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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ-UFPI CENTRO DE CIENCIAS AGRARIAS/CCA DEPARTAMENTO DE FÍSICA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA DISCIPLINA: FÍSICA DO AMBIENTE AGRÍCOLA DOCENTE: DR. FRANCIVALDO PINHEIRO FERNANDES RADIAÇÃO MIGUEL BRENO TELES DE SOUSA E SILVA (20209065380) Teresina, PI NOVEMBRO/2021 https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwiQ2Z-bzsHhAhXuILkGHZO4BUUQjRx6BAgBEAU&url=https://blog.grancursosonline.com.br/concurso-ufpi/&psig=AOvVaw26jFZ93eTQkJxrXYIBKS8Q&ust=1554851191727077 RADIAÇÃO É a propagação de ondas eletromagnéticas ou partículas, emitidas por fontes naturais, como o Sol, ou artificiais, quando são emitidas por aparelhos construídos pelo homem, como os equipamentos de raios-X. A radiação é caracterizada pela emissão e deslocamento de energia na forma de partículas ou ondas eletromagnéticas, seja no vácuo, seja em outro meio. Todos os dias, estamos expostos à radiação de diversas fontes e, apesar do senso comum dizer o contrário, não é prejudicial quando usada da maneira correta e controlada. Alguns exemplos de radiação são: ondas de rádio AM e FM, raios X, radiação infravermelha e ultravioleta, entre outras. As radiações podem ser divididas em dois grandes grupos: as radiações não ionizantes e as ionizantes. Essa classificação leva em conta os efeitos gerados e os níveis de energia de cada tipo. Radiações não ionizantes: São consideradas radiações com baixa energia e de baixa frequência, que se propagam na forma de ondas eletromagnéticas com fontes naturais ou artificiais. Seus efeitos, normalmente é ligado à geração de luz ou calor. Os principais exemplos desse tipo de radiação, que aparecem com mais frequência no nosso cotidiano, são: as ondas de rádio, as ondas emitidas pelos celulares e radares, transmissão de TV, redes Wi-Fi, entre outras. Radiações ionizantes: Quando comparadas ao tipo anterior de radiação, possuem maior energia, provocando a ionização dos materiais com que ocorrem a interação. E, assim como as radiações não ionizantes, também podem ser emitidas por meio naturais e artificiais. Os tipos de radiações ionizantes mais comuns são: os raios-X e os raios-gama, emitidos por núcleos de átomos instáveis, ou seja, átomos radioativos. Em geral, as emissões radioativas mais comuns são: alfa (α), beta (β) e gama (γ). Rutherford chegou à conclusão de que os raios alfas eram o átomo de hélio (He) que tinha perdido dois elétrons. Somente após a descoberta do núcleo atômico é que ele percebeu que os raios alfas seriam mesmo o núcleo do átomo de hélio (He2+). Devido à descoberta do elétron (e) por Thomson em 1897, Rutherford concluiu que os raios betas (β) eram os elétrons, pois ambos os raios eram atraídos por placas carregadas eletricamente. Sendo assim, ele passou a chamar o raio de partícula, pois suas pesquisas identificavam a presença de massa. Como os raios gama (γ) não eram afetados por nenhum tipo de carga elétrica, mais tarde os cientistas resolveram chamá-los de ondas gama (γ), por serem ondas eletromagnéticas, assim como a luz. Quadro: Algumas características das radiações alfa, beta e gama. RADIAÇÃO CORPUCULAR É constituída de um feixe de partículas elementares, ou núcleos atômicos, tais como: elétrons, prótons, nêutrons, partícula alfa, entre outras. RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA É constituída de campos elétricos e magnéticos oscilantes e que se propagam com velocidade constante no vácuo. Exemplos: são ondas de rádio, luz visível, raios infravermelhos, raios ultravioletas, raios X, raios gama e etc. ELEMENTOS RADIOATIVOS São aqueles cujos átomos são capazes de emitir radiação (alfa, beta e gama) de forma espontânea a partir de seus núcleos instáveis. Todo elemento químico apresenta átomos denominados de isótopos, isto é, átomos que possuem o mesmo número atômico e diferentes números de massa. Vale ressaltar que pelo menos um desses isótopos é radioativo. O elemento hidrogênio, por exemplo, apresenta três isótopos, sendo dois radioativos. Se o elemento químico apresenta número atômico igual ou superior a 84, a tendência é que todos os isótopos que formam esse elemento sejam radioativos, ou seja, instáveis. Os elementos radioativos artificiais são todos aqueles que não existem na natureza. Eles podem ser transurânicos ou cisurânicos. Os transurânicos apresentam número atômico maior do que 92. Já os cisurânicos apresentam número atômico menor do que 92. Exemplo de elementos cisurânicos: Tecnécio (número atômico: 43), Promécio (número atômico: 61), Astato (número atômico: 85) e Frâncio (número atômico: 87). DECAIMENTO RADIOATIVO É um fenômeno responsável pela radioatividade: a emissão de radiações nucleares por núcleos instáveis de alguns elementos químicos pesados. Os núcleos dos átomos são constituídos de prótons, partículas de carga positiva, e nêutrons, que não têm carga. Essas partículas subatômicas permanecem unidas pela força forte, que é muito intensa a curto alcance. Porém, quando o núcleo de um átomo é muito grande e não tem nêutrons suficientes, a força forte não consegue manter todos os prótons unidos. Isso acontece porque a repulsão entre as cargas positivas dos prótons é muito grande. Assim, temos um núcleo instável. Esse núcleo instável passa então pelo processo que chamamos de Decaimento Radioativo, emitindo radiação. A emissão dessa radiação é capaz de alterar o número de prótons de um elemento químico – que é transmutado em outro. Os decaimentos podem ser de três tipos: alfa, beta e gama. Cada um deles corresponde à uma partícula radioativa diferente, que altera o núcleo do átomo emissor de acordo com suas características. Decaimento alfa: nela, o núcleo instável emite uma partícula alfa, que é um núcleo de Hélio. Como sabemos da tabela periódica, o Hélio tem dois prótons e dois nêutrons. Assim, o elemento perde 4 de massa, tendo seu número atômico diminuído em 2. Decaimento beta: a partícula beta é um elétron ejetado de um nêutron. Como elétrons não têm massa, ela também não tem. O elemento radioativo tem um nêutron transformado em próton, então aumenta seu número atômico em 1. DETECTORES DE RADIAÇÃO Detector de radiação é um dispositivo que, colocado em um meio onde exista um campo de radiação, seja capaz de indicar a sua presença. Existem diversos processos pelos quais diferentes radiações podem interagir com o meio material utilizado para medir ou indicar características dessas radiações. Entre esses processos os mais utilizados são os que envolvem a geração de cargas elétricas, a geração de luz, a sensibilização de películas fotográficas, a criação de traços (buracos) no material, a geração de calor e alterações da dinâmica de certos processos químicos. Normalmente um detector de radiação é constituído de um elemento ou material sensível à radiação e um sistema que transforma esses efeitos em um valor relacionado a uma grandeza de medição dessa radiação. A eficiência de um detector está associada normalmente ao tipo e à energia da radiação e é basicamente a capacidade do detector de registrá-la. A eficiência de um detector pode ser definida de duas formas: eficiência intrínseca e eficiência absoluta. O registro de cada radiação no detector representa um sinal, que pode ser um pulso, um buraco, um sinal de luz, ou outro sinal qualquer, dependente da forma pela qual a radiação interage com o detector e dos subprodutos mensuráveis gerados. Eficiência intrínseca do detector: o tipo e a energia de radiação, normalmente, são fatores ligados às características intrínsecas do detector. A eficiência intrínseca pode ser escrita como: Os fatores que influenciam a eficiência intrínseca do detector diferem para cada tipo. Entre eles estão o número atômico do elemento sensível do detector, estado físico do material, tensão de operação(para detectores que usam campo elétrico), sensibilidade da emulsão fotográfica (para filmes), e outros parâmetros que são ligados às características físico-químicas dos seus materiais constituintes. Eficiência absoluta de um detector: a eficiência absoluta está relacionada não só com as suas características de construção, mas também com a fonte de radiação que está sendo medida, com o meio e com a geometria de medição. Pode ser escrita como: Entre os fatores que influem na eficiência absoluta estão a distância do emissor, o tipo do feixe emitido (radial, colimado), o meio entre o detector e a fonte emissora, além daqueles que influenciam na eficiência intrínseca do detector. APLICAÇÕES DAS RADIAÇÕES A radiação ionizante tornou-se há muitos anos parte integrante da vida do homem. Sua aplicação se dá na área da medicina até às armas bélicas, contudo, sua utilidade é indiscutível. Atualmente, por exemplo a sua utilização em alguns exames de diagnóstico médico, através da aplicação controlada da radiação ionizante, é uma metodologia de extremo auxílio. Porém os efeitos da radiação não podem ser considerados inócuos, a sua interação com os seres vivos pode levar a teratogenias e até a morte. Os riscos e os benefícios devem ser ponderados. A radiação é um risco e deve ser usada de acordo com os seus benefícios. ➢ Saúde Radioterapia: Consiste na utilização da radiação gama, raios X ou feixes de elétrons para o tratamento de tumores, eliminando células cancerígenas e impedindo o seu crescimento. Braquiterapia: Trata-se de radioterapia localizada para tipos específicos de tumores e em locais específicos do corpo humano. Aplicadores: São fontes radioativas de emissão beta distribuídas numa superfície, cuja geometria depende do objetivo do aplicador. Muito usado em aplicadores dermatológicos e oftalmológicos. O princípio de operação é a aceleração do processo de cicatrização de tecidos submetidos a cirurgias, evitando sangramentos e queloides, de modo semelhante a uma cauterização superficial. Radioisótopos: Existem terapias medicamentosas que contêm radioisótopos que são administrados ao paciente por meio de ingestão ou injeção, com a garantia da sua deposição preferencial em determinado órgão ou tecido do corpo humano. ➢ Diagnóstico Radiografia: É uma imagem obtida, por um feixe de raios X ou raios gama que atravessa a região de estudo e interage com uma emulsão fotográfica ou tela fluorescente. Para evitar exposição desnecessária, deve-se ficar o mais distante possível, no momento do disparo do feixe ou protegido por um biombo com blindagem de chumbo. Tomografia: Consiste em ligar um tubo de raios X a um filme radiográfico por um braço rígido que gira ao redor de um determinado ponto, situado num plano paralelo à película. Não se devem realizar exames tomográficos sem necessidade, devido à acumulação de dose de radiação. Mamografia: É um instrumento que auxilia na prevenção e na redução de mortes por câncer de mama. Como o tecido da mama é difícil de ser examinado com o uso de radiação penetrante, devido às pequenas diferenças de densidade e textura de seus componentes como o tecido adiposo e fibroglandular, a mamografia possibilita somente suspeitar e não diagnosticar um tumor maligno. O risco associado à exposição à radiação é mínimo, principalmente quando comparado com o benefício obtido. Mapeamento com radio fármacos: O marcador radioativo tem o objetivo de marcar moléculas de substâncias que se incorporam ou são metabolizadas pelo organismo do homem, de uma planta ou animal. Nestes exames, a irradiação da pessoa é inevitável, mas deve-se ter em atenção para que esta seja a menor possível. Criação de novas variedades de plantas, com características melhoradas, além de um maior conhecimento do metabolismo vegetal e animal. Controle ou eliminação de insetos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Dias, Diogo Lopes. Elementos Radioativos. Disponível em: <https://www.manualdaquimica.com/fisico-quimica/elementos-radioativos.htm>. Acesso em: 26 de novembro de 2021. Ferreira, Vitor Ricardo. Radiação. Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/radiacoes.htm>. Acesso em: 26 de novembro de 2021. Santos, Victor. RADIOATIVIDADE – 2ª PARTE: CARACTERÍSTICAS DAS RADIAÇÕES. Disponível em: <https://www.manualdaquimica.com/fisico-quimica/elementos- radioativos.htm>. Acesso em: 26 de novembro de 2021. Manganote, Prof. Dr. Edmilson. F-107 Física para Biologia Radiação. Disponível em: <https://sites.ifi.unicamp.br/graduacao/files/2013/12/F-107_20162S_16.11.28_M06.pdf>. Acesso em: 26 de novembro de 2021. Maria, Ana. Radioatividade: Decaimento Radioativo e Meia Vida. Disponível em: <https://blog.aprovatotal.com.br/radioatividade-decaimento-radioativo-e-meia-vida>. Acesso em: 26 de novembro de 2021. Fiocruz. Radiação. Disponível em: <http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/radiacao.html>. Acesso em: 26 de novembro de 2021. Pontes, Prof. Altem Nascimento. Técnicas Experimentais: Detectores de Radiação. Disponível em: <https://profpc.com.br/Qu%C3%ADmica%20Nuclear%20x%20F%C3%ADsica%20Nuclear/ F%C3%ADsica%20Nuclear/detectores%20radiacao.pdf>. Acesso em: 26 de novembro de 2021.
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