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5 1 A FalênciaFerramenta externa

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A Falência
APRESENTAÇÃO
Nesta Unidade de Aprendizagem será trabalhado o instituto da falência e suas implicações para 
a empresa, o empresário e os credores. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar quando se está diante da falência.•
Distinguir a falência do encerramento da atividade sem falência.•
Reconhecer as implicações da falência para a empresa, o empresário e os credores.•
DESAFIO
Eduardo e Mônica, após idealizarem por anos a abertura de seu próprio negócio, finalmente 
conseguiram instalar, na próspera Cidade de Cajuru, uma pequena distribuidora de bebidas. 
Tiveram dois anos de muito sucesso e expansão de clientes a cada mês. Todavia, uma epidemia 
restringiu a aglomeração de pessoas e isso se refletiu diretamente nas vendas do casal. 
Sendo vedada a realização de festas, isso impactou diretamente os negócios. Eles se viram 
obrigados a realizar diversas promoções a preço de custo, mas nem isso foi capaz de reerguer a 
empresa. As restrições às aglomerações aumentavam a cada mês e eles não viam saída para a 
situação. A vacinação teve início no município, porém com um cronograma lento, o que os 
desanimou. As dificuldades financeiras se acumulavam e os credores passaram a cobrá-los 
diariamente. Parecia não haver saída. 
Foi, então, que Eduardo soube que, no município vizinho, as atividades já estavam sendo 
retomadas, pois a vacinação já havia alcançado quase toda a população e a economia estava aos 
poucos se reerguendo. Era uma ótima notícia. 
Ele e Mônica conversaram e decidiram que seria uma excelente ideia abrir uma nova 
distribuidora na cidade vizinha, deixando a antiga sede fechada. Seria apenas por alguns 
meses e, assim que conseguissem se capitalizar novamente, retornariam para Cajuru e pagariam 
todas as dívidas. Mônica gostou da ideia, mas se mostrou um pouco receosa. Ela convenceu 
Eduardo a procurar você, um advogado amigo da família há muitos anos, para 
tranquilizar ambos sobre o plano que traçaram. 
O que você responderia ao casal?
INFOGRÁFICO
O termo "falência" deriva de fallere, que significa fraudar ou faltar. O infográfico apresenta 
motivos que levam o devedor à falência. Confira!
 
CONTEÚDO DO LIVRO
Leia mais no capítulo A Falência que faz parte do livro Legislação Empresarial Aplicada e é a 
base teórica desta Unidade de Aprendizagem.
Boa leitura.
DIREITO 
COMERCIAL 
Miguel do Nascimento Costa 
A falência
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar quando se está diante da falência.
 � Distinguir a falência do encerramento das atividades. 
 � Reconhecer as implicações da falência para a empresa, o empresário 
e os credores.
Introdução
Falência é uma situação jurídica decorrente de uma sentença decretatória 
proferida por um magistrado. Nesse caso, uma empresa ou uma sociedade 
comercial se omite quanto ao cumprimento de determinada obrigação 
patrimonial e tem seus bens alienados para satisfazer seus credores.
Neste capítulo, você será apresentado ao instituto da falência, além 
de conhecer as suas implicações para a empresa, para o empresário e 
para os credores.
1 Definição
A necessidade de regular juridicamente o fracasso na atividade econômica 
surgiu com o avançar do tempo. Ao fim da República, o direito pretoriano 
admitiu garantir ao credor, como meio de execução forçada, o direito de posse 
e venda dos bens do devedor, sendo que tais bens ficavam a encargo de um 
curador, o qual era nomeado pelo juiz (VIGIL NETO, 2008).
No período de colonização do Brasil, já ocorria a aplicação do direito 
falimentar. O decreto-lei nº 7.661, chamado de Lei de falências, vigorou de 
1945 até 2005, e regulou dois regimes jurídicos: a falência e a concordata. 
Posteriormente, a lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, revogou o decreto-lei, 
mantendo a falência, porém, extinguindo a concordata e a substituindo pela 
recuperação, possibilitando ser judicial ou extrajudicial (BRASIL, 2005).
A noção inicial de empresa advém da economia, ligada à ideia central 
da organização dos fatores da produção (capital, trabalho, natureza) para a 
realização de uma atividade econômica. De acordo com o art. 966 do Código 
Civil (BRASIL, 2002), podemos concluir que a empresa é a atividade econô-
mica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços para o 
mercado (TOMAZETTE, 2013).
Segundo Rubens Requião (2015), os organismos econômicos que se con-
cretizam na organização dos fatores de produção e se propõem a satisfazer 
as necessidades alheias, bem como as exigências do mercado geral, levam, 
na terminologia econômica, o nome de empresa. A empresa tem um papel 
econômico-social relevante para a sociedade. Contudo, segundo Luiz Vigil 
Neto (2008, p. 62), “[...] assim como os seres vivos, as empresas nascem, 
crescem e morrem”.
É cediço que os bens do patrimônio do devedor (nesse caso, a empresa) 
representem a garantia do credor. Assim, ocorrendo inadimplência do devedor, 
o credor pode recorrer ao Poder Judiciário para promover a execução dos bens 
que forem necessários para a satisfação de seu crédito. Porém, quando o devedor 
(a empresa) possui bens com valores inferiores à totalidade de suas dívidas, 
a regra da execução individual se torna injusta. Isso porque o credor que se 
antecipa e ingressa com ação judicial possivelmente receberá o valor total do 
seu crédito, enquanto aquele que ingressa posteriormente, ou aquele em que a 
obrigação ainda não está vencida, provavelmente não conseguirá receber pelo 
seu crédito. A fim de evitar essa disparidade, o direito trouxe a possibilidade 
de oferecer um tratamento igualitário aos credores do falido, promovendo a 
obrigatoriedade da execução concursal dos credores (COELHO, 2016).
Nos casos em que o devedor é legalmente empresário, a execução concursal 
de seu patrimônio se dá pela falência. Com o regime concursal dos credores, 
a falência oportuniza um tratamento mais benéfico à empresa, pois faculta 
a extinção das obrigações com o rateio entre os credores quirografários de 
mais de 25% do devido após a realização de todo o ativo, conforme expressa 
o inciso II do art. 158 da lei nº 11.101 (COELHO, 2016).
Mas o que é a falência? Fábio Ulhoa Coelho assim leciona (2016, p. 352): 
[...] quando o devedor explora sua atividade econômica de forma empresarial 
— caracterizada pela conjugação dos fatores de produção: investimento de 
capital, contratação de mão de obra, aquisição de insumos, desenvolvimento 
ou compra de tecnologia —, não sendo capaz de honrar suas obrigações no 
vencimento (ou estando presentes outros fatos tipificados em lei), o juiz deve 
inaugurar um procedimento de execução concursal destinado à satisfação dos 
credores, no quanto for possível.
A falência2
No entanto, nem todas as modalidades de empresa estão incluídas no regime 
falimentar. De acordo com o art. 2º da lei nº 11.101 (BRASIL, 2005), estão 
totalmente excluídos: as empresas públicas e as sociedades de economia mista, 
as instituições financeiras públicas ou privadas, as cooperativas de crédito, os 
consórcios, as entidades de previdência complementar, as sociedades operado-
ras de plano de assistência à saúde, as sociedades seguradoras, as sociedades 
de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
Coelho (2016) lembra, ainda, que há empresários parcialmente excluídos 
do regime falimentar: 
 � instituições financeiras; 
 � sociedades arrendadoras, que tenham por objeto exclusivo exploração 
de leasing;
 � sociedades que se dediquem à administração de consórcios, fundos 
mútuos e outras atividades assemelhadas; 
 � companhias de seguro;
 � entidades abertas de previdência complementar e as de capitalização;
 � operadoras de planos privados de assistência à saúde.
Para essas categorias, embora a falência possa ser decretada, serão obser-
vadas condições específicas previstas em legislação própria.Em relação às hipóteses autorizadoras para a decretação da falência, 
a legislação traz um rol taxativo, que descreve comportamentos típicos de 
quem se encontra insolvente, sendo tal insolvência presumida. 
De acordo com o art. 94 da lei nº 11.101 (BRASIL, 2005, documento 
on-line), a falência do devedor poderá ser decretada quando ele:
I — sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida 
materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse 
o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;
II — executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não 
nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal;
III — pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de 
recuperação judicial:
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio 
ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos;
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar 
pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou 
da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
3A falência
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento 
de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;
d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de 
burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem 
ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes 
para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu 
domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de 
recuperação judicial.
Sobre a decretação de falência, é crível que o devedor apresente contestação, 
podendo requerer a sua recuperação judicial (art. 95). Além disso, a falência 
não será decretada se o devedor comprovar:
I — falsidade de título;
II — prescrição;
III — nulidade de obrigação ou de título;
IV — pagamento da dívida;
V — qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime 
a cobrança de título;
VI — vício em protesto ou em seu instrumento;
VII — apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação, 
observados os requisitos do art. 51 desta Lei;
VIII — cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes do 
pedido de falência, comprovada por documento hábil do Registro Público de 
Empresas, o qual não prevalecerá contra prova de exercício posterior ao ato 
registrado (BRASIL, 2005, documento on-line).
O pedido de falência pode ser proposto pelo próprio devedor que, em crise 
econômico-financeira, julgue-se incapaz de atender aos requisitos para pleitear 
sua recuperação judicial. Nesse caso, ele deve expor as razões da impossi-
bilidade de continuidade da atividade empresarial, respeitados os requisitos 
previstos nos arts. 105 a 107 da lei nº 11.101 (BRASIL, 2005). Ainda, podem 
requerer falência o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou 
inventariante, o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato 
constitutivo da sociedade, e, por fim, qualquer credor.
A falência4
O não cumprimento das obrigações legais por parte do falido, o cometimento de fraude 
a credores ou o descumprimento de determinação judicial fica sujeito o falido a crime 
falimentar, regulamentado pelo art. 168 e seguintes da lei nº 11.101 (BRASIL, 2005).
2 O encerramento das atividades
A falência tem como um de seus resultados o encerramento das atividades 
da empresa pela impossibilidade de saldar seus compromissos. Todavia, esse 
fechamento também pode ocorrer sem a decretação de falência.
Sempre que uma empresa encerra as suas atividades, o normal e esperado 
é que ocorra um procedimento formal que culminará em sua dissolução re-
gular. Tal opção envolve uma série de ações, entre elas a liquidação do seu 
patrimônio e a extinção da personalidade jurídica, com a respectiva baixa 
nos órgãos competentes.
De acordo com o art. 1.033 do Código Civil (BRASIL, 2002, documento 
on-line), são hipóteses de dissolução de uma sociedade: 
I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição 
de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará 
por tempo indeterminado;
II - o consenso unânime dos sócios;
III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo 
indeterminado;
IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e 
oitenta dias;
V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio remanes-
cente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade 
sob sua titularidade, requeira, no Registro Público de Empresas Mercantis, 
a transformação do registro da sociedade para empresário individual ou para 
empresa individual de responsabilidade limitada, observado, no que couber, 
o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código.
5A falência
Diversos são os motivos que ensejam o encerramento de uma empresa, seja 
por mera vontade dos sócios, seja por inviabilidade do negócio em virtude de 
estar enfrentando crise financeira, sendo esse último motivo o mais comum 
devido ao cenário atual de crise econômica.
O encerramento empresarial regular requer o pagamento integral dos 
débitos de todas as naturezas e todos os procedimentos contábeis de baixa 
junto aos órgãos fiscais e de registro, além de pressupor a elaboração de um 
distrato entre os sócios. Todavia, ele não ocorre por acaso, sendo necessário 
identificar seu marco inicial: 
O processo de encerramento da sociedade deve ter um marco inicial, isto é, 
deve ocorrer um fato para desencadear todo o processo. Esse fato é o que 
denominamos dissolução stricto sensu, que pode ser entendida como a causa 
do encerramento da sociedade, ou seja, o fato que desencadeia todo o processo 
de dissolução em sentido amplo (TOMAZZETE, 2013, p. 495).
A dissolução lato sensu é um processo de encerramento da sociedade que objetiva a 
extinção da pessoa jurídica, abrangendo três fases distintas: a dissolução stricto sensu, 
a liquidação e a extinção (TOMAZZETTE, 2013).
Contudo, a dissolução também pode ocorrer de forma irregular, o que tem 
sido mais comum do que o desejado: “[...] os sócios, em vez de observarem o 
procedimento extintivo previsto em Lei, limitam-se a vender precipitadamente 
o acervo, a encerrar as atividades e se dispersarem” (COELHO, 2016, p. 172). 
A principal consequência de uma empresa encerrar suas atividades de maneira 
irregular é o fato de, em regra, os sócios poderem ser responsabilizados pesso-
almente pelas dívidas da empresa, pois o direito civil possibilita, pelo expresso 
no art. 50 do Código Civil (BRASIL, 2002), a extensão da responsabilidade 
dos sócios da empresa pelo incidente processual de “[...] desconsideração da 
personalidade jurídica” previsto nos arts. 133 a 137 do Código de Processo 
Civil (BRASIL, 2015, documento on-line).
A falência6
A principal diferença refere-se ao aspecto patrimonial, pois a desconsi-
deração da personalidade jurídica tem como consequência a possibilidade 
de o patrimônio dos sócios também passarem a responder pelas dívidas da 
empresa. Como bem expressa Marlon Tomazette (2002, documento on-line): 
Desvirtuada a utilização da pessoa jurídica, nada mais eficaz do que retirar 
os privilégios que a lei assegura, isto é, descartar a autonomia patrimonial 
no caso concreto, esquecer a separação entre sociedade e sócio, o que leva a 
estender os efeitos das obrigações da sociedade a estes.
Já na via falimentar, se o pedido for formulado antes do encerramento 
irregular da empresa, se atendidos os requisitos legais, haverá proteção não 
só dos credores, mas também dossócios da sociedade liquidada — conforme 
vimos anteriormente, o concurso de credores faculta a extinção das obrigações 
com o rateio entre os credores quirografários de mais de 25% do devido após 
a realização de todo o ativo.
A jurisprudência tem entendido que a simples inatividade da pessoa jurídica não 
presume a dissolução irregular da empresa, da qual há de se preencher diversos 
requisitos, sendo o seu pedido realizado pelo credor e devendo conter prova robusta 
de cometimento de ato fraudulento a credores, por parte dos sócios.
3 As implicações da falência para a empresa, 
o empresário e os credores
Implicações da falência para a empresa falida
Primeiramente, é importante registrar que não são exigíveis do devedor, na 
recuperação judicial ou na falência, as obrigações a título gratuito, bem como 
as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial 
ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor.
7A falência
Segundo exposto no art. 6º da lei nº 11.101 (BRASIL, 2005), a decretação 
da falência ou o deferimento da recuperação judicial suspendem os prazos 
prescricionais e decadenciais nas execuções que correm contra o devedor, 
porém, em casos de ações e execuções propostas pelo falido, ou seja, nos 
casos em que ele é o credor, não há suspensão dos prazos prescricionais e 
decadenciais. No que diz respeito a dívidas fiscais e tributárias, a decretação 
da recuperação judicial ou da falência não suspendem as execuções fiscais.
São muitos os efeitos da decretação da falência em relação à empresa, 
entre eles, “o vencimento antecipado das dívidas do devedor e dos sócios 
ilimitada e solidariamente responsáveis, com o abatimento proporcional dos 
juros, converte todos os créditos de moeda estrangeira para a moeda do país 
pelo câmbio do dia da decisão judicial” (BRASIL, 2005, documento on-line).
Além disso, conforme o art. 81, a decisão que decreta a falência da socie-
dade com sócios ilimitadamente responsáveis também acarreta a sua falência, 
que ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em relação à 
sociedade falida e, por isso, deverão ser citados para apresentar contestação, 
se assim o desejarem. Segundo § 2º do mesmo artigo, as sociedades falidas 
serão representadas por seus administradores ou liquidantes, os quais terão 
os mesmos direitos e, sob as mesmas penas, ficarão sujeitos às obrigações 
que cabem ao falido (BRASIL, 2005).
A responsabilidade pessoal dos sócios de responsabilidade limitada, dos 
controladores e dos administradores da sociedade falida será apurada no próprio 
juízo da falência, independentemente da realização do ativo e da prova da 
sua insuficiência para cobrir o passivo, observado o procedimento ordinário 
previsto no Código de Processo Civil (conforme art. 82 da mesma lei). 
Ainda, preveem os arts. 116 e 117 (BRASIL, 2005), a decretação da fa-
lência suspende o exercício do direito de retenção sobre os bens sujeitos à 
arrecadação, os quais deverão ser entregues ao administrador judicial, e o 
exercício do direito de retirada ou de recebimento do valor de suas quotas ou 
ações por parte dos sócios da sociedade falida; os contratos bilaterais não se 
resolvem pela falência e podem ser cumpridos pelo administrador judicial se 
o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou for 
necessário à manutenção e à preservação de seus ativos.
É importante frisar que o juízo de falências não resolve questões atinentes a 
causas trabalhistas e fiscais e àquelas não reguladas na lei nº 11.101, em que o 
falido figurar como autor ou litisconsorte ativo. Há que se observar, ainda, que 
foi instituída, por meio do art. 129, uma lista taxativa de alguns atos praticados 
pelo falido que são objetivamente ineficazes, os quais, embora não tenham 
caráter de fraude ou ilicitude, terão seus efeitos retirados, no entanto, não 
A falência8
serão nulos ou anulados, sendo apenas retirados o efeito e as consequências 
desses atos (BRASIL, 2005).
Da insolvência
A insolvência é assim denominada quando o passivo do devedor é menor do 
que seu ativo patrimonial. Segundo Coelho (2016, p. 277), “[...] é necessário 
atentar-se para o fato de que o segundo pressuposto da falência não é a in-
solvência entendida em sua acepção econômica, ou seja, como um estado 
patrimonial”. Dessa forma, podemos concluir que a insolvência do devedor é 
decretada quando este descumpre as obrigações contraídas, conforme expressa 
o art. 94 da lei nº 11.101 (BRASIL, 2005).
Implicações da falência para o sócio/empresário
Conforme expressa o art. 102 da lei nº 11.101 (BRASIL, 2005, documento 
on-line), “o falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a 
partir da decretação da falência e até a sentença que extingue suas obrigações, 
entre outras consequências [...]”. Na lei, qualquer remissão ao devedor ou falido 
estende-se aos sócios de responsabilidade ilimitada. Com isso, observa-se que 
o legislador promoveu a equiparação dos sócios de responsabilidade ilimitada 
ao devedor ou falido para todos os efeitos decorrentes da lei (art. 190).
No art. 103 (BRASIL, 2005), fica estabelecido que o devedor perde o 
direito de administrar os seus bens ou deles dispor a partir do momento em 
que é decretada falência ou sequestro. Contudo, o falido poderá fiscalizar a 
administração da falência, requerer as providências necessárias para a con-
servação de seus direitos ou dos bens arrecadados e intervir nos processos em 
que a massa falida for parte ou interessada, requerendo o que for de direito e 
interpondo os recursos cabíveis.
Depois de decretada a falência, impõe-se, ao falido, deveres expressos no 
art. 104 (BRASIL, 2005), como pode ser visto a seguir. Em caso de descum-
primento, esse falido ficará sujeito à implicação e ao crime de desobediência. 
São eles:
9A falência
Art. 104. A decretação da falência impõe aos representantes legais do falido 
os seguintes deveres: (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência)
I - assinar nos autos, desde que intimado da decisão, termo de comparecimento, 
com a indicação do nome, da nacionalidade, do estado civil e do endereço 
completo do domicílio, e declarar, para constar do referido termo, diretamente 
Implicações da falência para os credores
No que diz respeito aos credores, a lei nº 11.101 apresenta, em seu art. 83, 
uma lista de ordem para pagamentos dos créditos, iniciando nos trabalhistas 
e terminando nos credores quirografários (BRASIL, 2005).
A falência10
ao administrador judicial, em dia, local e hora por ele designados, por prazo 
não superior a 15 (quinze) dias após a decretação da falência, o seguinte: 
(Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência)
a) as causas determinantes da sua falência, quando requerida pelos credores;
b) tratando-se de sociedade, os nomes e endereços de todos os sócios, acio-
nistas controladores, diretores ou administradores, apresentando o contrato 
ou estatuto social e a prova do respectivo registro, bem como suas alterações;
c) o nome do contador encarregado da escrituração dos livros obrigatórios;
d) os mandatos que porventura tenha outorgado, indicando seu objeto, nome 
e endereço do mandatário;
e) seus bens imóveis e os móveis que não se encontram no estabelecimento;
f) se faz parte de outras sociedades, exibindo respectivo contrato;
g) suas contas bancárias, aplicações, títulos em cobrança e processos em 
andamento em que for autor ou réu;
II - entregar ao administrador judicial os seus livros obrigatórios e os demais 
instrumentos de escrituração pertinentes, que os encerrará por termo; (Redação 
dada pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência)
III – não se ausentar do lugar onde se processa a falência sem motivo justo 
e comunicação expressa ao juiz, e sem deixar procurador bastante, sob as 
penas cominadas na lei;
IV – comparecer a todos os atos da falência, podendo ser representado por 
procurador, quando não for indispensável sua presença;
V - entregar ao administrador judicial,para arrecadação, todos os bens, 
papéis, documentos e senhas de acesso a sistemas contábeis, financeiros e 
bancários, bem como indicar aqueles que porventura estejam em poder de 
terceiros; (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência)
VI – prestar as informações reclamadas pelo juiz, administrador judicial, 
credor ou Ministério Público sobre circunstâncias e fatos que interessem à 
falência;
VII – auxiliar o administrador judicial com zelo e presteza;
VIII – examinar as habilitações de crédito apresentadas;
IX – assistir ao levantamento, à verificação do balanço e ao exame dos livros;
X – manifestar-se sempre que for determinado pelo juiz;
XI - apresentar ao administrador judicial a relação de seus credores, em 
arquivo eletrônico, no dia em que prestar as declarações referidas no inciso I 
do caput deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência)
XII – examinar e dar parecer sobre as contas do administrador judicial.
Parágrafo único. Faltando ao cumprimento de quaisquer dos deveres que esta 
Lei lhe impõe, após intimado pelo juiz a fazê-lo, responderá o falido por crime 
de desobediência (BRASIL, 2005, documento on-line).
Basicamente, a sentença declaratória de falência produz quatro efeitos 
(COELHO, 2016):
1. Formação da massa falida subjetiva.
2. Suspensão das ações individuais contra o falido.
3. Vencimento antecipado dos créditos.
4. Suspensão da fluência dos juros.
Salienta-se que há exceções à regra de suspensão das execuções individuais. 
São as seguintes:
 � ações que versam sobre quantia ilíquida, coisa certa, prestação ou 
abstenção de fato, inclusive reclamatórias trabalhistas;
 � execuções fiscais.
Após a verificação dos créditos pelo administrador judicial, haverá pu-
blicação em edital e os credores terão prazo de 15 dias para apresentar suas 
habilitações ou divergências quanto aos créditos relacionados. Depois desse 
prazo, ocorrerá nova publicação em edital, com prazo de 45 dias da lista de 
credores, estabelecendo o local e o horário em que os credores poderão ter 
acesso aos documentos que fundamentarão a relação de credores.
A habilitação de crédito deverá obedecer aos seguintes requisitos formais 
(BRASIL, 2005, documento on-line):
I — o nome, o endereço do credor e o endereço em que receberá comunicação 
de qualquer ato do processo;
II — o valor do crédito, atualizado até a data da decretação da falência ou do 
pedido de recuperação judicial, sua origem e classificação;
III — os documentos comprobatórios do crédito e a indicação das demais 
provas a serem produzidas;
IV — a indicação da garantia prestada pelo devedor, se houver, e o respectivo 
instrumento;
V — a especificação do objeto da garantia que estiver na posse do credor.
Parágrafo único. Os títulos e documentos que legitimam os créditos deverão 
ser exibidos no original ou por cópias autenticadas se estiverem juntados em 
outro processo. 
As habilitações de crédito retardatárias não terão direito a voto na assem-
bleia geral de credores. O processo falimentar obedece a essa regra depois de 
publicada a sentença.
11A falência
Procure por “Sobrevivência de empresas no Brasil” em seu navegador para encontrar 
uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 
(Sebrae), publicada em 2016. O estudo apresenta dados de 2008 a 2014 a respeito de 
sobrevivência e mortalidade de empresas no mercado brasileiro.
A seguir, temos um caso em que ocorreu a interposição equivocada do recurso cabível 
à decretação da falência:
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DECISÃO MONOCRÁTICA. ART. 932, III, CPC. 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL HABILITAÇÃO DE CRÉDITO JULGADA EXTINTA. 
RECURSO INADEQUADO. FORTE NO ARTIGO 17 E 10, §5 DA LEI N. 11.101/05, 
A DECISÃO QUE RESOLVE HABILITAÇÃO DE CRÉDITO É IMPUGNADA 
MEDIANTE AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO NÃO CONHECIDO 
POR MANIFESTA INADMISSIBILIDADE (RIO GRANDE DO SUL, 2018, do-
cumento on-line).
A falência12
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, DF: Presidência 
da República, 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/Leis/2002/
L10406.htm. Acesso em: 9 jun. 2020.
BRASIL. Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005. Regula a recuperação judicial, a extraju-
dicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Brasília, DF: Presidência 
da República, 2005. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2005/Lei/L11101.htm. Acesso em: 9 jun. 2020.
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Brasília, DF: 
Presidência da República, 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 9 jun. 2020.
COELHO, F. U. Manual de direito comercial: direito de empresa. 28. ed. São Paulo: Revista 
dos Tribunais, 2016.
REQUIÃO, R. Curso de direito comercial. São Paulo: Saraiva, 2015. v. 1. E-book.
RIO GRANDE DO SUL. Tribunal de Justiça. Sexta Câmara Cível. Apelação Cível 
Nº 70077209542. Relator: Luís Augusto Coelho Braga. Julgado em: 17 abr. 2018.
13A falência
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cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
TOMAZETTE, M. A desconsideração da personalidade jurídica: a teoria, o CDC e o novo 
Código Civil. Jus Navigandi, Teresina, ano 7, n. 58, 1 ago. 2002. Disponível em: https://
jus.com.br/artigos/3104/a-desconsideracao-da-personalidade-juridica. Acesso em: 
9 jun. 2020.
TOMAZETTE, M. Curso de direito empresarial: teoria geral e direito societário. 5. ed. São 
Paulo: Atlas, 2013. v. 1.
VIGIL NETO, L. I. Teoria falimentar e regimes recuperatórios. Porto Alegre: Livraria do 
Advogado, 2008.
Leituras recomendadas
FERREIRA, M. C. R. e B.; SILVA JÚNIOR, G. L. Os crimes falimentares na legislação atual e 
no projeto do novo código penal: uma análise desde a perspectiva do direito penal 
mínimo. Revista de Estudos Jurídicos UNESP, São Paulo, v. 16, n. 24, p.1-12, 2012. Disponível 
em: https://ojs.franca.unesp.br/index.php/estudosjuridicosunesp/article/view/756/745. 
Acesso em: 9 jun. 2020.
OLIVEIRA, C. M. de. Direito falimentar brasileiro. Âmbito Jurídico, São Paulo, v. 8, n. 21, 
maio 2005. Disponível em: http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_
link=revista_artigos_leitura&artigo_id=594. Acesso em: 9 jun. 2020.
OLIVEIRA, J. Encerrar corretamente a empresa pode evitar prejuízos maiores. In: 
CONSELHO Federal de Contabilidade. Brasília, DF, 30 maio 2016. Disponível em: http://
cfc.org.br/noticias/encerrar-corretamente-a-empresa-pode-evitar-prejuizos-maiores/. 
Acesso em: 9 jun. 2020.
ZENI, C. “Em geral, empresas tentam a recuperação quando já estão falindo". [Entrevis-
tadora cedida a] Laura Nabuco. MidiaNews. Cuiabá, 2017. Disponível em: http://www.
midianews.com.br/entrevista-da-semana/em-geral-empresas-tentam-a-recuperacao-
-quando-ja-estao-falindo/295382. Acesso em: 9 jun. 2020.
DICA DO PROFESSOR
No vídeo a seguir são apresentadas as dúvidas mais comuns que levam o estudante a enganar-se 
acerca da ocorrência ou não da falência. São estabelecidas as diferenças e as causas da falência 
na atualidade. Confira!
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EXERCÍCIOS
1) A falência é sempre a última alternativa a ser adotada. Perdem-se postos de trabalho, 
circulação da renda dos trabalhadores e arrecadação de tributos. Trata-se, portanto, 
de um relevante papel que é desempenhado e deve ser preservado ao máximo. 
Todavia, mesmo diante dessas ponderações, há situações em que o endividamento da 
empresa chega a tal ponto que essa é a única possibilidade que resta. Considerando 
isso, assinale a alternativa correta. 
A) A empresa pode ser definida como uma atividade econômica ou não,a depender da sua 
organização societária, mas desde que a sua finalidade esteja voltada para a circulação de 
bens.
B) A falência do devedor poderá ser decretada quando ele, executado por qualquer quantia 
líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo 
legal.
C) Caso uma empresa tenha dívidas, e estas sejam iguais ao seu patrimônio, será cabível a 
interposição da chamada “ação de pré-falência”.
D) O instituto da falência se origina do direito germânico e foi importado para o Brasil apenas 
com a abertura para o comércio exterior, na implantação do modelo neoliberal.
A possibilidade de falência é faculdade estendida a todas as empresas, bastando que E) 
estejam regularmente constituídas.
2) O termo "falência" deriva de fallere, que significa fraudar ou faltar. Sob o ponto de 
vista histórico, esse sentido se mostra correto. Todavia, a partir de uma compreensão 
contemporânea, a falência tem um sentido diverso. Sob essa ótica, e considerando a 
visão atual do instituto, assinale a alternativa correta.
A) Segundo a Lei n.o 11.101/2005, a insolvência que origina a falência é apenas a 
econômica.
B) A falência do devedor poderá ser decretada quando ele se ausenta imotivadamente.
C) A falência significa um tratamento igualitário, promovendo a obrigatoriedade da execução 
concursal dos credores.
D) O inadimplemento de obrigação líquida no vencimento é circunstância que permite a 
decretação da falência. 
E) O próprio devedor poderá requerer a sua falência, sendo suficiente a sua declaração. 
3) A Lei de Falências traz um artigo que contempla, de forma taxativa, as condutas que 
presumem o estado de insolvência do devedor. São os denominados atos de falência. 
Essas circunstâncias ensejam a falência, exceto se fizerem parte do plano de 
recuperação judicial. Assinale a alternativa que apresenta a descrição correta de uma 
dessas condutas, realizada pelo devedor.
A) Transferir estabelecimento ao credor, sem o consentimento de todos os credores e sem 
ficar com bens suficientes para solver o seu passivo.
B) Assumir dívidas em montantes que superam ou ainda se equivalem ao patrimônio total da 
sua empresa.
C) Cumprir, antes do prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação 
judicial.
D) Reforçar garantia ao credor por dívida contraída anteriormente, mantendo bens livres e 
desembaraçados capazes de saldar o passivo.
E) Proceder à liquidação precipitada de seus ativos ou lançar mão de meio ruinoso ou 
fraudulento para realizar pagamentos.
4) O processo de falência segue uma série de ritos e procedimentos predeterminados. 
Uma vez citado, o devedor pode apresentar resposta ao pedido de sua falência no 
prazo de 10 dias. Nesse prazo, a resposta do réu pode ser de acordo com o pedido, 
sendo decretada a sua falência, ou pode ser formulada em forma de contestação, 
oferecendo um dos fundamentos de defesa. Sobre o tema, assinale a alternativa 
correta.
A) Um mecanismo muito eficiente, utilizado como forma de defesa contra os pedidos de 
falência, consiste no depósito elisivo, que pode ser parcial.
B) O vício no protesto não poderá ser alegado em sede de defesa contra a falência, pois 
depende de contraditório a ser aferido em ação própria. 
C) Caso o devedor tenha apresentado pedido de recuperação judicial, este fato somente será 
considerado caso tenha iniciado antes da sua citação válida. 
D) Poderá ocorrer cessação das atividades empresariais mais de 2 anos antes do pedido de 
falência, comprovada por documento hábil do Registro Público de Empresas, sendo que 
não prevalecerá contraprova de exercício posterior ao ato registrado.
E) Caso o pedido de falência seja formulado com base em títulos líquidos protestados, o 
devedor não poderá levantar como argumento de defesa a existência do pagamento, exceto 
como preliminar. 
5) A falência é um procedimento que deve ser obrigatoriamente judicializado, pois a sua 
declaração exige uma sentença proferida por um magistrado. A partir da sentença 
declaratória, a Lei de Falências aponta uma série de deveres para o falido. Aponte a 
alternativa que traz uma dessas obrigações.
A) Depositar em cartório, assim que for intimado, os seus livros obrigatórios a fim de serem 
entregues ao Ministério Público depois de encerrados por termos assinados pelo juiz.
B) Autorizar previamente as habilitações de crédito apresentadas. 
C) Dirigir os trabalhos do administrador judicial com zelo e presteza. 
D) Entregar, sem demora, todos os bens, livros, papéis e documentos ao administrador 
judicial, indicando-lhe, para serem arrecadados, os bens que porventura estejam em poder 
de terceiros.
E) Cumprir obrigação assumida no plano de recuperação judicial. 
NA PRÁTICA
Um dos indicadores da economia é o índice de falências requeridas no País. 
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Acesse a guia "Saiba mais" e veja que a oscilação das falências coincide com os períodos de 
crise econômica.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Debate sobre a jurisprudência acerca da falência e recuperação de empresas
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É Justo - A nova lei de falência e recuperação de empresas
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Indicadores econômicos
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