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5 Transporte sustentável e experiências exitosas pelo mundoFerramenta externa

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Transporte sustentável e experiências 
exitosas pelo mundo
APRESENTAÇÃO
Uma cidade não será sustentável se a forma como as pessoas se deslocam também não for. Os 
deslocamentos para estudo, trabalho ou lazer fazem parte do dia a dia urbano e cada vez mais 
eles são realizados pelos veículos particulares. 
Alargamento de faixas de tráfego, destinação de espaço público para estacionamentos e redução 
dos impostos para aquisição de veículos faz nossas ruas e avenidas estarem cada vez mais cheias 
de automóveis. Junto com eles, chega a poluição urbana que afeta a saúde das pessoas e a saúde 
do planeta.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar sobre transporte sustentável e exemplos de 
sucesso no Brasil e no mundo. O que pode ser feito para tornar a mobilidade urbana sustentável?
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Analisar os efeitos dos transportes sobre o meio ambiente.•
Identificar práticas sustentáveis em transportes.•
Descrever experiências exitosas de transporte sustentável.•
DESAFIO
Ruídos excessivos podem prejudicar a saúde causando estresse, irritabilidade e até taquicardia. 
Nas cidades, o trânsito é o principal causador de ruído e deve ser controlado próximo a áreas 
residenciais, hospitalares e educacionais. 
Imagine que você trabalha na prefeitura municipal de uma grande cidade. Há três meses sua 
equipe inaugurou uma grande avenida perimetral que prometeu resolver os problemas de 
mobilidade da cidade. Com a abertura para o tráfego, a via atraiu muitos veículos comerciais 
pesados que antes diluíam-se por avenidas menores no interior da cidade. Junto com a avenida 
e os veículos pesados, chegaram também as reclamações de ruído dos moradores próximos 
a uma das interseções semaforizadas, que relataram não conseguir dormir com o barulho durante 
a noite. 
Sua tarefa, portanto, é propor no mínimo três soluções de curto e médio prazos em resposta 
à queixa dos moradores sobre o excesso de ruído. 
INFOGRÁFICO
Acidentes viários, congestionamentos e poluição do ar e sonora são algumas das externalidades 
dos transportes. Quanto à poluição do ar, o tipo e a quantidade de emissões dependem do 
combustível e do tipo de veículo utilizado. O que é comum a todos é seu impacto na saúde e no 
meio ambiente.
O Infográfico apresenta os principais poluentes emitidos pelos transportes urbanos, sua 
amplitude de impacto e as consequências.
Confira.
CONTEÚDO DO LIVRO
Os transportes urbanos afetam o meio ambiente e consequentemente a saúde e o bem-estar dos 
cidadãos. No entanto, um planejamento para o desenvolvimento sustentável pode minimizar as 
externalidades ambientais causadas pelos transportes.
No capítulo Transporte sustentável e experiências exitosas pelo mundo, da obra Planejamento 
de transportes urbanos, você vai entender o que algumas cidades já estão fazendo para 
minimizar os impactos por meio do desenvolvimento de transporte sustentável. 
Boa leitura.
Planejamento de 
Transportes Urbanos
Shanna Lucchesi
Transporte sustentável 
e experiências exitosas 
pelo mundo
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Analisar os efeitos dos transportes sobre o meio ambiente.
  Identificar práticas sustentáveis em transportes.
  Descrever experiências exitosas de transporte sustentável.
Introdução
Os transportes são conhecidos como uma desutilidade, ou seja, as pessoas 
os utilizam somente porque é necessário e, em geral, desejam passar o 
menor tempo possível nos seus deslocamentos. Os transportes também 
são maléficos para o ambiente, especialmente nas cidades. No entanto, 
esse “mal necessário” pode ser realizado de forma mais limpa e sustentável.
Neste capítulo, você vai estudar os principais impactos ambientais 
dos transportes urbanos e também as principais ações para tornar o 
transporte mais sustentável. Por fim, você vai conferir quatro exemplos 
de cidades que buscaram implementar ações para incentivar o transporte 
coletivo e os modos ativos e utilizar energias mais limpas. 
Transporte e o meio ambiente
Todas as atividades humanas impactam o ambiente, em maior ou menor grau. 
Sendo o transporte uma atividade humana massiva e concentrada no tempo 
e no espaço, o ato de se deslocar pode impactar signifi cativamente a vida das 
pessoas que vivem na região desses deslocamentos e o ambiente como um 
todo, visto que os impactos podem ser locais ou globais. Quanto à poluição 
ambiental, os principais impactos provenientes do transporte se referem à 
poluição do ar, por meio da emissão de gases poluentes, e à poluição sonora, 
por meio dos ruídos dos motores. 
Poluição do ar
Um dos principais impactos ambientais dos sistemas de transporte é a poluição 
do ar. Os meios de transporte são os principais responsáveis pela redução da 
qualidade do ar nas cidades, devido à emissão de gases de efeitos estufa e 
materiais particulados. A seguir, são apresentados os principais poluentes 
emitidos pelos veículos urbanos. 
  CO: o monóxido de carbono é o resultado da queima incorreta dos 
combustíveis tóxicos. Possui impacto local e é prejudicial à saúde, visto 
que se adere às moléculas de hemoglobina, podendo causar problemas 
de oxigenação no corpo, intoxicação e até a morte, conforme leciona 
Peres (2005). 
  CO2: o dióxido de carbono é um gás esperado como resultado da queima 
normal do combustível fóssil. No entanto, o perigo está na emissão 
excessiva desse gás na atmosfera. O CO2 é um gás de efeito estufa, 
que pode ter impacto regional, conforme lecionam Nunes, Marques 
Júnior e Ramos (2003). 
  HC: o hidrocarboneto também é um produto da queima incompleta dos 
combustíveis fósseis. Os hidrocarbonetos têm impacto global, contri-
buindo para o efeito estufa e para a formação de nevoeiro fotoquímico, 
conforme leciona Ribeiro (2010). 
  NOX: o óxido de nitrogênio é emitido durante a combustão em alta 
temperatura do combustível em motores. O efeito das emissões de NOX 
são, entre outros, poluição atmosférica e acidificação (chuva ácida), 
apresentando impacto regional e global, conforme Engelmoer (2012). 
  SOX: os óxidos de enxofre podem ser liberados no formato de SO2, SO3 
ou SO4. Decorrem da queima de combustíveis que contenham enxofre. 
Têm ação local e regional, podendo causar doenças cardiorrespiratórias, 
corrosão de metais e chuva ácida. 
  MP: material particulado ou poeira fina, é causado pela queima de 
combustíveis e uso de pneus, sendo liberado a partir do atrito com 
a superfície da estrada e pelo uso dos freios. Existem três tipos de 
emissões de MP, medidas em micrômetros: PM 10, PM 2,5 e PM 0,1 
— respectivamente 10, 2,5 e 0,1 micrômetro. Quanto menor o tamanho 
das partículas, maiores as consequências para a saúde humana. As 
Transporte sustentável e experiências exitosas pelo mundo2
partículas podem facilmente entrar na corrente sanguínea e causar 
doenças cardíacas e respiratórias, como bronquite e asma, segundo 
Engelmoer (2012).
O tipo e a quantidade de poluentes emitidos dependem do tipo de veículo 
e do combustível utilizado na viagem. Veículos de grande porte apresentam 
maiores fatores de emissão, por necessitarem de mais combustível para com-
pletar um quilômetro e por utilizarem diesel como combustível principal. O 
material particulado, por exemplo, não é emitido por veículos que utilizam 
etanol hidratado; em compensação, esses veículos emitem aldeídos 
Ao considerar o impacto ambiental de cada modo de transporte, especialmente 
quanto a emissões, usualmente se avalia a energia gasta no deslocamento. No entanto, 
a construção da infraestrutura necessária e a produção do veículo também causam 
impacto no ambiente. Ao avaliar a emissão, devemos considerar o ciclo de vida da 
energia, ou seja, considerar as emissões da produção até o consumo final. 
Ruído
Os transportes são a maior fonte de poluição sonora urbana, seja pelo modal 
rodoviário, ferroviário ou aeroviário.No transporte rodoviário, as principais 
fontes de ruído são os motores e a fricção entre os pneus e a pista. O barulho 
pode ser maior próximo a interseções, em subidas e em vias com intensa 
presença de veículos de grande porte (ônibus e caminhões). No transporte 
ferroviário, as principais fontes de barulho são os motores e a fricção das 
rodas com os trilhos. O barulho pode aumentar próximo a túneis, em vales 
ou quando a superfície provocar muita vibração. No caso do transporte aéreo, 
os principais problemas estão relacionados às decolagens, sendo as principais 
fontes de ruído as turbinas e os reversores, segundo a World Health Organi-
zation (WHO, 1999). 
Para o transporte rodoviário, estima-se que motocicletas gerem de 75 a 80 
decibéis (dB) de ruído, automóveis, 74 dB, e veículos pesados, de 77 a 80 dB 
(PORTUGAL, 2004). A exposição ao ruído ainda pode ser maior em terminais 
3Transporte sustentável e experiências exitosas pelo mundo
e pontos de embarque e desembarque, onde a presença de veículos é maior, 
conforme apontam Rodrigues et al. (2006). 
O ruído pode ser prejudicial à saúde humana, apesar de ser possível identi-
ficar efeitos de adaptação ao ruído pelo ser humano. Em alta exposição, pode 
provocar efeitos físicos, fisiológicos e psicológicos. Como efeitos físicos, 
destacam-se as perdas auditivas, que podem ser temporárias ou permanentes. 
Já como efeitos fisiológicos, percebe-se a presença de tensões musculares e 
alterações do ritmo cardíaco e da pressão sanguínea. Dentre os efeitos psicoló-
gicos mais comuns, observam-se irritabilidade, estresse, fadiga e diminuição 
da capacidade de concentração (PORTUGAL, 2004). 
No Brasil, a norma NBR 10151, da Associação Brasileira de Normas Téc-
nicas (ABNT, 2019), estabelece os limites de ruído para ambientes externos e 
suas proximidades. A norma define que, para áreas estritamente residenciais 
ou próximas de hospitais e escolas, o máximo de ruído permitido é de 50 dB 
durante o dia e 40 dB durante a noite. Para áreas mistas com vocação comercial, 
os ruídos podem chegar a 60 dB e 55 dB para dia e noite, respectivamente. 
Algumas alternativas para reduzir o nível de ruído provocado pelos modos 
de transporte são: 
  afastamento dos aeroportos dos grandes centros urbanos;
  utilização de sistemas de transporte coletivo subterrâneo;
  incentivo a modos coletivos em detrimento dos modos individuais;
  restrição da circulação de veículos pesados em locais e horários 
específicos;
  redução do limite de velocidade;
  coordenação semafórica, para evitar paradas desnecessárias em 
interseções;
  alterações no ambiente, para utilização de materiais que absorvem 
ruído e de vegetação. 
A redução do limite de velocidade pode diminuir o nível de ruído emitido pelos 
veículos rodoviários. A 120 km/h, a pressão sonora emitida é de 78 dB(A), enquanto, 
a 60 km/h, essa pressão cai para 70 dB(A).
Transporte sustentável e experiências exitosas pelo mundo4
Outros impactos
Os transportes ainda causam outros impactos ao ambiente e aos seres humanos. 
A construção de infraestruturas altera, por exemplo, o uso do solo. Em muitos 
casos, a construção de infraestruturas de transporte torna o solo impermeável 
e, ainda, origina barreiras de movimentação de pessoas e animais, além de 
alterar a vegetação. As infraestruturas ainda modifi cam ou interrompem a 
condição do escoamento natural da água e dos ventos. No caso do transporte 
aéreo, destacam-se os efeitos nas ondas migratórias de aves. Por fi m, destaca-
-se o consumo de recursos naturais para combustíveis, produção de veículos 
e construção da infraestrutura. 
Como o transporte pode ser sustentável?
Muitos estudos vêm sendo conduzidos buscando reduzir os impactos do 
transporte urbano no ambiente. Nesta seção, vamos apresentar alguns dos 
pontos-chave que devem nortear as escolhas de transportes dos cidadãos e 
estar presentes nas políticas públicas de mobilidade urbana. 
Energias “limpas”
Conforme visto, o uso de combustíveis fósseis é um dos principais fatores 
contribuintes para o aumento da poluição do ar. Alternativas de transportes 
que utilizem energias consideradas limpas e renováveis podem servir para 
reduzir o impacto ambiental dos transportes. A partir do incentivo e do ganho 
de escala da produção, já existe no mercado uma gama de opções de veículos 
movidos a energia elétrica (Figura 1).
O processo de criação desses veículos se deu com o aparecimento de 
veículos híbridos, com motores elétricos e a combustão, evoluindo para os 
veículos puramente elétricos. A evolução dos motores andou junto com a 
evolução das células de armazenamento de bateria e dos sistemas de carre-
gamento, conforme lecionam Eberle e Von Helmolt (2010). Apesar de serem 
considerados zero emissão, os veículos elétricos não podem ser considerados 
totalmente limpos, visto que existe poluição na produção de energia, na pro-
dução do veículo e no descarte. 
5Transporte sustentável e experiências exitosas pelo mundo
Figura 1. Veículos elétricos sendo carregados.
Fonte: Scharfsinn/Shutterstock.com.
Tudo pelo coletivo
As cidades não podem suportar que todos os deslocamentos urbanos sejam 
realizados por transporte individual. O modo de deslocamento privado, es-
pecialmente por automóvel, tem um custo grande para a sociedade, que é 
o custo da ocupação do espaço, conforme destaca Barbosa (2013). Sendo 
assim, as políticas públicas de abertura de vias e de destinação de espaço para 
estacionamento em via pública nada mais são do que subsídios ao automóvel 
privado, conforme apontam Vasconcellos, Carvalho e Pereira (2011). 
Comparando o transporte coletivo, especialmente o transporte coletivo por 
ônibus, com o transporte individual, especialmente por automóvel, é possível 
dizer que os transportes individuais são mais ineficientes, visto que a relação 
de energia despendida por passageiro é maior do que no caso do transporte co-
letivo. Além disso, os veículos individuais ocupam mais espaço viário e não são 
acessíveis a todas as parcelas da população. Sendo assim, a busca pelo transporte 
sustentável deve priorizar os modos coletivos, em detrimento dos individuais. 
Priorizando os modos ativos
São considerados modos ativos aqueles que se utilizam da propulsão humana 
para seu deslocamento, como o deslocamento a pé e por bicicleta, skate, patins, 
patinetes, entre outros. Além de melhorar a sustentabilidade da cidade, pessoas 
Transporte sustentável e experiências exitosas pelo mundo6
que se deslocam a pé ou por bicicleta são mais saudáveis, pois reduzem seu 
nível de sedentarismo (TANSHEIT, 2019). 
Apesar de qualquer pessoa com condições físicas para caminhar poder 
se deslocar de forma ativa, muitas vezes, as pessoas são desencorajadas a 
caminhar, devido à condição das calçadas, à insegurança pública, à falta de 
atratividade do percurso, ao risco de acidentes, entre outros fatores. Dessa 
forma, ações que requalifiquem o espaço urbano, criando redes conectadas de 
infraestrutura cicloviária e melhorando a qualidade dos passeios, promovendo 
acessibilidade, atratividade e segurança nos deslocamentos, podem incentivar 
deslocamentos por esses modos (SANTOS et al., [201-]). Os modos ativos, 
portanto, devem estar no topo das pirâmides do transporte (Figura 2), sendo 
prioridade nos investimentos e nas ações da gestão urbana. 
Figura 2. Pirâmide invertida dos transportes: priorizando os usuários nos projetos viários.
Fonte: Adaptada de Global Designing Cities Initiative ([2019]).
7Transporte sustentável e experiências exitosas pelo mundo
Evitando viagens
Outra forma de trazer sustentabilidade aos transportes urbanos é realizar 
somente as viagens necessárias. Atualmente, as viagens a trabalho representam 
quase metade das viagens realizadas diariamente (OPPERMAN, 2014). No 
entanto, com as tecnologias de ensino a distância e a possibilidade de realizar 
reuniões por videoconferência e de acessar dados em uma nuvem on-line, a 
presença física nas universidades e no trabalhose tornou menos necessária, 
sendo o deslocamento até os locais também dispensado. 
Além da promoção do teletrabalho, a redução das viagens também pode 
ocorrer com a migração para o transporte coletivo, a promoção de caronas e o 
estabelecimento de jornadas flexíveis, a fim de evitar que as viagens ocorram 
na hora de pico. No entanto, a busca por evitar viagens e reduzir a necessidade 
de transporte inicia no próprio planejamento urbano, com a criação e promo-
ção de zonas de uso misto, com alta densificação e orientadas ao transporte, 
conforme apontam Bongardt et al. (2014). 
Experiências no Brasil e no mundo
A solução para a mobilidade urbana não é aumentar o número de faixas de 
tráfego, dando mais fl uidez aos veículos de transporte individual — mais 
especifi camente, aos automóveis. Muitas cidades já perceberam e revisaram 
suas ações de mobilidade urbana, buscando priorizar os modos ativos, coletivos 
e compartilhados e alterar sua matriz energética dos transportes, para usar 
energias renováveis e menos poluentes. 
Frota de ônibus 100% elétrica
A primeira cidade do mundo com uma frota de ônibus 100% elétrica se localiza 
na China. A frota de 17 mil ônibus e 12,6 mil táxis que circulam na cidade de 
Shenzhen é toda movida à eletricidade. A cidade, que fi ca próxima a Hong 
Kong, trocou toda a sua frota em menos de 10 anos. Os responsáveis pela 
mudança apontam que a nova frota elétrica ajuda na diminuição da formação 
de ilhas de calor e na redução da poluição sonora, devido à emissão local 
zero dos veículos e à ausência de barulhos provocados pelos motores, já que 
os motores elétricos fazem muito menos ruído. Para viabilizar a operação, a 
cidade precisou criar uma infraestrutura logística que permite o carregamento 
de até 5 mil ônibus. Ressalta-se que a ação de Shenzhen culminou na queda 
Transporte sustentável e experiências exitosas pelo mundo8
do preço dos veículos elétricos, proporcionando a chance de outras cidades 
do entorno seguirem o mesmo caminho, conforme aponta Zmoginski (2018).
Desenvolvimento orientado ao transporte na prática
O maior exemplo brasileiro de desenvolvimento orientado ao transporte é a 
cidade de Curitiba. Conhecida como a mãe do sistema BRT (bus rapid transit), 
desde 1964 a cidade busca a integração do transporte com o uso do solo, para 
reduzir a dependência do automóvel. A principal inovação no seu planejamento 
foi a densifi cação no entorno dos eixos urbanos de transporte, cujos corredores 
são as principais artérias de transporte da cidade. Para que essa densifi cação 
fosse possível, a cidade implementou regulamentos de zoneamento e uso do 
solo, para promover a criação de bairros de uso misto de alta densidade ao 
longo dos principais corredores de transporte público (MARTINS, 2011). A 
Figura 3 apresenta uma vista aérea da cidade, em que é possível visualizar as 
diferentes densifi cações reguladas pela lei de uso e ocupação do solo. 
Figura 3. Vista aérea de Curitiba.
Fonte: Diego Grandi/Shutterstock.com.
9Transporte sustentável e experiências exitosas pelo mundo
A cidade mais ciclável do Brasil 
Fortaleza tem a meta de ser a cidade mais ciclável do Brasil. Com uma to-
pografi a plana, bom tempo e uma população disposta a pedalar, a cidade 
investiu na criação de infraestruturas dedicadas ao modo, contando, em 2018, 
com 227 km de ciclovias ou ciclofaixas. Mas os investimentos da cidade vão 
além da infraestrutura. Fortaleza conta com quatro diferentes sistemas de 
compartilhamento de bicicletas, com variações no tempo de uso e no perfi l de 
usuário. Um dos sistemas é dedicado às crianças (Mini Bicicletar), enquanto 
outro é dedicado aos trabalhadores (Bicicletar Corporativo). No outro sistema, 
a pessoa pode utilizar a bicicleta por uma hora (Bicicletar), enquanto o sistema 
integrado com o transporte coletivo metropolitano permite que o usuário 
permaneça com a bicicleta por 14 horas (Bicicleta Integrada). A cidade aponta 
as seguintes razões para o sucesso do sistema de compartilhamento, que já 
conta com mais de 2 milhões de viagens realizadas (FORTALEZA, [2018]):
  planejamento do sistema para ser usado como meio de transporte;
  estações próximas a zonas de alta densidade;
  pequena distância entre estações;
  ampliação da infraestrutura cicloviária;
  monitoramento do sistema pelos técnicos da prefeitura; e
  utilização gratuita com o passe do transporte coletivo.
Uma ilha de sustentabilidade
Em meio a um país planejado e desenvolvido para o uso do automóvel, a 
cidade de Portland, no estado norte-americano de Oregon, é uma ilha de sus-
tentabilidade. A cidade possui o pacote completo de uma cidade sustentável:
  bairros de uso misto e com alta caminhabilidade;
  510 quilômetros de ciclovias;
  redes de transporte público eficientes;
  possui o maior número de parques urbanos per capita nos EUA;
  metade de sua energia vem de fontes renováveis;
  um quarto da força de trabalho viaja de bicicleta, carona ou transporte 
público;
  35 edifícios são certificados como edifícios verdes;
  67% de todos os resíduos são compostados; 
  mais de 200 telhados verdes cobrem edifícios.
Transporte sustentável e experiências exitosas pelo mundo10
No que tange especifi camente aos transportes, Portland dobrou o tamanho 
de sua rede de ônibus, todos movidos a biocombustível e fi nanciados pelas 
empresas locais. A cidade oferece viagens gratuitas de transporte coletivo 
no centro, onde o acesso por automóvel é limitado. Graças a todas essas 
ações e a um planejamento que busca o crescimento sustentável, os cidadãos 
de Portland já dirigem 20% menos de carro do que em cidades de tamanho 
comparável (D’ERSU, [201-]). 
ABNT. NBR 10151: Acústica - avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto 
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-ativo-no-brasil. Acesso em: 21 out. 2019.
TANSCHEIT, P. O transporte ativo combate a falta de atividade física e melhora o 
bem-estar nas cidades. WRI Brasil, 2019. Disponível em: https://wribrasil.org.br/pt/
blog/2019/07/o-transporte-ativo-como-meio-de-combate-a-falta-de-atividade-fisica. 
Acesso em: 21 out. 2019.
VASCONCELLOS, E. A.; CARVALHO, C. H. R.; PEREIRA, R. H. M. Transporte e mobilidade 
urbana. Brasília: CEPAL, Ipea, 2011. Textos para discussão. Disponível em: https://pdfs.
semanticscholar.org/9726/4b54d4527594ed52732b5e1ee1949f7ae578.pdf. Acesso 
em: 21 out. 2019.
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Transporte sustentável e experiências exitosas pelo mundo12
ZMOGINSKI, F. 2018. Shenzhen, na China, a 1ª cidade a ter 100% dos ônibus e táxis elé-
tricos. Mobilize Brasil, 2018. Disponível em: https://www.mobilize.org.br/noticias/11368/
shenzhen-na-china-a-1a-cidade-a-ter-100-dos-onibus-e-taxis-eletricos.html. Acesso 
em: 21 out. 2019.
13Transporte sustentável e experiências exitosas pelo mundo
DICA DO PROFESSOR
Apesar de ser consenso entre especialistas que é preciso buscar formas de deslocamentos mais 
limpas e sustentáveis, a mobilidade urbana nas cidades vem há anos sendo planejada com foco 
nas viagens individuais motorizadas. A Lei Nacional da Mobilidade Urbana busca alterar esse 
status quo, indicando a abordagem desses novos temas do transporte sustentável nos planos de 
mobilidade. 
Veja a Dica do Professor para entender melhor essa mudança de paradigmas. 
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EXERCÍCIOS
1) Os veículos movidos a combustíveis fósseis liberaram uma série de poluentes na 
atmosfera. Esses poluentes prejudicam a saúde da população e causam danos ao meio 
ambiente que podem ter impacto local, regional ou global. Qual das alternativas a 
seguir apresenta poluentes que têm impacto global?
A) CO e CO2.
B) CO2 e CH4.
C) NOX e SOX.
D) CO2, NOX e SOX.
E) CH4 e HC.
2) 
A principal fonte de ruído dos veículos são os motores e a fricção das rodas com a 
rodovia. O barulho pode ser mais intenso em locais onde o motorista necessita usar os 
freios ou parar e arrancar muitas vezes. 
Sabendo que o limite de ruído recomendado pela NBR 10.151 é de 50 dB para áreas 
residenciais.
Quais dos veículos a seguir poderá circular sem causar poluição sonora em um via 
com muitas moradias?
A) Ônibus.
B) Motocicleta.
C) Automóvel.
D) Bicicleta.
E) Caminhão.
3) As cidades vêm trocando seus veículos movidos a combustíveis fósseis, como a 
gasolina e o diesel e dando incentivos a compras de veículos que usem energias 
limpas.
No contexto da mobilidade urbana, o que significa energia limpa?
A) Que é proveniente de fontes renováveis.
B) Que possibilita a reciclagem do combustível.
C) Que passa por processos de purificação.
D) Que tem um melhor aproveitamento energético.
E) Que não emite poluentes.
4) Viagens por modos ativos são mais suscetíveis a condição do espaço público, pois 
passam mais tempo na via e são mais expostas às mensagens do ambiente.
Qual das alternativas a seguir apresenta uma solução para tornar o ambiente mais 
atrativo às viagens a pé?
A) Uso do solo misto, com diversas opções de comércio e serviços.
B) Construção de passeios próximos a áreas de belezas naturais.
C) Padronização da arquitetura.
D) Presença de muros e poucos espaços vazios.
E) Presença de parques e praças.
5) A gestão de demanda por viagens (GDV) é uma ferramenta para tornar a mobilidade 
urbana das cidades mais sustentável, visto que busca-se que as viagens sejam 
realizadas somente quando necessárias e por modos mais sustentáveis de transporte. 
É possível aplicar técnicas de GDV em grandes corporações e alterar o padrão de 
deslocamentos das viagens a trabalho.
Qual das alternativas a seguir apresenta uma ação corriqueira em prol da 
sustentabilidade na GDV?
A) Vale combustível.
B) Vagas de estacionamento.
C) Carros da empresa para ida às reuniões.
D) Promoção de carona entre funcionários.
E) Contas corporativas em aplicativos de táxi.
NA PRÁTICA
As cidades têm espaço físico limitado e a forma como os gestores urbanos distribuem esse 
espaço entre os modos de transportes deve seguir princípios de sustentabilidade. Muitas vezes, a 
redução do espaço do carro não culmina em congestionamentos, visto que promove a migração 
para outros modos de transportes e dilui o fluxo em outras vias.
 
Acompanhe o que Juliana descobriu sobre as superquadras de Barcelona. Um projeto que visa a 
priorizar as pessoas no espaço viário.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Educação Ambiental - Transporte Sustentável
Você sabe como contribuir para a mobilidade sustentável? Neste vídeo, Vinicius Thees dá dicas 
sobre o tema e explica que os meios de transporte afetam diretamente o meio ambiente e a 
qualidade de vida da população.
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Revista Transporte Sustentável
Esta revista traz várias matérias interessantes e aborda de forma bem completa os caminhos para 
o desenvolvimento do transporte sustentável no Brasil.
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Plano Diretor de Transportes Ativos
As cidades tem repensado a mobilidade, seja por necessidade ou por uma consciência 
sustentável. Conheça o Plano Diretor Municipal da cidade de Joinville/SC dedicado aos modos 
ativos.
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