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Antivirais - O vírus é um organismo intracelular que não consegue viver fora, então depois que ele entra é preciso impedi-lo de seguir o seu caminho, então os antivirais vao atuar impedindo a replicação viral, atuando em RNA e DNA · Vírus · Parasita intracelular obrigatório: sua replicação depende dos processos de síntese da célula hospedeira · Antivirais – virustáticos · Precisam ser ativos no interior da própria célula hospedeira: sem produzir toxicidade! · bloqueiam a entrada ou a saída do vírus na célula, ou inibem algum passo importante no ciclo de replicação viral. · Conhecer o processo de replicação viral auxiliou no desenvolvimento de fármacos mais seletivos · Etapas da replicação viral · Fixação do vírus nos receptores celulares de superfície Entrada do vírus pela membrana da célula hospedeira Desencapsulamento do ácido nucleico viral Síntese de proteínas reguladoras precoces (ex. DNA-polimerases) Síntese de novo RNA e/ou DNA viral Síntese de proteínas estruturais tardias Montagem de partículas virais Liberação da célula · Terapias antivirais disponíveis · Herpes-vírus (HSV); HCV; HBV; HPV; Influenza e HIV · Esquemas terapêuticos · Monoterapia/ tratamento agudo (HSV) · Terapia dupla/ tratamento prolongada (HCV) · Terapia múltipla / tempo indeterminado (HIV) · Herpes simples · HSV -1 e HSV-2 · Herpes labial e genital · Formas clínicas: · Primária (mais sintomas e mais duradoura) · Não primária (menos sintomas e lesões) · Recorrente (menos graves e mais rápidas) · Complicação: Encefalite herpética (HSV-1): alterações neurológicas de comportamento, consciência, hemiparesia, disfasia, ataxia. Terapia empírica deve ser sempre iniciada assim que o diagnostico for considerado! · Herpes zoster · Varicela-zoster (VZV) : varicela (catapora e herpes zoster) · Herpes zoster: reativação do vírus latente nos gânglios dorsais nervosos manifestações no tronco · Evolução: · Fase prodrômica: dor, parestesia e sintomas gripais; neuralgia herpética · Dermátomo torácico: maculas e pápulas se desenvolvem em vesículas agrupadas · Crostas: fim da transmissão · Antivirais com ação contra herpes vírus · Eficazes contra a maioria dos HSVs e VZV · Controle de infecções resultantes da imunossupressão; redução da morbimortalidade · Auxilio no uso de imunossupressores potentes – tratamento de infecções latentes assintomáticas por herpes vírus; · Análogos de nucleosídeos impedem a replicação viral · Aciclovir · Ativo contra vírus de DNA: herpes simples I e II, HBV, VZV, Epstein-Barr(EBV); citomegalovirus (CMV) · Mecanismo de Ação: inibem a DNA polimerase, bloqueando a replicação viral ao impedir o alongamento da cadeia de DNA Monofosfato Difosfato Trifosfato · Espectro: 1º - HSV- 1 e HSV-2; 2º - VZV; 3º - CMV · Administração: VO, tópica e EV · Excreção: Renal (ajustar dose – espaçar aprazamentos) · Efeitos adversos: náuseas, diarreia e cefaleia · Usos clínicos · Herpes simples: 200mg – 5x dia + creme dermatológico 5/10 dias · Herpes Zoster: 400-800mg – 5x dia 7 a 10 dias · Encefalite herpética: 10mg/kg/dose, EV em infusão lenta, de 8h/8h, por 14 a 21 dias · Valaciclovir · Pró-droga do aciclovir aumento da biodisponibilidade oral; · Sofre rápida dissociação na parede intestinal e no fígado, liberando o aciclovir na circulação em uma concentração 5x superior é possível tomar menos vezes ao dia · Posologia mais confortável (8/8h ou 12/12h) · $$$ · Herpes Zoster: 1g vo 8/8h 7 a 10 dias · Herpes Simples: 500mg vo 12/12h 5 a 10 dias · Ganciclovir · Análogo de nucleosideo (Guanosina) com estrutura e mecanismo de ação semelhante ao aciclovir; · 100x mais ativos contra as polimerases virais do que sobre enzimas de cel. Não infectadas menor toxicidade! · Espectro de ação · HSV 1 e 2; VZV; EBV · CMV: tratamento e profilaxia em pacientes com HIV 5mg/kg, EV, 12h/12h, infusão em 1h, por 14 a 21 dias ou por 3 a 6 meses e uso contínuo de terapia ARV · Farmacocinética · Baixa biodisponibilidade oral (4-9%) – preferível via EV · Meia-vida diretamente proporcional a função renal · Antivirais com ação contra o influenza vírus · Vírus Influenza A e B (H1N1, H1N2 e H3N2) · Glicoproteínas (hemaglutinina e Neuraminidase) que se ligam a receptores contendo ácido siálico presentes na superfície das cel. Trato respiratório por isso estão associados a sintomas respiratórios · Neuramidase: Essencial para sobrevivência e replicação · Rompe o ácido siálico; evita a inativação do vírus pelo muco respiratório e facilita sua disseminação pela arvore brônquica · 16 subtipos de hemaglutinina 9 subtipos neuromidases · Análogos do ácido siálico: drogas que mimetizam o ácido siálico e inibem competitivamente a neuraminidase de vários mutantes dos vírus Influenza A e B · Oseltamivir · Inibem a neuromidase viral ao interagir de modo competitivo e reversível do sitio enzimático ativo impede sua ligação ao ácido siálico; · Ativos contra todos os 9 subtipos de neuroamidases do vírus A e B maior potência sobre vírus influenza A · Pró-droga · Ampla distribuição: tecido pulmonar, traqueia, ouvido médio, mucosa respiratória e fígado · Eliminação renal – ajuste de dose! · Fatores de risco · População indígena; gestantes e puérperas (até 2 semanas pós parto); crianças < 2anos; idosos; · Doenças crônicas: pneumopatias; nefropatias, doenças hematológicas, cardiovasculares (exceto HAS); neurológicas · Imunossupressão · SRAG (síndrome respiratória aguda grave) · Dispneia, sinais de desconforto respiratório, Saturação < 95%: que necessitem de hospitalização · Iniciar nas 48h iniciais após suspeita clínica, independente de coleta de material · Amantadina · Bloqueiam o canal iônico M2 da partícula viral e inibem o desencapsulamento do RNA viral dentro da célula hospedeira infectada, impedindo sua replicação. · Muitos efeitos adversos: gastrintestinais e neurológicos (dopamina) · Tratamento profilático e terapêutico (idosos, crianças e imunodeficientes) · Ativa contra influenza A · Alta taxa de resistência - 2ª escolha · Antivirais com ação contra o HBV - Todos os fármacos usados tanto para hepatite B, quanto hepatite C vão tentar inibir a replicação do DNA · Vírus da Hepatite B (HBV) · Hepadnavírus · Vírus de DNA de fita dupla com tropismo pelos hepatócitos · Liga-se a receptores de superfícies, sendo internalizado e perde seu envoltório – conteúdo viral migra para o núcleo, onde replica-se · Hepatite aguda ou crônica – de início silencioso, manifesta-se na fase tardia da doença; · Não precisa evoluir para cirrose para causar carcinoma hepatocelular; · O objetivo principal do tratamento é reduzir o risco de progressão da doença, especificamente cirrose, CHC e óbito. O resultado ideal é a perda sustentada do HBsAg, com ou sem soroconversão para anti-HBs. · Quando tratar os pacientes com hepatite B · Paciente com HBsAg reagente e ALT (TGP) > 2x limite superior da normalidade Adulto maior de 30 anos com HBsAg reagente Paciente com HBsAg não reagente, HBV-DNA >2.000 UI/ml e ALT (TGP) > 2x o limite superior de normalidade · Considerar também: · História familiar de CHC · Manifestações extra-hepáticas · Coinfecção HIV/HBV ou HCV/HBV · Hepatite aguda grave · Reativação de hepatite B crônica · Cirrose/insuficiência hepática · Prevenção de reativação viral em pacientes que irão receber terapia imunossupressão · Antivirais com ação contra o HBV · Tenofovir (+ utilizado) · Pro-droga (administrar com alimentos) · Inibe competitivamente as polimerases do HIV-1 e HBV · 1ª linha tratamento – 300mg/dia · Toxicidade renal e a desmineralização óssea – contraindicado nessas situações · Entecavir · Inibe várias funções da DNA polimerase viral, incluindo priming, transcrição reversa e síntese do DNA; · Utilizado quando o Tenofovir for contraindicado + hepatotóxico · Cirrose – dose mais alta (1mg/dia) · DRC – ajuste de dose! · Antivirais com ação contra HCV · Vírus da Hepatite C (HBV) · Hepacivírus: composto por uma fita simples de RNA · 7 genótipos e 67 subtipos – genótipo 1 mais prevalente (46%) · Transmissãoparenteral (sangue) · Doença oligossintomatica, sendo diagnosticada ao acaso na fase tardia; · Cronificação 60 a 85% dos casos (resposta imunomediada) cirrose CHC · O objetivo da terapia antiviral é erradicar o RNA do HCV, que é previsto pela obtenção de uma resposta virológica sustentada (RVS), ausência de viremia detectável durante 12 semanas após a conclusão da terapia · Todos os pacientes com evidência de infecção crônica pelo HCV devem ser tratados, exceto · Crianças < 3 anos; · Pacientes oncológicos com cirrose ou cuja expectativa de vida < 12 meses; · Pacientes adultos com cirrose descompensada e indicação de transplante hepático com expectativa de transplante < 6 meses; · Pacientes com hipersensibilidade ou intolerâncias que impossibilitem o uso de todas as alternativas terapêuticas · Ribavirina · Ativa contra vírus de DNA e RNA; · Ao incorporar a Ribavirina, a polimerase viral sofre mutações, impedindo a síntese de RNA; · Diminui a síntese de ácidos nucléicos e proteínas, inibe liberação de interferon-gama, melhora a resposta imune mediada por células, além de diminuir o número de células inflamatórias. · Faz parte do esquema de 1ª linha atua contra TODOS os genótipos de HCV; · Efeitos adversos: náusea, vômito e dor epigástrica; hemólise extravascular e supressão de medula óssea · Sofosbuvir · Primeiro antiviral de ação direta a ser aprovado em 2013; · Inibidor da polimerase nucleosídica da uridina, essencial para a replicação viral e atua como um terminador de cadeia. · É muito potente, possui alta barreira à resistência e atividade pangenotípica, é muito bem tolerado com poucos eventos adversos, · Requer apenas administração oral uma vez ao dia e parece estar relativamente livre de grandes interações medicamentosa; · Não necessita de ajuste de dose em casos de insuficiência renal . · $$$ · Daclatasvir · Terceiro componente do tratamento preferencial da Hepatite C juntamente com o Sofosbuvir e a Ribavirina; · Se liga ao terminal N no domínio 1 da proteína não estrutural 5A do HCV (NS5A) e inibe a replicação do RNA viral ; · Os principais efeitos dos são fadiga, cefaleia e náuseas, assim como o sofosbuvir.
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