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TRABALHO DE DIREITO EMPRESARIAL,FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS

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UNIVERSIDADADE CEUMA - UNICEUMA
CAMPUS DE SÃO LUÍS - ANIL
CURSO DE DIREITO
GABRIEL FELIPE FONTES PEREIRA. CPD:73459
BRUNO LEONARDO PINTO MARTINS. CPD:71263
SIDINEY CARVALHO DAS DORES. CPD:73492
WAGNER COELHO SILVA JUNIOR. CPD:71940
JAIME ALVES DE ANDRADE NETO. CPD:72076
TRABALHO DE DIREITO EMPRESARIAL; FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS
São Luís, MA
2020
UNIVERSIDADADE CEUMA - UNICEUMA
CAMPUS DE SÃO LUÍS - ANIL
CURSO DE DIREITO
GABRIEL FELIPE FONTES PEREIRA. CPD:73459
BRUNO LEONARDO PINTO MARTINS. CPD:71263
SIDINEY CARVALHO DAS DORES. CPD:73492
WAGNER COELHO SILVA JUNIOR. CPD:71940
JAIME ALVES DE ANDRADE NETO. CPD:72076
TRABALHO DE DIREITO EMPRESARIAL; FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS
Trabalho apresentado para obtenção de nota da disciplina de Direito Empresarial II, sob a supervisão do Professor da Universidade Ceuma: Cláudson Gomes Santos.
São Luís, MA
2020
Sumário
1.	INTRODUÇÃO	4
2.	LEI N. 11.101/2005	5
3.	FALÊNCIA	5
3.1	Sujeitos na falência	5
3.2	O processo falimentar	6
3.3	Administração da falência	6
3.4	Efeitos da falência	7
3.5	Liquidação do processo	7
3.6	Enceramento da falência e extinção das obrigações	8
4.	RECUPERAÇÃO JUDICIAL	9
4.1	Natureza jurídica da recuperação judicial	9
4.2	Legitimados, requisitos e pressupostos	9
4.3	O pedido de recuperação judicial	11
4.4	A petição inicial do pedido de recuperação	12
5.	RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL	13
5.1	Requisitos legais da recuperação extrajudicial	13
5.2	Credores submetidos ao plano de recuperação extrajudicial	14
5.3	Procedimento do pedido de homologação	14
5.4	Efeitos da homologação do plano de recuperação extrajudicial	15
6.	CONCLUSÃO	15
7.	REFERÊNCIAS	17
1. INTRODUÇÃO
A fim de dar um aspecto mais resumido para este trabalho vamos atentar para as partes mais necessárias que nós compreendemos serem importante nesse assunto de recuperação e falência de empresas. Nesse sentido, vamos atentar para os temas do processo falimentar, da recuperação de empresas judicial ou extrajudicial, pontos interessantes de serem vistos, como por exemplo, o da figura do empresário que somente faz jus dos benefícios legais se estiver devidamente inscrito e regularizado perante o Registro Público das Empresas Mercantis. Numa visão introdutória, podemos falar também que o instituto da falência é uma situação jurídica decorrente de uma sentença declaratória de um magistrado, pode ocorrer de diversas maneiras, que serão expostas neste trabalho, mas pode ser identificado quando um empresário ou uma sociedade empresária já não possui patrimônio suficiente para pagar suas dívidas, sendo assim a falência é um processo de execução coletiva em que o patrimônio do empresário é declarado falido, este processo visa o pagamento da universalidade de seus credores, sendo de forma completa e proporcional. Podemos dizer ainda que a falência foi justamente um instituto criado para impedir que os credores pudessem sofrer injustiças quanto a integralidade do recebimento dos seus créditos. Buscando assim a igualdade de condições dos credores, consubstanciado pelo princípio conditio creditorum, a falência surge como um processo de execução coletiva, buscando a divisão proporcional dos bens do devedor, estes decorrentes de venda judicial dos bens verificados ou arrecadados. Nesse sentido de combater injustiças, os institutos passam por transformações ou novas interpretações jurídicas para atender o equilíbrio econômico-social com base no princípio da função social e o da preservação e, sempre que possível, podem alterar a Lei 11.101/2005. Segundo o art. 47 da LRE, “a recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica”.com todo esse contexto introdutório é assim que funciona o campo do chamado “Direito Falimentar” ou “Direito Concursal”, nomenclaturas que sempre esteve presente e bem consagrada nos estudos do Direito Empresarial/Comercial pois discute a falência e recuperação do empresário e outros assuntos pertinentes. 
2. LEI N. 11.101/2005 
A Lei n. 11.101/2005, Lei de Recuperação e Falência – LRF, revogou o Decreto-lei n 7.661/45. Ela mantém o instituto da falência, mas não contempla o da concordata, em qualquer de suas modalidades. Entretanto, poder-se-ia dizer que as concordatas preventivas e suspensivas (que se processavam em juízo) foram substituídas pela recuperação judicial. Por sua vez, a recuperação extrajudicial, inovação da Lei n. 11.101/2005, anteriormente poderia ser considerada como a concordata branca/extrajudicial, pois, apesar de existir na prática, era proibida pelo Decreto-lei n. 7.661, no seu art. 2º, inc. III. Concordata branca significava convocar credores para propor dilação de pagamentos, o que era considerado ato de falência, ou seja, que enseja a falência do devedor. Assim, a Lei n. 11.101/2005 disciplina as recuperações extrajudicial e judicial e a falência do empresário individual e da sociedade empresária. 
3. FALÊNCIA
3.1 Sujeitos na falência 
Na falência existem dois tipos de sujeito, o ativo e o passivo, o ativo é aquele que irá pedir a falência e o sujeito passivo é o próprio falido. A falência pode ser requerida pelo credor, seja esta pessoa física ou jurídica, podendo ser um sócio ou acionista da empresa em questão, desta forma o sujeito passivo, ou seja, o falido deverá ser sempre a figura de um empresário, podendo a pessoa ser também física ou jurídica. Outra característica do sujeito ativo é que este também pode ser cônjuge, herdeiro ou inventariante. 
Compreendendo dessa forma os sujeitos da falência, e entendendo que na forma de pessoa jurídica apenas as sociedades empresárias podem decretar falência, devemos excluir todos aqueles que não são classificados como sociedades empresárias, como: as fundações, as associações, as cooperativas e as sociedades simples.
Deve também ser dito que em alguns casos, o processo falimentar jamais poderá ser decretado, são estes os casos das empresas públicas e as sociedades de economia mista, nos termos do art. 2º, inc. I da Lei 11.101/2005.
Em contra partida existem alguns casos em que os empresários somente poderão passar pelo processor falimentar em determinadas situações, esses casos ocorrem em: instituições financeiras, na sociedade arrendadora, sociedade administradora de consócios, as companhias de seguro, as sociedades de previdência privada aberta e as sociedades de capitalização.
3.2 O processo falimentar 
O processo falimentar possui três principais etapas, sendo a primeira etapa o pedido da falência e a sentença encerrando a mesma, assim logo em seguida terá início a segunda etapa, esta que tem início com a sentença declaratória de falência e se concluindo com o encerramento da falência, que tem como caracterização o conhecimento judicial do ativo e do passivo do devedor, busca assim a apuração do ativo e o pagamento do passivo. E por fim na última etapa ocorre a reabilitação, esta que se entende como a declaração da extinção das responsabilidades de ordem civil do devedor. 
A competência para decretação do processo falimentar será de juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial da empresa com sede fora do Brasil, e vale a pena dizer que a Lei da falência é omissa, pois se trata de uma lei processual, com isso deve ser aplicadas as disposições comuns do direito processual, civil ou penal, a depender do caso. 
O juízo do processo é universal, e isto significa que todos as ações referentes aos bens, interesses e até negócios da massa falida serão processados e julgados pelo juízo competente em que tramita o processo de execução concursal por falência. No entanto existem cinco exceções ao princípio da universalidade do processo falimentar, são esses: as ações não reguladas pela lei falimentar em que a massa falida for autora ou litisconsorte ativa; as ações trabalhistasem que é competente a Justiça do Trabalho; ações de conhecimento me que a União Federal é parte ou interessada, sendo está de competência da Justiça Federal; ações cuja a obrigação é ilíquida e por último as execuções tributarias, que segundo o Código Tributário Nacional em seu artigo 187, as execuções trabalhistas não se sujeitam a juízo falimentar.
3.3 Administração da falência 
A administração da falência ocorre por um auxiliar escolhido pelo juiz, sendo que este não é representante dos credores assim como também não representa o devedor. O administrador judicial será escolhido pelo juiz que serve como um auxiliar qualificado pelo mesmo, sendo este um profissional idôneo, de preferência um advogado, contador, economista ou administrador de empresas. Em apenas raras exceções o administrador não terá as qualificações então mencionadas, ocorrendo apenas quando não houver pessoa com essas qualificações na comarca em que foi ajuizado o processo.
As atribuições e reponsabilidades do administrador são extensas e compreendem tudo aquilo que for necessário para auxiliar o juiz no processo de falência, porem se o administrador não cumprir suas responsabilidades, poderá ser então destituído pelo juiz, que então nomeará outro, sendo que o novo administrador tem o dever atribuído por lei a elaborar relatórios e organizar as contas e assinalar as reponsabilidades de seu antecessor. 
Há também a possibilidade de renúncia do administrador, com base na LRF, art. 24, § 3º, e art. 22, inc. III. A renúncia ocorre não por decisão judicial motivada e sim por um ato de iniciativa sem depender de motivo.
3.4 Efeitos da falência 
Com a sentença declaratória de falência acontecerá o pagamento das dívidas em acordo com a possibilidade levantada pelo patrimônio do devedor, a sentença produzirá alguns efeitos em relação aos credores, que são: a formação da massa falida, que se trata do conjunto de bens arrecadados do patrimônio da sociedade falida; suspenção das ações individuais em curso contra a sociedade falida; suspenção do curso da prescrição; suspensão da fluência de juros; vencimento antecipado dos créditos e suspenção do direito de retenção.
Pode-se perceber que efeitos da falência sempre buscam beneficiar o falido visto que seus efeitos auxiliam no adimplemento de suas dívidas, mesmo que isso venha a prejudicar os credores, porem por outro lado com a falência está suspenso o direito de retenção precisando a coisa retida ser arrecadada pela massa.
3.5 Liquidação do processo
A liquidação do processo falimentar ocorre após a contagem do ativo e do passivo do empresário falido. A arrecadação dos bens da massa falida serve para que em segundo momento possa ser então efetuada o pagamento dos credores. 
Após arrecadados os bens do falido, o juiz então determinara que a venda seja procedida a sua venda, seja ela conjunta ou separadamente, seguindo as seguintes modalidades: Leilão, esta modalidade de venda é realizada em hasta pública judicial e os interessado em adquirir os bens da massa falida devem apresentam o preço que estão disposto a pagar. Propostas fechadas também são uma das modalidades em que os interessados em adquirir os bens da massa falida oferecem, seja em cartório ou em envelopes lacrados com a proposta por esses bens. E por último há também o pregão que é uma modalidade que resulta na combinação das duas modalidades anteriores. 
Sendo assim, será feito o pagamento do passivo, aos determinados credores, porem a certos credores que não poderão exigir do falido o pagamento de seus créditos e esses casos ocorrem em obrigações gratuita e em despesas individualmente feitas para ingresso na massa falida. 
3.6 Enceramento da falência e extinção das obrigações 
De acordo com a lei falimentar a falência se encerra com a prestação de contas do administrador judicial ao juízo do processo, isso após a realização da contagem de todo ativo e passivo do falido e sua distribuição dos seus bens aos credores. Esta prestação de contas deve vir acompanhada de documentos comprobatórios que serão prestados em autos separados.
Sendo então recebida a prestação de contas, o juiz fará publicará um aviso de que as contas foram entregues e se acham à disposição e conhecimento dos interessados (ou credores), estes poderão impugná-las no prazo de 10 (dez) dias. Prem se não houver impugnações, ao final do prazo e se depois de realizadas todas as diligências necessárias à apuração dos fatos, o juiz intimará o Ministério Público para então manifestar-se no prazo de 5 (cinco) dias. E sendo posteriormente as contas aprovadas a lei falimentar estabelece então ao administrador judicial a apresentação de um relatório final, apresentado o documento o juiz encerrará a falência.
O encerramento e o relatório final levam ao fim, o processo falimentar, mas não as obrigações do falido, a extinção das obrigações do falido estão ligadas as possibilidades do falido em voltar a exercer a sua atividade empresarial, com isso a lei falimentar no seu art.158 apresenta 4 formas distintas de se extinguir as obrigações, são elas: 1- o pagamento de todos os créditos; 2- pelo pagamento, depois de concretizado todo o ativo, de mais de cinquenta por cento dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da quantia mandatória para atingir essa porcentagem se esta não bastou para integral liquidação do ativo; 3- o decurso de cinco anos do encerramento da falência, mas apenas se este não tiver cometido algum crime previsto na lei de falências; 4- o decurso de 10 anos do encerramento da falência, se este cometeu algum crime previsto na lei falimentar. 
Estando então presentes todos os requisitos necessários à extinção, o juiz declarará extinta as obrigações do falido, com isso o falido deixa a condição de obrigação e poderá voltar a exercer a atividade empresarial. Sendo assim junto com a reabilitação será expedida de ofício aos órgãos de fiscalização e controle para que deixe de constar a condição de falido do requerente.
4. RECUPERAÇÃO JUDICIAL
4.1 Natureza jurídica da recuperação judicial
Quanto à natureza jurídica da recuperação judicial, Jorge Lobo aporta haver divergência. Os privatistas entendem ser a recuperação judicial um instituto do direito privado. Já os publicistas, do direito público. No entanto, o autor prefere situar a recuperação de empresas como instituto do direito econômico. Isso, pois, considera que este ramo do Direito, o direito econômico, está em uma zona intermediária entre o direito privado e o público, alinhado ao fato de que a recuperação está pautada não necessariamente pela ideia de justiça, mas de eficácia técnica ao criar condições que propiciem às empresas em crise se reestruturarem, prevalecendo os interesses coletivos, ainda que isso resulte em sacrifício parcial de credores. Por isso, para o referido autor, a recuperação de empresas teria como fundamento a ética da solidariedade, em que se visa atender aos interesses das partes envolvidas e harmonizar os direitos de cada um em vez de estabelecer o confronto entre devedor e credores; sendo, portanto, um procedimento de sacrifício.
4.2 Legitimados, requisitos e pressupostos 
Quem pode requerer a recuperação judicial, em juízo, é o devedor – empresário individual ou sociedade empresária – (LRF, art. 48), desde que atenda aos seguintes requisitos:
 1) exerça regularmente a atividade empresarial por mais de 2 anos;
 2) não ter obtido concessão de recuperação judicial há pelo menos 5 anos;
 3) não ter obtido concessão de recuperação especial (instituto que será tratado adiante) para microempresa ou empresa de pequeno porte há pelo menos 5 anos; 
4) não ser falido (se foi no passado, que no presente esteja reabilitado com sentença declarando extintas suas responsabilidades); 
5) não ter sido condenado por crimes concursais/falimentares (crimes previstos na Lei n. 11.101/2005). Vale destacar que os requisitos previstos no art. 48 da Lei n. 11.101/2005 são cumulativos.
 O primeiro requisito, estabelecido pelo art. 48, reflete a regra prevista no revogado Decreto-lein. 7.661/45, art. 158, inc. I, no que tange à necessidade do exercício do comércio há mais de dois anos, a fim de que se pudesse obter a concordata preventiva. Quanto a exercer regularmente a atividade empresarial, cabe explicitar que apenas o empresário (individual ou sociedade empresária) devidamente inscrito no Registro Público das Empresas Mercantis poderá requerer a recuperação judicial, não cabendo esse direito a quem exerça atividade empresarial de fato ou irregularmente. Há uma corrente minoritária que chega a defender a possibilidade de concessão da recuperação judicial para atividades exercidas de fato ou irregularmente, como no caso de uma sociedade em comum. Para tanto, invocam o princípio da preservação da empresa visando a manutenção dos empregos, a fonte produtora etc.
O requisito de “não ser condenado por crimes concursais/falimentares” poderia ser visto como redundante, no entanto, não o é. Isso, pois, numa leitura precipitada, poderia se levar em conta que o condenado por este crime precisaria ser falido; mas na verdade existem pessoas que podem ser condenadas por crime concursal/falimentar sem ter falido, como o administrador judicial e outros previstos no art. 179 da Lei n. 11.101/2005. Jorge Lobo, ao estudar a recuperação judicial, expressa que há pressupostos de cunho subjetivo e objetivo. O pressuposto subjetivo está relacionado com a legitimidade para requerer a recuperação judicial. Podem requerê-la o empresário individual e a sociedade empresária, o que a Lei n. 11.101/2005, art. 1º, denomina simplesmente devedor. Por sua vez, o pressuposto objetivo é o “estado de crise econômico-financeira” do devedor, que está relacionado com o inadimplemento das prestações obrigacionais, de forma provisória ou definitiva. E finalmente, o direito de se requerer a recuperação judicial também pode ser exercido pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente (LRF, art. 48, § 1º).
4.3 O pedido de recuperação judicial 
Em época de crise, a perda de clientes, a redução do faturamento, o desaquecimento do setor em que atua são fatores indicadores para empresário prever futuras dificuldades e tomar medidas preventivas, entre elas um eventual pedido de recuperação judicial. Em princípio, pois, a recuperação judicial será requerida antes de a crise do empresário chegar a uma situação irreversível, isto é, o pedido de recuperação geralmente é feito antes de algum credor pedir a falência do devedor. É possível, todavia, que o pedido de recuperação judicial seja feito após um credor pedir a falência do devedor. Esse pedido deve ser feito durante o prazo de contestação ao requerimento da falência, conforme previsto nos arts. 95 e 96, II, da LRE;
Art. 95. Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá pleitear sua recuperação judicial.
Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput, desta Lei, não será decretada se o requerido provar:
I – falsidade de título;
II – prescrição;
III – nulidade de obrigação ou de título;
IV – pagamento da dívida;
V – qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime a cobrança de título;
VI – vício em protesto ou em seu instrumento;
VII – apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação, observados os requisitos do art. 51 desta Lei;
VIII – cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes do pedido de falência, comprovada por documento hábil do Registro Público de Empresas, o qual não prevalecerá contra prova de exercício posterior ao ato registrado.
§ 1º Não será decretada a falência de sociedade anônima após liquidado e partilhado seu ativo nem do espólio após 1 (um) ano da morte do devedor.
§ 2º As defesas previstas nos incisos I a VI do caput deste artigo não obstam a decretação de falência se, ao final, restarem obrigações não atingidas pelas defesas em montante que supere o limite previsto naquele dispositivo.
Empresário individual irregular e sociedade empresária irregular tem direito à recuperação judicial?
 Não, é preciso que o devedor comprove estar exercendo sua atividade empresarial regularmente há mais de dois anos. Sendo assim, fica claro que o empresário individual irregular e a sociedade empresária irregular não têm direito à recuperação judicial. 
A polêmica é a seguinte: produtores rurais não registrados na Junta Comercial podem obter o benefício da recuperação judicial, algo típico do regime jurídico empresarial? 
No julgamento do REsp 1.193.115-MT, a Terceira Tuma do STJ, analisando um caso em que o produtor rural pediu a recuperação judicial e só fez seu registro na Junta Comercial após o ajuizamento do pedido, decidiu, por maioria, que não: sem registro na Junta, produtores rurais não são considerados empresários, para os efeitos legais, e não podem obter o benefício da recuperação judicial. 
No Enunciado 96 das Jornadas de Direito Comercial, isto é, todos os créditos se sujeitarão ao plano de recuperação, inclusive aqueles constituídos antes do registro na Junta Comercial.
4.4 A petição inicial do pedido de recuperação 
No aspecto processual, a lei se expressa no sentido de que a recuperação judicial é uma ação. Para tanto, deve-se ajuizá-la por meio de uma petição inicial do devedor, a qual deverá ser instruída com uma série de documentos e informações, conforme prevê o art. 51:
I – A exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico-financeira;
II – As demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:
III – A relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente;
IV – A relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento;
V – Certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores;
VI – A relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor;
VII – Os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras;
VIII – Certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas onde possui filial; 
 
5. RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
5.1 Requisitos legais da recuperação extrajudicial
 Da leitura do art. 161 da LRE percebe-se que para fazer jus ao benefício da recuperação extrajudicial o devedor em crise deverá preencher os mesmos requisitos exigíveis para a consecução da recuperação judicial, constantes do art. 48, quais sejam: 
· exercer atividade empresarial regularmente há mais de dois anos;
· não ser falido ou, se tiver sido, já ter suas obrigações e responsabilidade declaradas extintas por sentença transitada em julgado; 
· não ter, há menos de cinco anos, obtido concessão de recuperação judicial ou de concordata – tratando-se de ME ou EPP, não ter, há menos de cinco anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial já examinado; 
· não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por crime falimentar. 
5.2 Credores submetidos ao plano de recuperação extrajudicial 
Outra diferença entre a recuperação judicial e a extrajudicial está nos credores submetidos aos seus efeitos. A esta não se submetem, além dos credores previstos no art. 49, §§ 3.º e 4.º, da LRE – osquais, conforme já visto, também não se submetem aos efeitos da recuperação judicial –, os titulares de créditos fiscais, trabalhistas e acidentários. É o que dispõe o art. 161, § 1.º, da LRE: “não se aplica o disposto neste Capítulo a titulares de créditos de natureza tributária, derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho, assim como àqueles previstos nos arts. 49, § 3.º, e 86, inciso II do caput, desta Lei”. 
Pode-se concluir, portanto, que os credores que podem estar abrangidos no plano de recuperação extrajudicial são os seguintes:
 (i) com garantia real; 
 (ii) com privilégio especial;
 (iii) com privilégio geral;
 (iv) quirografários; e
 (v) subordinados.
5.3 Procedimento do pedido de homologação 
Apresentada a petição inicial do pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial nos seus devidos termos, estabelece o art. 164 da LRE que “o juiz ordenará a publicação de edital no órgão oficial e em jornal de grande circulação nacional ou das localidades da sede e das filiais do devedor, convocando todos os credores do devedor para apresentação de suas impugnações ao plano de recuperação extrajudicial, observado o § 3.º deste artigo”. Por sua vez, este § 3.º limita a matéria a ser alegada nas impugnações, determinando que, “para opor-se, em sua manifestação, à homologação do plano, os credores somente poderão alegar: 
I – não preenchimento do percentual mínimo previsto no caput do art. 163 desta Lei;
 II – prática de qualquer dos atos previstos no inciso III do art. 94 ou do art. 130 desta Lei, ou descumprimento de requisito previsto nesta Lei; 
III – descumprimento de qualquer outra exigência legal”.
 Observa-se, pois, que não caberá aos credores simplesmente se oporem ao plano do devedor, tampouco alegar, em objeção, questões estranhas às acima transcritas. Caberá a eles, apenas, apontar uma dessas situações. 
5.4 Efeitos da homologação do plano de recuperação extrajudicial
 Segundo o art. 165 da LRE, em princípio “o plano de recuperação extrajudicial produz efeitos após sua homologação judicial”. Isso significa, então, que em regra o plano de recuperação extrajudicial não pode, uma vez homologado, produzir efeitos pretéritos, retroativos. Dizemos em regra porque o próprio § 1.º do dispositivo em questão abre uma ressalva, afirmando que “é lícito, contudo, que o plano estabeleça a produção de efeitos anteriores à homologação, desde que exclusivamente em relação à modificação do valor ou da forma de pagamento dos credores signatários”. 
Por fim, no que se refere aos efeitos da homologação do plano, destaque-se que o art. 166 da LRE prevê que, “se o plano de recuperação extrajudicial homologado envolver alienação judicial de filiais ou de unidades produtivas isoladas do devedor, o juiz ordenará a sua realização, observado, no que couber, o disposto no art. 142 desta Lei”.
6. CONCLUSÃO
Portanto, esse trabalho apresentou diversos tópico fundamentais para a boa análise e abordagem do conteúdo da falência e recuperação de empresa. Um dos pontos importantes é a Lei A Lei n. 11.101/2005 conhecida pelo nosso estudo de Recuperação e Falência – LRF. Ela favorece em seu o instituto da falência algumas modalidades comentadas com detalhes de interesses referentes a recuperação judicial e suas particularidades e seus procedimentos. Ao tratarmos da falência, abordamos que os sujeitos são reconhecidos como credores e devedores e podem ser pessoa física ou jurídica e que dependendo da situação terão que seguir procedimentos em lei para satisfazer interesses de ambas as partes envolvida no caso. Em seguida, foi estudado que no processo falimentar que a administração da falência ocorre por um auxiliar escolhido pelo juiz, sendo que este não é representante dos credores assim como também não representa o devedor. E o juiz não pode escolher o auxiliar de qualquer forma, terá como critério a qualificação, a idoneidade do profissional e, eventualmente, cabendo exceções que já abordado no trabalho.
 O conceito de Recuperação de empresa judicial, outro ponto deste trabalho, foi apresentado de acordo com o art. 47 da LRF, aquela que é processada integralmente no âmbito do Poder Judiciário, por meio de uma ação judicial, com rito processual próprio, visando a solução para a crise econômica ou financeira da empresa. É preciso não se esquecer de que a recuperação judicial tem por objetivo. Foi incluso também a questão da situação do Empresário individual irregular e sociedade empresária irregular se são merecedores do direito à recuperação judicial e concluímos que não têm direito à recuperação judicial pois precisão da comprovação desse requisito inicial, feita por meio da juntada de certidão da Junta Comercial competente que ateste o exercício regular da atividade empresarial por tempo superior ao exigido na legislação falimentar. E a outra questão é a seguinte: produtores rurais não registrados na Junta Comercial podem obter o benefício da recuperação judicial, algo típico do regime jurídico empresarial? a Terceira Tuma do STJ, analisando um caso decidiu, por maioria, que não: sem registro na Junta, produtores rurais não são considerados empresários, para os efeitos legais, e não podem obter o benefício da recuperação judicial. Contudo, o Enunciado 97 diz que não precisa estar inscrito há mais de dois anos no Registro Público de Empresas Mercantis. 
 Logo, concluímos que neste enriquecidíssimo assunto do direito empresarial, na parte do direito falimentar e os tipos de recuperação apontamos aspectos importantes e conseguimos resumir e focamos as partes mais convenientes com a finalidade de encarar um fácil entendimento e, ao mesmo tempo, contribuir para um maior aprendizado para todos.
7. REFERÊNCIAS 
LEI Nº 11.101, DE 9 DE FEVEREIRO DE 2005.
Teixeira, Tarcísio Direito empresarial sistematizado: doutrina, jurisprudência e pratica / Tarcísio Teixeira. – 7. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
Direito empresarial: volume único / André Luiz Santa Cruz Ramos. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020.
Falência: Breve introdução. Âmbito Jurídico, 2016. Disponível em: <https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-146/falencia-breve-introducao/>. Acesso em 05 de jun. de 2020.
Encerramento da falência e extinção das obrigações do falido. Valor Consulting, 2020. Disponível em: <https://www.valor.srv.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=136>. Acesso em 01 de jun. de 2020.

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