMPRESSÕES DO ESTÁGIO (CONSIDERAÇÕES FINAIS)
Aquele encantamento que as histórias tinham antigamente foi reduzido provavelmente pelo uso das tecnologias e essa prática pedagógica ficou ultrapassada e o ensino da literatura ficou voltada ao ensino da ortografia, da escrita e da pontuação, deixando de lado todo um trabalho que poderia ser realizado despertando a imaginação, a criatividade, o lúdico entre tantos outros enriquecedores no processo de aprendizagem dos alunos. 
Muitos professores, acreditam que a contação de história se destina exclusivamente à Educação Infantil, por isso não costumam usar essa prática com os alunos de 6º e 9º anos do ensino fundamental e muito menos com os alunos de 1º e 3º ano do ensino médio, mas se olharmos, iremos perceber que existe uma lacuna não preenchida por professores nesse nível de ensino. Com certeza, todos os docentes devem incluir em seu planejamento o uso da literatura no cotidiano escolar, só precisam ficarem atentos a leitura para cada faixa etária, objetivando o interesse da turma e precisa usar algumas estratégias de contar histórias que favoreçam o processo de letramento dos estudantes. 
Essa leitura oral dentro da sala de aula, pode e deve ser trabalhada de diversas formas, e isso pode acontecer contando sobre povos e culturas, como na leitura de contos, fábulas e romances pelos professores e também pelos alunos. Algumas vezes eles se identificam com o que está sendo lido, o que pode colaborar com o desenvolvimento social, moral e cultural, até ajudando com que eles possam lidar com os seus sentimentos, conflitos e seu dia a dia, pois muitas das vezes as histórias se encaixam em suas vivências. 
REFERÊNCIAS
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1997. ______. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1997; 2004
BRASIL, Barcelona Superfícies de Borracha. Disponível em: <https://barcelonasuperficies.com.br/blog/contacao-de-historias/>. Acesso em: 01 mai. 2021
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BRASIL, QEDU, Novo Hamburgo, Ideb 2019. Disponível em: <https://www.qedu.org.br/cidade/346-novo-hamburgo/ideb>. Acesso em: 20 mar. 2021.
BRASIL, QEDU, Madre Benícia, Ideb 2019, Novo Hamburgo. Disponível em: <https://www.qedu.org.br/escola/219216-iee-madre-benicia/ideb>. Acesso em: 20 mar. 2021.
BRASIL, Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul, Busca de Escolas, Instituto Estadual Madre Benícia. Disponível em: <https://educacao.rs.gov.br/busca-de-escolas>. Acesso em: 20 mar. 2021.
BRASIL, Melhor escola. Instituto Estadual Madre Benícia. Disponível em: <https://www.melhorescola.com.br/escola/inst-estadual-madre-benicia>. Acesso em: 13 mar. 2021.
BRASIL, Coruja escolas. Instituto Estadual Madre Benícia. Disponível em:
<https://www.escol.as/246885-inst-estadual-madre-benicia>. Acesso em: 13 mar. 2021
BRASIL, Educa Mais Brasil, Instituto Estadual Madre Benícia. Disponível em:
<https://www.educamaisbrasil.com.br/escolas/inst-estadual-madre-benicia>. Acesso em: 13 mar. 2021.
BRASIL, You tube, Contação de história o vestido azul. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=D368BPqCpLk>. Acesso em: 20 abr. 2021.
BRASIL, Experimental Rádio Web. Histórias que navegam. Disponível em:
<https://salapodcast.furg.br/podcast/historias-que-navegam>. Acesso em: 20 abr. 2021.
GARCIA, W. Et al. Histórias e oficinas pedagógicas. 2.ed. Belo Horizonte: Fapi, 2003. (Série Baú do contador de história, v. 5).
LISBOA, Fabio. Contar histórias: História que saem dos livros. Contar histórias em 5 Es. 2021. Disponível em: <http://www.contarhistorias.com.br/2011/10/historias-que-saem-dos-livros.html>. Acesso em: 31 mai. 2021.
MAINARDES, Rita de Cássia Milléo. A arte de contar histórias: Uma estratégia para a formação de leitores. Disponível em: 
<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/338-4.pdf>. Acesso em: 30 abr. 2021.
SANTOS, Rosana Maria dos. A contação de histórias como instrumento de socialização na educação infantil. Três Cachoeiras - RS. Faced. 2011. Disponível	em:
<https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/71970/000880723.pdf>. Acesso em: 31 mai. 2021.
SILVA, Fernanda Aparecida Oliveira. SILVA, Fernanda DuarteAraújo. A contação de história no ensno fundamental: Um olhar a partir do estágio supervisionado. Disponível em: <https://www.partes.com.br/2018/06/26/a-contacao-de-historias-no-ensino-fundamental-um-olhar-a-partir-do-estagio-supervisionado/>. Acesso em: 13 mar. 2021.
ANEXO I
ANEXO II
TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA A DIVULGAÇÃO DE MATERIAL DIGITAL DESENVOLVIDO NO PROJETO DE EXTENSÃO
Eu Míriam Nepomuceno da Silva, acadêmico do curso de Licenciatura em Letras Português, matrícula 1509638, CPF 49063324049, da turma LED 2172/FLC1467LED, autorizo a divulgação do produto virtual, realizado para atender o Projeto de Extensão, intitulado de: Práticas virtuais de contação de história, de acordo com critérios abaixo relacionados:
a) O produto virtual é de minha autoria, desenvolvido com materiais de diferentes fontes de pesquisa (vídeos, imagens, links de textos para pesquisa, links para visitas virtuais, dicas de filmes, livros, etc.) devidamente referenciados, conforme as Regras da ABNT.
b) Tenho ciência de que o material por mim cedido à UNIASSELVI é isento de plágio, seguindo a Legislação brasileira vigente.
c) Estou ciente de que o material ficará disponível para consulta pública à comunidade interna e externa, desde que aprovado pelos coordenadores, professores e tutores da UNIASSELVI.
Número de telefone fixo/celular: (51) 98458-9471
Dar o aceite _____________________________________
 Assinatura do acadêmico
Cidade, 04 de junho de 2021.

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