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OUTRAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS E PREJUÍZOS ACUMULADOS E A DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMONIO LIQUIDO ART. 186 – Lei 6.404/76 e 11.638/2007 Introdução: Para elaborar a demonstração de lucros e prejuízos acumulados (DLPA) e a das mutações do patrimônio liquido (DMPL) essencial é o conhecimento da estrutura do balanço patrimônio, bem como a análise que interfere nas contas que integram as demonstrações citadas. Uma das principais observações é em relação a divulgação das demonstrações nos dois últimos exercícios. A apresentação dos relatórios contábeis em dois anos é importante para o acompanhamento das variações que ocorrem na riqueza da célula social e dos acionistas. Você deve observar os comentários da Lei 11.638 de 2007 no item referente a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. Técnica de Elaboração: Parte do resultado do exercício anterior, mostrando a destinação do mesmo, bem como o resultado do presente exercício adicionado ao saldo anterior. Em seguida evidenciará a destinação para reservas e dividendos, e, finalmente, o saldo que passa para o próximo exercício. Para elaborar a DMPL e a DLPA é preciso que o aprendiz conheça a estrutura do Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do exercício. Para uma melhor análise é necessário que observe, também, as notas explicativas. O foco da DMPL é o grupo do capital próprio, veja abaixo: A estrutura e elaboração da DMPL devem atender ao ART. 186 – Lei 6.404/ 76 e modificações da 11.638/2007. É uma demonstração não obrigatória, porém mais abrangente que a DLPA. Evidencia a movimentação de todas as contas do Patrimônio Liquido, ocorrida durante o exercício (início e fim); isto é, todo acréscimo e diminuição do PL, bem como a formação e utilização das reservas (inclusive aquelas não originadas do lucro). Ë abreviada por DMPL. Técnica de elaboração: é elaborada evidenciando-se todas as contas que formam o PL, bem como as variações, aumentativas e diminutivas, por elas sofridas durante o exercício. A demonstração é montada, separando todas as contas por colunas e evidenciando as movimentações em linhas horizontais. Deve-se observar a lei 11.638 de 2007, no que se refere as reservas: de capital, de reavaliação e de lucros, assim, veja: Patrimônio Líquido (revoga o art.181 da lei 6.404/76) No Patrimônio Líquido, várias mudanças ocorreram: Foi extinta a conta de Lucros Acumulados, entretanto se manteve a conta Prejuízos Acumulados. O lucro líquido apurado em cada exercício deverá ser totalmente destinado à constituição de reservas de lucros, na compensação de prejuízos ou na distribuição de dividendos. Os órgãos da administração da companhia submeterão, com as demonstrações do exercício, à assembléia geral ordinária proposta sobre a destinação a ser dada ao lucro líquido; Reserva de Lucros a Realizar Art. 197............................................................ § 1o ................................................................ ....................................................................... II – o lucro, rendimento ou ganho líquidos em operações ou contabilização de ativo e passivo pelo valor de mercado, cujo prazo de realização financeira ocorra após o término do exercício social seguinte. Limite do Saldo das Reservas de Lucro Art. 199. O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de incentivos fiscais e de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite, a assembléia deliberará sobre aplicação do excesso na integralização ou no aumento do capital social ou na distribuição de dividendos. Art. 2o A Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 195-A: Reserva de Incentivos Fiscais Art. 195-A. A assembléia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório (inciso I do caput do art. 202 desta Lei). Lucros retidos Os lucros que ficarem na empresa para reinvestimento devem ser mantidas em conta de Reserva de Retenção de Lucros, e é obrigatório que seja formalmente efetuado orçamento e justificativa de tal investimento, devidamente aprovados pela Assembléia Geral. Extingui-se o grupo de Reserva de Reavaliação; Foi criado o grupo “Ajuste de Avaliação Patrimonial”, no qual se deverão classificar as contrapartidas de determinadas avaliações de ativos a preço de mercado (instrumentos financeiros) e, ainda, os ajustes de conversão com base na variação cambial de investimentos societários no exterior e O Prêmio recebido na emissão de debêntures e as doações e subvenções recebidas, que antes geravam Reservas de Capital, agora devem ser considerados como receiras, transitando pela DRE. § 3º Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo (§ 5o do art. 177, inciso I do caput do art. 183 e § 3o do art. 226 desta Lei) e do passivo, em decorrência da sua avaliação a preço de mercado. A parcela do lucro líquido relativo a doações ou subvenções governamentais para investimentos, decorrentes de incentivos fiscais, poderá, no entanto, ser destinada à constituição da reserva por incentivos fiscais (art. 195 –A da Lei 6.404/76). Estrutura Nome da empresa Demonstração das mutações do Patrimônio Líquido, Findos em 31 de dezembro de 2008, valores : em mil Reais MUTAÇÕES CAPITAL RESERVA DE CAPITAL RESERVA DE LUCROS LUCROS ACUMUL ADOS TOTAL RCM Doações Contin gência Contratual Saldo inicial 300 45 120 15 480 Ajuste do exercício anterior CM dos saldos Iniciais 57 60 8 125 Aumento de Capital Subscrição 200 200 Com lucros 10 (10) - Lucro do exercício 100 100 Apropriações Reserva Contratual 30 (30) - Dividendos (50) (50) Saldo final 510 102 210 33 855 Podemos verificar, que a coluna em destaque, representa a Demonstração de Lucros ou Prejuízos acumulados (DLPA), dispensando a elaboração da mesma, quando optarmos pela Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), conforme determina a Lei 6.404/76. O objetivo da DMPL é evidenciar a mutação do patrimônio liquido a nível global. Exemplos: novas integralizações de capital, resultado do exercício, ajustes de exercícios anteriores, dividendos por ações, reavaliações etc. Na coluna da DLPA é feita toda a destinação do resultado do exercício, ou seja, lucros retidos remanescentes e não distribuídos entre os proprietários ou sem destino certo. A DLPA também aparece inserida dentro da DMPL. Ao contrario da DLPA que fornece a movimentação de uma única conta do patrimônio liquido (lucros acumulados ou retidos), a demonstração das mutações do patrimônio líquido evidencia a movimentação de todas as contas do PL ocorrida durante o exercício. Todo acréscimo e diminuição do patrimônio líquido são evidenciados através desta demonstração, bem como a formação e utilização das reservas e outras não originadas por lucros. Embora não seja uma demonstração obrigatória a DMPL é muito mais completa e abrangente, quando elaborada esta demonstração não há necessidade de se apresentar a DLPA, sendo que esta inserida dentro da DMPL. A DMPL é bem mais útil e informativa, substituindo com vantagem a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados; deve ser estimulada sua adoção, pois não inclui somente o movimento da conta de Lucros e Prejuízos Acumulados, mas também o de todasas demais contas do Patrimônio Liquido. A partir de 2010, a DMPL deverá ser elaborada e divulgada pelas empresas que a lei determinar. Aos administradores é importante e essencial o conhecimento das demonstrações financeiras para a eficácia na tomada de decisões na organização. TERMINOLOGIAS: Ajustes de Exercícios Anteriores: a legislação estabelece certos débitos e créditos, relacionado com o resultado do exercício anterior e não são computados naquele exercício e não podem afetar o resultado do exercício em que eles foram observados. O que temos que fazer é ajustar o saldo inicial da conta de resultados acumulados. Existem condições para um credito ou debito ser contabilizado como ajuste do exercício anterior: Os ajustes decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil e os ajustes resultantes de efeitos da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes. Lucros acumulados: lucros Acumulados significam lucros retidos remanescentes; não distribuídos para os proprietários e sem destino certo (em suspenso). Assim, a Demonstração de Lucros ou prejuízos acumulados vai explicar as variações ocorridas nesta conta, e é abreviada por DLPA. Correção Monetária : pratica extinta em 1996, pois a correção afetava o lucro do período, através da lei 9.249/95. Lucro líquido do exercício (ou prejuízo): na DRE apura-se o lucro ou prejuízo liquido do ano que é transferido para a conta lucros acumulados. Transferências para reservas: são apropriações do lucro feitas para formação de reservas, lembramos que se trata somente de reservas patrimoniais. Tais reservas são constituídas na forma de estatuto e também conforme a administração, após decisão em assembléia, às apropriações devem ser mostradas em individual, e destacada na demonstração. Dividendo e dividendo por ação: são contabilizados no próprio balanço, a debito de lucros acumulados e a crédito de provisão para dividendos do passivo circulante. Dividendo por ação na lei: São demonstrações de lucros ou prejuízos acumulados que deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital social. Divulga-Se o dividendo por ação em nota explicativa quando forem muitas às classes de ações com valores diferentes de dividendos. Objetivo de divulgar o dividendo por ações: é importante para as empresas de capital aberto, pois se torna conhecido o valor do mesmo por ação e o investidor saberá qual o valor receberá, também é um dos fatores que mais influenciam nos valores da ação para o mercado. O cálculo: divide-se o valor total dos dividendos contabilizados no ano, pelo número de ações em circulação que é formado o capital social.
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