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Módulo 1 - GESTÃO DE RECURSOS FINANCEIROS CUSTOS E AUDITORIA EM SAÚDE

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Gestão de Recursos 
Financeiros, Custos 
e Auditoria em Saúde
Introdução à Gestão Econômico-Financeira na Área da Saúde
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Deborah Elaine Caristo Santiago de Farias
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Revendo a História;
• Visão Econômica do Serviço de Saúde;
• Recursos Financeiros nos Hospitais.
Objetivos
• Compreender a realidade econômica e financeira da saúde no Brasil atual, a partir de um 
breve delineamento histórico das políticas de saúde ao longo dos tempos.
• Desenvolver a visão econômica na área da saúde sob uma perspectiva realística e crítico-re-
flexiva em relação à necessidade de aprofundamento de conhecimento na área financeira.
• Entender a participação e importância do profissional de saúde no gerenciamento da 
assistência frente aos aspectos financeiros presentes nessa área.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para 
o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no 
material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades 
solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, 
você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos 
ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como suges-
tões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpre-
tação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns 
de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, 
além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico 
espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
Introdução à Gestão 
Econômico-Financeira 
na Área da Saúde
Fonte: Fotolia
UNIDADE 
Introdução à Gestão Econômico-Financeira na Área da Saúde
Conte xtualização
É fundamental refletir sobre a importância da aquisição de conhecimento na área 
econômico-financeira em saúde para o profissional de saúde enquanto gestor da as-
sistência, pensando que alguns serviços como, por exemplo, enfermagem é produtor 
de receita na área da saúde.
Bom estudo!
6
7
Revendo a História
Como surgiram as políticas de saúde no Brasil e como eram mantidas monetariamente?
• Primeiros povos indígenas: habitantes há centenas de anos:
» Tinham as suas enfermidades e com a colonização portuguesa piorou devido 
às “doenças de branco”, da Europa (não existiam no Brasil);
» Indígenas sem imunidade para essas doenças, milhares morreram;
» Colônia e Império – 389 anos. Não havia políticas públicas e centros de aten-
dimento ao povo;
» O acesso e tratamento dependia da classe social: pobres/escravos pouco so-
breviviam às doenças; nobres e colonos brancos tinham maior acesso a médi-
cos e remédios. 
• Família real portuguesa no Brasil (1808): primeira medida, a fundação de 
cursos universitários (Medicina, Cirurgia e Química):
» Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro e Colégio Médico-Cirúrgico no Real 
Hospital Militar de Salvador. Os médicos estrangeiros foram substituídos por 
médicos brasileiros.
• Papel das Santas Casas: forte ligação com a saúde desde a Colonização:
» Os movimentos da Igreja Católica, Protestante, Evangélica, da Comunidade 
Espírita chegaram a 2.100 entidades de saúde no País;
» Única opção de cuidado em saúde, por décadas, para aqueles sem dinheiro;
» Fundadas por religiosos, inicialmente estavam conectadas à ideia de caridade 
(séc. XVIII e 1837);
» Financiamento por doações de comunidades, que construíram os seus patri-
mônios, sendo boa parte, atualmente, tombados;
» Primeiras Santas Casas coincidiram com o “descobrimento” do Brasil;
» Foram criadas antes da organização jurídica do País e determinaram as fun-
ções do Estado (Constituição Imperial de 1824), tais como Santas Casas de 
Santos (1543), Salvador (1549), Rio de Janeiro (1567), Vitória (1818), São 
Paulo (1599), João Pessoa (1602), Belém (1619), entre outras;
» De 1838 a 1940, começaram a agir por filantropia, para ajudar os que neces-
sitavam. Mais importante que bens, a filantropia seria a orientação das pessoas 
e preocupação com o seu bem-estar futuro.
• Independência do Brasil (1822):
» D. Pedro II transformou escolas em faculdades, criou órgãos para vistoriar a 
higiene pública, principalmente a capital, Rio de Janeiro, que teve mudanças 
urbanas, tal como o calçamento de ruas e a iluminação pública;
7
UNIDADE 
Introdução à Gestão Econômico-Financeira na Área da Saúde
» Higienização sanitária e social do centro urbano: social, ao expulsar do centro 
os casebres e as pessoas pobres, proliferando favelas na periferia; sanitária, 
devido às endemias de febre amarela, peste bubônica, malária e varíola, doen-
ças proliferadas por falta de saneamento básico e higiene (esgotos a céu aberto 
e lixo depositado em valas);
» O a lvo da campanha na saúde pública foi o saneamento básico – início do 
século XIX.
• Na República: fim da escravidão (1888), o País dependia de mão de obra imi-
grante, principalmente para o café:
» Brasil refém dos problemas sanitários e das epidemias entre 1900 e 1920;
» Para a recepção dos imigrantes europeus houve reformas urbanas e sanitárias 
nas grandes cidades, em atenção às áreas portuárias;
» Para o governo, o crescimento do País dependia da população saudável e pro-
dutiva. Assim, era de seu interesse a saúde em bom estado;
» Os sanitaristas comandaram o período com campanhas de saúde com a cria-
ção da Junta Central de Saúde Pública (1850) para atuar, em especial, no 
combate à febre amarela, passando a coordenar as atividades sanitárias, a 
vaci nação contra varíola, além de fiscalizar a Medicina e inspecionar os portos;
» Oswaldo Cruz enfrentou revoltas populares frente a vacina obrigatória contra 
a varíola (os objetivos da campanha não foram explicados);
» Sanitaristas no sertão nordestino divulgaram a importância da saúde na zona 
rural. Com a pobreza e as moradias precárias adoeciam mesmo com as vacinas;
» Criação das Caixas de Aposentadoria e Pensão (Caps), em 1920, pelos traba-
lhadores para garantir proteção na velhice e doença;
» Reformulações no sistema a fim de criar atuação mais centralizada, inclusive 
quanto à saúde pública;
» Período Getúlio Vargas – ampliou as Caps (por pressão popular) para outros 
profissionais, tornando-as Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP);
» Foco no tratamento de epidemias/endemias, sem avanços, os recursos à saúde eram 
desviados, sendo que parte dos recursos dos Iaps financiavam a industrialização;
» A Constituição de 1934 concedia novos direitos aos trabalhadores (assistência 
médica e “licença-gestante”);
» A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) de 1943, determina carteira assi-
nada, salário mínimo e benefícios à saúde.
• Década de 1950: criação do Ministério da Saúde (1953):
» Pela primeira vez, um ministério exclusivo para as políticas de saúde foi criado, 
com foco na zona rural. Nas cidades, a saúde era privilégio para aqueles com 
carteira assinada;
8
9
» As conferências nacionais de saúde tiveram papel fundamental no entendi-
mento da importância da saúde pública no Brasil.
• Terceira Conferência Nacional de Saúde (1963): diversos estudos:
» Criação de um sistema de saúde para todos, saúde como direito universal;
» Organização de sistema descentralizado, com o protagonismo do município;
» A ditadura militar (1964) “sepultou” as propostas meses depois.
• Ditadura militar (1964-1985): a saúde sofreu com o corte de verbas e doenças 
como dengue, meningite e malária se intensificaram:
» Criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS): união de todos os 
órgãos previdenciários (desde 1930), para melhorar o atendimento, devido aoaumento das epidemias e da mortalidade infantil;
» A atenção primária era de responsabilidade dos municípios e os casos mais 
complexos eram responsabilidades dos governos estadual e federal;
» Projeto do Programa de Interiorização de Ações e Serviços de Saúde (Piass), 
privatizante, tal como o vale consulta para regiões mais pobres, não teve êxito 
por falta de vontade política;
» Mesmo no “milagre econômico” (1970) as verbas de saúde eram baixas, repre-
sentando 1% do orçamento geral da União;
» Final da década, as prefeituras das cidades que cresciam começaram a se 
orga nizar para receber e oferecer aos migrantes algum atendimento em saúde. 
 Estruturações de políticas envolveram as secretarias municipais de saúde, 
 depois estenderam-se aos Estados e ministérios, como os da Previdência 
 Social e da Saúde.
• Década de 1980 – movimento sanitarista: importância ímpar no entendi-
mento de saúde pública, o conceito de saúde e da evolução do direito à saúde 
no Brasil:
» Era composto de técnicos: médicos, enfermeiros, biomédicos; e intelectuais, 
partidos políticos, diferentes correntes e movimentos sociais;
» Adquiriu maturidade devido aos estudos acadêmico-práticos – no final da 
 década de 1970 –, em especial das faculdades de Medicina, tornando-se cada 
vez mais social, pensando em saúde como fator que vai além do bem-estar do 
corpo humano;
» Os atores do movimento, médicos residentes, trabalhavam sem carteira assi-
nada e com carga horária excessiva;
» Outras movimentações, as primeiras greves (depois de 1968) e os sindicatos 
médicos em fase de transformação;
» O movimento entrou nos conselhos regionais, no Conselho Nacional de Medi-
cina e na Associação Médica Brasileira (em fase de renovação);
9
UNIDADE 
Introdução à Gestão Econômico-Financeira na Área da Saúde
» Criação do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), em 1976, com o 
propósito de lutar pela democracia, ser um espaço de divulgação do movimento, 
reunindo pessoas que pensavam dessa forma e realizavam projetos inovadores;
» Testagem de hipóteses sobre o entendimento em saúde, ainda na ditadura 
militar. Na Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), da Fundação Oswaldo 
Cruz, houve projetos colocados em prática e pessoas treinadas, envolvendo 
saúde comunitária, clínica de família, pesquisas comunitárias;
» Propostas da reforma sanitária no documento denominado Saúde e democra-
cia, enviado para aprovação do Poder Legislativo, no final da ditadura militar;
» Criação do Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde (Prev-Saúde), 
que nunca saiu do papel, seguido pelo plano do Conselho Nacional de Admi-
nistração da Saúde Previdenciária (Conasp-1982), implementado pela política 
de Ações Integradas de Saúde (AIS-1983);
» Oitava Conferência Nacional da Saúde (1986), uma conquista, pela primeira 
vez na história, com a participação da sociedade civil organizada no processo 
de construção do novo modelo de saúde pública;
» Além do tema “saúde como direito de todos e dever do Estado”, resultou ainda 
em uma série de documentos que esboçaram o Sistema Único de Saúde (SUS);
» Ampliaram-se os conceitos de saúde pública, propondo mudanças pautadas 
no direito universal à saúde com melhores condições de vida, menção à pre-
venção, descentralização dos serviços e participação popular;
» O relatório da Conferência teve as suas principais resoluções descritas na 
Constituição Federal de 1988;
» Implementação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (Suds) 
(1987), uma consolidação das AIS, adotando as seguintes diretrizes: univer-
salização e equidade, integralidade dos cuidados, regionalização dos serviços 
e implementação de distritos sanitários, descentralização das ações de saúde, 
o desenvolvimento de instituições colegiadas gestoras e de uma política de 
recursos humanos.
• Constituição Federal de 1988: primeiro documento a colocar o direito à saúde 
no ordenamento jurídico brasileiro:
» A saúde passou a ser “um direito do cidadão e um dever do Estado” (Art. 196);
» Afirma que o sistema de saúde público deve ser gratuito, de qualidade e universal, 
ou seja, acessível a todos os brasileiros e/ou residentes no Brasil;
» Lei n.º 8.080/90, regula as atribuições e funções do SUS;
» Lei n.º 8.142/90, dispõe sobre a participação da comunidade, gestão e o 
financiamento do SUS (MERELES, 2018; BRASIL, 1988, 1990a, 1990b).
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• Década de 1990: redução dos gastos: a crise econômica e os planos de estabi-
lização tiveram impacto nos gastos públicos:
» A crise gerou a redução da arrecadação, colocou em xeque a capacidade de 
o Poder Público financiar as atividades; ademais, o empobrecimento gerou 
aumento por serviços sociais;
» Os programas de estabilização tinham como um dos objetivos a redução do 
déficit público, levando o governo a reduzir o gasto público;
» O orçamento para a saúde e as áreas sociais sofreu devido à crise e às políticas 
de redução do gasto público;
» Agudização da crise crônica e estrutural da saúde com a diminuição da quali-
dade e descrédito do setor público como provedor da saúde;
» O sistema público de saúde ficou praticamente paralisado por insuficiência de 
recursos financeiros (meados de 1995);
» A crise ocorreu paralela ao processo de democratização, movimento de expan-
são da cobertura e luta pela garantia de direitos civis e sociais, tornando difícil 
a adoção de medidas racionalizadoras e impopulares para o governo;
» Estratégias: ênfase do setor público na produção de serviços básicos, com 
programas para populações desfavorecidas; adoção de medidas/programas 
de baixo custo e alta efetividade; busca de fontes alternativas de receitas para 
complementar o orçamento governamental; agilização das estruturas e dos 
programas públicos mediante a descentralização administrativa; maior controle 
social na definição e execução de políticas de saúde;
» As mudanças se organizaram em um processo amplo e deliberado de reforma 
do setor da saúde.
• Globalização: abertura do País à competição internacional e inserção no con-
texto econômico mundial impondo algumas pressões:
» O setor de saúde se abriu para a competição internacional com as empresas 
multinacionais de saúde;
» A saúde representou um componente significativo e crescente do custo de 
produção de bens/serviços comerciais, influindo na competitividade de cada 
país no cenário internacional;
» A capacidade diminuída de financiamento público tornou mais difícil manter 
o financiamento de serviços de saúde sem mudanças na organização, no pró-
prio financiamento e gerenciamento desse sistema;
» Serviços públicos e privados de saúde se viram obrigados a melhorar a sua 
eficiência, racionalizar os recursos e controlar ou reduzir custos;
» Exigência de o setor público mudar, tornando-se mais eficiente, racional e 
confiável; ou correndo o risco de se tornar menos relevante, com implicações 
negativas sobre a equidade do sistema de saúde e o acesso por parte das 
popu lações mais pobres.
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UNIDADE 
Introdução à Gestão Econômico-Financeira na Área da Saúde
Sobre o SUS:
• Modelo de serviço de saúde que tem como uma das características valorizar o nível municipal;
• Complicação de implantá-lo de forma adequada devido a sérias dificuldades com o seu 
financiamento e a eficiência administrativa;
• Vários debates sobre o aumento do financiamento da saúde e melhor utilização dos limi-
tados recursos existentes.
A Lei n.º 8.080, promulgada em 1990, operacionaliza as disposições constitucionais. 
São  atribuições do SUS em seus três níveis de governo, além de outras, “[...] ordenar a 
formação de recursos humanos na área de saúde [...]”. (Inc. III, Art. 200 da Constituição 
Federal) No entanto, um conjunto de fatores – tais como problemas ligados ao financia-
mento, clientelismo, à mudança do padrão epidemiológico e demográfico da população, 
aos crescentes custos do processo de atenção, ao corporativismo dos profissionais da saúde, 
entre muitos outros aspectos – têm se constituído em obstáculos expressivospara avanços 
maiores e mais consistentes. Tudo isso redunda em sensação de inviabilidade do SUS, ape-
sar de o caminho ser unanimemente considerado como correto (BRASIL, 1990a).
Visão Econômica do Serviço de Saúde
Um prestador de serviços de saúde público/privado pode ser visto como um trans-
formador de recursos; ou seja, utiliza os recursos físicos, humanos e tecnológicos 
para produzir serviços de saúde entregues à população. As secretarias municipais de 
saúde desempenham também esse papel de transformação de recursos em serviços.
A maioria dos serviços têm como peculiaridade o fato de que a sua produção não 
pode ser dissociada do seu consumo. O serviço de saúde somente existe quando 
é entregue ao usuário. Não pode ser estocado para venda ou consumo posterior. 
Ademais, pode ser visto como qualquer outro, pois é produzido pela utilização de 
insumos e entregue a um destinatário individual (paciente) ou coletivo (comunidade) 
(COUTTOLENC; ZUCCHI, 1998).
Gestão Financeira na Área da Saúde
A produção de serviços de saúde utiliza insumos (recursos humanos, materiais, 
equipamentos, instalações e tecnologia) que têm custos, podendo ser ressarcidos na 
entrega do serviço da seguinte forma:
• Cobertos por algum sistema de pré-pagamento ou seguro, como nos serviços 
privados;
• Financiados por contribuições ou impostos arrecadados, como ocorre com as 
instituições do SUS.
Esse custo existe, sendo arcado pelo povo.
12
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• Responsabilidade: utilizar esses recursos da melhor forma e oferecer o melhor 
produto pelo preço que custa no setor público e privado. Independentemente de 
ser público ou privado os recursos são escassos, devendo-se fazer o melhor uso 
dos quais. Esse processo de transformação de insumos em serviços no fluxo de 
recursos financeiros possui duas finalidades:
» Financiam a atividade de transformação de insumos em serviços, isto é, per-
mitem que os serviços sejam produzidos;
» Determinam o acesso da população aos serviços produzidos, portanto, à 
 demanda efetiva por esses serviços (COUTTOLENC; ZUCCHI, 1998).
Financiamento dos Serviços de Saúde
Quanto ao financiamento, pode-se afirmar que não há muita diferença entre os 
sistemas de saúde brasileiro e de outros países. Em geral, tem-se participação de 
recursos públicos (impostos e contribuições) e privados, mediante pré-pagamento 
(seguros) ou desembolso direto. 
Identificam-se quatro modalidades de financiamento em saúde:
• Serviço Nacional de Saúde (SNS): financiado por tributos gerais, usualmente 
gratuito, cobrindo toda a população;
• Seguro Social de Saúde (SSS): a população é legalmente obrigada a con-
tribuir com o fundo de saúde, que conta, ainda, com recursos públicos e das 
empresas, e os provedores geralmente são privados;
• Seguro Privado de Saúde (SPS): indivíduos e empresas compram no mercado 
cobertura para a assistência à saúde;
• Pagamento direto: indivíduos compram direto de provedores privados.
O Brasil é o único país sul-americano com um sistema público do tipo SNS, 
parecido com Reino Unido. O setor privado tem papel importante, provendo os 
mesmos serviços do sistema público para a população coberta.
Além do financiamento, a interação público-privado ocorre na oferta de assis-
tência, pois a Constituição Federal de 1988 permite que o setor privado atue como 
provedor de serviços contratados pelo SUS. Esse compartilhamento público/privado 
busca prover a infraestrutura na garantia da integralidade da atenção à saúde, nos 
seus três níveis: promoção, proteção e recuperação, no âmbito do SUS.
Assim, tem-se que atendimentos na saúde pública correspondem a:
• 86% ambulatorial;
• 57% internações;
• 61% SADT (ANDRADE et al., 2018; BRASIL, 1988).
13
UNIDADE 
Introdução à Gestão Econômico-Financeira na Área da Saúde
Características Históricas do Financiamento do Sistema de Saúde Brasileiro
• Gasto per capita baixo se comparado a países de maior renda e o mesmo pata-
mar dos países sul-americanos;
• Elevada participação do setor privado no financiamento – mais de 50%;
• Único país com SNS organizado e participação majoritária do setor privado;
• Subfinanciamento do SUS com: longas filas; espera e indisponibilidade de ser-
viços; comprometimento da integralidade do atendimento;
• Disputa de recursos do SUS, desde a sua criação, com a Previdência Social ge-
rando instabilidade no seu financiamento;
• Criação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), 
em 1996, para garantir recursos; porém, apenas uma substituição de outras 
receitas do governo;
• Emenda Constitucional (EC) n.º 29/2000: estabelece limites mínimos de gastos 
em saúde a cada esfera de governo, sem definir fontes de financiamento es-
pecíficas e com poucos efeitos na determinação dos gastos federais, devido às 
dificuldades para a sua regulamentação;
• Lei Complementar n.º 41/2012: regulamentou a EC n.º 29/2000, prevendo 
aos Estados 12% e aos municípios 15% das receitas para a saúde. À União 
destinaria o gasto realizado no ano anterior, corrigido pela variação do Produto 
Interno Bruto (PIB), estabilizando os gastos com a saúde em relação ao PIB;
• Aprovação da EC n.º 86/2015: modificou a regra de aplicação mínima da 
União, alterando o Artigo 198 da Constituição Federal, com a vinculação de 
15% da receita corrente líquida a partir de 2020, com crescimento escalonado: 
13,2% em 2016; 13,7% em 2017; 14,1% em 2018; e 14,5% em 2019;
• EC n.º 95/2016: modificou a aplicação de recursos pela União, com o mínimo 
passando a ser corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 
(IPCA), congelando-o até 2036 (ANDRADE et al., 2018);
• Outra característica está no usuário de saúde, que se difere de um consumidor 
comum frente as mercadorias e os serviços. Geralmente, esta ́ desprovido de 
conhecimentos técnicos que permitam avaliar a adequação do serviço às suas 
reais necessidades (SOUZA, 2013).
Como se Realiza o Repasse Financeiro para o SUS?
O repasse federal aos municípios, Estados e ao Distrito Federal (DF) ocorre em 
seis blocos de financiamento: 
• Assistência farmacêutica;
• Atenção básica;
• Gestão do SUS;
• Investimentos;
14
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• Média/alta complexidade;
• Vigilância em saúde.
• Atenção básica: as transferências de recursos federais ocorrem por meio de:
» Piso de Atenção Básica fixo (PAB fixo): calculado a partir de um valor anual 
fixo por habitante, visando remunerar as despesas de custeio com pequena 
variação devido às condições socioeconômicas e do porte populacional dos 
municípios (R$ 23,00 e R$ 28,00) congelados desde 2013;
» PAB variável: condicionado à adesão à Estratégia Saúde da Família (ESF), que 
deve ocorrer conforme as regras federais para receber um valor mensal por equipe 
de ESF, além de outros repasses condicionados, como o Programa de Melhoria 
do Acesso e da Qualidade (PMAQ). O valor de cada equipe varia segundo a loca-
lização geográfica, os indicadores socioeconômicos e o número de profissionais .
• Atenção de média/alta complexidade ambulatorial e hospitalar: 70% dos 
recursos transferidos pelo Ministério da Saúde, ocorrendo por meio de:
» Limite financeiro de Média e Alta Complexidade (MAC):
» Baseado na produção histórica das unidades públicas ou privadas sob gestão 
estadual ou municipal. Representava 67%, em média, dos recursos de MAC, 
valorada pela produção registrada nos sistemas de informação hospitalar e 
ambulatorial. A produção é aferida por meio dos registros de Autorização de 
Internação Hospitalar (AIH) – valor por diagnóstico em um pacote de servi-
ços – e Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade (Apac) – valor 
por procedimentos como diálises, quimioterapia, radioterapia, medicamen-
tos de alta complexidade. São precificados segundo a tabela de procedimen-
tos, medicamentos e órteses, próteses e materiais do SUS (Sigtap);
» Transferências definidas por programas específicos do Governo Federal, 
condicionadas à adesão de Estados e munícipios com valor fixo – por 
exemplo, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência(Samu), Incentivos 
de Gestão Hospitalar (IGH). Representam cerca de 22% de recursos trans-
feridos no limite financeiro da MAC.
» Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (Faec): financia procedimen-
tos de alto custo, tais como transplantes de órgãos, tecidos e células, terapia 
renal substitutiva, ações estratégicas ou emergenciais de caráter temporário e 
novos procedimentos incorporados à tabela do SUS (ANDRADE et al., 2018).
O maior problema sobre o repasse da tabela do SUS, na perspectiva dos hospi-
tais, está na falta de reajuste, o que acumula déficits.
Com a insuficiência dos serviços pelo SUS, fortaleceu-se o setor de saúde su-
plementar, formado por hospitais, clínicas, laboratórios, médicos, enfermeiros, den-
tistas e outros profissionais credenciados a uma rede que atende clientes de planos 
privados. Regulando essa frente, está a Agência Nacional de Saúde Suplementar 
(ANS), vinculada ao Ministério da Saúde e que busca exercer a manutenção da saúde 
e do bem-estar da população (SOUZA, 2013).
15
UNIDADE 
Introdução à Gestão Econômico-Financeira na Área da Saúde
A transferência de verba federal para Estados e municípios é complexa e engessada, na 
medida em que os recursos são transferidos em blocos e por meio de programas específi-
cos. Por exemplo, o SUS Legal – Reunião da Comissão de Intergestores Tripartite (CIT), em 
26 de janeiro de 2017, para a modificação significativa do mecanismo de transferência de 
recursos federais para Estados e municípios (ANDRADE et al., 2018).
Alterações no Financiamento do SUS:
A Portaria de Consolidação 6GM/S, de 28 de setembro de 2017 dispôs sobre o 
financiamento e a transferência dos recursos federais aos serviços de saúde do SUS.
O financiamento das ações e dos serviços públicos de saúde é de responsabilidade 
das três esferas de gestão do sistema único de saúde.
Ademais, a Portaria n.º 3.992, de 28 de dezembro de 2017, alterou a Portaria de 
Consolidação n.º 6/2017 para:
• Adequação das transferências federais à Lei Complementar n.º 141/2012;
• Fusão dos blocos de financiamento do SUS em custeio e investimento;
• Estabelecimento das transferências de recursos financeiros em apenas duas con-
tas-correntes;
• Separação do fluxo orçamentário do fluxo financeiro, promovendo certa flexi-
bilidade na utilização dos recursos financeiros (CONFEDERAÇÃO NACIONAL 
DOS MUNICÍPIOS, 2018).
Já a Portaria do Ministério da Saúde (MS) n.º 3.992/2017 e a Lei Complementar 
n.º 141/2012 definem que o SUS terá apenas dois importantes blocos de financia-
mento: custeio e investimento – veja, na tabela a seguir, o que cada bloco contempla:
Tabela 1
Bloco de custeio Atenção básica; assistência farmacêutica; média e alta complexida-de ambulatorial e hospitalar; vigilância em saúde e gestão do SUS.
Bloco de investimento
Obras novas, reformas, ampliações e adequações de unidades já 
existentes, bem como os recursos destinados à aquisição de equi-
pamentos e mobiliários.
Fonte: Adaptado de Brasil (2017) e Confederação Nacional dos Municípios (2018)
Mas, afinal, o que são finanças?
 Finança é a ciência que trata da gestão dos fluxos financeiros. É focada nos pro-
cessos, nas instituições, nos mercados e meios destinados à transferência de dinheiro 
entre organizações e indivíduos.
Grupo de funções administrativas que se responsabiliza pela gestão do fluxo de 
dinheiro, de tal forma que a empresa tenha meios de realizar o seu objetivo.
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Identificam-se três características fundamentais:
• Lida com a dimensão monetária da atividade;
• Contribui para o objetivo da organização, aumentando a sua eficiência ou con-
trolando custos;
• Cuida da capacidade de a organização pagar as suas dívidas e se manter em 
funcionamento (LEITE, 2009).
Para Gitman (2007) gestão financeira compreende um conjunto de ações e pro-
cedimentos administrativos, envolvendo o planejamento, a análise e o controle das 
atividades, visando maximizar os resultados econômico-financeiros decorrentes de 
suas atividades operacionais.
Importância da Gestão Financeira
Gestão financeira é o elemento crítico e imprescindível na gestão dos serviços 
de saúde, públicos e privados. Desempenha papel relevante no processo decisório 
em saúde e impacto monetário na qualidade e continuidade dos serviços, contribuin-
do para a viabilidade econômico-financeira de serviços e programas de saúde.
A contratação de pessoal ou implantação de novos serviços têm implicações 
diretas e indiretas sobre a estabilidade financeira de uma unidade de saúde. Todas as 
decisões organizacionais têm impacto financeiro.
É considerada uma das cinco grandes áreas da administração, ao lado da ges-
tão de pessoal, compras ou materiais, vendas ou de marketing e produção. Partilha 
com as outras áreas as funções básicas da administração: planejar, organizar, dirigir 
e controlar.
Tende a crescer perante crises econômicas e escassez de recursos, sendo o seu 
adequado gerenciamento fundamental.
“A gestão financeira tem como objetivo imediato prover e gerenciar os recursos 
financeiros necessários à consecução das atividades da organização” (OLIVEIRA; 
GIUSTI, 2006, grifo nosso).
É objetivo econômico válido na empresa:
• Privada: expectativa dos donos/acionistas de retorno compatível com o risco assumido por 
meio da geração de recursos de longo prazo que se refletirá no valor da própria empresa;
• Pública: geração de lucros e recursos que permitam reinvestir na melhoria do bem-estar 
da população.
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UNIDADE 
Introdução à Gestão Econômico-Financeira na Área da Saúde
Estrutura Geral da Administração Financeira
Pode incluir três departamentos, em geral, subordinados ao diretor financeiro:
• Controladoria: supervisiona atividades de contabilidade e auditoria; tem como 
função a coleta, o tratamento e controle de informação gerencial;
• Tesouraria: administra atividades como o capital de giro, a gestão de caixa e 
banco, os créditos, as cobranças, os pagamentos etc. Executa as tarefas opera-
cionais das finanças de curto prazo que garantem o funcionamento da empresa;
• Planejamento financeiro: analisa e avalia fontes de financiamento, investimen-
tos de forma a garantir o equilíbrio financeiro. Utiliza as informações da con-
troladoria no apoio da tomada de decisão de financiamentos e investimentos a 
longo prazo (SOBRAL; PECI, 2008).
Plano Financeiro: O Orçamento
Orçamento: apresenta, detalhadamente, a forma pela qual os fundos que serão 
obtidos serão gastos na folha de pagamento de pessoal, na compra de materiais de 
consumo, nos bens de capital, entre outros aspectos, assim como a forma e origem 
das diferentes verbas para fazer face às despesas.
Para que Serve o Orçamento?
• Estabelecer limites de gastos;
• Implementar conteúdo aos planos/programas/projetos da empresa;
• controlar setores ou programas, mediante a definição de lucros obtidos.
Orçamento é uma ferramenta administrativa para planejar, controlar e coordenar.
Requisitos Básicos para o Plano Orçamentário 
• Ser centralizado: dirigido por um departamento que ofereça os parâmetros e 
consolide as informações de todos os setores;
• Ter participação dos líderes dos setores: permitir ampla participação de to-
dos que conhecem em profundidade cada um dos setores;
• Ser flexível: adaptável às mudanças e circunstâncias;
• Ser simples: facilitar a sua manipulação e o controle, integrando-se de modo 
fácil e lógico com a contabilidade da empresa;
• Ter bases estatísticas: sem as quais as metas se mantêm inalcançáveis;
• Ser realístico: ter bases concretas;
• Visão tradicionalista do orçamento: somente com o sistema de limitação 
de gastos;
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• Visão atual do orçamento: ferramenta para tornar os recursos da instituição 
mais produtivos e proveitosos.
“O orçamento afeta as políticas que determinam a quantidade e tipo de equipa-
mento, recursos de planta física e outros recursos que estarão disponíveis para a pro-
dução, incluindo o preparo e controle durante o período para o qual está destinado”. 
(CHIAVENATO, 2014)
PlanoOrçamentário na Saúde 
• Diz respeito à assistência aos pacientes, fração do orçamento da instituição que 
é aplicada na assistência;
• O profissional de saúde deve fazer um bom plano orçamentário, levando em 
conta as necessidades do paciente, de pessoal, de equipamentos e materiais;
• Apresentação de argumentos convincentes, expondo a necessidade de recursos 
para a manutenção da qualidade dos programas da instituição;
• A definição de um orçamento e um sistema de controle orçamentário são fun-
ções inseridas, por exemplo, no papel do enfermeiro como gestor da assistência.
Orçamentos são divididos em dois grandes grupos:
• Receitas: subdividem-se de acordo com a sua origem, sendo provenientes do governo, 
de doações particulares, de fundações, ou produtos da venda dos serviços prestados, no 
caso da área da saúde;
• Despesas: dividem-se em serviços pessoais, despesas gerais, despesas para a venda de 
serviços, transferências e despesas com investimentos.
O que Mais Você Precisa Saber Sobre Orçamento 
Deve ser dividido por área de responsabilidade e os seus valores separados para 
serem fixadas as responsabilidades específicas.
A sua execução consiste na obtenção das receitas dos meses anteriores, nos sal-
dos que faltam receitas, nos saldos disponíveis das despesas e dos investimentos, 
recomendando-se a elaboração mensal de relatório sobre o avanço de sua execu-
ção detalhada.
Formulá-lo para um controle cruzado das atividades que, quando combinadas e 
agrupadas por setores, possibilitem verificar diferentes avaliações à cada nível de 
responsabilidade. Por exemplo, na emergência, deve refletir um orçamento dessa 
unidade que pode estar entrelaçado com outros, tais como ortopedia, cirurgia etc., 
aliados aos custos e/ou às despesas de pessoal, consumo de material/medicamentos, 
resultando no orçamento geral das despesas.
Ademais, é necessária uma análise da forma e do prazo de pagamento por meio 
de um cronograma de receitas, da disponibilidade de caixa e quitação de dívidas, 
condição realizada pela análise do fluxo de caixa.
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UNIDADE 
Introdução à Gestão Econômico-Financeira na Área da Saúde
Recursos Financeiros nos Hospitais
Os hospitais necessitam urgentemente de ferramentas que disponibilizem:
• Sistemas e modelos de custeamento e de precificação dos serviços prestados;
• Informações para análise, controle, avaliaca̧ õ de desempenhos e tomadas de 
decisões financeiras.
Em função da ineficiência da gesta õ, os hospitais naõ deixam apenas de realizar 
investimentos e manutenções, mas também naõ utilizam ou subempregam estra-
tégias financeiras, tal como ocorre nos Sistemas de Informação (SI), da gestaõ de 
custos e controle dos resultados econômico-financeiros por meio de indicadores. 
Com o aumento de usuários de planos de saúde, a gradual escassez de pacientes 
privados e o crescente desgaste relacional com a aŕea pública, os hospitais ficaram mais 
dependentes das operadoras de planos de saúde, que também utilizam tabelas para 
remuneração que, com acordos individuais, variam conforme o hospital/plano, sendo 
reajustadas anualmente por cada operadora e hospital. Tem um valor-base pago por 
procedimento independente do custo efetivo do tratamento do paciente ( SOUZA, 2013).
Os profissionais de saúde devem dominar uma gama de conhecimentos e habilidades das 
áreas de saúde e administração, tendo uma visão do contexto em que estão inseridas e 
um forte compromisso social. Deve-se pensar na necessidade de as organizações de saúde 
(públicas e privadas) adaptarem-se a um mercado cada vez mais competitivo e às neces-
sidades de um país em transformação constante, em que a noção de cidadania se amplia.
Assim, as organizações de saúde e os seus colaboradores precisam desenvolver novas apren-
dizagens e inovações, sendo o primeiro passo a capacidade de adaptação às mudanças no 
mundo atual. É necessário procurar conhecimentos e habilidades e a melhor maneira de trans-
miti-los para formar o novo profissional, ajustado à realidade e preparado para acompanhar 
as transformações futuras, sendo este um dos grandes desafios (VECINA NETO; TERRA, 2000).
Quais são as causas dessa mudança?
Aumento dos gastos em saúde;
Insuficiência de recursos;
Dificuldade de controle de gastos.
O aumento dos gastos em saúde ocorre devido:
Ao envelhecimento populacional;
À extensão das coberturas;
Ao avanço tecnológico;
À baixa produtividade dos serviços;
À falta de capacitação administrativa dos gestores;
À pressão dos clientes e profissionais para a aquisição de novas tecnologias.
Todavia, a saúde hospitalar brasileira enfrenta limitações relativas à qualidade da atenção, 
incorporação de tecnologias, gestã o dos recursos e distribuição equitativa dos serviços para 
toda a população (SOUZA, 2013).
O controle e a aferição dos custos, das finanças em geral em saúde, são essenciais para que 
se possa realizar o acompanhamento de sua evolução e, assim, implantar propostas de 
melhoria de desempenho, ao redefinir prioridades, racionalizar os recursos e acompanhar 
a produtividade da sua equipe (CASTILHO; FUGULIN; GAIDZINSKI, 2016).
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeo
Raio X: saúde no Brasil
https://youtu.be/4p_FK3ek29w
 Leitura
Considerações sobre a Portaria n.º 3.992, de 28 de dezembro de 2017, que trata do financiamento e
da transferência dos recursos federais para as ações e os serviços públicos de saúde
BRASIL. Ministério da Saúde. Fundo Nacional de Saúde. Considerações sobre a 
Portaria n.º 3.992, de 28 de dezembro de 2017, que trata do financiamento 
e da transferência dos recursos federais para as ações e os serviços públicos 
de saúde. Brasília, DF, 2017.
https://bit.ly/31Nb2i5
A percepção do enfermeiro sobre o seu papel no gerenciamento de custos hospitalares
CAMPOS, C. V.; SANTOS, L. das G. S. A percepção do enfermeiro sobre o seu 
papel no gerenciamento de custos hospitalares. Revista de Trabalhos Acadêmicos 
Universo, São Gonçalo, RJ, v. 1, n. 1, 2016.
https://bit.ly/3gVcmG1
Verticalização na saúde suplementar: o que é como lidar com isso?
NCI SOLUÇÕES EM SAÚDE. Verticalização na saúde suplementar: o que é 
como lidar com isso? 2019.
https://bit.ly/3akV3eS
Entenda a importância da gestão financeira na área da saúde
NCI SOLUÇÕES EM SAÚDE. Entenda a importância da gestão financeira na 
área da saúde. 2018.
https://bit.ly/3411rH5
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UNIDADE 
Introdução à Gestão Econômico-Financeira na Área da Saúde
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______. Lei n.º 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Brasília, DF, 1990b. Disponível 
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