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História da Alimentação e da Nutrição Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Glaucia Fernandes Candido Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin Planejamento Dietético Sustentável • Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável; • Alimentação e Nutrição Frente ao Desenvolvimento Sustentável; • Consumo Alimentar Consciente e Políticas Públicas; • Ações Sustentáveis no Planejamento Alimentar; • Tendências Relacionadas à Sustentabilidade; • Sustentabilidade e Sociedade: Construindo O Futuro. · Desenvolver conhecimento em sustentabilidade e reconhecer a impor- tância da alimentação e da nutrição no desenvolvimento sustentável; · Gerar senso crítico para as ações sustentáveis na área de alimentação e nutrição. OBJETIVO DE APRENDIZADO Planejamento Dietético Sustentável Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Planejamento Dietético Sustentável Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável A sustentablidade é um tema muito atual; envolve pessoas e empresas conscientes preocupadas com o futuro do Planeta. O termo “sustentar” e seu derivado “sustentabilidade” designam ações que se sustentem e que geram menor impacto ao meio ambiente, sendo que a sustentabili- dade é medida por meio da capacidade de conservar um capital natural, permitindo que se refaça e possa ser enriquecido para as futuras gerações. Essa definição também está ligada à produção e ao consumo consciente dos alimentos. Para um produto ser considerado sustentável, deve-se levar em consideração seu “ciclo de vida”, ou seja, o tempo decorrido desde seu nascimento: plantação, transporte, processamento, embalagem e venda, até seu consumo. Um produto é considerado sustentável por gerar menos perdas ambientais, por ser reciclável ou mais durável ao longo do seu ciclo de vida. O desenvolvimento sustentável é um modelo político, social, cultural e ambiental equilibrado, que satisfaz as necessidades das gerações atuais, sem comprometer a capacidade das gerações futuras, permitindo que satisfaçam suas próprias necessidades (AQUINO; PHILIPPI, 2015). O conceito de sustentabilidade vem da relação consciente entre o crescimento econômico e social e a responsabilidade com o meio ambiente e os impactos que esse crescimento pode gerar ao meio ambiente. O crescimento econômico de um país se dá para sua capacidade produtiva e terá influência direta no aumento da renda da população e no desevolvimento social e cultural. O desevolvimento sustentável visa a um crescimento econômico e social positivo para esta e para as futuras gerações, com empregos dignos, com direito à educação, à cultura etc. Já o aspecto ambiental está relacionado à redução do consumo de recursos naturais, bem como seus impactos estão relacionados ao meio ambiente. A participação da sociedade é primordial para o desenvolvimento da sustenta- bilidade, mas ainda são as Empresas as que mais poluem o meio ambiente, sendo que o aumento de resíduos é inversamente proporcional aos recursos, bem como às tecnologias disponíves para tratá-los. 8 9 As grandes Empresas dispõem de mais recursos econômicos, tecnológicos e hu- manos; já as pequenas Empresas podem contribuir com seu espírito empreendedor. Com o desevolvimento do Mercado Global e as exportações, as empresas foram cobradas a assumir sua responsabilidade com a sociedade e com o meio ambiente. Figura 1 Fonte: iStock/Getty Images Alimentação e Nutrição Frente ao Desenvolvimento Sustentável O tema Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável na área de alimen- tação e nutrição é um tema bem vasto, indo muito além de alimentos orgânicos ou do controle de resíduos das Unidades de Alimentação e Nutrição (UANs) ou nos restaurantes. As práticas e as ações sustentáveis nessa área podem ser mínimas, como a utilização de descartáveis ecológicos ou o descarte e a separação do lixo orgânico do lixo recliclável etc., mas que podem gerar impacto muito grande na sociedade. A prescrição de um planejamento dietético saudável e sustentável deve apoiar a agricultura sustentável, contribuindo para a saúde e para um sistema alimentar que não degrade os recursos naturais (AQUINO; PHILIPPI, 2015). A agricultura sustentável é baseada em métodos de cultivo que respeitam o meio ambiente e contribuem para sua preservação, sendo viável e lucrativa. Projeto Alimentos bons, limpos e justos. Disponível em: https://goo.gl/WcUUq5. Ex pl or 9 UNIDADE Planejamento Dietético Sustentável A Agricultura Orgânica é baseada nos conceitos de sustentabilidade e designa Sistemas Sustentáveis de Produção. A ciência da nutrição, bem como, o profissional nutricionista assumem papel de responsabilidade frente à questão da sustentabilidade e da alimentação. São questões como acesso a alimento seguro, direito humano à alimentação, Políticas Públicas ligadas à alimentação e à nutrição e impactos de resíduos ao meio ambiente, abordadas para o profissional. Consumo Alimentar Consciente e Políticas Públicas O ato de simplesmente se alimentar por meio da sustentabilidade assume o papel de uma prática consciente, reguladora e política. Nesse contexto, o profissional nutricionista tem o papel de educador, orientador e gerenciador. O processo produtivo de alimentos, em geral, principalmente, das refeições, gera quantidades consideráveis de resíduos. Para Antunes (p. 7, 2010), uma cozinha eficiente se traduz em um local cons- ciente com o meio ambiente. No gerenciamento das Unidades de Alimentação e Nutrição (UANs), o desperdício de alimentos e a geração de resíduos é um fator de grande relevância. Figura 2 Fonte: iStock/Getty Images Fatores externos podem influenciar essa causa, como o número de pessoas que frequentam o local, suas preferências alimentares, mas também podem ser causados por fatores internos das UANs, tais como, pelo cálculo do número inadequado das refeições a serem produzidas, pelo treinamento dos funcionários da produção, pelo porcionamento dos pratos e pela reposição. 10 11 O desperdício de alimentos, muitas vezes, é visto apenas como prejuízo financeiro para uma UAN ou restaurante; pode gerar resíduos sólidos e interferir diretamente nasaúde da população e do meio ambiente. Estudos mostram que a etapa de higienização de alimentos de origem vegetal, como legumes e frutas, é a que mais gera resíduos em uma UAN. Essa perda é inevitável, vez que na grande maioria, é necessário retirar as cascas dos produtos. Algumas soluções para o máximo aproveitamento desses alimentos, como a utlização de talos e partes folhosas em outras preparações, vêm sendo adotadas em restaurantes e UANs para minimizar essa perda. A utilização de vegetais minimamente processados é uma das soluções. Um produto mininamente processado é um alimento que foi pré-preparado (cortado, ralado, descascado), com a finalidade de limpeza e diminuição do seu tempo no seu preparo. Figura 3 Fonte: iStock/Getty Images A tendência mundial está baseada no uso de produtos pré-processados, como dos vegetais minimamente processados e dos produtos pré-elaborados, como proteínas prontas, que necessitam apenas de finalização para o consumo. Segundo Monteiro (p. 183, 2013), o uso de produtos pré-processados e pré- -elaborados gera diminuição de aproximadamente 50% da área destinada à cozinha, 30% de mão de obra, 25% de equipamentos e 25% no consumo de energia. A utilização desses produtos em cozinhas proporcionam os seguintes benefícios: • Métodos de produção de alimentos mais racionais; • Redução dos custos operacionais; • Redução do investimento de equipamento e estrutura física de uma cozinha; • Redução da geração de resíduos; 11 UNIDADE Planejamento Dietético Sustentável • Redução da hora/trabalhor de um funcionário e do tempo de processamento desses alimentos; • Maior segurança dos alimentos, pois não permite que partes consideradas “sujas”, como cascas e caixas de fornecedores de hortifrutis entrem na cozinha. Cabe ao profissional achar soluções para minimizar a geração de resíduos. As práticas sustentáveis em UANs visam a reduzir, a reutilizar e a reciclar resíduos produzidos e na produção de refeições (CFN, 2009). Muitos são os recursos disponíveis para a solução do resíduo orgânico gerado pelas UANs, como veremos mais a diante, mas não é possível falar do problema do desperdício sem falar de toda a cadeia produtiva, vez que o desperdício pode fazer parte de qualquer etapa do processo, desde a produção até o descarte das sobras. Produzir com consciência ambiental e inteligência é a melhor forma de obter benefícios econômicos e sociais para não se desperdiçar alimentos. Desde a década de 1990, o mundo tomou consciência das consequências das ações devastatoras ao meio ambiente e se volta para as ações ambientais. Em 1992, aconteceu no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, a ECO-92. Na Conferência, os países participantes assumiram o compromisso e o desafio de implantar, por meio de Políticas Públicas, as noções de sustentabilidade e de de- senvolvimento sustentável. Em 1997, foi assinado o Protocolo de Kyoto. Trata-se de um Acordo Internacional entre países integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU), firmado com o objetivo de reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa e, consequente, o aquecimento global. Em 2012, aconteceu, também no Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Natural (CNUDN), também conhecida como Rio+20. O objetivo foi discutir a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável. Em 2015, foi aprovado o Acordo de Paris, um Tratado que rege medidas de redução de emissão de Dióxido de Carbono, a partir de 2020, e a meta do Tratado é reduzir o aquecimento global, consequência da emissão desdes gases. Ações Sustentáveis no Planejamento Alimentar Assim como a definição de sustentabilidade, as Ações Sustentáveis no Planeja- mento Alimentar buscam preservar os recursos naturais disponíveis e diminuir os danos ambientais que possam ser causados. 12 13 A atuação no nutricionista nesse âmbito pode auxiliar nas práticas sustentáveis dos estabelecimentos na Área de Alimentação. A seguir, vamos citar algumas dessas ações: • A cocção dos alimentos mais adequada, gastando menos insumos e menos tempo, por exemplo, a cocção a vapor; • Utilizar equipamentos que permitem a cocção com a mínima utilização de insumos, como, por exemplo, a utilização do forno combinado para fazer preparações do tipo fritura, diminuindo até 90% da utilização de gordura; • De preferência, utilizar equipamentos com baixo consumo de energia; • Ao ligar um equipamento, utilizar sua capacidade (em volume) ao máximo, para não desperdiçar energia; • Dialogar constantemente com os fornecedores sobre o desenvolvimento sustentável; • Utilizar descatáveis ecológicos ao invés de descartáveis convencionais; • Priorizar embalagens recicláveis; • Destinar o descarte do óleo a empresas coletoras; • Respeitar a sazonalidade das frutas; • Comprar produtos da região próxima ao local com a finalidade de evitar a emissão de gases tóxicos; • Fazer o descarte responsável de resíduos, separação e coleta; • Utilizar, sempre que possivel, fontes alternativas de energia; • Caso haja possibilidade, criar uma horta nas áreas comuns para consumir produtos frescos, livres de agrotóxicos etc.; • Treinamento e educação continuada para a questão do desperdício. Segungo o CFN (2008), os serviços de alimentação devem trabalhar a conscientização de seus clientes e colaboradores quanto ao consumo consciente de recursos, por meio de palestras, eventos, cartazes etc., adotando práticas sustentáveis em seu cotidiano, preservando o meio ambiente e a qualidade de vida da população. É importante´, nesse contexto de sustentabilidade e nutrição, o entendimento sobre Sistema Alimentar, que deve satisfazer a necessidade humana comm os recursos disponíveis no Planeta, sem que eles se esgotem. Os sistemas inteligentes de cocção de alimentos, tais como, Sistema Cook & Chill e Cocção Sous Vide , baseados na utlização de equipamentos de altas tecnologias, são considerados sistemas sustentáveis. 13 UNIDADE Planejamento Dietético Sustentável O Sistema Cook & Chill consiste na cocção e no resfriamento dos alimentos, com o objetivo de prolongar a vida útil do produto e garantir maior segurança alimentar na distribuição. Figura 4 Fonte: Acervo do conteudista As principais vantagens do Sistema Cook & Chill, em relação à sustentabilidade, são o maior controle de produção, com redução de desperdícios, a utilização racional dos equipamentos e a racionalização do espaço, dos equipamentos e da energia. A Cocção Sous Vide vem de encontro a todas essas tendências mundiais de sustentabilidade. Apesar de ser uma técnica comum na Europa, criada por um Chef de Cozinha há mais de 40 anos, está crescendo rapidamente no Brasil. E o motivo para esse crescimento é muito simples: uma tendência mundial em “fazer mais com menos”. Apesar de ter como desvantagem o uso de embalagem de material plástico, a técnica oferece inúmeras vantagens, e até a embalagem se torna um benefício, vez que é possivel a utilização de todo o processo em uma única embalagem (cocção, resfriamento, armazenamento, transporte, estocagem, venda e finalização). Outras vantagens que tornam a técnica sustentável é o aumento do tempo de duração do produto, redução no consumo de água em todo o processo, rendimento maior do produto, o que permite o uso de menor quantidade de matérias-primas no preparo, além da redução de perdas, por meio de porções individuais. Os produtos, tanto no Sistema Cook & Chill, como na técnica de Cocção Sous Vide, são resfriados e não congelados. Dessa maneira, a energia para manter a cadeia do frio é reduzida, bem como, a que seria utilizada para o descongelamento do produto. 14 15 No Brasil, existe tendência por produtos resfriados, ao invés de congelados. Além disso, a gama de produtos resfriados, os chamados produtos “frescos” e sau- dáveis, estão em crescimento, incluindo saladas e frutas. Quanto ao aspecto econômico, o setor ligado à sustentabilidadesó tende a crescer. No aspecto social, já há um respeito maior dos estabelecimentos que se preocupam com a Gestão Ambiental em relação aos colaboradores e aos clientes, bem como com a alimentação adequada. Em todo o mundo, há restaurantes com o conceito sustentável. Nos Estados Unidos, existe uma organização chamada Green Restaurant Association (GRA), sem fins , que tem como objetivo capacitar desde os consumidores até os fornecedores a se tornarem mais conscientes em relação à sustentabilidade. Programa Green Kitchen. Disponível em: www.greenkitchen.com.br. Ex pl or A ISO 14001 é uma ferramenta criada para auxiliar empresas a identificar, priorizar e gerenciar riscos ambientais como parte de suas práticas usuais. Ela regulamenta as questões ambientais, fundamenta sistemas e processos, certificando a “cozinha verde”. Segundo Monteiro (p. 193, 2013), a busca de um serviço de alimentação autos- sustentável será o grande desafio das próximas gerações em prol da preservação da natureza. Em alguns locais de grande circulação de pessoas e grande concentração de restaurantes, como as praças de alimentação, há a geração de muitos resíduos e alguns Shoppings já fazem compostagem dos resíduos orgânicos gerados em suas Praças de Alimentação e criaram hortas em seus telhados. Projeto de compostagem – Telhado Verde. Disponível em: https://goo.gl/V8DfBy. Ex pl or A procura das Empresas por novas tecnologias para a preservação do meio ambiente fez as indústrias de equipamentos se inovarem e produzirem equipamentos voltados para esse Setor. O compactador de lixo é um exemplo desse tipo de equipamento. É um equipa- mento destinado a reduzir volumes, capaz de processar 350 kg por hora de mate- riais sólidos descartados por comensais e restos gerados no processo de preparo de alimentos, como cascas e caixas de papelão, latas garrafas plásticas, sacos etc. O lixo deve ser separado por tipo de reciclagem para ser compactado. A redução volumétrica é de 6:1, podendo chegar a 70:1, reduzindo o custo de armazenamento e de transporte. 15 UNIDADE Planejamento Dietético Sustentável Figura 5 Fonte: Acervo do conteudista Outro movimento sustentável, já citado diversas vezes no decorrer desta Disciplina, é o movimento slow food. O slow-food, por meio dos seus conhecimentos em Culinária Regional, Políticas Públicas, Agricultura e Meio Ambiente possuem diversos projetos voltados para a população relacionados a esses temas. A utilização de Plantas Alimentícias não Convencionais, também conhecidas pela sigla PANCs, na alimentação também é uma ação sustentável. As PANCs são plantas que podem ser utilizadas como alimento; porém, não são encontradas em Supermercados. Os consumidores não consomem PANCs como alimento por falta de conhecimento ou hábito; porém, as PANCs possuem alto valor nutritivo, podendo agregar nutrientes às dietas. Até o início do século XX, o consumo de PANCs era natural; porém, com a urbanização e a falta de contato com a natureza, esses alimentos acabaram caindo no esquecimento. https://goo.gl/XJkW3v Ex pl or 16 17 Tendências Relacionadas à Sustentabilidade O Brasil Food Trends (2020) mostrou que, no Brasil, as ações voltadas para a Sustentabilidade, patrocinadas pelos Estabelecimentos de Serviço de Alimentação têm se concentrado em projetos para: • Consumo energético mais eficiente: melhor utilização da luz natural, moni- toramento do equipamento de ar-condicionado, substituição de terminais de maior potência; • Consumo hidráulico eficiente: eliminação e reciclagem da água de refugo, maior controle do consumo (registros e torneiras inteligentes), melhor aprovei- tamento da água de chuva; • Valorização das pessoas: diversidade e inclusão social, respeitando religião, sexo e etnia, incorporação de pessoas idosas e com necessidades especiais no trabalho, participação do estabelecimento em projetos que favoreçam a comunidade e o meio ambiente, programas de valorização e reconhecimento dos funcionários. A Indústria de Alimentos mudou muito desde a década de 1940, com o aumento no poder de compra, a introdução das embalagens, a mecanização, o desenvolvi- mento do processo fabril e a introdução da mulher no Mercado de Trabalho. Já para o Brasil Food Trends (2020), a manifestação de várias tendências na alimentação fora de casa deverá aumentar a complexidade do negócio, pressionado os operadores para uma maior especialização e incorporação de Novas Tecnologias e modernas Técnicas de Gestão. Nesse processo evolutivo, as indústrias de alimentos deverão atuar como importantes parceiras do Setor de Food Service, explorando, conjuntamente, as oportunidades futuras e adequando o Setor Alimentício às exigências de Mercado e da Socidade brasileira. A tendência de saudabilidade e bem-estar tem gerado necessidade de adaptações nas Empresas do Setor, de forma a atender à crescente demanda por alimentação mais saudável, contemplando o valor nutricional e calórico das refeições. O serviço 17 UNIDADE Planejamento Dietético Sustentável e o ambiente também deverão sofrer modificações, vez que a noção de bem- -estar está relacionada a outros aspectos da experiência do consumidor, além da composição dos alimentos. O Mercado produzirá com menos recursos e atenderá à demanda com produtos frescos e saudáveis. Já o consumidor, por sua vez, receberá produtos com praticidade e conveniência, de qualidade, com valores nutricionais e sabores preservados. Sustentabilidade e Sociedade: Construindo O Futuro A Sustentablidade Social é um dos mais importantes setores para a mudança do panorama da Socidade. A desigualdade social, o uso excessivo dos Recursos Naturais por Empresas ou por uma parte da população, enquanto outra cresce desmedidadamente, são fatores combatidos pela sustentabilidade social. O primeiro passo para combater esses fatores são a responsabilidade social e ambiental. Para as Indústrias, a melhor forma de se tornar sustentável é, sem dúvida, a criação de projetos sustentáveis com o objetivo de gerar energia limpa e renovável, além de incentivos de ordens sociais e ambientais. O Brasil é o 4° maior produtor mundial de alimentos, mas desperdiça 39 mil toneladas de alimentos por dia. Figura 6 Fonte: iStock/Getty Images Uma ação muito interessante é a do Prato Consciente. Em 2012, foi criado um vídeo para o Dia Mundial da Alimentação, com o objetivo de incentivar as pessoas a mudarem de atitude em relação ao desperdício de alimentos. Foi fabricado um prato com 20% menos capacidade, representando os 20% do total da produção de alimentos que são desperdiçados diariamente. 18 19 Vídeo Prato Consciente. Disponível em: https://youtu.be/zqU5MSxARsw. Ex pl or No Filme Perdido em Marte, Mark Watney criou uma plantação sustentável de batatas no planeta Vermelho, usando seu habitat pressurizado para criar condições ideais e solo marciano para o cultivo. Teria dado certo? Por incrível que pareça, sim! Estudos mineralógicos feitos pelos jipes Spirit e Opportunity, que estiveram mesmo em Marte (um deles, o Opportunity, chegou lá em 2004 e está funcionando até hoje!), mostram que o solo é sufi cientemente rico em minerais para sustentar um cultivo menos exigente, como o de batatas. Mas claro, para isso acontecer, é preciso ocorrer a fi xação do nitrogênio nesse solo, trabalho que na terra é feito pelas bactérias. Watney tinha nitrogênio em sua atmosfera artifi cial, mas, para fi xá-lo, no solo, ele ia precisar das bactérias apropriadas. Sorte, nós humanos, carregamos bactérias em nosso corpo. Assim, não foi difícil Watney – botânico de formação – encontrar uma fonte prolífi ca de microrganismos úteis para fertilizar seu solo e plantar suas batatas. Ex pl or 19 UNIDADE Planejamento Dietético Sustentável Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Sustentabilidade na Cozinha https://goo.gl/UeECVD Atitudes Sustentáveis https://goo.gl/zZN3lLivros Guia Prático sobre PANCs: plantas alimentícias não convencionais KAIRÓS, I. et al. Guia Prático sobre PANCs: plantas alimentícias não convencionais. São Paulo: Instituto Kairós, 2017; Sustentabilidade em alimentação fora do lar: desafios e vantagens WICKERT, M. L. S.; MACEDO, C. C. Sustentabilidade em alimentação fora do lar: desafios e vantagens. Brasília: SENAC, 2015. Filmes Ilha das Flores Ilha das Flores (1988): os seres humanos permitiram o desevolvimento e uma série de conquistas socioeconômicas, mas de forma desigual. Uma parte da população mundial, por falta de recursos, utiliza-se do que foi descartado por outra parte da população. 20 21 Referências ANTUNES, B. Sistemas de Alimentação: Nucleora. São Paulo: C4, 2010. AQUINO, R. C.; PHILIPPI, S. T. Dietética: princípios para o planejamento de uma alimentação saudável. São Paulo: Manole, 2015. BRASIL. Food Trends 2020. São Paulo: FIESP/ITAL, 2010. 173p. CARNEIRO, H. Comida e Sociedade: uma história da alimentação. 6.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. CONSELHO Federal de Nutricionistas. Meio ambiente também é campo de ação do nutricionista, Revista CFN, Brasília, n. 26, p. 22-23, 2008. ________. Atitude para mudar o mundo, Revista CFN, Brasília, n. 28, p. 10- 11, 2009. FLANDRIN, J. L.; MONTANARI, M. História da alimentação. 2.ed. São Paulo: Estação Liberdade, 1996. 21
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